terça-feira, janeiro 03, 2017

O adeus à profª Luíza Vasconcelos



Por Diógenes Brandão

É com profunda consternação que o blog traz a nota de falecimento da professora da rede estadual de ensino público estadual, Luíza Vasconcelos. Militante, teve uma vigorosa atuação no Movimento Estudantil presidindo o Centro Acadêmico de Pedagogia da UFPA e compôs a executiva nacional do curso de pedagogia, tendo também sido diretora da área de educação do DCE-UFPA.

Foi secretária de Educação do município de Chaves, por mais de dois mandatos e também secretária de Educação do município de Portel, municípios da ilha do Marajó, onde o IDH e as condições de vida da população requerem de pessoas comprometidas, como foi a professora Luíza.

Lu, para os amigos próximos descobriu um câncer e lutou com este até onde foi possível. Sua matéria descansará, mas seu espírito jovem, bondoso, alegre e esperançoso permanecerá entre quem a amava.

Conheci a Lu através de uma das suas principais amigas, a também professora Socorro Coelho, com quem presenciei o momento em que ela descobriu a doença da amiga. Foi a primeira vez que vi essa guerreira, que é a Socorro, chorando e com o coração ferido.

Lu dedicou parte significativa de sua vida em defesa da educação pública, como cidadã e servidora pública concursada da SEDUC. Agora cabe-nos despedirmos dessa amiga que deixará o seu legado, a amizade fiel, a luta por uma educação universal, pública e de qualidade e um sorrido encantador, de quem possuía a estranha mania de ter fé na vida.


Os familiares informam que o corpo de Luíza Vasconcelos está sendo velado na capela GOOD-PAX (Travessa Lomas Valentinas entre Duque e Vinte e cinco) e terá seu sepultamento às 14h desta terça-feira (03), no Parque das Palmeiras (BR 316 Km15, próximo ao antigo Círculo Militar).

Lei do Aécio: Tucanos criticam uso de avião por governador petista



"A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude." A frase do pensador francês François La Rochefoucauld data do século XVII, mas se faz mais do que atual para uma análise sobre o discurso dissimulado da oposição ao Governo Pimentel em Minas. Não é novidade que, desde o seu início, em janeiro de 2015, o governador enfrenta toda a sorte de ataques e artimanhas por parte do grupo derrotado nas eleições, que é movido por um único objetivo: inviabilizar a atual gestão.

No mundo do quanto pior melhor, vale tudo; de mentiras, calúnias e meias verdades, a disseminação do medo e incitação da revolta. A estes, pouco importa a incoerência, ao atacarem justamente o que praticaram ou apoiaram no passado. Apostam na memória curta do povo e contam com o discurso do ódio para embotar ainda mais a capacidade de julgamento dos cidadãos.

Como dizemos na linguagem popular, "hipocrisia pouca é bobagem". A última da oposição, vinda de um de seus mais raivosos "expoentes", foi atacar o uso do helicóptero oficial do Estado pelo governador. Aquele que se diz representante dos policiais militares - mas que em nada se alinha à seriedade da corporação - acusa Pimentel de improbidade administrativa por utilizar a aeronave para se deslocar durante o réveillon. Para sustentar sua tese, convenientemente, desconsidera a legislação que confere ao chefe do Executivo estadual este direito.

Certo da correção dos seus atos, assim que soube da mais recente calúnia, Fernando Pimentel rapidamente respondeu. Em nota pública, confirmou ter se deslocado, no último domingo (1º) de manhã, de helicóptero, para o condomínio Escarpas do Lago, na cidade de Capitólio. Lá, almoçaria com o filho, que havia passado o réveillon na casa de amigos. No entanto, ainda no voo de ida, foi comunicado de que o filho não se sentia bem e queria voltar para Belo Horizonte. Como caberia a qualquer pai em tal situação, o governador retornou com o rapaz para a capital. Ressaltando a inexistência de qualquer irregularidade, Pimentel mencionou um Decreto de 2005 que regulamenta o uso da aeronave pelo chefe do Executivo.

O deputado-sargento, obviamente, tem ciência do teor do decreto que regulamenta o uso das aeronaves oficiais. Não somente pela obrigação de, como parlamentar, conhecer o arcabouço legal do Estado, mas porque já estava na Assembleia Legislativa quando o decreto em questão foi editado pelo Governo da época, do qual, por sinal, era apoiador. Ainda assim, se o problema for de memória, podemos ajudar.

O Decreto 44.028/2005, em seu artigo terceiro, classifica as aeronaves do Estado de Minas Gerais em duas categorias: transporte geral e transporte especial. As do primeiro grupo destinam-se ao atendimento do vice-governador, secretários de Estado e demais autoridades e agentes públicos, somente podendo ser utilizadas em missão oficial. Já as aeronaves de transporte especial, conforme previsto no parágrafo primeiro do referido artigo, "destinam-se ao atendimento do Governador do Estado, em deslocamento de qualquer natureza (grifo nosso), por questões de segurança". Simples e claro.

De voar os tucanos entendem

Constata-se, mais uma vez, que os representantes da oposição agem de má fé, a fim de tumultuar, desestabilizar e desacreditar o governo. Posando de virtuosos defensores da legalidade e da lisura, tentam disfarçar de virtude um de seus piores vícios: o do poder. Subjugada ao vício, a virtude não mais pode ser boa em essência e torna-se somente um meio para se atingir uma má finalidade. Justificadamente, Fernando Pimentel anunciou que vai processar o deputado, por calúnia, difamação e falsa acusação de crime.

Ora, sargento! Como pode o governador Fernando Pimentel ter incorrido em qualquer irregularidade, se estava respaldado pela legislação? Legislação que, diga-se de passagem, foi criada pela própria oposição. Vale lembrar que o Decreto publicado em 19 de maio de 2005 foi assinado por seu líder-mor, o senador Aécio Neves (PSDB), então governador de Minas Gerais. O que é perfeitamente compreensível, pois, de helicópteros, aeroportos e voos oficiais, os tucanos entendem bem.

Para se ter uma ideia, entre janeiro de 2003 e março de 2010, segundo um relatório oficial, Aécio Neves solicitou nada menos que 1.423 voos oficiais em aeronaves do Estado de Minas Gerais. Destes, 198 não tiveram a sua presença e nem de agentes públicos autorizados pela legislação. Destaque para dois voos realizados em 2004. Um deles teve como passageiro o apresentador Luciano Huck, amigo do ex-governador. O outro levou a dupla Sandy e Júnior, que gravava um quadro do programa Caldeirão do Huck. Entre os passageiros da "MG Airlines", além de artistas, constam empresários, executivos de grupos de comunicação, políticos sem mandato e até o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Outro dado interessante é que o então governador usou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens ao Rio de Janeiro. A maioria aconteceu entre quinta-feira e domingo. Seis delas, entre 2008 e 2009, foram para Florianópolis (SC), onde morava a então namorada e hoje esposa de Aécio, Letícia Weber. Quando o relatório dos voos foi divulgado pela imprensa, em nota, a assessoria do senador considerou "regular" o uso de aviões oficiais para fins particulares.

