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quarta-feira, maio 19, 2021

‘Esquerda não pode mais se esconder no isolamento social’, diz André Constantine

Líder do Movimento Nacional das Favelas e Periferias exige posturas mais combativa da esquerda para derrubar Bolsonaro.

Por Camila Alvarenga, no Opera Mundi


No programa 20 MINUTOS ENTREVISTAS desta quarta-feira (19/05), o jornalista Breno Altman entrevistou André Constantine, líder do Movimento Nacional das Favelas e Periferias. O ativista falou sobre luta popular e a atuação da esquerda institucional no enfrentamento à pandemia e ao bolsonarismo.  

“A crise sanitária é alimentada pela crise política. Para superar a pandemia precisamos destruir o vírus que a nutre, que é o Bolsonaro. Ele não vai promover a vacinação em massa porque sabe que, uma vez que o povo esteja vacinado, tomaremos as ruas e a derrubada dele depende das ruas. Em segundo lugar, ele quer aprofundar o caos social, para que quando esse vulcão que é o Brasil entre em erupção, ele possa usar a revolta popular para implementar uma intervenção militar”, avaliou Constantine.

Por isso, para ele, a prioridade do momento é ir às ruas: “Só derrubaremos Bolsonaro nas ruas. A esquerda não pode mais se esconder no discurso do isolamento social. Isso é covardia. Isolamento social é um privilégio de classe, o proletariado e os favelados estão morrendo de tiro, covid e fome.

Precisamos convocar uma greve geral, protagonizada pela CUT e pelo PT”.  Constantine avalia a greve geral nacional como a verdadeira maneira de proteger a vida da classe trabalhadora, pois representaria um “lockdown” total. 



Por isso, ele criticou as manifestações que têm sido convocadas até o momento, como carreatas, “que são excludentes para quem não tem carro”.  

O líder do Movimento Nacional de Favelas e Periferias, que surgiu em 2020, reforçou que a esquerda não está fazendo o suficiente e que se encontra muito institucionalizada, afastada de sua militância e preocupada apenas com eleições.   

"A esquerda institucional eleitoreira deixou de disputar a sociedade e ficou cada vez mais conservadora. A esquerda classe média é tão conservadora quanto a direita, por exemplo com a questão do aborto. Com o proibicionismo, as mulheres não deixam de abortar, mas abortam em clínicas clandestinas e morrem", justificou.  

Essa esquerda da qual, na opinião de Constantine, forma parte o Partido dos Trabalhadores em alguns momentos, falha ao utilizar as eleições, “não como um meio para alcançar a revolução socialista, mas como um fim em si mesmo”. Assim, não realiza os debates nem as reformas necessárias, para não perder votos e legitimidade.  

“Estamos cansados de políticas de redução de danos, que melhora a situação, mas não a resolve. Fazem-se necessárias reformas e políticas de Estado permanentes, de médio a longo prazo, que contem com participação popular”, defendeu.    

‘PT se institucionalizou demais’  

Parte da crítica de Constantine foi dirigida ao PT. A seu ver, o partido falhou ao não renovar suas lideranças e institucionalizar sua militância, deixando de realizar trabalho de base.  

“Isso afetou as alianças no pleito eleitoral, porque elas já não são feitas dentro do campo ideológico, senão dentro do ponto de vista do pragmatismo, para continuar no poder”, ressaltou.  

“Isso não significa que as bases não legitimaram o governo, vencemos quatro eleições e venceríamos cinco se não tivessem feito o que fizeram com Lula. Mas faltou um trabalho de base para que a gente legitimasse o governo nas ruas. Deram o golpe contra Dilma com muita facilidade e prenderam o Lula com muita facilidade por causa disso”, ponderou o líder. 

Ele acredita que, a exemplo da Venezuela, a verdadeira base de sustentação do campo progressista é o povo, “e espero que a gente possa recuperar isso para ter as condições de realizar as reformas necessárias no país”.  

Por outro lado, Constantine reconheceu a importância da Campanha de Solidariedade à Fome do PT, “mas é importante que essa solidariedade socialista seja acompanhada de um trabalho político”.   

‘Lula é maior que o PT’ 

Constantine também comemorou a reabilitação eleitoral do ex-presidente Lula, como uma questão de justiça, afirmando que o fato também representou o retorno da esperança para muitas pessoas cujas vidas melhoraram graças às políticas sociais do PT.  

“A questão é que temos que entender que Lula é maior que o PT, então o PT não se preocupa mais com a formação de novas lideranças. O Lula não é eterno e tenho medo de que, quando ele morrer, fiquemos viúvos, como ocorreu quando morreu Brizola. Nenhum partido terá vida longa sem lideranças importantes”, refletiu o líder popular.  

Além disso, ele confessou temer que uma reeleição de Lula possa representar mais do mesmo: “Acho que seria tão conciliador quanto foi nos governos anteriores”. Prova disso, para Constantine, foi sua aproximação com o bispo Edir Macedo.  

“Do ponto de vista eleitoral entendo, mas é uma aproximação errônea. Por que o bispo Macedo está se aproximando? Porque ele também está descontente com o governo Bolsonaro e não é burro, vê as grandes chances de Lula ganhar. O que a gente tinha que fazer era disputar a massa de trabalhadores que está na igreja evangélica, porque as lideranças fazem o voto de cabresto e podem mudar de opinião rapidamente”, explicou Constantine.

Combate ao fundamentalismo religioso 

Constantine era pastor. Entrou em contato com a igreja após o assassinato de seu pai, envolvido com o tráfico de drogas, e se tornou padre até que “a leitura da Bíblia me liberou da igreja”.  

Ele contou que, ao ler sobre o dízimo, entendeu que este era recolhido na forma de doações de alimentos, não dinheiro, para ajudar viúvas e órfãos. “Quando fui falar com o pastor sobre isso, ele respondeu: ‘e daí?’. A partir daí forjei minha militância nas ruas, mas a leitura de Marx e Lênin me nortearam”, narrou.  

Por conta de sua trajetória, Constantine falou da importância de disputar espaços com grupos do fundamentalismo religioso, instrumentado pela direita, junto com as milícias, “para construir e consolidar um projeto político neofascista e neoliberal”.  

“Temos que atacar o crescimento econômico dessas organizações, que se dá por meio, não só da coleta do dízimo, mas de lavagem de dinheiro, no caso das igrejas. Temos que tomar muito cuidado com isso, porque o Rio de Janeiro é o laboratório dessa estratégia. Se funcionar, daqui duas décadas teremos a milícia controlando o território e a igreja controlando as mentes e corações”, alertou.  

