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sábado, setembro 01, 2018

O plágio nas campanhas eleitorais de São Paulo e do Pará



Por Diógenes Brandão


A produção audiovisual das campanhas eleitorais pelo mundo a fora, geralmente destacam casos de criatividade entre os publicitários, jornalistas e toda a gama de profissionais envolvidos na produção dos vídeos, os quais influenciam milhares de eleitores a votar em seus candidatos.

Mas há casos onde a criatividade na verdade é copiada e não há os créditos para quem originalmente produziu aquele conteúdo. A isso, dão o nome de plágio.

E o debate sobre plágio e direitos autorais volta à tona nas eleições, primeiro com a disputa presidencial e no Pará, com a disputa ao governo do Estado.

No primeiro programa da propaganda eleitoral gratuita na TV, o candidato do PSDB à presidencia, Geraldo Alckmin (PSDB), teve em seu tempo na TV, o uso de um vídeo que causou polêmica por ter sido acusado de ser plágio. 

Leia e assista aqui.

No Pará, o caso é mais bizarro, pois a equipe de marketing eleitoral do candidato Helder Barbalho (MDB) não informa que a peça publicitária foi inspirada em outra, utilizada nas eleições de 2014, no Maranhão.  

Para entender o que o blog AS FALAS DA PÓLIS identificou, assista ao vídeo de Flávio Dino (PCdoB), candidato ao governo do Estado do Maranhão, exibido em 2014:




Agora assista o vídeo da campanha de Helder Barbalho (PMDB), candidato ao governo do Pará, lançado ontem (31):



quinta-feira, maio 24, 2018

Dias tensos para o PSDB: Azeredo se entrega à polícia e investigado, Geraldo Alckmin descarta apoio a Aécio e João Dória


Por Diógenes Brandão, com informações da Folha de São Paulo, O Globo, Veja e demais veículo da imprensa tradicional brasileira.

Em meio aos protestos dos caminhoneiros por conta do alto preço dos combustíveis e da crise no abastecimento decorrido dos protestos e da paralisação de rodovias, muita gente não percebeu as notícias que caíram como uma bomba no ninho central do PSDB, principal partido de sustentação do governo de Michel Temer (MDB).  

A primeira e com maior repercussão foi a da prisão do ex-governador de Minas Gerais, o tucano Eduardo Azeredo. Após ser declarado fugitivo, ele se entregou e já está preso em um batalhão do Corpo de Bombeiros, onde começará a cumprir pena de 20 anos de prisão à qual foi sentenciado por desvio de recursos e lavagem de dinheiro (3,5 milhões de reais de estatais mineiras à sua campanha à reeleição, em 1998), no esquema conhecido como mensalão tucano ou mensalão mineiro. 

Em sua sala especial, localizada em uma área nobre de Belo Horizonte, o tucano mensaleiro tem direito a um aparelho de TV, rádio, refeição trazida pela família, além de chuveiro elétrico, regalia reprovada para outros políticos condenados, mas que agora praticamente não foi comentado pela imprensa e comentaristas em geral.

Outro assunto que deu o que falar foi a entrevista do governador de São Paulo à Folha, onde o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quarta-feira (23), que o ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) tem de cumprir a pena de cadeia pela condenação no mensalão tucano e que o senador Aécio Neves (PSDB), réu no Supremo, não deve disputar eleição.

Sobre Beto Richa, Alckim disse: "O ex-governador do Paraná vai se explicar. É dever de todo homem público prestar contas, transparência absoluta." 

No dia 12 deste mês, o juiz Sérgio Moro determinou abertura de inquérito contra ex-governador Beto Richa. Suspeito de favorecer a Odebrecht na licitação para duplicar uma rodovia estadual, ele é mais um tucano que pode acabar preso em uma sala especial do Corpo de Bombeiros do Paraná. Para isso, caso seja condenado, seus advogados só precisam fazer o que a defesa de Eduardo Azeredo fez: Alegar falta de segurança nos presídios.

Presidente do PSDB e pré-candidato do partido à Presidência na eleição de 2018, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é investigado pelo Ministério Público de São Paulo em um inquérito eleitoral e em um inquérito civil. As duas investigações tratam de supostos pagamentos que totalizariam 10,3 milhões de reais em caixa dois às campanhas de Alckmin nas eleições de 2010 e 2014, relatados nas delações premiadas de executivos da Odebrecht.  

Com a renúncia dele para disputar a eleição de outubro, o caso foi remetido à primeira instância. Alckmin nega as suspeitas e luta internamente no PSDB para ser o pré-candidato, onde senador mineiro Aécio Neves e o prefeito paulistano João Dória também disputam a preferência dos dirigentes tucanos.

segunda-feira, janeiro 08, 2018

2018: O ano eleitoral inicia sem ninguém ter certeza de nada



Por Diógenes Brandão

Já é de algum tempo que analistas, jornalistas e blogueiros da área política, preveem que 2018 será um ano de suma importância para mudanças políticas no Brasil. Alguns arautos chegaram a dizer que antes do raiar de 2019, a corrupção será aniquilada nas urnas, que nenhum candidato ficha-suja será reeleito e que a Lava Jato enterrará partidos que tiveram seus dirigentes condenados pela justiça do Paraná, ou pelo STF. 

Nada disso ainda aconteceu e pelo andar da carruagem, pouco mudará. 

Você pode achar que estou sendo pessimista, mas a impressão que tenho é de estar sendo realista diante dos fatos e acontecimentos que vivenciamos no país. 

A classe política pode até se matar para chegar e permanecer no poder, mas é igualmente corporativista o bastante para não suicidar-se coletivamente, implementando leis e medidas que permitam que as raposas mantenham o controle do galinheiro. 

Por isso, mesmo sob protestos e uma grande sensação de rejeição perante a opinião pública, os políticos tradicionais seguem no controle de tudo, mandando e desmandando nos três poderes da República, e, as "novas" regras eleitorais, praticamente não mudaram em relação ao que foi implantado em 2016. 

O financiamento empresarial, por exemplo, desde então está proibido, mas quem acreditou que as empresas deixaram de patrocinar prefeitos e vereadores que disputaram as eleições passadas, só pode sofrer de algum surto de ingenuidade.

QUEM SÃO OS PLAYERS?

No Brasil, Lula segue na dianteira de todas as pesquisas e o mais incrível, depois de todo o massacre que sofre pelo bombardeio da grande mídia e nas mídias sociais: É também o menos rejeitado entre os seus principais adversários. 

