Mostrando postagens com marcador EUA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador EUA. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, abril 26, 2021

Judas e o Messias Negro leva 2 estatuetas do Oscar 2021. Assista!


Por Diógenes Brandão

Com 06 (seis)  indicações ao Oscar 2021, "Judas e o Messias Negro" deu ao ator Daniel Kaluuya (32 anos) o Oscar de melhor ator coadjuvante, sua primeira estatueta. 

Kaluuya superou Sacha Baron Cohen ("Os 7 de Chicago"), Leslie Odom Jr. ("Uma Noite em Miami"), Paul Raci ("O Som do Silêncio"), LaKeith Stanfield, que concorria com o mesmo filme. 

No longa, Daniel Kaluuya interpreta Fred Hampton, o líder dos Pantera Negras, morto em 1969. O ator, concorreu ao Oscar 2018 com o filme "Corra", mas só agora foi aclamado pelos membros da A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. 

Além do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, o filme "Judas e o Messias Negro" ganhou mais uma estatueta na madrugada desta segunda-feira (26), com a canção Fight for You, de H.E.R.

"Quase um ano depois das manifestações do Black Lives Matter nos Estados Unidos, "Judas e o Messias Negro" fortalece os ideais da luta contra o racismo e mantém o destaque para as pautas raciais nas grandes premiações do cinema. Desta vez, o retrato é de uma história real que aconteceu no auge do movimento revolucionário pelos direitos da população negra, nos anos 1960. 

A trama acompanha Bill O’Neil (Lakeith Stanfield), um ladrão comum que, depois de ser preso, acaba coagido pelo FBI a trabalhar como agente infiltrado no movimento dos Panteras Negras, em Chicago. O objetivo era antecipar as ações do jovem líder em ascensão na cidade, Fred Hampton (Daniel Kaluuya)", opinou o crítico de cinema Filipe Rodrigues, no blog Tenho mais discos que amigos.



"Judas e o Messias Negro" é um filme envolvente e histórico, já que retrata uma parte da luta pela igualdade racial nos EUA, com o uso de uma organização mais radical, o partido "Panteras Negras", que defendia o uso de armas contra o fascismo e a opressão dos brancos e capitalistas.

Inspirados pelo filme “Judas e o Messias Negro”, um grupo de democratas da Câmara está fazendo esforço para tirar o nome de J. Edgar Hoover da sede do FBI.  O longa destaca um dos piores abusos do bureau sob sua liderança: um programa secreto conhecido como COINTELPRO, que tinha como objetivo desacreditar os ativistas dos direitos civis e que acabou levando à morte, em 1969, do líder dos Panteras Negras de Chicago, Fred Hampton, em 1969.

“Se você fizer uma pesquisa, aposto que 90 por cento da sociedade não tem ideia do que era COINTELPRO”, apontou o deputado democrata Steve Cohen, do Tennessee.  “Esta é uma parte feia de nosso passado que não é bem conhecida”, concluiu.

Impacto emocional nos atores 

Segundo matéria da Revista Rolling Stones, não foi fácil para o elenco fazer a filmagem final de Judas e o Messias Negro. A cena chocante mostra a invasão brutal do FBI no apartamento em que Fred Hampton e outros integrantes do Pantera Negra estavam. Em evento na Cinemateca Americana, Dominique Fishback, atriz de Deborah Johnson, falou sobre as filmagens: "Quando cheguei à réplica do apartamento, a energia era muito pesada."

Aniversário de 50 anos 

O dia das filmagens da invasão do FBI no apartamento também teve outro motivo para ser especial. Naquela data, o assassinato de Fred Hampton completava exatos 50 anos - e certamente isso contribuiu para a atmosfera emocional.

O filme ainda não foi lançado em muitos cinemas do Brasil, mas pode ser assistido aqui, de preferência em uma Smart TV, após clicar em uma propaganda do site que indica o link para o streaming.

sexta-feira, janeiro 20, 2017

Ainda podemos ouvir ‘golpe’ vindo do PT?



Por J.P. Cuenca, no The Intercept Brasil

AONDE AS PALAVRAS vão para morrer? Não só na metáfora gasta, na má literatura ou no verborrágico púlpito dos tribunais, mas no jogo de máscaras do discurso político. Esse é o deserto onde os signos perdem mais sentido e as palavras viram amontoados inúteis de letras.

Em “A Política e a Língua Inglesa“, célebre ensaio de 1946, George Orwell destaca a crescente perda de significado das palavras no debate político. Em tradução própria: “A palavra fascismo agora não tem significado algum, a não ser o de ‘algo não desejável’. As palavras democracia, socialismo, liberdade, patriótico, realista, justiça têm cada uma significados diferentes e contraditórios. (…) É quase universal o sentimento de que estamos elogiando um país quando o chamamos democrático. Consequentemente, defensores de todos os tipos de regimes os reivindicam ‘democráticos’ e temem que teriam que parar de usar essa palavra caso ela estivesse amarrada a um único sentido. É comum que palavras desse tipo sejam usadas de forma conscientemente desonesta. As pessoas costumam ter suas próprias definições para as palavras que usam, mas deixam o ouvinte pensar que quiseram dizer algo bastante diferente.”

Ou seja, a arma do crime que faz com que mentiras soem como verdades costuma ser um padrão moral duplo. Pensando nisso, segue um breve dicionário de platitudes com alguns exemplos recentes de palavras ou expressões que perderam o sentido nos últimos tempos.

GOLPE – A palavra ‘golpe’ está ameaçada de morte pelo seu maior propagador recente. Na boca e na pena de qualquer representante do PT, o termo vai perdendo sentido por simples incoerência. Com o golpe de 2016 consumado, o partido aceitou seguir com sua prática de coalizões com o PMDB nas eleições municipais passadas e votou junto ao núcleo golpista para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados. Se não houver uma grande reviravolta nas reuniões internas que definirão seus candidatos para as próximas eleições na Câmara e Senado, seguirá fazendo isso em 2017 – sob orientação, inclusive, do seu pré-candidato. Ou seja, “golpe”, para o PT, corre o risco de começar a significar “auto-golpe” ou então “golpinho suave”. Não existe práxis política ou síndrome de estocolmo capaz de justificar esses apoios depois de uma rutpura institucional tão grave a de como um golpe de estado. E, como o golpe foi na democracia brasileira – e não no PT –, devemos lutar para recuperar essa palavra, com o direito inclusive de começar a chamar o próprio partido de… golpista.

FUNCIONANDO NORMALMENTE – Fruto do mesmo processo histórico, a frase “as instituições estão funcionando normalmente” foi repetida como um mantra golpista em 2016, ano de grave crise institucional. Mas talvez no Brasil, realmente o assalto à democracia seja ‘normal’. Aí seria o caso de mandar “instituições” para a vala também.

DEFENDER O PRINCÍPIO – Ontem, na sua última coletiva de imprensa, Obama cometeu a seguinte frase: “É importante que os Estados Unidos defendam o princípio básico de que países poderosos não podem ficar por aí invadindo e intimidando países menores.” Em janeiro de 2015, por ocasião da Guerra na Ucrânia, disse o mesmo. Da boca do único presidente norte-americano que passou dois mandatos inteiros em guerra contra países ‘menores’ e que, apenas no ano passado, jogou 26.171 bombas (3 por hora) neles, a frase só fará sentido se sacrificarmos a expressão gasta por um Obama prestes a entregar um aparato de espionagem e ataques remotos sem precedentes nas mãos de Donald Trump.