Segundo ele, a esquerda falha em perceber que a igreja chega à população mais do que as organizações políticas, principalmente nas favelas e no sistema carcerário.  

“Tem um proletariado lá dentro e onde a esquerda não está indo, a igreja vai. Quem disputa a narrativa na favela, quem disputa a população carcerária? A igreja tem um papel de desmobilização muito grande, de estímulo à meritocracia e solução divina. Inclusive pessoas que se beneficiam de políticas públicas criadas pelo PT não atribuem ao partido sua melhora de condição, atribuem a deus”, concluiu Constantine.

terça-feira, maio 11, 2021

Veículos do Conselho da Criança e Adolescente param por falta de pagamento da Prefeitura de Belém

Quando foi prefeito de Belém pelo PT, Edmilson Rodrigues gostava de ser chamado de "Prefeito Criança". Hoje, no PSOL e em seu terceiro mandato como prefeito de Belém, os veículos que atendem o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, estão parados por falta de pagamento, além do órgão estar sem sede, telefone e internet, tendo que ocupar temporária e precariamente, uma sala em uma entidade parceira. 

Por Diógenes Brandão

A prefeitura de Belém, através da FUNPAPA – Fundação João Paulo XXIII – não honrou o pagamento das empresas que alugam os veículos utilizados pelo CONDAC – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente e diversos Conselhos Tutelares, causando grandes transtornos para os profissionais que prestam um serviço considerado pela Constituição Federal como de PRIORIDADE ABSOLUTA, mas que em Belém está suspenso.  

Diante da falta de pagamento, os veículos foram bloqueados e estão parados, prejudicando o atendimento de centenas de vítimas de violência e outras violações de direitos básicos de crianças e adolescentes. Para piorar, o órgão está sem sede, telefone e internet, tendo que ocupar temporária e precariamente, uma sala em uma entidade parceira. 

A situação será denunciada ao Ministério Público para que este tome as medidas necessárias afim de cobrar a normalidade institucional e investigue os responsáveis pelo abandono desta importante política pública, tão cortejada em promessas eleitorais.

Veja abaixo, a Nota Oficial do CONDAC, que pede inclusive investigação sobre o motivo do não pagamento das empresas que fornecem os veículos para as atividades essências do Conselho:




Em seu terceiro mandato com prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) está ciente dos problemas envolvendo o CONDAC, inclusive de que o órgão de defesa e proteção às crianças e adolescentes está sem sem sede, internet e telefone, inviabilizando a execução de uma Política Pública que jamais deveria ser paralisada.  

Quando foi do PT, Edmilson recebeu da ONU, o prêmio de “Prefeito Amigo da Criança”, por dois anos consecutivos e gostava de ser chamado de “prefeito criança”.

domingo, março 07, 2021

Governador do Ceará cria auxílio de R$1.000 e dá isenção do IPVA e da conta de água de bares e restaurantes

Governador Camilo Santana (PT) decretou lockdown por duas semanas na capital e municípios em situação crítica, mas criou medidas para ajudar donos de bares e restaurantes a enfrentarem a crise gerada pelo fechamento de seus estabelecimentos. Além disso, o governo do Ceará dará isenção da conta de água de todos os estabelecimentos do setor dos meses de março, abril e maio. E todos os débitos de água durante a pandemia (março de 2020 até fevereiro/2021) serão isentados.


Por Diógenes Brandão

O governador Camilo Santana (PT) decretou lockdown da última sexta-feira (5), até 18 de março, na Capital Cearense. No período, somente atividades econômicas consideradas essenciais poderão funcionar. A restrição também foi recomendada aos municípios cearenses em situação sanitária mais crítica. 

A medida foi anunciada em transmissão ao vivo na última quarta-feira (3). O decreto foi publicado quinta-feira (4).

Na quinta-feira, 4, Camilo Santana anunciou uma série de medidas para os setores de restaurantes, bares e demais estabelecimentos de alimentação fora do lar. Segundo ele, todas as ações foram construídas após muito diálogo com representantes do setor, que foi um dos mais atingidos durante essa pandemia. São elas: 

- Auxílio de R$ 1 mil (duas parcelas de R$ 500) para os trabalhadores do setor que estão desempregados (garçons, cozinheiros, auxiliares de cozinha, gerentes, recepcionistas, entre outros), mediante cadastro e critérios que serão estabelecidos.

- Parcelamento dos débitos do ICMS dos estabelecimentos em 60 vezes (5 anos).

- Isenção de IPVA 2021 para veículos registrados em nome de empresas do setor, ou até um carro de profissional autônomo ou microempreendedor individual que atue no segmento.

- Isenção da conta de água de todos os estabelecimentos do setor dos meses de março, abril e maio. E todos os débitos de água durante a pandemia (março de 2020 até fevereiro/2021) serão isentados, além de ficarem isentos também da tarifa de contingência.

terça-feira, dezembro 15, 2020

Vice-presidente do PT defende apoio ao candidato de Bolsonaro na Câmara

"O Lira é o candidato do Centrão. O Centrão tem um acordo com o Bolsonaro. Pode ter um acordo com a gente também", afirmou Quaquá. Já o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o PT não vai apoiar Arthur Lira em nenhuma hipótese


Via Brasil 247, sob o título 
Vice-presidente do PT, Washington Quaquá se reúne com Arthur Lira e defende apoio ao candidato de Bolsonaro na Câmara

O vice-presidente nacional do PT e ex-prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, defendeu nesta terça-feira (15) que o partido apoie a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) a presidente da Câmara. 

Lira é o candidato apoiado por Jair Bolsonaro para substituir Rodrigo Maia. Segundo o site Agenda do Poder, que cobre a política do Rio de Janeiro, Quaquá argumenta que Lira é um nome do Centrão e aponta eventuais vantagens de uma aliança com o parlamentar.   

Washington Quaquá teria se reunido com Arthur Lira há cerca de dois meses. Na opinião do dirigente petista, o PT deve apoiar o candidato que “abrir mais espaço de participação e tiver compromisso com a pauta democrática”.

"O Lira é o candidato do Centrão. O Centrão tem um acordo com o Bolsonaro. Pode ter um acordo com a gente também", afirmou Quaquá. "O Centrão do Lira é igual ao Centrão de Rodrigo Maia. O Centrão de Lira fez um acordo com Bolsonaro. Isto não quer dizer que ele seja Bolsonaro. Acho, francamente, que Lira tem mais autonomia para lutar pelas pautas democráticas", acrescentou. 