E mesmo após deixar o governo, o tucano manteve o costume. Entre 2011 e 2012, já como senador da República, Aécio Neves esteve em pelo menos seis viagens das aeronaves do Estado, sem a presença de autoridades estaduais. Em uma delas, foi utilizado o helicóptero de uso exclusivo do governador. Os voos teriam sido autorizados pelo pupilo e sucessor de Aécio no Governo de Minas, Antonio Augusto Anastasia.

Em São Paulo, não foi muito diferente. Fiel à tradição tucana, entre 2011 e 2015, a esposa do governador Geraldo Alckmin, sozinha, utilizou as aeronaves do governo mais vezes do que todos os secretários de Estado. Lu Alckmin fez nada menos que 132 deslocamentos, quase o dobro dos 76 realizados pelos secretários e demais auxiliares. Já o atual ministro da Educação, Mendonça Filho, do DEM - partido que também faz oposição ao Governo Pimentel - ocupou recentemente as manchetes na imprensa, após utilizar um avião oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) para presentear com um passeio dois vereadores de sua base eleitoral.

Voltando aos feitos aéreos de Aécio Neves, não se pode deixar de mencionar o famoso "aeroporto de Cláudio", construído em 2010, em terreno na fazenda do tio do então governador. Nada menos que R$ 14 milhões dos recursos públicos do Estado foram destinados a "tão importante empreendimento".

Ah! E tem ainda o episódio de um helicóptero de propriedade de um senador tucano, apreendido em Minas pela Polícia Federal. Mas esta já é outra história...

Recado de Ano Novo aos minions providos de dois neurônios e raciocínio binário-programável


“Man kann den Hintern schminken wie man will, es wird kein ordentliches Gesicht daraus.“

"A melhor maquiagem não faz da bunda um rosto apresentável."

(Kurt Tucholsky)

Por Eugênio José Guilherme de Aragão, no GGN

Inauguramos um novo ano, sem novidade nenhuma. De nada adiantarão os tais votos de São Silvestre, com augúrios de felicidade e de um tempo melhor para nossos entes queridos, se não tivermos capacidade de mudar. Está em nossas mãos o destino deste país e do futuro de nossos filhos e netos, mas precisamos começar a pensar com nossa própria cabeça e abandonar a crença ingênua em noticiários, sejam de que cor forem.

Notícias em mídia são como jabutis no alto de uma árvore. Como lá não chegam sozinhos, alguém os colocou lá. Para entender o significado do noticiado, precisamos conhecer a história por trás dele. Por que foi tornado público? Com que intenção? Por que escolheram fulano para escrever a matéria? Por que hoje? Por que na primeira, segunda ou terceira página do jornal? Por que essa manchete? Por que esse lead? Se não tentar responder a essas perguntas, se tomar o conteúdo da notícia pelo seu valor de face, o leitor estará sendo engambelado!

A maioria de vocês, minions, age assim. Vocês lêem um engodo e logo se revoltam. São irritadiços e extremamente impulsivos, o tipo de massa de manobra, "useful idiots", inocentes úteis manobrados por atores inescrupulosos, que usam o que é manifesto para alavancar o que é latente. É claro que a corrupção – o alcance do que é nosso por políticos e empresários de ética deformada – é um fato repulsivo, assim como o tráfico negreiro o era no século XIX. Só que quem monta o circo da comoção pública não está nem aí para o desvalor dessas condutas. Na verdade, sob outras circunstâncias, os manipuladores até as apoiariam com argumentos que vocês, almas binárias, engoliriam com o mesmo histrionismo demonstrado na reação a elas.

Os ingleses enriqueceram com mão-de-obra escrava em suas colônias. Conseguiram com o ciclo do algodão compensar razoavelmente a crise da lã que quase pôs abaixo a sua indústria têxtil no séc. XVIII. Mas quando em 1774 a King's Bench declarou o trabalho escravo incompatível com o Common Law, a diplomacia britânica esmerou-se na imposição da proibição internacional do comércio escravo. Afinal de contas, sem mão-de-obra escrava nas plantações de algodão, os ingleses perdiam feio em competitividade para os franceses, os espanhóis e os portugueses.

Tudo não passou de "business as usual". Assim, quando interceptavam navios negreiros em alto-mar, na maioria das vezes os ingleses não se davam ao trabalho de rebocá-los de volta à costa d'África. Afundavam os barcos com sua carga humana. Prevalecia a lei do menor custo. Em 1826, impuseram ao Brasil um tratado em que se acordou a proscrição do trabalho escravo. Este fazia parte de um pacote de medidas humilhantes vinculadas ao reconhecimento da independência do País pela coroa britânica. Em 1827, depois de indignados protestos do legislativo imperial, D. Pedro I foi obrigado a ratificar o tratado a bordo de um vaso de guerra inglês. E como o Brasil insistiu em descumprir o tratado, os ingleses anunciaram em 1845, por ato do parlamento (Bill Aberdeen), que perseguiriam embarcações irregulares até em águas territoriais brasileiras e submeteriam sua tripulação a cortes marciais britânicas. Na implementação dessa medida, chegaram a interceptar inúmeras embarcações absolutamente regulares e confiscaram sua preciosa carga. Houve troca de tiros entre navios da armada britânica e navios de guerra brasileiros, com óbitos só de nosso lado. Houve uma tentativa de invasão da Baía da Guanabara, rechaçada pela guarda costeira pátria. E sem a sanção da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, proscrevendo o comércio de escravos, a guerra contra a Inglaterra teria sido inevitável.

Importante é lembrar que, por mais desprezível e desumano que seja a redução de semelhantes à condição de escravos, o discurso manifesto era só uma cortina de fumaça que escondia a intenção latente dos ingleses de submeter o Brasil a seus interesses econômicos e políticos. Ninguém vai por isso ser tolerante ou até bater palmas para o regime escravocrata que permeia nossa cultura de desigualdade até hoje, mas é preciso ser esperto e não deixar que outros nos ditem suas agendas para inviabilizar nosso país. Somos nós que temos que dar o rumo ao nosso desenvolvimento, em vez de moldá-lo aos desígnios estratégicos alheios, até porque quem nos quer impor a pecha de imorais não tem moral nenhuma para fazê-lo.

A cruzada atual contra a corrupção assume essa mesma feição de ditado externo. A pauta de proibição de peita a funcionários estrangeiros, objeto de convenção da OCDE de que o Brasil é parte signatária, para dar maior pujança a seu comércio exterior, atende sobretudo às economias centrais, já que a prática da peita afeta majoritariamente governos periféricos. Não que não haja corrupção nas economias centrais. Ela existe fartamente, tanto no setor público, quanto no privado. O governo americano não teve problemas em depositar recursos classificados como de "cooperação técnica policial" em contas pessoais de autoridades do ramo no Brasil. As empresas norte-americanas corriqueiramente fazem lobby nada kosher com atores políticos do mundo inteiro. Mas ficam à margem da ação de sua Justiça. Afinal de contas, isso é um problema, nesse caso, de restrições legais à territorialidade. Mas quando se trata de nossas empresas estratégicas, os EUA estendem, com subserviente ajuda das nossas autoridades persecutórias, sua jurisdição ao infinito, punindo-as por atos estranhos ao território americano.  Como disse o vice-diretor do FBI, as práticas dessas empresas afetam a segurança nacional americana e repercutem no mercado internacional, no qual as empresas americanas também atuam.

