quarta-feira, junho 17, 2015

A pequisa requentada no forno do Bacana

Ex-prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues aparece em 2º lugar na preferência do eleitor, conforme pesquisa DOXA.

Assustados com o resultado da pesquisa Doxa, que apontou a candidatura do deputado federal Eder Mauro (PSD) despontando em primeiro lugar, na preferência dos eleitores para ser prefeito de Belém, dirigentes do PSOL no Pará, plantaram no Blog do Bacana, do jornalista Marcelo Marques, uma pesquisa feita há um mês atrás pelo instituto RV5, que apontava o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), liderando a disputa. 

A chamada para a postagem é piegas e sem nexo, pois afirma como sendo nova, uma pesquisa realizada no meio do mês de Maio e ainda complementa dizendo: "A RV5 acaba de fazer uma pesquisa..".



Acontece que até os vigilantes das empresas de pesquisas sabem que de Maio para hoje, muita coisa aconteceu em Brasília e em Belém e os debates sobre a violência urbana e a redução da maior idade penal, deram a Eder Mauro, uma projeção inédita e inigualável.

Resta saber se o forno do bacana ainda vai requentar mais alguma gororoba.

segunda-feira, junho 15, 2015

Como o apoio de Dilma, Jatene, Jader e Helder interfere nas eleições para a prefeitura de Belém

Depois da publicação que divulgou o resultado da pesquisa que revelou que Eder Mauro e Edmilson Rodrigues são apontados com o melhor perfil para prefeito de Belém, hoje vamos conhecer o potencial de apoio de lideranças políticas e de partidos. Processo tão comum em época eleitoral, quando candidatos procuram se apoiar nessa ou naquela liderança política; ou buscam composições aliancistas com este ou aquele partido. O que pensa o eleitor belenense desses apoios ou alianças?

APOIO DO PT A EDMILSON RODRIGUES: A pesquisa mediu o impacto de um possível apoio do PT à candidatura de Edmilson Rodrigues (PSOL) à Prefeito de Belém, através da seguinte pergunta: Se o PT apoiar o candidato Edmilson Rodrigues, você votaria nele? - O resultado mostra que 56% não votaria em função desse apoio. Por outro lado 32% votaria ou poderia votar; e 12% não opinaram.

Gráfico 01: Potencial de apoio do PT a Edmilson Rodrigues


Fonte: Pesquisa de campo/DOXA


APOIO HELDER BARBALHO/PMDB A EDER MAURO: A pesquisa mediu também o impacto de um possível apoio de Helder e PMDB à candidatura de Eder Mauro. Se Helder Barbalho e o PMDB apoiarem EDER MAURO, você votaria nele? -  41% não votaria se esse apoio se concretizasse. Outros 47% votaria ou poderia votar. E 12% não opinaram.

Gráfico 02: Potencial de apoio de Helder Barbalho/PMDB a Eder Mauro


Fonte: Pesquisa de campo/DOXA.


APOIO DE JATENE: A pesquisa mediu o potencial de apoio do Governador Simão Jatene a algum candidato a prefeito de Belém, Você votaria em algum candidato a prefeito de Belém apoiado pelo governador Simão Jatene? - O resultado indica que 48% votaria ou poderia votar no candidato apoiado pelo governador. Por outro lado, 38% não votaria. E 14% não opinaram.

Gráfico 03: Potencial de apoio de Simão Jatene

Fonte: Pesquisa de campo/DOXA.

APOIO DE JADER: O potencial de apoio de Jader a algum candidato a prefeito de Belém é de 36% - Você votaria em algum candidato a prefeito de Belém apoiado pelo Senador Jader Barbalho? - Os que não votariam no candidato apoiado por ele soma 50%.  E 14% não opinaram.

Gráfico 04: Potencial de apoio do Senador Jader Barbalho.



APOIO DE DILMA: A presidente Dilma apresenta a maior rejeição em relação aos apoios de lideranças políticas: Você votaria em algum candidato a prefeito de Belém apoiado pela presidente Dilma? A pesquisa mostra que 60% dos eleitores de Belém não votariam num candidato apoiado por ela. 28% votaria ou poderia votar no candidato apoiado pela presidente. Outros 12% não opinaram.

Fonte: Pesquisa de campo/DOXA.

Amanhã vamos saber a preferência do eleitor belenense, isto é, em quem votaria para prefeito se a eleição fosse hoje; bem como os níveis de rejeição dos nomes testados na pesquisa.

domingo, junho 14, 2015

Eder Mauro e Edmilson Rodrigues são apontados com o melhor perfil para prefeito de Belém

A partir hoje, a Doxa Pesquisa, em parceria com o Blog As Falas da Pólis, começam a publicar o resultado de uma ampla pesquisa realizada em Belém no período de 03 a 05 de junho/2015. A amostra foi de 600 entrevistas, distribuída pelos oito Distritos Administrativos de Belém. 

Uma série de temas foram aferidos, começando pelo nível de satisfação com a vida em Belém, passando pela percepção da imagem do atual prefeito e de avaliação de seu governo; buscou aferir as demandas da população e os principais problemas que a afligem. 

A pesquisa traçou o perfil do próximo candidato à prefeitura de Belém, bem como aferiu o nome que se enquadra no perfil. Temas como a crise de representatividade política, da redução da maioridade penal, da legalização das drogas ilícitas, da imagem dos três principais partidos políticos (PT, PMDB, PSDB) foram estudados. Dez nomes de políticos foram testados à Prefeitura de Belém

Apresentaremos hoje, o tipo de político que a população gostaria que governasse Belém; bem como o tipo que essa população Não gostaria que governasse a capital do Estado. Depois os entrevistados enquadraram, a partir de uma lista de 10 pré-candidatos, os nomes em cada perfil.

Analisando o perfil do político para governar Belém, os entrevistados preferem alguém “honesto”, “trabalhador”, “conheça os problemas de Belém”.


Gráfico 01: Tipo de político para governar Belém.

Fonte: Pesquisa de campo/Doxa.
Depois do entrevistado indicar o perfil, apresentou um nome que se enquadra no perfil traçado a partir de uma lista de 10 pré-candidatos. “Qual desses pré-candidatos se enquadra no perfil traçado?”

Os deputados federais, delegado Eder Mauro (PSD) e Edmilson Rodrigues (PSOL) são os que se destacam nesse perfil. No entanto não há de se desprezar o percentual de 25,9% que disseram que nenhum da lista se enquadrava no perfil, indicando uma forte rejeição de políticos ou ausência de nomes capazes de se enquadrar no perfil.