GARANTIA / GARANTIDO – Após a prisão do líder do MTST no cenário bárbaro de uma reintegração de posse em São Paulo, a ex-presidente Dilma Roussef apressou-se em soltar um comunicado solidarizando-se com Guilherme Boulos. Em nota intitulada “Prisão de Boulos fere democracia e criminaliza defesa dos direitos sociais” ela escreveu: “A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã, especialmente, o direito à livre manifestação.” A hipocrisia seria cômica caso não fosse revoltante para quem se lembra do primeiro mandato Dilma, bastante atuante na violenta criminalização dos movimentos sociais – ao lado da grande imprensa e dos governadores do PMDB e PSDB que depois conspirariam contra ela, aliás. Entre tantos outros casos, ainda se espera nota da ex-presidente sobre o Rafael Braga. Importante dizer que não foi Dilma que inventou essa garantia ao contrário. A palavra também vem sendo massacrada por governadores como Geraldo Alckmin em frases do tipo: “A PM agiu e continuará agindo para garantir a liberdade de manifestação e o direito de ir e vir.”

Aceito contribuições para o dicionário nos comentários abaixo. O perigo é de, nos tempos que correm, perdermos todas as palavras.

terça-feira, janeiro 03, 2017

Recado de Ano Novo aos minions providos de dois neurônios e raciocínio binário-programável


“Man kann den Hintern schminken wie man will, es wird kein ordentliches Gesicht daraus.“

"A melhor maquiagem não faz da bunda um rosto apresentável."

(Kurt Tucholsky)

Por Eugênio José Guilherme de Aragão, no GGN

Inauguramos um novo ano, sem novidade nenhuma. De nada adiantarão os tais votos de São Silvestre, com augúrios de felicidade e de um tempo melhor para nossos entes queridos, se não tivermos capacidade de mudar. Está em nossas mãos o destino deste país e do futuro de nossos filhos e netos, mas precisamos começar a pensar com nossa própria cabeça e abandonar a crença ingênua em noticiários, sejam de que cor forem.

Notícias em mídia são como jabutis no alto de uma árvore. Como lá não chegam sozinhos, alguém os colocou lá. Para entender o significado do noticiado, precisamos conhecer a história por trás dele. Por que foi tornado público? Com que intenção? Por que escolheram fulano para escrever a matéria? Por que hoje? Por que na primeira, segunda ou terceira página do jornal? Por que essa manchete? Por que esse lead? Se não tentar responder a essas perguntas, se tomar o conteúdo da notícia pelo seu valor de face, o leitor estará sendo engambelado!

A maioria de vocês, minions, age assim. Vocês lêem um engodo e logo se revoltam. São irritadiços e extremamente impulsivos, o tipo de massa de manobra, "useful idiots", inocentes úteis manobrados por atores inescrupulosos, que usam o que é manifesto para alavancar o que é latente. É claro que a corrupção – o alcance do que é nosso por políticos e empresários de ética deformada – é um fato repulsivo, assim como o tráfico negreiro o era no século XIX. Só que quem monta o circo da comoção pública não está nem aí para o desvalor dessas condutas. Na verdade, sob outras circunstâncias, os manipuladores até as apoiariam com argumentos que vocês, almas binárias, engoliriam com o mesmo histrionismo demonstrado na reação a elas.

Os ingleses enriqueceram com mão-de-obra escrava em suas colônias. Conseguiram com o ciclo do algodão compensar razoavelmente a crise da lã que quase pôs abaixo a sua indústria têxtil no séc. XVIII. Mas quando em 1774 a King's Bench declarou o trabalho escravo incompatível com o Common Law, a diplomacia britânica esmerou-se na imposição da proibição internacional do comércio escravo. Afinal de contas, sem mão-de-obra escrava nas plantações de algodão, os ingleses perdiam feio em competitividade para os franceses, os espanhóis e os portugueses.

Tudo não passou de "business as usual". Assim, quando interceptavam navios negreiros em alto-mar, na maioria das vezes os ingleses não se davam ao trabalho de rebocá-los de volta à costa d'África. Afundavam os barcos com sua carga humana. Prevalecia a lei do menor custo. Em 1826, impuseram ao Brasil um tratado em que se acordou a proscrição do trabalho escravo. Este fazia parte de um pacote de medidas humilhantes vinculadas ao reconhecimento da independência do País pela coroa britânica. Em 1827, depois de indignados protestos do legislativo imperial, D. Pedro I foi obrigado a ratificar o tratado a bordo de um vaso de guerra inglês. E como o Brasil insistiu em descumprir o tratado, os ingleses anunciaram em 1845, por ato do parlamento (Bill Aberdeen), que perseguiriam embarcações irregulares até em águas territoriais brasileiras e submeteriam sua tripulação a cortes marciais britânicas. Na implementação dessa medida, chegaram a interceptar inúmeras embarcações absolutamente regulares e confiscaram sua preciosa carga. Houve troca de tiros entre navios da armada britânica e navios de guerra brasileiros, com óbitos só de nosso lado. Houve uma tentativa de invasão da Baía da Guanabara, rechaçada pela guarda costeira pátria. E sem a sanção da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, proscrevendo o comércio de escravos, a guerra contra a Inglaterra teria sido inevitável.

Importante é lembrar que, por mais desprezível e desumano que seja a redução de semelhantes à condição de escravos, o discurso manifesto era só uma cortina de fumaça que escondia a intenção latente dos ingleses de submeter o Brasil a seus interesses econômicos e políticos. Ninguém vai por isso ser tolerante ou até bater palmas para o regime escravocrata que permeia nossa cultura de desigualdade até hoje, mas é preciso ser esperto e não deixar que outros nos ditem suas agendas para inviabilizar nosso país. Somos nós que temos que dar o rumo ao nosso desenvolvimento, em vez de moldá-lo aos desígnios estratégicos alheios, até porque quem nos quer impor a pecha de imorais não tem moral nenhuma para fazê-lo.

A cruzada atual contra a corrupção assume essa mesma feição de ditado externo. A pauta de proibição de peita a funcionários estrangeiros, objeto de convenção da OCDE de que o Brasil é parte signatária, para dar maior pujança a seu comércio exterior, atende sobretudo às economias centrais, já que a prática da peita afeta majoritariamente governos periféricos. Não que não haja corrupção nas economias centrais. Ela existe fartamente, tanto no setor público, quanto no privado. O governo americano não teve problemas em depositar recursos classificados como de "cooperação técnica policial" em contas pessoais de autoridades do ramo no Brasil. As empresas norte-americanas corriqueiramente fazem lobby nada kosher com atores políticos do mundo inteiro. Mas ficam à margem da ação de sua Justiça. Afinal de contas, isso é um problema, nesse caso, de restrições legais à territorialidade. Mas quando se trata de nossas empresas estratégicas, os EUA estendem, com subserviente ajuda das nossas autoridades persecutórias, sua jurisdição ao infinito, punindo-as por atos estranhos ao território americano.  Como disse o vice-diretor do FBI, as práticas dessas empresas afetam a segurança nacional americana e repercutem no mercado internacional, no qual as empresas americanas também atuam.

E nossas instituições bobinhas, com complexo de vira-latas, fazem de tudo para agradar ao governo americano, orgulhando-se de prêmios recebidos de instituições e revistas da metrópole. Fazem, com isso, o papel que se espera delas: sufocar a ousadia brasileira de ter um projeto nacional.

Isso, claro está, não serve de perdão a nossos malfeitores corruptos, agora muito mais presentes no governo que se estabeleceu depois do golpe parlamentar turbinado pela meganhagem antinacional do complexo judiciário-policial e pela grande mídia comercial. Mas a resposta a nossas corrupções de cada dia deve ser dada no estrito atendimento aos interesses nacionais. Não pode destruir setores de nossa economia e tornar-nos um pária da globalização. Não pode inviabilizar a governação e anular todo o recente esforço de inclusão social. E nem pode transformar nosso sistema de Justiça num teatro de desmoralização de investigados. Temos de reagir de forma dura, mas preservando nossos ativos estratégicos – exatamente como eles, nossos autoproclamados parceiros, também fazem.