E nossas instituições bobinhas, com complexo de vira-latas, fazem de tudo para agradar ao governo americano, orgulhando-se de prêmios recebidos de instituições e revistas da metrópole. Fazem, com isso, o papel que se espera delas: sufocar a ousadia brasileira de ter um projeto nacional.

Isso, claro está, não serve de perdão a nossos malfeitores corruptos, agora muito mais presentes no governo que se estabeleceu depois do golpe parlamentar turbinado pela meganhagem antinacional do complexo judiciário-policial e pela grande mídia comercial. Mas a resposta a nossas corrupções de cada dia deve ser dada no estrito atendimento aos interesses nacionais. Não pode destruir setores de nossa economia e tornar-nos um pária da globalização. Não pode inviabilizar a governação e anular todo o recente esforço de inclusão social. E nem pode transformar nosso sistema de Justiça num teatro de desmoralização de investigados. Temos de reagir de forma dura, mas preservando nossos ativos estratégicos – exatamente como eles, nossos autoproclamados parceiros, também fazem.

Quem tiver culpa, que responda, mas com a dignidade que nossa constituição garante a todas e todos. Nenhum método de investigação torto justifica-se em função de pretenso "bem maior", pois não há bem maior que a dignidade da cidadania e o legítimo interesse estratégico nacional. É preferível um culpado ser inocentado porque não se logrou provar sua culpa dentro da lei, a culpar um inocente com métodos a seu arrepio.

E, queridos minions, não entrem nessa onda populista de quem quer usá-los para reforçar seus privilégios no serviço público, sugerindo-lhes que são um povo cheio de dignidade lutando contra um bando de canalhas, porque, quando tudo acabar, só sobrará tapera e vocês não serão mais "um povo" orgulhoso do seu verde-amarelo, mas serviçais mal-pagos e desmoralizados do Grande Irmão do Norte.

Oxalá que para nós todos, brasileiros e terráqueos de todas as colorações, a esperança vença em 2017 a injustiça, a traição e a prepotência!

segunda-feira, janeiro 02, 2017

PT precisa admitir erros para voltar a ter força política, diz Edinho Silva

Edinho Silva, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Dilma e prefeito eleito de Araraquara.

Por Marcelo Toledo, na Folha

O PT precisa reconhecer seus erros e, a partir disso, reivindicar suas conquistas, para continuar tendo relevância no cenário político brasileiro. A afirmação é de Edinho Silva, ex-ministro (Comunicação Social) de Dilma Rousseff que vai governar pela terceira vez Araraquara, maior cidade vencida pelo PT em São Paulo (228 mil habitantes), a partir de janeiro.

Para ele, a sociedade esperava que o PT fosse diferente de outros partidos, que fizesse as reformas necessárias e não reproduzisse o mesmo modelo de financiamento de outras legendas, o que não ocorreu. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista à Folha.

Folha - O que o PT precisa mudar para tentar sobreviver, a partir do encolhimento visto nas eleições?

Edinho Silva - Tenho avaliação de que a crise é do modelo político-partidário brasileiro. Evidentemente, atinge de forma específica o PT por ter sido o partido que ganhou as quatro últimas eleições nacionais. Agora, o processo para que o PT volte a ter a força que teve em eleições anteriores, e 2016 mostrou uma redução grande da perspectiva eleitoral do partido, passa primeiro por entendermos o momento, entendermos o que a sociedade espera do PT. Não tenho dúvidas que, se tiver capacidade de reconhecer os seus erros, que são erros do modelo político-partidário, não tenho dúvida que o legado do PT é muito grande, muito forte, ele tem muito enraizamento na sociedade brasileira. Se fizer um gesto nessa crise partidária que vivemos, reconhecer seus erros e reivindicar o legado que tem, não tenho dúvida da força do PT.

E qual é o principal erro a ser reconhecido?

O que ruiu foi o modelo político de financiamento, e a sociedade esperava de nós que fizéssemos diferente, não reproduzíssemos o mesmo modelo. É um erro a partir da expectativa da sociedade, que queria algo diferente. O fato de ter governado o Brasil por três mandatos consecutivos e não ter feito reforma político-partidária e reforma política, penso que talvez tenha sido nosso maior erro. Não ter criado um novo modelo, mostrar para a sociedade brasileira que o modelo político-partidário poderia ser diferente, que a relação da sociedade com o Estado poderia ser outra. Impunha reformas que nós não fizemos.

Quem o PT deveria lançar como candidato à presidência em 2018?

Acho que está muito cedo para definir a tática eleitoral de 2018. Tem de abrir esse debate, mas nesse momento penso que ainda não dá para dizer que temos um nome. Claro que o PT a partir de 2017 tem de construir um nome, lançar um nome, até para unificar o partido e poder dialogar com os demais partidos, construir um campo político. Não é possível fazer isso se não tiver um interlocutor liderando o processo. Talvez já no começo de 2017 isso seja definido.

Lula é o nome?

Lula sempre é um nome, evidente. Governou o Brasil, venceu duas eleições, fez a sucessora, sempre é um nome. Tem de ser conversado com ele, com a direção do partido. Defendo que ele assuma a presidência do PT, nem que seja por um período, até menos que um mandato inteiro se for o caso. Nesse momento de dispersão política, com risco de fragmentação do partido, de abertura de um processo de luta interna, penso que o Lula tem de assumir a presidência do PT e unificar o partido diante dos desafios que têm sido colocados.

Em São Paulo, o sr. obteve a maior vitória para o PT. Como será comandar o partido nesse sentido?

Já ocupei vários espaços políticos, tanto na área de governo como na estrutura partidária. Claro que todo começo é estimulante, sempre impõe novos desafios, mas também tenho clareza que a experiência que acumulei nesse período todo, na estrutura partidária, no Legislativo ou no governo será útil para que possa enfrentar esse momento difícil que os municípios estão passando. Governar Araraquara para mim sempre é um desafio, porque é minha cidade, onde me criei, cidade em que a partir dela ocupei outros espaços na política.

As outras prefeituras conquistadas pelo PT no Estado são pequenas. É possível, no cenário que ficou pós-eleição, de redução do PT, pensar em algum tipo de articulação partidária conjunta?

É sempre bom trocar experiências, sempre positivo. Mas, no caso das prefeituras, a principal articulação é sempre regional. Penso que vamos ter muita capacidade para articulação regional, para que possa debater problemas regionalizados, obter construções regionalizadas. Penso que ter espaço para trocar experiências na perspectiva partidária também é positivo.

