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sábado, dezembro 26, 2020

Fafá de Belém recebe do Governo 600 mil reais pela Varanda de Nazaré, no ano em que nem houve Círio

Fafá de Belém canta na Varanda de Nazaré, no Círio de 2014, quando foi acusada pelo Diário do Pará de encher o bolso de dinheiro e desafiada pelo jornal da família Barbalho a promover o Círio de graça.


Por Diógenes Brandão 

O blog do premiado jornalista Lúcio Flávio Pinto nos trouxe uma informação que merece ser debatida pela gastança de dinheiro público que se repete com força duplicada e sem explicações cabíveis.

A cantora Fafá de Belém, que antes era severamente criticada pelo jornal Diário do Pará, por shows que fazia durante o Círio de Nazaré, com o patrocínio do governo do Estado, foi premiada para receber o dobro para fazer, pasmem, uma 'Live'!

As críticas publicadas nos meios comunicação da família barbalho sempre eram reproduzidas pela militância e membros de partidos de oposição aos governos do PSDB, sobretudo os partidos de esquerda, que agora se calam diante todos contratos e desvios realizados pelo governo Barbalho. Inclusive este blog reproduzia essas críticas, admito.

Em 2014, por exemplo, a coluna Repórter Diário detonou Fafá de Belém por ela estar de amarelo (que com o branco são as cores do Círio) e ter recebido R$300 mil para duas apresentações presenciais na Varanda de Nazaré. 


Agora, sob o comando de Helder Barbalho, o Banpará repassa através de um contrato sem licitação, a bagatela de R$600 mil reais para uma empresa de São Paulo pagar uma Live da Fafá de Belém, a qual durou pouco mais de uma hora e meia, durante o Círio de Nazaré. Veja Aqui.

Como pode o estranho contrato de um evento que aconteceu há dois meses, justificado como sendo a pós-produção de uma "live", realizada em Outubro de 2020, ser publicado só agora, no último dia 23?

Enquanto isso, os artistas paraenses ficaram aí deixados ao relento, sem apoio, sem dinheiro, pra enfrentar esse  momento difícil da pandemia. A maioria deles passando até necessidade junto com as famílias por não ter dinheiro pro seu ganha pão.

Leia abaixo a matéria do blog do Lúcio Flávio Pinto Pinto:

O Banco do Estado do Pará gastará 14 milhões de reais em sete contratos, conforme atos publicados na Edição de hoje do Diário Oficial.  

A cantora Fafá de Belém, por exemplo, receberá 600 mil reais como apoio financeiro para a sua Varanda Cultural de Nazaré, que, graças ao generoso patrocínio oficial, completa uma década de existência. Neste ano não houve Círio, mas houve a versão virtual da janela. 

O apoio, com inexigibilidade de licitação, foi dado quando o projeto “encontra-se em fase de pós-produção”. 

O contrato foi assinado com a Kaiapó Produções Artísticas, Fonográficas e Publicidade, com sede no Jardim Paulista, bairro nobre de São Paulo. Continue lendo...

sábado, agosto 12, 2017

Airton Faleiro (PT) nega ter aprovado título de 'Cidadão Paraense' a João Doria


O deputado estadual e membro da mesa diretora da ALEPA, Airton Faleiro (PT-PA),  usou seu perfil no Facebook para negar que tenha assinado o projeto de lei que homenageia o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), com o título de Cidadão Paraense.

O jornal Diário do Pará do dia 07 de Julho afirma que o projeto foi aprovado de forma unânime pela mesa diretora da ALEPA - Assembleia Legislativa do Pará, onde Airton Faleiro é membro, junto com o presidente da casa, o deputado estadual Márcio Miranda (DEM), a Deputada Cilene Couto (PSDB) e os deputados Miro Sanova (PDT), Cássio Andrade (PSB), Fernando Coimbra (PSL) e o Soldado Tercio (PROS).


Segundo a jornalista Franssinete Florenzano, Doria vem à Belém pela terceira vez participar do círio de Nazaré e fazer uma palestra, provavelmente na FIEPA, no dia 06 de Outubro. 