Quem tiver culpa, que responda, mas com a dignidade que nossa constituição garante a todas e todos. Nenhum método de investigação torto justifica-se em função de pretenso "bem maior", pois não há bem maior que a dignidade da cidadania e o legítimo interesse estratégico nacional. É preferível um culpado ser inocentado porque não se logrou provar sua culpa dentro da lei, a culpar um inocente com métodos a seu arrepio.

E, queridos minions, não entrem nessa onda populista de quem quer usá-los para reforçar seus privilégios no serviço público, sugerindo-lhes que são um povo cheio de dignidade lutando contra um bando de canalhas, porque, quando tudo acabar, só sobrará tapera e vocês não serão mais "um povo" orgulhoso do seu verde-amarelo, mas serviçais mal-pagos e desmoralizados do Grande Irmão do Norte.

Oxalá que para nós todos, brasileiros e terráqueos de todas as colorações, a esperança vença em 2017 a injustiça, a traição e a prepotência!

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Time elege Trump como a personalidade do ano


Antes de fugir para os EUA e abandonar Lava Jato, Sérgio Moro comemora com Temer e PSDB


Por Diógenes Brandão

Antes de fugir para os EUA, onde diz que pretende estudar, o juiz responsável pela quebradeira das principais empresas brasileiras, que julgou e condenou boa parte dos seus proprietários em busca de provas contra Lula e ainda não as teve, Sérgio Moro segue sua saga para ridicularizar a política nacional e para tal não faz o mínimo esforço para disfarçar.

A Folha assim noticiou:

Diante uma plateia de políticos tucanos e do presidente Michel Temer, o juiz Sergio Moro recebeu o prêmio "Brasileiro do Ano na Justiça" na noite desta terça (6) e homenageou colegas magistrados.

Na cerimônia, promovida pela revista "IstoÉ", no Citibank Hall, na zona sul de São Paulo, Moro permaneceu no palco em um assento ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), com quem cochichou ao longo da cerimônia. Os três ministros do PSDB participaram do evento, no qual houve entrega de premiações à atriz Grazi Massafera e à cantora Ludmilla.

Moro foi o mais aplaudido e foi lembrado em discursos dos homenageados, como o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Temer, que fez um breve discurso, não mencionou o juiz. Em discurso de apenas três minutos, Moro cumprimentou o presidente e disse que o ano foi muito cansativo.

Disse dedicar o prêmio a magistrados "de todas as instâncias", especialmente os do Supremo Tribunal Federal.

"[A Justiça] tem assumido um papel cada vez mais importante na vida brasileira."

Moro se opõe ao projeto de abuso de autoridade, em tramitação no Congresso, que prevê punições a juízes e a integrantes do Ministério Público e é muito criticado por procuradores da Lava Jato. 

O jornalista Leandro Forte foi mais fundo ao ponto e disparou: 

sábado, novembro 26, 2016

A palavra do ano segundo o Dicionário Oxford é: pós-verdade.


Via TVT

Mas o que isso significa?

O Oxford define o verbete: “circunstâncias em que os fatos objetivos têm menos influência sobre a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”.

E neste ano, muito do que vimos é que a opinião pública não parece estar muito preocupada com a verdade dos fatos.

A escolha da palavra se deu pelo seu alto uso durante todo o ano, mas também por fatos políticos marcantes, como a campanha pela exclusão da Inglaterra da União Européia, caso conhecido como Brexit.

O argumento mais forte para que os eleitores se convencessem que o Brexit seria a melhor saída, era que a permanência da Inglaterra na União Europeia tinha um custo semanal de US$ 470 milhões, uma grande mentira.

Um outro fato marcante e recente foi a campanha presidencial de Donald Trump, em que ele fez ataques diretos ao presidente Barack Obama, dizendo que ele, inclusive, tinha envolvimento direto com o Estado Islâmico, além da grande falácia que ele promoveu sobre os imigrantes, dizendo que eles retiram empregos dos norte-americanos - nada muito diferente do que vem acontecendo no Brasil.

Muito se falou também sobre sites que divulgam notícias falsas serem os grandes responsáveis sobre esse fenômeno, mas grandes veículos de mídia também contribuem com esse grande fluxo de desinformação.

Percebemos isso quando grandes veículos de televisão, por exemplo, atuam para desgastar os gritos das ruas, negando que há um golpe em curso no Brasil.

Informações: The Intercept Brasil

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Direto dos EUA: O Dia em que Beyoncé Virou Negra

Via "OPovo"

'Saturday Night Live' faz piada sobre reações negativas ao clipe de Beyoncé.

O humorístico americano apresentou no último sábado, 13, uma espécie de trailer de um filme apocalíptico intitulado 'O Dia em que Beyoncé Virou Negra', em referência ao seu novo single

O novo single de Beyoncé 'Formation', está dando o que falar. Após inúmeras reações negativas por causa da letra de sua música em que mostra o engajamento da cantora pelos direitos civis, o programa 'Saturday Night Live' decidiu fazer uma piada com a situação e lançou um trailer apocalíptico sobre 'O Dia em que Beyoncé Virou Negra'.

No vídeo divulgado pelo humorístico americano é possível ver a reação das pessoas ao perceberem que Beyoncé na verdade é negra e o alvoroço que isso causa na vida delas que descobrem que outras celebridades também podem ser negras.

Com referências contra a violência policial, e sobre o movimento 'Black Lives Matter', a música 'Formation' foi criticada por supostamente estar falando mal dos policiais americanos.

Confira o vídeo legendado da página Fã Depressão:


sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Beyoncé esfregou o racismo na cara dos EUA


Por Paulo Veras, no Cinegragando

O mundo é um lugar estranho. Mais de 750 mil refugiados entraram na Europa em 2015, segundo a ONU. O Estado Islâmico matou 3,5 mil pessoas na Síria no mesmo ano, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O zika vírus deve atingir quatro milhões de pessoas na América, como aponta um relatório da Organização Mundial de Saúde. Mas apesar dessas várias crises humanitárias, uma marcha foi marcada em Nova Iorque, em frente à Liga de Futebol Americano, na próxima terça-feira, para protestar contra Beyoncé.

O que ela fez? Cantou sua nova música, Formation, um hino que expõe o racismo nos EUA e o extermínio de negros pela polícia, durante o show de intervalo do Super Bowl, a final do campeonato americano, tradicionalmente a maior audiência da TV mundial que esse ano atingiu a marca de 111,9 milhões de americanos – o equivalente a mais de 55% de todos os seres humanos que o IBGE diz viver no Brasil.

O escândalo que a performance de Beyoncé virou não existe fora de contexto. Os EUA vivem hoje sua eleição mais extremista em décadas. No Partido Republicano, a corrida presidencial é liderada pelo magnata Donald Trump, que defende vigilância sobre as mesquitas americanas, tortura para suspeitos de terrorismo, a deportação de 11 milhões de latinos e a construção de um muro separando o México dos EUA. Já no Partido Democrata, o “socialista” Bernie Sanders, que lidera as primárias até aqui, prega a criação de um sistema único de saúde público e ampliar a rede de universidades públicas do pais, o que é um crime para os ianques mais conservadores.



Foi nesse turbilhão que Beyoncé subiu ao palco do Super Bowl com uma roupa que fazia referência a Michael Jackson e aos panteras negras, uma organização que pregava a revolução negra nos EUA. Junto com as dançarinas, todas de cabelo afro, Bey fez um grande “X” que foi lido como homenagem ao líder separatista negro Malcolm X. Tudo isso enquanto rebolava e cantava: “Eu posso ser um Bill Gates negro em progresso, porque eu mato”.

O clipe de Formation não é menos corajoso. Ele mostra imagens de Martin Luther King e de uma criança negra rendendo um grupo de policiais, seguido de uma pichação onde se lê “parem de atirar em nós”. O vídeo também traz falas de Messy Mya, um youtuber negro morto pela polícia em 2010, e trechos do documentário That B.E.A.T., sobre a bounce music, um estilo de hip hop cantado por grupos negros de New Orleans. No final do clipe, Beyoncé, a mulher negra desacordada, se afoga enquanto um carro de polícia afunda.

