sexta-feira, maio 22, 2015

Seminário: A democratização da comunicação reforça a luta por um país melhor

O Seminário foi um importante passo para o fortalecimento das lutas em prol da Democratização da Comunicação no Pará.

A democratização da mídia no Brasil ganhou mais um reforço nesta quinta-feira (21), em Belém do Pará, no debate realizado durante um evento, que trouxe o tema novamente à capital paraense. 

Com a presença do jornalista e blogueiro Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Comunicação Alternativa "Barão de Itararé", que segundo um dos participantes, fez uma espécia de "aula magna", sobre política e comunicação no Seminário "Democratização da Comunicação: A comunicação e o Controle Social em Belém".

Miro fez um resgate da luta pela democratização e citou os motivos e danos que a demora deste processo causa ao país e à sociedade. Deu números importantes para uma análise profunda sobre os monopólios e sua voracidade sobre os recursos públicos, que mensalmente alimentam esta indústria.



Entre blogueiros, sindicalistas, jornalistas, estudantes de diversos cursos na área da comunicação, de quatro (04) universidades de Belém, assim como militantes de diversos movimentos sociais, o evento foi apoiado por entidades como o FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, o núcleo paraense do Barão de Itararé e o AmazonWeb - Fórum de Blogueiros e Ativistas Digitais da Amazônia e teve o apoio das Centrais Sindicais, como a CUT e CTB, além do Sindicato dos Jornalistas, e todos com o convite por iniciativa do mandato da vereadora de Belém, Sandra Batista (PCdoB).



Uma das falas mais marcantes da noite, foi feita pela ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa. Além de uma análise sobre o papel das novas mídias, Ana fez a mea-culpa, admitindo que durante seu mandato, desconhecia o potencial da comunicação eletrônica e sua equipe de governo não valorizou os novos meios de comunicação alternativa e que isso foi um dos motivos de seu governo não ter tido êxito, a ponto de não ser reeleito. 

Em um dos trechos de sua intervenção, Ana Júlia chegou a lamentar que praticamente nenhum dos seus ex-secretário possuía sequer uma conta no twitter, mídia social fundamental, assim como outras citadas, pela hoje ativista digital e que foi a primeira mulher a governar o Estado do Pará, no período entre 2007 e 2010.

Radialistas também relataram suas experiências e lutas pela democratização da comunicação, quando as rádios comunitárias eram as vedetes dos movimentos sociais. A politização em torno das apreensões de seus equipamentos, prisões e processos dos dirigentes, foram resgatas pelos radialistas Nagi e Carlinhos, diretor e ex-diretor, respectivamente, do Sindicato dos Radialistas e na época, mantenedores da rádio comunitária Erê FM, lacrada pela polícia federal, há alguns anos.


João Eudes, do blog e jornal Gazeta Miriense, relatou o sucesso da iniciativa, ao enfrentar políticos e seu poder financeiro.

A experiência do blog Gazeta Miriense foi feita pelo advogado João Eudes, que veio do município de Igarapé Miri à Belém, convidado para falar como surgiu e qual o papel que o blog cumpre na formação de opinião, informação e no debate político, na cidade que recentemente passou por uma eleição suplementar, por causa da cassação do ex-prefeito Pé de Boto, muito por conta das denúncias que a Gazeta Miriense fez.



Convidada para a mesa, Roberta Vilanova, presidente do SINJOR-PA (Sindicato dos Jornalistas do Pará), fez a defesa da categoria e lamentou que muitos profissionais da imprensa ainda sejam confundidos como representantes da patrões e pontuou exemplos de como estes trabalhadores sofrem com os baixos salários e péssimas condições de trabalho e concluiu dizendo que o sindicato estará presente nos demais fóruns e ações em prol da democratização da comunicação e reforçando a luta dos movimentos sociais no Estado.

A guerra entre as duas famílias que controlam as maiores empresas de comunicação do Estado do Pará, foi citada pela maioria dos presentes e houve um consenso em torno da necessidade de revigorar a luta por uma antiga bandeira dos que lutam pela democracia plena no Brasil: A quebra do monopólio das sete (07) empresas familiares, que controlam tudo que é dito, lido, exibido e assimilado pelo povo brasileiro, através dos meios de comunicação de massa no Brasil.

No fim, todos os participantes receberam certificado de participação e concordaram em manter a luta pela democratização da comunicação, através de uma agenda a ser construída de forma coletiva e horizontal.




Entre os encaminhamentos propostos para a continuidade do debate, estão:

A formação de um GT (Grupo de Trabalho) com as principais entidades presentes, para reformulação e implantação do Conselho Municipal de Comunicação;

A ampliação do FNDC-PA e a rearticulação do Núcleo Barão de Itararé-PA, assim como o apoio ao II AmazonWeb - Fórum de Blogueiros e Ativistas Digitais da Amazônia, previsto para acontecer no mês de Outubro deste ano. 


quinta-feira, maio 21, 2015

Belém debate a democratização da comunicação



Um dos temas mais importantes da atualidade é o papel dos meios de comunicação de massas e a sua relação com os espaços de poder político.

Cada vez mais a sociedade vai se apropriando da consciência de que a comunicação tem que corresponder aos interesses coletivos e não servir aos interesses dos grandes grupos econômicos.

Isso fica ainda mais urgente por conta dos acontecimentos recentes, incluindo-se aí a movimentação pelo impeachment da Presidenta Dilma, nos quais ficou nítido o papel manipulador dos maiores meios de comunicação do Brasil, que atuam como um partido conservador, de orientação única, uma grande ameaça à democracia.

O Seminário acontecerá nesta quinta (21), às 17H na Câmara Municipal de Belém (Trav. Curuzu, 1755).

Entre os convidados, teremos o jornalista Altamiro Afonso Borges, blogueiro e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

O evento é aberto, gratuito e terá certificado para todos os participantes. 

Vamos lá!

quarta-feira, maio 20, 2015

Dirigente do PSOL recebe votos de repúdio dos vereadores de Belém por agressão à mulheres

Pedrinho foi candidato a senador pelo PSOL nas eleições de 2014 e agora é acusado de agressão física e psicológica contra mulheres.

