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domingo, dezembro 27, 2020

Estado se omite a salvar grávida que há tempos é torturada e ameaçada pelo marido

 

Via Portal Debate Carajás  sob o título Torturada, espancada, grávida e ameaçada de morte, esposa não consegue registrar boletim de ocorrência no sudeste do Pará

Vítima de diversas agressões físicas e verbais, Joseane Paixão, 33 anos, tentou pedir apoio para o destacamento da polícia militar, ontem (25), por volta de 20 horas, após levar tapas, socos e pontapés desferidos pelo esposo, Carlos Antônio Siqueira, 42 anos, vulgo “Bimba”, mas não recebeu o tratamento adequado.  

Joseane afirmou que foi agredida com ‘tapas na cara’ e só não foi executada a tiros porque o meliante não encontrou um revólver, segundo ele, comprado para matar a própria esposa. A tentativa de feminicídio foi praticada na Rua Da Elza, bairro Novo São João, em São João do Araguaia, no sudeste do Pará. 

Familiares acusam policiais militares de ‘fazer pouco caso’ diante da situação perigosa.

Parentes da vítima relataram à Redação do Portal Debate Carajás que “Bimba” é um bêbado inveterado, já espancou a esposa diversas vezes e ameaça matar a quem ousar impedi-lo. No início da noite ontem (26), Joseane fugiu de casa, mas foi alcançada pelo marido ciumento na casa de um familiar, onde foi novamente espancada e ameaçada de morte. Familiares estão pedindo ajuda da rede de proteção à mulher para resgatar Joseane Paixão, porém até agora não conseguiram sucesso na empreitada.

Grávida, Joseane denuncia agressões do marido, que segue solto sem uma ação da Polícia e nem de nenhum outro órgão de Segurança Pública.

Segundo relatos, “Bimba” conseguiu uma nova arma de fogo e estaria à procura da companheira pelas ruas de São João para executá-la. “Quando ele bate na minha irmã, o covarde foge para a Ilha de Seu Júlio, localizada no meio do Rio Tocantins. Só que minha irmã não é ‘cachorro sem dono’. Estamos fazendo de tudo para esse indivíduo ser preso”, narra a parente de Joseane. As informações contidas na matéria foram repassadas pelo colegas, parentes, vizinhos e pela própria vítima.

Vítima já foi torturada pelo companheiro, mas até agora não conseguiu proteção do Estado.

Amigos e familiares solicitam ajuda, “Urgente”, da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM) de Marabá ou de outros órgãos de segurança, pois a vítima estaria correndo risco iminente de ter seu esconderijo descoberto e ser morta pelo marido ciumento. 

O Portal Debate Carajás não conseguiu falar com o Comando do 4º Batalhão de Polícia Militar, em Marabá, responsável pela guarnição de São João do Araguaia nem com a delegada Eliene, responsável pela Deam de Marabá. O noticiário conseguiu contato com o Cabo Bonfim, integrante do destacamento da polícia militar, mas ele alegou que a PM só pode agir em casos de flagrante. 

A Redação não conseguiu conversar com a delegacia de Polícia Civil de São João do Araguaia, pois o número existe no Portal da PM/PA, chama mas ninguém atende a ligação. 

No início de 2020, o marido ciumento torturou e surrou a esposa com socos e ‘lapadas’ de cabo de vassoura. Na época, por medo, ela decidiu não denunciá-lo. 

2Como  último baluarte, só resta a Joseane Paixão contar com a ‘ajuda de Deus’ ou com a interferência de extrema urgência do Ministério Público (MPPA), caso contrário, mais uma mulher será assassinada pelo marido no Pará. De acordo com uma irmã de Joseane, a vítima está grávida e com depressão devido aos problemas com o marido desnaturado. 

O Portal Debate Carajás não conseguiu falar com o suspeito.

quinta-feira, dezembro 17, 2020

Policiais espancam e humilham mulheres em viagem para tratar da saúde em Belém

Depois de espancar e humilhar suas vítimas, os dois policias levaram as vítimas para a delegacia do município de Breves e lá, sob tortura, uma delas foi obrigada a encenar um pedido de desculpas para os agressores. Eles continuam livres e mostrando que a impunidade no Pará anda de braços dados com a omissão das autoridades.


Por Diógenes Brandão

A violência cometida por dois policiais civis, contra duas senhoras que viajam em uma embarcação da Ilha do Marajó à Belém, indignou diversas pessoas que presenciaram a cena e as que depois assistiram os vídeos gravados por passageiros, onde mostram tapas, socos, empurrões e muitos gritos, humilhações e abuso de autoridade, um crime que deve ser repreendido com rigor, mas ainda não foi. 

Os policiais continuam livres e se deram ao luxo de gravar uma encenação, na delegacia de Breves, logo após o ocorrido, onde as vítimas visivelmente abaladas psicologicamente, pediram desculpas aos agressores, após possivelmente serem obrigadas a falar em uma gravação feita no celular de um deles.

Assista:


Só hoje - muitas horas depois do ocorrido e com o fato amplamente divulgado pelo Whatsapp e em uma matéria jornalística feita pelo portal Roma News - é que o Twitter pessoal do governador Helder Barbalho limitou-se a reproduzir o que as redes sociais da Polícia Civil já haviam dito em uma mensagem curta, sem muitas explicações e sem citar os nomes dos agressores e muito menos informando se eles já estavam presos. Apenas prometendo que eles serão responsabilizados.



