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terça-feira, janeiro 23, 2018

O dinheiro nas mãos de 5 bilionários equivale a soma de tudo que existe com 100 milhões de miseráveis



Por Altamiro Borges*, em seu blog

É público e notório que a cloaca empresarial orquestrou, financiou e incentivou a cavalgada golpista que resultou no impeachment de Dilma Rousseff e na chegada ao poder da quadrilha de Michel Temer. Entidades patronais, como a Fiesp (indústria), a Febraban (banqueiros) e a CNA (ruralistas), distribuíram patinhos amarelos e divulgaram mensagens de apoio ao golpe dos corruptos. Agora, um relatório da ONG britânica Oxfam, que será apresentado no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ajuda a entender os motivos desta conspiração. A chamada elite – ou “zelite” – quer manter e ampliar os seus privilégios. Ela nunca teve e nunca terá qualquer compromisso com a democracia. O golpismo e o fascismo estão no seu DNA.   

Segundo o estudo, apenas cinco bilionários brasileiros concentram a mesma riqueza da metade mais pobre do país – 5 versus 100 milhões de pessoas! A lista é encabeçada por Jorge Paulo Lemann, sócio do fundo 3G Capital, que possui participações nas empresas AB InBev (bebidas), Burger King (fast food) e Kraft Heinz (alimentos). Em segundo lugar aparece o banqueiro Joseph Safra, do Banco Safra; na terceira e quarta posições outros dois sócios de Jorge Lemann – Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Em quinto lugar está Eduardo Saverin, sócio do Facebook. Ainda de acordo com a Oxfam, no ano da consolidação do golpe, em 2017, o Brasil ganhou 12 novos bilionários. O grupo dos ricaços passou de 31 para 43 integrantes.  

Neste mesmo período, cresceu o número de miseráveis no país – as principais vítimas do golpe dos corruptos. O desemprego e a miséria se alastraram. “O patrimônio no Brasil foi reduzido como um todo, mas quem perdeu mais era quem já não tinha muito. Com as pessoas se endividando, aquelas que têm alguma coisa para vender acabam vendendo para pagar dívida. Por isso, a retração na participação”, explica Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam. O estudo revela que a renda dos brasileiros que estão entre os 50% mais pobres encolheu em 2017. Caiu de 2,7% para 2%. Para mostrar a distância entre o grupo que está no topo e o que está na base da pirâmide, a Oxfam calculou que uma pessoa remunerada só com um salário mínimo precisa trabalhar 19 anos se quiser acumular a quantia ganha em um mês por um integrante do grupo do 0,1% mais rico.  

As razões do golpe estão explicadas. Ou precisa desenhar?

domingo, dezembro 17, 2017

O que a SUDAM tem a ver com uma "concessionaria" Harley-Davidson em Belém?

Com R$ 158.800 você poderá comprar uma moto dessas em Belém. Graças a empresário que dirigiu a SUDAM por 13 anos.

Por Diógenes Brandão

Uma notinha inocente, publicada no blog do Bacana, revela que mesmo em crise, muitos políticos viram empresários e vice-versa, conseguindo inclusive trazer à Belém empreendimentos luxuosos, com motos de alto padrão, tal como a CVO Limited (foto acima), a moto mais cara da linha Harley-Davidson no Brasil.



Resta saber se o Djalma Bezerra que o Marcelo Bacana se refere é o Djalma Bezerra Mello, que indicado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), passou 13 anos com manda chuva da SUDAM e teve durante boa parte desse tempo,  como sua chefa de gabinete a petista Alda Selma, esposa de Marcos Oliveira, ex-secretário do PT-PA e coordenador do grupo do senador acima citado.

Leia também: Petistas paraenses continuam no governo Temer

Como o blog já havia dito mês passado, não importa se o PT tenha sido arrancado do poder e chame quem está no governo de golpista, a petista Alda Selma completa esse mês, 10 anos na chefia de gabinete na SUDAM.

Enquanto isso, militantes históricos do PT mendigam dinheiro até para a passagem de ônibus, no escritório daquele que o marqueteiro Chico Cavalcante chamou de "senador de poucos".

Leia também: Com Temer: Petistas são mantidos no ministério da Cultura

domingo, dezembro 11, 2016

Amazônia: colônia



Os militares se embeveciam quando comparavam a conquista da Amazônia, que eles promoviam com intensidade desde 1966, com a corrida especial entre americanos e russos. Quando os primeiros cosmonautas contornaram a Terra, dizia-se que lá do alto, de uma distância inimaginável até pouco tempo, eles só conseguiam contemplar duas obras humanas: a muralha da China e a Transamazônica.

A estrada, com mais de dois mil quilômetros de extensão na sua primeira fase, era como um novo abrir do mar Vermelho da mitologia bíblica. Rasgando uma linha de terra batida no meio de uma floresta fechada e até então não penetrada pelo homem, que não se aventurava muito além dos cursos d’água, milhares e milhares de brasileiros desfavorecidos pela sorte, teriam acesso, finalmente, ao sonhado pedaço de terra.

Em um lote de mil por mil metros, ele ingressaria na até então inatingível classe média rural. A Amazônia era o Éden, a Terra Prometida, a Bandeira Verde do imaginário do nordestino, o principal dos imigrantes.

Em 1975, porém, a colonização oficial dirigida pelo governo federal, que aproximaria os homens sem terra da região mais pobre do país à terra sem homens da sua maior fronteira, seria substituída por uma nova diretriz. A Amazônia, ocupando dois terços do território brasileiro, podia abrigar quantos parta ela se deslocassem – não mais, porém, com subsídio estatal. O que Brasília queria era fazer da Amazônia uma usina de dólares.

Seus recursos naturais teriam que se converter em dólares, com os quais o regime militar, finalmente, tornaria realidade seu projeto geopolítico do Brasil Grande, salvaguardado pela doutrina de segurança nacional contra estrangeiros ameaçadores e, sobretudo, maus brasileiros – os críticos, os subversivos, os terroristas.

O “modelo de ocupação” foi definido de forma bem clara no II PDA, um plano de desenvolvimento quinquenal, executado com rigor e conforme a letra do texto, um documento colonialista sem qualquer veleidade de pudor e tergiversação. Era um enunciado tão categórico que continua a ser seguido até hoje, 31 anos depois do fim da ditadura, sob sete presidentes da república democraticamente eleitos, de diversas tendências políticas e ideológicas.

