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quinta-feira, abril 29, 2021

Deu na imprensa: Quinta-feira, 29.04.2021



Via Perseu Abramo

A CPI e seus desdobramentos continuam sendo o foco central da grande mídia tupiniquim e são o foco das manchetes dos dois diários paulistas. Folha destaca que Governo e aliados de Renan pedem tom mais baixo na CPIEstadão informa que Defesa do governo na CPI mobiliza milícias digitais

O Globo dá na manchete que o Supremo determina realização do Censo ainda neste ano. Já o El País Brasil vai com a notícia que mais repercute na mídia estrangeira: o discurso do presidente dos EUA no Capitólio. Biden pede ao Congresso mais impulso a suas propostas sociais: "Não podemos parar agora", destaca na capa a edição brasileira do jornal espanhol. 

De fato, no cenário externo, a notícia do dia é o apelo do presidente Joe Biden ao Congresso dos EUA para que garanta recursos para o turbinado plano social de US$ 1,8 trilhão. "Temos que provar que a democracia ainda funciona", disse. Biden apresentou ontem uma ambiciosa agenda para reescrever o pacto social americano, aumentando significativamente as licenças familiares, os cuidados infantis e a política de saúde pública. 

A sucessão de propostas do governo democrata equivale a uma aposta de que um país profundamente polarizado em linhas ideológicas está pronto para um governo mais ativista. O discurso de Biden é manchete do New York TimesWashington Post e Wall Street Journal e ganha ampla repercussão na mídia europeia, com destaque no Financial TimesThe TimesThe Guardian e Le Monde. Leia mais em INTERNACIONAL

De volta ao Brasil e à CPI da Pandemia – ou da Covid – além dos jogos de pressão do Planalto, que apelou a líder do Centrão para ver se o relator Renan Calheiros baixa a bola e a fervura, enquanto três baluartes do bolsonarismo recorrem novamente ao Judiciário para tirar o senador do MDB e mais Jader Barbalho da comissão, que avança. A CPI ouvirá os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich na próxima terça-feira, e o General Eduardo Pazuello na quarta. O atual titular Marcelo Queiroga será ouvido na quinta. Outros requerimentos de convocação serão votados hoje pela comissão de inquérito.

No GloboMíriam Leitão fala do pacto entre oposição e independentes na CPI para dar foco às investigações"O foco está sobre as ações e omissões do governo federal nesta pandemia, como diz o fato determinado", pontua. "Houve pelo menos 11 oportunidades de compra de vacina que o governo desperdiçou, há inúmeros indícios de prevaricação e negligência na gestão da pandemia que já se aproxima de 400 mil mortos"

Estadão destaca em manchete que o governo acionou as "milícias digitais" para fustigar os integrantes da CPI. Senadores viraram alvo de uma campanha orquestrada de ataques virtuais que tem como origem ativistas do bolsonarismo nas redes sociais. As mensagens incluem desde a disseminação de fake news, como a publicação de declarações descontextualizadas, até ameaças veladas. Em outra frente, parlamentares passaram a receber "dossiês" apócrifos contra adversários do presidente em seus gabinetes.

Enquanto isso, Bolsonaro volta a contestar foco de CPI da Covid, distorce tratamento com cloroquina e descarta se vacinar agora. Folha traz página inteira com texto para tentar explicar a crise da Covid no Amazonas e os sinais de negligência do governo que serão investigados pela comissão. Globo e Estadão noticiam que os requerimentos de senadores governistas na CPI foram feitos no Planalto. Assessora da Secretaria da Presidência é indicada como autora de pedidos de Ciro Nogueira e Jorginho Mello, aliados de Bolsonaro. A pasta é ligada à ministra indicada pelo Centrão.

No GloboBela Megale informa que o Palácio do Planalto aposta em ações do procurador-geral Augusto Aras contra governadores para abastecer base governista na CPI da Covid. A tropa de choque bolsonarista vai pedir o compartilhamento de todos os dados da PGR sobre investigações do Ministério Público e da Polícia Federal envolvendo governadores.

Segundo texto de Malu Gaspar no site do Globo, o roteiro de Renan Calheiros na CPI favorece Lula, seu grande aliado. Renan vai fazer sangrar o governo sem necessariamente chegar ao impeachment. Segue "o roteiro que interessa ao seu maior aliado, o ex-presidente Lula". Escreve a colunista: "Para o petista, o melhor dos mundos é polarizar a eleição de 2022 com um Bolsonaro enfraquecido, mas não com uma candidatura de centro-direita — que tende a ganhar espaço se Bolsonaro estiver fora do páreo".