Apesar do desprezo por parte da maior autoridade do Estado, o caso é gravíssimo e levanta muitas dúvidas e questionamentos, entre os quais destacamos: 

Por que a autoridade policial civil, onde o caso foi parar, não considerou o depoimento das vítimas e autuou os policiais autores da agressão, que ainda usaram as dependências do prédio da delegacia para forjar uma encenação, afim de adulterar a realidade dos fatos e enganar a justiça?

Por que a Polícia Militar de Breves não recebeu ordens imediatas do comando da PM ou da SEGUP para prender os agressores em flagrante delito, já que desde ontem há provas provas que indicam os crimes por eles cometidos? 



Será que o governador Helder Barbalho não considera a gravidade do ocorrido com as vítimas destes dois policiais civis, que já deveriam ter sido detidos e suas vítimas sendo atendidas por uma equipe de médicos e psicólogos? 

O helicóptero do governo do Estado onde a deputada federal Elcione Barbalho (MDB) foi flagrada pegando carona em Setembro passado, em plena campanha eleitoral, não estava em condições de atender as vítimas destes policiais, que as impediram de chegar em Belém e deverão perder a consulta para a qual estavam programada, já que uma delas está adoentada e é paciente de TFD (Tratamento Fora do Domicílio)?

Dentro da embarcação, a autoridade máxima é o comandante do navio. A omissão deste não deveria ser apurada?

CADÊ OS DIREITOS HUMANOS?

Na foto, o deputado estadual Carlos Bordalo (PT) abraça o governador Helder Barbalho que exibe um exemplar do livro "Paulo Fonteles, sem ponto final", que narra a história do comunista eleito deputado estadual e assassinado por pistoleiros em 1987.

Até o fechamento desta matéria, nenhuma entidade defensora dos Direitos Humanos no Pará havia se pronunciado. 

A OAB-PA está em silêncio e mesmo a Comissão de Direitos Humanos da ALEPA, que antes era ativa e vigilante em relação aos casos de violações dos direitos da população, por parte de agentes públicos em outros governos, mas que depois que o atual governador assumiu o poder, a entidade passou a ser chamada de "peça de decoração", sob a tutela de seu presidente, o deputado estadual Carlos Bordalo (PT). 

QUEM SÃO OS AGRESSORES QUE O GOVERNO NÃO QUIS IDENTIFICAR?

Segundo um leitor do blog, que iremos preservar a identidade por motivos óbvios, os agressores são Rodrigo Oliveira (Investigador) e Anderson das Neves (Escrivão), sendo que ambos tem uma longa ficha com denúncias na Corregedoria da Polícia Civil do Pará. 

O investigador Rodrigo Oliveira é natural do Rio de Janeiro, de família classe média alta e o escrivão Anderson das Neves é do Mato Grosso. Ambos compõem a equipe do delegado Raul Castro, da delegacia de Portel, de onde vinham em viagem no Navio Custódio, quando resolveram se meter em uma discussão entre as vítimas e uma mulher que supostamente era uma Policial Militar.


Mas segundo apuramos, a pivô de toda a confusão chama-se Elisa Monteiro, que seria namorada de Anderson das Neves e que não queria ninguém ao lado de sua rede e chamou os policiais, que prontamente foram agredir as passageiras que queriam simplesmente armar suas redes e descansar durante a viagem. Elisa nega que seja namorada do policial.

Elisa Monteiro teria sido orientada a dizer que era Policial Militar e foi a pivô da confusão que resultou na covarde agressão das duas vítimas, por parte do suposto namorado da mesma. Ela nega que tenha alguma relação com o policial.

Em vídeo possivelmente gravado por um dos policiais, Elisa diz que foi mordida por uma das mulheres agredidas e mostra um dedo com um pequeno sangramento. Não há, no entanto, nenhuma imagem ou testemunha que confirme sua versão.


Nas imagens é possível ver outro homem, ainda não identificado, que participou das agressões, dando apoio aos dois policiais. Todos agiram de forma covarde e com requintes de crueldade.

Para piorar, toda a violência dos policiais foi acompanhada pela Superintendente Regional da Polícia Civil do Marajó Ocidental, a delegada Vanessa Macedo Corrêa de Souza, que estava a bordo do navio e além de acompanhar as cenas das agressões, nada fez para conter seus subordinados. 

POLICIAL TRANSFERIDO POR "PROBLEMAS"

A delegada Vanessa já teria transferido o investigador Rodrigo Oliveira, de Breves para Portel, depois dele ter tido "problemas", e estavam todos indo à Belém, quando o navio parou em Breves e as suas vítimas embarcaram. 

Ouça o áudio que foi enviado ao blog, que seria de Anderson, irmão de uma das vítimas, que revela detalhes inéditos sobre o caso:

A REVOLTA DAS TESTEMUNHAS E O MODUS OPERANDI DOS MAUS POLICIAIS

"Ambos são mais um daqueles que acham que estão acima da lei, que fazem a lei. Forjam fatos para se autobeneficiar e receber "medalha de ouro". Sempre colocam em seus textos "A PC chegou ao local e foi recebido a tiros pelo elemento. A PC (ou similar) reagiu em legitima defesa e o fulano de tal foi alvejado. A PC (ou a guarnição) prestou socorro, mas, no percurso do hospital, o elemento não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.

Precisa-se fazer justiça urgentemente! 