Aquele que era o inimigo do regime ditatorial, o líder operário Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, foi o que mais enalteceu o rigor e eficiência do planejamento tecnocrático dos militares – e o que mais fielmente o seguiu. Secundado por sua sucessora, Dilma Rousseff.

Eles se empenharam em realizar obras semelhantes às apoiadas pelos militares, como as hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, que, juntas, representam investimento de mais de 60 bilhões de reais, passando por cima de críticos e oponentes com uma determinação que deixaria admirado o principal dos formuladores da estratégia dos militares, o general Ernesto Geisel, citado pessoalmente por Lula com certa reverência.

De fato, desde 1975, as exportações da Amazônia se multiplicaram 15 vezes. O Pará se tornou o sétimo maior exportador do Brasil (já foi o 5º, caindo por causa da brutal queda do principal produto de exportação do país, o minério de ferro, do qual é o vice-líder, abaixo apenas de Minas Gerais) e o terceiro que mais fornece divisas (diferença entre o valor do que exporta e do que importa).

São produtos de baixo valor agregado: matérias primas, commodities. Os mais intensivos, porém, em energia, como alumínio, alumina, minério e a própria energia bruta. O II PDA impôs à Amazônia dupla penalidade: o efeito multiplicador dos produtos que exporta vai ocorrer no país que os importa; além disso, a receita tributária é baixa, impedindo a melhor distribuição dos efeitos econômicos da exploração dos seus vastos recursos naturais.

Em 1996, um golpe profundo foi dado pelo deputado federal (de São Paulo) Antonio Kandir, que integrara como ministro o governo Collor e se bandeara para o PSDB. Ele propôs e conseguiu transformar em lei a isenção completa do principal imposto para Estados e municípios, o ICMS das exportações de matérias primas e produtos semi-elaborados. Por acaso, no ano seguinte o governo Fernando Henrique Cardoso privatizaria a antiga Companhia Vale do Rio Doce, a principal beneficiada pela lei Kandir.

Estados e municípios perderam desde então bilhões de reais. A compensação prevista pela lei nunca foi completa. O pior é que a lei sequer foi regulamentada. No final do mês passado, por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal mandou o Congresso Nacional cumprir uma omissão de quase 13 anos.

O descaso do legislativo era – e continua a ser – com a determinação constitucional de editar lei “fixando critérios, prazos e condições nas quais se dará a compensação aos Estados e ao Distrito Federal da isenção de ICMS sobre as exportações de produtos primários e semi-elaborados”.

Para obrigar o Congresso a assumir sua responsabilidade, o governo do Pará ajuizou no STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, que teve a adesão de mais 15 dos 27 Estados da Federação. Por 11 votos a zero, o plenário do Supremo julgou procedente a ação, acolhendo o voto vencedor do relator, Gilmar Mendes.

A corte fixou prazo de 12 meses para que o Congresso editar lei complementar regulamentando os repasses de recursos da União para os Estados e o Distrito federal em decorrência da desoneração das exportações do ICMS.

Até para lhe diminuir o prejuízo, a Amazônia é tratada pelo poder central como é de verdade, retóricas à parte: uma colônia.

sexta-feira, setembro 09, 2016

Amazônia é o novo Eldorado do Brasil e está pedindo socorro

Diariamente a Amazônia é roubada, morrem pessoas e ninguém se percebe dos riscos para o planeta 

Por Raphael Bevilaqua*, via Justificando

Tão perto de Potosi, tão longe do Sudeste. Segundo estimativas extraoficiais, todo mês, entre 100 a 200kg de ouro são extraídos ilegalmente no leito do rio Madeira - uma draga, sozinha, pode conseguir extrair até 1kg de ouro em um dia. Com a cotação do ouro em R$ 138,00 o grama, é possível dizer que, anualmente, entre 150 e 300 milhões de reais são usurpados só no rio Madeira – os cálculos foram feitos com base nos dados levantados nas últimas operações realizadas para combater o garimpo ilegal (http://glo.bo/2c3tTgg).

Já na zona rural do Estado, a grilagem de terras públicas é o crime mais comum. A colonização do Estado foi fatiada em títulos como CATP’s (contratos de alienação de terras públicas) e CPCV (contratos de promessa de compra e venda). Muitos desses contratos eram elaborados com cláusulas resolutivas, ou seja, exigiam um determinado nível de produtividade. Muitas dessas terras foram abandonadas e sobraram os títulos “podres”, comprados por valores irrisórios por empresas principalmente do sudeste do Brasil, as quais tentam, com eles, obter indenizações milionárias do Poder Público – conheço caso de empresa que “comprou” terra por 1 milhão e que, no ano seguinte, conseguiu indenização de mais de 50 milhões. O maior precatório do Brasil, atualmente, é do Estado de Rondônia (quase de 1 bilhão de reais) – autos 94.00.03579-9, em sede de apelação no TRF1.

A Amazônia é uma das maiores reservas biológicas do planeta, se não a maior. Todo ano, centenas de patentes de produtos obtidos das substâncias orgânicas retiradas ilegalmente do nosso país são registrados e geram royalties que, em muitos casos, são cobrados de nós mesmos. Levam tudo o tempo todo: madeira, plantas, animais – até sangue de indígenas já roubaram, nada mais simbólico (http://bbc.in/2cKiIdQ). 

O 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico da Fauna Silvestres, tendo com base os dados oficiais das apreensões realizadas pelo IBAMA no Brasil antes de 2001, estimou que, a cada ano, o comércio ilegal movimenta em torno de 2 bilhões e 500 milhões de reais, o equivalente a aproximadamente 900 milhões de dólares (http://bit.ly/2cvYfHy). Relatório da ONU indica que entre 30 e 100 bilhões de dólares por ano são movimentados com o tráfico ilegal de madeira no mundo – grande parte vem do Brasil (http://bit.ly/2cL6Qta).

Inúmeras queimadas são promovidas para criar enormes plantations de soja e/ou gado – o número de foco de queimadas em Rondônia aumentou 300% nos últimos dois anos (http://glo.bo/2c3uEpC); esse Estado tem 13 milhões de cabeças de gado, praticamente 10 bois para cada habitante (http://bit.ly/2bZ4LZJ); em 2015, aumentou em 20% o volume produzido e a área cultivada de soja (http://bit.ly/2cjbBYM).