Washington Quaquá teria se reunido com Arthur Lira há cerca de dois meses. Na opinião do dirigente petista, o PT deve apoiar o candidato que “abrir mais espaço de participação e tiver compromisso com a pauta democrática”. "Não tenho nenhum problema com o Lira, pelo contrário. Para falar a verdade, acho que ele pode ter mais condições de avançar", avaliou.  

Já o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou, em vídeo publicado nas suas redes sociais e em seu site, que não existe a menor possibilidade de o PT apoiar a candidatura de Arthur Lira. “Hoje o PT é linha de frente na oposição a Bolsonaro e todos os retrocessos que o governo dele representa, por isso, em hipótese alguma, Lira, que é seu candidato, contará com apoio do PT”, afirmou.

A defesa de Quaquá por um apoio do PT vai na direção do que afirmou o ex-presidente do partido José Dirceu que, em entrevista à TV 247, afirmou que a esquerda não deveria ter um candidato próprio na disputa pela presidência da Câmara.   

Também à TV 247, o jornalista Breno Altman avalia que a esquerda está "obrigada" a apresentar candidatura própria ao comando da Câmara, para polarizar o debate e defender as bandeiras da esquerda. A defesa de uma candidatura própria da esquerda à presidência da Câmara também já foi feita por parlamentares federais do PT como Rui Falcão (SP) e Natália Bonavides. 


sábado, dezembro 12, 2020

PT quer indicar condenada pelo TJE para ser secretária de Edmilson Rodrigues

A ex-vice de Edmilson, que mesmo condenada pelo TJ-PA pode ser novamente secretária municipal de Belém. Imagem coletada das redes sociais de Ivanise Gasparim.


Por Diógenes Brandão  

Em todo o Pará, diversos prefeitos eleitos e reeleitos já definiram todos os seus secretários municipais, alguns apenas uma parte e em Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) ainda não anunciou nenhum, mas a lista de pretensões é grande. 

O PT, que teve a promessa de ter 4 secretarias, agora tá sendo informado de que pode ter 3. 

Em linhas gerais, o PT-PA indicou Ivanise Gasparim, ex-vereadora de Belém, ligada ao grupo dos deputados Beto Faro (federal) e Carlos Bordalo (estadual) para ser Secretária Municipal de Saneamento. 

O pedido vem com a chancela do presidente estadual do partido, o próprio Beto Faro.

Seus próprios companheiros de partido questionam a indicação, já que Ivanise foi lançada para ser vice de Edmilson Rodrigues, na disputa pela prefeitura de Belém e logo em seguida foi substituída por Edilson Moura, eleito vice-prefeito. 

Na época, em setembro deste ano, a saída de Ivanise Gasparim foi justificada por ela, em nota publicada em suas redes sociais, onde disse o seguinte:

"Em junho deste ano, assumi a tarefa de ser pré-candidata a vice prefeita em Belém, indicada pelo PT na chapa com Edmilson Rodrigues (PSOL). Participei de dezenas de lives, plenárias, debates, encontros com a militância e juntos abrimos caminhos para construir a Belém que sonhamos e sabemos como concretizar, devido a experiência que adquirimos quando governamos a cidade. Mas comunico a todos que, por motivos de saúde, infelizmente não poderei disputar esta eleição", escreveu Ivanise Gasparim em suas redes sociais. 

Passados três meses, petistas se perguntam se a ex-secretária de Ana Júlia já está curada?

Em uma mensagem recebida pelo blog, tivemos a seguinte informação: "Há informações fidedignas de que o PT, a partir da Articulação Socialista (AS), tendência do Beto Faro, irá indicar Ivanise Gasparim, para ser Secretária da Sesan. Ivanise está condenada pelo TJPA por improbidade administrativa no governo Ana Júlia e exatamente por isso não foi vice do ED.

Naquele momento, este blog publicou a matéria O PT e a súbita troca da vice de Edmilson Rodrigues com a seguinte explicação: Segundo uma matéria do portal Roma News, os motivos seriam outros: "Por responder a processos judiciais por conta do escândalo da suposta fraude em kits escolares durante o governo da Ana Júlia, em 2009, não será mais a candidata do PT", afirma a notícia.  

Pelo que o blog apurou no tribunal de Justiça  do Estado do Pará, Ivanise responde como ré em 3 processos, que não estão sob segredo de justiça. Ela foi Secretária de Trabalho, Emprego e Renda no governo de Ana Júlia e hoje é tesoureira do PT estadual, onde o problema de saúde não lhe impede de continuar no cargo.

FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO

Com tantos grupos internos no PT querendo indicar seus nomes para compor o governo de Edmilson Rodrigues, por que Beto Faro insiste em querer emplacar Ivanise, que alegou problemas de saúde para ser vice de Edmilson e agora já está curada para ser secretária dele?

Na lista de outros pretendentes ao cargo de Secretário Municipal no governo de Edmilson Rodrigues, estão na disputa: o presidente do PT Belém, Bira Rodrigues para a SECOM - Secretaria de Economia, Milene Lauande para a Secretaria de Habitação e Alfredo Costa para a FUNPAPA.

quinta-feira, novembro 26, 2020

A bomba entre Helder Barbalho, a Assembleia de Deus e o PROS, por causa de Edmilson do PSOL

Helder teria pedido o apoio do PROS para Edmilson Rodrigues (PSOL) e como não foi atendido, retaliou com a exoneração de mais de 30 pessoas que eram lotadas no governo do Pará, indicadas pelo partido e pelo deputado Olival Marques (DEM), que nem sua mãe e seu irmão foram poupados da guilhotina. O parlamentar confirmou que irá reunir ainda hoje, pela manhã, para decidir o que o seu grupo político e religioso pretende fazer de agora em diante.  


Por Diógenes Brandão

Chegando à metade do seu mandato de governador, Helder Barbalho enfrenta seu pior inferno astral e o clima de tensão, que só aumenta, não é causado por nenhum opositor, já que ele praticamente não os tem. 

Trata-se de um reação em cadeia, provocada por ação e omissão dele próprio, que vai desde a deliberada orquestração de um processo de corrupção intenso, voraz e recorrente, que fez com que o STJ, o MPF e o MPE concluam que ele é o chefe de uma organização criminosa, que se instalou no governo do Pará, até o desgaste daquele que vestiu e gostou da fantasia de "Rei do Norte", achando que tudo pode e ninguém o freia.