Pelas redes sociais, diversos internautas prometem jogar ovos, peixe e até fezes, caso o prefeito apareça em público. Para o radialista Luiz Cunha, o protesto se justifica: "Pra alguém que acorda moradores de rua em São Paulo, com jatos de água fria, às cinco horas da manhã. Será justo conceder título de cidadão Paraense pra um canalha que manda os Guardas Civis Metropolitanos, confiscarem cobertores de moradores de rua, justo na madrugada mais fria da capital Paulista?".

quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Jatene convida Papa para o Círio de Nazaré. Com que segurança?

Em visita à Roma, governador do Pará ignora a guerra em seu estado e convida Papa para o Círio. Foto: Agência Pará.

Por Diógenes Brandão

Ao ler o noticiário local de hoje foi inevitável não lembrar do filme Tropa de Elite, obra cinematográfica brasileira que conta a história real de uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, para exterminar uma gangue de traficantes em uma favela próxima à casa do arcebispo do Rio, pouco antes de uma visita do papa João Paulo ao Brasil, em 1997.


Com uma população sobressaltada com a onda de violência descomunal e totalmente fora de controle, onde até policiais armados e autoridades da segurança pública sofrem atentados, chacinas acontecem toda semana e ninguém sente-se seguro, cabe a pergunta: Se o Papa topar e o Vaticano aceitar o convite do tucano que governa o Estado pela 3ª  vez, qual seria a infraestrutura que seria articulada para garantir a segurança ao pontífice da igreja católica mundial, na maior manifestação de fé católica do mundo, que inunda as ruas da capital paraense, todo mês de Outubro?

Com a onda de greves de policiais militares, que acontece em alguns estados e já se articula para acontecer por aqui, com que condições o governador Simão Jatene se deu ao luxo de ao lado da primeira-dama, Ana Jatene ir até Roma, na Itália, propor um convite tão ousado?

A primeira e única visita do Papa Francisco ao Brasil, foi em Julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude. Não seria interessante agora ver o PCC, a Família do Norte ou as milícias que agem livremente no estado, causando problema ao nosso tão carismático e ativista papa Francisco. 

Ou ninguém pensou nisso?

quarta-feira, outubro 06, 2010

O Círio e a Síndrome do Paraensismo Agudo

Ctrl-C + Ctrl-V na cara dura do blog Bêbado Gonzo

Chegamos à época mais divertida de se morar em Belém. Ao longo do ano, a capital do Pará é um inferno: trânsito caótico, gente mal educada, lixo nas ruas, poluição sonora, absoluta falta de bom senso e o risco iminente de encontrar semi-conhecidos a toda hora, já que o núcleo principal da nossa cidade é um ovo. Um ovo de curió, para ser mais específico. Não pense que essas coisas mudam neste período. Nada muda. E ainda há dois agravantes: o tráfego piora e o aumentam as chances de esbarrar naquele colega de ensino médio que você não lembra o nome de jeito nenhum, mas se sente obrigado a cumprimentá-lo. No entanto, algo de sobrenatural deixa a Cidade das Mangueiras muito mais interessante, suplantando todos os percalços da nossa rotina de cão.

