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domingo, junho 23, 2019

Inverno: O que devemos aprender das manifestações de 2013?



Por Rômulo Martins*

Seis anos desde que eclodiu em 2013, no Brasil, as chamadas "Jornadas de Junho"; muitos aprendizados poderiam ter sido tirados daqueles dias de grandes agitações sociais; mas o que ficou mesmo foi a incompreensão e a insistência nos velhos erros. 

Os anarquistas deveriam ter aprendido, que sem trabalho de base não existem movimentos sociais, que manifestações sem organização de base não passam de eventos de "protestos vãos", ou "tentativa de catarse coletiva"; sem grandes resultados efetivos e duradouros. 



A esquerda administrativa e administrada, vislumbrada que estava com o poder de governo, e frustrada que está com a sua perda, precisa parar de repetir o discurso triunfalista de que _"nós estávamos certos"_ que agiu de forma correta ao reproduzir o discurso midiático da época, de denúncia da "baderna" e do "caos", e perceber que nenhum governo se sustenta quando abandona as bases populares para governar de braços dados com setores reacionários. 

A direita e, sobretudo, a extrema direita soube perceber o potencial de revolta do povo, a força da energia represada e canalizar para seus objetivos de retomada do governo, usando para isso o aparato de estado que nunca perdeu. 



A direita já demonstrou que se preocupa e teme a revolução cultural, a ponto de querer barrá-la de qualquer forma, inclusive de forma violenta; se teme, é porque ela própria já percebeu a força dessa revolução cultural, que nada mais é que trabalho de base e educação. 

(...) Retomar o trabalho de base, fortalecer a educação, os movimentos sociais, a cultura; eis o aprendizado a ser tirado daqueles dias de inverno brasileiro.

*Rômulo Martins é filósofo e professor.

terça-feira, junho 05, 2018

Os paneleiros arrependidos

Rodolfo Gonçalo lamenta ter se deixado “contaminar” pelo que falavam de Dilma dentro de seu táxi (Foto: EMILY ALMEIDA/AGÊNCIA O GLOBO)
Surge nas cidades brasileiras uma nova categoria de engajados: os ex-paneleiros que lamentam ter colaborado para a ascensão de Michel Temer, à frente do governo mais impopular da história 

Por JULIANA DAL PIVA E ALESSANDRO GIANNINI, na Época

Eles voltaram. No último domingo à noite, enquanto Michel Temer anunciava em rede nacional um conjunto de medidas para tentar encerrar o movimento dos caminhoneiros grevistas, o barulho das caçarolas tomou conta de diferentes cidades do Brasil. Frequentes nos meses que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff, os panelaços foram momentos ruidosos de união cívica entre cidadãos desejosos da deposição da presidente. Muita coisa mudou de lá para cá. O governo impopular da petista foi substituído por um governo ainda mais impopular, que atingiu os maiores índices de reprovação da história. Surgem agora, em meio aos problemas de abastecimento provocados pela paralisação dos caminhoneiros, os primeiros “paneleiros” arrependidos de terem protestado pela queda de Dilma e colaborado para a ascensão de Temer.  

O servidor público Mário Rodrigues Magalhães, de 33 anos, mirava o nada durante o início da tarde da terça-feira 29 de maio. Sentado em um dos bancos do Largo da Carioca, entre a praça do metrô e o caminho que leva ao edifício do BNDES, no centro do Rio de Janeiro, vestia camisa social listrada, calça social e sapatos de couro, ambos pretos. Com os braços cruzados, ele se disse angustiado desde o fim da semana. “Esse clima de pânico geral, não tem como não se abalar.”  

Para ele, mesmo considerando os constantes atrasos de salário nos últimos anos, o momento em que esteve mais preocupado foi na última semana, ao acompanhar as consequências da greve e o desabastecimento de itens básicos nos supermercados, hospitais e postos de gasolina. No domingo, ele e sua mulher, Mara, assistiam à televisão em sua casa no Méier, bairro da Zona Norte do Rio, quando ouviram o pronunciamento de Temer para os transportadores de cargas. Mara repetiu então um gesto que não fazia havia quase dois anos: foi à cozinha, pegou as panelas e repetiu o panelaço que já tinha feito na época em que Dilma Rousseff ocupava a Presidência da República.  

“Minha mulher bateu panela contra a Dilma. Neste último(pronunciamento de Temer) também”, contou sorrindo. Ele afirmou que a vida não melhorou como esperava após a troca de governo. “Fui a favor do impeachment por causa da corrupção, das denúncias, dos escândalos, tudo isso aí mancha muito”, explicou. No entanto, revela que a família mudou de ideia e acredita que a mudança resultou em mais dificuldades.  “Talvez tivesse sido melhor ela (Dilma) ficar, não está acontecendo nada de diferente em relação a antes”, disse Magalhães, que declarou ter votado na petista. Para ele, os índices de economia que melhoraram nos últimos anos não passam de dados para propaganda. O que conta, em sua visão, são o aumento do desemprego, a alta nos preços de combustível e do custo de vida.

Maisa Pacheco diz que se sentiu “manipulada” nos protestos pelo impeachment (Foto: LEO MARTINS/AGÊNCIA O GLOBO).

A apenas alguns metros de Magalhães, a funcionária de um escritório de contabilidade no centro do Rio, Denise Lopes, de 52 anos, amarga um arrependimento semelhante. Trajando uma blusa azul com detalhes verdes e pretos e uma calça jeans, ela retornava apressada para o escritório após o almoço quando encontrou a reportagem. Também expressava um sentimento de cansaço.  

Lopes afirmou que só não chegou a fazer panelaço no domingo porque mora em um local isolado na Portuguesa, na Ilha do Governador. “Ninguém ia ouvir, minha casa é bem afastada. Não adiantaria”, explicou. Ela contou que foi favorável ao impeachment que derrubou Dilma Rousseff, mas também avalia que a troca não trouxe o resultado que esperava. “Fui a favor porque achava que deveria mudar pelo povo brasileiro, que falava não ao governo”, lembrou. Eleitora da petista, Lopes disse que não suportava mais as denúncias de corrupção que envolviam o PT e também achava Dilma omissa em relação à situação dos serviços públicos. “Ela estava fazendo um governo incompetente. Não estava preocupada com o povo brasileiro, assistia algumas partes do Brasil, mas não o povo inteiro.”  

Dois anos depois, Lopes afirmou que lamenta a troca há algum tempo. Para ela, o estopim nem foi a greve do transporte, mas as denúncias envolvendo o presidente Michel Temer na delação da JBS e, especialmente, o projeto anunciado por ele para mudar as regras da aposentadoria na reforma da Previdência. “Quando comecei a ver o próprio Temer com as decisões dele em relação à (reforma da) Previdência, a gente viu que foi uma coisa manipulada”, explicou. “Antes tivéssemos esperado um pouco para termos o direito de votar em uma nova eleição.”  

Quem também se sentiu influenciado e mudou de ideia foi o produtor de sistemas de informação Rodolfo Gonçalo, de 38 anos. Morador de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, afirmou que passou os últimos anos dividindo suas tarefas em um home office com bicos de taxista. E foi dirigindo que conversou com muitos passageiros e amigos sobre a situação do país. Nesse período, ele disse que ouviu “barbaridades” sobre Dilma e outros políticos. Passado o tempo, avalia que se “deixou contaminar”. Antes favorável ao impeachment, ele disse que não sabe mais se foi a melhor opção. “Houve mudanças? Sim. Melhorou? Ninguém sabe. É o que vejo”, afirmou. “Não sou a favor dela, mas dizer que ela arrebentou tudo?”