AS ELEIÇÕES EM BELÉM

A bomba que Helder acionou desta vez e está prestes a explodir, tem efeitos catastróficos em sua articulação para a pretensa reeleição em 2022, mas os sinais emitidos até agora mostram que ele ignora os efeitos da explosão que sua atitude pode causar em sua base aliada, tanto na ALEPA, quanto na bancada federal paraense e por isso preferiu passar a guilhotina em aliados, por causa das eleições em Belém, onde Helder acaba de assumir, não com palavras, mas com atitudes, de que Edmilson Rodrigues (PSOL) é seu candidato favorito.

O blog recebeu a informação e confirmou no Diário Oficial do Estado e com o deputado federal Olival Marques (DEM) de que seu grupo político foi retaliado pelo governador Helder Barbalho. 

Segundo o blog apurou, a retaliação se deu após Helder ter tentado convencer o PROS de apoiar a candidatura de Edmilson Rodrigues (PSOL) a prefeito de Belém e na condição de presidente do partido, Joyce Marques - esposa de Olival Marques - consultou seu grupo político -o qual tem lideranças política e evangélicas ligados à Assembleia de Deus - e decidiu não acatar o pedido do governador. 

Isso teria sido suficiente para que Helder determinasse a exoneração da lista de indicados por ela e seu marido, o deputado federal Olival Marques.

Na lista, a mãe de Olival Marques, Maria Alice Morais de Souza, seu irmão, Ritter José Marques de Souza e mais cerca de 30 outras pessoas que estavam lotadas no governo do estado, indicadas pelo deputado e que foram exoneradas. A maioria estava lotada na Casa Civil, como assessores especiais.

Veja abaixo os decretos de exoneração da mãe e do irmão do deputado federal Olival Marques:



O blog aguarda a confirmação se o PROS irá declarar apoio ao candidato Eguchi, mas o efeito dessa determinação de Helder será avaliado amanhã de manhã, após uma reunião que definirá o destino do grupo político ligado ao deputado Olival Marques, que envolve o senador Zequinha Marinho, entre outras lideranças políticas e religiosas.

Tudo caminha para a ruptura deste setor político-evangélico ligado à Assembleia de Deus, que não aceita votar em Edmilson e em nenhum outro candidato de partidos de esquerda, dada a diferença abismal de bandeiras e visões de mundo entre estas instituições.  

O PRB, que tem um forte laço com a igreja Universal também tem dificuldade de aceitar uma determinação desta, caso seja feita por Helder Barbalho, para que o deputado federal Vavá e o deputado estadual Fábio Freitas, também inclinem o partido para uma aliança com o PSOL de Edmilson Rodrigues, que tem como vice, Edilson Moura do PT.

Em recente campanha eleitoral no primeiro turno, Vavá gravou vídeos, fez lives e diversas manifestações em suas redes sociais, sobre as diferenças e distância que pretende manter de partidos e do pensamento de esquerda. 

Resta saber se o PRB dos deputados Vavá e Fábio Freitas também será retaliado por Helder Barbalho e se a SEEL será tomada deles.

domingo, setembro 20, 2020

Eleições 2020: sociedade que deu origem ao PT não existe mais, diz Pochmann

Edmilson perdeu as duas últimas eleições em que tentou ser novamente prefeito de Belém sem o PT, partido que rejeitou após este ser bombardeado pelo envolvimento com sucessivos escândalos e agora o tem como vice, retornando um programa de governo antigo, pintado com novas cores, mas que dificilmente o farão superar seu teto eleitoral, o qual não consegue ultrapassar desde que deixou a prefeitura de Belém, há 16 anos.

Por Diógenes Brandão

O PT não lidera as pesquisas em nenhuma das principais capitais do país. Em Belém, o partido que que venceu quatro eleições presidenciais consecutivas neste século e governou o país até quatro anos atrás, vem a reboque do PSOL, que tem como candidato único, em sua quinta disputa pela capital paraense, Edmilson Rodrigues, com um programa que se diz novo e moderno, mas que só reedita a velha fórmula da esquerda que o PT inaugurou há décadas e que já não é mais aceita pela maioria da sociedade, como revelaram os resultados das últimas eleições.

Falo isso sem nenhum prazer, pois contribuí por muitos anos com o partido, analisando erros e acertos, pontuando sempre as críticas pelas contradições existentes e que distancia a teorias, da prática, daquela que chamo agora de ex-querda paraense.

É com essa lógica que o blog AS FALAS DA PÓLIS sustenta sua tese de que a esquerda paraense, mesmo com um candidato liderando todas as pesquisas, como aconteceu nas duas últimas eleições, se aproxima de sua terceira derrota consecutiva.

O raciocínio pode incomodar meus ex-companheiros de partido e dirigentes de movimentos sociais que ainda não se deram conta de que precisam evoluir, se conetar com a realidade e passarem a dar ouvidos críticas de outros intelectuais, como o Pochmann, que a matéria de Ricardo Kotschono UOL lembrou muito bem. 

Leia abaixo:

Onde foi parar o Brasil que estava aqui quando o PT foi fundado, 40 anos atrás, ainda em plena ditadura? "Precisamos prestar muita atenção neste momento, pois estamos definindo o país que teremos nos próximos 40 ou 50 anos", alertou o economista Marcio Pochmann, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, em palestra profética que fez em Porto Alegre um ano atrás, ao analisar as perspectivas da esquerda para as eleições municipais deste ano, que não são nada animadoras. 

Para Pochmann, o PT perdeu o bonde da história e não percebeu as profundas mudanças que passaram pela janela nos últimos anos até a chegada da extrema-direita do capitão Bolsonaro ao poder. 

A dois meses da eleição, perdido em seu labirinto, o PT não lidera as pesquisas em nenhuma das principais capitais do país. 

É mais dramática a situação em São Paulo, onde o partido corre o risco de não ir para o segundo turno e ainda perder a hegemonia na esquerda para o PSOL, mas nas outras regiões do país o quadro não é mais favorável. O que aconteceu com o partido que venceu quatro eleições presidenciais consecutivas neste século e governou o país até quatro anos atrás? 

"A sociedade do final dos anos 70 e início dos anos 80, que deu origem ao PT, não existe mais. Se seguirmos fazendo as coisas do jeito que fizemos até aqui não teremos melhores resultados do que os que já obtivemos", constata Pochman, que foi candidato derrotado do partido a prefeito de Campinas, em 2016. 