Esses "cidadãos" precisam responder por este ato de crueldade e que sirva de exemplo (práticas como essa cresceram consideravelmente nos últimos anos), crime contra mulher, trabalhadora, marajoara, cidadã, passageira no navio, mãe, filha e tantos outros adjetivos. É claro e notório que teve seus direitos violados, lesados, por quem deveria garanti-los, sendo submetida ao constrangimento, com abuso de autoridade por pessoas escondidas atrás de um distintivo, se prevalecendo de cargo público para vantagens particulares, etc. 

Eles sim, mereciam e merecem sair presos deste navio!!!

Quem eles pensam que são? Acham que estão acima da lei? São em suas mãos que surgem novas leis? Acham que continuarão sendo privilegiados? Acham que são intocáveis? 

E quantos casos como esse aconteceram e acontecem por aí que não foram registrados? 

A justiça tem o dever imediato de dar uma resposta à sociedade." finaliza, a fonte que pediu para não ser identificada.

A NOTÍCIA QUE FEZ O GOVERNO SE PRONUCIAR

Segundo a Roma News, as cenas de violência começaram depois que a senhora que sofreu as agressões "tentou atar uma rede para descansar durante a viagem, quando uma policial, que já estava na embarcação, impediu que a mesma se deitasse próxima a ela. Durante discussão, uma briga entre as duas iniciou. Outras pessoas que também estavam no local tentaram separar as duas, quando um homem, com a arma na mão, se identificou como policial civil e separou as duas. 

A policial que estava no barco, não queria que a senhora perto dela, aí elas começaram a brigar e a PM chamou outros policiais que entraram armados e agrediram a senhora, tirando ela do barco", disse uma passageira, sem querer se identificar. Um dos policiais presentes, exigiu que a mulher saísse do barco. Sem pedir explicações para ela sobre o ocorrido, ele a obrigou a sair do barco. A mulher, pede ajuda a ele para retirar suas coisas do local e ele se nega. Ela explica que "está doente" e ele, sem se importar, disse que não queria saber da história dela, mas, utilizando de vocabulário impróprio.

Quando ela se abaixa para pegar seus pertences, as agressões contra ela começam. Socos, tapas, empurrões são dirigidos contra ela, que pede, incontáveis vezes que ele não faça isso, pois ela está doente. "Por favor senhor, não faça isso. Eu não fiz nada. Eu não sou ladra. Eu não roubei ninguém. Eu estou doente. Não faça isso senhor, por favor. Eu não estou lhe agredindo", implora a vítima enquanto é agredida pelo policial, que deveria estar ali para garantir a ordem e a segurança de todos.

Uma outra mulher tenta ajudá-la e também é agredida, mas, depois, a sessão de agressão continua até a retirada da senhora do local", noticiou o Portal Roma News.

O blog continuará em busca de mais informações sobre esse fato que revela o quanto a população que utiliza o transporte fluvial nos rios do Pará estão submetidas ao descaso por parte das autoridades. 

Já não bastam ficarmos à mercê dos "piratas", que atacam as embarcações para assaltar os passageiros e a tripulação, agora é são agentes da Polícia Civil do Estado do Pará, que ao invés de proteger, acaba cometendo crimes e atentando contra a segurança e a dignidade do povo paraense que paga seus salários e dos governantes por eles responsáveis?

quarta-feira, novembro 04, 2020

Carlito Begot é acusado de agredir, sequestrar e ameaçar de morte uma mulher em Ananindeua

Carlito Begot é acusado de agredir, sequestrar e ameaçar de morte uma moradora que filmava sua caminhada em Ananindeua. O caso foi registrado na Polícia. Atual vice-prefeito e agora candidato a prefeito de Ananindeua diz que só pediu para ela apagar as imagens e sua assessoria acusa a campanha do adversário de ter infiltrado a mulher para desestabilizá-lo. 


Por Diógenes Brandão

O candidato do PSD a prefeito de Ananindeua, Carlito Begot foi denunciado na delegacia de Ananindeua, por uma mulher de 44 anos, que o acusou de sequestro, seguido de tortura, em ato violento contra a vítima, que registrava com fotos e vídeos, uma caminhada do candidato na trav. Dr. Dário com a rua Castanheira, no bairro do Curuçambá, na manhã desta quarta-feira, 4. 

Na condição de vítima, Ana Maria Pinheiro, 44 anos, disse à autoridade policial, que Carlito Begot não gostou de ver a moradora gravando e fotografando a sua caminhada e por isso aproximou-se dela e arrancou-lhe o celular das suas mãos. Em seguida, obrigou-a a desbloquear o aparelho e passou a apagar diversas fotos e vídeos da memória do equipamento e o entregou a um dos seus seguranças, que por sua vez continuou apagando até o que não era da caminhada do candidato.

AGRESSÕES, SEQUESTRO E AMEAÇA DE MORTE

Ainda segundo a vítima relatou em um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia, agindo com truculência, Carlito Begot teria colocado a mulher em seu carro dizendo textualmente: "Bora, vou te levar para a Seccional para registrar uma ocorrência". Dito isso, Carlito teria segurando Ana Maria pelo braço e obrigado a mesma a entrar no seu carro. Lá dentro, dirigindo o veículo, Carlito teria feito uma ameaça macabra: "Vais acabar com minha campanha, mas vou jogar teu corpo no ramal e ninguém irá mais saber de ti".