Folha traz carta aberta de José Carlos Dias, André Singer e Margarida Bulhões Pereira Genevois clamando aos membros da CPI que não se curvem às pressões do governo Bolsonaro. "Pesam sobre vossos ombros responsabilidades que ficarão na memória do país", apontam. 

O texto é direto: "O escândalo de milhares de mortes diárias por Covid-19 não pode continuar, nem passar em branco. O atraso na compra de vacinas, combinado a discursos negacionistas que não cessam de provocar o aumento da contaminação, aponta inexoravelmente para a acumulação dos óbitos. Em nome dos que perdemos e dos que podemos preservar, esperamos que os senadores não poupem esforços e coragem".

Sobre a pandemia, uma boa notícia no Painel da FolhaCovas está negociando vacina contra a Covid-19 com Cuba, anuncia Marta Suplicy. A secretária de Relações Internacionais de Bruno Covas (PSDB), disse que a Prefeitura de São Paulo abriu negociações com Cuba para compra da vacina Soberana 2, contra a Covid-19. Ela disse que as tratativas são iniciais, mas envolvem também a possibilidade de instalação de uma fábrica do imunizante na capital paulista. "Vimos que Cuba, segundo a Opas nos informou, a vacina deles sempre foi de excelência. Foram os primeiros que fizeram a vacina de hepatite, que foi apoiada pela OMS", disse.

Na economia, destaque do dia está na FolhaBrasil deve ter menor crescimento entre as dez maiores economias do planeta. Estudo da FGV com dados do FMI mostra que França e Reino Unido se aproximarão do país em 2021. Se for considerado o tamanho das economias mundiais com base na PPC, o Brasil deve manter em 2021 a 8ª posição pelo terceiro ano seguido. Em 2018, era o sétimo colocado.

LULA

Folha noticia que a esquerda tenta reduzir favoritismo de Bolsonaro em segmento evangélico para 2022Lula prepara carta pública a religiosos, e Ciro e Boulos tentam romper preconceito de denominações com progressistas. A ideia no PT é que o documento seja distribuído em templos, igrejas e terreiros e ressalte a importância das medidas de isolamento e a solidariedade com a população vulnerável, que tem passado fome com a paralisação da atividade econômica. "Nas próximas semanas, Lula também pretende se reunir com integrantes da bancada evangélica que já apoiaram governos petistas", informa.

ELEIÇÕES

Painel da Folha informa que o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) quer adiar prévias do partido para 2022 e diz que momento é de buscar nome de consenso do centro. O movimento ocorre após o senador Tasso Jereissati (CE) se manifestar a favor da mudança. O tucano mineiro defende prévias em março de 2022.

LAVA JATO

Estadão noticia que a Corregedoria do MPF abre sindicância para investigar elos da Lava Jato com EUA e Suíça. A corregedora-geral diz que há 'dúvida razoável' sobre os procedimentos adotados pela força-tarefa e afirma ser 'urgente' um aprofundamento do caso. A apuração foi instaurada no último dia 16 e tornada pública ontem. 

A subprocuradora Elizeta Maria de Paiva Ramos diz que o objetivo da sindicância é esclarecer se houve irregularidades nas conversas entre a Lava Jato e as autoridades estrangeiras e se todas as cooperações seguiram as regras. 

A defesa do ex-presidente Lula acusa a Lava Jato de realizar tratativas informais para obter informações com autoridades americanas e suíças durante as negociações do acordo de leniência da Odebrecht. Os advogados do petista citam conversas que indicariam que a suposta colaboração ocorreu fora dos meios formais. Os procuradores negam.

GUEDES

Outro assunto importante é a decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do STF, que mandou o governo realizar o Censo 2021, cancelado por falta de verba. Ministro determinou ao Executivo que adote as medidas necessárias para fazer o levantamento neste ano. O Censo do IBGE foi cancelado por falta de dinheiro. O ministro acolheu pedido do estado do Maranhão e determinou ao governo a "adoção de medidas voltadas à realização do censo".

Mais surpreendente, contudo, foi a reação do ministro Paulo Guedes, culpando o Congresso por corte no Censo. O ministro  afirmou que o governo não foi responsável por cortar as verbas para a realização do Censo Demográfico neste ano, mas sim o Congresso. "Não fomos nós que cortamos o Censo. Quando houve corte no Congresso, a explicação que nos deram é que o isolamento social impediria que as pessoas fossem de casa em casa transmitir o vírus", afirmou. "Porque é físico, os pesquisadores vão de casa em casa fazendo perguntas e preenchem os relatórios. Então, me pareceu que essa era a explicação, vou me informar a respeito", disse.