A pá de cal naquela sociedade civil organizada, que surgiu na Campanha das Diretas, em 1984, da qual o PT se tornou a maior expressão partidária, foi dada com a reforma trabalhista de Michel Temer, após o golpe de 2016, uma sentença de morte para os sindicatos que deram origem ao PT e à CUT. 

Quando Lula fala em defesa da classe dos trabalhadores, como fez no 7 de setembro, é o caso de perguntar de quem estamos falando. Quatro entre cada cinco trabalhadores não estão mais na indústria, que hoje representa menos de 10% do PIB (menos do que em 1910), mas nas diversas áreas de serviços.

Sem lideranças e sem condições de reagir ao massacre da nova legislação trabalhista, que praticamente acabou também com a Justiça do Trabalho, eles não se engajam mais em lutas coletivas. Vigora a lei do salve-se quem puder. 

O grosso do eleitorado não está mais nas fábricas, mas nos shoppings, call-centers e no Uber ou trabalhando por conta própria. 

Carteira assinada virou coisa do passado e quem ainda tem emprego morre de medo de perder o salário no fim do mês. Passa longe dos sindicatos. 

"Essa nova realidade não faz parte do discurso dos sindicatos e dos nossos partidos. Estamos com uma retórica envelhecida", afirma o ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, um centro de estudos e pesquisas do PT. 

Envelheceram as lideranças e os discursos. A esquerda já não sabe como chegar e o que falar para esse eleitorado individualista, conquistado pela teologia da prosperidade das igrejas evangélicas dos Edires e Malafaias, em lugar da teologia da libertação, de católicos como Frei Betto, meu guru.

Ao mesmo tempo, as seitas neopentecostais e as milícias avançaram no espaço deixado aberto por movimentos sociais criados pelas pastorais da ala progressista da Igreja católica, que teve um papel fundamental na formação do partido. 

Sem uma organização pela base, nos locais de trabalho e nas universidades, o eleitorado ficou solto no espaço à mercê dos líderes da "nova política", que prometem a salvação aqui e agora, do "deixa que eu resolvo, contra tudo isso que está aí".

De que jeito? Liberando armas e munições para todos, abrindo as porteiras para "passar a boiada" e cada um que se vire. 

Com bala, porrada e bomba, a ordem é atropelar quem se puser no caminho - o Congresso, o STF, as ONGs, as entidades que restaram na sociedade civil (ABI, OAB, CNBB). Quem não é aniquilado, é cooptado com gordas verbas federais, como está acontecendo com boa parte da mídia.

Em lugar de assembleias de trabalhadores, nos sindicatos e nos movimentos estudantis, o povo começou a ir cada vez mais às assembleias de Deus para buscar ajuda em territórios dominados pela milícia. 

É com essas novas forças políticas, que dominam as redes sociais, unindo governo com mercado financeiro, igrejas evangélicas, policiais e militares, marombados de academias e invasores de terras indígenas, destruidores da Amazônia e do Pantanal, que o país segue em direção ao glorioso passado da ditadura.

Elio Gaspari poderia escrever um novo volume da sua coleção sobre aquele período, agora revivido: " A ditadura esculachada". 

Enquanto o atraso avança, o PT, primeiro partido a abrir espaço para as mulheres na política, não é capaz de encontrar nenhuma negra para formar chapa com Jilmar Tatto, seu candidato oficial em São Paulo, neste momento de luta contra o racismo e o machismo.

E acabou formando uma chapa de dois homens brancos, de meia idade, sem nenhuma expressão popular e sem ter uma bandeira para empunhar na campanha. É a vitória do aparelho do partido, que será derrotado nas urnas. 

A classe trabalhadora que deu origem ao PT não existe mais. A sociedade civil organizada está hibernando. A classe média assalariada deu lugar a PJs, pessoas jurídicas, e consultores sem vínculo empregatício.

Esta semana, por um desses acasos do destino, se estivessem vivos, d. Paulo e Paulo Freire completariam 99 anos. 

Símbolos da resistência à ditadura, eles estariam tristes ao ver que aquele Brasil solidário e justo, com o qual sonharam e ao qual dedicaram suas vidas, perdeu-se no horizonte. 

Em seu discurso de Porto Alegre, um antigo reduto do PT de outros tempos, Pochmann lembrou Habermas: "Toda vez que perdemos a referência no horizonte, a gente se debruça sobre amenidades. Temos hoje uma narrativa inapropriada que nos leva à acomodação e a saídas individuais".

"E daí?", perguntaria Bolsonaro. 

Confesso que também não saberia o que responder. 

Neste momento, em que a luta coletiva por um Brasil para todos, que marcou a história do PT, está numa encruzilhada da vida sem encontrar saídas, se eu votasse em São Paulo não teria dúvidas em apoiar Boulos e Erundina, que pelo menos representam uma esperança. 

Ninguém vive sem esperança. Eleição é sempre uma oportunidade para mudar a realidade, por mais adverso que seja o cenário. Foi assim que o PT chegou ao poder, depois de muitas derrotas. 

Amanhã será outro dia. 

Vida que segue.


sábado, setembro 12, 2020

Recém-condenada na justiça, vice de Edmilson desistiu da campanha alegando problemas de saúde

Ivanise Gasparim foi indicada pelo PT para ser vice de Edmilson Rodrigues, que a considerava uma ótima candidata e parabenizou o partido pela indicação, que agora é revista sem que tenham dito o verdadeiro motivo.

Por Diógenes Brandão

O PT e o PSOL fazem um discurso cobrando transparência, mas precisam parar de enganar seus militantes e a sociedade em geral. A falta de uma explicação verdadeira e transparente, causa muita indignação em que percebe a manobra por de trás de cada argumento ou notícia falsa, como a que vimos ser emitida desde ontem, quando a pré-candidata a vice-prefeita de Edmilson Rodrigues anunciou que não seria mais candidata por motivos de saúde. 

Hoje em dia, com a Internet, chega até ser burrice e pega muito mal passar uma mentira em frente ou sonegar informações sem levar em consideração a quantidade de ferramentas e instrumentos de comunicação que a Era da Informação nos oferece. O certo seria que a ex-querda paraense tivesse explicado melhor essa troca, da vice de Edmilson, que chegou a se vangloriar, dizendo ter acertado ter uma mulher em sua chapa e agora surge com um homem, no caso, o petista Edilson Moura. 

Nada de errado em ter um homem como vice, ou troca o mesmo, mas a falta de transparência dos partidos em suas tomadas de decisão, agora são amplamente debatidas nas mídias sociais.