Ana Maria também relatou que só foi posta em liberdade, após indagar Carlito Begot se aquilo que ela estava vivenciando não era cárcere privado e ameaça de morte. Foi então que Carlito ligou para uma pessoa, que provavelmente o orientou a não dar seguimento naquela atitude e a colocar em liberdade. Um motorista de aplicativo teria seguido o carro e levou a vítima para o local onde ela foi retirada e lá descobriu que outra mulher, identificada como Luana Ribeiro, também havia sido agredida por seguranças de Carlito Begot.

A VERSÃO DA ASSESSORIA DE CARLITO BERGOT

O blog AS FALAS DA PÓLIS tentou entrar em contato com Carlito Begot, mas o vice-prefeito de Ananindeua e candidato a prefeito do município não atendeu as ligações. 

No entanto, a assessoria de comunicação do candidato atendeu e disse que, de fato, ocorreu um fato embaraçoso na caminhada que ocorria no bairro de Curuçambá, mas que só abordou a mulher pedindo que ela apagasse as imagens que fazia em seu celular, mas não que não a ameaçou e nem tão pouco sequestrou Ana Maria Pinheiro. 

A assessoria de Carlito Begot reclama que o jornal Diário do Pará não cumpriu seu papel de imprensa de informar a população de forma isenta e não ouviu o outro lado do fato que relatou, tratando assim o jornalismo em uma peça de marketing político da família do governador em prol deles e de seus aliados. Sobre a suposta vítima, o assessor de imprensa de Carlito Begot foi taxativo ao dizer que a mulher que registrou queixa na polícia, foi infiltrada pela campanha do candidato Dr. Daniel Santos (MDB) para desestabilizar o concorrente. 

Daniel Santos lidera as pesquisas de Ananindeua, tendo inclusive a possibilidade de vencer as eleições no primeiro turno, conforme indicam todos os estudos eleitorais elaborados por todos os institutos de pesquisa.

ABAFA O CASO

A live ocorreu hoje a noite e nela o candidato Carlito Begot não tocou no assunto.

Ao lado do deputado federal delegado Éder Mauro, Carlito Begot realizou uma live no começo da noite de hoje, mas não tocou no assunto, o qual foi relatado pelo jornal Diário do Pará, em sua versão online, mas que não ouviu o candidato para obter sua versão.

Leia também:

Daniel tem 82% dos votos em Ananindeua e disputa deve ficar no 1º turno, aponta DOXA

terça-feira, janeiro 14, 2020

Militante petista é agredida por Secretário da Comissão de Direitos Humanos da ALEPA

Militante petista foi agredida pelo secretário da Comissão de Direitos Humanos da ALEPA,  a qual é presidida pelo deputado Carlos Bordalo (PT). 

Por Diógenes Brandão

No momento em que os paraenses souberam da prisão de dois (2) maníacos acusados de  terem participação no estupro de cinco (5) jovens em Marituba, município da região metropolitana de Belém, sendo que uma foi morta e outra se encontra internada em estado grave no Hospital Metropolitano, mais um caso de violência contra a mulher é denunciado pelas redes sociais. 

Trata-se de uma violência que maltrata e fere a alma, a dignidade e é considerada crime, assim como as agressões físicas. A agressão verbal também é crime e pode acabar na prisão do agressor. 

Segundo o blog apurou, um membro do Partido dos Trabalhadores (PT) - que já foi secretário municipal do então prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, tentou ser vereador do município e hoje encontra-se lotado como secretário da Comissão de Direitos Humanos da ALEPA - foi o autor de mensagens que ofenderam a honra e a dignidade de uma companheira de partido, que critica a aliança do PT com o MDB e os acordos que a atual direção estadual petista vem fechando com partidos e candidatos da direita paraense, além de relações nada republicanas com setores do governo, acusados de participação em esquemas de desvio de verbas, como a que resultaram o indiciamento do vice-governador do estado, Lúcio Vale, acusado de liderar um esquema criminoso que roubou recursos da educação básica, sobretudo da merenda escolar, de escolas em 10 municípios paraenses.

As críticas da militante e de seu grupo interno, teriam levado o petista a usar um aplicativo de mensagem para agredir com acusações de baixo nível, uma companheira do partido, a socióloga Karol Cavalcante, que desde a adolescência cumpre papel de dirigente partidária e hoje, como membro do Diretório Nacional e tendo recentemente terminado o mestrado em Ciência Política pela UFPA, atua também como facilitadora da Fundação Perseu Abramo, que entre outras atividades é responsável por cursos de formação política e de pós-graduação para filiados e simpatizantes do PT.

No segundo semestre do Ano passado, Karol Cavalcante disputou as eleições para a presidência estadual do PT-PA, nas quais o deputado federal Beto Faro foi o vitorioso. O agressor de Karol é ligado ao grupo interno de Beto Faro e dos deputados estaduais Dilvanda Faro e Carlos Bordalo, que preside a Comissão de Direitos Humanos na ALEPA e que inclusive está sendo processado por uma ex-companheira, assunto que trataremos em outra publicação.

Veja o relato da jovem militante, que mesmo diante de uma grave agressão à sua honra, mantém o otimismo e a força para continuar lutando pelos seus ideais e contra o machismo, o sexismo e a misoginia presente na sociedade e nos partidos, inclusive naqueles que dizem ser contra os preconceitos, discriminações e a violência contra as mulheres.



"A violência verbal é um comportamento agressivo, caracterizado por palavras danosas, que têm a intenção de ridicularizar, humilhar, manipular e/ou ameaçar. Assim como acontece com a violência física, este tipo de agressão afeta significativamente a vítima, causando danos psicológicos brutais e irreparáveis. A violência verbal anda lado a lado com a violência psicológica, já que a segunda é uma consequência da primeira", revela a matéria do IBC - Instituto Brasileiro de Coaching. 

