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segunda-feira, janeiro 22, 2018

Quase metade dos presidentes dos EUA tinha doença mental

Abraham Lincoln tinha depressão grave e surtos psicóticos. 


Abraham Lincoln tinha depressão grave e surtos psicóticos. Lyndon Johnson era bipolar. Richard Nixon sofria de alcoolismo. Mas nem por isso eles eram incapacitados para ser presidentes dos EUA, diz Marvin Swartz, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Duke.  

"Quase metade dos presidentes americanos tinha algum tipo de doença mental, mas isso não significa que eles não pudessem governar", afirma à Folha Swartz, coautor do estudo "Doenças Mentais em Presidentes dos EUA entre 1776 e 1974". O estudo analisa possíveis doenças psiquiátricas dos presidentes, com base em pesquisa biográfica, e voltou a ficar em evidência com a discussão sobre o estado mental do atual mandatário, Donald Trump. Abaixo, trechos da entrevista que Swartz concedeu por telefone. 

Folha - Presidentes são mais predispostos a doenças mentais que a população em geral? Marvin Swartz - Não. Concluímos em nosso estudo que as taxas são similares, de 49%. Mas muitos não tiveram episódio de doença mental enquanto estavam na Presidência. Tiveram depressão em algum momento da vida, mas não voltaram a ter durante o mandato.  

Qual era a doença psiquiátrica mais comum entre os presidentes? 
Depressão, atingindo nove presidentes, seguida de ansiedade, com três, e alcoolismo, com três.  

É legítimo que o público e a imprensa discutam o estado de saúde mental de Trump? 
A discussão é legítima. O problema é que é muito difícil diagnosticar pessoas à distância, sem examiná-las. Para nosso estudo, lemos todo o material biográfico disponível e analisamos o que se encaixava de alguma forma nos critérios estabelecidos para diagnóstico de cada doença mental. E mesmo assim foi bem difícil.  

O sr. acha que os médicos devem respeitar a Regra de Goldwater (segundo a qual só se pode diagnosticar pessoas públicas após examiná-las e só se deve divulgar o diagnóstico com autorização delas)? 
Algumas vezes essa regra não se aplica. Por exemplo, um psiquiatra foi convocado pelo governo para fazer um perfil psiquiátrico do ditador Saddam Hussein, e ele não se negou, estava ajudando a reunir informações para a inteligência americana. Mas acredito que psiquiatras simplesmente saírem falando que tal pessoa tem tal diagnóstico é muito problemático, pois na maioria das vezes eles estão fazendo isso por motivos políticos. Na realidade, acham que o sujeito é um imbecil e não deveria ser presidente.  

Uma pessoa pode ter uma doença mental e ser presidente? 
Claro. Quase metade dos presidentes americanos tinha algum tipo de doença mental, mas isso não significa que eles não pudessem governar, não está diretamente relacionado à capacidade de cumprir suas obrigações no mandato presidencial. E é preciso evitar a estigmatização das pessoas. O melhor exemplo é Lincoln. Apesar de ter depressão severa e surtos psicóticos, ele cumpriu todas as tarefas necessárias durante sua passagem pela Presidência.  

Que tipo de doença mental seria suficiente para afastar um presidente? Woodrow Wilson é o melhor exemplo. Ele sofreu um derrame e ficou seriamente incapacitado. Sua mulher desempenhou as funções da Presidência durante um período, sem que isso fosse público. Ainda não existia a 25ª Emenda [que permite afastar um presidente que for considerado incapaz]. E, de qualquer maneira, quem decide se a 25ª Emenda será invocada é o gabinete do próprio presidente. O chefe de gabinete de Ronald Reagan suspeitava que ele estivesse com demência, mas resolveu não fazer nada a respeito. Em retrospecto, se um grupo de especialistas tivesse examinado Reagan, certamente teria chegado à conclusão que ele já estava em algum estágio de Alzheimer.  

No início da semana, um médico da Casa Branca afirmou que Trump teve um resultado perfeito no teste cognitivo e que isso prova que ele não sofre de nenhuma doença mental que o impeça de governar. É possível tirar essa conclusão de um teste de cognição? 
Não. Esse teste avalia apenas se há algum problema cognitivo, detecta demência, por exemplo. Não tem nada a ver com impulsividade, discernimento, doenças mentais. 