Se mentem e escondem informações imprescindíveis e de fácil acesso e conhecimento público, imaginem se estiveram no poder, com condições de ocultar o que pretendem fazer de errado!

Para ilustrar o que digo, usarei a informação que a jornalista Franssinete Florenzano, publicou em seu blog, logo após a matéria do blog AS FALAS DA PÓLIS, que trouxe luz à recente decisão de condenação por parte do TCE-PA (Tribunal de Contas do Estado do Pará), um dos processos que Ivanise Gasparim responde como ré em um processo judicial e que motivou a retirada abrupta e em tempo record, da pré-candidata a vice-prefeita na chapa de Edmilson Rodrigues (PSOL). 

A petista, como já dissemos na matéria O PT e a súbita troca da vice de Edmilson Rodrigues, se complicou essa semana com a decisão do TCE-PA, que a multou por um dos três processos que ela responde na justiça estadual. 

"Ivanise Gasparim alegou problemas de saúde, mas, coincidentemente, seu processo cujas contas foram rejeitadas em condição irrecorrível foi ontem, no final da manhã, para a Coordenadoria de Informação e Documentação do Tribunal de Contas do Estado do Pará, conforme se observa na tramitação processual do TCE-PA (cliquem aqui para acessar). Trata-se de condenação, à unanimidade, em Tomada de Contas Especial, relativa ao Convênio Seter nº 013/2010, cujo relator foi o conselheiro Nelson Chaves, o que a torna inelegível, além da aplicação de multas e devolução de recursos ao erário. O Acórdão transitou em julgado em 25 de janeiro deste ano e seu nome está na lista suja do TCE-PA. Sem dúvida, seria um peso enorme na candidatura de Edmilson.

Ivanise foi secretária municipal de Economia de Belém na gestão de Edmilson Rodrigues. No governo de Lula, atuou no Instituto Interamericano de Combate a Pobreza Rural -IICA e na Secretaria Nacional de Reordenamento Agrário. E no governo de Ana Júlia exerceu a função de Secretária de Estado de Trabalho, Emprego e Renda", informou o blog da Franssinete.

"A indicada do Beto Faro (deputado federal e presidente estadual do PT) foi "limada" pelo PSOL, para não comprometer a campanha do Ed50, o qual já tem dezenas de processos para explicar e ainda vinha com uma vice com problemas? Eles foram rápidos e chamaram o PT para tratar da substituição da vice e assim foi feito", informou ao blog AS FALAS DA PÓLIS, uma fonte do Partido dos Trabalhadores.

A condenação de Ivanise Gasparim e de Eduardo Correa e Silva, ambos na época da SEATER, durante o governo de Ana Júlia Carepa (PT) se deu pelo desleixo na fiscalização de um convênio entre o governo e uma ONG, no valor de mais de 46 mil reais, que hoje em valores corrigidos representam mais de 161 mil reais, os quais ambos terão que devolver aos cofres públicos, segundo decretou o Tribunal de Contas do Pará.

O PT e a súbita troca da vice de Edmilson Rodrigues

Edilson Moura derrotou Regina Barata e Telma Saraiva que entraram em disputa pela indicação do PT para a vice-prefeitura de Edmilson Rodrigues (PSOL), após Ivanise Gasparim alegar problemas de saúde e deixar a campanha, sem deixar as finanças do PT.

Por Diógenes Brandão 

O Diretório Municipal do PT Belém dispensou a sua indicada para ser a vice-prefeita na chapa de Edmilson Rodrigues (PSOL) faltando apenas cinco dias para o prazo final das convenções partidárias, onde se define as candidaturas para as eleições municipais deste ano.

Trata-se de Ivanise Gasparim, ex-vereadora de Belém, ligada ao grupo do senador Paulo Rocha e dos deputados Beto Faro (federal) e Carlos Bordalo (estadual). A troca de Ivanise Gasparim foi justificada por ela em nota publicada em suas redes sociais, onde disse o seguinte:

"Em junho deste ano, assumi a tarefa de ser pré-candidata a vice prefeita em Belém, indicada pelo PT na chapa com Edmilson Rodrigues (PSOL). Participei de dezenas de lives, plenárias, debates, encontros com a militância e juntos abrimos caminhos para construir a Belém que sonhamos e sabemos como concretizar, devido a experiência que adquirimos quando governamos a cidade. Mas comunico a todos que, por motivos de saúde, infelizmente não poderei disputar esta eleição", escreveu Ivanise Gasparim. 

Mas segundo uma matéria do portal Roma News, os motivos seriam outros: "Por responder a processos judiciais por conta do escândalo da suposta fraude em kits escolares durante o governo da Ana Júlia, em 2009, não será mais a candidata do PT", afirma a notícia.

Pelo que o blog apurou no tribunal de Justiça  do Estado do Pará, Ivanise responde como ré em 3 processos, que não estão sob segredo de justiça. Ela foi Secretária de Trabalho, Emprego e Renda no governo de Ana Júlia e hoje é tesoureira do PT estadual, onde o problema de saúde não lhe impede de continuar no cargo.

Com o avanço das discussões internas no PSOL, o qual lidera a chapa com Edmilson Rodrigues, o partido pressionou pela troca de Ivanise para evitar maiores desgastes quando a campanha começar a revelar a ficha dos candidatos na TV e nas redes sociais.

O ex-petista Cláudio Paty, hoje no PSOL, teria sido o principal articulador da pressão para a troca de Ivanise, e operou com sucesso, a indicação de Edilson Moura, seu companheiro de tendência no PT, o qual é professor de História e foi secretário de Cultura do governo de Ana Júlia. Integrante do grupo político da governadora, junto com Puty, Edilson conseguiu se eleger deputado estadual em 2010, mas com Ana Júlia fora do poder, ele não conseguiu a reeleição em 2014.

Enquanto foi deputado estadual, Edilson Moura fez fortes amizades na ALEPA, entre elas com o ex-deputado estadual Márcio Miranda (DEM), que segundo dizem pelos corredores do parlamento estadual, lhe ajudou bastante após o petista ter perdido seu mandato.

Regina Barata já foi deputada, vereadora e concorreu nas últimas eleições à prefeitura de Belém pelo PT. 

O resultado de sua votação em 2016 foi o pior da história do partido: Apenas 13.332 votos, o que correspondeu a 1,71% do total de votos válidos (de mais de um milhão de eleitores aptos) no primeiro turno. 