As hidrelétricas construídas no rio Madeira desalojaram milhares de famílias, alagaram outras e devastaram florestas e animais. As compensações sociais são pífias. A energia gerada entra no sistema nacional e, basicamente, alimenta o Sudeste. O valor do ICMS da energia elétrica pago pela empresa – ao contrário de todos os demais produtos – vai para o estado consumidor (São Paulo, principalmente), e não para o produtor – art. 155, X, “b”, da CRFB.

Não, senhores, o processo de acumulação primitiva de capital nunca parou nas bandas de cá. A pilhagem e o saque colonial continuam a todo vapor, quando não no movimento América-Europa, no sentido Norte-Sul do Brasil. As veias da América Latina continuam abertas e o sangue continua sendo drenado. Não há dívida histórica, é verdade, mas porque ela nunca fez parte da história, ela está sendo construída e renovada hoje, todo dia, bem debaixo dos nossos narizes e sem qualquer sofisticação econômica. 

Ainda hoje matamos índios, caçamos negros fugidos e roubamos ouro.

O Norte é o novo Eldorado do Brasil, quiçá da humanidade, e está pedindo, desesperadamente, socorro. Lembrem das nossas matas devastadas, do nosso solo vilipendiado, de nossas águas imoladas e mercuriadas, da nossa carne esquartejada e do nosso sangue derramado - ele ainda está em nossas mãos. 

*Raphael Bevilaqua é Procurador da República em Rondônia. 

quinta-feira, maio 05, 2016

O impeachment como uma anti-revolução


Por Leonardo Boff, em seu blog

Sou um dos poucos que tem dito e repetido que a ascensão do PT e de seus aliados ao poder central do estado tem significado a verdadeira revolução pacífica brasileira que, pela primeira vez, ocorreu no Brasil. Florestan Fernandes escreveu sobre “A revolução burguesa no Brasil” (1974) que representou a absorção pelos empreendedorismo pós-colonial de um padrão de organização da economia, da sociedade e da cultura, com a universalização do trabalho assalariado, com uma ordem social competitiva e com uma economia de mercado de bases monetárias e capitalistas (cf.em Intérpretes do Brasil, vol 3, 2002 p. 1512).

Se bem repararmos, não ocorreu propriamente uma revolução mas uma modernização conservadora que alavancou o desenvolvimento brasileiro, mas não teve, o que é decisivo para se falar de revolução, de uma mudança do sujeito de poder. Os que sempre estiveram no poder, sob várias formas, continuaram e aprofundaram seu poder. Mas não houve uma mudança de sujeito do poder como agora.

Pois é isso, que a meu ver, ocorreu com o advento do PT e aliados com a eleição de Lula a presidente. O sujeito não é mais formado pelos detentores de poder, tradicional ou moderno e sempre conservador mas pelos sem-poder: os vindos da senzala, das periferias e dos fundões de nosso país, do novo sindicalismo, dos intelectuais de esquerda, da Igreja da libertação com suas milhares de comunidades de base. 

Todos esses, num longo e penoso processo de organização e articulação conseguiram transformar o poder social que haviam acumulado num poder político-partidário. Via PT operaram analiticamente uma autêntica revolução.

Superemos a visão convencional de revolução como um processo de mudança ligado à violência armada. Assumimos o sentido positivo dado por Caio Prado Jr em seu clássico “A revolução brasileira” (1966,p.16): “transformações capazes de reestruturar a vida de um país de maneira consentânea com suas necessidades mais gerais e profundas, e as aspirações da grande massa de sua população que, no estado atual, não são devidamente atendidas, algo que leve a vida do país por um novo rumo”.

Pois foi isso que efetivamente ocorreu. Conferiu-se um novo rumo ao país. Lula presidente teve que fazer concessões à macroeconomia neoliberal para assegurar a mudança de rumo, mas abriu-se ao mundo dos pobres e marginalizados. Conseguiu montar políticas sociais, algumas inauguradas anteriormente de forma apenas inicial, mas agora oficiais como políticas de estado. Elas “atenderam as necessidades mais gerais e profundas que não haviam sido antes devidamente atendidas”(Caio Prado Jr.).

Enumeremos algumas de todos conhecidas como a Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos e as inúmeras universidades e escolas técnicas, o FIES e os diversos regimes de cotas para o acesso à universidade. Ninguém pode negar que a paisagem social do Brasil mudou. Todos, também os banqueiros e os endinheirados (Jessé de Souza) saíram ganhando.

Logicamente, herdeiros de uma tradição perversa de exclusão e de desigualdades gritantes, muita coisa resta ainda por fazer, particularmente no campo da saúde e da educação. Mas houve uma revolução social.

Por que nos referimos a todo esse processo? Porque está em curso no Brasil a negação de uma revolução, melhor, de uma anti-revolução. As velhas elites oligárquicas nunca aceitaram um operário como presidente. 

Relacionada à crise econômico-política (que devasta a ordem capitalista mundial), uma direita conservadora e rancorosa, aliada a bancos e ao sistema financeiro, a investidores nacionais e internacionais, à imprensa empresarial hostil, a partidos conservadores, a setores do judiciário, da PF e do MP sem excluir a influência da política externa norte-americana que não aceita uma potencia no Atlântico Sul ligada aos BRICS, esta direita conservadora está promovendo a anti-revolução. 

O impeachment da presidenta Dilma é um capítulo dessa negação. Querem voltar ao estado anterior, à democracia patrimonialista, de costas para o povo, pela qual se enriquecem como no passado, usando postos no Estado e à custa do Estado.

Além de defender a democracia e desmascarar o impeachment como golpe parlamentar contra a presidenta Dilma, importa assegurar a revolução brasileira, para a qual esperamos por séculos. Repito o que escrevi e vi num twitter:”Se os pobres soubessem o que estão armando contra eles, as ruas do Brasil seriam insuficientes para conter o número de manifestantes que protestarão contra”.


quarta-feira, maio 04, 2016

Para quem reclama do Bolsa Família, mas se cala sobre o auxílio-moradia

Com protesto ao lado, morador de rua dorme na Praça dos Martírios, em Maceió, no dia 12/11/2015. Foto: Karina Dantas/G1.

Dica do Jornal GGN.

Dois defensores públicos federais de Porto Alegre ajuizaram uma ação que pede auxílio-moradia para a população de rua de todo o país, alegando que o custo financeiro seria igual ao valor destinado para o mesmo propósito para membros dos poderes da República. "Se o Estado tem condições de dar moradia para quem já tem casa, por que se omite para quem não tem?", afirma Géorgio Carneiro, um dos autores da ação.