O PSDB luta internamente para garantir que o governador Geraldo Alckimin, seja o candidato tucano, mas até FHC - Presidente de Honra do partido, já amaldiçoou o colega. O DEM bate na mesa e diz que chegou a sua vez de ter o apoio do PSDB e apresenta pela primeira vez um tom de que realmente vai lançar um candidato ao planalto.

No Pará, o ministro Helder Barbalho (PSDB) canaliza todos os seus esforços e recursos para ultrapassar a margem dos 30% nas pesquisas, mas não passa disso, mesmo tendo aval do presidente Michel Temer para participar de inaugurações de obras, entrega de equipamentos e cheques de plástico em diversos municípios do Estado. 

Uma dedicação que nem sempre se concretiza, afinal são inúmeros prefeitos que reclamam nos bastidores de estarem com notas empenhadas, mas não terem visto até agora a cor do dinheiro comprometido.

O PSDB agoniza internamente e tenta esconder que esteja vivendo sua realidade mais pura e cruel: Quem manda no partido é quem está com a caneta e as mãos do governador Simão Jatene já assinaram a carta sucessória do poder para o deputado estadual e presidente da ALEPA, Márcio Miranda (DEM). 

Assessores do prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB), ainda tentam forçar a barra e jogar suas últimas cartas para o tabuleiro da convenção estadual dos tucanos, mas os principais dirigentes do partido já sabem, inclusive o próprio Pioneiro, de que o melhor caminho é seguir o que o "chefe" orientou.

Márcio Miranda, por sua vez, reúne-se com empresários, prefeitos, vereadores, dirigentes partidários, mas falta-lhe visibilidade e carisma perante a população e a sociedade civil. Reconhecido perante seus pares e pela elite política paraense, como um hábil negociador e generoso homem público, Márcio ainda não conseguiu demover o interesse do principal prefeito do DEM, o seu partido, em apoiar Helder Barbalho. O povo de Santarém sabe muito bem disso.

O vice-governador Zequinha Marinho (PSC) continua sua saga em posicionar-se como sucessor natural do governador Simão Jatene, nem que seja pelos 06 meses que este deve se licenciar para poder concorrer a algum cargo. Entre uma vaga como conselheiro vitalício no TCM, no senado, ou na Câmara de Deputados, Zequinha diz que espera a saída de Jatene para concorrer ao cargo de governador, sentado na cadeira de Jatene, o que faz o governador a ter que dizer que se manterá no cargo até o dia 31.12.2018, quando termina de fato o seu mandato.

Jatene responde a processos que podem lhe cassar os direitos políticos e deixá-lo vulnerável e por isso, até mesmo ser preso por alguns dias, mas não quer perder o poder de influência que exerce, mesmo tendo declarado apoio a outro candidato de fora do seu partido, ao ter que se licenciar e passar a caneta a Zequinha Marinho, que já avisou que trocará toda a equipe e iniciará um novo governo, tão logo assuma o comando do Estado.

Na esquerda, o nome de Úrsula Vidal ganha destaque nas redes sociais e nas pesquisas realizadas na Região Metropolitana, mas a candidata da REDE tem dificuldades para se locomover e ampliar sua base eleitoral para outras regiões do Estado. Pelo PT, o senador Paulo Rocha foi lançado pré-candidato ao governo do Pará e o deputado federal Zé Geraldo ao senado, mas ambos aguardam o julgamento do recurso de Lula, marcado para o próximo dia 24, pois se ele não for candidato, dificilmente os petistas terão alguma chance de realmente emplacarem uma chapa competitiva.

Há no entanto, desejos até outrora inconfessáveis que começam a se revelar por parte de partidos que sempre orbitaram entre os governos e candidaturas do PMDB e do PSDB, em barganhar as duas vagas, das três que o Pará tem no senado. Nomes como Lúcio Vale (PR), Sidney Rosa (PSC) e de Adnan Demarchi (PSDB), se posicionam bem em diversas regiões do Estado, dialogando principalmente com o setor produtivo de alta escala (fazendeiros, madeireiros, agropecuários, industriais e comerciantes de grande porte). A FIEPA nunca esteve tão dividida, me confessou um atento observador da instituição.

O problema desta equação para a ocupação das duas vagas do senado é justamente a presença dos dois senadores que já se encontram sentados nas suas cadeiras e que não dão sinais de querer abrir mão delas para os pretensos sucessores. Tanto Flexa Ribeiro (PSDB), quanto Jader Barbalho (PMDB), nunca disseram que abrem mão de disputar a reeleição, muito embora haja especulações de que Jader esteja mais preocupado com a eleição do filho ao governo, mas assim como Simão Jatene, sabe que não pode ficar sem cargo político e perder a imunidade parlamentar, arriscando também ser preso novamente.

É possível que os demais pré-candidatos possam reclamar de não terem sido citados, mas o blog tem visualizado pesquisas e conversado com diversas lideranças, dos mais diversos partidos, assim como de entidades classistas e ouvido posicionamento de pessoas influentes no meio rural e empresarial, que refutam qualquer ilusão em relação à grandes novidades neste cenário eleitoral, ainda muito incerto e duvidoso, onde quem hoje se apresenta com pretensões ao governo ou ao senado, pode vir a se contentar com uma vaga na ALEPA, ou no máximo na Câmara dos Deputados, apesar de não admitirem.

Para todos os players, a campanha eleitoral já começou, mas ela se mantém nos bastidores, reservada a diálogos com prefeitos, lideranças política, empresarias, equipes de marketing e demais profissionais que começam a ser convocados para realizar pesquisas, análises e projeções estratégicas. É verdade que nem todos possuem condições de visitar os municípios ou montar equipes de trabalho, tal como citado acima, mas quem pensa realmente em se eleger, principalmente aos cargos majoritários, precisa atuar com o profissionalismo que o momento exige, mas que mesmo assim não lhes garante nada.

Em suma, a vitória é sempre uma soma de esforços, pessoas e recursos materiais e subjetivos, com a confiança e o poder de agregar corações e mentes.

A única coisa certa é que assim como essa, outras análises estão sendo formuladas, todas com o intuito de criar uma narrativa aos interesses de grupos e candidaturas, ou simplesmente externar uma avaliação a partir do prisma que cada um tem, como é o caso deste blog, que completou 11 anos em Dezembro passado, talvez com mais acertos do que erros, mas não menos humilde em reconhecer que ainda há muito jogo a ser jogado e quem decide de fato as coisas são os eleitores. 

Espero que dessa vez eles acertem!

sexta-feira, janeiro 20, 2017

Ainda podemos ouvir ‘golpe’ vindo do PT?