O servidor público Mário Magalhães acha que o impeachment trouxe mais dificuldades para sua vida (Foto: EMILY ALMEIDA/AGÊCIA O GLOBO).

Na capital paulista, mais arrependidos. Dona de um sex shop na Rua da Consolação, Maisa Pacheco, de 45 anos, assustou-se com o movimento em sua loja no último domingo. Devido à crise dos caminhoneiros, seu caixa fechou o dia com apenas R$ 16, para uma média de faturamento de R$ 2 mil. Assim, quando Temer surgiu na TV para o pronunciamento, foi para a Avenida Paulista bater panelas. De repente, se viu alvo de olhares curiosos de outras pessoas. “Fiquei sozinha batendo panela na Paulista. O pessoal ficou achando que eu era louca”, brincou. Ela só estava retomando o hábito que cultivou em um passado não muito distante, quando também pegou as caçarolas para apoiar o impeachment de Dilma — período no qual teve farta companhia.  

Examinando a situação em retrospecto, ela acredita que os manifestantes foram manipulados. “Essa coisa já estava errada quando a gente foi para a rua pedir o impeachment”, disse. “Não pensamos que o vice era o Temer. Teve uma manipulação, mas não podemos reclamar. Esse pessoal que votou na Dilma também tinha de saber que era o Temer como vice. Teríamos de fazer uma mudança de processo político”, completou.  

A greve dos caminhoneiros, motivo do último panelaço, bateu no Twitter as menções registradas em outros momentos históricos, entre eles o impeachment de Dilma Rousseff. Segundo um estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV, o volume de menções relacionadas à greve dos caminhoneiros na rede social faz do evento o maior dos últimos anos no Brasil. Desde o domingo dia 20 até a terça-feira dia 29, o estudo identificou cerca de 8,5 milhões de menções. Além do impeachment, a greve ultrapassa a repercussão da prisão do ex-presidente Lula e da morte da vereadora Marielle Franco.  

Segundo os pesquisadores, essas menções se distribuem na rede em meio às discussões que, em geral, apoiam as pautas defendidas pelos caminhoneiros, mas sem um consenso nas demais questões debatidas. Por isso, os pesquisadores veem semelhanças com as manifestações de junho de 2013. “Essa manifestação serviu como um catalisador de uma série de insatisfações que têm se acumulado no país. Um desemprego muito alto, a preocupação com inflação, a questão dos combustíveis aumentando direto em função do aumento do dólar. Em algum momento esses fatores iriam confluir como se fosse uma faísca e foi o que aconteceu. Nesse sentido, é muito parecido com o que aconteceu em 2013”, apontou o pesquisador Marco Aurelio Ruediger, líder da DAPP da FGV.



quinta-feira, julho 20, 2017

Por que a classe média parou de protestar contra a corrupção?

Paulo Henrique Amorim publicou um vídeo esclarecedor sobre os motivos que levam a classe média ficar calada vendo a corrupção no governo Temer. 

Assista na TV Conversa Afiada e compartilhe!

terça-feira, fevereiro 14, 2017

VEJA tenta impedir volta às ruas dos movimentos pró-impeachment


Por Diógenes Brandão

Um dos inimigos mortais do PT e odioso articulador do golpe contra Dilma, Reinaldo Azevedo está devidamente posicionando como atirador de elite da revista VEJA e da rádio Jovem Pan, atirando agora em tudo que se move - contra Temer e os setores da mídia, congresso e judiciário - e que porventura venham reagir contra o escárnio promovido indecentemente no Brasil.

Ao dar um baita puxão de orelha nos "militantes" do "Vem Pra Rua" e "Movimento Brasil Livre", o blogueiro da VEJA e comentarista da Jovem Pan disse em sua coluna na revista mais "vendida" do Brasil, que seus meninos de recado estão deixando se influenciar pela esquerda brasileira, ao planejarem sair às ruas novamente, agora contra a impunidade e o fim da Lava Jato.

O enredo criado pelo blogueiro da direita é - admito - persuasivo e passivo de ser absorvido pela falange verde-amarela, hoje com suas panelas silenciadas. Como argumento, usa uma verborragia de que o Brasil continua sendo atacado por uma fantasiosa teoria da conspiração comunista, que tudo de mal planeja, que tudo domina e que pode a qualquer momento fazer com que conservadores e setores da direita, caiam em suas armadilhas.

Com frases de efeitos, sem ofender e nem elogiar, o astuto sniper midiático alimenta de delírios e nuvens de fumaça, as mentes mais desprovidas de racionalidade ou com cegueira política absoluta, por isso necessitada sempre de condutores da manada.

Se o caro leitor estiver disposto a ler a sórdida manobra, com suas justificativas e orientações para que os jovens que pediram o impeachment de Dilma continuem calados e recolhidos, deixando com que Temer, Gilmar Mendes e o ministro do PCC façam o que tem que fazer, eis o link abaixo.

Nele você poderá perceber que aquele que se acha o orientador mor do exército de marionetes que cantavam hinos "patriotas" e saíram às ruas com suas camisas da CBF e hoje agonizam em seus sofás nas manhãs dominicais, totalmente desorientados sobre o que falar da corrupção, que ao invés de diminuir, tomou conta para muito além do governo: Agora controla o Congresso Nacional e tende a contaminar e dominar todo o poder judiciário.



terça-feira, fevereiro 07, 2017

Brasil Urgente: 73,7% dos policiais apoiam a desmilitarização da PM



Estamos todos acompanhando com atenção a situação gravíssima no Espírito Santo. Mas enquanto a maioria das pessoas torcem para que tudo se resolva e o população tenha sua rotina reestabelecida, alguns têm aproveitado para distorcer os fatos e atacar aqueles favoráveis à desmilitarização das forças policiais.

Defender a desmilitarização não significa defender o fim da polícia mas sim sua reforma: reforma esta defendida por grande parte da própria polícia. Vale ressaltar que 73,7% dos policiais apoiam a desmilitarização, segundo pesquisa realizada em 2014 pela FGV e o Ministério da Justiça. Por que tantos policiais seriam a favor da desmilitarização se ela não visasse, justamente, protegê-los?

Pra quem não sabe, a proposta sugere que as polícias Civil e Militar se tornem uma só com formação civil e os policiais possam ter uma carreira única – tanto o trabalho ostensivo como o de investigação, além de um modelo nacional de segurança pública- como acontece na maior parte dos regimes democráticos. Desta forma, seriam priorizadas as vidas dos policiais e da população, o respeito aos direitos civis, o direito dos policiais de reivindicarem melhores condições de trabalho e salariais, já que eles não estariam mais submetidos à Justiça Militar, mas sim à Civil, como qualquer cidadão. 

Assim, a desmilitarização visa apenas aproximar a polícia da sociedade e garantir aos policiais os seus direitos, e não, como alguns acreditam, limitar o seu trabalho, desarmá-los, impedi-los de fazer patrulhas e muito menos fazê-los desaparecer. Tanto é que, como vimos, a proposta conta com amplo apoio da própria policia militar.

