domingo, novembro 11, 2012
PSOL enfrenta 'choque de realidade' na capital do Amapá
No Estadão
É uma tarefa um tanto árdua encontrar a melhor
frase já dita pelos integrantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que
resuma o que almeja a sigla. Plínio de Arruda Sampaio, candidato derrotado na
eleição presidencial de 2010, é um dos favoritos. "Nossa candidatura vai
ser a mosca na sopa da burguesia", disse ele. "PT ladrão/rouba do
povo pra botar no cuecão", cantou o então deputado federal João Batista de
Araújo, o Babá. O sociólogo Chico de Oliveira, por sua vez, afirmou que o papel
do partido era mais criticar do que governar. Menção honrosa também para Chico
Alencar, deputado federal. "Temos que questionar todo sistema
produtivista, seja do socialismo real, seja do consumismo exacerbado, como
sentido de vida, do produtivismo capitalista, que tem nos Estados Unidos seu
maior símbolo."
Difícil mesmo é prever como essas frases podem
virar realidade em Macapá, cidade com 398 mil moradores, o quinto pior IDH
entre as capitais brasileiras e com um orçamento de R$ 500 milhões que mal dá conta
de resolver um sem-número de problemas estruturais. Para se ter ideia, apenas
quatro de cada 100 domicílios têm acesso à rede de esgoto. E apenas um
pronto-socorro funciona 24 horas. É justamente nesse cenário que, oito anos
após sua fundação, o PSOL tem a difícil tarefa de governar a sua primeira
capital e tentar aliar a retórica radical dos primeiros anos com alianças antes
injustificáveis; promessas difíceis de cumprir e obras necessárias; bravatas e
responsabilidades; expectativas e possíveis desencantos.
O PSOL, fundado por dissidentes do PT, é um
partido de dois mundos. O primeiro é o do radicalismo, uma resposta às recentes
denúncias de corrupção no PT. O outro é o da política real, que no País
necessita de acordos até outro dia impensáveis para os socialistas. O embate
entre esses dois mundos já criou a primeira lavação de roupa suja no PSOL. O
estopim do debate que hoje divide o partido foi a costura de apoios e alianças
no 2.º turno de Macapá.
Persona non grata
"Se alguém trai você uma vez, a culpa é dele. Se trai duas vezes, a culpa é sua". Eleanor Roosevelt.
Acostumado a levar panfletos e
funcionárias uniformizadas com a logomarca de sua empresa (ISKRA), para distribuí-los
em eventos petistas, dessa vez Stefani Henrique foi tido como persona
non grata na reunião do Diretório Estadual do PT-PA, realizado durante este sábado (10), no Hotel Beira Rio, em Belém do Pará.
Com a presença de diversos
prefeitos do partido, que estiveram avaliando o resultado eleitoral deste ano,
o segurança que tornou-se empresário e hoje é membro do Diretório Estadual do
PT, passou alguns minutos na entrada do hotel e saiu pelas portas dos fundos em
sua pick-up, sem fazer o que sempre
fazia: Oferecer os serviços de sua empresa na área de Planejamento, Gestão e
Comunicação para os prefeitos petistas.
A decisão de não participar da
reunião e sair subitamente do hotel, foi tomada assim que fora informado de que
sua presença no resinto havia causado um imenso mal estar entre petistas de
todas as tendências internas, inclusive a que faz parte - a MS (Militância
Socialista) - da qual membros da coordenação estadual - ainda no 1º turno das
eleições em Belém - ingressaram com um documento no Diretório Estadual pedindo
a abertura de processo na Comissão de Ética e solicitando o afastamento de
Stefani da direção do PT-PA, o que ainda não aconteceu.
Os motivos alegados para esta
tomada de decisão, baseiam-se, principalmente, pelo fato deste ter “rasgado” o
Estatuto e a Resolução Eleitoral do PT, ao participar intensamente da
coordenação da campanha do candidato do PSOL, nas eleições municipais de Belém,
desde muito antes do 1º turno, depois de ter sido vencido da idéia de fazer o
PT ser vice de Edmilson Rodrigues, durante o Encontro Municipal do Partido
realizado no início de 2011, quando o partido decidiu ter candidato próprio à
prefeitura.
Mesmo sem ter êxito em sua
investida, Stefani não desistiu de tentar levar o PT para a campanha de seu
ex-patrão - Edmilson Rodrigues - do qual foi uma espécie de capanga, e recentemente,
empoderado pela cúpula do PSOL-PA, cooptou diversos militantes petistas, com
promessas de cargos, na dita futura gestão, e com remuneração semanal que
variavam de acordo com o grau de importância de cada um, desde as famosas
formiguinhas à balançar bandeiras, até lideranças distritais, iludidas de que
Edmilson seria consagrado prefeito de Belém, ainda no 1º turno.
Além de coordenadores de sua
própria tendência pedirem providencias em âmbito local, membros da coordenação
Nacional da MS, Renato Simões e Maristela Matos, foram notificados da atitude
nada fiel do petista e estão sendo cobrados para tomarem medidas que façam o
mesmo ser afastado da coordenação estadual da tendência.
Para entender melhor a trama, leia:
A fé do PT e a má fé do PSOL - II
A fé do PT contra a má-fé do PSOL
"Ainda que a traição agrade, o traidor é sempre odiado."
Miguel de Cervantes.No twitter, o blogger atende por @JimmyNight
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