Leia mais.


quarta-feira, outubro 04, 2017

Ananindeua: A cidade que mais mata mulheres


Via UOL

A sala está quente, abafada. O pequeno ventilador que gira no canto da mesa não dá conta de vencer os quase 40º C que o termômetro marcava naquele começo de tarde no Pará. Os minutos de silêncio, timidez e hesitação precedem o peso dos depoimentos que viriam a seguir. Cada mulher sentada naquela roda sabe que não será fácil reconstituir as lembranças da violência sofrida durante anos. Algumas delas ainda vivem com seus agressores. Elas estão reunidas na sede do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cram) em Ananindeua, cidade da zona metropolitana de Belém. São mulheres diversas em idade, raça, classe e história, todas atendidas pelo serviço. Apesar das diferenças, têm algo em comum: o fato de estarem vivas para contar o que viveram significa que venceram as estatísticas.

A cidade que mais mata mulheres 

A Agência Pública mergulhou nos registros do Ministério da Saúde para encontrar a cidade brasileira com mais mortes violentas de mulheres e a evolução desse número em dez anos (de 2005 a 2015 - último ano com dados disponíveis no sistema). 

Essa categoria inclui mortes por violência por diversos meios, como sufocamento, arma de fogo, objetos cortantes ou mesmo agressões sexuais (leia mais ao final do especial. 

Nesse recorte, Ananindeua foi o município com a maior taxa de morte de mulheres em 2015, com 21,9 homicídios para cada 100 mil residentes mulheres. 

Em comparação, a segunda colocada, Camaçari, na Bahia, teve uma taxa de 13 por 100 mil. 

A escalada da taxa de mortes de mulheres em Ananindeua ao longo dos anos também chama a atenção: em 2005, foram apenas três mortes por agressões por 100 mil mulheres na cidade paraense –-ou seja, houve aumento de 730% em uma década. Ananindeua aparece também entre as cidades com as maiores taxas de homicídio da América Latina e Caribe, segundo o Observatório de Homicídios. No último Mapa da Violência, que traz os homicídios por armas de fogo no país, de 2012 a 2014, ela fica em sétimo lugar.







quarta-feira, maio 20, 2015

Dirigente do PSOL recebe votos de repúdio dos vereadores de Belém por agressão à mulheres

Pedrinho foi candidato a senador pelo PSOL nas eleições de 2014 e agora é acusado de agressão física e psicológica contra mulheres.

Na manhã desta quarta-feira (20), os vereadores de Belém aprovaram Votos de Repúdio contra a agressão do dirigente do PSOL-PA, Pedro Maia, mais conhecido como "Pedrinho", candidato a senador pelo partido nas eleições de 2014.

O requerimento para a sessão foi de autoria do vereador Moa Moraes (PCdoB) e a aprovação dos Votos de Repúdio contra o Pedrinho, se deu pelo fato deste ter sido acusado de ter agredido 3 mulheres durante apuração de uma eleição no DCE/UFPA, na semana passada.


Entre os que votaram contrários ao repúdio, está o Dr. Chiquinho (PSOL) e Meg Barros eleita pelo PSOL, mas hoje filiada ao PROS. A combatente vereadora e defensora dos Direitos das Mulheres, Marinor Brito e o aguerrido Fernando Carneiro, ambos do partido do agressor, infelizmente não foram trabalhar e por isso estão entre os ausentes desta histórica abstenção.

Em um cometário publicado no facebook deste blogueiro, a vereadora Marinor Brito se posicionou da seguinte forma: 

Toda e qualquer denuncia de agressão ou violência, precisa ser apurada. E ao agressor dado o direito constitucional de defesa. Independente de onde venha a agressão, se confirmada, que seja aplicado as punições previstas na Lei. Eu repudio todo e qualquer tipo de violência. Aliás, meu querido Jimmy, minhas posições sobre esse tipo de assunto, sempre foram claras e de domínio público. Doa a quem doer, EU digo Não à violência!!

Assim como a direção nacional e estadual do PSOL mantém um silêncio gritante sobre o caso, a principal liderança local do partido, segue a mesma linha. Edmilson Rodrigues, atual deputado federal e provável candidato a prefeitura de Belém, mantém silêncio sobre o fato. 

Segundo informações apuradas com militantes do próprio PSOL, apesar dele e Marinor quererem, seu grupo interno não tem força para fazer os demais se posicionarem com uma punição exemplar ao dirigente agressor e esta postura poderá trazer um grande prejuízo político e arranhar a imagem pública de todos os integrantes do PSOL.

Por ser um caso histórico, o vereador Moa Moraes concedeu uma entrevista ao blog AS FALAS DA PÓLIS, sobre este caso que já havíamos noticiado e que pode render a expulsão de mais um dirigente do PSOL ou ficar impune. Leia mais aqui http://goo.gl/3lZuoD

Segue a entrevista:

Blogger: Bom dia, vereador! O que motivou o requerimento pedindo os votos de repúdio contra o Pedro Maia?

Moa Moraes: Olá, bom dia! 

Em primeiro lugar quero agradecer a oportunidade deixar mais nítido para a população de Belém os fatos ocorridos. Vamos a eles: nos últimos dias 14 e 15 de Maio, o movimento estudantil da UFPA promoveu as eleições de seu Diretório Central de Estudantes-DCE, momento histórico para a politica estudantil daquela instituição de ensino público. Ao final do dia 15, iniciou-se o processo de apuração, que historicamente, entra pela noite e madrugada. 

