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terça-feira, dezembro 26, 2017

Patos calados: Preços de combustíveis foram reajustados mais de 100 vezes no último semestre



Via G1

Nova política implantada pela Petrobras em julho deste ano permite reajustes quase diários nos preços dos combustíveis. Oscilação de preços não agrada ao consumidor.

Os preços do etanol e da gasolina tiveram mais de 100 alterações ao longo do último semestre, tanto para mais quanto para menos. A oscilação nos preços não tem agradado o consumidor.  Os reajustes fazem parte da nova política da Petrobras, implantada em 3 de julho deste ano. Segundo a estatal, a mudança visa buscar maior competitividade e tem o objetivo principal de recuperar receita e participação de mercado.  Desde então, tanto a gasolina quanto o etanol são cotados quase que diariamente, seguindo o mercado internacional.  Na semana de 11 a 15 de dezembro, a gaoslina em Mato Grosso custava, em média, R$ 4,053. Na semana seguinte, porém, subiu para R$ 4,08. Já o etanol subiu de R$ 2,85 para R$ 2,90.


segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Delegados da PF pedem troca de diretor-geral e dizem que com Temer, Lava Jato está chegando ao fim

Após saída de delegados da força-tarefa da Lava Jato, entidade vê risco de prejuízos às investigações e cobra mudança no comando.

Via Estadão, sob o título Associação da PF pede a Temer saída de diretor-geral

A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) vai encaminhar nesta segunda-feira, 12,  ao presidente Michel Temer um pedido de substituição do diretor-geral da corporação, Leandro Daiello. A entidade atribui à gestão de Daiello a saída de delegados que integravam a força-tarefa da Lava Jato e vê risco de prejuízo às investigações com a permanência do atual chefe.

A decisão de abrir uma campanha explícita para derrubar o diretor-geral – inédita na história da PF – foi aprovada em assembleia na sexta-feira passada por 72% dos participantes. O movimento busca aproveitar a provável mudança no comando do Ministério da Justiça para trocar também a direção da PF.

Em nota, a associação afirma que, por falta de apoio da direção, “delegados que coordenavam operações policiais foram deslocados para outras áreas e locais, devido ao esgotamento físico, mental e operacional a que são submetidos”. Diz ainda que a “constante omissão” da Diretoria-Geral “vem causando o enfraquecimento da instituição, pois não promove o apoio devido àqueles que se dedicam às grandes operações”.

O comunicado coincide com a saída do delegado Márcio Adriano Anselmo da Lava Jato. Considerado um dos cabeças da operação, ele foi transferido para a Corregedoria da PF no Espírito Santo, alegando justamente “esgotamento físico e mental” depois de mais de três anos de investigações.

Anselmo é o quinto delegado da PF a deixar a Lava Jato desde o início da operação. Antes dele, foram deslocados os delegados Eduardo Mauat, Luciano Flores, Duilio Mocelin e Erika Mialik Marena – especialista em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

Erika lidera a lista tríplice eleita por 1.330 dos 1.700 delegados em atividade no fim de maio do ano passado, quando do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na carta que será encaminhada nesta segunda a Temer, a associação volta a defender a substituição do atual diretor-geral por um dos nomes da lista. Além de Erika, integram a relação os delegados Rodrigo Teixeira e Marcelo Freitas, ambos de Minas Gerais.

A primeira vez que os nomes foram apresentados ao presidente foi quando Temer tomou posse interinamente e nomeou Alexandre de Moraes para o Ministério da Justiça. Agora a ADPF quer valer-se da saída de Moraes, indicado para o Supremo Tribunal Federal, para emplacar um deles.

“Levando em conta que a atual direção da PF está à frente da instituição há mais de seis anos, sem mudanças significativas nos cargos de comando, sem modernização e avanços na gestão; considerando a vontade manifesta da ampla maioria dos Delegados de Polícia Federal que, reunidos em assembleia, decidiram apoiar a mudança da direção geral e a indicação de um dos representados em lista tríplice já votada e aprovada”, diz trecho da carta.

Operações. A associação também se diz insatisfeita com suposta falta de suporte às operações Acrônimo e Zelotes – ao lado da Lava Jato, as principais investigações de corrupção atualmente em curso. Embora não apresente números, a entidade sustenta que, nos dois casos, houve redução das equipes de investigação, o que prejudica o andamento de inquéritos com foco em políticos e executivos de grandes grupos econômicos.

A ADPF alega que a Zelotes, que investiga empresários por “comprar” medidas provisórias e decisões de impacto bilionário do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), deixou de ser conduzida pela Diretoria-Geral e foi transferida à Superintendência da PF em Brasília – o que seria um sinal de que perdeu importância.

A investigação da própria Lava Jato em Brasília também estaria perdendo quadros, sendo que, cada vez mais, mira em políticos com foro privilegiado. “Há um sentimento na corporação de que a Lava Jato está chegando ao fim”, disse o presidente da associação, Carlos Eduardo Sobral.

Receio. Na carta a ser entregue a Temer, a associação dos delegados argumenta que a escolha de um dos nomes da lista tríplice não alimentaria o “eventual receio da sociedade que tais mudanças possam comprometer o destino de grandes operações em curso”. Os delegados avaliam que o temor no governo de que a substituição de Daiello possa ser interpretada como uma tentativa de estancar a Lava Jato é o principal trunfo do diretor-geral para se manter no cargo.