A militarização da polícia não favorece nem aos servidores nem à população. A militarização da polícia atende apenas aos interesses daqueles que lucram com o atual modelo - a chamada banda podre - enquanto os direitos dos cidadãos – incluindo aí próprios policiais – são deixados de lado, como estamos assistindo de forma trágica no Espírito Santo.

Desejo aos capixabas que tudo se resolva o mais breve possível e que os policiais e suas famílias tenham não apenas seus direitos garantidos mas também condições melhores de trabalho e, por fim, que tenhamos um debate sobre um novo modelo de segurança pública mais eficiente, justo e seguro para todos.

segunda-feira, dezembro 05, 2016

Tico Santa Cruz: Se a esquerda continuar se isolando e se afastando da massa, será exterminada!


Por Tico Santa Cruz, no Facebook

Ei, posso falar sobre as manifestações de hoje? 

Me permite? 

Vamos lá: 

Vamos realmente ficar chamando as pessoas que foram a manifestação de Burras e analfabetos políticos, porque elas não têm a mesma percepção dos fatos que nós temos? 

É assim que vamos tratar aqueles que lá estão INDIGNADOS com esse sistema corrupto que há décadas mantém políticos de TODAS AS IDEOLOGIAS, levanto vantagens e trabalhando para benefício próprio? 

CARALHO ( desculpem o palavrão ) 

Lá tem gente de todos os tipos, posso afirmar CATEGORICAMENTE que não são de Direita - grande maioria se diz "nem direita, nem esquerda" - ou seja - são o centro, os apolíticos, os apartidários. Eles existem sim. Por que não poderiam existir?

Posso afirmar também que não estão satisfeitos com o Governo Temer! Alguém está?

Ora bolas, tenho minhas interpretações sobre as 10 medidas anti-corrupção. Concordo com alguns pontos, de outros preciso me aprofundar. Acho que a Lava Jato precisa MOSTRAR que não foi criada apenas para tirar o PT do poder e prender aqueles pertecem ao partido. Porque se for isso será uma decepção para os milhares de Brasileiros que se mobilizaram. HOJE a lava jato representa para muitos a revanche contra esse sistema corrupto, o que falta apenas é que ela REALMENTE atinja os demais envolvidos nos esquemas que todos nós sabemos que existe. 

Ou será que o Dinheiro de Campanha do Caixa 2 do PT é sujo e o Dinheiro de Campanha do Caixa 2 do PMDB, PSDB, DEM,PP é demais partidos vieram de outras origens?

Voltando. 

A Pauta contra corrupção é de todos! 

Direita, esquerda, apolíticos, apartidários, anarquistas! Só não é da classe política que insiste em não entender os recados das ruas!

PORÉM, quem chamou os Movimentos foram o MBL e o Vem Pra Rua - que TANTO ESTÃO COMPROMETIDOS com o Governo TEMER, que não permitiram manifestações contra o presidente! 

Mesmo o presidente sendo do partido que tirou uma representante eleita pelo povo para DECLARADAMENTE - estancar a sangria da LAVA JATO. Isso todo mundo já sabe!

Logo, as críticas não podem ser as pessoas que lá estão! Elas estão sendo guiadas por essas lideranças! Suas motivações são positivas, ao contrário dos que ORGANIZARAM AS MANIFESTAÇÕES.

A pauta contra corrupção é da ESQUERDA também! Ou deveria ser! Assim como a PEC 55, a MP do ensino e tantas outras importantes para o povo!

Se a esquerda continuar se isolando e se afastando da massa, será exterminada!

ATOS ORGANIZADOS PELO MBL e Vem Pra Rua, são atos organizados pela DIREITA. FATO! Mas porque eles conseguiram dialogar com a massa. 

O que não significa que a MASSA seja de direita. Significa apenas que eles acertaram a linguagem.

Será que é possível ajustar um ato nacional contra a corrupção e por mais direitos com uma organização SUPRAPARTIDÁRIA?

É preciso pensar! 

Mas se continuarmos interpretando as vozes das ruas de maneira equivocada, certamente não chegaremos a lugar nenhum.

Fica a minha colaboração.

quinta-feira, dezembro 01, 2016

Juiz paraense diz que as ocupações de escolas e universidades são exercícios de cidadania

Ele apoiou e fez palestra na primeira escola pública ocupada em Belém, e também evitou um conflito entre estudantes e policiais.

Por Diógenes Brandão

O juiz que chamou a atenção por participar de uma palestra em uma escola ocupada por estudantes em Belém do Pará, Flavio Sánchez Leão, já havia sido citado por este blog, na postagem Belém é capital com maior número de favelados do País: Um milhão de pessoas, ou seja, 55% da população, onde disse que "o grande problema de Belém é a miséria presente no "favelão" que a cidade se tornou, tendo 55% da população da cidade morando nessas áreas, onde se falta tudo e a guerra às drogas não dá certo, porque só faz violar o direito das pessoas". Para ele, o resultado da política de repressão é a prisão em massa de jovens pobres e negros, o que não resolve nada, pelo contrário: Só piora".

Agora ele lacra mais uma dizendo: "Num momento em que a sociedade toda corre o risco de ter os investimentos públicos em educação, saúde e outras áreas congelados por 20 anos por meio da PEC 241 (hoje PEC 55 no Senado), emenda esta proposta por um governo não eleito. Inclusive, o mínimo que o cidadão brasileiro pode fazer é estar ao lado da heróica resistência protagonizada pelos estudantes que ocupam escolas no Brasil todo como forma de protestos".

Por Fátima Gonçalves e Maristela Lopes, no site da CUT-PA e no Brasil 247

Desde o dia 18 de novembro, que estudantes ocupam a Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle, no bairro da Terra Firme, um dos mais carentes da capital paraense. Eles lutam pelos direitos à educação de qualidade, contra o governo ilegítimo de Temer e contra a PEC 245/55, a chamada “PEC do Fim do Mundo”.

Solidário com a luta dos estudantes, o Juiz Flavio Leão se propôs a fazer uma palestra sobre legalidade e legitimidade das ocupações nas escolas. E o que era para ser apenas uma palestra, tomou outras proporções, pois, um professor contrário ao movimento estudantil, tentou impedir a realização do evento gerando conflito com os alunos. A Polícia Militar foi acionada, mas o juiz Flavio Leão garantiu a realização da palestra e a proteção a todos os presentes. A ocupação da escola continua e conta com a simpatia do magistrado. Mas quem é ele?

O juiz Flavio Sánchez Leão tem 52 anos, é juiz de Direito da 7ª Vara Criminal de Belém. Estudou na Universidade Federal do Pará. Foi juiz em várias comarcas do interior do Estado, até ser promovido para a capital. No ano de 2015, foi um dos responsáveis pela implantação das Audiências de Custódia (que garante a rápida apresentação a um juiz da pessoa detida em flagrante delito perante um juiz), sendo o juiz que realizou a primeira dessas audiências no Pará. Conheça mais um pouco sobre o que pensa o juiz sobre juventude, ressocialização dos jovens e o momento atual do país.

1) Por que um juiz criminal resolveu fazer uma palestra na Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle que foi ocupada por estudantes?

R – O Juiz não deixa de ser um cidadão só por exercer o cargo público que ocupa. Num momento em que a sociedade toda corre o risco de ter os investimentos públicos em educação, saúde e outras áreas congelados por 20 anos por meio da PEC 241 (hoje PEC 55 no Senado), emenda esta proposta por um governo não eleito. Inclusive, o mínimo que o cidadão brasileiro pode fazer é estar ao lado da heróica resistência protagonizada pelos estudantes que ocupam escolas no Brasil todo como forma de protestos.