Estivemos lá acompanhando o processo por julgar importante a política estudantil e juvenil em nosso estado, contudo não pudemos acompanhar as apurações. Em um dado momento na madrugada do dia 16, os ânimos já estavam tensos, as pessoas cansadas (de 2 dias de eleições). 

Houveram questionamentos por parte de militantes do PSOL que tentaram invadir a sala do DCE onde estavam fazendo as apurações. Em um ato de coragem e de comprometimento com a lisura do processo, pois haviam na sala de apurações representantes das 6 chapas concorrentes (e assim, obviamente, também da chapa do agressor), alguns estudantes foram à porta tentar segurá-la para que não fosse invadida, quando foram surpreendidos por um forte empurrão, que adentraram a sala e já imediatamente vieram os empurrões e socos. 

Um desse empurrões foi sobre uma militante, liderança da União Juventude Socialista- UJS, juventude estudantil organizada ligada ao nosso partido, o Partido Comunista do Brasil - PCdoB e um soco foi deferido sobre outra jovem ligada ao movimento Levante Popular da Juventude. Dito isso, o que nos motivou a fazer o requerimento de votos de repudio foi a agressão (física e emocional) cometida por um militante sobre seus pares, outros militantes também do Movimento Estudantil (ME), mas sobretudo, o que nos motivou após alguns dias do fato ocorrido, foi o completo silêncio da direção do PSOL-PA, sobre o fato lastimável. Nossa assessoria fez uma varredura nos meios de comunicação e redes sociais, e não foi encontrado uma linha sequer, que fosse oficial da direção do partido, sobre o ocorrido. 

Assim, como pela violência física e verbal desmensurada que foi deferida sobre mulheres, que ali estavam no momento. Além de que o agressor não é uma pessoa qualquer, é um politico, uma liderança desse partido, foi candidato a Senador nas eleições passadas.

Encontramos notas de uma corrente do PSOL (CST) e do próprio agressor que faz uma autocritica do fato ocorrido, mas em nossa avaliação não diminui a gravidade do fato, muito menos nos motiva abrandar a situação. Mas vejam: Não encontramos, como já dito, uma linha se quer da DIREÇÃO DO PSOL-PA em direção à tomada de medidas contra o que consideramos muito grave.

Dessa forma, o que nos motivou foi a violência na política estudantil, a violência contra as mulheres, mas sobretudo, o descaso do PSOL-PA com o fato ocorrido.

Blogger: Segundo informações publicadas nas redes sociais, foram 03 mulheres agredidas. Porque o sr. só pediu votos de repúdio contra a agressão à jovem ligada a UJS?

Moa Moraes: As informações que apuramos foi que a agressão foi mais diretamente a duas jovens, como já informamos anteriormente. Sobre o fato de pedir repúdio contra a agressão à uma jovem ligada a UJS, já expliquei que esta juventude é ligada a meu partido, e foi para demostrar um pouco de nossa preocupação e relevância que o movimento estudantil e sobretudo, a UJS tem para nossa atuação política, porque a jovem agredida é nossa amiga e camarada, uma jovem mãe de família, trabalhadora, e que este seria um gesto solidariedade à camarada. 

Contudo, tal como deixei nítido em minha fala no Plenário, estendo este votos de repúdio em nome de todos e todas que se sentiram agredidos naquela mal fadada madrugada.

Blogger: Como o Sr. avalia a ausência da vereadora Marinor Brito, do vereador Fernando Carneiro e do voto contrário do vereador Chiquinho, todos do PSOL?

Moa Moraes: De antemão digo que os fatos não tem nada haver. São questões distintas. o fato dos vereadores citados não estarem em Plenário na hora da votação, nada tem haver com a votação do requerimento. Nós, vereadores temos um dia de trabalho bem corrido, às vezes não estamos em Plenário (mesmo no horário de sessões) para atendermos situações emergentes dentro da própria Câmara, atendendo a população que nos procura, e outros momentos precisamos nos ausentar para estar em reuniões e movimentos sociais, como eu próprio que estive acompanhando, esses dias, o movimento grevista dos professores da rede pública de ensino do Estado. 

Não sei a agenda dos nobres Vereadores, por isso não poderia falar por eles. Sobre o voto "não" do vereador Dr. Chiquinho , no momento da discussão do requerimento ele justificou dizendo que não cabia o requerimento porque os fatos não foram bem como colocamos e que o agressor já havia divulgado uma nota de esclarecimento. Mas como as versões são conflitantes, preferimos ficar com a versão que nos foi apresentada pel@s camaradas. Também sabemos que o agressor faz parte da corrente politica do Vereador Dr. Chiquinho.

Blogger: Como os votos de repúdio podem ajudar na punição do agressor?

Moa Moraes: Acreditamos que nosso gesto político ajude, sobretudo, não em uma "punição" (pois esta cabe à justiça e procedimentos cabíveis foram tomados pelas agredidas), mas sim em uma tomada de consciência social e politica. Não há mais espaço na sociedade em que vivemos para violências, sobretudo aquelas que podem suscitar discriminação e preconceito, como as de gênero que aquelas jovens sofreram. A força do mais forte não pode mais subjugar os mais fracos! É contra isso que isso que eu e nosso partido lutamos !

Blogger: Quais as outras medidas adotadas pela UJS contra o Pedro Maia?