Na manhã desta quarta-feira (20), os vereadores de Belém aprovaram Votos de Repúdio contra a agressão do dirigente do PSOL-PA, Pedro Maia, mais conhecido como "Pedrinho", candidato a senador pelo partido nas eleições de 2014.

O requerimento para a sessão foi de autoria do vereador Moa Moraes (PCdoB) e a aprovação dos Votos de Repúdio contra o Pedrinho, se deu pelo fato deste ter sido acusado de ter agredido 3 mulheres durante apuração de uma eleição no DCE/UFPA, na semana passada.


Entre os que votaram contrários ao repúdio, está o Dr. Chiquinho (PSOL) e Meg Barros eleita pelo PSOL, mas hoje filiada ao PROS. A combatente vereadora e defensora dos Direitos das Mulheres, Marinor Brito e o aguerrido Fernando Carneiro, ambos do partido do agressor, infelizmente não foram trabalhar e por isso estão entre os ausentes desta histórica abstenção.

Em um cometário publicado no facebook deste blogueiro, a vereadora Marinor Brito se posicionou da seguinte forma: 

Toda e qualquer denuncia de agressão ou violência, precisa ser apurada. E ao agressor dado o direito constitucional de defesa. Independente de onde venha a agressão, se confirmada, que seja aplicado as punições previstas na Lei. Eu repudio todo e qualquer tipo de violência. Aliás, meu querido Jimmy, minhas posições sobre esse tipo de assunto, sempre foram claras e de domínio público. Doa a quem doer, EU digo Não à violência!!

Assim como a direção nacional e estadual do PSOL mantém um silêncio gritante sobre o caso, a principal liderança local do partido, segue a mesma linha. Edmilson Rodrigues, atual deputado federal e provável candidato a prefeitura de Belém, mantém silêncio sobre o fato. 

Segundo informações apuradas com militantes do próprio PSOL, apesar dele e Marinor quererem, seu grupo interno não tem força para fazer os demais se posicionarem com uma punição exemplar ao dirigente agressor e esta postura poderá trazer um grande prejuízo político e arranhar a imagem pública de todos os integrantes do PSOL.

Por ser um caso histórico, o vereador Moa Moraes concedeu uma entrevista ao blog AS FALAS DA PÓLIS, sobre este caso que já havíamos noticiado e que pode render a expulsão de mais um dirigente do PSOL ou ficar impune. Leia mais aqui http://goo.gl/3lZuoD

Segue a entrevista:

Blogger: Bom dia, vereador! O que motivou o requerimento pedindo os votos de repúdio contra o Pedro Maia?

Moa Moraes: Olá, bom dia! 

Em primeiro lugar quero agradecer a oportunidade deixar mais nítido para a população de Belém os fatos ocorridos. Vamos a eles: nos últimos dias 14 e 15 de Maio, o movimento estudantil da UFPA promoveu as eleições de seu Diretório Central de Estudantes-DCE, momento histórico para a politica estudantil daquela instituição de ensino público. Ao final do dia 15, iniciou-se o processo de apuração, que historicamente, entra pela noite e madrugada. 

Estivemos lá acompanhando o processo por julgar importante a política estudantil e juvenil em nosso estado, contudo não pudemos acompanhar as apurações. Em um dado momento na madrugada do dia 16, os ânimos já estavam tensos, as pessoas cansadas (de 2 dias de eleições). 

Houveram questionamentos por parte de militantes do PSOL que tentaram invadir a sala do DCE onde estavam fazendo as apurações. Em um ato de coragem e de comprometimento com a lisura do processo, pois haviam na sala de apurações representantes das 6 chapas concorrentes (e assim, obviamente, também da chapa do agressor), alguns estudantes foram à porta tentar segurá-la para que não fosse invadida, quando foram surpreendidos por um forte empurrão, que adentraram a sala e já imediatamente vieram os empurrões e socos. 

Um desse empurrões foi sobre uma militante, liderança da União Juventude Socialista- UJS, juventude estudantil organizada ligada ao nosso partido, o Partido Comunista do Brasil - PCdoB e um soco foi deferido sobre outra jovem ligada ao movimento Levante Popular da Juventude. Dito isso, o que nos motivou a fazer o requerimento de votos de repudio foi a agressão (física e emocional) cometida por um militante sobre seus pares, outros militantes também do Movimento Estudantil (ME), mas sobretudo, o que nos motivou após alguns dias do fato ocorrido, foi o completo silêncio da direção do PSOL-PA, sobre o fato lastimável. Nossa assessoria fez uma varredura nos meios de comunicação e redes sociais, e não foi encontrado uma linha sequer, que fosse oficial da direção do partido, sobre o ocorrido. 

Assim, como pela violência física e verbal desmensurada que foi deferida sobre mulheres, que ali estavam no momento. Além de que o agressor não é uma pessoa qualquer, é um politico, uma liderança desse partido, foi candidato a Senador nas eleições passadas.

Encontramos notas de uma corrente do PSOL (CST) e do próprio agressor que faz uma autocritica do fato ocorrido, mas em nossa avaliação não diminui a gravidade do fato, muito menos nos motiva abrandar a situação. Mas vejam: Não encontramos, como já dito, uma linha se quer da DIREÇÃO DO PSOL-PA em direção à tomada de medidas contra o que consideramos muito grave.

Dessa forma, o que nos motivou foi a violência na política estudantil, a violência contra as mulheres, mas sobretudo, o descaso do PSOL-PA com o fato ocorrido.

Blogger: Segundo informações publicadas nas redes sociais, foram 03 mulheres agredidas. Porque o sr. só pediu votos de repúdio contra a agressão à jovem ligada a UJS?

Moa Moraes: As informações que apuramos foi que a agressão foi mais diretamente a duas jovens, como já informamos anteriormente. Sobre o fato de pedir repúdio contra a agressão à uma jovem ligada a UJS, já expliquei que esta juventude é ligada a meu partido, e foi para demostrar um pouco de nossa preocupação e relevância que o movimento estudantil e sobretudo, a UJS tem para nossa atuação política, porque a jovem agredida é nossa amiga e camarada, uma jovem mãe de família, trabalhadora, e que este seria um gesto solidariedade à camarada. 