Por J.P. Cuenca, no The Intercept Brasil

AONDE AS PALAVRAS vão para morrer? Não só na metáfora gasta, na má literatura ou no verborrágico púlpito dos tribunais, mas no jogo de máscaras do discurso político. Esse é o deserto onde os signos perdem mais sentido e as palavras viram amontoados inúteis de letras.

Em “A Política e a Língua Inglesa“, célebre ensaio de 1946, George Orwell destaca a crescente perda de significado das palavras no debate político. Em tradução própria: “A palavra fascismo agora não tem significado algum, a não ser o de ‘algo não desejável’. As palavras democracia, socialismo, liberdade, patriótico, realista, justiça têm cada uma significados diferentes e contraditórios. (…) É quase universal o sentimento de que estamos elogiando um país quando o chamamos democrático. Consequentemente, defensores de todos os tipos de regimes os reivindicam ‘democráticos’ e temem que teriam que parar de usar essa palavra caso ela estivesse amarrada a um único sentido. É comum que palavras desse tipo sejam usadas de forma conscientemente desonesta. As pessoas costumam ter suas próprias definições para as palavras que usam, mas deixam o ouvinte pensar que quiseram dizer algo bastante diferente.”

Ou seja, a arma do crime que faz com que mentiras soem como verdades costuma ser um padrão moral duplo. Pensando nisso, segue um breve dicionário de platitudes com alguns exemplos recentes de palavras ou expressões que perderam o sentido nos últimos tempos.

GOLPE – A palavra ‘golpe’ está ameaçada de morte pelo seu maior propagador recente. Na boca e na pena de qualquer representante do PT, o termo vai perdendo sentido por simples incoerência. Com o golpe de 2016 consumado, o partido aceitou seguir com sua prática de coalizões com o PMDB nas eleições municipais passadas e votou junto ao núcleo golpista para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados. Se não houver uma grande reviravolta nas reuniões internas que definirão seus candidatos para as próximas eleições na Câmara e Senado, seguirá fazendo isso em 2017 – sob orientação, inclusive, do seu pré-candidato. Ou seja, “golpe”, para o PT, corre o risco de começar a significar “auto-golpe” ou então “golpinho suave”. Não existe práxis política ou síndrome de estocolmo capaz de justificar esses apoios depois de uma rutpura institucional tão grave a de como um golpe de estado. E, como o golpe foi na democracia brasileira – e não no PT –, devemos lutar para recuperar essa palavra, com o direito inclusive de começar a chamar o próprio partido de… golpista.

FUNCIONANDO NORMALMENTE – Fruto do mesmo processo histórico, a frase “as instituições estão funcionando normalmente” foi repetida como um mantra golpista em 2016, ano de grave crise institucional. Mas talvez no Brasil, realmente o assalto à democracia seja ‘normal’. Aí seria o caso de mandar “instituições” para a vala também.

DEFENDER O PRINCÍPIO – Ontem, na sua última coletiva de imprensa, Obama cometeu a seguinte frase: “É importante que os Estados Unidos defendam o princípio básico de que países poderosos não podem ficar por aí invadindo e intimidando países menores.” Em janeiro de 2015, por ocasião da Guerra na Ucrânia, disse o mesmo. Da boca do único presidente norte-americano que passou dois mandatos inteiros em guerra contra países ‘menores’ e que, apenas no ano passado, jogou 26.171 bombas (3 por hora) neles, a frase só fará sentido se sacrificarmos a expressão gasta por um Obama prestes a entregar um aparato de espionagem e ataques remotos sem precedentes nas mãos de Donald Trump.

GARANTIA / GARANTIDO – Após a prisão do líder do MTST no cenário bárbaro de uma reintegração de posse em São Paulo, a ex-presidente Dilma Roussef apressou-se em soltar um comunicado solidarizando-se com Guilherme Boulos. Em nota intitulada “Prisão de Boulos fere democracia e criminaliza defesa dos direitos sociais” ela escreveu: “A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã, especialmente, o direito à livre manifestação.” A hipocrisia seria cômica caso não fosse revoltante para quem se lembra do primeiro mandato Dilma, bastante atuante na violenta criminalização dos movimentos sociais – ao lado da grande imprensa e dos governadores do PMDB e PSDB que depois conspirariam contra ela, aliás. Entre tantos outros casos, ainda se espera nota da ex-presidente sobre o Rafael Braga. Importante dizer que não foi Dilma que inventou essa garantia ao contrário. A palavra também vem sendo massacrada por governadores como Geraldo Alckmin em frases do tipo: “A PM agiu e continuará agindo para garantir a liberdade de manifestação e o direito de ir e vir.”

Aceito contribuições para o dicionário nos comentários abaixo. O perigo é de, nos tempos que correm, perdermos todas as palavras.

segunda-feira, março 14, 2016

Aécio Neves pensando em faturar foi xingado e expulso da balada


Por Diógenes Brandão

Duas análises sobre as manifestações abrem a semana de forma contundente e demarca uma nova etapa na disputa política travada nas ruas: Aécio Neves definitivamente não lucra com as manifestações que pipocaram pelo país. Pelo contrário! Sua presença ao lado do governador Geraldo Alckmin, na avenida Paulista, em seus planos seria épica e gloriosa, mas acabou sendo rápida, desastrosa, e extremamente decadente. 

Dois blogueiros registram o fato e sua relação com outro momento histórico parecido com o de hoje: O golpe de 1964, quando o "Aécio da época", Carlos Lacerda, também "levou o farelo" - como se diz na periferia de Belém, para quem quebra a cara ou perde algo que pensava que conquistaria. 

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Leia "Vagabundo". Aécio engole seu veneno!, por Altamiro Borges, em seu blog

O cambaleante Aécio Neves vai dormir de ressaca na noite deste domingo. Ele imaginava que seria o grande herói das marchas golpistas, que derrubariam Dilma e o levariam, inevitavelmente, ao Palácio do Planalto. O tucano não esperava, porém, ser xingado de "vagabundo", "oportunista", "corrupto" e outros palavrões quando chegou, acompanhado pelo governador Geraldo Alckmin e por outros falsos moralistas, na Avenida Paulista. A comitiva teve que deixar o local às pressas, temendo agressões. A mídia chapa-branca até tentou ofuscar a cena constrangedora, mas Aécio Neves sentiu na pele o ódio dos fanáticos que ele mesmo ajudou a chocar!

