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quarta-feira, janeiro 18, 2017

A importância do diagnóstico situacional no planejamento da comunicação para as prefeituras

"Quem não se comunica, se trumbica!". Palavras eternizadas pelo grande comunicador, Chacrinha, ainda hoje servem para gestões públicas e empresas.

Por Diógenes Brandão

Recentemente fui convidado a elaborar dois Planos de Comunicação e Marketing para duas prefeituras de municípios paraenses, sendo uma da região do Marajó e outra da região da Transamazônica. Com particularidades e diferenças gritantes, as duas gestões também vivem realidades políticas e eleitorais distintas, sendo que na primeira o prefeito foi reeleito e na outra o prefeito está assumindo pela primeira vez um cargo público. 

Na primeira observação feita aos dois prefeitos, expliquei a necessidade de realizarmos um Diagnóstico Situacional, o que foi logo compreendido e partimos então para o seu detalhamento, onde justifiquei que precisávamos prioritariamente entender o que os servidores públicos, fornecedores e a população esperam do reinício da gestão. Sim, reinicio, pois mesmo no caso de um prefeito reeleito, um novo mandato é, e deveria ser compreendido sempre, como um novo governo. 

O que é o Diagnóstico Situacional?

No Diagnóstico Situacional Interno avaliamos o que pensam os fornecedores e funcionários dos diversos órgãos da prefeitura, em relação ao novo governo. No externo,  colhemos informações do que pensa e qual a expectativa da população em relação à nova gestão. 

Tanto no interno, quanto no externo, o diagnóstico é encontrado através do cruzamento e da análise dos dados coletados através de questionários, onde buscamos traçar o perfil dos fornecedores e servidores do município, bem como seu pensamento sobre as demandas da população. 

Com a população, aplica-se também um questionário com uma amostra representativa do universo populacional do município, onde aferem-se as principais demandas, isto é, o que é prioritário para a cidade. Além disso, medidos o tamanho da expectativa da população em relação ao novo prefeito e sua administração: Se vai ser uma administração boa/excelente, regular, ruim/péssima. Nesse diagnóstico trabalhamos outras variáveis que indicam os rumos para o prefeito produzir um excelente planejamento de gestão.

No caso do prefeito reeleito, a situação fiscal e econômica do município já é do conhecimento do gestor e sua equipe, mas nem sempre é bem comunicada para os servidores e a população. Por mais que haja continuidade política, nem sempre os mandatários se percebem da quantidade de insatisfeitos com o seu governo. 

Quem não se comunica, se trumbica!

Hoje, o noticiário da imprensa registra municípios que não pagaram o 13º salário dos servidores municipais, com prefeitos que não fizeram a devida transição administrativa e uma série de denúncias pipocam sem o devido trato por parte de quem saiu e de quem está chegando ao poder.

Uma das coisas que habita o mundo da incerteza dos novos gestores é o que fazer com a falta de informações da gestão anterior. Inúmeras matérias jornalísticas revelam o sumiço de documentos e uma série de informações antes contidas em arquivos e computadores das prefeituras. Muitos outros somem com objetos, peças de veículos e outros bens que fazem parte do inventário patrimonial dos municípios. Isso geralmente não é divulgado pelos gestores, que muitas vezes preferem abrir processos administrativos e no máximo, auditorias internas e raramente as submetem ao Ministério Público para as devidas apurações.

Estes danos ao erário geram uma descontinuidade em programas e projetos que utilizaram recursos públicos para serem iniciados e o recomeço do zero, traz prejuízos que são vistos como naturais. Os novos gestores devem primar pelo que recebem, mas deveriam também registrar em que estado estes bens públicos e a situação fiscal, econômica e patrimonial estão, no ato de recebimento das chaves da prefeitura pelo seu antecessor.

Em relação aos que deixam o cargo para seus sucessores, além de aderirem ao processo de transição democrática e republicana, abrindo arquivos com a devida transparência e mostrando a real situação do município, estes prefeitos e suas equipes de governo deveriam também registrar e criar cópias de todos os processos de sua gestão, criando um site ou blog para difusão do que foi feito, já que podem ser injustamente acusados de não terem feito nada, ou até mesmo de terem feito algo errado, ilegal ou imoralmente falando.

Lembro que foi isso que fez a ex-governadora Ana Júlia em 2011, tão logo deixou o governo do estado do Pará.

Bombardeada por uma máquina institucional bancada com dinheiro público, o jornalista Ney Messias foi nomeado secretário de comunicação do governo de Simão Jatene. Recém eleito à época, o governador manteve-se no palanque eleitoral, mesmo depois de sua vitória e deflagrou uma campanha de "queimação" do nome de sua antecessora, numa clara medida de sangrá-la politicamente e diminuir sua popularidade, já que ela obteve 44,26% dos votos válidos, na disputa em que foi com Jatene para o segundo turno.

O plano era claro: Era preciso desidratar Ana Júlia perante a opinião pública e ao mesmo tempo jogar para suas costas a inoperância dos primeiros meses do governo Simão Jatene, como de fato aconteceu.