Contudo, tal como deixei nítido em minha fala no Plenário, estendo este votos de repúdio em nome de todos e todas que se sentiram agredidos naquela mal fadada madrugada.

Blogger: Como o Sr. avalia a ausência da vereadora Marinor Brito, do vereador Fernando Carneiro e do voto contrário do vereador Chiquinho, todos do PSOL?

Moa Moraes: De antemão digo que os fatos não tem nada haver. São questões distintas. o fato dos vereadores citados não estarem em Plenário na hora da votação, nada tem haver com a votação do requerimento. Nós, vereadores temos um dia de trabalho bem corrido, às vezes não estamos em Plenário (mesmo no horário de sessões) para atendermos situações emergentes dentro da própria Câmara, atendendo a população que nos procura, e outros momentos precisamos nos ausentar para estar em reuniões e movimentos sociais, como eu próprio que estive acompanhando, esses dias, o movimento grevista dos professores da rede pública de ensino do Estado. 

Não sei a agenda dos nobres Vereadores, por isso não poderia falar por eles. Sobre o voto "não" do vereador Dr. Chiquinho , no momento da discussão do requerimento ele justificou dizendo que não cabia o requerimento porque os fatos não foram bem como colocamos e que o agressor já havia divulgado uma nota de esclarecimento. Mas como as versões são conflitantes, preferimos ficar com a versão que nos foi apresentada pel@s camaradas. Também sabemos que o agressor faz parte da corrente politica do Vereador Dr. Chiquinho.

Blogger: Como os votos de repúdio podem ajudar na punição do agressor?

Moa Moraes: Acreditamos que nosso gesto político ajude, sobretudo, não em uma "punição" (pois esta cabe à justiça e procedimentos cabíveis foram tomados pelas agredidas), mas sim em uma tomada de consciência social e politica. Não há mais espaço na sociedade em que vivemos para violências, sobretudo aquelas que podem suscitar discriminação e preconceito, como as de gênero que aquelas jovens sofreram. A força do mais forte não pode mais subjugar os mais fracos! É contra isso que isso que eu e nosso partido lutamos !

Blogger: Quais as outras medidas adotadas pela UJS contra o Pedro Maia?

Moa Moraes: Em conversa com lideranças da UJS, fui informado que a mesma já deliberou como encaminhamento que lutará e não medirá esforços para, literalmente, banir pessoas como essa do ME, tomando inclusive este, como um fato politico marcante e histórico de agressão e desrespeito a diversidade politica, cultural e de gênero em Belém, expurgando pessoas como essas de nosso convívio; essa foi a declaração. 



quinta-feira, maio 14, 2015

Candidato a senador pelo PSOL é denunciado por agressão à mulheres


A apuração de uma urna do processo eleitoral para escolha da nova direção do DCE da UFPA, acabou com pancadaria e três estudantes universitárias acabaram agredidas por um dirigente do PSOL - Partido Socialismo e Liberdade. Uma delas levou um soco no rosto e outras duas que ficaram machucadas, por conta de empurrões que levaram do agressor. 

O caso foi registrado com ocorrência policial e todas já fizeram exame de corpo delito e o acusado pode ter a comissão de ética do partido, pelo qual saiu candidato a senador do Estado do Pará nas eleições de 2014.

Ao contrário do que muitos comentários que circulam nas redes sociais, o caso não se enquadram na lei Maria da Penha, haja vista, que não se trata de violência doméstica, tal como prevê a legislação brasileira.

Após o acontecido, o Levante Popular, organização estudantil que encabeça a chapa, da qual pertence a estudante vítima da agressão, emitiu uma nota de repúdio e denunciou que a prática violenta se equipara ao comportamento do partido durante todo o processo eleitoral e cobra que o PSOL se manifeste publicamente sobre o ocorrido e que as devidas providências sejam tomadas.

Até o fechamento desta postagem, nenhum dirigente do PSOL se manifestou sobre o ocorrido, nem mesmo de Edmilson Rodrigues, deputado federal do mesmo partido do agressor, que sempre se utiliza de suas redes sociais para repudiar casos de agressões a trabalhadores e violações contra setores populares da sociedade.

Fique com a nota publica no perfil do Facebook de Pedro Maia e voltamos logo em seguida.

Companheiras e companheiros, eu, Pedro Maia, sou militante social e político a mais de 20 anos. Ao longo a minha vida militante, nunca me envolvi em casos de agressão, machismo, opressão seja qualquer que seja para com mulheres. Acredito e sempre acreditei na luta das mulheres como primordial para a luta de transformação da sociedade.

Estive na noite de ontem na apuração da eleição ao diretório central dos estudantes da ufpa para apoiar os companheiros da juventude. Durante a apuração, o grau de tensionamento estrapolou os limites políticos acabando por fim chegando a agressão física. Houve um tumulto, ao qual intervi e acabei recebendo um soco de um companheiro homem de outra organização. Ao reagir a essa agressão, tentei revidar no mesmo companheiro homem, o que infelizmente, acabei por agredir uma companheira mulher, de forma não intencional.

O fato de não ter sido intencional, não retira minha responsabilidade com o ocorrido. E a partir disso faço minha auto critica e peço desculpas publicas a companheira. Fico a disposição para quaisquer esclarecimentos e apoio a companheira.

Quando os mecanismos políticos de disputa se esvaziam no ambiente de violência e agressão física, todos temos responsabilidade sobre ele. E por isso, não me eximo da culpa para com o caso.
Por isso, reitero minhas desculpas a companheira e ao conjunto das mulheres que lutam cotidianamente contra as ações machistas que ocorrem na sociedade.