No GGNLuís Nassif aponta a perda de tração de Guedes no governo. Ele teve de se desfazer de parte da equipe para conter os críticos. "Sua passagem desastrosa pelo ministério terá o único mérito de acelerar a perda de hegemonia do mercado sobre a política econômica", destaca o colunista no artigo Guedes, o canto de cisne do ultraliberalismo tupiniquim"Conseguiu a unanimidade, de ser condenado pela esquerda, pela direita mercadista racional, por desenvolvimentistas e pelo próprio mercado", aponta. "Os elogios que eventualmente recebem significam apenas a esperança de que consiga dar uma última tacada nas privatizações, antes de soçobrar".

No TijolaçoFernando Brito também escreve sobre as mudanças na equipe econômica, destacando a falta de senso de Guedes e sua demonstração de covardia ao atribuir ao Congresso a não realização do Censo em 2021. Brito antevê que ele vai para o limbo e perderá espaço para o Centrão"O bestialógico de Paulo Guedes de ontem para hoje, foi coroado por suas declarações cândidas sobre o Censo de 2021, dizendo que o Congresso havia cortado suas verbas por conta da pandemia, que iria impedir a busca de informações 'de casa em casa'", observa. "Desde ontem era voz corrente entre os repórteres em Brasília que as substituições no Ministério da Economia foram consumadas à sua revelia".

INTERNACIONAL 

Toda a mídia global dá amplo destaque ao discurso de Biden no Congresso dos EUA na noite de quarta-feira. O assunto é manchete dos principais jornais americanos, ganhando atenção total do Washington PostNew York TimesUSA TodayWall Street Journal e outros, com ampla repercussão na mídia de toda a Europa, claramente favorável às ideias do presidente dos EUA. NYTimeselogia: Biden está transformando o que significa ser um democrata.

O francês Le Monde diz que "Biden se envolveu em uma batalha histórica contra a desigualdade". Em editorial, o jornal lembra que o democrata prometeu aos trabalhadores americanos 'reconstruir a América, para melhor'. "Virando as costas à ortodoxia das índices, empurrado pela esquerda, Biden continua no caminho certo para reabilitar as classes média e popular", sublinha. 

Libération destacou trecho da fala de Biden: "A América está avançando novamente". O espanhol El País fala em "ambiciosa agenda social" do presidente, enquanto o diário El Mundo fala em "dose de esperança". O português Público diz que Biden quer por o 1% mais rico a pagar o combate à desigualdade. O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca que Biden quer fazer uma reconciliação: "o presidente americano quer provar que o estado funciona".

No discurso ao capitólio, ao lado de Kamala Harris e Nancy Pelosi, Biden fez um balanço dos primeiros 100 dias no cargo e anunciou um novo pacote: o Plano das Famílias Americanas no valor de US$ 1,8 trilhão que se concentra nas crianças, e deve trazer à tona os tópicos de reforma policial e justiça racial, a crise climática e um enorme plano de infraestrutura, unidade e imigração. O plano da Casa Branca vai investir bilhões em um programa nacional de creche, pré-escola universal, faculdade comunitária gratuita, subsídios de seguro saúde e redução de impostos para trabalhadores.

Se o plano for aprovado, cerca de US$ 300 bilhões serão dedicados ao financiamento da educação, US$ 225 bilhões para creches e outros US$ 225 bilhões para subsidiar férias familiares. O programa reflete ideias progressistas, incluindo um programa nacional de licença familiar, que só recentemente foi adotado pelos legisladores democratas convencionais. Os EUA são a única nação rica que não tem uma política federal de licença-maternidade paga e faz parte de um grupo muito pequeno de países mais ricos que não oferecem licença-paternidade. 

Na imprensa inglesa, o pesadelo político do primeiro-ministro Boris Johnson é manchete de capa dos principais jornais. The Guardian destaca a fúria de Johnson durante confronto na Câmara dos Comuns com Sir Keir Starmer. O jornal traz quatro fotos do primeiro-ministro com o rosto vermelho usando um dedo para apresentar seu caso durante sessão. O diário diz que a disputa pelo "dinheiro das cortinas" está cada vez mais engolfando Johnson. Ele insiste que não fez nada de errado. O jornal o chama de Coringa.

Times abre outro flanco: Há preocupação em Downing Street com a "trilha de papel" nas reformas do apartamento do primeiro-ministro. O jornal afirma que há alegações de que o presidente do partido conservador, Ben Elliot, alertou Johnson em fevereiro do ano passado que os planos de financiar o projeto por meio de doações eram "loucura". Até o Financial Times trata da crise política no Reino Unido na manchete. A investigação da Comissão Eleitoral é a manchete e o jornal relata que uma segunda investigação sobre o apartamento do primeiro-ministro será conduzida por Sir Christopher Geidt, o ex-conselheiro sênior da Rainha. 

