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sexta-feira, junho 14, 2019

'Será que não está na hora de um evangélico no Supremo', diz Bolsonaro após decisão sobre homofobia

Entre o pastor Samuel Câmara e o governador Helder Barbalho, Jair Bolsonaro mostrou-se contrariado pela decisão do STF em combater a homofobia 

É a segunda vez que o presidente faz essa sugestão ao comentar o julgamento do STF sobre a criminalização da homofobia. "Respeitamos a maioria e minoria, mas o Brasil é um País cristão", disse.


O presidente Jair Bolsonaro voltou a sugerir a indicação de um evangélico para ministro do Supremo Tribunal Federal na noite desta quinta-feira, 13, ao comentar a decisão do STF de enquadrar a homofobia e a transfobia como racismo.

"O Estado é laico, mas somos cristãos. Respeitamos a maioria e minoria, mas o Brasil é um País cristão", disse Bolsonaro, para em seguida complementar: "Com todo respeito, o Supremo Tribunal Federal tipificou a homofobia como se racismo fosse. Será que não está na hora de um evangélico no Supremo?"   

A afirmação foi feita em discurso no evento de comemoração dos 108 anos da Assembleia de Deus, em Belém (PA). Bolsonaro subiu ao palco ao lado de líderes religiosos e foi ovacionado. Também estavam no palco o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), deputados e senadores.  

É segunda vez que Bolsonaro sugeriu a indicação de um ministro do STF evangélico ao fazer comentários sobre a discussão no STF da criminalização da homofobia. Na primeira ocasião, em 31 de maio, ele participava da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, em Goiânia.  

Ele disse: "Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com a religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. Respeitamos e tem que respeitar. Será que não está na hora de termos um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico?", perguntou. 

Na decisão tomada nesta quinta-feira, o STF fez ressalvas para deixar claro que a repressão contra homofobia e transfobia não restringe o exercício de liberdade religiosa. Ou seja: fiéis, pastores e líderes religiosos têm assegurado o direito de pregar suas convicções, desde que essas manifestações não se convertam em discursos de ódio, incitando hostilidade ou a violência contra a comunidade LGBT.

terça-feira, maio 28, 2019

Eder Mauro é denunciado por homofobia e agressão



Por Diógenes Brandão

A advogada e ativista social Bruna Lorrane acaba de denunciar formalmente o deputado federal Eder Mauro (PSD), por homofobia, agressão física e moral. O crime foi registrado na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).

Uma entrevista está sendo articulada com a vítima da agressão, que foi agredida ao tentar ajudar a manter a ordem jurídica da eleição na Associação de Moradores do conjunto Gleba III, neste domingo, 26, no bairro da Marambaia. 

Mais informações, em instantes. 



Após perder eleição para Mauro Freitas, Eder Mauro envolve-se em nova confusão

Deputado e delegado Eder Mauro tem um vasto histórico de confusão e agressões, principalmente com mulheres, gays e transexuais.

Por Diógenes Brandão


O deputado federal Delegado Eder Mauro (PSD) envolveu-se em mais uma briga, dessa vez após perder a eleição de um Centro Comunitário onde ele reside, no conjunto Gleba III, bairro da Marambaia.

"Ali tem um homem. Não é mulher, é homem", gritou diversas vezes Eder Mauro, em uma tentativa de justificar as agressões e respondendo a quem o acusou de ser homofóbico.

Assista o vídeo que viralizou nas redes sociais:


A notícia ganhou grande repercussão, já que Eder Mauro é reincidente neste tipo de confusão e mesmo assim indicou o filho, Hugo Rogério, como secretário de justiça do Estado, sendo prontamente nomeado pelo governador Helder Barbalho.

Bruna Lorrane - que é advogada, servidora pública, membro da Comissão Interfederativa do Ministério Direitos Humanos e vice - Presidente do Fórum Nacional de Gestores LGBT - promete processar o deputado federal Éder Mauro pela agressão recebida. “Todos os hematomas que eu tenho foram na tentativa dele de me tirar da porta para tentar pegar a urna de votação. Então vou procurar meus direitos, não posso deixar passar todas as questões judiciais”, afirmou a advogada e transexual. 