Gráfico 02: Político que se enquadra no perfil

Fonte: Pesquisa de campo/Doxa.
QUE TIPO DE POLÍTICO VOCÊ NÃO GOSTARIA QUE GOVERNASSE BELÉM?

Em seguida, a pesquisa buscou saber “Que tipo de político você NÃO gostaria que governasse Belém?” O que a população NÃO quer é o político “corrupto”, “preguiçoso”, “pau mandado/sem pulso” e o que “não conhece Belém”. Essas são as principais características negativas que a população rejeita para o próximo prefeito de Belém.


Gráfico 03: Tipo de Político que a população Não quer

Fonte: Pesquisa de campo/Doxa.

De uma lista de 10 nomes, a pesquisa buscou saber quem se enquadrava nesse perfil negativo. Os três políticos da lista apresentada aos entrevistados com maiores índices são Duciomar, Jeferson Lima e Zenaldo Coutinho.

Gráfico 04: Político que se enquadra no perfil negativo

Fonte: Pesquisa de campo/Doxa.


Amanhã apresentaremos o potencial de apoio e rejeição de lideranças políticas à algum candidato que se apresente a concorrer à Prefeitura de Belém. Aguarde.

Serviço:


Empresas, Partidos e candidatos interessados em ter acesso ao resultado completo da pesquisa, entre em contato pelos telefones: 

(91) 3038.4808 (FIXO) 
(91) 98480.4191 (CLARO) 
(91) 98174-5995 (TIM/WHATSAPP)


segunda-feira, junho 08, 2015

Belém é capital com maior número de favelados do País: Um milhão de pessoas, ou seja, 55% da população



Violenta, suja, alagada, mal administrada e com sérios problemas e sem políticas públicas que amenizem a miséria, Belém está entregue ao crime e à violência, cada dia mais insuportável. Pra piorar, o futuro pode ser ainda mais insano.

A 18ª capital mais violenta do mundo, elegeu o deputado federal mais votado do Estado do Pará, um delegado de polícia, famoso "por matar bandidos". O calouro que chegou em Brasília e rapidamente se integrou à Frente Parlamentar da Segurança Pública, também conhecida como “bancada da bala” chama a atenção da imprensa com suas polêmicas e confusões, e por isso já é apontado, como um forte candidato ao cargo de prefeito de Belém, nas eleições que se aproximam.

No entanto, o Pará não é celeiro apenas de criminosos e justiceiros. Prova disso é a reveladora entrevista concedida por um juíz, publicada no jornal OLiberal desta segunda-feira (08), na qual revela de forma contundente que "o grande problema de Belém é a miséria presente no "favelão" que a cidade se tornou, tendo 55% da população da cidade morando nessas áreas, onde se falta tudo e a guerra às drogas não dá certo, porque só faz violar o direito das pessoas". Para ele, o resultado da política de repressão é a prisão em massa de jovens pobres e negros, o que não resolve nada, pelo contrário: Só piora.

As informações do juiz que vive a perversa realidade da capital paraense, contradiz não apenas deputados e senadores reacionários, ávidos em piorar cada vez mais a situação já caótica, mas também desmente as últimas declarações do governador Simão Jatene (PSDB) e do prefeito da cidade, Zenaldo Coutinho (PSDB), que sempre responsabilizam alguém, que não seja eles próprios e sua incapacidade de propiciar qualidade de vida à sociedade.

Leia a matéria publicada no portal ORMNews, tire suas conclusões e reflita se precisamos manter os atuais governantes ou trocá-los por policiais e outros "salvadores da pátria", com suas ideias mirabolantes, punitivas e em alguns casos, até assassinas.

"Audiência de custódia garante direitos fundamentais previstos na Constituição: ter um advogado, não ser torturado e ser ouvido imediatamente pelo juiz", defende o juiz paraense Flávio Sánchez Leão.

O juiz Flávio Sánchez Leão é o titular da 7ª Vara Criminal de Belém, mas responde também pela Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares, que cuida de todos os incidentes na fase de investigação policial. Foi dele, por exemplo, a decisão interlocutória que revogou, no último dia 3, as prisões preventivas de Paulo Francisco Martins Costa e Matheus Eduardo Carvalho de Moraes, envolvidos no assassinato de um estudante da Unama. Eles foram liberados por excesso de prazo nas prisões, depois que a Polícia indiciou um taxista que teria agido com dois adolescentes apresentados como autores do latrocínio. 

Em decisão anterior, o juiz Flávio Leão havia mantido a prisão dos dois acusados que agora liberou. Ele argumentou, então, que os dois haviam sido reconhecidos por sete testemunhas, quando os adolescentes apresentados pela Polícia não foram submetidos a esse procedimento, sendo um deles namorado de uma parente de um dos dois acusados presos. Para relaxar a prisão dos acusados agora, o juiz ponderou que a Polícia não os indiciou e prorrogou o inquérito policial, para o qual o Código de Processo Penal fixa prazo de conclusão em 10 dias, quando há acusados presos, tornando ilegal prisões que extrapolem esse prazo. 

O juiz citou, por fim, para justificar sua decisão, a Constituição, que estabelece como competência da autoridade judicial relaxar as prisões ilegais. “Na fase do inquérito policial ocorrem muitas situações em que a Justiça tem de intervir. Se a pessoa for presa em flagrante, o inquérito policial já se inicia ali, mas imediatamente o juiz tem que decidir se está legal ou não, se a Polícia lavrou corretamente o flagrante ou se abusou do poder e tornou o flagrante ilegal”, diz ele, ao explicar como se dá na prática a competência da Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares. 

Nesta entrevista, o juiz Flávio Sánchez Leão explica o que é audiência de custódia, analisa o recrudescimento da violência em Belém e no Pará, faz duras críticas à política de guerra às drogas e fala sobre a ação de milícias na capital.

O que é a audiência de Custódia?

É o direito do réu preso ser apresentado a um juiz no menor tempo possível. Em São Paulo, onde há a experiência pioneira, implantada em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estão adotando 24 horas. No Tribunal de Justiça do Pará, formamos um grupo de juízes, com mandado da presidência, e fomos eu, a dra. Ana Angélica (Abdelmassih) e a dra. Luana Santalices, verificar como está funcionando a audiência de custódia, pois estamos com o projeto de trazer a iniciativa a Belém.  

Isso está no Código de Processo Penal?