NA GRINGA

Sobre a crise sanitária brasileira, o americano Wall Street Journal destaca que a variante da Covid-19 do Brasil está "rasgando a América do Sul em advertência ao mundo". Os países que recentemente controlaram a disseminação do Covid-19 agora estão vendo hospitalizações e aumento de mortes. A variante P1 já foi detectada em mais de 30 países e está devastando o Uruguai.

O francês Le Monde distribui um podcast sobre a crise sanitária brasileira que desembocou numa crise política. "O Brasil tornou-se nos últimos meses um dos principais centros da epidemia de Covid-19. Por trás de uma situação de saúde catastrófica, um duelo político está acontecendo entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula", destaca o jornal. Bruno Meyerfeld, correspondente do Monde no Rio de Janeiro, fala sobre esse duelo. O podcast está no Spotify e pode ser ouvido aqui.

No Financial Times, o editor Michael Stott escreve artigo defendendo que a América Latina deve adotar um caminho fora das polarizações ideológicas na reconstrução da região após a pandemia. "Retornar ao status quo não é uma opção", diz o título do artigo. "Os cabos-de-guerra políticos devem dar lugar ao consenso à medida que a região emerge dos destroços do Covid-19", pondera. 

"Por décadas, a América Latina foi dividida por um cabo de guerra amargo e muitas vezes destrutivo sobre a política econômica, que opôs 'neoliberais' a favor de mercados livres contra estatistas de grandes governos", lembra. "Um lado puxaria os eleitores em sua direção; quatro anos depois, o eleitorado viraria na direção oposta e o time rival alcançaria a vitória. Seu primeiro ato no cargo seria desfazer o mais rápido possível o trabalho dos ocupantes anteriores".

"A chave é 'reconstruir melhor' – termos usados por todos, desde o Banco Mundial até os acadêmicos, para aproveitar a oportunidade criada pela pandemia e tornar as economias da região mais competitivas, inclusivas e sustentáveis", diz. "Isso envolve abraçar as oportunidades abertas por uma digitalização mais rápida para melhorar tudo, desde a educação até os serviços de saúde e o governo, e usar a transição para uma energia mais verde para investir em infraestrutura que ofereça melhores serviços públicos mais baratos".

O argentino Página 12 destaca na edição de hoje a declaração do General Luiz Eduardo Ramos. Chefe da Casa Civil do Brasil confessou que foi se vacinar às escondidas de Bolsonaro. O jornal diz que declaração do general aposentado é surpreendente. Já o Clarín informa que o Brasil começou a fabricar sua primeira vacina contra o coronavírus. Mas ressalta: o ButanVac é produzido em São Paulo. Ainda faltam testes em humanos.

No português Diário de Notícias, a notícia sobre o Brasil é a constatação de autoridades e médicos no país sobre a crescente onda de mortes de grávidas por covid"Só entre janeiro e abril de 2021, 433 grávidas ou mães recentes perderam a vida, número muito elevado quando comparado aos 546 óbitos registados em todo o ano passado", informa. Já o francês Libération fala do imbróglio envolvendo Brasil e Rússia na controversa decisão de banir a Sputnik no maior país da América Latina: Brasil duvida da vacina Sputnik V, Rússia denuncia decisão política.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Governo e aliados de Renan pedem tom mais baixo na CPI

Estadão: Defesa do governo na CPI mobiliza milícias digitais

O Globo: Supremo determina realização do Censo ainda neste ano

Valor: União de Americanas e B2W cria rival para Magalu e Via

El País (Brasil): Biden pede ao Congresso mais impulso a suas propostas sociais: "Não podemos parar agora" 

BBC Brasil: As perguntas que devem ser feitas aos primeiros convocados a depor na CPI da covid

UOL: Com Renan na mira de governistas, CPI da Covid define plano de trabalho

G1: 11 pedidos de governistas na CPI saíram do Planalto, indicam documentos

R7: Guedes, o canto de cisne do ultraliberalismo tupiniquim

Luis Nassif: Guedes, o canto de cisne do ultraliberalismo tupiniquim

Tijolaço: Covarde, 'mimimi' de Guedes sobre censo vai atiçar o "Centrão"

Brasil 247: Drauzio Varella: Bolsonaro é o maior responsável pela disseminação do vírus no Brasil