Segundo o diretor regional da ADPF em Minas Gerais, Luiz Augusto Pessoa Nogueira, Daiello recebeu muitas críticas internas quando a Procuradoria-Geral da República decidiu que delações da Lava Jato seriam tratadas sem os delegados da Polícia Federal para evitar vazamentos.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal foi procurada neste domingo, 11, pelo Estado, mas disse que a corporação não iria se manifestar. Daiello não foi localizado.

terça-feira, fevereiro 07, 2017

“Estancar a sangria”: Temer escancara, indica Alexandre de Moraes para o Supremo




Por Bob Fernandes, via Jornal da Gazeta

Basta de intermediários e faz de conta. Temer decidiu indicar Alexandre de Moraes para vaga de juiz no Supremo Tribunal.

Alexandre é ministro da Justiça de Temer. Temer foi citado 43 vezes em delação da Odebrecht na Lava Jato.

Temer acaba de tornar ministro o secretário Moreira Franco. O "Angorá", citado 34 vezes em delação da Odebrecht.

Ministro tem foro privilegiado, só pode ser julgado pelo Supremo. Nesse caso, não pelo juiz Moro.

Moro que ordenou gravar conversa da presidente Dilma com Lula quando Dilma nomeou Lula ministro. 

Gravação vazada para impedir que Lula obtivesse foro privilegiado ao ser nomeado ministro.

Gravação ilegal pela captação, divulgação pelo próprio Moro, de conversa da presidente Dilma, que não era investigada.

Alexandre de Moraes foi Secretário de Segurança Pública de Alckmin. O governador de São Paulo, segundo vazamentos, seria o "Santo" em planilhas da Odebrecht.

Novas delações de empreiteiras apontam para propinas pagas em governos do PSDB em São Paulo e Minas.

Alexandre é ministro da Justiça. Noticia-se que o PMDB herdaria a Justiça, que chefia a Polícia Federal. 
 
A PF investiga e prende na Lava Jato. Lava Jato a ser "estancada", segundo célebre pregação do líder do governo Temer, Romero Juca. O "Caju" nas planilhas.

Se Supremo, Senado, Temer e Alexandre levassem em conta a opinião do próprio Alexandre ele não poderia ser ministro do Supremo.

Há 7 anos, para se tornar "doutor" pela USP, Alexandre defendeu uma tese...

"...Quem servisse a um presidente da República "em cargo de confiança" não poderia ser indicado para o Supremo pelo mesmo presidente... 

...Para se evitar "demonstração de gratidão política".

No dia 11 de Maio passado a polícia de São Paulo prendeu Silvonei José de Jesus Souza. 

Silvonei invadiu o celular de Marcela Temer, casada com o presidente. Roubou fotos, áudios, e cobrava para não divulga-los.

Um dia depois da prisão, 12 de Maio, o secretário de segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, foi convidado por Temer para ser ministro da Justiça.

terça-feira, novembro 29, 2016

Moro está fugindo



Por Leandro Fortes*

A Operação Lava Jato, dentro de um contexto social e político honesto, teria sido um presente para o Brasil. Acho que ninguém discorda de que, um dia, seria necessário acabar com a cultura da corrupção que sempre ligou empreiteiros e políticos brasileiros.

O fato é que, em pouco tempo, foi fácil perceber que as decisões e ações demandadas pelo juiz Sérgio Fernando Moro estavam eivadas de seletividade. Tinham como objetivo tirar o PT do poder, desmoralizar o discurso da esquerda e privilegiar aqueles que, no rastro da devastação moral levada a cabo pelo magistrado, promoveram a deposição da presidenta Dilma Rousseff.

Hoje, graças à Lava Jato, a economia nacional está devastada, o Estado de Direito, ameaçado, e o poder tomado por uma quadrilha que fez do Palácio do Planalto uma pocilga digna de uma republiqueta de bananas de anedota.

Agora, quando os grupos golpistas ligados ao PSDB e PMDB começam a ser atingidos pela mesma lama que a Lava Jato pensou em represar apenas para o PT, o juiz Moro pensa em tirar um ano sabático, nos Estados Unidos.

Isso, obviamente, não pode ser uma coisa séria. 

Um juiz de primeira instância destrói a economia e o sistema político de um país, deixa em ruínas 13 anos de avanços sociais, estimula o fascismo, divide a nação e, simplesmente, avisa que vai tirar férias de um ano? 

Não se enganem: o que está havendo é uma fuga planejada.

E precisamos saber o porquê, antes que ela seja consumada.

*Leandro Fortes é jornalista.

quarta-feira, junho 15, 2016

Ex-dirigente da Transpetro deleta Temer e toda a cúpula do PMDB



Na Folha

Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado relatou ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.

O PMDB, fiador político de sua indicação à presidência da Transpetro, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos.

Segundo ele, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro.

"Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", afirmou.

A lista de políticos entregue por Sérgio Machado inclui ferrenhos adversários do PT, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e o deputado Felipe Maia (DEM-RN).

Além deles, outros que o procuraram pedindo recursos foram, de acordo com sua delação, os caciques do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), José Sarney (AP) e Jader Barbalho (PA), e também os parlamentares e ex-parlamentares Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Edison Lobão (PMDB-MA), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Walter Alves (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Machado também afirmou que o presidente interino, Michel Temer, negociou propina para a campanha do então correligionário Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

No caso de Renan, Jucá e Sarney, o ex-presidente da Transpetro relatou que eles receberam tanto por meio de doações oficiais como de dinheiro em espécie. Machado detalhou quais doações feitas a eles podem ser consideradas como propina.

Machado também relatou quais empresas aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê.

"Quando chamava uma empresa para instruí-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a Transpetro", disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos.

OUTRO LADO

O advogado dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB -MA) e do ex-presidente José Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que os três negam ter recebidos recursos de Machado.

