terça-feira, junho 03, 2014

Dinheiro público banca comitiva tucana em Paris


No Diário do Pará, via blog do Bordalo.

O que era para ser apenas uma boa notícia para os produtores rurais do Estado – a declaração internacional de que o Pará está livre da febre aftosa – se tornou mais um exemplo de desperdício de recursos públicos. A caravana paraense que foi a Paris na semana passada receber o certificado chamou a atenção pelo tamanho e pelo tempo da passagem por Paris, uma das cidades mais visitadas por turistas de todo mundo. 
A comitiva oficial comandada pelo governador Simão Jatene incluiu também o secretário de Estado de Agricultura, Andrei Gustavo Castro; o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), Sálvio Freire; o secretário de Estado de Comunicação, Daniel Nardin, o tenente-coronel Cesar Mello, ajudante-de-ordem; além de Ivaldo Santana, diretor técnico da Adepará, e Glaucio Galindo, gerente de Epidemiologia e Emergência Agropecuária da Agência. Só com diárias, o custo estimado pode chegar a 30 mil, sem contar gastos com passagens e outras despesas. 

O grupo paraense foi formado também por representantes de entidades privadas ligadas ao setor da pecuária. A comitiva bancada com recursos públicos, contudo, foi avaliada pela oposição como exagerada no momento em que o Estado enfrenta ameaças de greves dos professores e falta de remédios em postos de saúde e tem usado, em muitos casos, a falta de recursos para justificar os problemas. O número de dias que os paraenses passarão em Paris também foi alvo de críticas. A autorização da Assembleia Legislativa para a viagem do governador fixou um período de seis dias (de 24 de maio a 1º de junho), incluindo um fim de semana. Houve casos, porém, como do assessor especial Mário Aparecido Moreira, que, de acordo com o Diário Oficial do Estado, recebeu nove diárias e meia. 

O motivo apresentado à Assembleia Legislativa para a ida de Jatene e seus assessores a Paris foi a entrega, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), do certificado de que o Estado está 100% livre de febre aftosa. O fato é mesmo um feito importante para a pecuária paraense, mas fruto muito mais do esforço conjunto dos produtores do Estado, já que cabe aos pecuaristas a compra e aplicação da vacina, etapa importante para erradicar a doença em território paraense.

Deputados criticam turismo de seis dias na França

A cerimônia de entrega do certificado ocorreu na última quinta-feira, 29, mas a viagem de Jatene se estende até 1 de junho. A assessoria do governador diz que ele passará por São Paulo e já chegaria a Belém na sexta-feira. “Certamente houve um exagero de tempo. Foram seis dias para um evento que só durou um dia. O resto foi turismo”, disse o deputado Parsifal Pontes (PMDB).

As críticas mais severas à caravana paraense à cidade Luz vieram do deputado petista Carlos Bordalo. “É fácil verificar que a viagem provocou um tumulto institucional”, disse. O deputado se refere ao fato de que, como pretendem concorrer às eleições de outubro deste ano, nem o vice Helenilson Pontes, tampouco o presidente da AL, deputado estadual Márcio Miranda, aceitaram assumir a cadeira de governador. A incumbência coube à terceira na linha sucessória (a presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Luzia Nadja Guimarães Nascimento). “A ausência do chefe do Executivo e do seu vice gera uma paralisia em um governo que tem sido marcado pela inoperância”, disse o deputado, citando o exemplo dos recursos liberados, pelo Ministério da Integração, há dois meses para investimentos no Marajó mas que até agora estão parados por falta de ação do Estado.

O deputado criticou também o que chamou de falta de “razoabilidade e economicidade da missão”. “Para que uma viagem com tanta gente para receber um certificado que foi mais fruto da ação dos produtores? Certamente o objetivo é usar essas imagens na campanha eleitoral”, disparou. 

Um comentário:

  1. Meu caro blogueiro. Fico a matutar por que o grupo RBA, bate dia e noite no atual governador do Pará ? Será que ainda não virou um "cachorro morto". Cachorro morto não se bate. O problema disso é que isso pode se reverter diante de uma decisão do eleitor. É importante avaliar, vcs que são da comunicação: quando se bate muito a dó pode aumentar. E isso é um ponto a refletir.

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