Esta ocupação na Brigadeiro Fontenelle é a primeira nas escolas públicas de Belém. Um movimento espontâneo dos estudantes secundaristas que precisa do apoio de outros setores da sociedade, inclusive de intelectuais, artistas, professores, advogados, etc, para se consolidar. Como sempre se vê na história, a juventude se coloca na vanguarda das lutas de resistência popular.

Como jurista, especialidade de todo o juiz, evidentemente, fui até a ocupação proferir uma palestra cujo tema era a legalidade e legitimidade das ocupações de escolas. Na palestra foi demonstrado que a própria Constituição Federal de 1988 garante esse direito de ocupação, pois é uma forma de expressão do direito de liberdade de manifestação, pensamento e reunião, previstos claramente como direitos fundamentais na Carta Magna. Além de que é uma expressão do exercício da cidadania das pessoas, pilar fundamental do Estado Democrático de Direito. E uma maneira de exercer de forma direta o poder, como também previsto na Constituição, a qual dispõe que todo poder emana do povo que o exerce por meio dos representantes eleitos ou “diretamente”. Portanto, o método de lutas que utiliza a ocupação não deixa de ser uma forma de exercício direto do poder que o povo detém, pois visa demonstrar a sua vontade e interferir no resultado das discussões e votações no Congresso Nacional.

2) Como você vê o Judiciário concedendo liminares de reintegração de posse contra as ocupações?

R - É muito triste ver serem concedidas liminares de reintegração de posse contra estudantes que estejam ocupando escolas para manifestar o seu protesto. Ora, o instituto da proteção da posse é utilizado para proteger aqueles tem sua posse esbulhada por motivos econômicos. É o caso do vizinho que invade a terra do outro para lucrar com a invasão comportando-se como dono da terra alheia. Evidente que esse instituto possessório nada tem a ver com as ocupações das escolas pelos estudantes, que têm utilizado isto como método de viabilizarem o seu protesto.

A ocupação é uma maneira de manifestarem seu direito de expressão do pensamento e o seu direito de reunião e protesto. Em nenhum momento os estudantes estão querendo se apossar das escolas visando qualquer tipo de vantagem econômica e nem se consideram os donos dessas escolas. Mas, infelizmente, ainda há julgadores que podem conceder mandados de reintegração de posse contra os estudantes e, o que é pior, de forma liminar, sem ouvir os estudantes, simplesmente, jogando a polícia contra o movimento dos jovens.

Então, esse calcanhar de Aquiles, esse tipo de postura judicial que se possa ter frente à população mais pobre do pais, é, para mim, um nó muito mais grave na democracia brasileira do que qualquer golpe que se possa aplicar em Brasília, pois ocorre todos os dias seja lá qual for o governo que assuma.

3) Qual a sua visão sobre a Justiça brasileira de ressocialização dos jovens, ainda há esperança dentro desse modelo?

R - Em primeiro lugar, me declaro totalmente contra qualquer tipo de redução da maioridade penal. Inclusive acredito que não seja permitido alterar isto na Constituição Federal, pois é uma cláusula pétrea que não pode ser modificada sob pena de incidir a modificação em inconstitucionalidade, já que viola um dos direitos fundamentais da pessoa humana. Em segundo lugar, o modelo que aí está não vai chegar a lugar positivo nenhum. Os estabelecimentos de internação de adolescentes hoje existentes no país não passam de reprodução do cárcere com a diferença que, nestas prisões, não se prendem adultos. Ou seja, só o que se garante com o modelo atual é que o adolescente internado não fique misturado aos adultos que cometeram crimes. Entretanto, não há uma rede de serviços e entidades que funcionem a contento e que possam oferecer programas e oportunidades de ressocialização para estes jovens, como, por exemplo, seria a garantia de matrícula para estudar e assistência social aos adolescentes e seus familiares. Pelo contrário, o que se vê em notícias é que a prática da tortura continua sendo muito comum dentro dos estabelecimentos onde estão internados os jovens. Ou seja, podemos resumir numa frase o que deveria ser correto: mais escolas e menos prisões. Porém, coisas como a PEC 55 se colocam justamente em total contrariedade à efetivação dos direitos dos jovens.

4) O senhor é membro da Associação Juízes para a Democracia? Como o senhor define o papel dessa entidade no momento em que o país passa atualmente? O senhor acha que há uma fragilidade das instituições pilares do Estado brasileiro?

R - A Associação Juízes para a Democracia (AJD) é uma entidade civil sem fins lucrativos ou interesses corporativistas. Ou seja, não foi criada para garantir os interesses corporativos dos juízes, como é a questão dos salários dos magistrados, por exemplo. Os objetivos estatutários da AJD se concretizam na defesa intransigente dos valores próprios do Estado Democrático de Direito, na defesa abrangente da dignidade da pessoa humana e na democratização interna do Judiciário. Ou seja, é um espaço onde o juiz exerce a sua própria cidadania e se coloca ao lado dos demais cidadãos, defendo firmemente a manutenção dos princípios democráticos que emanam da Constituição Federal.

Quanto à fragilidade das instituições democráticas, creio que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na verdade, foi só o ponta de um iceberg que se está por ver. Como já disse, existe hoje na democracia brasileira um calcanhar de Aquiles muito mais grave que se expressa, por exemplo, na ação policial violenta cujos números revelam um morticínio maior do que o que ocorre em países em guerra como o Iraque e a Síria, sendo que os mesmos números revelam um verdadeiro genocídio de negros e pobres.

E o que é pior, os juízes, que seriam a quem o povo poderia pedir socorro, não conseguem enxergar esta realidade e acabam referendando essa situação. Sendo assim, a palavra de um policial que vá servir como testemunha em um caso criminal de tráfico de drogas, por exemplo, possui valor absoluto como presunção de veracidade segundo a jurisprudência acatada dia-a-dia pelos membros do Judiciário.  E dificilmente o réu conseguirá convencer o juiz de que o policial esteja mentindo. Se um militar prender um negro, morador da favela, dizendo que, com base numa denúncia anônima, adentrou na casa do suspeito, mesmo sem mandado judicial, e encontrou certa quantidade de drogas, dificilmente ele conseguira provar, por exemplo, que as drogas tenham sido plantadas no interior de sua residência e escapar da condenação. Na jurisprudência do Judiciário, a palavra dos agentes policiais adquire valor quase absoluto.

Isto quando não é o próprio Judiciário que adota medidas que violam frontalmente os direitos democráticos constitucionais. Por exemplo, uma decisão que permita a busca e apreensão generalizada em todas as casas dos moradores de um bairro pobre, sem especificar o motivo individual pelo qual cada residência deveria sofrer a medida, equivale a um estado de sítio que, conforme a previsão contida na Constituição Federal, só pode ser decretado pelo Presidente da República, em casos de comoção grave de repercussão nacional, declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira. Decretar uma medida que suspende o direito a inviolabilidade do domicílio contra toda a população pobre de um bairro inteiro equivale a decretar um estado de sítio ferindo de morte a democracia.

5) Cite um exemplo?