"A delação é bastante ampla e tem que ver qual é a credibilidade dela, tendo em vista que ela foi feita para livrar os filhos [de Sérgio Machado] da cadeia. A delação tem que ser vista com muitas reservas", disse à Folha.

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirma que as doações recebidas "foram obtidas sem intermediação de terceiros, mediante solicitações feitas diretamente aos dirigentes das empresas doadoras". Ele ainda afirma que, como presidente de partido de oposição, não teria nenhuma "contrapartida a oferecer a qualquer empresa que se dispusesse a fazer doação em troca de favores" do governo. Por fim, reafirma que as doações recebidas têm "origem lícita" e foram declaradas à Justiça Eleitoral.

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que "Machado nunca arrecadou para as minhas campanhas, nunca pedi que ele arrecadasse. Ele cita meu nome de forma genérica, sem dizer qual empresa [doou], qual o valor [foi doado]. Isso nunca existiu".

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) confirma ter recebido doações da Queiroz Galvão, mas afirma que elas foram legais.

"Pedi doação para minha campanha, até porque todo candidato pede. Mas pedi doações legais, recebi e declarei tudo na Justiça Eleitoral. O que recebi da Queiroz Galvão está declarado na minha prestação de contas: foram R$ 332,5 mil em 2014. Esses valores estão errados [Sérgio Machado diz que os repasses ao deputado foram feitos via Queiroz Galvão: R$ 200 mil em 2010 e R$ 200 mil em 2014]. Eu não sabia da relação que Sérgio Machado estabelecia com as empresas. Uma coisa é pedir doação legal e declarar, que foi o que eu fiz. Outra coisa é participar de um esquema criminoso", afirmou.

A Folha não conseguiu falar com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), mas ela já havia se manifestado sobre o caso. Disse ter pedido "ajuda pessoal" a Sérgio Machado, mas negou que existam irregularidades em sua contabilidade eleitoral.

Segundo ela, todos os repasses recebidos são públicos e registrados e os pedidos foram transparentes e aprovados pela Justiça Eleitoral.

"Atuo no setor naval há 35 anos e, por isso, estive de forma republicana diversas vezes com Sérgio Machado discutindo melhorias ao setor devido à importância da Transpetro. Na campanha de 2008 conversei com Machado sobre a possibilidade de sua ajuda pessoal, sim. Mas afirmo que não há qualquer contribuição da Queiroz Galvão em minhas campanhas através de Sérgio Machado, apenas de duas subsidiárias em 2014 por contato direto através do PC do B", afirmou Feghali, em nota.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ainda não responderam ao pedido da reportagem.

Heráclito Fortes (PSB-PI) está em missão oficial no Panamá e disse que só irá se manifestar nesta quinta-feira (15), quando retornar ao país.

A Folha também deixou recado no gabinete do deputado Felipe Maia (DEM-RN), mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Procuradas, as empresas Galvão Engenharia e NM Engenharia não quiseram, por ora, se manifestar. A Queiroz Galvão informou que "não comenta investigações em andamento". As demais firmas citadas ainda não responderam ou não foram localizadas. 

sexta-feira, março 18, 2016

O GOLPE


Por Luiz Carlos Azenha

O golpe é muito bem organizado. Moro decide. Globo repercute. Alckmin fecha Paulista. Fiesp ilumina o prédio. 300 são tratados como se fossem 3 mil. 

Emissoras dedicam a íntegra de seus telejornais ao assunto. O que por sua vez causa comoção pública. 

300 se tornam de fato 3 mil, que aparecem nos telejornais, que reproduzem discursos indignados, que pretendem transformar 3 mil em 30 mil, que buscam um cadáver para fazer o cerco final ao Palácio. 

Repito: tá tudo muito parecido com aqueles golpes de veludo do Oriente Médio ou do entorno da Rússia, menos os cadáveres que o Alckmin parece determinado a produzir permitindo que pró e contra Dilma se manifestem ao mesmo tempo no mesmo espaço. 

Só hoje sabemos que os fuzileiros navais estavam a caminho, em 1964, na Operação Brother Sam. Em 50 anos é possível que a gente descubra a mesma coisa. 

Motivo? 

O pré-sal. 

O triste é ver que há muitos inocentes úteis, inclusive entre meus colegas jornalistas.

sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Fogo amigo atinge Dilma que é acusada de acéfala, traíra e tucana


Por Diógenes Brandão

A diversidade na blogosfera progressista e nas redes sociais reúne uma série de pontos de vistas sobre um mesmo assunto, inclusive em relação à Dilma, o PT, Lula, ou até mesmo a CUT.

Com a aprovação do projetos de partilha da exploração do pré-sal, a artilharia que mira Dilma, contou com o reforço de blogs e ativistas digitais do PT e de partidos aliados, que acusaram o governo de fazer um acordão com a oposição para garantir a aprovação do PL de José Serra (PSDB-SP), o que tira da Petrobras a exclusividade da exploração do petróleo recentemente encontrado na costa brasileira.

“Essa matéria divide, conflita pontos de vista, mas o Brasil precisa dela. A Petrobras não tem condições de levar adiante os investimentos. Precisa ser seletiva. O que temos de assegurar é facultar à Petrobras que ela diga qual é o projeto em que ela vai participar. Mas ela não pode inviabilizar a exploração da atividade do pré-sal”, afirmou Renan Calheiros, presidente do senado e aliado do planalto.

Senadores petistas como Lindbergh Farias (PT-RJ) tiveram suas manifestações contra a suposta medida do governo, compartilhadas por blogs e ativistas digitais da esquerda. 