Segundo o defensor, o custo estimado para garantir moradia para as 48.620 pessoas que vivem em situação de rua no país seria de cerca de R$ 438 milhões ao ano. Em comparação, o crédito liberado para custear o auxílio-moradia a juízes estaduais e federais, desembargadores, ministros, membros do Ministério Público federal e estadual, além de membros do Legislativo, ultrapassa os R$ 419 milhões.

"Já existe uma lei federal prevista, de 2005, que garantiria um subsídio para quem não tem capacidade de pagamento de moradia, mas essa legislação nunca foi cumprida", diz Carneiro. Na proposta, seria ofertado um valor de R$ 750 mensais por meio de um cartão cidadão, a exemplo do Bolsa Família. Leia mais abaixo:

Do Zero Hora

Defensores públicos pedem auxílio-moradia a todos moradores de rua do país 

Ação sustenta que o custo para a União seria semelhante ao pago para o mesmo propósito a membros dos poderes da República 

Uma ação ajuizada por dois defensores públicos federais de Porto Alegre há poucos dias tem causado grande repercussão dentro e fora do meio judiciário. A ação pede auxílio-moradia à população de rua de todo o país, sustentando que o custo financeiro seria similar ao valor pago para o mesmo propósito a membros dos poderes da República.

— Se o Estado tem condições de dar moradia para quem já tem casa, por que se omite para quem não tem? — questiona um dos autores da ação, o defensor público federal Geórgio Endrigo Carneiro.
Na inicial, são réus a União, o Estado do Rio Grande do Sul e o município de Porto Alegre. Conforme Carneiro, o custo calculado para "garantir um bem fundamental à população" seria relativamente baixo. Ele estima que, para dar moradia às 48.620 pessoas que vivem nas ruas do país seria necessário a União gastar cerca de R$ 438 milhões por ano. 

O crédito liberado para o pagamento de auxílio-moradia a juízes estaduais e federais, desembargadores, ministros, membros do Ministério Público federal e estadual, além de membros do Poder Legislativo, conforme medida aprovada em janeiro deste ano, é superior a R$ 419 milhões.

— Já existe uma lei federal prevista, de 2005, que garantiria um subsídio para quem não tem capacidade de pagamento de moradia, mas essa legislação nunca foi cumprida. Se tivesse sido, talvez esse problema não existisse ou não fosse tão grave — explica Carneiro.

Na proposta, seria ofertado um valor de R$ 750 mensais por meio de um cartão cidadão, a exemplo do Bolsa Família, condicionado à matrícula e à frequência escolar e à prestação de horas semanais de serviços à comunidade. Além dessas condicionantes, a medida sugere a apresentação mensal dos recibos de pagamento pelo serviço de moradia, para monitorar e fiscalizar o uso dos recursos.

Números defasados

A quantidade de moradores de rua utilizada para o cálculo da ação é baseado em um cadastro único de pessoas em situação de rua do site do Ministério do Desenvolvimento Social, explica Carneiro. São aqueles que hoje acessam algum serviço de assistência social e que se autodeclaram "em situação de rua". Esses números, entretanto, podem estar defasados, já que parte desta população não busca esse tipo de serviço.

Em Porto Alegre, o último censo dos moradores de rua da Capital, feito por coleta de dados, foi concluído em 2011. O novo está sendo realizado neste ano, mas só deve apresentar os resultados no final do segundo semestre.

O sociólogo Ivaldo Gehlen, um dos dois professores da UFRGS responsáveis pelo novo levantamento, explica que, há cinco anos, havia 1.347 adultos morando na rua em Porto Alegre, mas que provavelmente esse número aumentou significativamente. Gehlen vê com bons olhos a medida proposta, mas também com cautela:

— Este é um tema muito polêmico, pois essa população tem diferentes interesses, histórias. Alguns estão há pouco tempo na rua, outros há mais de duas décadas. Não é uma população amorfa, tem lideranças, é ativa. Muitos deles não querem morar em casas como as nossas — explica.

É o que defende também o presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Marcelo Soares, que destaca ainda a necessidade de uma discussão sobre quem irá bancar os custos de uma medida como essa:

— Se tivermos por parte do governo federal subsídios para implementar essa ação, iremos avançar muito. Enquanto política pública, a questão habitacional é fundamental no processo de mudança e construção de um novo cenário. Mas não podemos deixar de lado a importância de reforçar o acompanhamento a essa população. Só entregar uma chave de casa não é a saída.

Para Carneiro, a preocupação imediata é dar as condições básicas para a população que vive, hoje, em extrema pobreza:

— Também acho que não é sustentável dar somente moradia a essa população. Eles precisam ir ganhando autonomia com o tempo. Mas acredito que este seria um primeiro passo, um passo inicial para uma série de mudanças.

Questionado sobre a disponibilidade de moradias a esta população, Carneiro afirma que, em levantamento preliminar feito em Porto Alegre, foram identificadas mais de 2 mil unidades para locação na faixa dos valores propostos:

— Sem falar que nas comunidades há pessoas que locam peças das casas, então acredito que este não seria um problema nem aqui nem em outras cidades. Este seria, sim, o início de uma solução — finaliza.

Outras ações

Medidas semelhantes já foram tomadas tanto a nível municipal como estadual em diversas regiões do país, mas esta é a primeira vez que uma ação pede o auxílio em âmbito nacional. Em Belo Horizonte, por exemplo, o programa Bolsa-Moradia, que concede um benefício mensal de R$ 500, está disponível para cerca de 16% da população de rua.

Já em Porto Alegre, desde o ano passado, o programa Atenção Pop Rua passou a fornecer, entre outras medidas, 50 cotas mensais de aluguel social no valor de R$ 500. Esse contingente beneficia, entretanto, menos de 4% da população de rua da Capital. Além disso, hoje 3% das unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida são destinadas à moradores de rua na Capital.

Nesta nova ação, consta o pedido para que as partes rés, em especial a União, se posicionem no prazo máximo de 20 dias.

O Ministério das Cidades, responsável pela questão habitacional, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que só irá se manifestar quando tomar conhecimento da ação. 

sexta-feira, janeiro 08, 2016

Até quando esperar?