Todo o discurso de empoderamento negro causou reação. Uma campanha de boicote à cantora, à Liga de Futebol Americana e à Pepsi, que patrocinou o show, foi criada. A principal voz conservadora contra a artista foi a do ex-prefeito de Nova Iorque Rudy Giuliani, famoso pela ampla campanha de combate à violência, para quem ela desrespeitou a polícia.

Se você acha que o racismo não é mais um tema tão relevante, como chegou a ser dito sobre Beyoncé nos EUA, deixe eu lhe contar um história. Como centenas de pessoas, eu participei do Carnaval do Recife nos últimos dias, uma festa que é vendida pela prefeitura como extremamente democrática por ser gratuita e todo mundo poder participar. No domingo, quando Gaby Amarantos e Fundo de Quintal, dois artistas claramente populares, se apresentaram no Marco Zero, presenciei com uma amiga um vasto número de revistas policiais.

Todos os abordados eram negros e pobres. Eu, que não passei por nenhum tipo de revista, podia muito bem estar portando uma faca ou mesmo um revólver, mas minha pele é mais mais clara e a fantasia não exatamente barata devem ter me tirado da lista de culpados que as nossas polícias são treinadas para procurar. O que sempre diz mais sobre o nosso tipo de sociedade do que sobre a minha índole pessoal.

Claro que a minha experiência empírica não prova nada sobre como a violência tem cor no Brasil. Mas se você quiser um dado concreto, em maio do ano passado a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República divulgou um relatório segundo o qual um jovem negro tem 2,5 vezes mais chances de ser assassinado do que um branco no País. Pernambuco ocupa o segundo lugar no ranking dos estados. Aqui, as chances de um negro entre 12 e 29 anos ser morto são de 11,57 vezes a de um branco da mesma idade.

Parte dos argumentos usados contra Beyoncé dizem que ela deveria se ocupar mais como uma entertainment, do que em fazer política. Claro, uma das coisas que fazem a música pop ser tão importante para o imaginário popular é que ela pode nos fazer cantar e dançar, extravasando a realidade. Mas ela tem outro lado tão bonito quanto de nos fazer enxergar nossos preconceitos e injustiças, provocando nossa sociedade a avançar. E é por isso que essa coluna sobre música pop pode falar sobre racismo pra lhe lembrar que não faz diferença se você é preto ou branco, menino ou menina.

Apesar de nunca ter escondido seu apoio pessoal ao atual presidente Barack Obama, Beyoncé sempre foi cobrada por se posicionar mais em defesa dos negros. Com Formation, ela sabe que mudou isso. “Você sabe que essa vadia causou toda essa conversa. Continue grato, a melhor vingança é o seu dinheiro”, canta no final da música. No Super Bowl, ela ofuscou Coldplay, Bruno Mars e Lady Gaga e aproveitou para anunciar uma nova turnê mundial. Beyoncé está cada vez mais rica, ela é poderosíssima.

Para ouvir: Impossible Winner (The Dead Weather) – Separados, Jack White, Alisson Mosshart, Dean Fertita e Jack Lawrence já são incríveis. Desde 2009, eles também formaram o The Dead Weather, um supergrupo de blues rock que acaba de lançar um CD novinho com faixas como I Feel Love (Every Million Miles), Buzzkill(er) e Impossible Winner.

Assista agora o vídeo sobre a repercussão do episódio na imprensa americana.



terça-feira, setembro 29, 2015

Mídia brasileira esconde encontro entre presidentes de Cuba e EUA na ONU

Encontro de Raúl Castro e Barack Obama na ONU, praticamente não foi divulgado pela imprensa nativa do Brasil. É como se ainda estivéssemos em plena guerra fria ou sob censura pela Ditadura Militar.

Os presidentes americano Barack Obama e cubano Raúl Castro iniciaram nesta terça-feira (29/9), na sede da ONU em Nova York, sua primeira reunião bilateral desde a abertura das embaixadas em julho passado após 50 anos de relações rompidas. 

Obama e Castro apertaram as mãos no início do encontro, o segundo entre os dois desde a reunião de abril durante a Cúpula das Américas no Panamá, após o início da aproximação entre Washington e Havana. 

Enquanto Obama esboçava um grande sorriso, Castro apareceu mais sóbrio, diante dos olhares do secretário de Estado americano, John Kerry, e do ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez.

quarta-feira, setembro 09, 2015

Senta aqui, Fábio



"Com uma única frase e uma única bandeira, Fábio representou as toneladas de ódio que o reacionarismo à braZileira tem espalhado por 2015, deu-se a palmatória do mundo, fez-se Judas das esquerdas..Em surto aparente de fixação anal, Fábio imaginou (e descreveu) o dedo mindinho de Lula (morto e enterrado na fábrica, há décadas) enfiado no ânus dos brasileiros, nosso, dele, do Fábio.."


Não sei se está acontecendo no mundo lá fora ou se é um fenômeno na linha do tempo do meu Twitter, frequentada por comentaristas que eu mesmo selecionei seguir. Mas o fato é que meu adorado cantor Fábio Jr. conseguiu uma façanha inédita na primeira semana de setembro deste 2015 tão exaustivo que já parece durar quatro anos. Nesta Apoteose do Ódio que estamos vivendo, por conta de umas frases trôpegas, Fabião conseguiu nivelar os odiadores aos odiadores dos odiadores.

Tal qual o leão circense de Roberto Carlos em 1964, o ódio está solto nas ruas – e nas redes, onde, pela primeira vez, vejo hordas inteiras de esquerdistas descerem ao mesmo nível dos ignorantes políticos que gritam “Lula cachaceiro/ devolve o meu dinheiro” nas avenidas. A façanha foi de Fábio.

Tanto quanto é fino e delicado na interpretação das canções do coração infantilizado machucado, o cantor de “Senta Aqui” (1984) foi grosso, grosso, grosseiro e grosseirão ao falar do Brasil (e se enrolar numa bandeira do Brasil) num evento chamado Brazilian Day, promovido sazonalmente na mais simbólica megalópole do país que mais quer roubar de nós nosso pré-sal e nosso futuro: New York, nos United States of North Améerica.

Em surto aparente de fixação anal, Fábio imaginou (e descreveu) o dedo mindinho de Lula (morto e enterrado na fábrica, há décadas) enfiado no ânus dos brasileiros, nosso, dele, do Fábio. Sua atitude, na contramão, atiçou esquerdistas e progressistas brasileir@s a dirigir contra ele, um despretensioso (e excelente) cantor romântico, um naco assustador de ódio, provavelmente aquele ódio acumulado por tanto desaforo engolido, tanta agressão suportada, tanta ofensa sublimada.

Com uma única frase e uma única bandeira, Fábio representou as toneladas de ódio que o reacionarismo à braZileira tem espalhado por 2015, deu-se a palmatória do mundo, fez-se Judas das esquerdas, virou um Wilson Simonal que tivesse servido à Globo como galã-símbolo da branquitude de um país nada branco. E então o Brasil choveu uma avalanche de Fábios do Fábio, todos à esquerda de Fábio, de Lula, de Luciana Genro, do mundo, de Deus.

Rolou de um tudo para mesmerizar o eterno meninão sedento de colo e carinho. Para desmentir o preconceito antipetista ostentado por Fábio-Ostentação, petistas xingaram esse cara de drogado, bêbado (“Fábio cachaceiro/ devolve o meu dinheiro”), carrasco de pai, o diabo.

Outros se inspiraram na fixação anal nova-iorquina do ex-garanhão e mandaram Fabião ir tomar no cu, assim, sem meias palavras (como se fosse ruim tomar no cu, não é verdade, crianças de todos os sexos?).

Alguém sugeriu malhar um boneco inflável (ou “inflávio”, como têm grafado os jornalistas estagiários desta nossa triste profissão) do Fábio, um Fábio InFlávio, um InFábio. (Esses, aleluia!, trataram com bom humor esse assunto de altíssima desimportância.)