DCM: Senadores bolsonaristas acionam STF para tirar Renan da CPI da Covid 

Rede Brasil Atual: Perda de renda na pandemia causa aumento de despejos, ocupações e remoções

Brasil de Fato:  País tem quase 80 mil casos de covid em 24h; Fiocruz aponta nível crítico da pandemia

Ópera Mundi: 'Governo da Índia alinha neoliberalismo à religião', diz Florência Costa

Vi o Mundo: O TCU quer U$ 453 milhões de Gabrielli. R$ 2,4 bi. Ele descarta fazer vaquinha e se diz mais uma vítima da perseguição a petistas

Fórum: Eleições 2022: Em Sergipe, Lula tem 55,2% das intenções de voto, mais que o triplo de Bolsonaro, diz pesquisa

Poder 360: 58% dos beneficiários do auxílio emergencial desaprovam governo Bolsonaro

New York Times: Biden argumenta para expandir amplamente o papel do governo

Washington Post: Biden, em discurso ao Congresso, oferece agenda abrangente e apregoa democracia

WSJ: Biden pede amplo plano econômico

Financial Times: Johnson enfrenta problemas formais sobre quem pagou pela plástica facial de Downing Street

The Guardian: Fúria do PM quando o cão de guarda lança inquérito sobre dinheiro para cortinas

The Times: Preocupação de Downing Street na 'trilha de papel' para o apartamento de PM

Le Monde: Como o executivo se converteu ao passe de saúde

Libération: Vacinas. E se entregássemos o coelho aos profissionais?

El País: A tensão da campanha relega as propostas e planos para Madrid a um segundo plano

El Mundo: PSOE admite que estratégia de polarização não mobilizou eleitorado

Clarín: A partir de sábado, estendem o confinamento com mais restrições para circular

Página 12: Explodiu

Granma: O abraço de um país, em um desfile virtual

Diário de Notícias: O que muda do estado de emergência à situação de calamidade

Público: Governo quer alargar perdão de penas a quem confessar corrupção

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Turismo vermelho

Süddeutsche Zeitung: Pensadores laterais sob observação

The Moscow Times: "Como podemos sobreviver quando a terra acabou?" No Daguestão, um povo orgulhoso luta contra o deserto

Global Times: Xi parabeniza o lançamento bem-sucedido do módulo central Tianhe

Diário do Povo: Xi parabeniza o sucesso do lançamento do módulo central da estação espacial

segunda-feira, janeiro 25, 2021

O Impeachment de Bolsonaro nos jornais de hoje


 

Via Fundação Perseu Abramo

A questão do impeachment continua sendo abordada pelos jornais. Mas não de forma igual. A Folha de S. Paulo mostra que após as manifestações dos grupo de esquerda, ocorreram manifestações de grupos de direita pelo impeachment. 

Além disso, o jornal informa sobre um manifesto assinado por ex-alunos da Escola Politécnica da USP que também pede o impeachment. O assunto reaparece sem ser o tema central na reportagem sobre a resposta do governo à carta do presidente da Pfizer que informou que o Ministério da Saúde recusou a oferta de 70 milhões de doses da vacina produzida pela empresa. 

Aliás, a repercussão desta carta está em todos os jornais. 

Além dessas reportagens, a Folha ainda tenta enaltecer João Doria em seu editorial que teve como base uma fração da pesquisa do Instituto Datafolha. 

O levantamento aponta que há uma porcentagem maior de pessoas que consideram que Doria foi mais eficiente do que Bolsonaro com relação à pandemia. Mas a pesquisa de opinião, neste caso, parece ter um ponto de partida já muito enviesado. 

O jornal O Globo trata da pressão sobre o governo, mas a questão fica mais presente em artigos de opinião que não foram reproduzidos aqui. 

O jornal carioca e o Estadão entrevistaram a senadora Simone Tebet, candidata à presidência do Senado, e em ambos a manchete aborda o entendimento da senadora de que não há motivo para impeachment. A pauta do Estadão sobre o impeachment está presente no editorial do jornal que faz duras críticas a Jair Bolsonaro. 

Além disso, o Estado de S. Paulo publica reportagem sobre a taxa de apoio que Bolsonaro tem no Congresso e faz um malabarismo percentual para coloca-lo à frente da ex-presidenta Dilma Rousseff. 

O Valor Econômico, por sua vez, publica reportagem sobre a insatisfação do mercado e do setor privado em geral com o governo Bolsonaro. 