Está no Pacto de São José da Costa Rica, a Convenção Interamericana de Direitos Humanos; o Brasil assinou essa convenção e o Legislativo aprovou sua entrada em vigor no País. A partir do momento que o Brasil é signatário e o Legislativo brasileiro aprovou, a convenção de São José da Costa Rica passou a ser parte da nossa Constituição, tem o status de norma constitucional; então, respeitar o pacto é respeitar a Constituição brasileira e desrespeitar é também desrespeitar a Constituição. Esse direito do réu ser apresentado diretamente a um juiz nas 24 horas – ou no mais breve espaço possível depois que ele foi preso, é constitucional. E já é um direito dos réus e dos acusados em vários países do mundo. Nos Estados Unidos é assim, por exemplo. Não estava sendo colocada em prática no Brasil, mas acredito que vá brevemente ser transformado em lei esse direito. Nós, do Judiciário, estamos nos adiantando.

O que a audiência de custódia garante ao réu?

Com o juiz vão estar o defensor e o promotor. Então, dentro de 24 horas, o réu preso vai ver não só o juiz, mas o defensor público, coisa que não acontece no atual sistema. O Código de Processo Penal diz: a prisão em flagrante tem que ser comunicada à Defensoria Pública. Que é que a Polícia Civil faz? Remete aquela papelada, o defensor vai ler, mas não vai se entrevistar com o preso. Na audiência de custódia, tu trazes o preso ao Fórum e, de imediato, ele entra em contato com o defensor dele, ou o advogado que estiver aqui pela OAB, prestando um serviço, ou o advogado dele. Com essa entrevista, o defensor poderá formular ao juiz uma outra versão dos fatos se for preciso, um pedido de liberdade, vai estar mais preparado para tentar convencer o juiz se o cliente dele não deveria ser libertado naquele momento. A Constituição brasileira garante o direito à assistência de um advogado assim que a pessoa vai presa. É um direito escrito, mas não efetivado, porque defensores públicos não fazem plantão em delegacia. E nem a OAB manda advogados às delegacias, ficarem de plantão lá, esperando alguém ser preso. Ou seja, tem direito à assistência de advogado quem tem dinheiro para contratar um. Com a audiência de custódia se reverte isso, porque obrigatoriamente a Defensoria vai estar presente, junto com o juiz. O juiz é obrigado a conceder um tempo para que o defensor público se entreviste com o cliente e só depois se realiza a audiência.

E a estrutura para viabilizar?

Nós estamos com a engenharia trabalhando aqui no Fórum, montando as salas, porque não vai ser aquela audiência que o juiz dita e o escrevente digita. A audiência de custódia é gravada em áudio e vídeo, então precisa adaptar as salas. Precisa de espaço para funcionar, no Fórum Criminal, uma perícia do Instituto Médico Legal (IML) e esse é um terceiro aspecto da audiência de custódia: o direito à integridade física dos presos, porque é uma maneira de diminuir a tortura no País. A gente tem que ser franco e admitir que a tortura às vezes é até método de investigação policial aqui no Brasil, em grande parte dos casos. O médico vai estar lá com o juiz, na audiência de custódia, no Fórum, como é lá em São Paulo.

Então precisará de uma estrutura grande: juízes, defensores, promotores, médicos etc?

A gente precisa dos parceiros, Defensoria Pública, Ministério Público, IML, OAB, Susipe, PM, para poder trazer os presos ao Fórum. Não é, como muita gente pensa, soltar todo mundo. O critério continua sendo o mesmo: fica preso se o crime foi cometido com requintes que revelam concretamente, o autor, como uma pessoa perigosa para a sociedade. Quem cometer crimes e não seja reincidente, que seja de menor gravidade, pode responder ao processo em liberdade. Esse negócio de dizer que audiência de custódia foi feita para soltar todo mundo, não é verdade. Audiência de custódia garante direitos fundamentais previstos na Constituição: ter um advogado, não ser torturado e ser ouvido imediatamente pelo juiz.

No Brasil, as cadeias estão superlotadas, os crimes não diminuem e a Justiça está assoberbada de processos, como se resolve a equação da violência no País?

Eu gostaria de falar de Belém, em vez de falar do Brasil como um todo, se bem que tem relação uma coisa e outra. (O juiz mostra um mapa da chamada “zona vermelha” na Região Metropolitana de Belém, no Facebook). Tá vendo isso aqui: Jurunas, Guamá, Terra Firme. Oitocentas mil pessoas moram aí nessa favela. Virou uma favela só. O Jurunas emendou com o Guamá, que emendou com a Terra Firme, até chegar em Ananindeua. Tem mais de um milhão de pessoas morando aí nesse ‘favelão’. Belém é a capital com maior número de favelados do País, mais de 55% das pessoas moram em favelas no Jurunas, Guamá, Terra Firme; Marituba tem 77% da população morando em favelas, nas baixadas, onde não há condições nem de higiene, nem de saneamento, nem de vida, nem de coisa nenhuma. E essa favela só faz aumentar. Ananindeua tem 60% de favelados. Querem procurar as razões dos crimes onde, afinal de contas? A razão está aqui. Cada dia que passa, mais a miséria aumenta nesses bairros, baixadas que são favelas subumanas. É uma questão de números, não é filosofia, não é ciência, não é política, nem sociologia. É matemática. O Judiciário vai consertar isso? O que vai consertar são políticas públicas para tirar as pessoas dessas condições de vida. E políticas para melhorar o nível econômico da população. Mas o Judiciário vai ficar de braços cruzados, esperando acontecer cada dia que passa mais crimes? Também não! Crimes que são cometidos com maior gravidade, quando o criminoso revela periculosidade concreta à sociedade, aí a gente tem que deter esse cara, decretar a prisão preventiva, não pode deixar ele solto. Se eu colocar desde o início do processo uma pessoa que furtou um cordão na cadeia, mais fácil esse que furtou aprender a ser bandido na cadeia, onde vai se misturar com organizações criminosas; porque furtou um cordão vai sair de lá pronto pra pegar num fuzil e assaltar banco ou garantir a venda de cocaína, nas bocas.


E a política de guerra ao tráfico, pois se diz que a droga avança em meio à miséria das baixadas. Como se aplica a Justiça numa situação conflagrada?