Uma outra turma usou Bono Vox, um chato de galocha supostamente esquerdista, para depreciar nosso mais novo candidato a sucessor filosófico do roqueiro reaça Roger Lobão. O que tem o cu a ver com as calças?, perguntaria eu, sob o risco de também embarcar  na voga da fixação anal.

Gosto do Fábio cantor (e eventualmente compositor) desde a minha infância. Um bom número dos meus clássicos afetivos particulares me parecem, além disso, excelentes canções pop brasileiras: “20 e Poucos Anos”, “Quero Colo” (1979), “Eu Me Rendo”, “Seu Melhor Amigo” (1981), “Enrosca” (sua versão sexy-safada para a obra-prima soul-pop do genial Guilherme Lamounier), “O Que É Que Há”, “Seres Humanos” (1982), “Quando Gira o Mundo” (1985), “Vida”, “Caça e Caçador” (1988), “Alma Gêmea” (1994)…

Movido por esse meu amor, vi alguns shows do Fábio ao longo dos anos, o último deles em março deste ano, logo depois do início das manifestações de ódio coxinha contra os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil. Ensaiei escrever sobre aquele show, mas desisti, me acovardei, passei pano – porque foi um espetáculo triste, melancólico,  deprimente.

Começava pelo ambiente, um decadentíssimo Credicard Hall, o mesmo lugar onde João Gilberto cunhou, para ferir a elite paulista, o meme “vaia de bêbado não vale”. Ah, se João estivesse naquele show do Fábio… Teria uma síncope.

Nesse dia de show do Júnior, o Hall dos artistas semideuses caía aos pedaços. Os leds apagados dos telões armavam horrorosas crateras no rosto do cantor de “enrosca o mu pescoço, dá um beijo no meu queixo e geme”. Taças tortas de plástico riscado acolhiam as lágrimas de Chandon que embebedavam a elite fabista.

De início achei que era azar meu ter caído numa mesa de bêbados de visual playboy e playgirl que conversavam sem parar, xingavam Fábio quando ele cantava (ou melhor, tentava cantar) uma música menos conhecida, gritavam “fora Dilma” a plenos pulmões, afirmavam aos berros que o show estava chato. A agressividade sublimada no ar estava pelas tampas (e pensar, hoje, que aquele ainda era o começo do começo do começo).

Depois fui prestando mais atenção ao redor e vi que a minha mesa era igual a todas as outras. A comunicação entre o artista e uma plateia de ~privilegiados~ extremamente mal-educados era zero. A  única celebridade presente, que Fábio fez questão de bajular, era Ronaldo Fenômeno, que parecia tão depressivo na plateia quanto Fábio no palco. As metades da laranja, dois amigos, dois irmãos. Saímos calados e sorumbáticos do show.

Os meses se amontoaram de março para cá, em clima de progressiva exaustão. Ninguém aguenta mais o arco tenso em que os verdadeiros decadentes transformaram nosso país. Ninguém aguenta mais. À esquerda, à direita e ao centro, ninguém aguenta mais.

O governo não acerta em debelar crises inventadas e falsificadas, menos ainda as que têm algum fundamento. Os odiadores não acertam em içar bonecos infláveis para navegar no mesmo espaço habitado por helicópteros lotados de cocaína e jatinhos sem nota fiscal.

A mídia que fomenta o ódio transforma (moto contínuo) ódio em falência e falência em ódio. Destila ódio no garrafão de pinga (Lula cachaceiro! Fábio cachaceiro!), dissemina ódio para seres submissos que leem jornais, assistem a telejornais e frequentam(os) shows burocráticos e hierárquicos de MPB.

Fábio, um notório artista não-militante, senta lá e vê o público que o humilha gritar “fora Dilma” e tem a brilhante ideia: vou ser igual a eles. As metades da laranja. Dois amigos. Dois irmãos.

O petista de tez autoritária vê o triste espetáculo protagonizado por Fábio contra Lula e Dilma e tem a brilhante ideia: vou ser igual e ele, a eles, a todo mundo que me trata como lixo o tempo inteiro. As metades. Da laranja.

Fábio, um notório artista não-militante, senta lá e vê o público que o humilha gritar “fora Dilma” e tem a brilhante ideia: vou ser igual a eles. As metades da laranja. Dois amigos. Dois irmãos.

O petista de tez autoritária vê o triste espetáculo protagonizado por Fábio contra Lula e Dilma e tem a brilhante ideia: vou ser igual e ele, a eles, a todo mundo que me trata como lixo o tempo inteiro. As metades. Da laranja.

Não estamos em ano de eleição (ou estamos, no moto contínuo da eleição perpétua). Não é ano de Copa, não tiramos 7 a 1 na prova de cultura política (essa, por sinal, é uma disciplina que até pouco tempo atrás nem estava incluída nas nossas grades escolares). Ainda não é ano de Olimpíada (vai ter!).

O nível de tensão estrangula tod@s, não há seres humanos que aguentem esta vida sem tréguas. Dá vontade de fazer a Wanderléa e sair gritando enrolada na bandeira verdamarela: por favor, senhores juízes, parem agora!

sexta-feira, julho 03, 2015

Fã de Bolsonaro e membro do 'Revoltados OnLine' xinga Dilma nos EUA



Elogiada pelo presidente Barack Obama e várias outras autoridades políticas e empresariais, como Mark Zuckerberg, em sua visita aos Estados Unidos, a presidente Dilma foi hostilizada por um manifestante anti-petista, identificado como Igor Gilly Teles.

O ativista que é ligado ao "Revoltado OnLine" assumiu em um hangout, ser de direitaconservador e que teve a audácia de se passar por jornalista para entrar no hotel onde Dilma estava hospedada, no Estado de São Francisco e chegou a encostar o ouvido em todas as portas dos quartos, para descobrir onde Dilma estava hospedada, mas não a encontrou.

No entanto, foi disfarçado de estudante americano que ele conseguiu gravar um vídeo onde aparece ofendendo a presidente na Universidade de Stanford. O ato foi planejado por um pequeno grupo de pessoas que se declaram anti-petistas e mesmo acompanhada pela ex-secretária de Estado Condoleezza Rice, Dilma foi chamada de ladra, assassina, terrorista e comunista de merda, entre outros termos peculiares do jargão ultimamente utilizado pelos 'militantes' da direita brasileira.
Diante de seguranças e da comitiva presidencial, o jovem ficou à vontade para proferir várias ofensas à chefa da nação, em plena agenda oficial nos EUA. Como já havia planejado o vídeo foi parar no seu facebook, onde seu perfil não mostra qual é a sua profissão e nem o que faz nos EUA, apenas fotos com maçons e seus ídolos, entre eles o não menos polêmico deputado federal Jair Bolsonaro.

No entanto, comenta-se nas redes sociais que Igor foi aluno do PROUNI e está nos Estados Unidos como bolsista do programa federal "Ciência sem Fronteiras".


Entre elogios e protestos, internautas comentam com as agressões verbais contra a principal mandatária do país, tipificado no código penal como calúnia, injúria e difamação. Com essa atitude, há quem diga que Igor pode responder por outros crimes, além de ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.


Já pensaram se o mesmo acontecesse com o presidente americano no Brasil?


domingo, abril 12, 2015

Obama: “precisou-se uma mulher assumir o poder, para se começar a limpar a corrupção no Brasil”

"Ele falou pra mim que quando ele quiser saber qualquer coisa, ele liga pra mim. (Eu) não só atendo, como fico muito feliz”, contou Dilma, ao falar do pedido de desculpas de Obama pela denúncia de espionagem, que abalaram as relações entre os EUA e vários países, inclusive o Brasil.

No Portal Metrópole, com informações do Estadão.