Como estratégia deste plano que deixaria Maquiável de queixo caído, Ney Messias comandou por dentro da Secretaria de Comunicação do Estado, um forte aparato de comunicação e marketing, criando um site denominado "Diagnóstico Pará" (hoje desativado), onde difundia fotos, vídeos e textos pseudo-jornalísticos, até o mato que crescia em frente aos órgãos públicos, vassouras e lâmpadas  quebradas nos almoxarifados das secretarias estaduais, entre outros detalhes que tinham como objetivo desqualificar o legado positivo do governo anterior.

Já fora do cargo, sem os assessores de outrora e com poucos recursos pessoais, Ana Júlia me contratou para reunir as principais informações de seu governo e com uma pequena equipe, arquitetamos um site (http://governopopularpa.com.br/), onde até hoje a ex-governadora indica para mostrar o que fez, enquanto esteve no cargo máximo do estado do Pará.

Com dados precisos sobre os repasses recebidos e aplicados nas áreas estratégicas e em cada município, o site foi estruturado com uma moderna interface, que facilita a navegação e o acesso às informações de recursos repassados e aplicados nos quatros ano em que Ana Júlia foi governadora do Pará.

Planejada de forma racional e com baixo custo operacional, a estratégia comunicacional utilizada neste caso foi uma pá de cal sobre as mentiras e ilações que eram distribuídas pela internet, principalmente nas redes sociais.

segunda-feira, novembro 28, 2016

Novos Prefeitos: Planejar para não errar

Com a crise econômica, leis de transparências e de controle social, os novos prefeitos precisam se adequar para o desafio de uma gestão moderna e eficiente, sob o risco de iniciarem errando e pagarem caro por erros primários.

Por Diógenes Brandão

Os governos brasileiros (municipais, estaduais e federal) têm enfrentado mudanças profundas na condução de suas políticas públicas, forçados tanto pela atual situação econômica, quanto pelas crescentes reivindicações da sociedade. Diante de tantos gestores processados e alguns até responsabilizados penalmente por erros muitas vezes primários na gestão pública, os prefeitos que acabaram de serem eleitos precisam se voltar para um governo de resultados, cuja análise das necessidades sociais revela forte enfoque na qualidade da prestação dos serviços públicos, que serão oferecidos à população que os elegeram. E isso não pode demorar. 

Assim como trouxemos o artigo que abordou sobre a importância da transição municipal representada no interesse da população em primeiro lugar, trazemos mais um fruto de uma entrevista feita com o cientista Dornélio Silva. Sabedor da necessidade de que os serviços públicos precisam ser continuamente modernizados, eficientes e efetivos, para acompanhar a evolução das necessidades sociais, ele tem sido consultado por diversos prefeitos eleitos afim de contribuir no planejamento e na efetividade da gestão municipal de importantes cidades paraenses.

Para Dornélio, antes mesmo de serem diplomados como prefeitos de seus municípios, os gestores eleitos precisam fazer um diagnóstico, para assim poderem visualizar a real situação administrativa, fiscal e financeira do que irão assumir.

"A identificação de quais as medidas serão levadas em consideração na decisão das prioridades que serão atendidas no início dos seus novos governos, podem ser o que influenciará todo o mandato do prefeito. Por isso, uma das principais orientações que nossa equipe repassa de forma sistematizada é que as prefeituras utilizem o método da Gestão Dirigida*, no qual são consideradas como fundamentais as variantes de um relevante instrumento de orientação para a escolha de prioridades na gestão dos recursos públicos: O Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM) - elaborado pela Rede Nacional de Indicadores (Indicon) e sugerido pelos Tribunais de Contas dos Estados e Municípios, assim como pelo Ministério Público Eleitoral - que engloba sete dimensões: saúde, educação, planejamento, gestão fiscal, meio ambiente, cidade e governança de tecnologia da informação”, conclui o cientista político da DOXA, Dornélio Silva, que com sua equipe de profissionais atuou no levantamento de dados quantitativos de 142 pesquisas, realizadas em 60 municípios paraenses, onde obtiveram 85% de acerto nos resultados eleitorais deste ano, conforme noticiamos.

Qual a importância do PPA, LDO, LOA e do IEGM?

O Planejamento orçamentário no Brasil é regulado por um conjunto de normas que incluem leis, portarias e normativas dos órgãos de controle. Além disso, em alguns estados, os órgãos de controle (Tribunais de Contas) padronizam as informações orçamentárias através de sistemas eletrônicos de registro e acompanhamento. As três peças orçamentárias no Brasil são baseadas no conceito de orçamento programa. Tal método conseguiria materializar três funções básicas dos orçamentos: planejamento, gestão e controle.

Sob a perspectiva do planejamento, os programas cumprem com a formalidade na apresentação das peças (PPA, LDO e LOA), e não como possível informação sistematizada de gestão por programas e, quando esta visão existe, encontra-se uma baixa qualidade em sua elaboração.