Como está vendo a cidade a partir da transição de governo? Igual à que via na campanha?

Transição sempre é complicada, não ocorre no ritmo que a gente espera. Mas estamos conversando bastante e, em algumas medidas, o [Marcelo] Barbieri [atual prefeito, do PMDB] tem nos ouvido. Concluí a formação do secretariado e, dos 12 anunciados, 7 são mulheres e todos têm algum tipo de experiência administrativa, fizeram carreira na área de gestão. 

Zenaldo toma posse mesmo cassado e elege aliado na CMB, com apoio do PCdoB e do PT

O prefeito de Belém conseguiu duas proezas neste domingo: Mesmo cassado, foi diplomado prefeito e conseguiu eleger por quase unanimidade, o seu "pitbull" na presidência da Câmara Municipal.

Por Diógenes Brandão

Com 4 quarteirões bloqueados por um forte aparato policial que incluiu diversos PMs e guardas municipais, o prefeito de Belém Zenaldo Coutinho (PSDB) foi empossado junto com seu vice, Orlando Reis e mais 35 vereadores, na manhã deste domingo, na Câmara Municipal de Belém.

Indicado por Zenaldo em uma articulação que envolveu a 32 dos 35 vereadores eleitos e reeleitos em outubro, o vereador Mauro Freitas (PSDC) encabeçou a única chapa que foi montada e foi eleito presidente da mesa diretora da casa legislativa pelos próximos anos. Eleito em 2012 e reeleito em 2016, o vereador que  ficou famoso por ter agredido sua colega, a vereadora Marinor Brito (PSOL), durante uma sessão que votava a criação do Sistema Cicloviário de Belém, em junho de 2015.

'Ele veio pra cima de mim tentando me bater, me empurrando com o peito e com a mãos, e isso não vai ficar sem uma reparação de acordo com a lei. Essa não foi uma atitude isolada do vereador, ele tem tido repetidas atitudes de agressão contra os colegas e em especial contra as mulheres aqui na CMB', afirmou a vereadora à reportagem do jornal O Liberal, na época. O caso ficou por isso mesmo, mas foi registrado na Delegacia das Mulheres, quando o vereador foi apelidado nas redes sociais, como "Pitbull" do prefeito.

Dos 22 partidos com representantes na CMB, só o PSOL negou apoio ao candidato do prefeito à mesa diretora da casa

Com (três) 03 vereadores reeleitos, a bancada do PSOL foi a única que deixou de votar (inclusive contra), a chapa formada com o consenso de todos os demais partidos com representação na CMB. Marinor Brito e Fernando Carneiro usaram suas redes sociais para declarar a posição do partido diante do fato. Já o vereador Dr. Chiquinho, também do PSOL, não comparece, mas segundo a assessoria de comunicação da câmara, ele justificou a ausência.

"A bancada do PSOL continuará fazendo oposição com responsabilidade, fiscalizando o trabalho do prefeito, defendo os direitos do povo, para sair dessa situação de abandono que se encontra a cidade de Belém", declarou a vereadora Marinor Brito em seu site.

Fernando Carneiro gravou um vídeo onde lamentou mais uma vitória do prefeito tucano: "Hoje foi a posse dos vereadores e a eleição da mesa diretora da Câmara. Só o PSOL votou contra a chapa do prefeito cassado Zenaldo Coutinho. Foi montada uma operação militar para evitar que o povo pudesse participar. Precisamos lembrar que a Câmara é a casa do povo", afirmou o vereador psolista em seu perfil no facebook.

Devido a forte insatisfação popular, a posse do prefeito, vice-prefeito e vereadores foi marcada pela ausência do povo que os elegeram. As galerias da CMB ficam vazias.

De camisa e gravata amarela - cor usada pelos partidos da direita paraense - Mauro Freitas comemorou: "Aqui não falo em meu nome, mas em nome dos 32 vereadores que fizeram de uma chapa que entra para a história como a que conseguiu o maior número de votos para dirigir esta Casa. Formar uma chapa unida é muito difícil, mas a humildade de cada parlamentar que compõe esta Mesa foi decisiva para que todos abrissem mão de vaidades e interesses partidários. Saibam que isso faz com que nossa responsabilidade aumente. A Câmara de Belém é uma das mais novas do Brasil em termos de renovação (...) hoje, temos uma Câmara nova e inspiradora, disposta a fazer o possível e o impossível para ajudar a administração de nossa cidade", disse o novo presidente da Casa.
Sem poder entrar na "Casa do Povo", os populares assistiram um ato político em um palco montado do lado de fora da CMB. O evento foi realizado logo após a posse do prefeito e dos vereadores eleitos nas últimas eleições em Belém.

Em matéria publicada no site da CMB, pode ser lida a seguinte informação: "Mauro Freitas também destacou que a união responsável pela eleição da chapa "Câmara Unida" representa o compromisso de união para que Belém siga no rumo certo. "Essa pluralidade mostra o compromisso desses vereadores que estão dispostos a colaborar com a nova gestão".

Ou seja, o novo presidente da Câmara Municipal de Belém confia na passividade de partidos da esquerda, tal como o PT e do PCdoB, ao invés de uma oposição firme e atuante. A notícia volta a decepcionar seus filiados e diversos militantes que esperavam que os vereadores, os deputados estaduais, federais e senadores fossem mais combativos.

Assim como os vereadores da esquerda em Belém, os seus deputados estaduais votaram duas (02) vezes consecutivas, no deputado estadual Márcio Miranda (DEM), como presidente da ALEPA - tal como quis o governador Simão Jatene (PSDB) - onde o deputado petista Airton Faleiro também integra a mesa diretora, em um acordo político que tem gerado diversas críticas, inclusive de dirigentes petistas, como Karol Cavalcante, atual secretária-geral do diretório estadual do PT, um dos cargos mais importantes na legenda.





Conheça os vereadores de Belém que tomaram posse para o mandato até 2020. Em vermelho, os representantes da esquerda que votaram com a base do prefeito e em negrito os nomes dos únicos que se abstiveram na eleição que elegeu o novo presidente da CMB:

Adriano Coelho (PDT) 
Altair Brandão (PC do B) 
Amaury da APPD (PT)
Bieco (PR)
Blenda Quaresma (PMDB)
Celsinho Sabino (PSC)
Delegado Nilton Neves (PSL)
Dinely (PSC)
Dr. Elenilson (PT do B)
Dr. Chiquinho (PSOL) - Ausente
Emerson Sampaio (PP)
Fabrício Gama (PMN)
Fernando Carneiro (PSOL)
França (PRB)
Gleisson (PSB)
Gustavo Sefer (PSD)
Henrique Soares (PDT)
Igor Andrade (PSB)
Igor Normando (PHS)
Joaquim Campos (PMDB)
John Wayne (PMDB)
Lulu Pinheiro (PTC)
Marciel Manão (PEN)
Marinor Brito (PSOL)
Mauro Freitas (PSDC)
Moa Moraes (PC do B)
Nemias Valentim (PSDB)
Paulo Bengtson (PTB)
Professor Wellington Magalhães (PPS)
Rildo Pessoa (PT do B)
Sargento Silvano (PSD)
Simone Kahwage (PRB)
Toré Lima (PRB)
Victor Dias (PTC)
Zeca Pirão (SD)

'Grupos vendem direita como o novo', avalia professor


Na Folha

Em 2016, com o impeachment e o resultado das eleições municipais, o país vive uma reorganização ideológica, com a "nova direita" no debate político.