Um pouco antes do incidente, segundo relato do Estadão, a cúpula tucana estava toda excitada com o protesto na capital paulista. Ela apostava que iria capitalizar a manifestação. Mas o sonho não durou muito tempo. "O governador Geraldo Alckmin recebeu no início da tarde deste domingo (13) na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, uma comitiva formada por senadores e deputados, entre eles o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O grupo seguiu junto para a Avenida Paulista, palco da manifestação, e vai se concentrar na esquina da Paulista com a Alameda Campinas. Em entrevista coletiva, Alckmin falou que 'é preciso virar a página'. O senador Aécio Neves preferiu não falar com a imprensa e disse que iria se pronunciar quando chegasse à Avenida Paulista".

Segundo o jornalão oposicionista, o acertado é que os líderes tucanos iriam discursar no carro de som do grupelho Vem Pra Rua. Mas o roteiro previamente estabelecido não deu certo e Aécio Neves teve que sumir às pressas da Avenida Paulista. O episódio grotesco bombou nas redes sociais e o PSDB logo tentou jogar panos quentes. No final da noite, a direção da sigla divulgou nota na qual jurou que "Aécio e Alckmin foram convidados por movimentos sociais e entidades. Nunca estiveram previstos discursos de qualquer um deles. É, portanto, mentirosa e equivocada a informação que eles desistiram de suas falas", afirma a nota mentirosa. O próprio jornal O Globo, porém, desmentiu o desmentido! 

Desde a derrota nas eleições de outubro de 2014, o rejeitado Aécio Neves apostou todas as fichas na despolitização da sociedade. Ele solicitou a recontagem de votos, tentou suspender a posse de Dilma Rousseff e questionou o financiamento da campanha da sua adversária - feito pelas mesmas empresas que bancaram sua própria candidatura. Desde a posse, em janeiro de 2015, a oposição golpista jogou na desestabilização da economia, no "quanto pior, melhor", e na turbulência política. Ela não deu um segundo de paz à presidenta reeleita. Achava que iria capitalizar com esta campanha de destruição do próprio Brasil. A despolitização, porém, gerou autênticos midiotas - manipulados pela mídia golpista.

E Aécio Neves agora engole o seu próprio veneno. "Vagabundo", gritam os coxinhas! O "justiceiro" Sergio Moro, eleito o "homem do ano" pela Rede Globo, e o fascista Jair Bolsonaro foram os únicos aplaudidos pela horda fascista. Na prática, como afirma o jornalista Paulo Nogueira, do blog Diário do Centro do Mundo, o tucano foi o "grande perdedor desde domingo". Vale conferir a sua análise:

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O grande perdedor deste domingo foi Aécio

Por Paulo Nogueira

Outro dia fiz uma comparação entre Lacerda e Aécio.

Lacerda sempre conspirou contra a democracia, e acabou indo para a história com o apelido de Corvo, dado por Samuel Wainer.

Sugeri que Aécio passe para a história como o Abutre, pelo mal que ele vem fazendo à democracia. Ele é a prova dos riscos que maus perdedores trazem às instituições.

Desde o primeiro dia de sua derrota ele vive sabotando a democracia com argumentos esdrúxulos, substituídos sem cerimônia assim que se revelam risíveis.

O protesto deste domingo 13 de março trouxe mais um ponto de contato entre Lacerda e Aécio. Foi sem dúvida o ponto alto, se é que é possível usar tal expressão, na manifestação.

Aécio conseguiu ser vaiado na Paulista. Foi chamado de vagabundo, corrupto e oportunista. Um manifestante disse: “Se ele pensa que tudo vai cair no seu colo está enganado.”

Ora, ora, ora.

Também Lacerda imaginava que tudo iria cair no seu colo depois que os militares derrubaram Jango em 1964, com sua contribuição milionária.

Ele dava como certo vencer as eleições presidenciais pós-golpe. Como governador da Guanabara, era o único grande nome que estava no páreo. Juscelino fora cassado, Jânio estava desmoralizado: a presidência estava praticamente em suas mãos.

Praticamente.

Porque os militares gostaram. Lacerda se desesperou. Chegou a dizer que o general Castelo Branco era ainda mais feio por dentro do que por fora. Acabaria sendo cassado.

A presidência não caiu no seu colo.

As vaias a Aécio num protesto do qual ele pretendia ser um grande líder têm significado parecido. Sou obrigado aqui a repetir um manifestante citado acima. Se Aécio pensa que a presidência vai cair no seu colo, está enganado.

Aécio aprendeu hoje que ele é rejeitado, desprezado pelos que pedem o impeachment. Os ídolos são Moro e Bolsonaro.

É verdade que os manifestantes são tolos e manipulados em sua imensa maioria. Mas mesmo cegos uma hora enxergam a hipocrisia ululante de alguém que várias vezes citado em casos de corrupção, e com um passivo sinistro de delinquências, se atreve a liderar uma “marcha contra a corrupção”.

Pode-se dizer que este domingo representa um marco negativamente poderoso na carreira de Aécio. A pancada pode ter sido definitiva.

A classe média ignara que bate panelas e veste camisa da CBF em protestos não respeita Aécio. Os progressistas que se batem pela democracia o abominam.

Sobrou o que para ele?

O apoio da Globo, é verdade. Agora: o mesmo mal que se abate sobre Aécio alcança a Globo. Ela é, merecidamente, rejeitada pelos dois lados em que se divide a sociedade.

No fundo, o que ela quer, como Aécio agora e Lacerda no passado, é que tudo caia no seu colo. Um governo amigo - Aécio, por exemplo - representa a permanência dos privilégios e mamatas indecentes de que ela sempre viveu.

Publicidade bilionária a despeito de audiências cadentes, acesso ilimitado a bancos públicos – este tipo de coisa que Roberto Marinho chamava na época da ditadura de “favores especiais” a que julgava fazer jus por apoiar os generais.

O Brasil parece ter se cansado enfim da Globo.

Nem ela, com todas as mídias que possui e que usa acintosamente na defesa de seus interesses, será capaz de erguer o amigo Aécio, o Abutre.

sexta-feira, março 11, 2016

Depois de Sérgio Moro negar ser tucano, Ivete Sangalo nega ser cantora

Ivete Zangado e Sérgio Moro são acusados de serem o que são, mas ambos negam.

Sátira do dia, por Diógenes Brandão

Depois de descobrir que Sérgio Moro, juiz da operação lava jato falou sem tremer nenhum músculo facial, de que não tem motivações partidárias, a cantora Ivete Zangalo resolveu fazer o mesmo e declarou que não tem qualquer intensão de ser cantora e continuar lucrando com seus shows e venda de milhões de discos e produtos trazidos após a fama conquistada por sua voz e a marcante e rentável presença nos palcos.