Na opinião deste blog, o "Pedrinho" tal como todos o conhecem é notoriamente um militante de esquerda, presente nas lutas sociais encampadas na capital do Estado do Pará. Com uma eloquência ácida, fez escola com o Babá, deputado petista reconhecido por sua contundência nos debates políticos da década de 80 e 90. Hoje ambos estão no PSOL e Pedrinho concorreu ao cargo de senador do Estado do Pará e defende com veemência as bandeiras do anti-machismo entre outras. No entanto, sua presença naquela apuração da eleição do DCE, por mais que legal, não se justifica, já que ele não é estudante, professor e nem funcionário da UFPA, na qual ocorreu a eleição.

A possibilidade do PSOL puni-lo é quase nula, mas o caso já repercute negativamente nas redes sociais e debates internos de vários partidos, principalmente de esquerda. A moça que o blog prefere não revelar ainda o nome, é ligada a SPDDH-PA - Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos no Pará e está muito abalada com tudo que aconteceu na madrugada desta quinta-feira.

A apuração das urnas restantes da eleição do DCE/UFPA continua nesta noite e espera-se que o bom senso dessa vez seja vitorioso.

quarta-feira, maio 13, 2015

Radialista prega demissão de professores em greve



No dia em que a greve dos educadores do Estado do Pará completa 50 dias, o Centro de Integrado de Governo - CGI foi ocupado e um grupo de professores que pernoitaram no órgão. A iniciativa ganhou repercussão na mídia nacional e o local se transformou no novo“ringue” para um possível conflito entre o governo e manifestantes. Diante deste quadro, há quem suponha que a ocupação termine com a desocupação do prédio, através da força policial, tal como aconteceu em Curitiba-PR, enquanto que outros torcem para que o cansaço leve os professores para casa e a greve chegue ao fim de forma favorável ao governo.

Mesmo com os ânimos mais exaltados com as provocações, que tanto o governo, quanto o sindicato recebem de certos setores da mídia local, pude notar que hoje pela manhã, por exemplo, o radialista Nonato Pereira, do Sistema Marajoara de Comunicação, de propriedade do ex-governador Carlos Santos, entrevistou a secretária-adjunta da SEDUC, Ana Cláudia Hage que foi atiçada para que “radicalizasse” e “demitisse” os manifestantes grevistas, que segundo ele, estão “radicalizando” ao resistirem em voltar às salas de aula e ocupam prédios do governo.

Em certo trecho da entrevista o radialista alfineta: “O governo está demorando muito para tomar uma medida mais radical e até onde vai aguentar essa radicalização”. Por sua vez, a secretária chega a dizer que não pode radicalizar com eles (sindicato) e Nonato Pereira provoca: “Mas demitir não é radicalizar. É um medida enérgica. Não é como eles”. 

Com isso, Nonato Pereira demostra sua total ignorância sobre o fato legal de que servidores públicos que aderem às greves e faltam ao trabalho, não podem ser demitidos.

Por sua vez, a secretária-adjunta tenta justificar que há reação por parte do governo, que já está descontando os dias parados e ironiza: “Como é que eles vão conviver com o desconto que agora está judicializado"

Ao falar de judicialização, a representante do governo do Estado do Pará se referiu ao resultado da decisão da desembargadora Célia Regina Pinheiro, do Tribunal de Justiça do Estado, que indeferiu em decisão publicada nesta segunda-feira, 11, o pedido de liminar solicitado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), sobre os descontos de dias parados de servidores em greve e a contratação de professores temporários pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc)

Com isso, a Justiça dá ganho de causa para a SEDUC e a SEAD, que descontou os dias parados dos grevistas e vem contratando profissionais de uma empresa terceirizada, alegando que precisa garantir as aulas aos alunos da rede pública de ensino.

Segundo a assessoria de imprensa do TJE, o mérito do pedido de abusividade da greve será apreciado posteriormente. A decisão das Câmaras Cíveis Reunidas manteve a ordem de retorno dos professores ao trabalho e a aplicação de multas, em caso de descumprimento da medida judicial em vigor desde o dia 14 deste mês, data em que a desembargadora Gleide Moura concedeu a liminar em favor do governo do Estado. No entanto, o SINTEPP recorreu e manteve a greve.

Sobre isso, o site da SEDUC traz a seguinte informação:

“A Procuradoria Geral do Estado entrou com ação de abusividade de greve alegando que o movimento havia sido deflagrado em meio ao processo de negociação entre o Estado e a categoria. Na sustentação, o procurador geral do Estado afirma que "a greve seria ilegal e abusiva à medida em que o Sintepp, além de aumentar as reivindicações a cada rodada de negociação e ter deflagrado a paralização em meio ao processo de negociação, ainda ocuparia ilegalmente prédios públicos e impediria os demais servidores estaduais de exercerem normalmente as atividades laborais, impossibilitando a sociedade paraense de fazer regular uso dos serviços públicos estaduais.

Os professores da educação pública estadual estão em greve desde o dia 25 de março deste ano. Eles reivindicam as lotações dos profissionais da educação na forma da legislação vigente, a retomada das discussões sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações, além de publicação de cronograma das obras das 29 escolas que estão em reforma”.

Já o site do SINTEPP afirma que a categoria manterá a ocupação do prédio e que pretendem permanecer no local, até que o governo Jatene volte a negociar e dessa forma os 26 mil trabalhadores que permanecem em greve, nos mais de 100 municípios paralisados, voltem à normalidade. 

O sindicato realizará ainda na manhã desta quarta-feira (13), uma assembleia no local, onde pretende manter a ocupação do órgão.

Consultas feitas pelo blog à sindicalistas experientes, fazem-nos concluir que o SINTEPP perdeu o "timer" e está próximo de mais uma amarga derrota para o 3º governo de Simão Jatene.

Comissão do Senado dá aval à indicação de Fachin para o STF

O nome precisa agora ser analisado em plenário — o que deve acontecer na próxima semana.

No Portal R7.


Após quase 11 horas de sabatina, a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) aprovou, às 22h40 desta terça-feira (12), por 20 votos a 7, a indicação de Luiz Edson Fachin para uma vaga ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O nome precisa agora ser analisado em plenário, o que deve acontecer, segundo o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) daqui a uma semana, no próximo dia 19. Também foi aprovado na CCJ o regime de urgência para análise do nome do indicado pelo plenário.