Professor na Fundação Getulio Vargas e no Ibmec no Rio, Jorge Chaloub vê "na construção de um clima contrário às esquerdas" e na "articulação entre 'think tanks', empresários e mídias" uma das explicações para a ascensão da "nova direita", cujo discurso "se vende como novo".

Leia trechos da entrevista.

Folha - A direita "envergonhada" pós-ditadura se renovou?

Jorge Chaloub - O grupo heterogêneo da "nova direita" reúne tradições de pensamento distintas, que atuam conjuntamente, como versões extremas do liberalismo e novas feições do conservadorismo. Esses novos grupos e atores possuem continuidades com grandes líderes da direita brasileira, como Carlos Lacerda, mas também revelam descontinuidades.

Quais as características dessa nova direita?

Como escrevi em texto com Fernando Perlatto, apesar das diferenças entre grupos e atores, é possível apontar pontos em comum. Um primeiro é a clareza em se afirmar como pertencente à direita, algo que não se fazia.

Outro é a centralidade de um discurso moral, dividindo o mundo entre bem e mal. Por isso, todas as posições que se assemelhem à esquerda são retratadas como patologias, como exposto pelo termo "esquerdopata".

Por fim, o conservadorismo moral é combinado com adesão ao liberalismo econômico, permitindo a aliança entre certos grupos neoconservadores e neoliberais.

Por que a adesão é aparentemente crescente?

Entre as causas, merece destaque a articulação político-institucional dos grupos, em parte organizada em torno de "think tanks" [organizações que produzem conhecimento] com vínculos com o empresariado e a mídia. Também contribui sua capacidade de renovar a linguagem e aproximar-se de um público desconfortável com a cena política tradicional, organizada em torno do centro. Há uma preocupação em construir um discurso esteticamente mais atraente, que se vende como novo.

Que consequências podemos observar com essa reorganização ideológica?

O cenário político atual testemunha a crise de uma esquerda influente desde a redemocratização, que se vê abalada após o golpe parlamentar sofrido por Dilma Rousseff. A nova direita contribuiu para a ruptura institucional, ao mesmo tempo que tem protagonismo na construção de um clima contrário às esquerdas. A esquerda procura caminhos, entre os quais movimentos de secundaristas merecem destaque.

Em que medida os governos petistas colaboraram com a ascensão da "nova direita"?

As limitações e virtudes do projeto petista, assim como as insatisfações naturais de um longo período à frente do poder, estimularam ideários direitistas. Por outro lado, o discurso de novidade —antes uma autoimagem que algo efetivo— dessa nova direita teve cenário propício em virtude de sentimento de fastio perante as instituições.

A ascensão de grupos evangélicos na política está associada à reorganização da direita?

A ascensão dos evangélicos, que também constituem grupo muito diverso, é anterior. Há, por certo, afinidades em relação a algumas pautas morais, assim como alianças em torno de temas e inimigos, sobretudo os identificados com o campo da esquerda.

Uma possível hipótese apontaria para a construção de um cenário mais propício a certos grupos evangélicos com essa onda conservadora. Mas o processo de atuação não se reduz a isso.

O que projeta para a eleição presidencial de 2018?

A Lava Jato confere incerteza ao pleito. A pouca clareza dos critérios do Poder Judiciário, crescente, torna o cenário turvo. Sem falar na instabilidade do governo Temer, que não se sabe se resistirá.

O cenário se revela propício para alguém que se venda como um salvador externo à política tradicional. Empresários e egressos do mundo jurídico são boas apostas.

Jair Bolsonaro, favorável à ditadura militar, parece se beneficiar da reorganização ideológica no país. Por quê?

Parte da "nova direita" se mostra elogiosa à ditadura. Bolsonaro constrói seu discurso em consonância com esses argumentos, como a centralidade da moral, o antiesquerdismo, o orgulho em se reivindicar de direita, a virulência no argumentar e a adesão a teorias conspiratórias. Não parece competitivo, mas a incerteza impede previsões mais seguras.


sexta-feira, dezembro 30, 2016

População rejeita vereador de São Miguel do Guamá como presidente da Câmara de Vereadores

Ray Lopes, vereador de São Miguel do Guamá é réu em um processo na justiça paraense e mesmo assim quer ser presidente da Câmara Municipal do município.


Populares questionam a indicação do vereador Ray Lopes para dirigir o legislativo municipal. Denunciado pelo crime de dano ao patrimônio público, o réu foi indicado pelo prefeito Antônio Doido, para ser o futuro presidente da Câmara Municipal de São Miguel do Guamá



Passadas as eleições municipais, a classe política se divide nas últimas horas do ano para as festas familiares e no planejamento do futuro das cidades brasileiras. No Pará, muitos municípios terão desafios enormes para escolher secretários, mesas diretoras nas câmaras de vereadores e equipes que deverão cuidar das políticas públicas prometidas durante as campanhas eleitorais, tais como a saúde, a educação, assistência social, entre outras importantes áreas da gestão municipal.

Em São Miguel do Guamá, município da região nordeste do Pará, a disputa pela mesa diretora da Câmara Municipal é marcada por graves denúncias envolvendo vereadores, entre eles, o pivô de diversos comentários e críticas da população: Ray Lopes (PSD), vereador eleito com o apoio do prefeito eleito Antônio Doido (PSDB).  

Ray Lopes ficou exposto por ser candidato a presidente da câmara municipal

Populares questionam a indicação do vereador Ray Lopes para dirigir o legislativo municipal pelo fato dele ter sido denunciado pela Juíza de Direito da Comarca de São Miguel do Guamá, Ana Selma Timóteo, pelo crime de dano ao patrimônio público, Processo TJE-PA nº 0000429-93.2010.8.14.0055.

No processo, uma atividade criminosa comandada por um grupo de vândalos liderados por Ray Lopes, que na oportunidade ameaçou de morte o policial militar Cabo Dias (hoje, vereador Alexandre de Jesus Dias), quando houve uma grande desordem em São Miguel do Guamá, com o intuito de por fim em uma ação de fiscalização de o DETRAN, que acabou em quebra-quebra, onde uma viatura da PM foi destruída e diversos órgãos públicos ameaçados de serem invadidos e incendiado, tal como o Fórum de justiça, o DETRAN, a prefeitura e até o quartel da PM.

Ray Lopes e seu grupo foram presos e respondem processo no Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Hoje, eleitos vereadores, Raimundo Carvalho Lopes (Ray Lopes) e Alexandre de Jesus Dias de Oliveira (Cabo Dias) estão juntos na chapa que pretende dirigir a Câmara de Vereadores do município de São Miguel do Guamá, o que causa estranheza à população.