Essa política de guerra às drogas está fracassada, porque, embora tenha se gasto milhões de dólares para armar a polícia e o combate ao tráfico, não diminuiu o número de consumidores e traficantes. No México, ao lado dos Estados Unidos, o tráfico domina os governos municipais. Vimos o assassinato de mais de 30 estudantes pelo tráfico, não faz muito tempo, todo o povo do México se levantou para protestar, porque os assassinos iam sair impunes por suas ligações políticas. No Brasil, além de não dar resultados, a guerra às drogas tem propiciado o encarceramento em massa da juventude pobre e negra do País. O resultado prático dessa filosofia e justificativa da guerra às drogas é transformar as favelas, onde vivem as pessoas pobres, em território de guerra. Então, a polícia entra  como se estivesse numa operação de guerra. Direito constitucional de inviolabilidade do domicílio? Não existe isso na favela. Já vi aqui no Fórum um pintor, estava pintando a casa do traficante, exercendo a profissão dele, foi contratado, ficou um ano preso. Vizinho de traficante a gente vê constantemente preso. Se o cara se assustar e correr, vai preso. Mulheres, filhas, irmãs, primas dos traficantes, todas presas. Quase 70% das mulheres presas no Brasil é por causa do tráfico de drogas. Qual é a força de reação que uma mulher tem dentro de uma favela, para dizer que não quer droga perto de sua casa, perante uma sociedade machista e opressora? Aí tu vês as prisões lotadas de mulheres, acusadas de tráfico, muitas delas estavam lá no meio da situação social. A guerra às drogas propicia que tu percas direitos. Em guerra, tu vais pedir pra alguém para entrar na casa e ver se tem inimigo lá? O juridicamente correto seria: ‘eu tenho desconfiança que ali naquela casa existe tráfico de drogas, mas eu não tenho certeza’. Aqui, no Fórum, tem um juiz de plantão 24 horas por dia, tem que pedir um mandado judicial pra ver se pode entrar na casa daquele cidadão e avaliar se existe realmente razão suficiente, para que se faça uma busca na casa da pessoa, e o juiz vai deferir ou não a busca. Quando a Polícia invade, se encontrar é flagrante; e se não encontrar? 

É a invasão de domicílio?

A gente vê muito isso aqui no Fórum. Um dia, tive uma audiência, estava escrito assim: ‘havia uma denúncia anônima de que tinha tráfico naquela casa, nós fomos lá, pedimos para o proprietário para entrar e o proprietário permitiu. Nós entramos e encontramos a droga escondida no banheiro’. Comecei a verificar nos processos: a maioria dos casos a polícia conta que o próprio morador deixou a polícia entrar na casa. Se o morador deixa a polícia entrar na casa, deixa de ser ilegal a diligência, porque não é mais invasão de domicílio. Daí vêm dois, três, quatro policiais e contam a mesma história. ‘Ele permitiu que a gente entrasse. Deu autorização’. Comecei a ver que aquilo era meio fora de lógica. Se o cara tinha droga na casa dele, por que ele iria permitir que a Polícia entrasse? Se a Polícia pergunta se pode entrar ou não, ele poderia dizer que não podia, porque a consequência seria ser preso. Daí eu resolvi perguntar a alguns policiais, nas audiências, o que é que aconteceria se a pessoa dissesse ‘não, você não pode entrar na minha casa’, já que, segundo a Polícia diz nos processos, ela pede permissão para entrar na casa; eu queria ver se eles respondiam que, nesse casos, viriam ao juiz pedir o mandado judicial. Sabe o que eles me responderam, mais de um policial: ‘doutor, eles nunca se recusam a deixar a polícia entrar na casa deles; toda vez eles deixam, eles autorizam a gente entrar, nunca aconteceu de um morador se recusar a deixar a polícia entrar’. É óbvio que não dá para acreditar numa história dessas, não é assim que funciona. Essa política de guerra às drogas, ela identifica o povo pobre como inimigo e vários direitos são suprimidos. Isso não leva a nada, porque não diminui a quantidade de traficantes e nem de violência. O número de pessoas mortas nessa guerra às drogas, em confronto direto com a Polícia ou por bala perdida, é muito maior que o número de overdoses que a droga causa. Então, não compensa fazer a guerra às drogas, porque tu queres preservar a vida das pessoas, mas vais preservar com uma guerra cujas baixas fatais são maiores que o número de overdoses que a droga provoca?

O senhor vislumbra alguma flexibilização no trato dessa questão das drogas?

Não tenho certeza sobre qual proposta defender, se fazer a mesma coisa que fizeram em Portugal, no Uruguai, que é a liberação do consumo de determinadas drogas, ou se é uma regulamentação desse consumo, mantendo logicamente o tráfico como crime, porque, ainda que se possa regulamentar ou descriminalizar o consumo de determinadas drogas, sempre vai haver o traficante que quer vender sua mercadoria por fora até mesmo dessa regulamentação. O traficante não deixa de ser um capitalista em busca de lucro, ele vai perder freguesia, vai entrar numa crise no negócio dele. Então, não sei se isso seria uma forma mais eficaz do que a guerra às drogas, porque não sei se isso dá certo - a regulamentação ou a liberação. Mas eu sei que a guerra às drogas não dá certo, porque só faz violar o direito das pessoas.

E as milícias em Belém?

Isso aí é outra coisa que aqui está tendo também agora. É mais grave ainda, talvez. Existem alguns inquéritos, mas estão sob segredo de Justiça e eu não posso falar concretamente, dar detalhes, mas existem identificados alguns grupos de milicianos aqui em Belém, criminosos envolvidos com alguns ex-policiais, que chegam e dominam os bairros, nessas áreas vermelhas, nas favelas e baixadas, no Guamá existe claramente ação de milícias, na Terra Firme também, mas eu não posso dar detalhes, não dá pra falar, tem investigação, eu decretei algumas prisões e algumas pessoas já foram presas.

Porque os jovens estão se afastando do PT?



Texto e fotos de Raul Galhardi, no Portal Fórum.

Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha em março deste ano, a preferência dos eleitores pelo PT atingiu seu menor nível desde 1989 e a situação é pior entre os jovens de 16 a 24 anos, faixa em que, pela primeira vez, o partido foi ultrapassado pelo PSDB. Integrantes da legenda avaliam o cenário

O PT está em crise. Se em 2014, durante a campanha eleitoral do segundo turno, o partido pareceu ter ressuscitado sua relação com a militância, criando momentos de intensa mobilização como o comício realizado na PUC de São Paulo em outubro daquele ano, hoje o partido encontra-se recuado e dividido. A situação é particularmente problemática entre os jovens, historicamente mais simpáticos à legenda.
Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha em março deste ano, a preferência dos eleitores pelo PT atingiu seu menor nível desde 1989. Apenas 9% disseram preferir a sigla, enquanto em março de 2013 esse percentual alcançava 30%.