Fachin foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o posto de Joaquim Barbosa, que se aposentou em julho de 2014. Para chegar à mais alta corte do País, Fachin terá ainda de ser aprovado por 41 dos 81 senadores.

Professores em greve passam a madrugada em prédio público em Belém

Em greve há 50 dias, professores ocupam o Centro Integrado de Governo e dormem no interior do órgão. Governo não os atende.
O governador Simão Jatene e seu Secretário de Educação estão desaparecidos e 700 mil estudantes da rede pública de ensino, continuam sem aula, após 50 dias da nova greve dos professores do Estado do Pará, um dos piores na oferta de ensino no Brasil. Por sua vez, o sindicato da categoria está em disputa eleitoral e parte do que deveria ser luta, vira palanque.

Diante do impasse, um grupo de professores iniciaram uma ocupação do Centro Integrado de Governo (CGI) para pressionar Simão Jatene a negociar o fim da greve. Pelo que se percebe, a ocupação pode ser o último ringe, pois o órgão concentra as secretarias especiais de governo. 

Resta saber se a categoria vai radicalizar para ser recebida pelo governador, que nem lá pisa, ou se o desgaste e o cansaço, farão com que o sindicato seja obrigado a recuar e aceitar as propostas apresentada pelo governo para o fim da greve.

Veja a matéria da Folha, sobre o acampamento dos professores no CIG.

Um grupo de professores da rede estadual de ensino do Pará passa a madrugada acampado na sede do CIG (Centro Integrado de Governo), prédio público no bairro de Nazaré, em Belém, onde trabalham 330 servidores e que também abriga documentos e equipamentos do governo.

Em greve há 45 dias, eles invadiram o local na manhã desta terça-feira (12) e, segundo o sindicato da categoria, ficarão acampados no prédio público até que o governador Simão Jatene (PSDB) reabra a negociação, interrompida no final de abril.

Entre as reivindicações dos servidores estão a garantia de aulas suplementares, jornada de um terço de hora atividade, eleições para direção de escolas e realização de concurso público para contratação de novos funcionários.

O governo do Pará informa que já apresentou propostas para o fim da greve dos professores durante seis reuniões realizadas entre as secretarias de Educação e Administração e o sindicato da categoria.

Também de acordo com o governo, a invasão do prédio do CIG ocorreu de forma violenta, com o arrombamento de um portão do estacionamento e gritos de palavras de ordem no momento em que era realizada uma audiência pública sobre o Plano Estadual de Educação.

De acordo com o sindicato, o acampamento é uma ação pacífica e tem o objetivo de abrir negociação com o governo. A entidade diz ainda que não há indícios de depredação do patrimônio público.

A próxima assembleia dos professores será realizada no local do acampamento. 

O desespero da oposição tem fundamento

Sendo construída na bacia do Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no norte do Pará, Belo Monte será a 3ª maior hidrelétrica do mundo e a maior inteiramente brasileira.

Todos os dias, os meios de comunicação alternativos, principalmente através dos blogs e mídias digitais, lemos algumas análises sobre os acontecimentos políticos e alguns são mais nobres e dignos de respeito, dada a sua credibilidade e isenção, mas a grande maioria esbanja parcialidade e revela a indústria da politização midiática, onde campos opostos se digladiam com acusações e defesas de suas lideranças políticas, jurídicas e partidárias.

No entanto, além do poder de impacto da grande mídia, além do que, se houvesse unidade e organização nas inciativas que temos em relação à proteção das crianças e adolescentes das mão dos aliciadores...

por Alberto Kopittke*, no Sul21

É preciso olhar o atual ataque que a oposição político-midiática-financeira está fazendo ao Governo Dilma para além da onda de ódio disseminada em setores da classe média para que se compreenda os seus reais motivos.

As razões para um ataque tão virulento, beirando ilações de apoio a um Golpe de Estado, obviamente não estão na indignação do PSDB, da Rede Globo, da Veja, ou do capital financeiro em relação a corrupção, com a qual sempre conviveram tranquilamente, quando lhes convinha.

O que a oposição percebeu é que, após atravessar mais um ou dois semestres com dificuldades econômicas, os últimos três anos do Governo Dilma podem ser o ápice do atual projeto nacional-desenvolvimentista, iniciado em 2002.

A partir do segundo semestre do ano que vem, o Governo começará a inaugurar as grandes obras dos Governos Lula e Dilma, como a transposição do Rio São Francisco; as Hidrelétricas de Belo Monte (a terceira maior do mundo), de Jirau e de Santo Antônio; a expansão e construção de pelo menos 6 metrôs que estão em obras e dezenas de BRTs; pontes, como a de Laguna (SC) e a segunda Ponte do Guaíba (RS); grandes trechos da Ferrovia Norte Sul; ampliação e modernização dos maiores aeroportos do país; plataforma de petróleo; refinaria Abreu e Lima, que será a mais moderna do país; entre muitas outras.

A Petrobrás que nos últimos anos fez muitos investimentos para se preparar para o pré-sal, volta a se capitalizar a partir de 2016 e as extrações de Petróleo quadruplicam nos próximos três anos.

Além disso, a inflação tende a recuar e a economia voltar a crescer, gerando mais alguns milhões de empregos. E, de quebra, a Presidenta ainda inaugura a Cidade Olímpica e o Parque Olímpica e recepciona as Olimpíadas e as ParaOlimpíadas de 2016, em um megaevento que tende a ser 6 vezes maior que a Copa do Mundo.

Neste cenário, dá para entender o desespero da oposição e seu desatino golpista. Eles sabem que tudo o que foi plantado nos últimos 12 anos, será colhido nos próximos quatro.

*Alberto Kopittke é advogado e vereador de Porto Alegre.

Globo em decadência: Jornal Nacional já perde pra novela da BAND



A decadência da Rede Globo só não é comemorada pela própria emissora, que opta em negativar tudo que é oriundo ou se refere ao PT e o atual governo federal.

As informações do Diário do Pará, mostram que sua derrota no telejornalismo é tanta, que mesmo uma novela sem muita pretensão de fazer o sucesso do elenco global, já é capaz de impor à família Marinho uma gritante constatação: Estão desacreditados.