"Assim como Sérgio Moro disse, esse tipo de coisa também me incomoda”, declarou Ivete em uma sofisticada barraca de acarajé em Salvador, Bahia, ao responder como se sentia ao ser venerada com uma grande cantora, por uma multidão de fãs.

"Não sou do PSDB" diz Moro, em evento do principal candidato do partido em SP

A frase do juiz da principal operação de combate à corrupção no Brasil, foi feito na palestra de abertura de um evento para para 100 magnatas da Lide Paraná, organização empresarial de João Dória Jr, pré-candidato tucano à prefeitura de São Paulo pelo PSDB. Lá, o juiz federal Sergio Moro disse estar incomodado sobre as especulações que giram em torno de sua atuação no âmbito da Operação Lava Jato.

Ao lado do principal candidato do PSDB a prefeito da maior e mais rica cidade do país, Sérgio Moro disse que não tem qualquer relação partidária e parece que esqueceu que João Doria foi acusado de compra de votos nas prévias do partido e de ter feito negócios milionários com o governo do PSDB de SP.

Em uma matéria publicada no dia 13 de Setembro, pelo jornal Folha de S. Paulo, foi revelado que a gestão do governador tucano Geraldo Alckmin pagou R$ 1,5 milhão ao empresário João Dória por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, entre 2014 e abril deste ano.

Um dos pagamentos, segundo a reportagem, totalizou R$ 501 mil por um publieditorial – formato em que o anúncio é semelhante a uma reportagem – de nove páginas na revista “Caviar Lifestyle”. Ainda de acordo com a Folha, “há casos em que os valores pagos pelo governo foram proporcionalmente maiores em anúncios da editora do que em revistas consolidadas”.
O magistrado participou de um evento com empresários do Paraná na noite desta quarta-feira (9), no luxuoso Castelo do Batel, palácio usado como palco de eventos da alta elite de Curitiba. Lá, Sérgio Moro admitiu para um seleto grupo de investidores, entrará para o ramo das palestras, pois viu que o negócio é rentável. Na oportunidade, Moro recebeu aplausos de personalidades como, Gareth Moore e Alex Ellis, respectivamente cônsul e embaixador do Reino Unido. Todos de olho na desvalorização da Petrobrás e na promissora exploração do pré-sal, claro.

Segundo um dos empresários presentes e que preferiu não ser identificado, a rede Globo fez um acordo com o juiz, onde sua parte cabe vazar tudo que for encontrado contra o PT, assim como torturar física e psicologicamente, todos os que foram presos por desviar dinheiro da Petrobras. "Basta que um diga que Dilma ou Lula sabiam de algo ou de tudo e eu cumpro a minha palavra com a família Marinho", teria supostamente revelado o juiz Sérgio Moro a um grupo de investidores internacionais que o grupo Lide atrai para lucrar no Brasil.

Da parte da rede Globo no acordo, a emissora ficaria responsável de pedir ajuda das demais emissoras, revistas e jornais para desgastar a imagem do ex-presidente, insistindo para que a sociedade brasileira se convença de que ele é responsável por todos os indícios, suspeitas e possíveis envolvimentos com fraudes e desvios e que Sérgio Moro é capaz de dar uma palestra para empresários, muito melhor do que Lula.

Negando com veemência que a notícia de que seu pai seria um dos fundadores do PSDB em Maringá, Moro ressaltou que nunca teve motivações partidárias para condenar ou inocentar réus, mas nada disse sobre os processos contra Aécio Neves e demais membros do PSDB, os quais nunca foram sequer investigados pelo juiz e preferiu não falar sobre o fato de que sua esposa, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro ter sido assessora do vice-governador do Paraná, o tucano Beto Richa.

terça-feira, dezembro 22, 2015

Acordo livra multinacional que pagou propina aos governos do PSDB

Corrupção passou pelo governo de José Serra (à esquerda) e Geraldo Alckmin (à direita). Campanha de Aécio Neves (Centro) pode ter recebido parte da propina milionária. Processo segue em segredo de justiça.
Por Diógenes Brandão

Com o tímido título Alstom vai pagar R$ 60 mi para se livrar de processo sobre propina, a matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, escondeu o nome do partido, que tem como ícones nacionais, os senadores Aécio Neves, José Serra e do governador de SP, Geraldo Alckmin, o qual exerce o 5º governo do PSDB, totalizando 21 anos deste grupo político no poder do mais rico e populoso estado brasileiro. 

A malandragem foi em 1998, ainda no primeiro governo de Mário Covas, que iniciou a "ditadura" (?) tucana em SP e só foi revelada em 2008 pelo jornal americano "Wall Street Journal". Segundo o processo, que corre em segredo desde então, a multinacional francesa foi acusada de pagar 17% de propina para os tucanos e assim garantir a vitória na licitação de um contrato de 317 milhões, pelo fornecimento de energia. 

A empresa é acusada ainda de operar outro método de corrupção com o PSDB, só que de forma mais sofisticada, através do cartel com outras empresas, entre elas, a Siemens. Nesta operação, as empresas teriam feito pagamentos de propina a altos funcionários e autoridades públicas de São Paulo para operar contratos com a CPTM e no Metrô paulista. O escândalo ficou conhecido como "trensalão".

Os pagamentos teriam começado em 1997, e atravessaram os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo AlckminSó neste escândalo, guardado nas gavetas da justiça paulistana, as estimativas apontam que o prejuízo com o cartel chegue a R$ 1 bilhão

MENSALÃO TUCANO FOI COMPROVADO

Na semana passada, o Brasil soube da condenação há 20 anos de prisão do ex-governador de Minas Gerais e x-presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo. O tucano foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro) devido ao seu envolvimento no esquema que ficou conhecido como mensalão tucano, envolvendo desvio de dinheiro de estatais mineiras para sua campanha à reeleição ao governo de Minas em 1998. 

segunda-feira, dezembro 21, 2015

DATAFOLHA: Dilma se recupera, Lula lidera rejeição e Aécio a sucessão



O Palácio do Planalto avalia que a ligeira melhora nos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff revelados em pesquisa do Datafolha é resultado da estratégia de dar maior exposição à petista.

"O Datafolha mostra que o governo ainda tem um caminho muito longo a percorrer mas que também existe abertura na sociedade para que a gente possa defender nossas ideias", disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. "É nítido que a melhora tem ligação com o fato de a presidente ter entrado diretamente no debate", completou o ministro.