Plebe Rude - Até Quando Esperar

Não é nossa culpa
Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa
Pela má distribuição
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Até quando esperar
E cadê a esmola que nós damos
Sem perceber que aquele abençoado
Poderia ter sido você
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos
Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos
Sei

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Aeroportos recebem mais passageiros no Carnaval do que na Copa do Mundo

Terminais receberam 627 mil pessoas por dia durante o feriado carnavalesco. Na Copa, número foi de 508 mil viajantes por dia.

A média diária de passageiros que passaram pelos aeroportos brasileiros neste Carnaval já supera a média da Copa do Mundo no Brasil. Entre a última sexta-feira (13/02) e hoje (18/02) a estimativa é que tenham passado 627 mil pessoas por dia nos 15 principais terminais brasileiros. Durante o Mundial de futebol, a média foi de 508 mil.

A sexta-feira (13/02), data de saída dos foliões para os destinos carnavalescos, foi o dia de maior movimento. Estima-se que 711 mil viajantes circularam pelos saguões dos terminais aéreos de Viracopos, Brasília, Galeão, Guarulhos, Confins, Natal, Congonhas, Fortaleza, Porto Alegre, Santos Dumont, Recife, Curitiba, Manaus, Salvador e Cuiabá. Na Copa, o dia de maior movimentação foi 14 de julho, ocasião em que 560 mil pessoas passaram pelos 21 aeroportos que atenderam a competição, para voltar para casa após a final.

Mesmo com a alta movimentação, as operações têm ocorrido com tranquilidade durante o feriado prolongado. Ontem, quando 600 mil pessoas iniciaram o retorno para casa após a folia, o índice de atrasos superiores a 30 minutos foi de apenas 2,14% nos sete aeroportos que concentram 72% da movimentação do Carnaval - Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, Brasília (DF), Salvador (BA) e Recife (PE). Dos 1261 voos programados, apenas 27 saíram fora do horário.

Esses terminais fazem parte da Operação Folia Feliz, coordenada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e realizada para garantir tranquilidade aos viajantes durante a maior festa popular brasileira. As ações começaram no dia 12 e vão até a próxima segunda-feira, dia 23. Dentre as medidas a serem seguidas pelos operadores aeroportuários, companhias aéreas e órgãos públicos que atuam junto à aviação civil, está o reforço no número de funcionários trabalhando no período para melhor atender o usuário.

Para o período da operação, a SAC estima que 5,3 milhões passarão pelos sete aeroportos da Operação, sendo que até agora a estimativa é que 4,3 milhões de passageiros já tenham passado por esses terminais. A próxima segunda-feira (23/02) também deve ser um dia movimentado nos aeródromos, quando mais de 480 mil pessoas devem voltar para casa após emendar o fim de semana com o feriado.

Texto: http://www.aviacaocivil.gov.br
Foto: Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.

domingo, fevereiro 15, 2015

Embaixadora dos EUA no Brasil admite: Começamos 2015 muito bem e gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil



A embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde concedeu uma entrevista para a revista Exame, da editora Abril (a mesma da VEJA) e foi indagada se a crescente presença da China no Brasil preocupa os EUA. Veja sua resposta: 

"Não, mas gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil. Essa vai ser minha missão. Facilitar as trocas em setores de maior potencial. Setores que gerem mais valor agregado e aumentem as trocas na área de inovação. Temos muitas coisas em comum. Há 26 000 estudantes brasileiros do programa Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos. Nos últimos quatro anos, o investimento das empresas brasileiras nos Estados Unidos cresceu cinco vezes. A China pode ser o parceiro número 1 do Brasil hoje, mas isso vai mudar. A parceria comercial entre o Brasil e os Estados Unidos é mais profunda.

Leia a matéria com a entrevista que a Globo não mostrou e provavelmente não mostrará nos seus telejornais.

Liliana Ayalde chegou ao Brasil para assumir a embaixada americana justamente em setembro de 2013, quando a presidente Dilma Rousseff disse ao presidente Barack Obama que estava cancelando sua visita a Washington programada para outubro daquele ano.

A decisão foi tomada após as revelações de Edward Snowden, ex-técnico da Agência Nacional de Segurança, sobre o monitoramento das conversas de Dilma e de dados da Petrobras, realizado pelo governo americano. Com o quase congelamento dos contatos em Brasília, Liliana aproveitou para viajar pelo país e estreitar os laços com o mundo empresarial.

Em janeiro deste ano, a embaixadora percebeu uma mudança de posição do governo brasileiro, que voltou a dar prioridade à visita de Dilma aos Estados Unidos. Leia a seguir a entrevista concedida na casa do cônsul americano em São Paulo.

EXAME - A senhora concorda que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos estão no pior momento da história?

Liliana Ayalde - Não. Começamos 2015 muito bem. A recente visita a Brasília de Joe Biden, o vice-presidente americano, é um sinal disso. Ele teve uma conversa muito positiva com a presidente Dilma. O ano de 2014 foi difícil. Mas, mesmo quando a relação entre os governos tem problemas, as pessoas dos dois países continuam conectadas.

Isso fica claro em várias áreas, como nos negócios e no turismo. Na posse, a presidente falou que é hora de olhar para a frente. O momento hoje não poderia ser melhor.

EXAME - Já há uma nova data para a visita?

Liliana Ayalde - O governo brasileiro quer fazer a visita, mas diz que precisamos ter uma agenda substantiva. O encontro entre os dois presidentes não pode ser apenas uma oportunidade para realizar um jantar de gala. É nisso que estamos trabalhando. Ainda não temos uma data.

EXAME - Qual é o limite para sabermos se haverá ou não a visita neste ano?

Liliana Ayalde - Não há limite. Espero que até abril tenhamos uma agenda de consenso. Em abril ocorre a Cúpula das Américas, no Panamá. Será uma chance de os presidentes se verem, e devemos aproveitá-la. Temos esses meses para trabalhar.

EXAME - É possível que negociações com o objetivo de uma abertura comercial histórica sejam anunciadas?

Liliana Ayalde - O vice-presidente Biden disse a Dilma que os Estados Unidos sabem quais são seus interesses. Precisamos saber quais são os do Brasil. O governo brasileiro diz claramente que gostaria de ter uma relação ainda mais robusta na área comercial.

Liliana Ayalde: "Gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil".

Os Estados Unidos já foram o principal parceiro comercial do Brasil. Neste momento temos uma relação comercial de cerca de 100 bilhões de dólares, mas sabemos que isso pode crescer. Há maneiras de identificar os obstáculos e facilitar as trocas.