ASSOCIAÇÃO FOI DISPUTADA ENTRE PARLAMENTARES

Fontes do blog revelam que o vereador Mauro Freitas (PSDC) apoiou a chapa 1, vencedora da eleição da Associação dos Moradores do Gleba III, enquanto Eder Mauro apoiou a chapa 2. Ambos tem residência no conjunto e a eleição demarcou uma disputa entre os dois parlamentares, pela mesma base eleitoral. 


Chapa 1 comemora a vitória e mantém Associação de Moradores do Gleba 3, dirigida por aliados de Mauro Freitas.

A chapa vencedora obteve 492, contra 341, da chapa derrotada. Uma diferença de 151 votos. A eleição foi uma prévia de como pode ser a campanha eleitoral para a prefeitura de Belém, já que há quem diga que tanto Eder Mauro, quanto Mauro Freitas preparam-se para a disputa pela sucessão de Zenaldo Coutinho (PSDB), que em 2020 termina seu segundo mandato como prefeito.

Assista o vídeo onde Mauro Freitas agradece o esforço da chapa vitoriosa e parabeniza a chapa derrotada pelo processo democrático consolidado com a eleição:


segunda-feira, março 18, 2019

Major do Exército viraliza ao responder a ataques homofóbicos: 'Inconformados com a felicidade alheia'



Via OGlobo

Quando postou em seu Instagram, no início deste mês, uma foto abraçado com seu marido para comemorar os seis anos de relacionamento, o major do Exército Emerson Cordeiro queria compartilhar sua felicidade. Mas, além das 110 curtidas que a imagem recebeu, ela foi usada para iniciar uma campanha homofóbica on-line.

Cordeiro, que vive em Campo Grande (MS), relatou o caso em seu Facebook, e seu depoimento viralizou — já ganhou 68 mil curtidas. Nele, conta que a imagem foi reproduzida em grupos on-line, inclusive de colegas de farda, com o intuito de ofendê-lo e de "disseminar o ódio".  

Casado desde 2018, o major diz ter informado seus superiores no mesmo dia em que assinou os papéis no cartório. O anúncio, à época, "foi tratado naturalmente, sem alarde", diz ele.  A publicação da foto, no entanto, não foi recebida com a mesma naturalidade.  

"Postei em meu perfil privado do Instagram, pois estava num momento de muita felicidade e realização e achei por bem externar essa felicidade. Em rede social nada é privado, e poucos momentos depois um dos então 'amigos' do Exército Brasileiro que estava em minha rede deu um print da postagem privada e divulgou em um grupo de mensagens e daí em diante viralizou a imagem por outros grupos, formados na maioria por militares", escreveu no Facebook.

Cordeiro conta que, em seguida, começou uma repercussão entre militares que "jamais imaginavam que um oficial de carreira do Exército pudesse assumir sua homossexualidade, ser feliz e realizado no trabalho". O post segue:

"Isso foi um soco no estômago dos porcos homofóbicos que nos rodeiam e nos sondam muitas vezes anonimamente, inconformados com a felicidade alheia".  Na publicação, o major afirma seu amor pelo Exército Brasileiro, diz que é uma instituição de "pessoas honradas" e que vem evoluindo em sua aceitação aos integrantes gays. Pondera, no entanto, que ainda há militares que não se conformam com a mudança de pensamento atual e os acusa de ter "medo de despertar para seus desejos proibidos".  

Procurado pela reportagem, o major não retornou até a conclusão deste texto. A assessoria de imprensa do Exército não enviou comentários sobre o caso.  

No Brasil, os homossexuais são formalmente aceitos nas Forças Armadas e há casos de militares gays e lésbicas que tiveram os cônjuges oficialmente reconhecidos como dependentes. O preconceito que os cerca, no entanto, nunca deixou de existir.  