Na Cúpula das Américas, Obama elogia Dilma e diz que Brasil é exemplo de combate a corrupção
Depois de um ano, a presidente Dilma Rousseff ouviu finalmente um pedido de desculpas do presidente dos EUA pela espionagem da agência americana no Brasil. Em discurso, o presidente Barack Obama soltou série de elogios sobre a presidente e disse que o Brasil é um exemplo de combate a corrupção.

A presidente Dilma Rousseff ouviu finalmente do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um tipo de pedido de desculpas, ainda que não tradicional, pela espionagem levada a cabo pela National Security Agency sobre o governo e empresas brasileiras. Ao responder se a crise estabelecida em 2013 pela descoberta da espionagem estava superada pela marcação da visita aos EUA para junho deste ano, Dilma revelou o que o presidente americano lhe falou durante a reunião bilateral de hoje: ele lhe ligará quando quiser saber algo do Brasil.

“O governo americano não disse só para o Brasil, mas disse para todos os países do mundo que os países amigos, os países irmãos não seriam espionados. E também tem uma declaração do presidente Obama: ele falou pra mim que quando ele quiser saber qualquer coisa, ele liga pra mim. (Eu) não só atendo, como fico muito feliz”, contou.

O encontro dos dois presidentes durou cerca de meia hora. De acordo com a presidente, os dois trataram dos temas de cooperação que o Brasil quer ver avançar na visita, entre eles cooperação na área de energias alternativas, educação, defesa e o programa Open Skies para a aviação civil.

Em discurso na Cúpula das Américas, a presidente ouviu elogios do presidente Barack Obama: 

“Vejam só o exemplo do Brasil, em combate a corrupção… Precisou-se que uma mulher chegasse ao poder para se começar a limpar a corrupção”, disse ele.

Descontraída, a presidente agradeceu quando foi elogiada pela elegância. E, ao ser perguntada se o presidente americano havia comentado sua nova silhueta – Dilma perdeu 16 quilos -, respondeu: 

“Olha, ele não elogiou. Mas eu gostaria que tivesse elogiado.”

segunda-feira, março 30, 2015

Os coxinhas vão pirar: Obama pede Lula como Secretário Geral da ONU

Em discurso, presidente dos Estados Unidos disse que ex-presidente levou o Brasil a um patamar incrível, na luta contra a pobreza e a fome. Segundo Obama, Lula é a pessoa ideal para ocupar o cargo mais alto da Organização das Nações Unidas.

Segundo a agência internacional de noticias EFE, Obama nesta manhã discursou em evento na Casa Branca e destacou a "paz entre nações" em seu discurso. 

Obama também falou sobre o papel da ONU nessa questão, e que seria importante um líder que levasse a ONU a um padrão mundial de pacificador e apoio institucional as crises de guerra que abrangem o mundo, além da luta contra a fome e a discriminação. Segundo o presidente dos Estados Unidos, Lula é a pessoa ideal para ocupar o cargo, o ex-presidente segundo ele, levou o Brasil a um patamar incrível enquanto foi presidente, na luta contra a pobreza e a fome, além dos acordos internacionais. 

Em 2010, o ex-presidente disse que não deve ocupar um cargo como este, pois o cargo de secretário-geral da ONU deve ser exercido por um técnico, e não por um ex-presidente.

O secretário-geral das Nações Unidas é o mais alto funcionário das Nações Unidas. Roosevelt chegou a nomeá-lo como “moderador do mundo”, e na Carta das Nações Unidas, a posição é descrita como “chefe administrativo oficial”. E segundo consta, esse é o próximo passo almejado pelo presidente Lula.

A nomeação do secretário-geral é feita pela Assembléia Geral, após recomendação do Conselho de Segurança (passível de veto). Atualmente, o mandato do cargo consta de cinco anos, podendo estender-se por um segundo termo, sendo utilizado também o critério de rotação geográfica e da origem distinta dos membros permanentes do Conselho de Segurança. Basicamente, trata-se do exercício da diplomacia e mediação sobre questões globais.

Em visita ao Oriente Médio, Lula colocou-se em posição de mediador dos conflitos Israel/Palestina. O porta voz da presidência da Palestina declarou que “[…] ele poderia ser um ótimo secretário-geral da ONU, pois é um homem de paz e de diálogo e sabe negociar de maneira inteligente e admirável”. E, em mais uma de suas típicas metáforas, Lula disse que “O vírus da paz está comigo desde que eu estava na barriga da minha mãe”.

São 8 os que ocuparam o posto de Secretário-Geral da ONU: Trygve Lie (Noruega), Dag Hammarskjöld (Suécia), U Thant (Mianmar), Kurt Waldheim (Áustria), Javier Pérez de Cuéllar (Peru), Boutros Boutros-Ghali (Egito), Kofi Annan (Gana) e Ban Ki-moon (Coréia do Sul). Se por um lado o posto de Secretário-Geral exige muito jogo de cintura, por outro é uma posição de extrema visibilidade.

O mandato do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vai até o final de 2016. Assim, a escolha formal de quem vai sucedê-lo ocorrerá em meados de 2016, daqui a aproximadamente 1 ano e meio. O mandato é de 5 anos renovável por mais 5, pois apesar de formalmente não haver um limite de mandatos consecutivos, o limite de dois mandatos tem sido uma tradição muito forte quanto ao cargo. Assim, os próximos 10 anos do cargo mais importante da ONU podem estar em jogo, e nesse caso, mesmo 1 ano e meio antes da decisão final, as negociações quanto às candidaturas já estão ocorrendo com relativa intensidade.

Uma vez que o desafio principal da eventual candidatura de Lula seria não ter o veto de nenhum dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, é preciso analisar as condições políticas de cada um desses cinco membros. É aí que reside a grande particularidade deste momento histórico que favorece a eleição de Lula. 

Nos Estados Unidos, é Barack Obama, do Partido Democrata, e não um presidente do Partido Republicano, que será o chefe de Estado do país durante todo o processo de negociação e eleição. Na França, é François Hollande, do Partido Socialista, que em 2012 venceu Nicolas Sarkozy e encerrou 17 anos seguidos em que os conservadores estiveram na presidência do país, que será o chefe de Estado no processo. No Reino Unido, haverá eleições gerais em maio de 2015, e o favorito para ser eleito primeiro-ministro é o atual líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, que disputará o cargo com o atual primeiro-ministro do Partido Conservador, David Cameron. 

Se Miliband vencer, estará no cargo desde um ano antes da escolha de próximo secretário-geral da ONU, ou seja, será a liderança decisiva do Reino Unido quanto à posição do Reino Unido. Na Rússia, o presidente durante todo o processo será Vladimir Putin, que muito dificilmente vetaria o nome de Lula, não só pela questão dos BRICS, mas por questões geopolíticas até mais amplas. Quanto à China, o nome de Lula atenderia a requisitos importantes do país, como o aumento da inserção da China na economia mundial através das parcerias globais que o país está estabelecendo com países de todos os continentes, incluindo fortemente América Latina e África.

E qual é a importância de ser secretário-geral da ONU? Hoje em dia, há diversos temas de enorme importância que por sua natureza precisam de uma instância global de administração, porque afetam necessariamente a todos de uma forma intensamente difusa e inter-relacionada. Como exemplo posso citar três assuntos, importantíssimos. A preservação do meio ambiente (dentro da qual se inclui o aquecimento global) a gestão do armamento nuclear (que tem o potencial de destruir a civilização humana) e a administração da Internet (pela exponencial interconexão que gera entre as populações dos países). O mundo precisa de uma ONU que cumpra seu necessário papel, e por isso um secretário-geral que a faça funcionar com legitimidade popular e poder institucional relativamente efetivo é fundamental neste momento da história.