Segundo uma fonte do blog, Ray Lopes pode a qualquer momento ser condenado pela justiça, o que inviabilizaria sua permanência como presidente da câmara municipal de São Miguel do Guamá, onde é indicado pelo prefeito Antônio Doido. 

Segundo um funcionário municipal que pediu anonimato, a eleição da nova mesa diretora da Câmara Municipal, será realizada sob o olhar atento vigilante da população. "O voto secreto foi abdicado no parlamento municipal. Não mais existe mais voto secreto no legislativo do município, pois as sessões ordinárias da câmara municipal são todas gravadas em áudio e vídeo, e transmitida na internet, na sua página no facebook e no site oficial da Câmara Municipal", afirma a fonte do blog. 

A eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal será realizada amanhã, dia 1º de Janeiro e o povo do município espera que o presidente eleito seja algum vereador sem antecedentes criminas e processos judiciais, já que há uma indignação da sociedade brasileira, tão massacrada por corrupção e falta de honestidade na classe política.

"Como podemos assistir pacatamente o começo de um mandato desse jeito?", indaga um cidadão miriense em contato com o blog.

quarta-feira, dezembro 28, 2016

Blogueiro é assassinado no Pará



O DEMOCRACÍDIO e a INTOLERÂNCIA dão mais um golpe! Nesta noite, mataram um dos principais representantes do diálogo e da democracia em Abel Figueiredo, mataram covardemente Walter Etna Duvall. 

Mataram covardemente porque não fazem diferente, porque não aceitam a crítica, porque insistem no racismo, porque só conhecem o "olho por olho e o dente por dente".

Mataram a boa política, o diálogo e tolerância. Mataram um sonhador, um "filodemos" (amigo do povo), alguém que defendia a identidade cultural.

Alguma coisa tem que ser feita para quebrar a lógica miúda da intolerância. Justiça a Walter Etna Duvall... Justiça!!!     

Xenofobia? Racismo? Crime político? Fanatismo? Covardia? Categorias que evidencia uma situação política e existencial no Brasil: o coronelismo, a Lei de Talião, a ausência de diálogo, o acriticismo.

O Walter era um militante político comprometido. No começo do ano participou de reuniões e passeatas do MST, protestou diversas vezes contra a hipocrisia do Impeachment da Dilma.

Fez ácidas e profundas análises de conjuntura em relação ao mundo, ao Brasil, ao Pará e a Abel Figueiredo: tal fato incomodava muito em Abel Figueiredo. Amante da língua portuguesa, defensor das raízes afro e da africanidade... Devoto na democracia, Walter era um angolano apaixonado pelo Pará! Justiça!

O crime!

Segundo informações de pessoas do município de Abel Figueredo, um elemento armado teria chegado na residência da vítima, por volta das 20h da noite de ontem (27), batido na porta, e logo que Walter abriu o mesmo teria efetuado disparos no rosto da vítima que morreu na hora.

Walter foi assassinado na frente da esposa e das duas filhas que são memores de idade. No momento do crime, Abel Figueredo estava sem energia.

segunda-feira, dezembro 26, 2016

Pesquisa DOXA revela perfil do consumidor neste fim de ano

Pesquisa de mercado checou como o belenense pretende se comportar nesse fim de ano.

Por Dornélio Silva

Pesquisa DOXA realizada na capital paraense, revela que a boa parte da população de Belém prefere usar o 13º salário para quitar dívidas. Entre os que querem presentes, o objeto de desejo menos desejado é Panettones e pares de meias.

Realizada entre os dias 16 e 20 de dezembro, a pesquisa demostra a preferência do consumidor para as festas de fim de ano. Nela, podemos detectar qual a destinação que o belenense vai dar ao seu 13% salário e a preferência de consumo dos presentes.

DESTINAÇÃO DO 13o SALÁRIO: Dos 600 entrevistados pela Doxa, 24% disseram que preferem quitar dívidas; 8,0% prefere usar o dinheiro a mais para equilibrar as contas. Apenas 3,0% disseram que usarão essa grana pra comprar presentes neste final de ano; 4,0% vão investir em negócios próprios ou bancários. Outros 26% disseram que não recebem 13%, isto é, são autônomos. Além destes, 15% estão desempregados. E 15,0% não sabem, ainda, o que fará com seu 13o.


POTENCIAL PRA PRESENTEAR: 31,0% dos entrevistados pretendem presentear pelo menos uma pessoa neste final de ano; 20,0% pretendem presentear até 3 pessoas; 17,0% disseram que vão presentear até 5 pessoas; 5,0% afirmaram que querem presentear até 10 pessoas; e 6,0% não vão presentear ninguém.


COMO VAI PAGAR AS CONTAS: A maioria dos entrevistados está fugindo de prestações. A pesquisa mostra que 45,0% vão pagar suas compras a vista; 24,0% vão parcelar no cartão de crédito; 27,0% não sabem como vão pagar suas compras de final de ano.


O QUE MAIS GOSTARIA DE GANHAR: 48,0% gostariam de ganhar nesse final de ano Dinheiro; 9,0% carro; 8,0% viagem; 5,0% imóvel; 3,0% roupas; 2,0% jóias; 2,0% eletrônicos; 2,0% iphone; 2,0% eletrodomésticos; 4,0% ainda não sabem o que gostariam de ganhar.



O QUE MENOS GOSTARIA DE GANHAR: 23,0% dos entrevistados não gostariam de ganhar panettone neste final de 2016; 12,0% não querem DVDs; 10,0% não gostariam de ganhar par de meias; 9,0% chocolate; 5,0% higiene pessoal; 3,0% pijama; 2,0% utilidades domésticas; 2,0% chinelo; 1,0% roupas íntimas; 1,0% livros; 17,0% ainda não sabem.



PREFERE COMPRAR LOJA FÍSICA OU INTERNET: A loja física é a preferida para os consumidores: 86,0% preferem a loja física; e apenas 10,0% a internet; 4,0% não responderam.


domingo, dezembro 25, 2016

SINDPROIFES-PA em luta por nenhum direito a menos

SINDPROIFES-PA presente nas manifestações contra Temer, que levaram milhares de pessoas para as ruas de Belém.


Gerações em Luta: Unidade para resistir

Em 100 dias de governo Temer, o mesmo conseguiu promover medidas de cunho estruturante no Estado brasileiro raramente experimentadas em poucos dias de gestão, inclusive governos ditatoriais levaram mais de 3 anos para promover modificações profundas, como a realizada na educação brasileira após o golpe militar em 1964, com a reforma universitária de 68. 

Destacamos que todas as medidas apresentadas pelo governo Temer, sejam elas provisórias como a MP 746/2016, referente ao Ensino Médio ou os Projetos de Emenda Constitucional, como a PEC 241 (no senado número  55), que apresenta um Novo Regime Fiscal (NRF) para o Brasil, assim como, o projeto de Reforma da Previdência PEC 287, que se constituem em um pacote que estabelece o fim de importantes conquistas sociais da população brasileira.