Segundo o Datafolha, o número de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo é de 65%. Em agosto este número chegou a 71%. Já aqueles que avaliam o governo Dilma bom ou ótimo é de 12%. Este índice chegou a ser de apenas 8% em agosto e 10% em novembro. Na cúpula do PT, o resultado foi recebido com cautela. "Está tudo dentro da normalidade. A pesquisa reflete uma percepção ainda leve das pessoas de que a substituição do governo não é o caminho para sairmos desta situação", disse o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emidio de Souza.

Petistas avaliam que com a intensificação do debate sobre o impeachment, parte da população tem assimilado melhor a versão do governo. "A população começa a ter uma visão melhor do governo Dilma ao mesmo tempo em que vai afastando a ideia de impeachment", avaliou o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), integrante do diretório nacional do PT.

De acordo com o levantamento, 65% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma contra 30% que defendem a manutenção do mandato da petista.

A pesquisa mostra ainda que 53% dos entrevistados consideram o Congresso Nacional ruim ou péssimo e apenas 8% avaliam o Legislativo como bom ou ótimo.

Para 82% dos consultados pelo Datafolha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deveria ter o mandato cassado enquanto 8% acham que ele deve ser mantido no posto.

Segundo o Datafolha, 58% dos entrevistados avaliam que o vice-presidente, Michel Temer, seria pior ou igual a Dilma, caso venha a assumir o governo, e 30% acreditam que o vice faria uma administração melhor do que a da petista.

Faltando dois anos e meio para o início da disputa pela sucessão de Dilma, o Datafolha aponta o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como favorito. O tucano teria 26% ou 27%, conforme o cenário, contra 20% de Lula, 19% de Marina Silva (Rede), 6% de Ciro Gomes (PDT). 4% de Jair Bolsonaro (PP), 2% de Luciana Genro (PSOL) e 1% de Eduardo Paes (PMDB) e Eduardo Jorge (PV).

Nos cenários em que Aécio é substituído pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Marina lidera com 24%, Lula tem 21% ou 22% e Alckmin 14%.

Lula lidera a rejeição com 48% contra 26% de Aécio e Temer, 21% de Alckmin e 17% de Marina, Ciro e Bolsonaro. Para o PT, o alto índice de rejeição reflete o mal momento do PT e as investigações das operações Lava Jato e Acrônimo.

domingo, dezembro 06, 2015

Há 20 anos no governo de SP, PSDB tem a primeira derrota

Durante greve de 90 dias, professores denunciaram mazelas do ensino paulista, como a superlotação das classes.


Longe de significar o fim da reorganização da rede estadual de ensino reivindicada por alunos que ocupam escolas há 25 dias, a suspensão do projeto do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), anunciada hoje (4) em meio a protestos e repressão policial, parece apontar para a primeira derrota em mais de 20 anos de gestão tucana.

“O debate sobre a situação da educação paulista acabou sendo feito por vias tortas, em meio às manifestações. O governo tentou colocar na agenda a seu modo, mas foram os movimentos que acabaram agendando a educação”, disse a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.

Segundo a dirigente, a desvalorização do trabalho docente e as classes superlotadas, que prejudicam a qualidade do ensino e que estão no centro do debate estudantil apoiado por pais, professores e movimentos sociais, são os mesmos pontos da pauta de reivindicações do movimento grevista dos professores que em 2015 durou três meses sem que o governo apresentasse uma proposta sequer. "Tivemos zero de correção salarial e estamos com uma série de pendências que serão transferidas pelo novo secretário da Educação", disse.

A suspensão do projeto que inclui o fechamento de mais de 90 escolas e a extinção do ensino médio, principalmente noturno, em muitas unidades, bem como a saída do secretário da Educação Herman Voorwald, foram recebidas como "necessárias".

"Era preciso voltar atrás. O bom senso dizia que não se pode impor com força policial aquilo que a sociedade não está aceitando", disse Bebel. "Estamos esperando que o próximo secretário tenha o perfil prometido pelo governador em 2011, de que teria disposição para o diálogo, mas que não aconteceu na prática". Ainda segundo a dirigente, a luta dos professores ganha força com o movimento dos alunos. "Mesmo assim, governo Alckmin deverá seguir com a tentativa de quebrar a Apeoesp".

A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas Ângela Meyer, avalia como importante e significativa a queda de Voorwald. "Sua gestão foi marcada pela falta de diálogo desde o princípio. É uma felicidade a saída dele". No entanto, conforme a líder estudantil, a luta não acabou. "A escola pública deve ter outro objetivo, os professores devem ser valorizados e o governo tem de cumprir sua obrigação com a educação".

Acertada, porém tardia

O diretório estadual da Rede Sustentabilidade se manifestou sobre o recuo do governo de Geraldo Alckmin. Em nota oficial, destacou que a decisão do governo de suspender o processo de reorganização escolar é acertada, porém tardia e claramente motivada pela queda na popularidade de Alckmin anunciada hoje.

"É preciso deixar claro que a decisão de suspender o fechamento das escolas não exime o estado da apuração acerca da conduta violenta por parte da Polícia Militar contra as manifestações", diz a nota oficial. "É grave notar que a declaração de guerra aos estudantes anunciada na semana passada pelo chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação tenha se concretizado em cenas de truculência contra os adolescentes, como assistimos mais uma vez na manhã desta sexta-feira, com o uso da tropa de choque e promoção de uma verdadeira “chuva de bombas”.

O partido cobra ainda transparência com abertura do diálogo com a sociedade, para a construção de alternativas para a educação no Estado de São Paulo e que as ações policiais estejam a serviço da proteção à comunidade e não contra ela.

terça-feira, novembro 24, 2015

O lento trem do PSDB - ou só vai pra frente se for contra o PT




No editorial da Folha

Diante da celeridade com que transcorreram investigações do mensalão e do petrolão, causa espécie a modorra com que são apuradas as alegadas fraudes em serviços ferroviários metropolitanos no Estado de São Paulo.

Como estas atingem governos do PSDB, se cristaliza em parte da opinião pública a suspeita de que os processos andam mais rápido quando na mira se acha o PT.

A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça têm a obrigação de demonstrar que esse não é o caso. Os sinais, no entanto, não são alentadores.

Completou-se um ano, afinal, desde que a PF concluiu o alentado inquérito criminal sobre o cartel que manipulou licitações de trens nas administrações dos tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, de 1998 a 2008. O processo, contudo, estacionou no MPF.

Ao todo, 33 pessoas foram indiciadas pela PF por diversos crimes, como corrupção ativa e passiva, formação de cartel e fraude a licitações. Entre elas figuram ex-dirigentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e das suas fornecedoras Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans.

Para o procurador da República encarregado do caso, Rodrigo de Grandis, a demora em apresentar denúncia à Justiça decorre da necessidade de aguardar documentos de países estrangeiros que comprovem lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Faltariam provas para fechar o cerco a contas bancárias no exterior e empresas offshore.