Moa Moraes: Em conversa com lideranças da UJS, fui informado que a mesma já deliberou como encaminhamento que lutará e não medirá esforços para, literalmente, banir pessoas como essa do ME, tomando inclusive este, como um fato politico marcante e histórico de agressão e desrespeito a diversidade politica, cultural e de gênero em Belém, expurgando pessoas como essas de nosso convívio; essa foi a declaração. 



quinta-feira, maio 14, 2015

Candidato a senador pelo PSOL é denunciado por agressão à mulheres


A apuração de uma urna do processo eleitoral para escolha da nova direção do DCE da UFPA, acabou com pancadaria e três estudantes universitárias acabaram agredidas por um dirigente do PSOL - Partido Socialismo e Liberdade. Uma delas levou um soco no rosto e outras duas que ficaram machucadas, por conta de empurrões que levaram do agressor. 

O caso foi registrado com ocorrência policial e todas já fizeram exame de corpo delito e o acusado pode ter a comissão de ética do partido, pelo qual saiu candidato a senador do Estado do Pará nas eleições de 2014.

Ao contrário do que muitos comentários que circulam nas redes sociais, o caso não se enquadram na lei Maria da Penha, haja vista, que não se trata de violência doméstica, tal como prevê a legislação brasileira.

Após o acontecido, o Levante Popular, organização estudantil que encabeça a chapa, da qual pertence a estudante vítima da agressão, emitiu uma nota de repúdio e denunciou que a prática violenta se equipara ao comportamento do partido durante todo o processo eleitoral e cobra que o PSOL se manifeste publicamente sobre o ocorrido e que as devidas providências sejam tomadas.

Até o fechamento desta postagem, nenhum dirigente do PSOL se manifestou sobre o ocorrido, nem mesmo de Edmilson Rodrigues, deputado federal do mesmo partido do agressor, que sempre se utiliza de suas redes sociais para repudiar casos de agressões a trabalhadores e violações contra setores populares da sociedade.

Fique com a nota publica no perfil do Facebook de Pedro Maia e voltamos logo em seguida.

Companheiras e companheiros, eu, Pedro Maia, sou militante social e político a mais de 20 anos. Ao longo a minha vida militante, nunca me envolvi em casos de agressão, machismo, opressão seja qualquer que seja para com mulheres. Acredito e sempre acreditei na luta das mulheres como primordial para a luta de transformação da sociedade.

Estive na noite de ontem na apuração da eleição ao diretório central dos estudantes da ufpa para apoiar os companheiros da juventude. Durante a apuração, o grau de tensionamento estrapolou os limites políticos acabando por fim chegando a agressão física. Houve um tumulto, ao qual intervi e acabei recebendo um soco de um companheiro homem de outra organização. Ao reagir a essa agressão, tentei revidar no mesmo companheiro homem, o que infelizmente, acabei por agredir uma companheira mulher, de forma não intencional.

O fato de não ter sido intencional, não retira minha responsabilidade com o ocorrido. E a partir disso faço minha auto critica e peço desculpas publicas a companheira. Fico a disposição para quaisquer esclarecimentos e apoio a companheira.

Quando os mecanismos políticos de disputa se esvaziam no ambiente de violência e agressão física, todos temos responsabilidade sobre ele. E por isso, não me eximo da culpa para com o caso.
Por isso, reitero minhas desculpas a companheira e ao conjunto das mulheres que lutam cotidianamente contra as ações machistas que ocorrem na sociedade.

Na opinião deste blog, o "Pedrinho" tal como todos o conhecem é notoriamente um militante de esquerda, presente nas lutas sociais encampadas na capital do Estado do Pará. Com uma eloquência ácida, fez escola com o Babá, deputado petista reconhecido por sua contundência nos debates políticos da década de 80 e 90. Hoje ambos estão no PSOL e Pedrinho concorreu ao cargo de senador do Estado do Pará e defende com veemência as bandeiras do anti-machismo entre outras. No entanto, sua presença naquela apuração da eleição do DCE, por mais que legal, não se justifica, já que ele não é estudante, professor e nem funcionário da UFPA, na qual ocorreu a eleição.

A possibilidade do PSOL puni-lo é quase nula, mas o caso já repercute negativamente nas redes sociais e debates internos de vários partidos, principalmente de esquerda. A moça que o blog prefere não revelar ainda o nome, é ligada a SPDDH-PA - Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos no Pará e está muito abalada com tudo que aconteceu na madrugada desta quinta-feira.

A apuração das urnas restantes da eleição do DCE/UFPA continua nesta noite e espera-se que o bom senso dessa vez seja vitorioso.

sábado, março 07, 2015

Mulheres: Há conquistas, mas é preciso continuar lutando

Karol Cavalcante: Nós mulheres ainda representamos 70 % da população pobre do mundo.

Por Karol Cavalcante*

Muitos foram os avanços conquistados pelas mulheres. Na última década, cresceu o número de mulheres no mercado de trabalho, no parlamento, nas atividades científicas. Este crescimento reflete a luta e organização das mulheres na sociedade. Embora tenhamos avançado bastante, as dificuldades ainda são latentes e se refletem no mundo do trabalho e na vida das mulheres.

Desde 2002 vivemos um novo momento na política e na vida das mulheres brasileiras. Com a eleição de Lula e Dilma um conjunto de políticas públicas foram implementadas com o objetivo de combater as desigualdades históricas entre homens e mulheres. Conquistamos o primeiro órgão federal de políticas públicas, Conferências, Plano Nacional de Políticas para as mulheres, a Lei Maria da Penha principal mecanismo de combate a violência contra as mulheres, a regulamentação em Lei do trabalho doméstico, entre outras conquistas.