A  PEC  nº  55/2016,  aprovada no dia 13/12/2016, por 53 votos a favor e 16 contra, propõe um Novo Regime Fiscal (NRF) que perdurará por 20 anos, com limitação de despesas primárias.

No novo Regime Fiscal, o crescimento de investimento se limitará a inflação, proporcionando o congelamento de despesas em políticas públicas até 2036, tendo como parâmetro o ano de 2016. 

O SINDPROIFES-PA interpreta o Novo Regime Fiscal como uma ruptura de oferta de políticas públicas, aniquilando assistência e proteção implementadas ao longo de mais de uma década na educação, saúde e habitação. 

Políticas como o Bolsa Família e a permanência de alunos em situação de vulnerabilidade social na Universidade brasileira que, historicamente tiveram seus direitos violados, estão agora seriamente ameaçados de extinção. 

O Regime Fiscal e a Medida Provisória nº 746/2016, referente à Reforma do Ensino Médio foram aprovadas com ampla margem de segurança favorável ao governo. Tudo isso graças a um parlamento conservador, fechado sobre si mesmo, sem atender a regra básica de discussão pública e democrática sobre os temas e as opções no seio do debate.  O alcance dessas decisões implica em sacrifícios de gerações de crianças, jovens, adultos e idosos ao longo de duas décadas. Também devemos alertar para a fragilidade da sociedade civil em se confrontar com esses desafios, pois assistiu a formação de um falso consenso que permitiu a destruição de políticas públicas importantes em troca de um Estado mínimo submisso aos interesses do grande capital nacional e internacional.

O SINDPROIFES-PA esteve presente em todas as reuniões de construção dos atos contra o projeto Escola Sem Partido e de todas as medidas do governo imposto do Sr. Temer. Realizamos todas as reuniões de diretoria abertas, porquanto de sua essência plural e democrática, quanto em função do desejo de ter docentes, a partir de seu quotidiano, como copartícipe na direção do sindicato, ajudando a compreender e a intervir contra a situação política e econômica gerada pelo golpe de Estado em curso. 

Em nossa opinião, o “movimento de ocupação estudantil” conseguiu, por breves momentos na imprensa, conquistar alguma audiência para expor a resistência contra o desmonte com os cortes no financiamento de educação, saúde  e programas sociais sobretudo, porém se estendendo a todas as esferas de responsabilidade do Estado, salvaguardando apenas o pagamento extorsivo da dívida interna e externa para os bancos. 

É de extrema complexidade esse enfrentamento, a greve apenas nas Instituições Federais de Ensino Superior, nos moldes culturalmente implantado não teve o êxito desejado para barrar as medidas apresentadas pelo governo imposto, que criminaliza os movimentos sociais e utiliza instrumentos de pressão como fica atestado pela legislação anti-greve, amparado no  fortalecimento de posturas conservadoras no interior das Instituições.

Em 21/11/2016 a direção do SINDPROIFES-PA realizou assembleia geral. Uma vez analisada a conjuntura, saudamos o movimento de ocupação em curso iniciado pelos estudantes secundaristas e posteriormente universitários, cujo objetivo foi conclamar a sociedade a recusar a chamada PEC da Maldade. 

Avaliamos a necessidade de  resistir a forte investida do governo e seus aliados dispostos na Mídia, Ministérios Públicos e no Supremo Tribunal Federal, conclamando  unidade dos  defensores da democracia e do Estado de direito e manter a Universidade ocupada com uma agenda de formação, cujas atividades fossem intercaladas por paralisações, para desta forma, acumular forças enquanto estreitaríamos o diálogo com os docentes. Tal programação só seria viável com o efetivo envolvimento da comunidade universitária. Neste sentido decidimos por:

a) Incorporar no calendário de mobilização as atividades de Grupos de Pesquisa coordenados por nossos filiados, apresentando a proposta de nossa programação ao movimento de ocupação em todos os Campi, infelizmente em Belém não recebemos informações se a nossa proposta apresentada à coordenação da ocupação foi apreciada, mesmo assim, nossos filiados contribuíram com palestras e o sindicato ajudou em diversas ocupações nos campi do interior. 

b) Realizarmos programações de alta qualidade, como fizemos no seminário: “O Ensino Médio Sob Ataque!: As Mudanças Impostas Pela Medida Provisória 746/16”. Este evento realizado em 01/12/2016 encontrou a UFPA bastante esvaziada e o sectarismo não permitiu um debate de qualidade técnica e política, alcançando poucas pessoas ainda presentes, que resistiram em permanecer na Universidade, em especial, nas ocupações.

Na votação da PEC 55, no senado  denominada de “PEC da morte”, no dia 29/11/2016, ficou claro para o mundo, o tamanho e a ferocidade de nosso inimigo. 

O governo não teve piedade usou bombas de gás e de efeito moral, cassetetes e spray de pimenta contra os manifestantes, que foram impedidos de mostrar seu descontentamento com a votação no senado em segundo turno foi um massacre com 53 senadores, ceifando em poucos minutos, o futuro de importantes políticas sociais implementadas para a maioria da sociedade, sob o discurso falacioso de que o desenvolvimento social da última década provocou descontrole nos gastos.

Nossa decisão foi acertada em não apostar na greve e sim acreditar na ocupação como alternativa, pois tínhamos clareza da fragilidade do movimento sindical, em parte pelas muitas desgastantes greves de outrora, além do cerco promovido pela onda judicial, legislativa, religiosa, midiática e politicamente conservadora, que avança velozmente  no mundo. 

Fraternalmente, convidamos os colegas a refletir sobre como a greve dos professores e técnicos, contribuiu para o esvaziamento das Universidades, indo na contramão do movimento de ocupação, estes sim, muito bem construído, tendo como protagonista a juventude presente nas assembleias, em especial, a realizada na UFPA, onde houve a ocupação da reitoria, com aproximadamente 2.000 estudantes, mobilizados contra as medidas impostas pelo governo. Destacamos que o movimento de ocupação foi o único que de forma representativa fez na prática, resistência ao governo golpista e suas medidas impopulares. O saldo que se tira é a possibilidade de enfrentarmos de forma mais efetiva os desafios que nos aguardam  para enfrentar: 

  • A Reforma do Ensino Médio, que anula o debate que construiu o Plano Nacional de Educação- PNE oriundo das conferencias municipais, estaduais e Nacional de Educação – CONAE;
  • Reforma da Previdência ou (PEC) 287/2016, que de forma drástica  reforma a Previdência dos servidores públicos e dos trabalhadores da iniciativa privada, que ataca os direitos adquiridos e promove a discriminação por idade.
  • Se a PEC da previdência for aprovada teremos obrigatoriamente que  trabalhar até os 65 anos para nos aposentarmos voluntariamente, independente do sexo. Hoje a idade mínima é 60 anos para homem (com 35 anos de contribuição) e 55 anos para mulher (com 30 anos de contribuição).