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Marisa Letícia tem piora e está em estado gravíssimo

Lula e Marisa Letícia, em foto de outubro de 2016.
Na Folha

A ex-primeira-dama Marisa Letícia, 66, teve uma piora drástica do quadro de saúde nas últimas duas horas.

Segundo uma das pessoas mais próximas da família de Lula, houve aumento da pressão cerebral de Marisa e também do edema cerebral que ela tem em decorrência do derrame hemorrágico que sofreu há uma semana.

A equipe que trata da ex-primeira-dama chegou a se animar no começo da tarde com alguns sinais de melhora, mas a situação se deteriorou.

A ex-primeira dama está internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 24, quando sofreu o AVC. Na segunda (30), exame detectou a ocorrência "de trombose venosa profunda dos membros inferiores", caracterizada por um quadro de edemas e dor nas pernas, coxas e região pélvica. Médicos afirmaram que essa é uma intercorrência inerente ao tratamento.

segunda-feira, outubro 20, 2014

Incontinência emocional, a nova doença social



Além da necessidade patológica de compartilhar absolutamente tudo, perdemos a capacidade de retenção de qualquer fato, informação, pensamento ou emoção.

Incontinência é uma palavra engraçada. Lembra a continência dos militares, só que ao contrário. Mas é fácil olhar para a palavra e ver que continência está ligada diretamente ao verbo conter. Conter-se todo mundo sabe bem o que é, é a capacidade de optar por reter ou liberar alguma coisa, seja um pensamento, uma emoção, uma informação, comentário ou líquido fisiológico. Quando você não consegue reter sua própria urina você perde a continência, a capacidade de contenção, daí a expressão triste da ~incontinência urinária~, a perda involuntária do xixi.

Perder a capacidade de retenção das próprias coisas do corpo é triste. Se tem alguma coisa que a gente faz questão de ter é controle sobre o funcionamento da fisiologia. Ninguém gosta de usar fraldas, nem no começo nem no final da vida. E, no entanto, nossa sociedade em rede praticamente perdeu a capacidade de se conter, de reter qualquer coisa. Tudo precisa ser compartilhado. A fome, a unha encravada, o trânsito diário, a perda do chaveiro, you name it. Tudo. Como frequentadora do Twitter há vários anos tenho visto um pouco de tudo nesse sentido, sem contar os compartilhamentos incessantes de todos os detalhes via Facebook e, quando imagéticos, no Instagram.

Não há mal nenhum em explorar todas as ferramentas à exaustão. Publicar fotos dos pratos e lanches, quem nunca. Porém, com o uso constante, vamos perdendo a noção de limite, de barreira. Sim, porque o limite, seja do muro, da porta, da beira da piscina ou da borda da panela, é o que define o que está contido. A caneca que contém o café tem a louça como barreira que mantém o café, digamos, contido dentro. Se a louça se quebra, o café se espalha.

Nós, que um dia já fomos grãos inteiros, depois pó, depois fomos coados e viramos café, estamos agora vaporizados, em estado gasoso, totalmente incontidos. E, quando retidos, seja no congestionamento ou numa reunião, se houver o menor buraquinho de conexão, vazamos.

Se antes não podíamos escapar, como um gás do botijão, agora não conseguimos mais nos reter. Perdemos a opção, a disciplina de escolher entre segurar um segredo ou contá-lo. Contamos tudo. A coisa vai se degringolando de tal forma que há pessoas que compartilham chagas em imagens, esmolando atenção e solidariedade como mendigos da Idade Média expondo seus aleijões em troca de dinheiro. É pesado dizer isso, mas a metáfora é válida.

Essa incontinência social, a incapacidade de reter qualquer coisa que lhe venha ao corpo ou à mente, está se espalhando como uma epidemia. Já vi gente que, ao esgotar seu repertório de ideias, emoções e fatos diários, mas ainda com o afã de compartilhar qualquer coisa só para estar presente e se fazer visto, começa a contar pensamentos que a avó falecida tinha quando era jovem, sonho que o vizinho do tio de crisma contou que um dia teve quando era menino. Se isso ao menos descambasse para a criatividade ficcional, virando uma história, seria um sucesso. Mas não, é só produção de ruído para não ficar a sós consigo mesmo.