A situação, entretanto, é pior entre os jovens de 16 a 24 anos. Pela primeira vez, o PT foi ultrapassado pelo PSDB. A pesquisa mostra que 6% preferem os tucanos e 5% os petistas. Em 2014, os petistas possuíam 15% de simpatia nessa faixa etária, enquanto os tucanos tinham 5%.
Nos dias 22 e 23 de maio aconteceu em São Paulo a etapa estadual do 5º Congresso do PT. O encontro, que ocorreu na Quadra dos Bancários no centro da cidade, teve como objetivo debater a conjuntura estadual e nacional, refletir sobre o atual momento e apresentar propostas que serão encaminhadas ao 5º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, que terá lugar em Salvador entre os dias 11 a 14 de junho.

O cenário era do encontro era de desolação. Na sexta-feira, quando era esperada a presença do ex-presidente Lula, que faltou ao evento, apenas metade das cadeiras estava ocupada por filiados e simpatizantes. No dia seguinte, a situação foi ainda pior: cerca de dois terços dos assentos encontravam-se vazios. Dentre os participantes que ali se encontravam, poucos eram jovens.

Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, fez um balanço que retratou bem a situação do partido. “Como fundador e alguém que militou 35 anos no partido, nunca vi uma reunião do PT tão vazia como essa. Vazia ontem, quando se anunciava que Lula viria. Esvaziada hoje, quando no passado se disputava um crachá. Isso é um sintoma grave de uma crise que nos atinge de forma objetiva e subjetiva”, disse ele ao abrir os trabalhos de uma das mesas de discussão do Congresso.

Um cenário incomum comparado a eventos anteriores do partido.
Rodrigo Cesar, 29 anos, membro da direção estadual da Juventude do PT de São Paulo e da corrente do partido Articulação de Esquerda, diz que a sigla poderia ter evitado essa queda de popularidade entre a juventude se tivesse aproveitado as manifestações de 2013. “Teve queda em 2013, mas foi menor, de 24% para 19%. Isso quer dizer que o movimento daquele ano não era ruim para nós. Ele fazia críticas que nós fazíamos às instituições falidas desse Estado burguês. Agora, se nós queremos nos colocar na posição de ‘vidraça’, essa é uma opção nossa.”

Para Paulo Costa, funcionário público e integrante da corrente Novo Rumo para o PT, a juventude petista fala muito a “linguagem dos velhos”. “Muitos jovens do partido têm o mesmo discurso dos fundadores da década de 80 e a molecada de fora não consegue se enxergar aqui dentro.”

A estudante de Direito Tamires Gomes Sampaio, 21 anos, integrante da corrente Construindo um Novo Brasil, acredita que a crise política não é problema apenas do PT, mas da esquerda como um todo. “A juventude está se afastando dos movimentos tradicionais, mas está se organizando e nós vemos cada vez mais coletivos surgindo”. Ela diz militar no movimento estudantil e também em coletivos de estudantes negros, prounistas e feministas, além de outros coletivos horizontais.

“O PT precisa aprender com as novas formas de expressão dos jovens”, disse à VICE o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. Para ele, a juventude atual se organiza mais por temas do que por organizações.

Um dos papéis que o partido precisa assumir, segundo o ex-ministro, é “tornar-se protagonista no enfrentamento ao genocídio da juventude negra”. “Um passo para isso consiste na derrota da proposta de redução da maioridade penal que está sendo discutida no Congresso Nacional”, defende.

Diante desse panorama, a presença de Gabriel Rodrigues dos Santos, 16 anos, destoava entre os participantes do encontro estadual do partido. O adolescente, que está filiado ao PT há um ano, disse que estava ali porque esperava “novas propostas para barrar o PL 4330/04 (lei que trata da regulamentação das terceirizações)” e que acreditava que o PT fosse melhor do que os outros partidos “por causa do Lula”. Ele mora em Carapicuíba e participou de outros dois encontros municipais do partido em Osasco.

Gabriel Rodrigues dos Santos, 16 anos, espera “novas propostas para barrar o PL 4330/04 (lei que trata da regulamentação das terceirizações)”
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), Carlos Manhanelli, a informação hoje se encontra mais disseminada e os jovens possuem maior acesso a ela em diversos meios, o que permite a eles analisarem melhor o que é do seu interesse. Um partido que queira se aproximar desse grupo precisaria apresentar uma ideologia que satisfizesse a sua vontade de participar da vida política da sociedade.

“O principal é ter o que falar. Vamos defender um ajuste fiscal, que acaba restringindo o acesso ao seguro-desemprego, quando a gente sabe que a mais alta taxa de rotatividade de emprego é entre os jovens? Como é que a gente vai falar pros jovens ‘venham para o PT’? Isso cria uma contradição muito grande”, argumenta Rodrigo Cesar.

Mas para ele existe uma solução para a sigla e ela apareceu no segundo turno das últimas eleições. De acordo com o membro da Articulação de Esquerda, foi a polarização do debate que fez com que Dilma virasse o jogo. “Nós íamos perder de lavada entre os jovens. Por que nós conseguimos reverter essa derrota? Porque a gente politizou o debate mais do que em muitos anos de gestão do governo Lula e Dilma por opção de fazer um programa à esquerda”, conclui o jovem militante petista.

domingo, junho 07, 2015

Pesquisa Doxa revela a intenção de voto e o que pensa o eleitor de Belém



Com a 'moral' de ter sido o único instituto a ter feito pesquisas registradas no TRE-PA e acertado o resultado das últimas eleições do Estado do Pará, onde o governador Simão Jatene​ foi eleito, assim como no mês passado, ter realizado pesquisa nas vésperas das eleições suplementares, no município de Igarapé Miri, onde conforme foi apontado pelo levantamento feito, Roberto Pina​ foi eleito prefeito da cidade, a "Doxa" fez esta semana, uma pesquisa quantitativa que revelou números inéditos sobre a impressão popular, em relação aos nomes que estão sendo apresentados como possíveis candidatos ao cargo de prefeito da capital paraense, nas eleições municipais de 2016.

As quase 50 perguntas feitas em todos os distritos administrativos de Belém, analisaram e revelaram o perfil  do próximo prefeito, pretendido pelo povo. 

Termos como “honesto”, “trabalhador”, “conhece os problemas de Belém”, “jovem”, “experiente”, “não político”, “autoridade/pulso firme”, “democrático”, são alguns dos conceitos que foram mostrados aos entrevistados, que puderam fazer sua livre escolha. Também medimos os aspectos negativos, isto é, “QUE TIPO DE POLÍTICO VOCÊ NÃO GOSTARIA QUE GOVERNASSE BELÉM?”.