O Índice de Efetividade da Gestão Municipal – IEGM mede a qualidade dos gastos municipais e avalia as políticas e atividades públicas do gestor municipal. Apresenta, ao longo do tempo, se a visão e objetivos estratégicos dos municípios estão sendo alcançados de forma efetiva. Ele pode ser utilizado como mais um instrumento técnico nas análises das contas públicas, sem perder o foco do planejamento em relação às necessidades da sociedade.

O IEGM permite observar quais são os meios utilizados pelos municípios jurisdicionados no exercício de suas atividades que devem ser disponibilizadas em tempo útil, nas quantidades e qualidades adequadas e ao melhor preço (economia), de modo a entender a melhor relação entre os meios utilizados e os resultados obtidos (eficiência), visando ao alcance dos objetivos específicos fixados no planejamento público (eficácia).

Ele propicia também a formulação de relatórios objetivos em áreas sensíveis do planejamento público para a alta administração da Corte de Contas e alimenta com dados técnicos o pessoal da fiscalização, em complementação às ferramentas hoje disponíveis.

*Gestão Dirigida é o conjunto de metodologias desenvolvidas por uma equipe multi-profissional, que atua no assessoramento de gestões públicas e empresariais na região Norte do Brasil.

terça-feira, setembro 16, 2014

Já falta água em SP. A mídia esconde!

Com a grande imprensa muito bem paga, o governador Geraldo Alckmin comemora os 20 anos do PSDB no poder de SP sem água, mas também sem escândalos divulgados pelos amigos que atuam na mídia brasileira.

No antenadíssimo blog do Miro

Nesta segunda-feira (15), a Sabesp divulgou mais um balanço alarmante sobre a situação do Sistema Canteira – que abastece mais de 8,8 milhões de pessoas da região metropolitana de São Paulo. Ele atingiu seu nível mais baixo na história: 9,2% de capacidade, incluindo o chamado “volume morto”. O resultado é que vários bairros da capital e das cidades próximas já não têm água na torneira. Até os donos de lava-jatos relatam que serão obrigados a fechar seus estabelecimentos. O racionamento de água – que a mídia tucana insiste em chamar de rodízio – atinge inclusive as áreas nobres da cidade. Restaurantes do bairro boêmio da Vila Madalena não têm sequer como atender os seus clientes.

Apesar deste verdadeiro caos, os jornalões e as emissoras de tevê e rádio evitam destacar o assunto. Eles não querem criar um clima de pânico na sociedade. Os barões da mídia sabem que a atual crise pode afetar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Além das afinidades políticas com o tucanato, eles dependem dos milhões em verbas publicitárias e compra de assinaturas que o Palácio dos Bandeirantes despeja mensalmente em seus cofres. Os “calunistas”, que recebem régios salários e mamam nas tetas do Estado, nem sequer mencionam a tragédia – no pior tipo de jornalismo chapa-branca, desonesto e manipulador.

Neste domingo, a Folha tucana teve o desplante de cravar a manchete garrafal: “Desperdício de água de SP é quatro vezes volume poupado”. Como a maioria das pessoas só lê a capa do jornal nas bancas – o diário da famiglia Frias está em decadência, como menos de 300 mil exemplares de tiragem –, a mensagem repassada é a de que o povo é culpado pela crise de abastecimento. Já na chamada de capa mais sacanagem: “Maior cidade do país exemplifica o despreparo do Brasil para a crise hídrica”. Cidade! Brasil! Ambos administrados pelo PT, que não têm qualquer culpa no cartório. Nada sobre o PSDB que hegemoniza o Estado há quase duas décadas e é o maior responsável pelo atual desastre.

A edição de domingo da Folha foi uma bofetada na cara dos paulistas que ainda votam nos tucanos em São Paulo. Acorda otário! Ela deve ter, inclusive, gerado críticas de alguns leitores menos tapados. Tanto que nesta segunda-feira o jornal voltou a tratar do tema em editorial. Mas a famiglia Frias não recua, não faz autocrítica – nem sequer do seu apoio à ditadura militar, já descrita pelo diário como “ditabranda”. Sem citar novamente o PSDB, a Folha preferiu culpar a “falta de planejamento” do governo federal pela crise no setor. “O Planalto mal consegue tirar do chão as hidrelétricas necessárias para evitar novos apagões”. 

Nada, nadinha, sobre o racionamento real, que já afeta milhões de pessoas, em São Paulo. Haja cinismo deste diário “chapa branca”, que tem o rabo preso com os tucanos – ou será o contrário? Na atual situação no mundo e no Brasil, não são os partidos da direita que determinam a linha editorial da velha imprensa. Pelo contrário. É a mídia monopolizada e manipuladora que orienta as forças partidárias da direita, que define suas agendas e pautas, que interfere nos rumos de um país. Sem esta força hegemônica, muitas organizações conservadoras inclusive já teriam falido. Como já teorizou o intelectual italiano Antonio Gramsci, a imprensa se transformou no verdadeiro partido da direita!

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...