A Band ainda continua se surpreendendo com o sucesso da novela “Mil e Uma Noites”. No Ceará, no último dia 5, por exemplo, a trama turca teve um salto espetacular na audiência, se comparado com os dados do dia anterior, e chegou a vencer o “Jornal Nacional”, da Rede Globo.

A informação foi repassada e comemorada pela TV Jangadeiro, filiada da Band na capital cearense. A novela registrou históricos 19.6 pontos e chegou a picos de 21.6 pontos na Grande Fortaleza durante a exibição, que ocorreu entre 20h25 às 20h29 e 20h40 às 21h29.

Satisfeita com o resultado de “Mil e Uma Noites”, a Band resolveu manter na programação a faixa de novelas e já escalou outra trama turca para o lugar. Segundo o colunista de TV Flávio Ricco, trata-se de “Fatmagül’ün Suçu Ne”.


domingo, maio 10, 2015

A crise vai se agravar, mas a esquerda se uniu e Lula voltou

Nasceu a frente de esquerda ordenada na certeza de que o governo Dilma será aquilo que a rua conseguir que ele seja. E uma voz rouca avisou: 'Vou à luta'.

Alguma coisa de muito importante aconteceu no histórico Vale do Anhangabaú, em São Paulo, nesta sexta-feira, 1º de Maio.
Quem se limitou ao informativo da emissão conservadora perdeu o bonde.
O tanquinho de areia do conservadorismo, sugestivamente deixou escapar o principal ingrediente desta sexta-feira, que pode alterar as peças do xadrez político brasileiro.
Preferiu o glorioso jornalismo cometer pequenas peraltices.
Tipo contrastar a imagem de Lula com um cartaz contra o arrocho de Levy, como fizeram os petizes da Folha.
Blindagens ideológicas e cognitivas ilustram um traço constitutivo daquilo que os willians  –Bonner e Waack—denominam de ética da informação.
Trata-se de não informar, ou camuflar o principal em secundário. E vice versa.
Não houve sorteio de geladeira no 1º de Maio da esquerda brasileira. Mas os assalariados talvez tenham tirado ali a sorte grande – a mais valiosa de todos os últimos maios.
No gigantesco palco de mobilizações épicas, que reuniu um milhão de pessoas há 31 anos para lutar por eleições diretas, a história brasileira deu mais um passo que pode ser decisivo para impulsionar vários outros nos embates que virão.
Porque virão; com certeza virão.
Essa certeza permeava o Dia do Trabalhador na larga manhã da sexta-feira no Anhangabaú.
A engrenagem capitalista opera um conflito independente da vontade de seus protagonistas. A direção que ele toma, porém, reflete o discernimento histórico dos atores sociais de cada época.  
A chance de que o embate resulte em uma sociedade melhor depende, portanto, de quem assumir o comando do processo.
As lideranças que estavam no Anhangabaú deram um passo unificado nessa direção.
Que esse movimento tenha escapado às manchetes faceiras ilustra a degeneração de um aparato informativo que já não consegue se proteger de suas próprias mentiras.
Os que enxergam no trabalho apenas um insumo dos mercados, um entre outros, nivelaram a importância do Anhangabaú ao que acontecia no palanque do Campo de Bagatelle quase à mesma hora.
Lá se espojavam aqueles que com a mesma sem cerimônia risonha operam a redução do custo da ‘matéria-prima humana’ no Congresso brasileiro.
Sorteios de carros e maximização da mais-valia compõem a sua visão de harmonia social, que remete ao descanso da chibata na casa grande em dia de matança de porco.
Vísceras, os intestinos, eram franqueados então com alguma generosidade nos campos de Bagatelle pioneiros, em que paulinhos ‘Boca’ vigiavam a fugaz confraternização da casa grande com a tigrada ignara sob sua guarda.
A mais grave omissão  do ciclo de governos progressistas iniciado em 2003  foi não ter afrontado essa tradição de forma organizada, a ponto de hoje ser ameaçado por ela.
Porque muito se fez e não pouco se avançou em termos sociais e econômicos, mas esse flanco ficou em aberto.
O vazio era tão grande que se cultivou a ilusão de que avanços materiais seriam suficientes para impulsionar o resto por gravidade.
A primeira universidade brasileira, contou Lula no Anhangabaú, só foi construída em 1920.
Colombo descobriu a América em 1492.
Em 1507, 15 anos depois de chegar à República Dominicana,  Santo Domingo já construía sua primeira universidade.
A elite brasileira demorou quatro séculos anos para fazer o mesmo, reverberou Lula.
Tome-se o ritmo de implantação do metrô em duas décadas de poder tucano em São Paulo.
Compare com a extensão em dobro da rede mexicana, ou a dianteira argentina, chilena etc.
O padrão não mudou.
O que Lula estava querendo dizer ao povo do Anhangabaú tinha muito a ver com isso: o desenvolvimento brasileiro não pode depender de uma elite que continua a dispensar ao povo os intestinos do porco.
O recado para quem não enxerga diferença entre um governo progressista e a eterna regressão conservadora protagonizada agora pelos sinhozinhos Cunha, Aécio, Beto Richa, Paulo Skaf... foi detalhado e repisado.
Foi um metalúrgico sem diploma, espicaçou aquele que ocupa a vaga de melhor presidente do Brasil na avaliação popular, quem promoveu a mais expressiva democratização da educação brasileira.
Nos governos do PSDB a tradição colonial se manteve.
O sociólogo poliglota não construiu nenhuma universidade em notável coerência com a obra que traz a sua assinatura como autor e protagonista: a teoria do desenvolvimento dependente.
Para que serve uma universidade se já não faz sentido ter projeto de nação?
Lula criou 18 universidades.
Reescreveu na prática a concepção de soberania no século XXI. Instalou-a na fronteira expandida entre a justiça social, a integração latino-americana e o fortalecimento dos BRICs.
A nostalgia colonial-dependente, ao contrário, orientou o ciclo da República de Higienópolis na frugal atenção dispensada à formação de quadros para o desenvolvimento.
FHC não assentou um único tijolo de escola técnica em oito anos em Brasília.
Para que escola técnica se a industrialização será aquela que o livre comércio da ALCA permitir?
Juntos, Lula e Dilma fizeram 636 até agora.
Com o Prouni, o número de jovens matriculados nas universidades brasileiras passou de 500 mil para mais de 1,4 milhão.
Em vez de herdar as vísceras da sociedade, tataranetos de escravos, índios e cafuzos, cujos pais muitas vezes sequer concluíram a alfabetização, começaram a ter acesso a uma vaga no ensino superior pelas mãos do metalúrgico e da guerrilheira mandona.
Sim, tudo isso é sabido. A ‘novidade’ agora é desfazer do sabido.
Mas Lula somou ao histórico a estocada que calou fundo no silêncio atento do Anhangabaú.
O retrospecto do ex-presidente cuja cabeça é solicitada a prêmio a empreiteiros com tornozeleira prisional, tinha por objetivo desnudar o escárnio embutido no projeto de redução da maioridade penal.
As elites agora, fuzilou um Lula mordido e determinado, querem se proteger do legado criminoso de cinco séculos, criminalizando a juventude pobre do país.
Passos significativos foram dados em seu governo para minar a senzala que ainda pulsa no metabolismo da sociedade brasileira.
Mas a voz rouca machucada atesta o golpe por haver se descuidado do embate que viria contra aqueles que mostravam os caninos como se fosse sorriso.
Agora se vê, eram maxilares de feras.
À primeira turbulência do voo incerto e instável da dinâmica capitalista o sorriso virou mordida de pitbull.
A pressão coercitiva mobiliza diferentes maxilares: o do juiz  em relação aos suspeitos da Lava Jato que visa a jugular do PT e do pré-sal; o do ajuste recessivo que ameaça com o caos;  o da terceirização que coage com o desemprego maciço; o da exigência branca à renúncia de Lula a 2018 --ou arcará com a suspeição perpétua que a lixeira da Abril e da Globo despeja semanalmente no aterro mental da classe média.