"Esse projeto acaba com a política de controle nacional. A Petrobras deixar de ser a operadora única do pré-sal é um desastre. Nós estamos entregando a preço de banana, US$ 30 o preço do barril. Nós descobrimos o pré-sal e vamos entregar de bandeja?", protestou Lindbergh Farias.

A CUT, que "morde e assopra" o governo e já estava na ofensiva contra o projeto de reforma da previdência, reagiu junto com os dirigentes da FUP, que são ligados à Central Única dos Trabalhadores e lançaram uma nota contundente, onde afirmou: "Para garantir a aprovação do Substitutivo ao PLS 131 apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB/RR), o governo fez um acordo com a bancada do PSDB e parte da bancada do PMDB. Fazer acordo para aprovar o projeto de Serra é o sinal mais claro de que o governo se rendeu as chantagens e imposições do Parlamento e do mercado, rompendo a frágil relação que tinha com os movimentos sociais e sindical". 

 Blogs e mídias sociais de ativistas da esquerda brasileira, não pouparam Dilma e colocaram-na em linha de tiro novamente. Resta saber até quando as críticas darão lugar à defesa de seu 2º mandato, diante do status quo delicado que o país atravessa.
Assim como a CUT, seus parceiros na internet partiram para o ataque ao governo, com duras críticas à sua "trairagem". Houveram petistas que chegaram a chamar o governo de acéfalo.

A desculpa mais à frente pode até ganhar um contorno diferenciado, onde a palavra possa ser justificada com a desculpa de que não se quis ofender Dilma, seus ministros e demais governistas, e sim, o conjunto do governo pela falta de cérebro ao tratar de assuntos que muitos tem a fórmula e o poder mágico nas mãos para resolver facilmente e consideram que Dilma também tenha.

Pra piorar o cenário dramático e contraditório, no qual o governo mantem-se hora blindado e depois na linha de tiro dos movimentos sociais que compõem sua base de sustentação e que sempre estiveram alinhados ao PT, a aprovação da chamada lei antiterrorismo na câmara dos deputados, jogou mais uma vez gasolina na fogueira e Dilma novamente foi chamuscada.

“O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei. Apesar disso, PSOL e PC do B afirmam que a lei tem o objetivo, na verdade, de criminalizar os movimentos sociais, levando-se em conta a ausência de histórico terrorista no país. “É um ato de sabujismo do governo”, criticou o líder do PSOL, Ivan Valente (RJ)", noticiou a Folha.

Há no entanto, da parte deste inquieto blogueiro, a opinião de que o leite derramado por Lula não pode cair nos pés apenas de Dilma, sua indicada para a sucessão e de quem a presidenta não deve negar-lhe ouvir seus conselhos. Lula, que não soube aproveitar a alta popularidade de seus mandatos para abrir um sério debate sobre a regulação da mídia no país, também não mexeu nas estruturas de outras áreas, como a reforma política, da previdência entre outras e segue sendo cortejado pela intelectualidade esquerdista, enquanto Dilma é frequentemente acusada de estar não dar conta de cuidar do abacaxi que herdou.

Resta saber se a Frente Brasil Popular manterá o planejado na última segunda-feira (22), quando reuniu diversas entidades sindicais, sociais e estudantis, além de lideranças políticas de vários estados brasileiros, que se reuniram na capital paulista para uma reunião que decidiu convocar a Jornada de Mobilização Nacional, incluindo uma grande marcha a Brasília, que está sendo construída para o próximo dia 31 de março. 

Detalhe: A Frente Brasil Popular é formada por diversas entidades que passaram os últimos dias "descendo o pau" no governo, entre elas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), União da Juventude Socialista (UJS), Levante Popular da Juventude, entre outras.

DE COSTAS PARA A RECUPERAÇÃO DO GOVERNO

Uma coisa é certa: Poucos deram importância para notícias importantes e positivas para o governo, depois de 12 meses de ataques cada vez mais intensos e constantes, que Dilma vem recebendo desde que se reelegeu.

A premissa de que o acordo realizado entre o palácio e setores da oposição. para que que o governo não investisse pesado contra a aprovação da partilha do pré-sal, pode ser muito mais do que uma mera conversa entre adversários. 

E se o lobby das empresas interessadas em explorar o petróleo do Pré-sal tenha ultrapassado os gabinetes dos senadores que votaram na proposta e sejam os responsáveis e financiadores da compra dos dedicados delegados da Polícia Federal e até do juiz Sérgio Moro, que notoriamente usam a operação Laja Jato como um instrumento de perseguição política de petistas, bem como de partidos, empresas e pessoas que tenha tido qualquer relação com o PT e seus governos?

Teoria da conspiração? Não, apenas uma reflexão diante da importância do ouro negro e da posição do Brasil diante do cenário internacional, após a criação do BRICS e o poder de multiinacionais petrolíferas como a Chevron.

Se houve ou não um acordo que conseguiu fazer o governo ajoelhar-se e aceitar os interesses das multinacionais interessadas no petróleo brasileiro, eu não sei. Mas posso concluir que esta semana, três notícias trouxeram um certo alívio para o governo federal, mas que não foram comemoradas por grande parte dos blogueiros, ativistas digitais e intelectuais da esquerda brasileira.

A primeira notícia veio na quarta-feira (24) e que este blog já havia registrado. Trata-se da pesquisa CNT/MDA, que estancou a sangria pela qual o governo esteve submetido por longos 8 meses e mostrou que apesar do bombardeio midiático contra Lula e o PT, cresceu aprovação de Dilma e diminiu a rejeição.

