terça-feira, outubro 09, 2012
Sincretismo religioso ou oportunismo eleitoral?
No facebook do Tony Leão da Costa:
Tá
rolando na net essa imagem abaixo.
Comenta-se que é uma contradição do
candidato, ou como se ele estivesse enganando uns e outros.
Ué, mas por
que seria?? Que eu saiba Edmilson não é candidato a pastor nem a
babalorixá, não é candidato a pajé nem mesmo a rabino... Que eu saiba
ele é candidato a prefeito de uma cidade com mais de 1 milhão e 300 mil
habitantes. Nesta cidade há judeus, há evangélicos
de várias matizes, há umbandistas, há adeptos da pajelança cabocla, do
islamismo, do budismo, do candomblé, do ateísmo, do agnosticismo, etc.
O
prefeito da cidade é o administrador DA CIDADE, para tod@s os moradores
da cidade, mas principalmente para aqueles que mais necessitam da
estrutura da prefeitura. O fato de Edmilson Rodrigues aparecer juntos
com religiosos de religiões diferentes só mostra uma coisa, que seu
mandato é para a cidade, sem preconceito, com democracia e pluralidade!
Vamos ficar ligado no desespero de certos grupos em fim de campanha! É
Edmilson 50 por uma cidade democrática, que não pregue o ódio religioso e
plural!
"O verdadeiro candidado do PT" não colou!
No blog Hupomnemata sob o título:
Comentando as eleições 13: O problema do PT paraense continua o mesmo: perceber que construção hegemônica não é hegemonia.
A militância se esforçou mas a falta de uma boa comunicação e inteligência, levaram o PT à mais uma derrota. |
No post anterior eu disse que o feitiço que enfeitiçou o PT, em
algum momento de seu passado recente e que ainda continua a enfeitiçá-lo, é sua
incompreensão de um fato político elementar: o de que a conquista do poder não
significa, em nenhuma situação histórica, a conquista da hegemonia.
Logo em seguida, afirmei que a campanha de Alfredo Costa, a julgar pela
maneira como foi conduzida, renovava esse enfeitiçamento.
Explico por que.
Penso que a campanha do PT de Belém, nestas eleições, partiu da
crença de que o partido tem, constituído e sólido, um capital político que
equivale a algo entre 20 e 25% do eleitorado local.
É verdade, de acordo com muitas pesquisas realizadas, que há uma
simpatia pelo PT, em Belém, que alcança essa marca. Porém, isso não significa
que essa parcela do eleitorado efetivasse, sob a forma do voto, a sua simpatia.
A questão é que a interpretação dada ao fenômeno político da
simpatia foi de que esse potencial seria, efetivamente, um capital político já
constituído e sólido.
Ora, a natureza do fenômeno do poder é, precisamente, a que lhe dá o
nome: poder, como poder-ser, poder-fazer, poder-acontecer. Para ser real, o
poder sempre resta condicional. Sua potência está menos na sua realização de
que na sua promessa.
Como no poder de repressão, que tem sua maior eficácia na ameaça de
concretização de que na sua realização efetiva: é a ameaça de punição que,
principalmente, impede o delito.
A campanha do Alfredo, bem como o imaginário que envolve o PT
paraense obedece a uma ordem metafísica: confunde o poder com o ser.
Em outra palavras: confunde construção hegemônica com hegemonia.
O sintoma disso foi ter construído toda a campanha de 2012 com base
na crença de que o voto no Edmilson se devia ao desconhecimento de que o
candidato do PT era Alfredo. Um pressuposto que se mostrou parcialmente
equivocado
Do começo ao fim da campanha ouvimos o slogan “O verdadeiro
candidato do PT”. Ora, à força de tentar provar que o PT era Alfredo, e não
Edmilson, o PT deixou de fazer campanha para Alfredo.
E a fez para Edmilson.
Por que o raciocínio de qualquer eleitor mediano seria, imagino o
seguinte: Ah, então não é o Edmilson? Bom, e daí? Edmilson já foi do PT, não é?
Então ele sabe fazer...
Em síntese, o PT não fez campanha.
Sugeriu uma incógnita, sem respondê-la.
Recordo que, recentemente, fazendo um grupo focal para minha
pesquisa na UFPA - que não tem objetivo e nem temática política – me ocorreu
testar o conhecimento da relação entre Alfredo Costa, Edmilson Rodrigues e o
PT. Mesmo sendo um teste eventual, ficou evidente, justamente, esse fato: em
geral se reconhecia Alfredo como candidato do PT, mas, também em geral,
Edmilson representava melhor ...o PT.