'Muitos sofrem calados' Membro do 9º Batalhão de Comunicações e Guerra Eletrônica, o major também criticou a perseguição anônima que vem sofrendo, atribuindo-a a colegas de Exército. "Nem parece que passamos pela mesma honrosa Academia Militar das Agulhas Negras, onde esconder-se no anonimato era um dos atos mais vergonhosos".  

Ele também agradece aos que estão compartilhando a imagem, "por mostrarem as outras pessoas o seu desejo reprimido, sua inveja magoada por minha felicidade e toda a sua pobreza de espírito".

domingo, agosto 13, 2017

Wladimir Costa é falso até na tatuagem



Por Altamiro Borges, no seu Blog do Miro 

O deputado Wladimir Costa (SD-PA) ganhou alguns minutos de fama ao exibir uma tatuagem no ombro em defesa de Michel Temer na véspera da votação na Câmara Federal da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o “chefe da maior organização criminosa da história do país”. Questionado sobre a sua iniciativa patética, ele jurou que o tattoo era “definitivo”. Nesta quarta-feira (9), porém, o falsário confessou que mentiu. “Era de hena. A intenção era zoar o pessoal da oposição. Era uma brincadeira”, afirmou o vigarista, que antes havia dito que “pensei em Temer para suportar a dor da tatuagem”.  

O episódio lhe rendeu fama, mas também serviu para desmoralizar o deputado bravateiro e fisiológico – expressão grotesca do grau de deterioração do parlamento nativo. Questionado sobre a tatuagem, Wladimir Costa revelou todo o seu machismo ao agredir a repórter Basília Rodrigues, da rádio CBN, e toda a sua homofobia ao atacar o jornalista Ricardo Boechat, da Band – a quem chamou de “Ricardo Bichat”. Como resultado das suas sandices, ele se tornou alvo de uma representação do PSB no Conselho de Ética da Câmara Federal por quebra do decoro parlamentar – o que poderia resultar até na cassação do seu mandato se o Congresso Nacional, hoje dominado por forças reacionárias e trogloditas, tivesse alguma ética.  

Wladimir Costa, porém, não é um babaca qualquer. Ele é fruto da ofensiva fascistizante que tomou conta do Brasil nos últimos anos. É um deputado oportunista e fisiológico que tenta surfar nesta onda. Integrante da tropa de choque de Eduardo Cunha, o correntista suíço que está na cadeia, ele hoje faz juras de amor a Michel Temer só para garfar recursos públicos. Ele foi eleito deputado a partir de uma carreira de apresentador de um programa policialesco de televisão no Pará. Gostava de se exibir ao vivo de camisa aberta ao peito, narrando casos de violência e pregando o ódio. Como parlamentar, o lobista ficou famoso por barganhar emendas milionárias para os seus redutos eleitorais.  

Wladimir Costa coleciona vários processos na Justiça – por peculato, uso de funcionários fantasmas, Caixa-2. Recentemente, ele expôs a sua tática de como lidar com um presidente fraco e odiado. Ao narrar as suas audiências com Michel Temer, ele confessou: “A gente vem com aquela história: ‘Mas, presidente, eu gostaria de trazer as demandas do estado, do município, do governo do estado’. A gente aproveita o barco e pede. Ele vê quais são os ministérios, quem pode resolver. O presidente encaminha. Faço cara de coitadinho para ele”. O Judas que se cuide. Wladimir Costa já traiu Eduardo Cunha, quando da votação da sua cassação. Ele é mais falso do que a tatuagem!

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Homofobia e agressões na rua, TV e mídias sociais gera revolta e protesto


Por Diógenes Brandão

Dois dias após a tradicional festa da Marujada de Bragança, onde cerca de 300 mil pessoas participam da procissão em homenagem a São Benedito, padroeiro da cidade localizada no nordeste do Pará, uma denúncia de um caso de homofobia revoltou a população LGBT do município e sensibilizou diversas pessoas que passaram a comentar e postar nas redes sociais, suas opiniões a respeito do episódio.