A segunda medida que passou desapercebida pelos instáveis defensores da manutenção de Dilma na presidência, tem a ver com o superavit primário no mês de janeiro, que resultou no montante de R$ 14,835 bilhões, o melhor resultado para o mês desde 2013. 

Não é novidade, no entanto, de que reduzir gastos sociais contribuem para o superavit primário, mas dessa vez os números foram ajudados pelo pagamento de R$ 11,369 bilhões em concessões, que inclui os leilões de 29 usinas hidrelétricas, ocorrido no fim do ano passado.

Por fim, a terceira e última boa notícia é que a conta de energia elétrica irá baixar em abril. Isso devido à recuperação dos reservatórios do Sudeste e do Nordeste do país, fazendo com que a ANEEL suspenda o encargo adicional do sistema de bandeiras tarifárias, pelo desligamento das térmicas que encarece o custo do megawatt-hora, o que barateará a conta de luz em aproximadamente 10%.

sexta-feira, janeiro 29, 2016

Um país que protege Cunha e persegue Lula é um país doente

Cunha: Livre, leve e solto.

Por Paulo Nogueira, no DCM.

A Lava Jato perdeu o pudor.

O nome Triplo X, referência sibilina ao mítico ‘Triplex do Lula’ é um acinte. Está claro que se trata de erradicar não a corrupção – mas de caçar Lula.

Fosse outro o propósito você não teria um ataque tão sistemático a Lula enquanto um homem como Eduardo Cunha borboleteia, livre para armar as delinquências em que é mestre.

Era mais honesto batizar a operação como Caça Lula.

Os suíços entregaram de bandeja documentos que comprovam corrupção em níveis pavorosos de Cunha. Ele mentiu, sonegou, inventou desculpas aberradoras e usou até a palavra ‘usufrutuário’ para tentar encobrir sua condição de dono de milhões na Suíça.

Não foi apenas isso.

Depoimentos de fontes variadas coincidiram em relatar ameaças de paus mandados de Cunha contra pessoas que pudessem dizer coisas comprometedoras contra ele.

Vídeos mostraram expressões aterrorizadas de delatores ameaçados por homens de Cunha. Parecia coisa de Máfia. Falaram até na família. Em filhos. Disseram que tinham o endereço para a retaliação.

Não foi um depoimento nesse gênero. Foram pelo menos três, dois de delatores e um de um deputado que era um problema para Cunha na Comissão de Ética que o julga.

Que mais queriam? Que um cadáver amanhecesse boiando num rio?

E as trocas de emails com empresas beneficiárias de medidas provisórias?

Com esse conjunto avassalador de evidências, Eduardo Cunha aí está, na presidência da Câmara, ainda no comando de um processo viciadíssimo que pode cassar 54 milhões de votos.

Cadê a Polícia Federal? Cadê Moro? Cadê uma operação realmente para valer para investigar as delinquências conhecidíssimas de Cunha.

Nada. Nada. Nada.

É uma bofetada moral inominável nos brasileiros. É a completa desmoralização da política.

Enquanto a vida é mansa para Cunha, para Lula é uma sucessão infindável de agressões.

Virou piada que até ser amigo de Lula se caracterize como algo capaz de incriminá-lo. Mas coloquemos o adjetivo certo: é uma piada repulsiva.

Um apartamento banal numa praia banal – a cidade plebeia do Guarujá – adquire ares de uma propriedade suntuosa que Lula jamais poderia comprar. É um tríplex, uma palavra feita para impressionar e ludibriar a distinta audiência.

Não interessa se quatro ou cinco palestras de Lula seriam suficientes para comprar o apartamento. Não interessa se ele tem documentos que comprovam que ele não comprou, afinal, o imóvel.

O que importa é enodoar a imagem de Lula. Caracterizá-lo como um corrupto, um ladrão, um monstro de nove dedos. O maior vilão da história do Brasil.

Alguém – PF, Moro, imprensa – deu um passo para saber se a residência de Eduardo Cunha é compatível com seus rendimentos de deputado? Alguém apurou se ele tem condições de bancar uma vida de fausto para a mulher, à base joias e extravagâncias como aulas de tênis no exterior?

Ninguém.

É um país doente aquele que protege Eduardo Cunha e investe selvagemente contra um homem que cometeu o pecado de colocar os excluídos na agenda nacional como nenhum outro desde Getúlio Vargas.

Estamos enfermos – e Moro e sua Lava Jato são sintomas eloquentes dessa nossa deformação moral.

sábado, janeiro 02, 2016

13 anos de PT e o grosso da publicidade do governo vai para os barões da mídia

Por Diógenes Brandão

Em dezembro de 2014, este blog reproduziu a postagem A desonestidade da mídia ao falar sobre blogs e publicidade estatal, de Pedro Muxfeldt, que esclareceu como a mídia se esforça com o ilusionismo para transformar água em vinho e bandidos em mocinhos. 

A matéria do jornal Folha de São Paulo que publicou um levantamento realizado no período de 13 anos (2000-2013), onde mostrou que o investimento em propaganda estatal feito pela União, teria aumentado cerca de 65%, totalizando 15,7 bilhões, sendo que só naquele ano, a soma chegou ao recorde de 1,48 bilhão. 

Não é difícil perceber que as empresas estatais que mais investiram em propaganda foram a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, com 86% do investimento total. Os anúncios destas empresas são facilmente encontrados em TVs, rádios, jornais, revistas e internet.

Para se ter ideia de como andam as coisas, a TV Liberal, empresa pertencente à família Maiorana, que controla rádios, jornais e uma emissora de TV no Pará, recebeu a soma de R$ 655.841,68,00, enquanto a revista VEJA que é de circulação nacional, obteve no mesmo período R$ 209.007,75, segundo dados divulgados pela SECOM (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), responsável pela comunicação do governo federal. 