Ainda não se falou de um acordo de livre comércio, mas estamos esperando para ver o que o Brasil quer. O Brasil tem algumas limitações por causa de seus acordos com o Mercosul. Nós também temos nossas limitações porque temos de trabalhar com nosso Congresso. Mas há espaço para negociar.

EXAME - Existe a possibilidade de a exigência de visto aos brasileiros ser extinta?

Liliana Ayalde - Esse é um dos temas que ficaram parados. O Brasil pediu para não continuar com a conversa. Vamos ver agora se esse tema será visto como prioritário. Isso é um processo que toma tempo. Temos regras muito duras. É preciso estabelecer sistemas de trocas de informação sobre passageiros.

Antes de as conversas pararem, falava-se em fazer uma experiência piloto. Não se exigiriam vistos de algum grupo específico, como o de empresários, e se examinariam os resultados.

EXAME - Como está a negociação para pôr fim à bitributação das empresas com operações nos dois países?

Liliana Ayalde - Desde que cheguei ao Brasil, nenhuma reunião foi agendada para tratar desse assunto. Gostaríamos de avançar. Essa é uma demanda do setor privado.

EXAME - A crescente presença da China no Brasil preocupa?

Liliana Ayalde - Não, mas gostaríamos de voltar a ser o principal parceiro comercial do Brasil. Essa vai ser minha missão. Facilitar as trocas em setores de maior potencial. Setores que gerem mais valor agregado e aumentem as trocas na área de inovação. Contamos com a plataforma necessária. Muitas empresas americanas têm centros de pesquisa aqui.

Temos muitas coisas em comum. Há 26 000 estudantes brasileiros do programa Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos. Nos últimos quatro anos, o investimento das empresas brasileiras nos Estados Unidos cresceu cinco vezes. A China pode ser o parceiro número 1 do Brasil hoje, mas isso vai mudar. A parceria comercial entre o Brasil e os Estados Unidos é mais profunda.

EXAME - Essa parceria não está estagnada?

Liliana Ayalde - Está. Por isso existe uma frustração. Mas temos de aproveitar as relações próximas que existem entre as pessoas e as empresas dos dois países. Percebo que agora há um interesse do Brasil. O país precisa de sinais de confiança, e aumentar a parceria com os Estados Unidos seria positivo.

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Lula: Por que o Brasil é o país das oportunidades

Rui Falcão, Padilha e Lula Lançamento da Caravana Horizonte Paulista. Foto: Ricardo Stuckert.
Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que poucos podem apresentar.

Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social. O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.

Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência caíram em relação ao PIB.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Jatene e a perereca de 1 milhão de reais




Sei que tenho sido, andado ou talvez me permitido ser relapso com este blog. A correria para manter as contas atrasadas (rsrs) e todo o esforço que faço para tuitar e facebuquiar, me tiraram a dedicação outrora dedicada ao blog, mas pior do que eu, existe a Perereca da Vizinha, o blog pitbull, que nem de longe quero comparar com este pequinês, pobre em elementos do jornalismo investigativo, cada vez mais raros no Pará, portanto, um semi-analfabeto funcional, comparado ao PHD da Perereca, Franssinete, Luis Cavalcante, Belém Debates e tantos outros blogues que nos brindam com sua ousadia, ineditismo e ativismo cidadão.

Estou tentando me justificar mas o que me fez ficar acordado até agora (olho pro relógio que tem a foto de minha filha ao fundo e vejo o ponteiro maior no 45 e o menor no 05, ou seja, já são 05:45 da manhã e eu aqui me pondo à digitar) foi a fantástica volta de nossa guerreira da blogosfera paraense, que Urubuzísticamente falando preconizou que logo após o círio retomaria as postagens em seu blog, depois de uma pausa que esta se deu para cuidar de sua paz de espírito, suas árvores e cães, por cerca de 04 meses.

Mas eis que a Perereca voltou e chegou logo chutando o balde e jogando a batata quente que queima as mãos do governador Simão Jatene pra cima do Ministério Público Estadual que bem que poderia ajudar a pobre jornalista a revelar o mistério que ilustra e indaga em sua postagem à cerca da magia que fez a família Jatene conseguir comprar um (ou mais) apartamentos em um edifício de luxo, em plena Doca de Souza Franco, avaliados cada um  em mais de um milhão de reais. 

Se ajudarmos essa corrente indagatória ir em frente, pode até ser que alguém, uma alma deixe de falar futricas e comece à investigar o rastro de tanto dinheiro usado para a compra do Apzão, que graças ao estalo de uma viga do edíficil Wing, abriu uma fenda que poderá fazer ruir o castelo da família de Jatene, até onde sabemos, uma família proba e que nunca foi acusada de desviar recursos públicos, salvo quando a CERPA deixou de arrecadar impostos, isenta por Almir Gabriel, para bombar a campanha que elegeu Jatene governador do Pará pela primeira vez em 2002, mas isso é outra conversa.

Fiquem com a Perereca que vale mais de 1 milhão de reais e que com toda certeza não se calará tão fácil. E olha que ela ajudou a eleger o Jatene, trabalhando na comunicação de sua campanha à convite de Orly, publicitário e proprietário ideológico do jornalista que edita um panfleto denominado "Jornal O Paraense". 

O fator Izabela e o abalo estrutural do Governo do Pará.


Sempre que se mete a dar declarações à imprensa, Izabela Jatene coloca o pai, o governador Simão Jatene, numa saia justa.

Primeiro foram as declarações durante o escândalo da menina que teria sido estuprada na Penitenciária Heleno Fragoso.

Izabela pôs-se a falar na qualidade de coordenadora do Propaz, um programa mantido pelo Governo do Estado.

Logo, surgiram suspeitas de nepotismo, talvez, cruzado, já que Izabela não estaria sendo remunerada pelo Governo do Estado, mas, participaria do programa através da UFPa.

Agora, Izabela volta à berlinda com o abalo na estrutura do Wing, um luxuoso edifício às proximidades da Doca de Souza Franco, o metro quadrado mais caro de Belém.

As declarações de Izabela ao jornal O Liberal desta segunda-feira, induzem a crer que a filha de Jatene é  proprietária de um apartamento naquele edifício – um ap, até o abalo estrutural, com valor de mercado superior a R$ 1 milhão.