Estudante do 3º ano, no curso de Biologia da UFRA, o jovem homossexual Hiago Lima, (20), procurou a delegacia de polícia na noite da última segunda-feira (28), para denunciar que foi agredido de forma brutal pelo empresário Gleidson Veras (32), que possui uma empresa de segurança patrimonial na cidade. No entanto, o delegado que estava de plantão com uma escrivã alegou que só estava atendendo "emergências" e o orientou a voltar no dia seguinte para registrar sua ocorrência, mas que antes procurasse o IML para fazer o exame de corpo delito, onde foi logo em seguida, mas também não conseguiu atendimento pela ausência da médica plantonista. Tudo ficou para o outro dia.

Em sua versão, Hiago disse ao blog AS FALAS DA PÓLIS, que estava retornando da festa de aniversário de um amigo, quando percebeu que poderia ser assaltado por um estranho que vinha em sua direção. Assustado, pulou para dentro de um prédio abandonado, procurando se esconder. Ao adentrar o local, percebeu logo em seguida a chegada de outra pessoa com uma lanterna e ao sair, deparou-se com seu agressor que vestido com roupas de sua empresa de segurança, o interrogou, assim como o outro homem que foi liberado ao alegar que estava ali para fazer um programa sexual com o jovem estudante, o que foi negado por ele, mas mesmo assim não o impediu de ser revistado por Gleidson que teria lhe obrigado à deitar-se no chão, onde levou golpes de cassetetes, ao mesmo tempo que era agredido verbalmente com termo como "viadinho" e sob a acusação de estar fazendo programa em uma área que seria vigiada pela empresa do acusado da agressão.

A notícia propagada pela TV e as mídias sociais levou as entidades estudantis e de LGBTs, como o Levante Popular da Juventude e o Movimento Juntos, a emitirem manifestos públicos e organizarem uma manifestação denominada: "Bragança contra a homofobia", na noite desta quarta-feira (30), quando cerca de 50 pessoas tomaram as ruas da cidade e foram para a frente da “TV Mania”, afiliada à Rede Record, onde até ontem trabalhava o repórter Jorge Silva, mais conhecido como "foca".

Foca teria sido demitido pela emissora de tv, logo após a direção da empresa ter tomado conhecimento das acusações de sua participação na abordagem violenta e discriminatória, mas mais ainda pelo fato de ter sido acusado de gravar o ocorrido e divulgado na emissora local, uma matéria que favorecia o agressor e culpava a vítima. Segundo o agredido, "Foca" e Gleidson são sempre vistos juntos, no veículo da empresa de segurança, já que o repórter não tem automóvel para fazer suas matérias. Uma das suspeitas é que a parceria se deva pela relação empresarial e de propaganda da empresa de segurança, somada à uma possível promoção política do empresário.

Para Hiago, o papel de "foca" teria sido de gravar a agressão promovida e tentar jogar a opinião pública contra ele, contando com o apoio de outro funcionário da TV, o editor de imagens Jairo Reis, que fez comentários em um grupo de uma mídia social, acusando o homossexual de estar realmente praticando sexo com um suposto pescador, no interior do prédio abandonado e isso justificaria que levasse uma surra de cacete. Até o fechamento desta matéria, Jairo ainda não havia sido demito da emissora, tal como aconteceu com seu colega, o "Foca".



Assim como os funcionários da tv local, o acusado de ter sido autor das agressões contra Hiago é também apontado como difusor de conteúdos homofóbicos nas mídias sociais e de agredir verbalmente outros homossexuais em seus momentos de lazer ou de trabalho. Segundo se pode apurar, em seu perfil de uma rede social, Gleidson sempre publica e compartilha postagens com declarações políticas de apoio ao delegado Eder Mauro, deputado federal pelo Pará que integra a chamada bancada BBB (do boi, da bala e da bíblia), a qual condena de forma sistemática muitos dos comportamentos de minorias, como os homossexuais e pregam uma pauta conservadora e reacionária contra esse público no Congresso Nacional. 