Além disso, trabalhamos com os seguintes conceitos negativos “corrupto”, “preguiçoso”, “pau mandado/sem pulso/fraco”, “político profissional”, “sem experiência”, “o que não conhece Belém”, “ditador”. Os entrevistados também responderam o que acham de cada pré-candidato apresentado pela pesquisa e registrou quais se encaixam em cada perfil traçado pelos populares, de variadas perfis sócio-econômicos, idades e locais de moradia.

Diante da turbulência política, de corrupção, de violência, de mudanças no cenário econômico brasileiro, e, pensando nas eleições 2016, a Doxa Pesquisa foi à campo para aferir o que pensa o eleitor belenense sobre esses temas. É um estudo aprofundado para entender como esses temas estão impactando na decisão do eleitor e pra onde caminha esse voto. A Doxa extraiu o perfil do próximo prefeito de Belém. 

Vários atores políticos foram testados. Perguntas como “você se sente representado pelos políticos de Belém?”. Buscando o porquê dessa afirmativa, foram aferidas a percepção do eleitorado sobre os principais partidos da futura disputa, tais como o PMDB, o PT e o PSDB

A avaliação do resultado deixará muita gente que acha que já sabe quem será o eleito, de cabelo em pé e é notório que as eleições de Belém, acabam influenciado as eleições estaduais de 2018. Por isso, partidos, empresários e candidatos que quiserem sair na frente, já podem saber por onde e com quem começar a investir.

Temas relacionados à legalização de drogas ilícitas e da violência que impera em Belém, também foram consultados, assim como a impressão dos cidadãos, sobre quais são os maiores problemas que a cidade enfrenta, prestes a completar 400 anos de fundação.

Quem quiser ter um retrato fiel do que pensa o eleitorado, sobre esses e outros assuntos, é só entrar em contato para obter as informações detalhadas.

Serviço:

Empresas, Partidos e candidatos interessados em ter acesso ao resultado completo da pesquisa, entre em contato pelos telefones: (91) 3038.4808 (FIXO) / (91) 98480.4191 (CLARO) / (91) 98174-5995 (TIM/WHATSAPP).

   

terça-feira, junho 02, 2015

Mariana Godoy deixa a Globo e revela a censura e os bastidores das notícias contra Dilma


"Eu Não vou à manifestação, eu não bati panela", diz Mariana Godoy, que não vê sentido nos ataques a Dilma. 
Depois de passar metade de sua vida trabalhando na maior emissora de televisão brasileira e com uma franqueza rara, porém contundente, Mariana Godoy revelou como se processam as informações e os ponto de vista expostos no jornalismo da Rede Globo. 

Com classe e ética, demostra um alívio por agora ter liberdade em poder fazer o jornalismo como ele deve ser. Além disso, dá sinais da admiração que tem pela presidenta Dilma e da forma com que a população é levada a ter ódio. Em outra entrevista ela que ela já havia dito: “Eu não vejo sentido nesse ataque, nessa agressividade, eu vi muitos palavrões, palavras de baixo calão e ofensas totalmente inoportunas. Fiquei triste de ouvir de um político do PSDB: ‘eu quero ver a Dilma sangrar’. Esse negócio de sangue nos olhos é feio, é doido, porque eu não quero que ela sangre”, declarou.

Assista a entrevista da primeira jornalista a fazer declarações tão reveladoras sobre a Rede Globo:




Belém convida o ativismo digital brasileiro para o II AmazonWeb

Por do Sol na orla da Baia do Guajará, em Belém do Pará. 

Belém é uma megalópole fincada no seio direito da amazônia brasileira, que traz a contradição no corpo e n'alma de seu povo, tanto os herdeiros dos nativos, quanto dos que fizeram deste solo, frutífero e de clima tropical que queima e umidifica, seu habitat surreal. 

Se o asfalto encobriu as pedras portuguesas trazidas pelos invasores que colonizaram a cidade e ergueram estranhas catedrais, sob os escombros das ocas tribais que aqui vivam em paz, com a mãe natureza, o mangue sucumbiu primeiro.

As centenárias mangueiras que adornam e fazem a sobra que alivia o calor do centro da pólis, com suas peças trazidas da Europa, quando o ciclo da borracha era pulsante e ostentava riquezas e caprichos dos burgueses, ainda que velhas, trazem o charme para os poucos quilômetros por onde a berlinda desliza no mar de gente que toma suas principais avenidas, todos os meses de Outubro, onde milhões de rezadores em busca de seus milagres e rendendo agradecimentos em forma de promessas, inundam a cidade que exala maniva, tucupi e outros ingredientes indígenas, que hoje encantam os chefs da alta culinária internacional.   

Em meio ao espetáculo da natureza (física e humana) e do caos urbano, Belém será novamente palco do II AmazonWeb, o Fórum do Ativismo Digital da Amazônia.

Saiba o que foi e conheça A Carta da Amazônia, aprovada no I AmazonWeb.




#PutaDei2015Belém



Há muitas lendas sobre as borboletas e uma delas conta que se você, suavemente, capturar uma, sussurrar um desejo para ela e, em seguida, deixá-la ir, ele se realizará. Acredita-se que as borboletas transformam sonhos em realidade. Mas, infelizmente, algumas delas são presas e silenciadas.

Assim como as borboletas, nós, trabalhadoras do sexo, muitas vezes somos silenciadas por causa da falta de entendimento, opressão e estigma na sociedade. Desse modo, somos impedidas de transformar em realidade um sonho em comum para todos: viver em uma sociedade sem discriminações.

E nessa simbologia o PutaDei 2015 propõe ampliar as vozes oriundas das esquinas e que lutam por liberdade e por direitos. Uma luta diária pela dignidade, reconhecimento do ofício perante a legislação brasileira e garantia de seus direitos.

O dia 2 de Junho consegue agregar diversas formas de manifestações que perpetuam o grito das mulheres francesas realizado em 1975 e, atualmente, das prostitutas daqui do bairro da Campina, da Região Metropolitana de Belém e de nosso diverso Brasil. E também como o de todas as mulheres que sofrem repressão no mundo inteiro por serem mulheres, prostitutas e trabalhadoras.

A HISTÓRIA DO EVENTO

O PutaDei se tornou um dia conhecido nacionalmente e, em suas três edições, pretendeu a reconstrução cotidiana e positiva das prostitutas. No primeiro ano, em junho de 2012, foi significativo em apresentar a construção do Núcleo de Comunicação, criar o Blog das Esquinas e lançar a primeira Campanha “Não deixe a Luz da esquina se apagar”.