Foto: Bruno Miranda.
É, estamos no Círio. Quem não é paraense ou praticante do turismo religioso de raiz sabe pouco sobre a festa. Se for procurar no dicionário, vai aparecer que círio é uma velona, uma vela grande, ou ainda romaria, procissão, o que tem relação com o Círio com c maiúsculo. Mas, a explicação carece de mais detalhamento. Caso um forasteiro tente relatar o evento sem nenhuma contextualização, vai contar mais ou menos assim: era um mundaréu de gente espremida pelas ruas, impedindo que outra galera – essa exausta e toda suada - puxasse com uma corda a imagem de Nossa Senhora. E, enquanto uns penavam puxando, outros vestidos de branco andavam num cordão de isolamento numa boa só se abanando e protegidos por seguranças até chegar de uma igreja à outra. Mas, ainda não é isso. O Círio, de fato, é uma manifestação religiosa que iniciou católica, mas hoje reúne credos de todos os tipos. Dizem as más e boas línguas que até ateus participam para não se sentirem excluídos e depois da procissão filarem a bóia, cujo aspecto é realmente estranho, porém o sabor inigualável. Vide o caso maniçoba. É preciso andar por Belém neste tempo de devoção e sacrilégios para compreender melhor, para se inteirar e perceber que, embora haja um clima Padre Fábio de Melo way of life de ser, também há uma necessidade de extravasar a alegria e o desejo enorme de revolucionar, suprimidos ou exibidos esporadicamente ao longo do ano. No Círio, paraenses da gema e adotivos voltam à condição de sonhadores sensuais, como diz professor e paraense Fábio Castro. Paralela as tarefas cristãs e marianas, rezas, sacrifício físicos, carolices extremas, há uma força brutal que tem muito mais a ver com o carnaval do que genuinamente com os ritos da Igreja Católica. O Círio é também tempo de reencontrar velhos amores, de embates com amantes extraviados, de se apaixonar do nada no meio da rua, de passar uma semana insone pulando de festa em festa, de engordar dez quilos de tanto comer, de resolver ódios pendentes e promessas de vingança, de engravidar sem planejamento e precocemente, de morrer e matar, de deixa valer impulsos e instintos. As estatísticas apontam: gasta-se mais, transa-se mais, morre-se mais, comete-se mais crimes. O Círio transpira excessos de todos os gêneros, o que bispos, padres, beatas e todos os moralistas odeiam incluir como parte da efeméride, mas tem que engolir em seco sua evidência ou mesmo praticá-los às escondidas.
Sonhadores sensuais, mas não paraenses.
No Círio, repetimos a experiência de fartura de tantos anos atrás, quando a borracha nos servia mais para fortuna do que para evitar filhos. As mesas são tão fartas que é possível comer as sobras até chegar novembro, apesar de o auge da festa ser o segundo domingo de outubro. Até nos casebres mais pobres, milagrosamente, a comida abunda. Nos casarios e apartamentos mais abastados, os banquetes não cabem nas cozinhas e nas salas de jantar e o ar se impregna do cheiro do cianureto cozido da maniva e da acidez amarela do tucupi. Todos amam a cidade. Amam tanto que seria muito mais justo com Belém eleger prefeito no dia do Círio. Quiçá a população escolheria um alcaide verdadeiramente engajado com os anseios municipais – ou não. De tanto amor momentâneo repetiríamos a mesma insanidade quadrienal de sempre. O afeto é tanto que mesmo os que mais depredam, escarnecem e cospem, urinam, vomitam e cagam na capital, nessa época, escrevem versos, cantam, suspiram, choram e sangram pela velha morena tão sofrida nos demais onze meses. Um encantamento se sustenta no ar junto com uma flagrância secreta de flores e bons pensamentos. Aqueles que passam o réveillon no Rio de Janeiro, o carnaval na Bahia, a Semana Santa em Campos do Jordão, as férias de julho em Miami e juram diante da cruz que São Paulo é o melhor lugar para viver, milagrosamente demonstram uma adoração nunca vista na história desta Belém. Palavras cabalísticas como carimbó, Ver-o-peso, Nazaré, rios, manga, tacacá, açaí e tudo relacionado à cidade ganham um peso a mais numa dieta hipercalórica de afeição e valorização.
Foto: Breno Peck
Independente do quanto se tem no bolso ou das origens familiares, pobres, ricos e remediados, todos nós padecemos da Síndrome do Paraensismo Momentâneo Agudo, a doce patologia invasiva e contagiosa, causadora de superlativos infinitos sobre o que em setembro era mera paisagem sem importância ou hábito corriqueiro e, para alguns, até considerado coisa de gentinha. Chegamos ao Círio. Tempo de amar profundamente o que, em regra, dispensamos um amorzinho raso, sem sal. Belém, essa mulher desejosa, voluntariosa e massacrada pelo tempo, deve esperar ansiosa essa época. Lábio inferior mordido, mãos entre as coxas apertando o vestido, pés inquietos, olhos no rio, a morena olha o relógio dos meses aguardando chegar a hora de outubro, quando nós, os maridos relapsos, chegamos perfumados, de roupa e saptos novos, e doamos toda fúria do sentimento que temos por ela, mas que não demonstramos durante a nossa longa semana de trabalho, de longos outros onze meses. Um feliz Círio a todos nós.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...