Outra questão que o Valor Econômico e a Folha levantam é sobre a volta do auxílio emergencial. Enquanto grandes empresários criticam a proposta, secretários estaduais e parlamentares reivindicam o retorno do auxílio.

terça-feira, janeiro 23, 2018

Lula errou e deve ser condenado a pagar o que deve ao povo brasileiro



Por Diógenes Brandão*

Passam os anos e a história se repete: Nesse país os poderosos nunca pagam pelos seus crimes.

Afinal de contas, Fernando Henrique Cardoso que aprovou a lei da reeleição e por isso foi presidente por oito (08), privatizou o que bem entendeu e impediu a abertura de dezenas de CPIs que  poderia ter investigado o seu governo, que deixou o país de joelhos ao FMI e ao Banco Mundial, com desemprego e juros de 45%, mesmo assim quando deixou a presidência pôde comprar um apartamento de luxo em Paris. Da mesma forma que Joaquim Barbosa depois de julgar e condenar diversos políticos no "Mensalão", abriu empresas offshore em paraíso fiscal, para comprar um apartamento em Miami, livrando-se assim de pagar os impostos que qualquer cidadão comum pagaria ao realizar tal compra.

Mas isso jamais os fez serem investigados e nem há algum brasileiro sóbrio que imagine que isso seja possível acontecer. Por que? São deuses? Ou gozam de imunidade por não serem petistas ou aliados de Lula?  

E a riqueza e impunidade dos juízes? E as outras lideranças políticas, como José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, o que os torna acima da lei e nenhuma investigação de diversas denúncias vai em frente? Isso só para citar aqueles com quem Lula disputou as eleições presidenciais. Até Fernando Collor, que após o impeachment que sofreu - hoje ostenta mansões e carros de luxo - jamais foi condenado por seu vasto patrimônio e pela riqueza que acumulou e tem dito que será candidato novamente

Mas ele, o nordestino que chegou a São Paulo em um pau de arara e tornou-se operário e lá perdeu um dedo de uma mão - em uma fábrica de automóveis onde trabalhava no ABC paulista - não gostava de política, mas logo tornou-se líder sindical, não pode. 


Depois de disputar e perder 03 eleições, tornou-se presidente do Brasil em 2002 e foi reeleito em 2006, batendo recorde histórico de popularidade durante seu mandato. Mesmo com sua vida revirada de cabeça pra baixo, a verdade é que nunca encontraram provas materiais de que seja dele qualquer propriedade ou recurso adquirido de forma ilegal.   

Mas Lula errou. E pelos erros de Lula, eu também o condeno. 

Condeno-o principalmente por não ter feito o que deveria enquanto pode e agora promete fazer caso seja reeleito pela 3º vez: Regular a mídia brasileira.


José Sarney, Jader Barbalho, ACM e tantos outros políticos se tornaram poderosos ao se apropriarem de concessões de rádios e TVs e desde então, nunca mais suas famílias deixaram o poder. Com isso, políticos se tornaram empresários e empresários se tornaram políticos, num ciclo que nos escraviza e mantém a corrupção viva, ascendente e no controle inclusive do poder legislativo, executivo e judiciário.    

Por nunca ter feito questão de enfrentar essa chaga, em seus 08 anos enquanto presidente do Brasil, Lula errou e precisa pagar pelo seu erro! Para tal, se disputar as próximas eleições e for eleito, precisa pagar sua dívida para com o povo brasileiro.  

E antes que algum acéfalo venha dizer que a regulação da mídia é para cercear a liberdade de imprensa, ou implantar uma ditadura socialista, saibam que países capitalistas como os EUA, França e Inglaterra regulamentaram os seus meios de comunicação e colocaram ordem na casa, onde alguns empresários fazia o que bem entendiam, em nome da tal liberdade de empresas e não de imprensa. 

O link acima leva ao site da BBC Brasil, filiada à BBC de Londres, TV estatal Inglesa, berço do capitalismo mundial.

*Diógenes Brandão é redator publicitário e membro da Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais.

quinta-feira, julho 27, 2017

REACIONARISMO - Entre o medo, o desdém e a cólera: o avanço da extrema direita no Brasil


Por Raphael Silva Fagundes, no Le Monde Deplomatique Brasil

A extrema direita tem uma função útil para o mercado e para o governo golpista: usar os seus seguidores para “criminalizar” e estigmatizar toda a esquerda e transformar, por conseguinte, a luta por liberdade e justiça social em uma falácia. É lógico que se aproveitam das condições sócio-históricas da democracia atual, onde uma massa de cidadãos desencantados, desorientados e descontentes, não sabem a quem ser leais. 

Quem prepara os meios pelos quais se apoderaria de mim está em guerra comigo, embora não esteja ainda me lançando dardos nem flechas.

