terça-feira, novembro 08, 2011

Polícia ou Política pra Educação?


Seja em São Paulo, em Minas Gerais ou no Pará, os Estados governados pelo PSDB enfrentam sérios problemas em tratar reinvindicações de educadores e/ou estudantes. No Pará, a greve dos trabalhadores da educação penaliza os estudantes da rede pública de ensino e ameaça a criar um problema maior, pelo fato de estarmos no período da aplicação da Prova Brasil, que avalia o índice de desempenho da educação pública e a média do desempenho nessa avaliação ajuda a subsidiar o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e por consequência, interfere diretamente no volume de recursos federais que serão aplicados pelo governo federal no Estado, nos próximos anos.

Como se não bastasse o fato dos estudantes da rede pública do Estado, principalmente aqueles que estão cursando o último ano do ensino médio, já estarem em grande desvantagem para a disputa por vagas nas univerdades, por conta do  prejuízio ocasionado pela falta de aulas que os prejudicarão nos processos seletivos (vestibulares) que se avisinham, a ausência de muitas turmas que deveriam estar participando da Prova Brasil no Pará e não estão por conta da greve, pode trazer prejuízos aos cofres públicos do Pará, já tão dependente dos recursos federais.

Como resposta do poder público do Estado, que tem à frente o governador tucano Simão Jatene, além de pagar a "espaços" na imprensa local, utiliza-se de servidores com cargos comissionados (DAS-s) que passam o dia nas redes sociais atacando a categoria dos docentes e a direção do sindicato, além de responsabilizar o governo federal pela situação. Culpam todos e justificam que não possuem recursos para o pagamento integral do piso salarial e consiguiram na justiça, o prazo de efetivação do PCCR até Janeiro de 2013, algo inacreditável, haja vista que a gestão anterior o deixou pronto para entrar em vigor.

A charge que ilustra a postagem faz um sátira da ocupação pela PM de São Paulo que reprimou um protestos dos estudantes do campus universitário da USP, mas para quem já viu a execução de 19 sem terras, a morte de Dorothy Stang e de vários ambientalistas e líderes sindicais do campo, além do uso da força policial nos sucessivos governos do PSDB, sabe que a partir do momento que a justiça paraense decretou a abusividade da greve e determinou o retorno dos educadores para sala de aula e hoje a prisão dos dirigentes do SINTEPP - estes alegando estarem lutando pelos seus direitos e ao lado da lei que estipulou o teto salaria reinvindicado - não nos surpreenderá nem o poder de resistência da categoria, historicamente aguerrida em suas bandeiras de luta, nem dos modus operandi dos tucanos em por fim em mais uma greve da educação do Estado do Pará.

Um comentário:

  1. Essa charge pode ser traduzida como discriminação contra a classe trabalhadora de policiais. O chargista deveria ser acusado formalmente de discriminação social por isso. Não sou policial, sou formado em uma universidade (também de São Paulo), já tive parentes na polícia, mas isso não quer dizer que eu tenha tendência a aprovar ações policiais a torto e a direito, sem o mínimo de criticidade em relação aos eventos acontecidos. O que foi feito na USP não foi mais do que o necessário para manter a ordem. E sempre tem alguém que reclama da polícia quanado ela não está ativa numa situação, mas depois vêm reclamar quando não estão presentes. Hipocrisia. Ou falta de vergonha na cara. Ajude-me a chegar em segurança em casa, mas não mexa no meu baseado, e eu sei que isso é ilegal. Cadê o senso de lei e de democracia nessa história?

    O caso de crise na educação não é do PSDB, é uma questão social, a partir do momento que não se sabe a quem delegar o problema para ser resolvido. Problema de instituições públicas? Problema de educação que vem de casa? Por favor, não estreitemos a visão para algo que é muito mais do que apenas política propriamente dita ou interesses políticos (porque são coisas muito diferentes). Se quiser discutir sobre isso, responda em m.itsari@gmail.com ou então no Facebook (http://www.facebook.com/?ref=logo#!/profile.php?id=1081815589). Abraços.

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