R - Certa vez, uma delegada de Polícia Civil me pediu uma medida destas aqui em Belém. Pediu que eu decretasse a busca e apreensão em todas as casas de uma rua inteira do bairro da Terra Firme (justamente o bairro pobre onde está havendo a ocupação dos estudantes na Escola Brigadeiro Fontenelle). Eu respondi ao pedido da seguinte forma: sugeri à autoridade policial que mantivesse todos os mesmos termos do seu pedido de busca e apreensão, que utilizasse exatamente as mesmas palavras, mas que mudasse apenas o endereço onde se estava pedindo a busca e apreensão. Em vez de se pedir a medida numa rua de um bairro pobre da periferia de Belém, que se substituísse o endereço e se pedisse a mesma medida na rua Brás de Aguiar, uma das ruas mais chiques no bairro de Nazaré, o mais nobre bairro de Belém. Então perguntei se a delegada assinaria o pedido de busca e apreensão ou se deferiria a medida caso fosse juíza. A resposta, evidentemente, foi o silêncio.

6) O senhor é amante do jogo de xadrez e tem levado esse trabalho aos jovens que estão presos. O senhor acredita que isso ajuda na recuperação social deles?

R - Eu tenho um projeto de remissão da pena dos presos pela pratica desportiva do jogo de xadrez dentro do cárcere. Um projeto semelhante à remissão pela leitura. Principalmente porque, quando se pratica o jogo de xadrez como esporte, obrigatoriamente você tem que fazer uma série de leituras de livros de estratégia para melhorar o seu jogo. Então, com base nessa tese jurídica elaborada por mim, de que seria admissível a remissão da pena pela prática desportiva do jogo de xadrez, o Juízo da Vara de Execuções Penais de Belém baixou uma portaria regulando o direito dos presos nesse sentido. Agora, estamos em fase de organização do projeto com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado do Pará e com a participação da Federação de Xadrez do Pará (FEXPA) e ano que vem nós pretendemos começar a ministrar as aulas de xadrez dentro do regime semiaberto inicialmente. Nessas primeiras fases do projeto eu mesmo pretendo ministrar as aulas.

Existem exemplos a nível mundial em que alunos do jogo de xadrez que aprenderam no cárcere tornaram-se jogadores profissionais ou semiprofissionais e alguns até atingiram o título de mestre de xadrez que é concedido pelas federações.

7) O senhor tem uma atuação no combate ao narcotráfico, inclusive já sofreu atentados, no Sul do Pará.  O senhor não teme por isso? Não lhe desmotiva?

R - Na verdade, eu não tive atuação específica em casos de tráfico como crime organizado. Quando trabalhei no Sul do Pará houve algumas ameaças em razão de um caso de homicídio em que o suspeito de ter mandado assassinar um vereador era o prefeito da cidade. Nesse período, houve um reforço na segurança e vários policiais militares passaram a fazer plantão na minha casa. A minha família já estava até acostumada com a presença dos policiais. Certo dia cheguei em casa e presenciei dois policiais militares com os fuzis pendurados nas costas e batendo corda para minha filha de três anos pular, pois ela havia pedido para os “tios” bater a corda. Uma cena surreal.

Nunca temi porque minha família sempre me apoiou. Mas depois que vim trabalhar na capital, essa situação se acalmou.

Camisa de força financeira aumenta força vulcânica das ruas

Protesto de servidores, nas proximidades da Assembleia do Rio, contra pacote de ajuste estadual.

Por Jânio de Freitas, na Folha

Dentro e fora dos prédios, a Praça dos Três Poderes proporcionou, nas últimas 48 horas, razoável amostra do que se pode esperar daqui para a frente, se não for interrompido o acúmulo de equívocos, irresponsabilidades e insensatez que conduzem a mixórdia atual. No lado de fora, manifestantes e policiais perdiam-se em descontroles e fúrias. No de dentro era discutida, e por fim aprovada altas horas, a loucura de um aprisionamento dos governos por 20 anos, quatro mandatos presidenciais, em violenta camisa de força financeira.

Michel Temer é um joguete entre pressões, fraco e acovardado diante de todas, mas Henrique Meirelles extravasa uma pretensão sobre os tempos e os fatos vindouros que não cabe nos domínios da racionalidade e do equilíbrio. O Congresso propenso a segui-lo, feita já no Senado a primeira aprovação da camisa de força, é um supermercado de interesses. Se há compensação para aprovar seja o que for, e o Planalto e São Paulo são usinas de compensações, a irresponsabilidade prevalece.

Mas na praça de Brasília e nas ruas do Rio, simultaneamente, a sobrecarga de novos ônus para a população, com o desemprego efetivado e o esperado, a queda da "renda" familiar e demais apertos, traz uma resposta com raiz própria. Em 2013, os ataques ao Congresso e a ministérios foram extensões desordeiras, por falta de metas claras e de controle, das manifestações pacíficas. Os recentes ataques ao Congresso e a ministérios; no Rio, a invasão da Assembleia Legislativa e as tentativas de repeti-la, exprimem a indignação que não é mais satisfeita em protestos pacíficos: necessita da violência. É o que se vê, com diferentes graus, em muitas partes do país. A camisa de força vem aumentar essa outra força, vulcânica.

É coerente com o momento a divergência que se acirra entre Judiciário e Legislativo, a poder de equívocos e de insensatez. Com alta contribuição inflamatória. Portadora de um espírito de classe por tantos anos insuspeitado, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, faz um diagnóstico temerário: "(...)busca-se mesmo criminalizar o agir do juízes brasileiros". É sua reação às discussões, no Câmara, do projeto de medidas contra a corrupção e, no Senado, contra o abuso de autoridade.

O primeiro dos dois nem nasceu na Câmara ou no Senado. Foi criado na Lava Jato. Com ajuda de igrejas evangélicas ativadas por procuradores, colheu as chamadas assinaturas populares. E afinal entregue ao Congresso com a exigência da Lava Jato de que fosse aprovado sem alteração alguma. Até o fim do governo Figueiredo, poderia sê-lo. Depois, não há mais como se admitir, por exemplo, a validação de provas colhidas ilegalmente pela "boa-fé" de procuradores e policiais. Como não há por que conceder mais privilégios, neste país que já paga tanto por eles.

Uma observação paralela: os juízes estão incluídos nos dois projetos só por necessário formalismo. Não os motivaram. Exceto Gilmar Mendes, não é preciso dizer por quê, e Sergio Moro, cujo arbítrio agrada aos ressentidos mal informados, mas, para os outros, suscita preocupação com a legalidade democrática.

São até poucas as manifestações hostis ao Judiciário. O que espera a ministra Cármen Lúcia da soberba com que seu tribunal recebe a publicação de que um processo, como o do senador Valdir Raupp, descansa ali há 18 anos? Não há uma satisfação a dar aos cidadãos? Ou, por outra, não há no Supremo um ministro com a humildade ao menos residual para dá-la? E não são poucos os casos assim.

Nenhum otimismo se justifica, pelo que se vê, ouve, sente.

quarta-feira, novembro 30, 2016

Os covardes contra os guerreirxs


Por Alex Rocha Rodrigues* 

Ontem foi um dia muito triste para história do nosso país. o Brasil acordou com a notícia do acidente aéreo que vitimou mais de 70 pessoas (lamentamos e nos solidarizamos cm os familiares e amigxs).

No mesmo dia em um ato de total desrespeito com as famílias enlutadas, o senado federal resolveu dar continuidade nas atividades da casa pondo em votação a maléfica PEC 55.