O procurador, evidentemente, não deve atropelar procedimentos. O problema é que Grandis já esteve na berlinda, inclusive com processo disciplinar na corregedoria do MPF depois suspenso pelo Supremo Tribunal Federal, por atrasar por quase três anos resposta a pedido da Suíça para colaborar na investigação da companhia Alstom.

Para a PF, já há indícios suficientes para uma ação penal. A inclinação da Justiça a instaurá-la já teria sido evidenciada com sua decisão de decretar o bloqueio de R$ 600 milhões das empresas envolvidas.

A precipitação nunca garantiu –ao contrário– que um processo será bem instruído e levará à condenação dos culpados e ao ressarcimento dos prejuízos. O mesmo, ou ainda mais, se deve dizer da morosidade na investigação, sobretudo quando pode ser entendida como proteção a certo partido político.

segunda-feira, novembro 23, 2015

Professor comete suicídio, após violência policial na desocupação de sua escola

No dia 14 deste mês, a imprensa divulgou uma ação policial na Escola Estadual José Lins do Rego, na Zona Sul de São Paulo. Através das redes sociais, estudantes deram uma versão diferente daquela distribuída pelos veículos da velha mídia, entre eles, o portal da Globo, denunciando a truculência e violência da PM, que demostrou que foi até ali para acabar com a ocupação, que está sendo desde então retratada pela imprensa, como invasão.


José Lins do Rego era uma entre dezenas de estabelecimentos de ensino que estavam sendo ocupados por estudantes, pais de alunos e professores que protestavam contra o fechamento de escolas e o remanejamento do alunado para unidades escolares distantes de suas casas, o que o governo paulista chama de "reestruturação do ensino estadual". 

Passados oito dias, na noite deste domingo (22), a notícia do suicídio de um professor aposentado da escola, conhecido como Pimentel e que teria sido um dos feridos pela PM, gravou um vídeo (ainda não divulgado) e se matou enforcado. A notícia ainda reservada a grupos do WhatsApp, chocou a comunidade escolar, trouxe grande reboliço e amanhã deverá ser uma das principais notícias nas redes sociais.



A ocupação das escolas pela comunidades escolares iniciaram no dia 09 deste mês, logo que o governo anunciou seu plano de fechar 94 escolas e transferir 311 mil alunos. No entanto, os protestos fizeram o governo recuar, suspender o plano e obrigaram a Secretaria Estadual de Educação sentar para dialogar, mas este exigiu que houvesse a desocupação das escolas, por parte dos alunos, professores e pais de alunos, que não acreditaram na proposta e segundo informações do movimento de resistência, existem hoje 91 escolas ocupadas e esse número tende a aumentar, até que o governador Geraldo Alckmin suspenda definitivamente o projeto que batizou de "reorganização escolar".

Na opinião do jornalista, autor do site VioMundo e repórter da TV Record, Luiz Carlos Azenha, a ação do PSDB em SP, assemelha-se com o que foi feito no Rio de Janeiro, durante a construção da estrutura exigida pela FIFA, para a Copa do Mundo 2014.


quinta-feira, novembro 19, 2015

Protestos fazem governo do PSDB recuar com o fechamento das escolas em SP


Na Folha.

A gestão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), suspendeu o fechamento e a reorganização de escolas estaduais em 2016. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (19) pelo secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, em audiência de conciliação entre governo, professores e estudantes.

De acordo com o secretário, a suspensão vai ocorrer 48 horas após a desocupação das escolas. O governo estadual não informou, porém, quando deve retomar as mudanças.

Segundo o documento lido por Voorwald, caso haja acordo, a reorganização será suspensa até que escolas a discutam internamente e depois apresentem uma nova proposta ao governo. Tudo isso deverá ser feito antes do fim do ano.



Na terça (17), Voorwald afirmou que, por obrigação, o governo teria de pedir a reintegração de posse de todas as escolas invadidas.

Inicialmente, a Secretaria da Educação previa fechar 94 escolas e transferir 311 mil alunos ano que vem. O plano sofreu derrota na Justiça na segunda-feira (16). Uma decisão em caráter liminar (provisório) suspendeu o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, a pedido da Defensoria Pública e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Na semana passada, o governo já havia recuado da decisão de fechar outro colégio, na zona rural de Piracicaba (a 160 km de SP), após mães procurarem a Promotoria.

Desde que a ideia foi anunciada, em setembro, tem havido protestos praticamente diários. Escolas foram invadidas por alunos, pais e integrantes de movimentos sociais.

INVASÕES (ou ocupações?)

O movimento de alunos contra as mudanças na rede estadual anunciadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) se espalhou e já afeta as aulas de pelo menos 26 mil estudantes, segundo a secretaria da Educação. Nesta quarta (18), a pasta publicou no "Diário Oficial" uma resolução que mantém o cumprimento dos 200 dias letivos em todas as escolas da rede e que a equipe gestora deve reprogramar e estender o calendário letivo nas unidades em que as aulas estão suspensas devido às invasões.



"A secretaria tem a obrigação de garantir a continuidade das aulas. Estamos e sempre estaremos abertos ao diálogo com estudantes e professores que queiram se manifestar sobre a reorganização ou outro tema. Mas não podemos ficar rendidos a grupos distantes da educação. É preciso responsabilidade com nossos alunos", disse Herman Voorwald (Educação).

Os manifestantes protestam contra a intenção do governo estadual de dividir parte das unidades por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Para isso, a gestão tucana deve viabilizar em 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de cerca de 300 mil alunos –a rede tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades terão só um ciclo no Estado.

O plano sofreu uma derrota na Justiça nesta segunda (16). Uma decisão em caráter liminar (provisório) suspendeu o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, a pedido da Defensoria Pública e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).



As instituições argumentavam, entre outros pontos, que o governo não poderia fechar uma referência na educação de crianças com deficiência. A decisão determina que a escola continue funcionando até que seja provada "a real necessidade do encerramento de suas atividades". Na semana passada, o governo já havia recuado da decisão de fechar outro colégio, na zona rural de Piracicaba (a 160 km de SP), após mães procurarem a Promotoria.

A Secretaria do Estado de Educação do Estado informou nesta quarta (18) que os alunos terão que cumprir os 200 dias letivos. Uma resolução determina que, nas escolas em que estejam acontecendo ocupações, a equipe gestora deve reprogramar e estender o calendário letivo a fim de concluir as atividades escolares.

