sexta-feira, dezembro 09, 2016

Petistas paraenses continuam no governo Temer

Petistas são mantidos no governo Temer. PT considera o atual governo como golpista e já orientou para todos desembarcarem, mas dirigentes e militantes fazem vista grossa com quem desobedece.

Por Diógenes Brandão

Quando a ex-presidenta Dilma sofreu o impeachment, muitos petistas deixaram o governo imediatamente, outros, só algum tempo depois, mas há quem se mantenha até hoje, talvez aguardando que sejam retirados, ou quem sabe descobertos pela militância que cobra bom senso entre o que o #ForaTemer que o partido prega e o que muitos fazem.

Alguns podem argumentar que o PT não obrigou ninguém deixar o governo Temer (já que não houve resolução para tal) e que apenas orientou seus filiados (as) que ocupam cargos de confiança no governo federal a deixarem seus postos no governo ilegítimo do presidente interino, no dia 12 de maio de 2016.

Outros podem justificar que manter "companheiros" nestes espaços, ajuda o partido a dar continuidade às políticas públicas importantes para a classe trabalhadora e os mais oprimidos. Ou quem sabe, alegar que os que permanecem no governo, tem direito de lá estarem por terem suas capacidades técnicas reconhecidas pelos novos gestores. 

Bem, para começo de conversa, no Pará, a questão parece ser mais pragmática do que programática, afinal o que justificaria manter DASs estratégicos em órgãos que não atuam diretamente com políticas públicas que os movimentos sociais onde PT atua e tem forte influência?

Tomemos como exemplo, Inocêncio Renato Gasparim, indicado pelo senador Paulo Rocha e o Deputado Federal Beto Faro é um dos que se encontram no comando da SUDAM, onde recebe o salário mensal de R$ 11.852,93, como Diretor de Gestão de Fundos e Incentivos e de Atração de Investimentos. Que benefício social ou político sua estadia no governo Temer traz ao PT, ou ao conjunto da sociedade?

E Alda Selma Frota? 

Esposa de Marcos de Oliveira, coordenador estadual do grupo político (Articulação Unidade na Luta) comandado por Paulo Rocha, Alda está na SUDAM desde 2005, onde desde então ocupa o cargo superior de confiança, atualmente como chefa de gabinete do superintendente, com remuneração básica bruta, no valor de R$ 9.025,21 mensal, o mesmo salário de Ana Paula Catete, ocupante da Assessoria de Comunicação Social e Marketing Institucional. Além delas, outras pessoas ligadas ao senador petista continuam ocupando cargos estratégicos no órgão, após o impeachment de Dilma e a chegada de Temer, como na Coordenação de Incentivos Fiscais e Financeiros e diversos outros empregados através de empresas terceirizadas. 

O grupo político (Democracia Socialista) comandado por Ana Júlia Carepa e pelo ex-deputado Federal Cláudio Puty, que internamente faz oposição aos grupos de Paulo Rocha e Beto Faro, também mantém indicados em outros órgãos federais, como no Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, com Jorge Rezende Oliveira, atualmente respondendo como delegado regional, pois entrou no órgão em setembro de 2015, com o salário de R$ 2.993,59, mas por substituir o ex-delegado Edilson Moura (ex-secretário de cultura no governo de Ana Júlia e que assim como Cláudio Puty deixou o cargo federal, após o impeachment de Dilma), hoje, Jorge Rezende tem como salário bruto, 'seus merecidos' R$ 8.153,03 mensais.

Este blogueiro conhece todas as pessoas citadas nesta postagem e não busca conflitos ou inimizade com quem quer que seja, mas sente-se na obrigação* de cobra-lhes coerência política e partidária, apesar de ficar feliz por todos estarem mantendo suas finanças em dia, ao contrário de milhares de petistas que nunca tiveram a oportunidade de participar de qualquer órgão ou aqueles que entregaram seus cargos no governo que o PT considera e toda a esquerda chama de golpista.

*Como profissional da informação, que toca em temas políticos diariamente e mantém críticas sobre o comportamento de outros partidos, o blogueiro não acha justo ser parcial e calar diante de erros do partido em que é filiado.

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