Na ocasião, milhares de estudantes (guerreirxs) do Brasil inteiro organizados em caravanas, foram a Brasília de forma ordeira, pacífica e em paz (assim como foi em todas as ocupações das escolas, institutos e universidades), manifestar sua contrariedade a essa PEC que cobra a dívida de quem não fez, que vai vitimar milhares de brasileiros durante esses 20 anos. 


Vale ressaltar que as despesas da maioria dos estudantes foram custeadas cm seus próprios esforços e suor, através de bingos, rifas, pedágio, coletas e outras ações. Mesmo a mídia escondendo o protagonismo da juventude diante dos covardes do congresso, passando o dia todo bombardeando o noticiário oportuno do acidente aéreo e tentando a todo momento criminalizar o movimento legítimo dos estudantes. O fato é que não conseguiram, as redes sociais mostraram a verdade!

Os estudantes do Brasil inteiro, em especial do Pará e de Abaetetuba, são nossos heróis guerreirxs, receberam de forma gratuita e sem reagir ataques de bombas de gás, balas de borrachas e spray de pimenta, por atos de infiltrados, cm fortes suspeita do envolvimento do governo golpista na armação e no massacre doentio da PM, as suspeitas são com bases em atos semelhantes do ministro da Justiça do Temer, quando era secretário de segurança do estado de São Paulo. Conforme as denúncias do senador Lindbergh Farias.

A verdade é que a maioria dos senadores, os exatos 61, vendidos, corruptos, mais uma vez mostraram que não estão do lado do povo. Que nessa batalha os estudantes deram uma verdadeira aula de maturidade e cidadania. 

Nenhum estudante que participou da batalha contra a PEC 241 e agora PEC 55, será o mesmo, todos eles tem na sua bagagem da vida uma enorme contribuição pelo nosso país. A cada dia que a situação for se agravando diante da retirada de direito, com impacto direto na saúde (postos médicos, UPA, ACS e Mais Médicos), Educação (institutos, universidades, escolas e outros), Assistência  (bolsa família, CRAS, farmácias popular, distribuição de renda) enfim, a todo momento o protagonismo dos estudantes será lembrado. 

Muitos que ficaram em casa ou se tornaram militante virtual se envergonharam. Mas vcs meus queridos amigos e amigas serão eternizados como guerreiros e guerreiras. 

Todos nós somos vitoriosos. Venham na paz, Sintam-se abraços!

Nossos corações estão apertados de tanta aflição pelo dia de ontem, queremos dar um forte abraço em cada um de vcs. 

A luta continua ! Vcs nos representam! 

*Alex Rocha Rodrigues é ocupante, egresso do Instituto Federal do Pará, membro do Conselho Diretor-Condir do Campus Abaetetuba-PA.

quinta-feira, outubro 13, 2016

A juventude brasileira grita #ForaTemer


Via Midia Ninja RN
"Agora imagina você, pobre, que não tem direito a estudar Filosofia e Sociologia, nem Artes, passar no Enem. Você não passa. Sabe quem passa? 
Quem tem dinheiro para pagar. 
Sabe por que eles têm medo de estudante que vai para a rua? Porque o governo quer máquinas. Máquinas programadas para obedecer a eles".
Trecho do discurso de Maria Deusdédite da Silva Neta, aluna do 3° ano do curso de eletrotécnica do IFRN - Campus João Câmara, representante do Grêmio Estudantil Francisca Alves -GEFA

domingo, abril 10, 2016

Golpe perde apoio entre os belenenses

Manifestação realizada em Belém, neste domingo (10), onde um grupo de manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, segundo o movimento Vem Pra Rua, levou cerca de 150 pessoas para as ruas do centro da cidade. (Foto: Luana Laboissiere/G1)

Por Karol Cavalcante*

No próximo domingo (17/04), a Câmara dos Deputados deve votar o pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Estamos diante de um julgamento político onde uma presidenta eleita democraticamente nas urnas com 54.501.118 de votos, poderá ter seu mandato cassado sem nenhuma base legal. Os parlamentares que participarão da votação decidirão se interrompem o ciclo democrático em curso no país ou não. Caso o impeachment seja aprovado, teremos as regras institucionais quebradas e certamente entraremos em um clico  “perigoso” no Brasil, em consequência da fragilização das instituições. 

Frente a polarização, em todos os lugares o assunto virou tema recorrente, entrou para rotina dos brasileiros. Manifestações contrárias e favoráveis tem se intensificado por todo o país. Para medir a opinião dos brasileiros, diversas pesquisas vem sendo realizadas. Há 30 dias os favoráveis ao impeachment chegavam aos 68%, segundo o instituto Data Folha¹. Ao que parece a polarização entre os favoráveis e os contrários ao governo da presidenta Dilma tem mudado este cenário.

Pesquisa realizada pelo laboratório de ciência política da Universidade Federal do Pará, coordenado pelo professor doutor Edir Veiga, revela que a tentativa de golpe em curso no país vem perdendo apoio na população da capital paraense. Realizada entre os dias 30 e 31 de março, com 751 questionários aplicados em diversos bairros de Belém e com margem de erro de 4% para mais ou para menos a pesquisa tem intervalo de confiança de 95%. 

Perguntados em relação ao pedido de impeachment da presidenta Dilma 58% disseram ser a favor, 31% se declararam ser contrários ao impedimento da presidenta e 10.2% não sabem ou não responderam. Contrários e indecisos chegam a 42% dos belenenses. No Brasil o apoio ao impeachment da presidenta já chegou até 68%. Ficando evidente que o golpe vem perdendo apoio. Entre os favoráveis, a pesquisa revela que a maioria tem entre 35 a 44 anos, já os contrários são em sua maioria um publico mais jovem com faixa etária entre 21 a 24 anos 39.4%. 

Quanto a renda, a pesquisa revela que a ampla maioria que deseja o impeachment da presidenta é de classe media alta. 65.2% dos pesquisados revelam ganhar acima de R$ 4.401,00. Já entre os apoiadores da presidenta a maioria se divide entre os que ganham até R$ 880,00 reais, 32.0% e que ganham acima de R$ 1.761,00 37.4%. 

Em Belém as manifestações dos favoráveis ao impeachment apresentam um certo recuo e os atos organizados pelos partidos de esquerda e centrais sindicais vem ganhando força. Movimentos liderados por professores, juristas, artistas e intelectuais vem se difundindo na sociedade paraense, enquanto as manifestações de direita se resumiram a discretas inciativas sem grande adesão de público, o que indicaria um refluxo do movimento.

Esse cenário, ao que parece, também reflete na mudança de posição da bancada federal do Pará na Câmara dos Deputados. Segundo dados do movimento vem pra rua (movimento liderado pelos chamados coxinhas), inicialmente dos 17 deputados paraenses, 6 eram contrários, 7 favoráveis e 4 indecisos. Com a proximidade do dia da votação os indecisos começam a se definir e os atuais números indicam que a bancada paraense deve votar 9 contrários ao golpe e 6 favoráveis. Há ainda dois indecisos com forte tendência ao voto contrário ao impeachment. 

Caso essa tendência se mantenha, por outros estados, o golpe em curso deverá ser barrado. Caberá ao governo Dilma, governar com a sua nova base de apoio no Congresso, afastando-se de vez das medidas de austeridades, e reaver a agenda de governo que foi referendada nas urnas, pautada em mais direitos sociais e na retomada do crescimento econômico. Em suma: implementar o programa eleito em 2014.