E qual seria o caminho concreto mais efetivo para que Lula fosse eleito secretário-geral da ONU em 2016? Obviamente, o próprio Lula teria que aceitar se candidatar. A única possibilidade disso acontecer me parece que é a formação de um movimento mundial em torno de seu nome composto de duas vertentes essenciais: 1) a formação e divulgação de uma lista de mais de 100 chefes de Estado e de governo do mundo apoiando a escolha de Lula como o próximo secretário-geral da ONU. 2) a expressão, organização e articulação popular em todo o mundo, especialmente na Internet e particularmente nas redes sociais, espaços em que os povos da Terra poderão se comunicar e se organizar mais eficazmente para ajudar a colocar no principal cargo da instituição que é o embrião do país planeta Terra uma pessoa que já provou que é capaz de se tornar o primeiro líder genuinamente mundial da história deste pálido ponto azul da nossa galáxia.

terça-feira, março 03, 2015

Cuba e EUA: Personagens de nossa América



Por Sérgio Barra*, no blog do Espaço Aberto.

Eis aqui uma história que era acalentada por muitos, mas desvalorizada por outros tantos, inclusive, em nível internacional. Demorou para que a História deixasse  sua visão retrospectiva e adotasse uma análise mais próxima do presente. Durante muito tempo sua concepção lhe impunha certo distanciamento de seu objeto e uma restrição rígida de natureza política. Lentamente, começou um processo de valorização de pessoas influentes como fonte e da política e acontecimentos contemporâneos como foco, que nos oferecem a história não mais como letra morta, história fechada, mas como um processo vivo de interpretação de ontem e do agora. A ausência de relações entre Estados Unidos e Cuba era uma herança de tempos em que o comunismo era um "perigo" para toda a América Latina. Mas os dois países têm laços históricos que remontam ao século XIX.

Desde aquela época havia um movimento em Cuba para libertar a ilha do domínio colonial, mas esse objetivo só foi alcançado quando os EUA venceram a Espanha na guerra de 1898. Embora os cubanos não tenham sido anexados, ficaram com restrições à soberania, como a Emenda Platt à sua Constituição, que autorizava ações militares americanas em seu território e o estabelecimento de uma base naval na baía de Guantánamo. O poderoso vizinho apoderou-se de setores-chaves da economia da ilha, como açúcar, tabaco e turismo. O crime organizado era muito forte no país, envolvido com drogas, prostituição e jogo.

Os nacionalistas cubanos se ressentiam dessa influência e afirmavam que era necessária uma revolução para completar o projeto de independência, que havia sido interrompido pela interferência dos EUA. A revolução começou em 1956 com uma revolta contra o ditador Fulgêncio Batista, cujo governo era apoiado pela Casa Branca. Contudo, os EUA não o viam como um aliado fundamental e não foram hostis aos guerrilheiros comandados por Fidel Castro. Havana foi conquistada em 1959. Fidel reuniu-se com diplomatas e políticos, recebido pelo então vice-presidente Richard Nixon, que advertiram o jovem líder cubano a se manter afastado de comunistas como seu irmão Raúl e seu colega de armas argentino, Ernesto Guevara.

A revolução não era, em essência, marxista - seu pilar eram mudanças sociais de grande escala, como a reforma agrária. O novo governo começou com medidas como a nacionalização de propriedades de empresas americanas, colocando Havana e Washington em conflito. Os líderes cubanos se irritaram com as pressões americanas. Começaram sanções econômicas americanas. Cuba aproximou-se da União Soviética, que ofereceu ao país ajuda econômica e militar, e a ilha abraçou o comunismo. Os EUA romperam as relações diplomáticas em janeiro de 1961.

A revolução cubana teve impacto extraordinário em toda a América Latina e que culminou com a suspensão do país da OEA, em 1962 e com o embargo econômico contra a ilha. De lá pra cá todos conhecem a história. A Guerra Fria acabou entre 1989 e 1991, com o colapso dos regimes comunistas na Europa oriental o fim da URSS. As mudanças na América Latina foram benéficas para Cuba. A ausência de relações com os EUA tornou-se um anacronismo. Centenas de milhares de cubanos haviam migrado para os EUA. Viraram uma comunidade próspera e influente, sobretudo na Flórida, e fortemente anticomunista.

Outro fator crucial foi a mudança demográfica na comunidade cubano-americana. Os líderes mais idosos começaram a morrer e foram substituídos por uma geração mais jovem e pragmática, dispostas a aproveitar as oportunidades comerciais. Essas foram as bases econômicas e sociais que levaram ao acordo entre EUA e Cuba e que criaram as condições para o que pode ser um período promissor nas relações entre ambos os países. O mundo não é uma festa, mas é formado por uma fauna humana que resume todas as nossas emoções e desejos, dúvidas e anseios, angústias e contradições. A maior conquista da democracia é o estado de direito.

*Sérgio Barra é médico e professor.
sergiobarra9@gmail.com

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Golpes na Argentina, Venezuela e Brasil?

Os três países têm vários traços em comum. Em todos eles, a direita partidária sofreu duras derrotas eleitorais nos últimos anos.

Por Altamiro Borges, em seu combativo blog do Miro.

Há algo muito estranho ocorrendo em três países decisivos na geopolítica da América do Sul. A Venezuela, rica em petróleo, enfrenta uma onda permanente de desestabilização – com sabotagem no abastecimento de produtos básicos, choques violentos nas ruas e ameaças de golpes militares contra o presidente Nicolás Maduro. Na Argentina, segunda economia da região, está em curso um processo de judicialização da política que pode desembocar na cassação da presidenta Cristina Kirchner. Já no Brasil, a principal força no tabuleiro político do subcontinente, a direita mais suja do que pau de galinheiro se traveste de vestal da ética, bravateia a tese do impeachment e incentiva as marchas dos grupelhos fascistas. O que explica esta sinistra coincidência? Os EUA, que sempre trataram a região como o seu quintal, têm algo a ver com esta onda nitidamente golpista?

Os três países têm vários traços em comum. Em todos eles, a direita partidária sofreu duras derrotas eleitorais nos últimos anos. Forças contrárias ao neoliberalismo, com suas nuances e ritmos diferenciados, chegaram ao governo – e não ao poder. Fragilizada, a elite colonizada foi substituída no seu ódio ao campo popular pela mídia monopolista e manipuladora. Na Venezuela, Argentina e Brasil, os jornalões, as revistonas e as emissoras de rádio e tevê fazem oposição diariamente – jogam no pessimismo da sociedade, difundem a visão fascista da negação da política, tentam impor sua agenda neoliberal derrotada nas urnas e apostam na desestabilização dos governos progressistas. Nos três países, os barões da mídia hoje lideram as forças golpistas e estão cada dia mais agressivos. Nada mais contém a sua sanha conservadora e entreguista, pró-império.

Além da mídia monopolista, outros aparatos de disputa de hegemonia também servem aos interesses das oligarquias nativas e alienígenas. Na Argentina e no Brasil, boa parte do corrompido poder Judiciário está nas mãos das elites. O suspeito caso da morte do promotor Alberto Nisman, responsável pelo inquérito sobre o atentado terrorista a um centro judaico em Buenos Aires, tem servido para atiçar a campanha pela deposição da presidenta Cristina Kirchner. Já o escândalo da Petrobras, com vazamentos seletivos e técnicas de tortura do Ministério Público e da Polícia Federal – outros dois aparatos de hegemonia –, alimenta o sonho da oposição demotucana de sangrar e, se possível, de derrubar a presidenta Dilma Rousseff. Na Venezuela, focos golpistas voltaram a aparecer nas Forças Armadas e se unem aos empresários sabotadores da economia.

Diante desta onda reacionária, os governantes dos três países são chamados a enfrentar a “guerra da comunicação” e derrotar os aparatos de hegemonia da elite colonizada. Na semana passada, o chefe de gabinete da Casa Rosada, Jorge Capitanich, acusou explicitamente a mídia e a Justiça de tramarem um golpe. “É uma estratégia de golpismo judicial ativo. No mundo, a disputa é entre democracia e grupos obscuros vinculados a poderes econômicos”. Ele inclusive citou o Brasil, no qual “Dilma Rousseff sofre ataques com pedidos de julgamento político”. Já o secretário-geral da Presidência da República, Aníbal Fernández, falou em “manobra de desestabilização democrática” e conclamou os setores populares a irem às ruas para defender a continuidade do mandato de Cristina Kirchner.