CONCILIAÇÃO

Nesta quarta-feira (18) a Justiça suspendeu uma ordem de reintegração de posse de uma das primeiras escolas invadidas, o Cefan, de Diadema (SP).

Os alunos do colégio haviam concordado em desocupá-lo na tarde de hoje, mas isso não aconteceu. Ao analisar o que aconteceria com a escola, um juiz de Diadema decidiu suspender a reintegração de posse do colégio. Uma nova decisão só deverá ocorrer depois de uma audiência de conciliação que deverá ser promovida pelo Tribunal de Justiça na próxima quinta (19).

Segundo a secretaria estadual da Educação, até o início da noite de quinta, eram 48 escolas invadidas em todo o Estado. O sindicato dos professores contabiliza 65 invasões.

quarta-feira, julho 15, 2015

O salário dos professores é o mais baixo dos que possuem formação superior. Conheça os partidos e Estados que pagam mais e menos

Simão Jatene e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, não pagam os professores conforme prometem em campanha.
Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil.

A matéria "Salários dos professores de SP é um dos piores do País", publicada no site do PCO é reveladora, mas não diz quem governar cada um dos Estados brasileiros, e por isso, este blog fez questão de nomeá-los.

Como vemos na mídia brasileira, uma frequente responsabilização do governo federal, por todas as mazelas existentes no país, cabe-nos sermos justos e honestos para informar que os repasses da educação são feitos pela União para Estados e municípios, mas nem sempre os recursos são utilizados para a finalidade destinada.

A maioria dos Estados que continuam sob o comando do PSDB, possuem 45% do PIB brasileiro, ou seja, os Estados mais ricos e são ao mesmo tempo, os que menos pagam os professores.

O Pará, São Paulo e Paraná, frequentemente estão em greve e com conflitos entre professores e a polícia, por conta de reivindicações de promessas feitas durante as campanhas eleitorais. A semelhança entre estes Estados? São Governados pelo PSDB, há longos anos.

Outra informação pertinente é o fato de que os professores recebem 57% menos em relação aos demais profissionais com ensino superior. Uma vergonha para o país que quer e precisa ser mais rico e mais justo.

Leia e tire suas conclusões.

O Estado mais rico da federação, com PIB per capita semelhantes a países desenvolvidos, paga um dos piores salários do Brasil e do mundo aos educadores, não cumpre com a jornada da Lei do Piso e não cumpre promessa de reajustar os salários em 1 de julho.

 A "prioridade" para a Educação não chegou aos holerites dos professores
Levantamento com base em dados do IBGE, das Secretarias Estaduais de Educação e dos sindicatos dos trabalhadores da Educação, comparando salário dos professores estaduais em todo o país, entre abril e junho deste ano, além de anunciar  que os professores recebem um salario inferior aos demais profissionais com curso superior e evidenciou que a má remuneração dos professores nada tem a ver com falta de recursos, uma vez que estados com menor arrecadação e desenvolvimento inferior pagam muitas vezes salários maiores aos seus professores.

O mais baixo de todos os “superiores”

Segundo dados divulgados no Portal G1, para uma carga horária de 40h semanais, o salário base médio dos professores brasileiros situa-se em R$ 2.711,48, para os profissionais com diploma de licenciatura e no início da carreira.

Os dados evidenciam também que os professores recebem 57% menos em relação aos demais profissionais com ensino superior, do salário mediano com formação equivalente. Segundo a comparação feita pelo Cadastro Central de Empresas (Cempre) com base em dados de 2013, e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário médio dos trabalhadores com nível superior seria nesse período de R$ 4.726,21.

Evidenciando a falsidade da “prioridade” declarada para a Educação, nos discursos e promessas de campanha dos partidos burgueses, em nenhum Estado, a remuneração dos professores alcança a média dos demais profissionais com ensino superior. E quando comparado aos pisos pagos a médicos, advogados, engenheiros e outros “doutores” a situação é ainda pior.

Os “melhores” e “piores” salários

Segundo a pesquisa, o Estado que paga o maior salário é Mato Grosso do Sul, onde os professores com licenciatura recebem o salário base de R$ 3.994,25 pelas 40 horas semanais, jornada padrão naquele Estado.

Em segundo lugar aparece o Distrito Federal, com vencimentos iniciais de R$ 3.858,87. Embora acima da média nacional miserável dos vencimentos dos professores, esse valor é muito inferior à média local dos profissionais com nível superior e às necessidades de um professor e de sua família na Capital Federal, uma das mais caras do País.

Na “lanterninha” dos salários aparece Santa Catarina (governada por Raimundo Colombo - PSD, ex-DEM, ex-PFL) que, segundo o governo, tem o salário base de  R$ 1.917,78, por 40h semanais, o pior salário do País e equivalente ao piso nacional. Em penúltimo lugar vem a Bahia (governada por Rui Costa, do PT), com vencimentos de R$ 1.925,96.

As informações foram feitas, excluindo-se as gratificações, que em alguns Estados são acrescidas aos vencimentos dos docentes, mas não se incorporam aos salários e não contam para fins licenças, aposentadoria, incidência de adicionais etc.

Assim, em alguns Estados o vencimento bruto dos professores é mais alto do que o apresentado no estudo (veja na tabela abaixo) porque o governo incorpora gratificações e subsídios, como auxílio-saúde, vale-transporte, vale-refeição e remuneração extra pela atuação em sala de aula, ou para professores que trabalham em áreas distantes ou consideradas de risco.

SP, o mais rico, tem o 9o pior salário

São Paulo – de longe – o Estado mais rico da federação e responsável por pouco menos de 1/3 do PIB nacional, paga aos professores um dos piores salários do Brasil, com vencimentos iniciais de R$ 2.415,89 para 40 h semanais.

Governado pelo PSDB há 20 anos, o Estado (como vários outros) não cumpre a “Lei do Piso” no que diz respeito à jornada de trabalho, que deveria ser composta por um terço de atividades extraclasses, ou seja, destinadas ao estudo, preparo e correção de atividades, reuniões pedagógicas etc.

A política de ataques do governo à Educação levou à categoria, recentemente, à maior greve de sua história, com 92 dias de duração (13 de março a 12 de junho), contra a demissão de mais de 20 mil professores, fechamento de mais de 3 mil salas de aulas, decreto de congelamento dos salários (“reajuste zero”) no começo do ano e falta até de papel higiênico nas escolas.



Tabela Nacional

Veja abaixo o ranking com os valores dos pisos salariais dos professores em todos os Estados, para jornadas de 40 horas semanais:






* Os vencimentos foram convertidos, nos casos dos Estados em que as jornadas são inferiores a 40 horas semanais.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...