Tudo isso foi um envolver de parceiros do bairro da Campina em uma programação que aconteceu em vários espaços culturais que existem nesse famoso quadrilátero da zona em Belém, com o intuito de agregar e de quebrar estigmas.

Em Junho de 2013, fomos além de nossas esquinas, a palavra foi Multiplicidade, um mosaico de diferenças e heterogeneidades. Em sua realização abrimos portas para que todos se sintam construtores deste grupo e deste ato político.

Teve debates, atos que uniram a arte e cultura, reflexões com as putas, ativistas e comunicadores. Foi um convite para endossar esse grito pelo fim do preconceito e por melhorias para a classe.

Em junho de 2014, o Puta Dei Brasil seguiu além das esquinas paraenses e ocupou algumas localidades como Minas, Rio de janeiro, Niterói, Campinas, São Paulo e quem mais quis participar. Assim, houve uma busca na afirmação e ressignificação da relação da classe com a sociedade.

Este ano, com o tema #ZeroDiscriminação: Junte-se a transformação, vamos ousar e propor zerar a discriminação, que é fruto da falta de informação. Assim, podemos construir juntos o nosso Puta Dei deste ano, que acredita e defende a multiplicidade.

Texto: Ascom Gempac.

Vai ter troco: Belém tem negada novamente a chance de ser melhor e mais bela


O espaço era onde funcionava o antigo órgão responsável pela fiscalização municipal. Uma reforma em 1985, deu à construção em estilo neoclássico, o papel de restaurante e espaço cultural da cidade. Depois virou um espaço misto, de múltiplos usos: abrigava o Museu do Índio e parte da administração da Feira do Ver-o-Peso, servindo também de base para guardas municipais e tinha banheiros abertos 24 horas por dia, geridos por uma cooperativa.

Apesar de ter sido tombado como patrimônio histórico e cultural, o Solar da Beira estava abandonado, sujo e sendo usado como esconderijo de assaltantes, para consumo de drogas e até estupros.

Aí um grupo de produtores culturais, resolve lavá-lo e ocupá-lo e o espaço que faz parte do Complexo do Ver-o-Peso, desde o último dia 08 de maio, foi reconfigurado com uma intervenção artística, que promoveu cursos, oficinas, aulas públicas, espaço de convivência artística, com exposições, shows e apresentações de teatro, fotografia, cinema e música. Recebeu inúmeras caravanas de escolas públicas e de universidades da Região Metropolitana de Belém.

Um blog e uma página de evento no Facebook foram criadas para mobilizar e divulgar a programação que foi se construindo de forma auto-gestionada e colaborativa, com a seguinte mensagem de apresentação:

De 09 a 17 de maio o Solar da Beira, na feira do Ver-o-Peso, será mais uma vez ocupado! É o Solar das Artes, que envolve mais de cem artistas em um movimento de afeto, política e contestação sobre o uso dos espaços públicos em Belém. Serão propostas diversas ações político-culturais completamente gratuitas para a comunidade da feira e os públicos em geral. Múltiplas linguagens e experiências urbanas.









Num gesto insano, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, insatisfeito com a nova utilização do espaço, entrou na justiça e ganhou, na famosa e conservadora justiça (?) paraense, o direito de reiteração de posse do local, que é público, mas envergonhava o principal cartão postal e ponto turístico de Belém: O ver-o-Peso.


A matéria publicada no jornal Diário do Pará dá conta do fim da brincadeira cidadã: 

Foram 19 dias de ocupação no Solar da Beira, um velho casarão entregue à ação do tempo no Ver-o-Peso. A arma usada foi a arte para combater o abandono, o desprezo, a falta de zelo com o patrimônio público, com nossa história e memória. Se a prefeitura não fez, a sociedade tomou as rédeas, movida por um impulso de que a arte salva. Mas nesta segunda-feira (1º), às 9h, essa primeira batalha chega ao fim, ainda sem um final feliz.

Neste horário, cerca de 115 artistas que se revezavam nessa ocupação do Solar da Beira saem definitivamente do local, depois de uma programação de desocupação que iniciou às 19h de domingo com uma intensa programação cultural. Mesmo com a saída espontânea, eles receberam ontem uma ordem de reintegração de posse expedida pela juíza Margui Bittencourt.


Porque um prefeito que se elegeu com a promessa de devolver à cidade, seu potencial turístico, ao invés de incentivar a ação dos produtores, artistas e ativistas que ocuparam e produziram arte e cultura de forma marcante, pode ter a coragem de embargar a ação cidadã e expulsá-los do local?

Teria sido o temor de que este fato, entre tantos outros, servir de arma contra sua reeleição, já que vivemos em um sistema político mesquinho e extremamente polarizado, onde qualquer vacilo é amplificado ao máximo? 

Se pensou em se proteger disso, não teria sido mais inteligente, diplomático e civilizado, que ao invés de ter solicitado à justiça a reintegração de posse do local, ter recebido uma comissão dos ocupantes e assinado um acordo de utilização do espaço até que coloque seu plano de revitalização do Solar da Beira, dando assim a chance de Belém ter por mais alguns dias, um local público que inspirava e transbordava por suas 'beiras', o que temos de melhor e mais belo em nossa cidade? 

Tens twitter? O meu é @JimmyNight

Para quase metade dos brasileiros, imprensa é pessimista

Florestan: Minha dúvida é saber quem vai acabar primeiro: a indústria da comunicação ou o partido que eles tanto odeiam.

Confira o artigo "Ibope confirma terrorismo da mídia" no blog do Altamiro Borges.

O Ibope Inteligência publicou na semana passada os resultados de uma pesquisa que comprovam o poder destrutivo da mídia nativa. O instituto sondou a percepção dos brasileiros sobre a realidade do país. Quase a metade dos entrevistados afirmou estar pessimista com o futuro. O interessante é que a maioria demonstrou profundo desconhecimento sobre a economia, o que levou o insuspeito Ibope a concluir: “Os veículos de comunicação podem ter culpa no sentimento de pessimismo dos brasileiros: 41% acham que a imprensa mostra uma situação econômica mais negativa do que o próprio entrevistado percebe no seu dia a dia, contra 28% que discordam dessa posição”.