Avançamos bastante, mas não podemos nos levar pelo discurso triunfalista de que homens e mulheres já vivem em situação de igualdade na sociedade. Somos apenas 8,7% do congresso nacional, mesmo representando 52% do eleitorado. Em relação ao mercado de trabalho brasileiro, homens recebem salários 30% maiores do que as mulheres (Fonte: Observatório de gênero no Brasil). Cumprimos uma carga horária de trabalho exaustiva e muitas vezes somos as únicas responsáveis pelo trabalho doméstico. Nós mulheres ainda representamos 70 % da população pobre do mundo.


Embora tenhamos avançado bastante no que concerne as políticas públicas, avançamos pouco no que se refere aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Ainda temos uma legislação do século passado que criminaliza o aborto fazendo com que anualmente milhares de mulheres, principalmente as mais pobres, recorram a esse método de forma clandestina, em péssimas condições, colocando em risco suas vidas.

É papel de um governo progressista se propor a discutir e alterar os marcos legais existentes no Brasil sobre a temática. É necessário compreender o legado de opressão que impede que mulheres tenham de fato o direito de decidir sobre o seu corpo. Devemos seguir o exemplo dos nossos irmãos Uruguaios e descriminalizar o aborto no Brasil. No Uruguai o número de abortos passou de 33 mil por ano para apenas 4 mil. Segundo os dados oficiais do governo Uruguaio entre dezembro de 2012 e maio de 2013 não foi registrado nenhuma morte materna por consequência de aborto. Junto a descriminalização o governo uruguaio implementou um conjunto de politicas públicas de planejamento familiar e atendimento integral de saúde reprodutiva da mulher.

O ambiente conservador, liderado por parlamentares fundamentalistas e religiosos tem tornado o tema do aborto um assunto cada vez mais difícil de ser debatido no Brasil. Embora os conservadores não queiram debater não há como negar que o aborto existe e é praticado por milhares de mulheres. Dados do Ministério da saúde de 2013 estimam que ocorra mais de um milhão de abortos provocados todos os anos. O abortamento é a quinta causa de mortalidade materna no país. Entre 2007 e 2012 um total de 963. 291 mulheres foram internadas no SUS por aborto e suas complicações. O custo desse atendimento foi de 180 milhões aos cofres públicos brasileiro. Sobre o perfil das mulheres que recorrem a esse método 81% já possui filhos e 64% estão casadas, isto sugeri que o aborto é usado como instrumento de planejamento familiar quando os métodos contraceptivos falham. Quanto a religião 65% declaram ser católicas, 25% protestantes ou evangélicas e 5% seguem outras religiões. Os dados comprovam que apesar da proibição legal ao aborto ele existe e vítima anualmente milhares de mulheres, em sua maioria pobres e negras (Pesquisa nacional de aborto/ UNB). A Legalização do aborto e sua descriminalização são pautas fundamentais para o avanço de políticas públicas que caminhem rumo a garantia da autonomia das mulheres.

O Partido dos Trabalhadores, desde 1991, defende em seu programa politico a legalização do aborto. Sofremos vários reveses na pauta nos últimos anos, fruto das contradições e dos limites que se apresentam a um partido que se torna governo. Mas nós mulheres petistas não podemos abrir mão desse enorme desafio de debater este tema tão atual que atinge a vida cotidiana das mulheres brasileiras e que deve ser tratado como uma questão de saúde pública.

Que neste 08 de Março possamos mais uma vez ir as ruas lutar para que o aborto legal seja um direito das mulheres e dever do estado. Que possamos lutar por mais dignidade, autonomia e cidadania. Enfim, que possamos caminhar para uma sociedade verdadeiramente igualitária, justa, solidária e libertária.

*Karol Cavalcante é Socióloga, Especialista em Gestão de Municípios pelo NUMA/UFPA. Feminista e ativista digital. Atualmente é Secretária-Geral do PT do Pará.

terça-feira, janeiro 06, 2015

Briga da virada do ano: Empresário é o agredido ou o agressor?




A briga entre jovens empresários, com seguranças que trabalhavam em uma casa noturna de Belém, durante a virada do ano, ganha mais um episódio, desta vez revelador.

Ao analisar as imagens do circuito interno, não é necessário ser um perito do IML para perceber que o empresário que procurou a polícia dizendo ter sido agredido, na verdade se envolveu em uma briga com seguranças, após um destes ter protegido uma moça que estava sendo agredida por um dos amigos do jovem, que insiste em dizer que foi agredido. 

Mesmo esperando a apuração dos fatos pela polícia, este blog percebe claramente que a grande mídia sempre dá um jeito de proteger a imagem de pessoas ricas e condena os trabalhadores, em casos de conflitos entre essas pessoas desta duas distintas classes sociais. 

Veja a matéria da GloboNews, reproduzida pela TV Liberal, afiliada da Rede, onde a parte do vídeo publicado acima foi suprimida, talvez para manter a versão da família do empresário que acabou levando a pior na confusão.

Nas redes sociais, muita polêmica sobre de quem seria a culpa pelo início da briga: Do dono da boate, dos profissionais da segurança ou do próprio empresário que se meteu em um discussão acalorada em defesa de seu amigo, que pelo o que se viu, agredia sua própria namorada.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...