Coube ao presidente da CUT, Vagner Freitas, marcar a ruptura com a omissão histórica que abriu o flanco da história brasileira ao jogral espoliador da democracia e da sociedade.
Didático, habilidoso, o líder sindical chamou um a um os representantes das centrais, movimentos e partidos presentes no 1º de Maio do Anhangabaú.
Aos olhos de milhares de pessoas, gente do povo basicamente, uns que vieram porque são organizados  -- outros, porque pressentem que um perigo ronda o Brasil nesse momento, Vagner materializou o passo seguinte há muito esperado e cobrado por todos aqueles que sabem o motivo pelo qual o governo Dilma hoje engole os sapos que rejeitava ontem.
A avalanche intimidadora que em poucos meses virou de ponta cabeça o programa vitorioso em 26 de outubro não cessará, a menos que a detenha uma frente política de abrangência e contundência maior que a resistência dispersa das partes nos dias que correm.
Foi essa mutação que o vale do Anhangabaú assistiu nesse 1º de Maio.
O presidente da CUT chamou para a frente do palco os dirigentes da Intersindical e da CBT, chamou Gilmar, do MST, chamou Boulos, do MTST, e outros tantos; e através deles convocou quase duas dezenas de organizações presentes.
Vagner apresentou ao Anhangabaú a unidade da esquerda brasileira em torno de uma linha vermelha a ser defendida com unhas e dentes: a fronteira dos direitos, contra a direita.
Fez mais que retórica, porém.
Submeteu ao voto dos ocupantes da praça e do palco uma agenda de lutas.
Devolveu ao 1º de Maio a identidade de uma assembleia popular de quem vive do seu trabalho.
Braços erguidos, o Anhangabaú aprovou uma contraofensiva ao cerco conservador.
‘Anote’, disse Vagner ao final dos escrutínios: dia nacional de protesto em 29/05, para pressionar o Senado a rejeitar o PL 4330; uma greve geral, caso o Congresso aprove a medida; e uma marcha a Brasília para levar Dilma a rejeitar o projeto, caso passe no Senado.
Engana-se quem acredita que isso saiu de graça.
Vagner Freitas uniu as forças da esquerda porque a CUT, a partir de agora, comprometeu-se a lutar lado a lado, unida aos demais movimentos e organizações, contra projetos de lei que arrochem direitos e conquistas dos trabalhadores.
Foi um realinhamento do desassombro com a responsabilidade histórica da esquerda que fez desse Dia do Trabalhador uma singularidade capaz de produzir outras mais.
Em boa hora.
A crise econômica vai se agravar nos próximos meses; esse era o consenso subjacente à união selada no palanque.
O conservadorismo saltará novos degraus em direção ao golpe –seja na forma do impeachment ou na tentativa de proscrever o PT e com ele as chances eleitorais do campo progressista em 2018.
O êxito do ajuste recessivo do ministro Joaquim Levy depende do desajuste do emprego e da expropriação dos ganhos reais de salários acumulados nos últimos anos (de 70% no caso do salário mínimo)
Estamos na primeira volta do torniquete.
Mas a renda real do trabalhador já registrou uma perda da ordem de 4% em março, em relação a igual período de 2014.  
A evolução do desemprego não é menos cortante.
Os dados reunidos em nota técnica da Fundação Perseu Abramo são claros: vive-se uma escalada.
A taxa desemprego medida pelo IBGE subiu forte nas grandes capitais em março: 6,2%.
Era de 5,9% em fevereiro; 5,3% em janeiro; 5% em março de 2014
Despejar a conta do ajuste nas costas do assalariado significa submeter o custo do trabalho à pressão de uma turquesa feita de desemprego e queda do poder de compra.
Espremidos, os assalariados serão convocados a apoiar falsas promessas de desregulação redentora de vagas, a exemplo do PL 4330.
Na semana passada o Banco Central elevou em mais meio ponto a taxa de juro, que já é a mais alta do planeta.
É a senha do choque.
Apenas essa pisada custará mais R$ 12 bilhões em 12 meses aos cofres públicos: juros adicionais sobre uma dívida pública de R$ 2,4 trilhões.
O impasse está contratado.
De um lado, a recessão derruba a receita e o emprego; de outro, o governo é intimado a carrear mais recursos escassos à ração gorda dos rentistas.
Menos receita com mais gastos.
Essa é a fórmula clássica para tanger um governo –qualquer governo que não disponha de uma hegemonia baseada em ampla organização popular-- ao precipício das privatizações saneadoras e dos cortes de programas e investimentos devastadores.
Quem acha que a ganância será saciada com a terceirização deveria informar-se sobre as novidades no mundo do trabalho inglês.
Sob o comando de engomados filhotes de Tatcher a economia britânica experimenta um novo patamar de flexibilização do mercado de trabalho.
A modalidade just-in-time já caracteriza 2,5% da mão de obra empregada, informa o jornal El País, sendo o segmento que mais cresce na economia.
A pedra filosofal desse novo assalto à regulação trabalhista é o vínculo empregatício baseado em salário zero.
Em que consiste a coisa notável?
Consiste em estocar mão de obra às custas da própria mão de obra.
Quando necessário aciona-se o almoxarifado social pagando apenas as horas efetivamente usadas do ‘insumo’.
Marx, você não entendeu nada de baixar o custo de reprodução da mão de obra.
Em vez da CLT, um taxímetro.
No futuro a metáfora poderá assumir contornos reais mais sofisticados, como um chip subcutâneo que permita monitorar o empenho muscular para seleção dos mais aptos.
Esse, o admirável  mundo novo descortinado do palanque do Campo de Bagatelle no 1º de Maio de 2005 pelos sorridentes perfis de Cunha, Aécio e Paulinho ‘Boca’, da Força.
Afrontar esse horizonte em marcha é o que ultimou a união da esquerda no extremo oposto da cidade no mesmo dia.
Tolice supor que centrais paralelas à CUT, como a Intersindical, ou o aguerrido Guilherme Boulos, prestar-se-iam a uma cenografia unionista alegórica no Dia do Trabalhador.
O que se assistiu no Anhangabaú foi o nascimento de um pacto.
Que tem agenda e eixo de luta ancorados no entendimento de que o governo Dilma será aquilo que a rua conseguir que ele seja.
Não desobriga a Presidenta de honrar compromissos de campanha, a começar pela rejeição ao vale tudo do PL 4330.
Mas divide o desafio da coerência.
Construi-la requer uma nova correlação de forças indissociável de uma frente ampla progressista.
Quem mesmo assim continua a duvidar da determinação pactuada no legendário Anhangabaú, deve ouvir (abaixo) a íntegra do pronunciamento visceral do mais aplaudido orador do dia.
Lula fechou o ato com um aviso à direita buliçosa.
Essa que ao mesmo tempo o desdenha como líder morto, mas oferece a liberdade como recompensa ao pistoleiro capaz de alvejá-lo com uma denúncia mortal.
Qual?
Qualquer denúncia. Desde que impeça a assombração das elites de reaparecer como candidato em carne e osso em 2018.
No 1º de Maio de 2015, a voz do fantasma ecoou mais rouca e forte que nunca.
Para dizer ao conservadorismo golpista, antinacional e anti-trabalhador: o ectoplasma não vai esperar até 2018.
‘Vou correr o Brasil, vou me encontrar com trabalhadores, com jovens, operários, camponeses e empresários...’
‘Eu aceito o desafio’, disparou a voz rouca, ferida, ressentida, mas convencida de que ainda tem uma tarefa incontornável a cumprir no país: terminar o que começou, tarefa que o mercado sozinho jamais o fará.
Cunha, Aécio, Skaf não se iludam com o noticiário generoso dos petizes da Folha.
Algo mudou no Brasil neste 1º de Maio de 2015.
E não foi apenas o preço do aluguel do sindicalismo de Bagatelle.
Ouçam a fala de Lula no Anhangabaú: aqui