Seu marketeiro naquela campanha, o também petista Patrick Paraense usou as redes sociais, após as eleições, para denunciar que não havia recebido o valor de seu trabalho, nesta  campanha que teve o pior resultado eleitoral na história do Partido dos Trabalhadores na capital paraense, quiçá nas capitais brasileiras, durante os 40 anos de história da legenda.

Já a novata nessa disputa era Telma Batista. Artista, produtora e ativista cultural, tendo se candidatado ao cargo de deputada estadual pelo PT em 2018 e já disputado outros cargos internos no PT, sem nunca ter sido eleita, Telma aposta na renovação dos nomes que se revezam no comando do partido, mas suas chances, junto com Regina já eram consideradas mínimas e Edilson Moura foi eleito como pré-candidato a vice na chapa de Edmilson Rodrigues, na tarde deste sábado, 12.

Em uma reunião às portas fechadas, com 13 membros da executiva municipal do PT, Edilson Moura foi eleito com 8 votos, sendo que Regina recebeu 1 e Telma também 1. 3 abstenções foram registradas e encerrou-se o processo "democrático" do PT Belém.

No entanto, a pergunta que não quer calar é: por que PT e PSOL deixaram de debater internamente com seus filiados, de forma ampla e democrática, quem seria o candidato a prefeito e vice-prefeito de Belém? 

É importante lembrar que o PSOL já lançou Edmilson como candidato duas vezes e nas duas vezes foi derrotado, por coincidência,  nas duas últimas eleições consecutivas e este negava a aliança com o PT. Agora a quis de qualquer jeito e sem consulta às bases dos partidos de esquerda, que antes se vangloriam de não terem donos e nem patrões e hoje estão com seus feudos, onde filhos, esposas e familiares se revezam nas candidaturas dos caciques que comandam estes que hoje são considerados a ex-querda paraense.

A convenção multi-partidária que confirmará os nomes para a disputa pela chapa formada pelos partidos de esquerda está marcada para a próxima quarta-feira, 16, onde será lançada a chapa de Edmilson Rodrigues para sua quinta eleição para a prefeitura de Belém,  agora  com o apoio do PT, Rede, UP, PCB, PCdoB e PDT, além do seu próprio partido, o PSOL, onde alguns setores se ressentem pela reaproximação com o PT e demais partidos que militantes do PSOL acusam de aliados da burguesia e de carreia de transmissão das elites e dos empresários corruptos de Belém e do Pará. 

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quinta-feira, julho 16, 2020

PSOL recebe apoio do PT em Belém, mas não retribui em Santarém



Por Diógenes Brandão

Mesmo com Maria do Carmo (PT) liderando todas as pesquisas e com chances reais de vencer as eleições e derrotar os demais candidatos da direita em Santarém, município do Oeste paraense, o PSOL decidiu nesta quinta-feira, 16, lançar candidatura própria. A candidatura da petista é considerada a mais importante para o PT e a mais provável de ter êxito nas urnas.

Em Belém, o PT aceitou o pedido do PSOL e apoiará oficialmente o pré-candidato do partido, o deputado federal Edmilson Rodrigues, que disputa pela 5ª vez a cadeira de prefeito e que já governou a capital paraense por dois mandatos consecutivos (1997-2004), mas também foi derrotado nas duas últimas eleições municipais (2012 e 2016).  A candidatura do psolista é considerada a mais importante para o PSOL e a mais provável de ter êxito nas urnas.

Morador da região do Tapajós, onde fica Santarém, o jornalista Ronaldo Brasiliense comentou a decisão do PSOL: "Deu uma rasteira na Maria do Carmo Martins em Santarém. O PSOL racha a esquerda e ajuda o Nélio Aguiar, que concorre à reeleição com a máquina da prefeitura na mão".

ACORDO PSOL - MDB

Segundo rumores que circulam nos bastidores da política paraense, um dos motivos que tenha pesado na decisão do PSOL, em não apoiar a candidata do PT em Santarém, seja o acordo velado de Edmilson Rodrigues e Helder Barbalho, que teme que Maria eleita prefeita em Santarém, cresça eleitoralmente e venha a ser sua potencial concorrente em 2022, quando o atual governador estará concorrendo à reeleição. O PSOL por sua vez, espera ter apoio financeiro e dos meios de comunicação da família barbalho para vencer a disputa eleitoral em Belém, onde o partido aposta todas as suas fichas.

A classe política paraense lembra que em 2002, Maria do Carmo concorreu ao governo do Pará com Simão Jatene (PSDB), com quem foi para o segundo turno e quase foi eleita a primeira mulher a governar o Pará. Naquela eleição, Maria recebeu 48,28% dos votos e chegou a liderar todas as pesquisas eleitorais, mas a máquina do Estado conseguiu levar Jatene à vitória, com grande ajuda do então Governador Almir Gabriel (PSDB), que tinha forte apoio popular e alta aprovação após seus dois mandatos como governador, mas que mesmo assim levou um baita susto.

Em Santarém, cidade que Maria do Carmo já governou por dois mandatos (2004-2012), o clima entre os petista em relação ao PSOL é o pior possível.

PESQUISA APONTA PARA VITÓRIA DO PT EM SANTARÉM

Na última pesquisa registrada realizada em Santarém pelo Instituto Destak, em um cenário em que foram listados 10 pré-candidatos a prefeito, Maria do Carmo (PT) lidera de forma absoluta com 50% da preferência do eleitor. Na sequência, Nélio Aguiar aparece com 19%, Ney Santana com 13%, Coronel Tomaso (Patriota) vem com 4%, seguido do vereador Valdir Matias Jr., do PV, com 2%. Os demais cravaram 1% — Birinha (PSB), João da Massamix (PSC) , Jota Ninos (PCdoB), Jackson do Folclore (PSL) e Jarsen Guimarães (PDT).

Segundo o blog do Jeso, a proposta de apoio à candidatura da petista Maria do Carmo ao cargo foi derrotada pela maioria dos integrantes do diretório. "A estratégia de lançar nome próprio a prefeito é adotada pelo PSOL desde as eleições de 2008, quando lançou Márcio Pinto, e se repetiu em 2012 e 2016 – sempre com o mesmo candidato. Neste ano, Márcio Pinto concorrerá por vaga à Câmara de Vereadores".