Essa é uma frase de Demóstenes, orador grego que no discurso conhecido como a Terceira Filípica tenta convencer os atenienses a se protegerem do avanço de Filipe II da Macedônia em meados do século IV a. C. O orador e político da era clássica procura esclarecer os cidadãos de que, embora Filipe II pareça não querer invadir a cidade de Atenas, ele está se armando e conquistando todas as cidades vizinhas. Os gregos não podiam dormir, precisavam se atentar para a expansão do rei macedônio: “Digo que, se o repelirdes já, sereis sensato, mas, se negligenciardes, não podereis mais fazê-lo, quando quiserdes”.[1]

Essa é uma lição dos antigos que pode muito bem ser útil para lidarmos com o avanço da extrema direita no Brasil atual. Alguns acham que falar dela é dar ibope demais, outros, por sua vez, têm medo de pronunciar o nome “Bolsonaro”, acreditando que assim ele pode ficar famoso já que, em uma época de algoritmos nas redes sociais, ter o nome citado diversas vezes é um caminho para se tornar viral. Mas será isso prudente?

Como iremos nos calar perante um fenômeno social real, que não assola somente o brasileiro, mas a própria democracia ocidental? Isso já aconteceu uma vez. “Cabe lembrar que a supressão de direitos por meio do fascismo é sempre uma opção para o capitalismo”.[2] De acordo com Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores do século XX, foi a negligência da Liga das Nações que fez com que Hitler ampliasse o seu poder.[3] Mas se tratou realmente de uma negligência? Por “mais estranho que Hitler parecesse, tinha uma virtude muito apreciada pelos conservadores ingleses: odiava a União Soviética e todos os comunistas”. Por outro lado, Joseph Stalin interpretou a Conferência de Munique como “a prova cabal de que todos no Ocidente trabalhavam em favor de uma guerra da Alemanha contra a URSS”.[4] Assim se protegeu e até mesmo um acordo com Hitler estabeleceu.

Hoje, evidentemente, o cenário é um pouco diferente, mas o fato é que o crescimento da extrema direita é sempre proveniente do uso desta pela direita com o intuito de combater a esquerda, enquanto que esta, por sua vez, negligencia o crescimento da extrema direita porque acredita que seu maior inimigo é a direita liberal. Isso aconteceu na Segunda Guerra e parece estar se repetindo agora… Que farsa é essa???? Não que isso nos leve a uma nova guerra de proporções mundiais, mas pode nos viciar ao voto útil…

Como os franceses, podemos ficar entre um representante dos bancos, empresário etc.. e um líder troglodita da direita. É lógico que esse cenário é armado: “não nos iludamos – não se trata de um líder isolado. É toda uma máquina midiática que impulsiona esse líder, amparada por entidades e associações patronais, como a Fiesp, que estruturam o conflito dessa forma”.[5] A Globo, por seu turno, publicou, quase que instantaneamente, após a condenação de Lula por Moro: “Bolsonaro parabeniza Moro por condenação de Lula”.[6] Depois arma todo o teatro da polarização para nos desviar dos problemas reais que conduzem as lutas de classe, como a aprovação das reformas trabalhistas.

Por isso é importante destacar um outro aspecto. O desdém ao crescimento da extrema direita não a dispersará, pelo contrário, mais ódio criará. Aristóteles mostra como determinados oradores podem incitar a cólera nos ouvintes. A cólera “nos incita a tomar vingança manifesta por um desdém manifesto, e injustificável, de que tenhamos sido vítimas, nós, ou algum dos nossos”.[7] Como é mais que sabido, Lula e a esquerda são acusados de causar a crise no país, pelo menos é o que a mídia e os seguidores de Bolsonaro nos fazem acreditar. E o que devemos fazer? Desdenhar? São “irascíveis e prontos em encolerizarem-se principalmente contra os que tratam com desdém o estado presente em que se encontram”.[8]

A extrema direita tem uma função útil para o mercado e para o governo golpista: usar os seus seguidores para “criminalizar” e estigmatizar toda a esquerda e transformar, por conseguinte, a luta por liberdade e justiça social em uma falácia. É lógico que se aproveitam das condições sócio-históricas da democracia atual, onde uma massa de cidadãos desencantados, desorientados e descontentes, não sabem a quem ser leais. Mas é pela retórica que essa direita cresce.