¹ Pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha, nos dias 17 e 18 de março, ouviu 2.794 eleitores em 171 municípios de todo o Brasil. Publicada no jornal Folha de São Paulo na edição de 20 de março.

*Karol Cavalcante é Socióloga, especialista em Gestão Estratégica em Politicas Públicas pela UNICAMP. Atualmente estudante do mestrado em ciência política da UFPA e colabora do Blog AS FALAS DA PÓLIS.

segunda-feira, março 14, 2016

Aécio Neves pensando em faturar foi xingado e expulso da balada


Por Diógenes Brandão

Duas análises sobre as manifestações abrem a semana de forma contundente e demarca uma nova etapa na disputa política travada nas ruas: Aécio Neves definitivamente não lucra com as manifestações que pipocaram pelo país. Pelo contrário! Sua presença ao lado do governador Geraldo Alckmin, na avenida Paulista, em seus planos seria épica e gloriosa, mas acabou sendo rápida, desastrosa, e extremamente decadente. 

Dois blogueiros registram o fato e sua relação com outro momento histórico parecido com o de hoje: O golpe de 1964, quando o "Aécio da época", Carlos Lacerda, também "levou o farelo" - como se diz na periferia de Belém, para quem quebra a cara ou perde algo que pensava que conquistaria. 

*****

Leia "Vagabundo". Aécio engole seu veneno!, por Altamiro Borges, em seu blog

O cambaleante Aécio Neves vai dormir de ressaca na noite deste domingo. Ele imaginava que seria o grande herói das marchas golpistas, que derrubariam Dilma e o levariam, inevitavelmente, ao Palácio do Planalto. O tucano não esperava, porém, ser xingado de "vagabundo", "oportunista", "corrupto" e outros palavrões quando chegou, acompanhado pelo governador Geraldo Alckmin e por outros falsos moralistas, na Avenida Paulista. A comitiva teve que deixar o local às pressas, temendo agressões. A mídia chapa-branca até tentou ofuscar a cena constrangedora, mas Aécio Neves sentiu na pele o ódio dos fanáticos que ele mesmo ajudou a chocar!

Um pouco antes do incidente, segundo relato do Estadão, a cúpula tucana estava toda excitada com o protesto na capital paulista. Ela apostava que iria capitalizar a manifestação. Mas o sonho não durou muito tempo. "O governador Geraldo Alckmin recebeu no início da tarde deste domingo (13) na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, uma comitiva formada por senadores e deputados, entre eles o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O grupo seguiu junto para a Avenida Paulista, palco da manifestação, e vai se concentrar na esquina da Paulista com a Alameda Campinas. Em entrevista coletiva, Alckmin falou que 'é preciso virar a página'. O senador Aécio Neves preferiu não falar com a imprensa e disse que iria se pronunciar quando chegasse à Avenida Paulista".

Segundo o jornalão oposicionista, o acertado é que os líderes tucanos iriam discursar no carro de som do grupelho Vem Pra Rua. Mas o roteiro previamente estabelecido não deu certo e Aécio Neves teve que sumir às pressas da Avenida Paulista. O episódio grotesco bombou nas redes sociais e o PSDB logo tentou jogar panos quentes. No final da noite, a direção da sigla divulgou nota na qual jurou que "Aécio e Alckmin foram convidados por movimentos sociais e entidades. Nunca estiveram previstos discursos de qualquer um deles. É, portanto, mentirosa e equivocada a informação que eles desistiram de suas falas", afirma a nota mentirosa. O próprio jornal O Globo, porém, desmentiu o desmentido! 

Desde a derrota nas eleições de outubro de 2014, o rejeitado Aécio Neves apostou todas as fichas na despolitização da sociedade. Ele solicitou a recontagem de votos, tentou suspender a posse de Dilma Rousseff e questionou o financiamento da campanha da sua adversária - feito pelas mesmas empresas que bancaram sua própria candidatura. Desde a posse, em janeiro de 2015, a oposição golpista jogou na desestabilização da economia, no "quanto pior, melhor", e na turbulência política. Ela não deu um segundo de paz à presidenta reeleita. Achava que iria capitalizar com esta campanha de destruição do próprio Brasil. A despolitização, porém, gerou autênticos midiotas - manipulados pela mídia golpista.

E Aécio Neves agora engole o seu próprio veneno. "Vagabundo", gritam os coxinhas! O "justiceiro" Sergio Moro, eleito o "homem do ano" pela Rede Globo, e o fascista Jair Bolsonaro foram os únicos aplaudidos pela horda fascista. Na prática, como afirma o jornalista Paulo Nogueira, do blog Diário do Centro do Mundo, o tucano foi o "grande perdedor desde domingo". Vale conferir a sua análise:

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O grande perdedor deste domingo foi Aécio

Por Paulo Nogueira

Outro dia fiz uma comparação entre Lacerda e Aécio.

Lacerda sempre conspirou contra a democracia, e acabou indo para a história com o apelido de Corvo, dado por Samuel Wainer.

Sugeri que Aécio passe para a história como o Abutre, pelo mal que ele vem fazendo à democracia. Ele é a prova dos riscos que maus perdedores trazem às instituições.

Desde o primeiro dia de sua derrota ele vive sabotando a democracia com argumentos esdrúxulos, substituídos sem cerimônia assim que se revelam risíveis.

O protesto deste domingo 13 de março trouxe mais um ponto de contato entre Lacerda e Aécio. Foi sem dúvida o ponto alto, se é que é possível usar tal expressão, na manifestação.

Aécio conseguiu ser vaiado na Paulista. Foi chamado de vagabundo, corrupto e oportunista. Um manifestante disse: “Se ele pensa que tudo vai cair no seu colo está enganado.”

Ora, ora, ora.

Também Lacerda imaginava que tudo iria cair no seu colo depois que os militares derrubaram Jango em 1964, com sua contribuição milionária.

Ele dava como certo vencer as eleições presidenciais pós-golpe. Como governador da Guanabara, era o único grande nome que estava no páreo. Juscelino fora cassado, Jânio estava desmoralizado: a presidência estava praticamente em suas mãos.

Praticamente.

Porque os militares gostaram. Lacerda se desesperou. Chegou a dizer que o general Castelo Branco era ainda mais feio por dentro do que por fora. Acabaria sendo cassado.

A presidência não caiu no seu colo.

As vaias a Aécio num protesto do qual ele pretendia ser um grande líder têm significado parecido. Sou obrigado aqui a repetir um manifestante citado acima. Se Aécio pensa que a presidência vai cair no seu colo, está enganado.

Aécio aprendeu hoje que ele é rejeitado, desprezado pelos que pedem o impeachment. Os ídolos são Moro e Bolsonaro.

É verdade que os manifestantes são tolos e manipulados em sua imensa maioria. Mas mesmo cegos uma hora enxergam a hipocrisia ululante de alguém que várias vezes citado em casos de corrupção, e com um passivo sinistro de delinquências, se atreve a liderar uma “marcha contra a corrupção”.

Pode-se dizer que este domingo representa um marco negativamente poderoso na carreira de Aécio. A pancada pode ter sido definitiva.

A classe média ignara que bate panelas e veste camisa da CBF em protestos não respeita Aécio. Os progressistas que se batem pela democracia o abominam.