PSOL x PT

Mesmo sem o apoio oficial, filiados e simpatizantes do PT em Belém, sempre votam em massa em Edmilson Rodrigues, quem consideram "o melhor prefeito que Belém já teve". Tendo sido fundado após um racha do PT, o PSOL nasceu chamando o PT de partido de traidores e correia de transmissão da burguesia e não aceitava apoiar os candidatos do partido, mantendo distância de suas campanhas, até mesmo em locais onde o PT passava para o segundo turno, o PSOL não abria mão de manter-se neutro, fazendo com que muitos optassem pelo voto nulo. A exceção foi na primeira campanha eleitoral de Dilma Rousseff, quando Lula terminava um ciclo de 08 anos no poder e mesmo com uma série de escândalos, sobretudo aquele que ficou conhecido como "Mensalão", sua aprovação popular era alta e apontava a candidata que liderava as pesquisas. 

Depois da vitória de Dilma, o PSOL voltou a rejeitar o PT nos estados e municípios. Esse ano é diferente. O tempo de TV pesou na decisão do PSOL em ter o PT como um aliado oficial, por isso, o partido ofereceu a vaga de vice para o partido que em Belém está com uma péssima avaliação popular e acumula as duas últimas eleições com derrotas expressivas e consideradas até humilhantes: Em 2012, com Alfredo Costa como candidato, o PT recebeu 3% dos votos válidos para prefeito. Já em 2016, com Regina Barata, o PT obteve 1,7% dos votos nas urnas. 

Há quem diga que o que levou Beto Faro, deputado federal e presidente do PT no Pará a ter negociado apoio a Edmilson Rodrigues, foi a promessa deste que em uma possível vitória do candidato do PSOL, o partido de Lula e Dilma ficará com 30% dos cargos da prefeitura, podendo inclusive escolher secretarias municipais de peso, como as maiores: SEMEC e SESMA. 

Mais ainda, Edmilson se encarregaria de convencer o PSOL de apoiar a candidatura de Beto Faro ao senado, em 2020, quando o atual senador do PT, Paulo Rocha deve se aposentar da política.

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terça-feira, julho 14, 2020

A polêmica "desistência" de Ursula Vidal de disputar a prefeitura de Belém

O senador Jader Barbalho (MDB) e Ursula Vidal (PODEMOS), em um evento de inauguração de uma obra em Belém do Pará.

Por Diógenes Brandão

A notícia da suposta desistência de Ursula Vidal de concorrer às eleições municipais pela prefeitura de Belém não surpreendeu a todos, como alguns imaginam. O blog AS FALAS DA PÓLIS já registrando os movimentos que indicavam o que agora se confirmou. 

Através de diversas matérias e artigos alertamos que no dia 04 de Junho venceria o prazo para que a pré-candidata deixasse o cargo que ocupa no governo de Helder Barbalho, como Secretária de Cultura do Estado do Pará. 

A jornalista que em pouco mais de cinco anos já passou pelo PPS, REDE, PSOL e agora está filiada no PODEMOS, anunciou de forma privada para jornalistas do Diário do Pará, a declaração de que não iria mais manter a pré-candidatura.

Ainda ontem, 13, o jornalista e apresentador da RBA, Mauro Bonna, tuitou:


Hoje, a coluna Repórter Diário, do jornal Diário do Pará, veio complementar a narrativa de Ursula Vidal, publicada apenas por jornalistas que trabalham nos veículos de imprensa da família Barbalho, já que embora tenha nome de Nota Oficial, nenhum outro veículo de comunicação ou jornalista alega ter recebido o comunicado. Nem mesmo nas redes sociais da desertora é possível ler a tal nota.



Em um grupo de jornalistas no Whatsapp, várias indagações e considerações foram feitas sobre essa notícia cabulosa.

Entre os comentários, destacamos alguns:

"Eu já tinha cantado essa pedra aqui no grupo com antecipação: a Úrsula perdeu o prazo para sair e quando quis sair já era tarde. Foi mal assessorada e, na dúvida, dormiu, em vez de se afastar. A justificativa dela apresentada na coluna "Repórter Diário", não explica nem justifica nada. Apenas corrobora o que ela não admite: vacilou, dançou, para ficar na linguagem popular."

"Esse negócio de dizer que resolveu sair da disputa um mês e meio atrás é desculpa pueril. Se havia desistido, por que não disse aos quatro cantos, ou ventos?"

"Uma mulher dita experiente vacila desse jeito."

"A pergunta é: Foi vacilo ou caso pensando/orientado?"

"Vem cá, o Helder Barbalho tá cheio de assessor aspone... Nenhum falou pra ele sobre o prazo de desincompatibilização da Úrsula Vidal da Secult, se ela era de fato a candidata favorita dele?"

A questão que merece ser respondida é: Como é que Ursula Vidal aparece agora dizendo que decidiu há um mês e meio atrás desistir de sua candidatura, se há pouco mais de três semanas, ela estava pleiteando o apoio do PT Belém, que a rejeitou e elegeu Edmilson Rodrigues como candidato dos petistas?

Conforme este blog já havia noticiado, o Encontro do Diretório Municipal do PT Belém ocorreu no sábado, 27 de Junho. Dois nomes foram apontados para que o PT decidisse quem apoiaria para prefeito: Edmilson Rodrigues, que recebeu 35 votos e Ursula Vidal, que ficou com 10 votos dos membros do diretório petista.

Na mesma reunião, realizada via internet, o PT decidiu apontar o nome da ex-vereadora Ivanise Gasparim na chapa de Edmilson, como sua vice.

Este blog também noticiou, que nos últimos meses, Ursula estava em campo, em plena pré-campanha, tanto partidária, quanto pública. Em sua peregrinação para ter um partido, procurou o PT. Assim, a máquina pública do governo do estado passou a ser usada a favor disso. A nomeação do petista Aristides Ganzer foi divulgada no Diário Oficial do Estado, logo após Valdir Ganzer reaparecer com sua esposa e filho, recepcionando Ursula Vidal em sua fazenda, que chamam de sítio. 

O grupo controlado pela família Ganzer, que inclui o deputado estadual Dirceu Ten Caten, se jogou em peso em campanha interna no PT para que Ursula fosse a candidata do partido, ao invés de Edmilson. Além deste grupo, outros menores e sem parlamentares, também fizeram parte da estratégia de levar o PT para o apoio de Ursula. O publicitário Francisco Cavalcante - mais conhecido como Chiquinho da Vanguarda, seria o mentor dessa construção. Chiquinho é o atual companheiro de Ursula e ao mesmo tempo é o nome de Edmilson Rodrigues em todas as suas campanhas eleitorais. O assunto será tratado em uma nova publicação.

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Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...