Aliás, na mesma reportagem, há o depoimento de um morador do Wing que conta ter adquirido seu imóvel por R$ 850 mil e tentava revendê-lo, até a semana passada, por R$ 1,3 milhão.

E mesmo com a maior boa vontade do mundo, é impossível não ficar a se perguntar o seguinte: como é possível que Izabela, uma menina nova, na faixa dos 30 e poucos anos, possua um apartamento com valor de mercado superior a R$ 1 milhão?

Ora, Izabela é funcionária pública, professora da UFPa. O marido ou ex-marido dela (também um garotão) é (ou foi) funcionário público, no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Além disso, os pais dela, Simão Jatene e Heliana, também sempre foram funcionários públicos. 

Então, de onde veio o dinheiro para a compra de um apartamento avaliado em mais de R$ 1 milhão




segunda-feira, julho 19, 2010

Bêbado no Outeiro e Salinas: A mesma ressaca?!

Linkado aqui ao lado na área por mim chamada Não deixo de Ler, o blog do Jornalista Pedreirense que atende pelo twitter como @Andersonjor, Bêbado Gonzo me traz sempre uma rizada com gostinho de crítica social. Especial para quem gosta! De lá, pincei uma postagem que compara Salinas, ou melhor a praia do Atalaia com a praia grande de Outeiro (p/ íntimos), ilha de Caratareua para os pesquisadores, em Belém do Pará, relatada pela visão de um jovem lembrando com saudosismo do tempo em que não haviam carros-trio-elétricos e outras coizitas ingratas que esta geração que nos atormenta. Curta! Pra Outeiro no Chevette Azul

Mil sentarão do teu lado com farofa e frango assado e dez mil a tua direita ouvirão o tecnomelody e tu serás atingido, sim, pela bola que o grupo de solteiros e casados do piquenique está jogando no areião da Praia Grande. Não, não é nenhum salmo de uma seita demoníaca. É apenas a dura realidade de quem busca um lugar ao sol no que era para ser nosso recanto de águas doces e areias finíssimas, porém virou uma piada de extremo mau gosto separada da península de Belém por uma ponte e um acúmulo imenso de descaso e ignorância.
A imagem dos farofeiros, dos moleques com cabelo tingido de loiro e ouvintes das aparelhagens, do medo de arrastão e dos assaltos – agora inclusive com reféns – não faz parte da memória que tenho de Outeiro. É certo que os domingos na ilha são o pavor há muitos anos devido à facilidade e ao custo baixo para chegar ao distrito. Qualquer quatro contos garantem a ida e volta, sobrando troco para um picolé. Porém nem nos mais claustrofóbicos dias das minhas reminiscências aquele pedaço de terra se comparava a sucursal do inferno que é hoje.
Praia Grande, em Outeiro, em dias tranquilos.
Se você espera mais piadas sobre os atuais frequentadores de Outeiro, melhor parar por aqui. Vá arrumar suas malas e partir para Salinas onde não há praias lotadas, as pessoas são educadas, não há lixo na areia, tampouco carros com aparelhos de sons despejando excremento pelos alto-falantes. Aproveite e passe naquelas barracas em que vendem um peixe tão bem servido que um prato dá para alimentar seis pessoas e custa nada mais do que R$ 5. Esse lugar é o paraíso, não é mesmo?
No Outeiro da minha memória, tem um gordo de braço peludo no volante de um Chevette S/L azul, modelo 1989. No banco do carona, uma morena bonita de cabelos lisos, quase uma índia, diligente com as brigas da molecada que ia no banco de trás. E a viagem até a praia demorava horas, com direito a passar pela fábrica da Tramontina e ouvir minha irmã perguntar inocente: “papai, por que tem esse cheiro? É uma fábrica de merda?”. O odor dos cabos de madeira das facas sendo secados domina ainda a atmosfera do distrito. Não sei ainda se confunde as crianças de hoje, tão acostumadas a cheiros piores.
O gordo é meu pai, que continua pançudo, embora os pelos do braço estejam meio esbranquiçados. Nunca levava a gente aos domingos, porque mourejava de sol a sol, de domingo a domingo, mas tirava um tempo entre quartas e sextas e íamos felizes para esses passeios memoráveis.
Descíamos nós três, minhas duas irmãs e eu, em uma praia quase vazia, em qualquer época do ano, menos em julho, porque meu pai sabia do sofrimento que já atingia a praia dos pobres nesse mês de férias. Praia superlotada, riscos de brigas, muitos bêbados. Bons tempos em que os perigos eram esses para um pai preocupado. Outeiro era nossa e, às vezes, calhava de ir junto amigos da família com suas respectivas crianças, o que era bom também, embora eu sempre ficasse meio de lado, sentado olhando as águas do rio numa liga meio “Vento no litoral”, do Renato Russo, que na época nem tinha morrido ainda. Não me lembro de música em volume ensurdecedor nas velhas barracas de comida e venda de cerveja que ainda estão lá, na Praia Grande e na Praia do Amor, que é a mais bonita inclusive. Deve ser por causa do nome.
Um Chevettão como o nosso querido "Chevelho".
Como o pai não tinha tempo aos domingos, minha mãe inventou um passeio para lá, justamente no primeiro dia da semana e, em julho. E, claro, crianças não estão nem aí para sufoco ou qualquer coisa que atrapalhe a diversão. Pegamos o bonde, em São Brás, e partimos, porque ela não dirigia e muito menos tinha carro. Ainda assim não me lembro do desespero para sentar no coletivo, das hordas ávidas por diversão, de ter medo de estar ali. Talvez eu não percebesse essas coisas e elas estivessem no meu nariz. Talvez não existissem mesmo naquele tempo. Não posso explicar ao certo, afinal, era apenas um menino.
Ao que me parece, a ansiedade do verão era menor e bem menos visível a necessidade de ostentar um bronzeado, de pertencer a esse mundo de não sei quantas mil pessoas saindo para os balneários no fim de semana, como alardeiam os jornais, em somas duvidosas e pouco confiáveis. O contraste mais visível hoje nas areias é a predominância de gente mais jovem em detrimento das famílias.
São os solteiros buscando se adequar, ter história para contar sobre esse período fantasioso e enganador chamado férias. Não, não vou falar dos cabelos com luzes, das roupas falsificadas de marcas famosas nem da bebida barata que eles bebem. Afinal, o que isso tem de diferente dos carrões, dos óculos de grife e do uísque 12 anos bebidos Al Mare? Ok, o valor, mas o objetivo é o mesmo. De fato, são apenas modelos sendo copiados em escala e forma diferentes. Uma Outeiro querendo ser a Salinas dos pobres, enquanto a original faz de tudo para parecer o menos possível com sua cópia suburbana. Sem conseguir de todo, por sinal.
Praia do Atalaia também conhecida como Praia dos Transformers ou Outeiro dos Playbas. (Adoro essa imagem)
A população mais pé-rapada crescente da metrópole tem tomado cada vez mais a ilha distrital, que na época do Chevette S/L 89 já carecia de estrutura. Associe aí a falta de investimentos públicos e a correria da multidão para este lugar, com gente louca para copiar os padrões de Salinópolis, de consumo, de postura, de relação com o ambiente. Assim fica fácil entender como a classe A e B se assemelham à classe C, D e E: justamente na ausência de civilidade de lixo na areia, de poluição sonora, de falta de respeito com o próximo e pelo medo da criminalidade e violência. Itens cada vez mais democráticos nestes verões de agora.
Não quero aqui sofrer com a morte da Outeiro de outrora, da aurora da minha vida, da minha infância querida que os tempos não trazem mais. Mas é possível hoje ter uma praia decente a meia hora de casa, sem lixo, com estabelecimentos decentes para comer e beber, sem medo de ser roubado ou atingido por uma garrafada ou uma bala ou ainda virar refém de assalto. Transporte adequado, segurança, saúde, essas pequenas coisas que são tão pequenas, mas que aqui parecem sonhos impossíveis, sobretudo, para quem não tem grana para fugir para mais longe a caminho do sol. Temo que, em alguns anos, não haja ninguém para contar que tem saudade de Outeiro e as lembranças sejam de fato uma piada bíblica sobre o juízo final.