A OUTRA VERSÃO

Através de contato telefônico, feito na manhã desta quinta-feira (31), o blog ouviu a versão do empresário Gleidson Veras, que disse que está sendo acusado de uma mentira contada de forma injusta e caluniosa, estando portanto preparando sua defesa para cobrar reparação de danos pela divulgação de seu nome e de sua empresa, no fato que alega ter sido totalmente ao contrário do que foi divulgado, após o relato da suposta vítima de agressão.

Segundo Gleidson, na noite  do ocorrido, ao sair para a verificação de uma área coberta pela segurança de sua empresa, deu carona para o repórter da "TV Mania", afiliada da Rede Record em Bragança e notou um movimento suspeito em um prédio em construção. Ao abordar um homem que teria alegado ser pescador e que estava ali para fazer um programa sexual com Hiago Lima, que surgiu logo depois constrangido com a presença de um repórter, com sua câmera nas mãos gravando a abordagem. A partir disso, o jovem passou a dizer em tom de ameaça que não deveria ser filmado e que, caso o repórter o gravasse, "as coisas não iriam ficar assim". A conclusão do empresário é de que o jovem estudante não queria ser exposto e por isso, segundo ele, "criou todo esse circo". 

Ao falar sobre as diversas postagens "printadas" de suas redes sociais, Gleidson diz que é uma perseguição que se dá por ele apenas ter reproduzido fatos de abrangência nacional, negando a autoria e se colocando apenas como alguém que compartilhou o conteúdo de outrem. O acusado diz também, que tanto ele, quanto seu amigo na TV possuem muitos amigos gays e até alguns funcionários e por isso as acusações de que são homofóbicos não se justifica. Além disso, o empresário nega qualquer tipo de agressão e disse que só estava cumprindo seu papel na segurança dos locais onde é contratado para monitorar.

O QUE É A HOMOFOBIA?

Segundo Maria Berenice Dias, Presidenta da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, a homofobia compreende qualquer ato ou manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Apesar de a palavra homofobia albergar todos esses segmentos, novas expressões, como lésbofobia, bifobia e transfobia, surgem para dar ainda mais visibilidade à intolerância em todos os seus matizes. Mesmo que sejam termos novos, definem velhas posturas, pois se chega a invocar a Bíblia na tentativa de absolver atitudes discriminatórias. Nada mais do que a busca de justificativas para o injustificável: preservar o “direito” de externar ódio contra alguém sem correr o risco de ser punido. 

terça-feira, setembro 30, 2014

Por que Levy Fidelix fala o que quer e nada acontece

Levy Fidelix (PRTB) gera indignação e processos contra si após defender a homofobia no debate presidencial na Record.

Por Jean Wyllys, na Carta Capital.

O "combate contra essa minoria" que o candidato Levy Fidelix propôs ontem na TV Record já começou a dar frutos: num comentário publicado na web da Folha de São Paulo, um sujeito chamado Alan Whitney (esse é o nome que ele usa na rede social, não sei se é verdadeiro ou um alias) me ameaça de morte: "Temos que destruir isso na raíz e matar Jean Wyllys", ele disse, fazendo referência à apelação de Fidelix. Não é a primeira vez que eu sou ameaçado e já teve um caso de um criminoso fascista e homofóbico com um plano para me matar que foi desarticulado pela Polícia Federal, que o apreendeu.

Mas agora eu peço a vocês que fechem os olhos e imaginem a seguinte cena: durante o debate presidencial, ao vivo, um dos candidatos diz, referindo-se aos judeus: "Nós somos a maioria e vamos combater essa minoria". Ou então, referindo-se aos negros, alude ao excremento: "Aparato excretor não reproduz". Em rede nacional! Qual teria sido a reação do moderador do debate? E a dos outros candidatos? A platéia teria rido, como riu ontem quando o candidato Levy Fidelix usou essas expressões para se referir aos homossexuais, como se fosse engraçado? Qual seria a manchete dos jornais de hoje? O Ministério Público teria feito alguma coisa? E a justiça eleitoral? Ele seria convidado ao próximo debate?