Segundo matéria postada no site do instituto na sexta-feira (29), 48% dos sondados “dizem que estão pessimistas com o futuro do Brasil. Os otimistas somam 21%, enquanto 28% não estão nem otimistas nem pessimistas e 2% não sabem ou preferem não responder. Os entrevistados também foram questionados quanto às áreas nas quais o país tem os maiores problemas. A saúde aparece em primeiro lugar, quando somadas às três principais menções dos entrevistados, com 61% das citações. Na sequência estão segurança/violência (37%), drogas (35%), educação (34%) e combate à corrupção (27%)”. Até ai nada de anormal. Afinal, o Brasil não é mesmo um paraíso e padece de inúmeros e crônicos problemas.

O interessante é quando o Ibope pergunta sobre desemprego ou inflação. Demonstrando total desinformação, “boa parte dos brasileiros (43%) acha que a inflação atual é maior do que era no governo de Fernando Henrique Cardoso, contra apenas 22% que pensam o contrário. No fim de 2002, último ano de FHC na presidência, o IPCA foi de 12,5% [bem superior ao do governo Dilma]. A maioria dos brasileiros também desconhece a atual taxa de desemprego do país, que foi de 6,4% em abril”. No triste reinado dos tucanos, o desemprego bateu recordes, beirando os 20% da População Economicamente Ativa. Daí a conclusão do Ibope de que a mídia “pode ter culpa no sentimento de pessimismo dos brasileiros”. Pode?

No governo neoliberal de FHC, jornalões, revistonas e emissoras de rádio e tevê bajularam a política econômica rentista e justificaram os altos índices de desemprego, a regressão trabalhista e o congelamento dos salários. Já nos governos Lula e Dilma, as manchetes sempre são terroristas. Os urubólogos de plantão – alguns deles com notórias ligações com os abutres do capital financeiro – só realçam os aspectos negativos e escondem os avanços na geração de emprego e renda e nas políticas sociais nos últimos 12 anos. Esta onda terrorista amplia o pessimismo na sociedade e afeta o próprio crescimento da economia. Ela atinge inclusive as empresas de comunicação, que perdem anunciantes e demitem jornalistas.

A opção pelo terrorismo econômico é política – em detrimento dos próprios negócios empresariais. Como observou o jornalista Florestan Fernandes Júnior, em postagem em sua página no Facebook nesta segunda-feira (1), esta linha editorial chega a ser suicida. Vale conferir seu texto:

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Segundo o Ibope: 41% dos brasileiros acham que imprensa mostra uma situação econômica mais negativa do que a realidade. Pra não entrar na TPN (tensão pré-noticia) agora sou seletivo no que vejo, leio e escuto. Revistas e jornais, dou uma folhada rápida, rádios só de música, telejornais o Repórter Brasil, o do Heródoto Barbeiro na Record News e às vezes o Jornal da Record. Passeio o dia inteiro pelos portais rindo das manipulações grotescas de alguns deles. 

Nossa imprensa faz tempo abriu mão do bom jornalismo, de maneira geral virou panfletária e presta um desserviço para a Nação. A boa informação é um direito do cidadão em qualquer país civilizado do planeta, menos aqui. Os senhores da comunicação estão atirando no próprio pé, o pessimismo alardeado por eles levou a um corte nas campanhas publicitarias. Resultado: demissões em massa nas redações, empresas de comunicação fechando ou sendo vendida para igrejas evangélicas. Minha dúvida é saber quem vai acabar primeiro: a indústria da comunicação ou o partido que eles tanto odeiam.

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segunda-feira, junho 01, 2015

Dúvidas sobre o real motivo da morte de professor paraense em greve

Porque chamar de boato uma probabilidade que poderia ser considerada e porque não dizer, deveria ser averiguada?

Pairam dúvidas sobre o que poderia ter desencadeado o infarto fulminante, que ceifou a vida do professor Aldyr Araújo, na manhã deste sábado (30). Há suspeitas de que sua morte esteja associada ao processo de tensão, com que a situação de greve que ele e muitos professores vivenciaram sexta-feira (29), ao receberem seus contra-cheques com descontos. 

O fato, considerado pelo SINTEPP como uma retaliação do governo contra a greve, revoltou milhares de educadores paraenses, que convocados pelo sindicato, foram no mesmo dia ao Hangar, protestar contra a medida. Lá, chamaram o governador de ladrão e conseguiram a promessa de suspensão dos descontos em folha.

Avaliando a repercussão do caso e os inúmeros comentários expostos nas redes sociais, o blog se pôs a pensar: Por acaso, já foi expedido algum laudo ou declaração de especialistas dizendo que o infarto fulminante não pôde ser motivado por fortes emoções e acúmulo de estresse?

A medicina nos mostra casos muito parecidos, onde mesmo sem ninguém notar, pessoas morrem de forma silenciosa e praticamente sem reações facilmente notáveis. Por isso, é possível dizer que nem mesmo seu familiares, não teriam condições de afirmar, se o professor foi vítima ou não de um processo desencadeado por estresse, muito menos os leigos sindicalistas que propagam a todo custo a tese de que isso é boato.

Porque chamar de boato uma probabilidade que poderia ser considerada e porque não dizer, deveria ser averiguada?

Algum receio?

Há quem compartilhe da opinião de foi um covardia e falta de respeito e consideração, por parte de alguns diretores do SINTEPP, que usaram seus perfis nas redes sociais para fazerem insinuações e acusar setores da imprensa paraense de terem criado "boato" sobre a morte do professor, sendo que a informação surgiu de amigos que conviveram e sabiam que a saúde de Aldyr não constava de nenhum problema e o quanto ele era ligado, sensível e atuante nos processos de luta da categoria.

Entre as grandes empresas de mídia existentes no Estado, apenas uma noticiou o ocorrido (leia aqui e aqui), neste caso, a Rede Brasil Amazônia de comunicação, com sua TV de mesmo nome, o jornal Diário do Pará e seu portal, o Diário OnLine, os únicos que dão voz e espaço ao SINTEPP, em suas lutas contra o poder de comunicação dos governos estadual e municipais, assim como os grupos de comunicação aliados destes, nas greves ocorridas nos últimos anos. Até agora o blog não tem certeza se houve alguma nota publicada nos jornais Amazônia Jornal e OLiberal, mas percebeu que na TV, o Jornal Liberal 1ª edição, que em tese deveria mostrar o caso, mas não o fez.

Na opinião deste blog, tanto o governo, quanto a direção do sindicato, não possuem argumentos científicos e muito menos, o mínimo interesse em debater este assunto, talvez com receio de que esta tese, caso seja melhor apurada, e confirmada, os coloquem em situação delicada e de co-responsabilidade pela morte prematura do educador.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...