segunda-feira, junho 07, 2010

Como Identificar um Homem Rico

Do blog Fim de Papo

Com apenas 3 passos você já pode ser um grande observador e calculista!!!

Métodos jamais revelados antes, que agora serão a sua maior arma para distinguir os homens mais ricos dos pobres!

  1. Passo: Observe a beleza exterior do homem
  2. Passo: Compare com a beleza exterior de sua acompanhante
  3. Passo: Caso a diferença seja enorme, ele é rico!

Alguns exemplos reais da situação:

Mulheres Gostosas e Homens Feios
Gatas com Feios

PRONTO!!! NÃO É FÁCIL?

Mulheres consideradas lindas e gostosas com alguns homens que não poderiam ser considerados como um bom padrão de beleza, deve ser apenas coincidência que em 40% das fotos os caras possuírem mais de 1 Milhão de dólares em suas contas bancárias, e os outros 60% possuírem bem mais do que isso…

segunda-feira, abril 19, 2010

Era uma vez um menino

Por Ricardo Amorim*

Era uma vez um menino franzino que, desde o jardim da infância, se acostumou a ser o saco de pancadas na escola. Era só o clima esquentar e os grandalhões partiam para cima dele. Assim, ele acabou se acostumando ao seu destino.

De repente, sem que ninguém soubesse como nem por quê, houve uma longa temporada de calmaria na escola. Nada de brigas, só festa.

Como tudo que é bom um dia termina, a calmaria passou e os ânimos começaram a ferver novamente. O menino já foi se encolhendo, pronto para a tradicional surra. Sentia a dor antes mesmo que o tocassem.

Desta vez, para sua imensa surpresa, ninguém quis se meter com ele. Os grandalhões até olharam para ele, mas preferiram bulir com outros grandões a se meter com ele. Nosso menino adorou, mas não entendeu o que acontecia e continua até hoje com medo que na próxima briga vá sobrar para ele, como no passado.

Ele não percebeu é que, durante o período de tranquilidade, sua madrasta o havia alimentado de forma especialmente nutritiva, o que, somado aos exercícios que ele vinha fazendo há tempos, o deixara forte e musculoso. Enquanto isso, os grandalhões, depois de muito tempo desfrutando do poder que tinham na escola, ficaram acomodados, preguiçosos, engordaram e perderam agilidade.

Este menino se chama Brasil. Sua madrasta tem nome, China. Sua alimentação foram as exportações; os exercícios, a estabilização da economia e ajustes fiscais posteriores ao Plano Real.

Os grandalhões são os países ricos e, como você já deve imaginar, as brigas nesta escola chamada mundo são as crises econômicas.

Com superávit comercial, reservas internacionais superiores a US$ 200 bilhões, um dos menores déficits fiscais do planeta e sem bolha imobiliária, excesso de consumo ou fragilidades latentes em seu setor financeiro, o Brasil tem hoje uma das economias mais sólidas do mundo.

O interessante é que poucos brasileiros conseguem acreditar nisso.

Duas décadas e meia de péssimo desempenho econômico entre o final dos anos 1970 e 2003, quando o crescimento médio da economia brasileira não passou de ínfimos 2,3% ao ano, transformaram o país do futuro no país da descrença. A geração perdida – afinal, 25 anos correspondem a toda uma geração, não apenas a uma década, como costumamos nos referir à década de 1980 – deixou de ter a capacidade de acreditar que o país possa dar certo.

Sem perceber que a entrada da China na Organização Mundial do Comércio em 2001 alterou completamente a ordem econômica mundial a nosso favor – elevando a demanda e o preço das commodities que produzimos e exportamos e reduzindo a inflação e as taxas de juros mundiais, oferecendo-nos capital barato para financiarmos nosso crescimento –, não acreditamos que um país onde ainda reinam corrupção, má educação e infraestrutura sofrível possa dar certo. Esta descrença molda a economia brasileira e o perigo é se tornar uma profecia autorrealizável.

Decisões econômicas de empresários e do governo têm sido pautadas pelo Brasil que não dá certo.

Exemplo: toda a regulamentação cambial foi feita para evitar fuga de dólares do País em meio a crises, porém a situação que vivemos nos últimos anos é oposta: abundância – segundo alguns, excesso – de divisas estrangeiras, e não falta delas.

Sorte não é destino. Claro que é preciso fazermos a nossa parte. Para começar, devemos perder o medo de ser felizes.

* Ricardo Amorim é economista, apresentador do "Manhattan Connection" (GNT) e do "Economia e Negócios" (Rede Eldorado) e presidente da Ricam Consultoria.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...