A história tem exemplos práticos que mostram as consequências dessa prédica. Adolf Hitler também achava que os judeus eram uma minoria nojenta que devia ser "combatida" e isso custou uma guerra mundial e mais de seis milhões de mortos — tanto judeus quanto homossexuais, ciganos, comunistas, deficientes e outros grupos que o nazismo escolheu como inimigos públicos do povo alemão. Não aprendemos nada?

A naturalização do discurso de ódio e da incitação à violência contra a população LGBT é assustadora. E ainda tem gente que acha que tudo isso é liberdade de expressão ou opinião. Enquanto isso, assistimos ao recrudescimento da violência letal contra gays, lésbicas, travestis e transexuais. Nas últimas semanas, foram vários casos. Um candidato gay do PSOL do Amapá recebeu ameaças homofóbicas e, dias depois, uma pedrada na cabeça, e acabou no hospital. Um menino gay de 19 anos foi sequestrado, torturado e queimado vivo durante um "ritual de purificação" em Betim, Belo Horizonte. Sobreviveu, foi socorrido por amigos que o levaram ao hospital e acharam ao lado dele, que estava inconsciente, uma nota que dizia que o grupo que o atacou faria "uma limpeza em Betim (para) trazer o fogo da purificação a cada um que andar nas ruas declarando seu ‘amor’ bestial". Outro jovem gay de 19 anos, em Interlagos, São Paulo, foi espancado e sofreu uma tentativa de estupro.“Você quer ser mulher? Então agora vai apanhar como mulher”, falaram para ele. Tudo isso em uma semana.

O "combate" que Levy Fidelix propôs durante o debate presidencial não é, como ele diz, da "maioria heterossexual" contra a "minoria homossexual", porque a maioria dos heterossexuais não tem o pensamento doentio desse canalha. Quem agride, espanca, mata e espalha ódio é uma minoria fundamentalista e fascista — minoria, felizmente, mas altamente perigosa — que se sente legitimada pelo discurso de ódio de pessoas como Levy, Feliciano, Bolsonaro, Malafaia e outras figuras caricatas como eles.

O problema não é a estupidez deles, mas a omissão daqueles que deveriam reagir desde o governo, o parlamento e a justiça. Se o discurso de Levy Fidelix  consegue ser pronunciado em rede nacional sem causar as reações que deveria numa sociedade civilizada, é porque o Brasil não tem políticas públicas de promoção da igualdade, afirmação dos direitos civis da população LGBT e combate ao preconceito que se abate sobre ela.

É porque o governo federal cancelou o programa "Escola sem homofobia", é porque o Congresso ainda se omite da sua responsabilidade na aprovação das leis de casamento igualitário e identidade de gênero (ambos os projetos de minha autoria junto com a deputada Érika Kokay), é porque a candidata Marina jogou no lixo o programa que seu partido tinha elaborado com excelentes propostas para a comunidade LGBT, é porque o candidato Aécio não se posiciona diante dos escandalosos projetos homofóbicos de deputados do PSDB, como o projeto de "cura gay" de João Campos, é porque os grandes partidos fazem alianças com os fundamentalistas em troca de apoio eleitoral, palanques e tempo de TV. A maioria da classe política brasileira não tem coragem de enfrentar o discurso de ódio e continua refém da chantagem dos vendilhões do templo.

Com relação a Levy Fidelix, meu mandato vai entrar na justiça, junto com a candidata Luciana Genro, para que seja punido de acordo com a legislação eleitoral. A prédica de ódio não cabe na democracia. Mas não podemos reduzir o problema a esa figura caricata e estúpida. Toda a dirigência política democrática do Brasil deveria fazer já, agora mesmo, um pacto nacional contra o preconceito e a favor da cidadania da população LGBT, com uma agenda positiva de afirmação de direitos e políticas públicas que comprometa o próximo governo e a próxima legislatura, independentemente de quem resultar vencedor das eleições de 5 de outubro. É urgente e não dá mais para tolerar a omissão de quem tem responsabilidades e poder para acabar com esta loucura.

Veja aqui a declaração homofóbica de Levy Fidelix no debate da Record.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...