Sobrou o que para ele?

O apoio da Globo, é verdade. Agora: o mesmo mal que se abate sobre Aécio alcança a Globo. Ela é, merecidamente, rejeitada pelos dois lados em que se divide a sociedade.

No fundo, o que ela quer, como Aécio agora e Lacerda no passado, é que tudo caia no seu colo. Um governo amigo - Aécio, por exemplo - representa a permanência dos privilégios e mamatas indecentes de que ela sempre viveu.

Publicidade bilionária a despeito de audiências cadentes, acesso ilimitado a bancos públicos – este tipo de coisa que Roberto Marinho chamava na época da ditadura de “favores especiais” a que julgava fazer jus por apoiar os generais.

O Brasil parece ter se cansado enfim da Globo.

Nem ela, com todas as mídias que possui e que usa acintosamente na defesa de seus interesses, será capaz de erguer o amigo Aécio, o Abutre.

A charge da manifestação


Por +A.Torres Torres, no jornal Diário do Pará.

segunda-feira, novembro 23, 2015

Professor comete suicídio, após violência policial na desocupação de sua escola

No dia 14 deste mês, a imprensa divulgou uma ação policial na Escola Estadual José Lins do Rego, na Zona Sul de São Paulo. Através das redes sociais, estudantes deram uma versão diferente daquela distribuída pelos veículos da velha mídia, entre eles, o portal da Globo, denunciando a truculência e violência da PM, que demostrou que foi até ali para acabar com a ocupação, que está sendo desde então retratada pela imprensa, como invasão.


José Lins do Rego era uma entre dezenas de estabelecimentos de ensino que estavam sendo ocupados por estudantes, pais de alunos e professores que protestavam contra o fechamento de escolas e o remanejamento do alunado para unidades escolares distantes de suas casas, o que o governo paulista chama de "reestruturação do ensino estadual". 

Passados oito dias, na noite deste domingo (22), a notícia do suicídio de um professor aposentado da escola, conhecido como Pimentel e que teria sido um dos feridos pela PM, gravou um vídeo (ainda não divulgado) e se matou enforcado. A notícia ainda reservada a grupos do WhatsApp, chocou a comunidade escolar, trouxe grande reboliço e amanhã deverá ser uma das principais notícias nas redes sociais.



A ocupação das escolas pela comunidades escolares iniciaram no dia 09 deste mês, logo que o governo anunciou seu plano de fechar 94 escolas e transferir 311 mil alunos. No entanto, os protestos fizeram o governo recuar, suspender o plano e obrigaram a Secretaria Estadual de Educação sentar para dialogar, mas este exigiu que houvesse a desocupação das escolas, por parte dos alunos, professores e pais de alunos, que não acreditaram na proposta e segundo informações do movimento de resistência, existem hoje 91 escolas ocupadas e esse número tende a aumentar, até que o governador Geraldo Alckmin suspenda definitivamente o projeto que batizou de "reorganização escolar".

Na opinião do jornalista, autor do site VioMundo e repórter da TV Record, Luiz Carlos Azenha, a ação do PSDB em SP, assemelha-se com o que foi feito no Rio de Janeiro, durante a construção da estrutura exigida pela FIFA, para a Copa do Mundo 2014.


quinta-feira, novembro 19, 2015

Protestos fazem governo do PSDB recuar com o fechamento das escolas em SP


Na Folha.

A gestão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), suspendeu o fechamento e a reorganização de escolas estaduais em 2016. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (19) pelo secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, em audiência de conciliação entre governo, professores e estudantes.

De acordo com o secretário, a suspensão vai ocorrer 48 horas após a desocupação das escolas. O governo estadual não informou, porém, quando deve retomar as mudanças.

Segundo o documento lido por Voorwald, caso haja acordo, a reorganização será suspensa até que escolas a discutam internamente e depois apresentem uma nova proposta ao governo. Tudo isso deverá ser feito antes do fim do ano.



Na terça (17), Voorwald afirmou que, por obrigação, o governo teria de pedir a reintegração de posse de todas as escolas invadidas.

Inicialmente, a Secretaria da Educação previa fechar 94 escolas e transferir 311 mil alunos ano que vem. O plano sofreu derrota na Justiça na segunda-feira (16). Uma decisão em caráter liminar (provisório) suspendeu o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, a pedido da Defensoria Pública e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Na semana passada, o governo já havia recuado da decisão de fechar outro colégio, na zona rural de Piracicaba (a 160 km de SP), após mães procurarem a Promotoria.

Desde que a ideia foi anunciada, em setembro, tem havido protestos praticamente diários. Escolas foram invadidas por alunos, pais e integrantes de movimentos sociais.

INVASÕES (ou ocupações?)

O movimento de alunos contra as mudanças na rede estadual anunciadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) se espalhou e já afeta as aulas de pelo menos 26 mil estudantes, segundo a secretaria da Educação. Nesta quarta (18), a pasta publicou no "Diário Oficial" uma resolução que mantém o cumprimento dos 200 dias letivos em todas as escolas da rede e que a equipe gestora deve reprogramar e estender o calendário letivo nas unidades em que as aulas estão suspensas devido às invasões.



"A secretaria tem a obrigação de garantir a continuidade das aulas. Estamos e sempre estaremos abertos ao diálogo com estudantes e professores que queiram se manifestar sobre a reorganização ou outro tema. Mas não podemos ficar rendidos a grupos distantes da educação. É preciso responsabilidade com nossos alunos", disse Herman Voorwald (Educação).

Os manifestantes protestam contra a intenção do governo estadual de dividir parte das unidades por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Para isso, a gestão tucana deve viabilizar em 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de cerca de 300 mil alunos –a rede tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades terão só um ciclo no Estado.

O plano sofreu uma derrota na Justiça nesta segunda (16). Uma decisão em caráter liminar (provisório) suspendeu o fechamento da escola Braz Cubas, em Santos, a pedido da Defensoria Pública e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).



As instituições argumentavam, entre outros pontos, que o governo não poderia fechar uma referência na educação de crianças com deficiência. A decisão determina que a escola continue funcionando até que seja provada "a real necessidade do encerramento de suas atividades". Na semana passada, o governo já havia recuado da decisão de fechar outro colégio, na zona rural de Piracicaba (a 160 km de SP), após mães procurarem a Promotoria.

A Secretaria do Estado de Educação do Estado informou nesta quarta (18) que os alunos terão que cumprir os 200 dias letivos. Uma resolução determina que, nas escolas em que estejam acontecendo ocupações, a equipe gestora deve reprogramar e estender o calendário letivo a fim de concluir as atividades escolares.

CONCILIAÇÃO

Nesta quarta-feira (18) a Justiça suspendeu uma ordem de reintegração de posse de uma das primeiras escolas invadidas, o Cefan, de Diadema (SP).

Os alunos do colégio haviam concordado em desocupá-lo na tarde de hoje, mas isso não aconteceu. Ao analisar o que aconteceria com a escola, um juiz de Diadema decidiu suspender a reintegração de posse do colégio. Uma nova decisão só deverá ocorrer depois de uma audiência de conciliação que deverá ser promovida pelo Tribunal de Justiça na próxima quinta (19).

Segundo a secretaria estadual da Educação, até o início da noite de quinta, eram 48 escolas invadidas em todo o Estado. O sindicato dos professores contabiliza 65 invasões.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...