Antes de 2014, o governo federal, nunca havia divulgado os valores gastos com a área de propaganda, mas uma ação ganha pelo jornalista e colunista do portal UOL, Fernando Rodrigues no STJ, garantiu a socialização das informações, mantidas em sigilo por todos os governos anteriores, sob o argumento de que prejudicava a negociação de preços, entre a SECOM e seus anunciantes. Fernando e a empresa onde trabalha (UOL) é óbvio, não gostam de concorrência.

O gráfico abaixo, publicado pelo jornal da poderosa família Frias, revela os principais investidores e seus respectivos beneficiados com as verbas destinadas no período de 13 anos, sendo que os 02 primeiros, foram os últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).



Um dos poucos veículos da imprensa alternativa que recebe verba publicitária de órgãos do governo, o site Brasil 247, reagindo à provocação do jornal Folha de São Paulo, revelou que a maior parte do investimento em propaganda estatal continua concentrada nos velhos barões da mídia brasileira. 

Assim como a Folha, outros veículos de imprensa se mostram incomodados com a destinação de verbas publicitárias para quem não é do clã dos barões da mídia.

Voltando ao que Pedro Muxfeldt escreveu, um gráfico e um trecho de seu artigo fazem um importante esclarecimento dos fatos: 



Na imagem, ele apresenta a audiência do mês de dezembro das páginas, que por causa das festas de fim de ano costuma ser um período de baixa em qualquer portal da internet, e a compara com o ganho anual em publicidade que elas tiveram. A tática seria burra se não fosse canalha.

Se dividirmos por 12 a verba obtida pelas páginas, fica mais claro o quanto elas lucraram de verdade. A revista Fórum, por exemplo, recebeu, em média, R$ 4.800 por mês, quase nada para sustentar uma redação. Dono do maior ganho, o Brasil 247, teve cerca de R$ 90 mil por mês para tocar sua estrutura.

AS FALAS DA PÓLIS, que no (fraco) mês passado teve uma audiência de cerca de quase meio milhão de visitantes (Blog e Funpage), lembra que tanto Lula, quanto o ex-ministro das comunicações, Ricardo Berzoini chegaram a defender regulamentação da mídia em entrevista a blogueiros e que neste período de 13 anos, o número de empresas e veículos de comunicação que receberam verbas de publicidade da União, pulou de 4.398 em 2000 (governo FHC) para 10.817 (governo Dilma), ou seja, mais que o dobro.

No entanto, o governo petista mantém a concentração da maior fatia deste investimento, estratégico para o governo e o desenvolvimento do país, nas mãos de poucas famílias de grandes empresários. 

Isso precisa mudar!

sexta-feira, janeiro 01, 2016

Além de Aécio, Collor também recebeu R$ 300 mil de propina do 'Petrolão'




O entregador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, mais um delator da Operação Lava Jato, afirmou em depoimento aos investigadores que fez uma entrega de R$ 300 mil em Maceió que era destinada ao senador Fernando Collor (PTB-AL).

O relato de Rocha, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, corrobora a delação premiada de Rafael Ângulo, também funcionário de Youssef que detalhou entregas para Collor.

Rocha contou que, a pedido do doleiro, transportou R$ 300 mil em trinta pacotes de notas de R$ 100 por avião, indo de Navegantes (SC) para Campinas (SP) e de Campinas para Maceió.

Lá, encontrou em um hotel justamente Rafael Ângulo, que faria a entrega do dinheiro. Segundo Rocha, além dele havia mais duas pessoas que foram lá transportar valores, o que levou à conclusão de que o total da entrega era R$ 900 mil, valor que teria sido confirmado por Rafael Ângulo.

Rocha afirmou, porém, que só ficou sabendo posteriormente que se tratava de Collor o destinatário.

"Quando chegou de volta ao escritório de Alberto Youssef situado na rua Renato Paes de Barros, no Itaim Bibi, em São Paulo, ele comentou com o declarante que tinha recebido uma reclamação porque Rafael Ângulo Lopez tinha chamado Fernando Collor de Mello de 'velho e gordo'; que então o declarante disse a Alberto Youssef: "Ah, então o dinheiro de Maceió foi para Collor!"; que Alberto Youssef confirmou: 'Foi'", diz o depoimento.

O delator também disse que entregou três vezes dinheiro na empresa Companhia Águas de Itapema, do ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, em valores de cerca de R$ 380 mil cada.

Sobre Leoni Ramos, afirmou ainda que o viu em visita à casa de Youssef em São Paulo depois que o doleiro saiu do hospital em razão de uma cirurgia.

Collor e Leoni Ramos já foram denunciados pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal sob acusação de envolvimento com o esquema de corrupção.

Em sua defesa, Collor tem negado o recebimento de propina da Petrobras. Em nota divulgada anteriormente, ele também já criticou os depoimentos de delação premiada de Youssef e sustentou que não o conhece nem manteve qualquer tipo de relação com o doleiro. Já Leoni Ramos, em nota divulgada anteriormente, "nega e repudia categoricamente que tenha recebido ou intermediado valores ou contratos".

quarta-feira, dezembro 30, 2015

Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil a Aécio



Na Folha

Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio.

Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" (leia abaixo).

Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo.

O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do delator.

"E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo".

O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.

Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio "mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no Rio de Janeiro".

O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação.

Trecho do depoimento de Carlos Rocha, funcionário do doleiro Alberto Youssef

Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações.

Embora tenha dito que Miranda não tinha "nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois" da construtora UTC, Santana observou que "pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega".