Também na semana passada, o presidente Nicolás Maduro acusou novamente o governo dos EUA de orquestrar um golpe na Venezuela. Na última quinta-feira (12), ele anunciou a prisão de 14 civis e militares, entre eles de um general da reserva. Segundo as investigações, o grupo pretendia causar tumultos e mortes num ato agendado pela direita local. Em rede de televisão, o líder bolivariano afirmou que “os EUA pagaram [os sabotadores] em dólares e lhes deram vistos com data de 3 de fevereiro. A Embaixada dos EUA lhes disse que, em caso de fracasso, poderiam entrar no território americano”. A grave denúncia foi, como sempre, ridicularizada pela mídia venezuelana e mundial – a mesma que apoiou efusivamente o golpe fracassado de abril de 2002. Já a Casa Branca considerou as acusações “ridículas”. Afinal, o império nunca apoiou golpes e ditaduras!

Já no Brasil, a “guerra da comunicação” anunciada por Dilma Rousseff na primeira reunião ministerial, no início de janeiro, ainda não saiu do papel. Nenhum ministro teve a coragem de denunciar “a estratégia de golpismo judicial ativo” – que deverá ficar ainda mais agressiva no pós-Carnaval com a nova fase da midiática Operação Lava-Jato. A presidenta Dilma Rousseff também ainda não ocupou a rede nacional de rádio e televisão para criticar os setores que pretendem destruir a Petrobras e entregar o Pré-Sal – um antigo desejo dos EUA. Num contexto bastante explosivo na região, aonde as coincidências golpistas são estranhas e os interesses imperiais são violentos, é preciso reagir rapidamente! O fantasma do retrocesso assombra a América do Sul.

domingo, fevereiro 15, 2015

Embaixadora dos EUA no Brasil admite: Começamos 2015 muito bem e gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil



A embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde concedeu uma entrevista para a revista Exame, da editora Abril (a mesma da VEJA) e foi indagada se a crescente presença da China no Brasil preocupa os EUA. Veja sua resposta: 

"Não, mas gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil. Essa vai ser minha missão. Facilitar as trocas em setores de maior potencial. Setores que gerem mais valor agregado e aumentem as trocas na área de inovação. Temos muitas coisas em comum. Há 26 000 estudantes brasileiros do programa Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos. Nos últimos quatro anos, o investimento das empresas brasileiras nos Estados Unidos cresceu cinco vezes. A China pode ser o parceiro número 1 do Brasil hoje, mas isso vai mudar. A parceria comercial entre o Brasil e os Estados Unidos é mais profunda.

Leia a matéria com a entrevista que a Globo não mostrou e provavelmente não mostrará nos seus telejornais.

Liliana Ayalde chegou ao Brasil para assumir a embaixada americana justamente em setembro de 2013, quando a presidente Dilma Rousseff disse ao presidente Barack Obama que estava cancelando sua visita a Washington programada para outubro daquele ano.

A decisão foi tomada após as revelações de Edward Snowden, ex-técnico da Agência Nacional de Segurança, sobre o monitoramento das conversas de Dilma e de dados da Petrobras, realizado pelo governo americano. Com o quase congelamento dos contatos em Brasília, Liliana aproveitou para viajar pelo país e estreitar os laços com o mundo empresarial.

Em janeiro deste ano, a embaixadora percebeu uma mudança de posição do governo brasileiro, que voltou a dar prioridade à visita de Dilma aos Estados Unidos. Leia a seguir a entrevista concedida na casa do cônsul americano em São Paulo.

EXAME - A senhora concorda que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos estão no pior momento da história?

Liliana Ayalde - Não. Começamos 2015 muito bem. A recente visita a Brasília de Joe Biden, o vice-presidente americano, é um sinal disso. Ele teve uma conversa muito positiva com a presidente Dilma. O ano de 2014 foi difícil. Mas, mesmo quando a relação entre os governos tem problemas, as pessoas dos dois países continuam conectadas.

Isso fica claro em várias áreas, como nos negócios e no turismo. Na posse, a presidente falou que é hora de olhar para a frente. O momento hoje não poderia ser melhor.

EXAME - Já há uma nova data para a visita?

Liliana Ayalde - O governo brasileiro quer fazer a visita, mas diz que precisamos ter uma agenda substantiva. O encontro entre os dois presidentes não pode ser apenas uma oportunidade para realizar um jantar de gala. É nisso que estamos trabalhando. Ainda não temos uma data.

EXAME - Qual é o limite para sabermos se haverá ou não a visita neste ano?

Liliana Ayalde - Não há limite. Espero que até abril tenhamos uma agenda de consenso. Em abril ocorre a Cúpula das Américas, no Panamá. Será uma chance de os presidentes se verem, e devemos aproveitá-la. Temos esses meses para trabalhar.

EXAME - É possível que negociações com o objetivo de uma abertura comercial histórica sejam anunciadas?

Liliana Ayalde - O vice-presidente Biden disse a Dilma que os Estados Unidos sabem quais são seus interesses. Precisamos saber quais são os do Brasil. O governo brasileiro diz claramente que gostaria de ter uma relação ainda mais robusta na área comercial.

Liliana Ayalde: "Gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil".

Os Estados Unidos já foram o principal parceiro comercial do Brasil. Neste momento temos uma relação comercial de cerca de 100 bilhões de dólares, mas sabemos que isso pode crescer. Há maneiras de identificar os obstáculos e facilitar as trocas.

Ainda não se falou de um acordo de livre comércio, mas estamos esperando para ver o que o Brasil quer. O Brasil tem algumas limitações por causa de seus acordos com o Mercosul. Nós também temos nossas limitações porque temos de trabalhar com nosso Congresso. Mas há espaço para negociar.

EXAME - Existe a possibilidade de a exigência de visto aos brasileiros ser extinta?

Liliana Ayalde - Esse é um dos temas que ficaram parados. O Brasil pediu para não continuar com a conversa. Vamos ver agora se esse tema será visto como prioritário. Isso é um processo que toma tempo. Temos regras muito duras. É preciso estabelecer sistemas de trocas de informação sobre passageiros.

Antes de as conversas pararem, falava-se em fazer uma experiência piloto. Não se exigiriam vistos de algum grupo específico, como o de empresários, e se examinariam os resultados.

EXAME - Como está a negociação para pôr fim à bitributação das empresas com operações nos dois países?

Liliana Ayalde - Desde que cheguei ao Brasil, nenhuma reunião foi agendada para tratar desse assunto. Gostaríamos de avançar. Essa é uma demanda do setor privado.

EXAME - A crescente presença da China no Brasil preocupa?

Liliana Ayalde - Não, mas gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil. Essa vai ser minha missão. Facilitar as trocas em setores de maior potencial. Setores que gerem mais valor agregado e aumentem as trocas na área de inovação. Contamos com a plataforma necessária. Muitas empresas americanas têm centros de pesquisa aqui.

Temos muitas coisas em comum. Há 26 000 estudantes brasileiros do programa Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos. Nos últimos quatro anos, o investimento das empresas brasileiras nos Estados Unidos cresceu cinco vezes. A China pode ser o parceiro número 1 do Brasil hoje, mas isso vai mudar. A parceria comercial entre o Brasil e os Estados Unidos é mais profunda.

EXAME - Essa parceria não está estagnada?

Liliana Ayalde - Está. Por isso existe uma frustração. Mas temos de aproveitar as relações próximas que existem entre as pessoas e as empresas dos dois países. Percebo que agora há um interesse do Brasil. O país precisa de sinais de confiança, e aumentar a parceria com os Estados Unidos seria positivo.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...