Em síntese, o fator “simpatia” vale mais na sua dimensão subjetiva,
na sua dimensão empática, e não se manifesta, necessariamente, como uma objetividade.
Não se deve cobrar raciocínio silogístico a um processo eleitoral
amazônico...
Leia também:
Comentando as eleições 12: As eleições em Belém reforçam as tendências políticas já presentes nas últimas eleições
Comentando as eleições 11: O 2o turno para além dos números: recomposições para o futuro
Comentando as eleições 10: O crescimento do Psol no extremo norte não é orgânico, mas conjuntural
Qual será a posição do PT para o 2º turno em Belém
Uma eleição apertada, onde cada voto será importante, imagine um partido inteiro! |
Após três derrotas seguidas em
eleições municipais em Belém, o PT amarga um cenário de crises e soluções nada
convenientes diante da indecisão que toma conta do partido para posicionar-se
no 2º turno das eleições, onde PSOL e PSDB se enfrentarão sob o comando de
Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho, respectivamente.
A única coisa certa até agora é
que o candidato do PSDB, Zenaldo Coutinho, não contará com o apoio do PT e
disso ele já sabem.
Da parte do PSOL, já no 1º turno havia emissários articulando para que haja um acordo político-eleitoral com o PT,
para que este lhe apoie Edmilson Rodrigues institucionalmente, haja vista que
no 1º turno ele contou com os votos de simpatizantes e eleitores do partido,
não da estrutura orgânica, como deseja quer agora.
Vale lembrar que para o plano dar
certo, tanto a militância do PSOL, quanto a do PT precisam de um banho de água
fria para acalmarem os ânimos, mas quem ousará chegar com o balde?
O pragmatismo toma conta dos dois
partidos e só há espaço para o debate ideológico nas redes sociais, a grande
arena onde os embates são travados. É lá que a base do PSOL se manifesta dizendo
que não precisa aliar-se com o partido dos “mensaleiros” e traidores da classe
trabalhadora, enquanto outros dizem que a única saída para o PT manter a
coerência é declarar apoio ao PSOL. Detalhe: Sem exigir nada.
Por sua vez, muitos militantes e
quadros do PT, mesmo antes de terminar o 1º turno, já declaravam que não há a mínima
condição de apoiar o PSOL que foi fundado com o interesse de destruir e substituir
o PT no cenário político, sugando-lhe a militância, seu legado de lutas e pra
isso tendo que deturpar a história com o apoio da mídia e dos partidos de
direita.
Há ainda a lembrança viva de que
o PSOL sempre propagandeou que os programas sociais do governo Lula/Dilma são assistencialistas,
as medidas econômicas, mantenedoras da miséria, do neoliberalismo e que só
serviram aos banqueiros. Alem disso, o PSOL sempre denunciou as alianças
eleitorais do PT como sendo fisiológicas e nunca perdeu a oportunidade de se
aproveitar do escândalo do “mensalão” e de todos os erros e crises do PT,
aliando-se ao mantra cantado pelos partidos da direita e da imprensa nacional e
local, os quais dispensam apresentações.
Por essa e outras, cresce o
desejo e a inclinação pelo voto nulo entre muitos do PT. A direção por sua vez,
está dividida.
Tendências definem suas posições
Sob o comando do Dep. Federal Beto
Faro e do Dep. Estadual Carlos Bordalo, a “Articulação Socialista” elegeu dois
vereadores em Belém - Iran Moraes e Ivanise Gasparim - está simpática à aliança
com o PSOL e reunirá sua militância de Belém para fechar posição de forma
coletiva, como diz a nota publica no blog do Bordalo.
A coordenação da DS, do Dep.
Federal Cláudio Puty, do Estadual Edilson Moura e da ex-governadora Ana Júlia, perdeu
seus dois vereadores – Marquinho e Milene - e já decidiu os rumos da tendência,
emitindo nota pelo blog do Puty, onde declara que defenderá dentro do PT a
aliança com o PSOL.
Já a “Unidade na Luta” tendência do
Dep. Federal Miriquinho Batista e dos Estaduais Zé Maria e Alfredo Costa - que
foi o candidato à prefeito pelo PT - perdeu seus dois vereadores - Adalberto
Aguiar e Otávio Pinheiro - fará uma plenária na quinta-feira (11) para aferir
junto à sua militância, quais os rumos que o grupo se posicionará no partido.
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