OUTRO LADO

A assessoria de Aécio Neves disse que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação".

"Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações". A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras.

"A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB", diz a nota.

Procurada, a UTC disse que "a acusação não tem fundamento".

terça-feira, dezembro 15, 2015

PF vai à casa de Cunha, mas não o prende. Ele não é do PT



No G1, sob o título "Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Cunha".

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (15) mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A PF também cumpriu mandados na casa do peemedebista no Rio de Janeiro.

Também foram realizadas buscas nas residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

A busca na residência de Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O objetivo da operação é coletar provas nos inquéritos que apuram se o presidente da Câmara cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Cunha já foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao STF por corrupção e lavagem de dinheiro, devido à suspeita de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.

domingo, dezembro 06, 2015

O destino de Eduardo Cunha



Na Carta Capital, sob o título "A imolação de Cunha".

Ao tentar queimar Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, ainda em exercício, ateou fogo às suas vestes.


Não foi por qualquer razão de natureza técnica. Ao contrário. A decisão tomada por Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados, de acolher o pedido de impeachment de Dilma foi, acima de tudo, um ato de desespero.

Este é o fator preponderante de um movimento, muito além de mero jogo político, temperado pelo sentimento de vingança. Cunha jogou a toalha. Um gesto simbólico de desespero.

Ele confiava desconfiando no acordo com feitio de chantagem imposto por ele ao Partido dos Trabalhadores. Esperava contar com os votos de três angustiados deputados petistas, integrantes do Conselho de Ética.

Nota distribuída pelo presidente do PT, Rui Falcão, anunciou o afastamento de Cunha. O partido juntou os cacos e uniu-se contra a maldita aliança que provocava engulhos. Com isso, perdeu a maioria no Conselho de Ética. A suposta barganha foi para o espaço. Cunha reagiu.

Sem a maioria no Conselho de Ética, ele será empurrado em direção ao cadafalso na Câmara que preside. Vai responder à denúncia de ter mentido a seus pares quando garantiu não ter contas no exterior, conforme a denúncia contra ele encaminhada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal. Os argumentos apresentados por Cunha são frágeis. Risíveis até. Ele está sem saída.

Meses atrás, ao anunciar seu rompimento com Dilma, ele prometeu “incendiar” o governo. Isso porque julgava que Dilma pudesse interferir nas ações do Ministério Público Federal ou mesmo nas ações da Polícia Federal. Se quisesse, não deveria.

Cunha, no centro da crise política, foi mais longe. Com apoio da oposição, notadamente o PSDB, atrapalhou bastante, e ainda atrapalha, a administração de Dilma. Ele contribuiu efetivamente para a desmontagem da base do governo no Congresso. 

Ao perder o apoio envergonhado do PT, voltou ao ninho tucano. Estimulado, fez o que os adversários do governo pretendiam. Mas não terá o apoio necessário para evitar a reação interna. Para tentar queimar Dilma ateou fogo às vestes. Agora arde sozinho. Será que os tucanos vão blindá-lo?

O golpe, em formato de impeachment, dificilmente será bem-sucedido.

Os números governam o processo se ele seguir o curso. Uma comissão especial com 66 titulares, representação proporcional ao tamanho das bancadas. Se não cair nesta fase, será discutido e votado pelo plenário da Câmara. O processo de impeachment, para ser aberto, precisará alcançar dois terços da Câmara. Ou seja, 342 deputados.

No Senado a aprovação será ainda mais difícil. A maioria necessária para aprovação é de dois terços. Nesse caso, 54 senadores dos 81 existentes. A oposição, ciente disso, vai promover com os meios que tiver e a influência nos meios de comunicação os movimentos ditos “espontâneos”.  Essa é outra história.

Mas o curso do destino de Eduardo Cunha está traçado. Será desonroso. Voltará mais cedo para casa. Talvez antes passe pela cadeia.

segunda-feira, novembro 16, 2015

Relator pede abertura de processo contra Cunha no Conselho


Em O Globo.

O deputado Fausto Pinato (PRB-SP), relator do processo por quebra de decoro contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, protocolou na manhã desta segunda-feira seu parecer preliminar favorável à continuidade do processo de investigação no órgão. O relator antecipou a entrega do parecer, cuja data limite era o próximo dia 19, e pediu que o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), antecipe a sessão de apresentação do parecer preliminar que estava marcada para o próximo dia 24. A sessão deve ser antecipada para esta semana.

— A denúncia é apta e tem justa causa, tipicidade, tem indícios suficientes, preenche todos os requisitos para dar continuidade ao processo (contra Cunha) no Conselho de Ética. Podemos citar a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o depoimento de Júlio Camargo e a transcrição da fala de Cunha na CPI da Petrobras. Cheguei a esse convencimento e, como disse que poderia antecipar, cumpri minha palavra para fazer o melhor para o Brasil, o melhor para todos nós — disse Pinato.

O relator protocolou pessoalmente o parecer no conselho, que foi guardado no cofre do órgão. Ele disse que no parecer se baseou em incisos do artigo quarto do Código de Ética que tratam de recebimento de vantagem indevida e omissão de informação relevante ou prestar informação falsa, ressaltando que são indícios de que ele, "em tese", pode ter afrontado esses incisos do artigo quarto.

O presidente do Conselho tenta chegar ainda hoje em Brasília para verificar a possibilidade de antecipar a sessão do colegiado que estava marcada para o dia 24.

Por meio de mensagem pelo celular, o presidente Eduardo Cunha afirmou que entende ter havido claro "cerceamento de defesa", mas acrescentou que quem fala sobre isso é o seu advogado.