Alckmin diz considerar Marta sua aliada


No Brasil 247.

Ex-ministra Marta Suplicy, que deixou o PT na última semana, esteve entre os parlamentares que se reuniram com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, para tratar sobre projetos de lei que estão em tramitação no Congresso. 

Após encontro com a bancada federal no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) classificou a senadora Marta Suplicy como "aliada".

A ex-ministra, que deixou o PT na última semana, esteve entre os parlamentares que se reuniram com o tucano para tratar sobre projetos de lei que estão em tramitação no Congresso.

A senadora negocia filiação ao PSB, do vice do Estado, Márcio França, para se candidatar à Prefeitura em 2016. Alckmin negou, no entanto, que o encontro tenha tratado de questões eleitorais.

Comissão da Verdade Pará investigará conflitos agrários durante a Ditadura



Na segunda-feira, 11 de maio, às 17 horas a Comissão da Verdade do Pará instala o Grupo de Trabalho Camponês-Indígena que vai examinar questões ligadas à ocupação da terra, no Pará, durante o período da Ditadura Militar.

O centro político das medidas empreendidas pelos militares para a Amazônia foi a penetração econômica nacional e estrangeira na região que, via de regra, engendrou os conflitos do passado e do presente.

sexta-feira, maio 08, 2015

Reféns como escudo humano após assalto, vereador reclama do salário, justificando a corrupção e agente de trânsito apanha por aplicar multa.

O Pará é notícia no Brasil e no mundo.

De ontem para hoje, três notícias ganharam o mundo e colocaram o Estado do Pará em evidência no jornalismo.

Assista:


1) Reféns são usados como escudo durante assalto a banco no #Pará http://bit.ly/1dSKxgk Clientes foram obrigados a ficar em cima do capô de 2 veículos durante a fuga dos criminosos



2) Salário de R$ 10 mil é pouco? Para ele é: “Se vereador não for corrupto, ele mal se sustenta”, diz Odilon Rocha de Sanção (SDD), vereador em Parauapebas (PA)  http://bit.ly/1cv8Twm.



3) Agente de trânsito é agredido por motociclista no aeroporto de Belém (PA) http://bit.ly/1Ef3ikx

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...