Para o incontinente social a pior coisa do mundo não é a solidão, mas a companhia de si mesmo. Como se ficar a sós com sua própria pessoa fosse uma condenação, algo horrível a ser evitado.

Essa incapacidade de reter fatos para análise, alimenta o impulso animal, aumenta a produção de coisas impensadas e, portanto, passíveis de grave arrependimento, fere os outros, contamina o meio ambiente e geral lixo infinito.

Não acho que tenha que haver uma regulamentação geral de nada na Internet, só de cada um mesmo. Cada pessoa poderia fazer aquelas coisas antigas como parar para pensar antes de falar e escrever, contar até dez para não explodir em ira, respirar fundo e questionar a si mesmo sobre a validade do que está publicando nas redes.

Porque do jeito que estamos indo, publicando insanamente cada detalhe visto, vivido, percebido ou relatado, como se não pudéssemos nos ausentar ou manter as coisas no âmbito do privado, ainda vai igualar a incontinência emocional à todas as outras e vamos todos nós, em qualquer idade, evacuar nossa vida privada na frente de todo mundo.

Por Rosana Hermann originalmente em http://migre.me/mndpS.

quinta-feira, novembro 28, 2013

Filha de Genoino desabafa: "Condenaram meu pai à pena de morte"


No 247 - A filha de José Genoino, Miruna Genoino, publicou um texto na internet em que acusa: "condenaram meu pai à pena de morte".

"Tenho vergonha do meu país, que deixa que se condene uma pessoa à pena de morte, enquanto seu único erro foi não ter medo de lutar pelos demais", diz a filha de José Genoino, em texto distribuído na internet; ela condena duramente o trabalho da junta médica nomeada por Joaquim Barbosa. "Agora eu me pergunto: SRS. MÉDICOS, OS SRS. ESTIVERAM NA PAPUDA? Com que autoridade os srs. sentem-se no direito de dizer que meu pai pode voltar para lá? Viram as condições oferecidas? Comeram a comida de lá? Foram ao banheiro de lá? Viram o ambulatório? Equipamentos de lá?", indaga.

Deve ser muito chato me conhecer nesse momento. Porque é muito chato ser eu mesma nesse momento. E porque sempre é melhor olhar para o lado do que parar e pensar no que fazer quando algo muito grave está acontecendo. Com a minha família, claro.

Finalmente o Joaquim Barbosa tem o que queria, um laudo médico, feito com meu pai já alimentado corretamente e medicado, e ao lado da família, dizendo que não, ele não tem nada grave. Ele quase morreu em julho, venceu os 10% de chances de sobreviver, teve uma dor que só o fazia pensar em morrer com tal de que ela se fosse e não, ele não tem nada grave. Meu pai teve vários episódios de pressão alta na prisão, comeu lixo e voltou com o sangue quase se esvaindo em uma hemorragia, mas sim, na prisão é possível que seja bem cuidado.

Agora eu me pergunto: SRS. MÉDICOS, OS SRS. ESTIVERAM NA PAPUDA? Com que autoridade os srs. sentem-se no direito de dizer que meu pai pode voltar para lá? Viram as condições oferecidas? Comeram a comida de lá? Foram ao banheiro de lá? Viram o ambulatório? Equipamentos de lá? Não precisam me responder. Hoje eu estou aqui, longe do meu pai, com o coração sangrando, no fundo do poço, e os senhores estarão entrando em seus consultórios certamente com a consciência muito tranquila. 

No entanto, apesar de ser difícil, eu acredito que a justiça, não a dos homens, não falha jamais, e que vocês um dia sentirão na pele o que é agir com falta de humanidade e sem um mínimo de vergonha na cara.

TENHO VERGONHA DO MEU PAÍS, QUE DEIXA QUE SE CONDENE UMA PESSOA À PENA DE MORTE ENQUANTO SEU ÚNICO ERRO FOI NÃO TER MEDO DE LUTAR PELOS DEMAIS. 

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...