Indagado sobre a reclamação de Cunha, Pinato rebateu. Na semana passada, em entrevista à imprensa, Cunha havia dito que entregaria sua defesa preliminar até hoje, mas os advogados informaram que isso acontecerá amanhã ou quarta. Nessa fase preliminar, o Código de Ética não prevê manifestação formal do processado, mas nada impede que a pessoa possa apresentar defesa.

Pinato nega que tenha cerceado, ao antecipar seu parecer preliminar, a defesa de Cunha e diz não temer que isso possa ser usado como argumento por Cunha contra ele. O relator acrescenta que seu parecer não está atrelado a qualquer tipo de defesa prévia de Cunha, mas se há indícios ou materialidade para dar seguimento ao processo no conselho.

— Em nada afeta o devido processo legal. (No preliminar) Eu não fico atrelado à defesa prévia, fico atrelado só aos fatos da denúncia, se tem indícios suficientes, se há materialidade e estou convencido de que há materialidade para dar seguimento. O senhor Eduardo Cunha poderá se manifestar quantas vezes ele quiser, em todos os momentos do processo. E se meu parecer for aprovado — disse o relator.

Pinato diz que se baseia em ofício, do presidente do Conselho, que dá a ele prazo até o dia 19 de novembro para entregar seu parecer preliminar. Cunha, acrescenta Pinato, segundo o Código de Ética, pode se manifestar a qualquer tempo, quando quiser. Agora, sua função como juiz nesse parecer preliminar era ver se a denúncia preenchia todos os requisitos.

— Se eu não tivesse concluído meus estudos, eu poderia até apreciar e esperar a defesa. Mas conclui meus estudos e fiquei convencido de que a denúncia, por si só, preenche os requisitos para dar seguimento. Dentro do ofício do presidente e do regimento, estou amparado por lei — disse o relator.

Pinato negou que tenha falado ou informado a Cunha ou qualquer outro deputado da sua decisão de antecipar seu relatório preliminar.

— Eu não informei ninguém, nem a imprensa, só falei com o presidente do Conselho após ter protocolado. Eu não vou conversar com o presidente Eduardo Cunha. Nesse momento estou como um juiz, seria imprudente conversar com o denunciado neste momento — disse Pinato.

quarta-feira, novembro 04, 2015

Quem será o mais preparado para decidir sobre cassação de Eduardo Cunha?



Esta quarta-feira promete esquentar em Brasília. Ontem, foi feito o sorteio de três deputados da Comissão de Ética da Câmara para escolher o relator do pedido de cassação de Eduardo Cunha, acusado de mentir perante a CPI da Petrobras, quando disse que não tinha contas no exterior, o que foi contradito com provas cabais pelo Ministério Público da Suécia. 

O Presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), disse que escolherá o mais preparado. Entre os 3 sorteados, figura o nome do deputado Zé Geraldo (PT-PA), assim como Fausto Pinato (PRB-SP) e Vinícius Gurgel (PR-AP), o qual teve sua foto divulgada no ato da comemoração da vitória de Eduardo Cunha, como presidente da câmara e por isso, Gurgel já é tido como carta fora do baralho pelo presidente da referida comissão.



O deputado paraense Wladimir Costa (SDD-PA), que se elegeu dizendo: "vou fazer muita onda em Brasília", fazia parte da Comissão de Ética da Câmara, mas alegou estar doente e entregou o espaço que ocupava para outro deputado de seu partido, o Paulinho da força, notoriamente um pitbull que defende Eduardo Cunha de forma visceral.

sexta-feira, outubro 23, 2015

Ministro do STF autoriza bloqueio de contas secretas atribuídas a Cunha




O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autorizou nesta quinta-feira (22) o bloqueio e o sequestro de R$ 9,6 milhões depositados em contas secretas no exterior atribuídas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e familiares.

A suspeita é de que o dinheiro seja produto de crime, portanto, propina do esquema de corrupção da Petrobras. Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A decisão foi motivada porque como o Ministério Público suíço transferiu as investigações sobre as contas de Cunha para o Brasil havia risco de a medida que impedia o acesso do presidente da Câmara aos recursos no exterior perder o efeito, o que permitiria a retomada de transações pelo peemedebista.

O Ministério Público da Suíça identificou quatro contas na suíça que foram atribuídas a Cunha, sendo que há cópias de documentos do deputado mostrando que ele seria o real beneficiário, como passaporte diplomático, endereço de sua casa no Rio de Janeiro, além de assinatura.

As autoridades da Suíça chegaram a bloquear, em abril deste ano, 2,469 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões) de Cunha e de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, sendo 2,3 milhões de francos suíços do deputado (R$ 9 milhões).

Os documentos indicam entradas de R$ 31,2 milhões e saídas de R$ 15,8 milhões, entre 2007 e 2015, em valores corrigidos.

Os depósitos e retiradas foram feitos em dólares, francos suíços e euros. As informações enviadas pela Suíça mostram uma intensa circulação de dinheiro entre as quatro contas, não sendo possível calcular quanto do dinheiro movimentado foi gasto.

Segundo os investigadores, parte do dinheiro movimentado por Cunha tem como origem um contrato de US$ 34,5 milhões assinado pela Petrobras para a compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África.

De acordo com os documentos, o empresário João Augusto Henriques, lobista que viabilizou o negócio no Benin, repassou 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,1 milhões) a uma das contas atribuídas a Cunha, entre 30 de maio e 23 de junho de 2011.

Os depósitos foram feitos três meses após a Petrobras fechar o negócio na África. Apontado como um dos operadores do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, Henriques está preso desde setembro em Curitiba.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...