Daí voltamos a Demóstenes. A sua oratória se vale do “dizer aquilo que não é de agrado do povo”, o que parece esboçar sinceridade e neutralidade. Esse tipo de argumento faz parecer que o orador está apenas se baseando na lógica. Intitula-se e adora quem o intitula de realista. Isso lhe dá o direito de usar até mesmo palavras duras, afrontando o ridículo, pois a verdade não tem engodo, enfeites ou ornamentos. Diz o orador grego: “Uns diziam o que era do agrado do povo e não causava nenhum aborrecimento; outros, o que devia salvá-los, e acumulavam-se animosidades”.[9] E até hoje temos essa sensação, acreditamos que aquele que “fala na cara”, que não mede as palavras, enfim, o realista, acaba, injustamente, sendo vítima por ser verdadeiro. Isso é apenas retórica!

Sancho Pança ao perceber que o exército de Pentapolin que marchava contra o de Alifanfaron era apenas dois rebanhos de carneiros, foi advertido por Dom Quixote: “É o medo que tens, Sancho, que te faz ver e entender tudo mal”. Mas será que o exército de Bolsonaro que se levanta hoje contra a democracia é apenas um rebanho de carneiros? Ou talvez o medo de uns camufla o real e os fazem “ver e entender tudo mal”? É certo que “aquele que não tem medo não é normal”, mas acho que não deveria ser medo o sentimento que devemos sentir, mas esperança. O medo é um afeto expectante negativo, aquele que espera um futuro ruim, atormentado e desencadeado pela angústia, pode acarretar pavor, horror e desespero. Mas para o filósofo Ernst Bloch, há os afetos expectantes positivos. “A esperança frustra o medo”.[10] E um dos versos de Hölderlin diz: “onde há perigo, cresce também o que salva”.

Por isso, o aumento dos movimentos sociais em meio à crise da democracia. Bernie Sanders, o candidato democrata à presidência dos EUA, ganhou relevância falando de socialismo em meio a uma eleição que deu vitória a Donald Trump. As eleições do Rio de Janeiro levaram ao segundo turno um candidato que tinha como única coligação o Partido Comunista Brasileiro, o Partidão de Marighella. Não somos nós que estamos com medo, mas os patrões que estão aumentando o rigor em usar a mídia, a repressão policial e seus palhaços com cara de maus para combater o que está em avanço.

Talvez a estratégia de só se falar em Lula seja uma forma de nos levar a pensar em um único líder, um líder que não é tão adversário dos interesses empresariais. A esquerda radical está ganhando cada vez mais espaço, à medida que os movimentos sociais se expandem, à medida que as ruas vociferam. Por isso, o surgimento da extrema direita. Ela parte do Lula para descaracterizar toda a esquerda. O líder do PT é stalinista, trotskista, gramsciano, chavista… A grande variação de pensamento socialista conflui em um único ser. Ser comunista passa a ser petista. E, em muitos casos, alguns movimentos e veículos de informação independentes caem nessa polarização viciada. Aliás, os governantes sempre souberam dividir para conquistar, é tradicional, lendário.

Temos que falar de Bolsonaro sim! Da sua relação no jogo do poder, no jogo de linguagem. Das verbas que recebe do governo golpista e do trato dúbio que a mídia o dá (livrando-o da corrupção e o condenando apenas por “falar sem decoro”). O poder sabe se disfarçar muito bem por de trás de seus lacaios, de suas marionetes, que muitas vezes não sabem o que estão fazendo, mas confortáveis estão com a fama e com a ilusão de gozar com o poder.

*Raphael Silva Fagundes é doutorando em História Política da UERJ e professor da rede municipal do Rio de Janeiro e de Itaguaí.

[1] DEMÓSTENES. As três filípicas/Oração sobre as Questões da Quersoneso. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 78.

[2] BAVA, Silvio Caccia e ROMANO, Jorge O. Vamos falar de populismo. Le monde diplomatique Brasil. Ano 10, n. 120, julho, pp. 03-05, 2017, p. 05.

[3] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. 2 ed. São Paulo: Cia das Letras, 1997. p. 45.

[4] GOLÇALVES, Williams da Silva. A Segunda Guerra Mundial. In: FILHO, Daniel Arão, FERREIRA, Jorge e ZENHA, Celeste (orgs.) O século XX: o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 171.

[5] BAVA, Silvio Caccia e ROMANO, Jorge O. op. cit. p. 05.

[6] KRAKOVICS, Fernanda. Bolsonaro parabeniza Moro por condenação de Lula. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/bolsonaro-parabeniza-moro-por-condenacao-de-lula-21581554

[7] ARISTÓTELES, Arte retórica e arte poética. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d. p. 117.

[8] Id. p. 119.

[9] DEMÓSTENES, op. cit., p. 93.

[10] BLOCH, Ernst. O princípio esperança. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005. p. 113.

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