Essas medidas e outras estão tramitando no congresso e sem sombra de dúvida são o adorno perfeito para complementar o bolo de maldade apresentado à sociedade brasileira, em especial, aos mais pobres. Neste sentido, só uma forte frente formada por todas as centrais sindicais, movimento docente, movimento estudantil, entidades religiosas, ONGs e partidos democráticos, atuando nas instituições e junto à população, esclarecendo a todos sobre a perda de seus direitos e a possibilidade real do impedimento do futuro de seus filhos, desta forma poderemos ter uma pressão mais consistente junto aos parlamentares.

Também devemos nas eleições de 2018 buscar comprometer os partidos e parlamentares com uma agenda de bem estar coletivo, que assegure direitos e não que os suprima, oferecendo projetos e emendas que se oponham a:

•  Diminuição do papel do Estado, uma vez que não será mais possível criar novos programas sociais e nem ampliar investimentos;

•  A retirada do controle da sociedade e do Congresso de informações mínimas sobre a totalidade do orçamento, que estará aprisionado por 20 anos, independente de haver crescimento econômico ou aumento da arrecadação pública;

• A perda da integralidade – Mesmo que já tenham este direito adquirido, haverá perda da aposentadoria especial para professores da Educação Básica , que se aposentavam com 30 anos de contribuição para homem (aos 55 anos) e 25 anos de contribuição para mulher (aos 50 anos). Sem contar que agora a PEC traz 3 mudanças que reduzirão a pensão por morte de servidor, tornando ainda mais vulnerável a situação de cônjuges e filhos menores. 

Esses desafios impõe ao mais jovem sindicato paraense, o SINDPROIFES-PA, a necessidade de deslanchar campanha de filiação atrelada a pauta da formação política de seus filiados e de docentes em geral, para juntamente com o conjunto dos movimentos sociais construir a resistência, que una gerações e evite a ponte que deixará o Brasil sem futuro.

Acreditamos na democracia como valor civilizatório e estamos dispostos junto a outros a construir alternativas de intervenção política a superar os modos até aqui utilizados. Se anteriormente os direitos estavam ameaçados, o Estado de exceção que se implanta no presente, tende a elevar e muito a intolerância e a violência como método de ação. 

Temos compromisso com a ética na gestão da coisa pública e exigimos a punição devida quando forem cometidos atos ilícitos, observada sempre a lei, sem os usos partidarizados como temos testemunhado.

Devemos costurar uma Frente Ampla em defesa da Democracia para assegurar o efetivo Estado de direito com oportunidades para todos. 

UNINDO GERAÇÕES EM LUTA....

CONSTRUINDO A UNIDADE PARA RESISTIR!

sábado, dezembro 24, 2016

Ariosvaldo Ramos: O papa Francisco dos evangélicos diz que Jesus não perdoará os golpistas


Por Diógenes Brandão

O papa Francisco tem sido uma fonte de inspiração para que muitos jovens olhem para a igreja com outros olhos. Aquela igreja católica que só agradava os velhos e conservadores, hoje tem recuperado muitas ovelhas em seu pleno gozo da juventude, por ter se aberto para questões sociais e modernas como não se via há um bom tempo. Da questão LGTB, ao direito ao aborto em casos excepcionais, o papa tem sido um mensageiro cristão progressista que arrebata milhões de pessoas para dentro da igreja ou pelo menos para aceitá-la melhor no século XXI. Isso é inegável.

Dito isso, vamos ao que interessa: Outro dia, olhando meu Instagram me deparei com um post com uma foto da exposição fotográfica da série ‘Crentes e Pregadores’ de Barbara Wagner, convidada a participar do #OcupeInstaNinja. Lá, li "que o ensaio também ilustra a entrevista feita pela Mídia NINJA com o Pastor Ariovaldo Ramos, liderança de uma frente evangélica progressista que já reúne milhares de fieis por todo Brasil". 

Fiquei interessado em conhecer o tal pastor progressista e fui pesquisar. Encontrei diversos textos, entrevistas e vídeos do religioso da igreja batista, entre os quais eu destaco esta entrevista para a Rede Brasil Atual e o vídeo abaixo, gravado em um Seminário Teológico em 2012, onde Ariosvaldo me comoveu com suas palavras de homem religioso, mas sobretudo pela forma com que contextualizou e colocou nua a igreja evangélica e o sistema político brasileiro.

O vídeo tem uma hora e pouco, mas acredite: Você começa e assiste até o final. Tire um tempo livre e faça isso.


Agora, veja o blog dele e sua última postagem!


Por Ariovaldo Ramos

A história, parece, raramente dá duas chances exatamente iguais a uma mesma pessoa.

Temos, entretanto, na Bíblia, um exemplo da exceção: o apóstolo Pedro

Pedro foi avisado por Jesus que antes do galo cantar, o trairia três vezes.

Ao avisar o apóstolo da sua iminente queda, Jesus estava lhe dando a oportunidade de pedir ajuda, e, assim, evitar o julgamento da história.

Pedro perdeu a oportunidade. Desafiou Jesus, levantando a suposição de que a profecia do Mestre não tinha boa base.

Jesus, então, comunicou a Pedro que oraria por ele, para que a sua fé não desfalecesse, e pediu-lhe para que, quando se convertesse, cuidasse de seus irmãos.

Pedro perdeu uma grande oportunidade na história, a oportunidade ficar do lado certo, de pedir ajuda, e de vencer-se a si mesmo pela ajuda que receberia.

Contudo, Jesus não só perdoou a Pedro, como lhe deu uma nova chance no colégio apostólico. Informou ao apóstolo que, no fim de sua vida, ele teria outra chance, qual seja, a de escolher entre o seu conforto e o senhor Jesus, pois lhe ofereceriam este conforto pela negação de Cristo, ou, então, o executariam da pior forma possível.

A história nos conta que Pedro ficou do lado certo, daquela vez, escolheu ser fiel a Jesus Cristo e foi morto por crucificação, porém, de cabeça para baixo; portanto, de modo bastante cruel. A história, então, o absolveu porque não capitulou segunda vez.

Este foi um caso, portanto, bastante insólito, uma mesma pessoa ter duas chances na vida em relação a mesma decisão, trair ou não trair o Cristo.

Curiosamente, a história brasileira recente, deu à igreja evangélica, que está no Brasil, a mesma possibilidade dada a Pedro, guardadas as devidas proporções.

Em 1964 o Brasil sofreu um golpe civil militar, que durou por quase 30 anos. O custo para a democracia brasileira foi altíssimo. Sem contar as pessoas que foram particularmente prejudicadas, Inclusive torturadas, quando não mortas.

Este golpe civil militar provocado pelas forças conservadoras da elite brasileira, teve, no início, o suporte da igreja romana, depois, o apoio desta deu lugar ao apoio evangélico. O que significa que os evangélicos que, no princípio do movimento, se abstiveram, num segundo momento aderiram aos traidores da democracia.

Foi um momento trágico, irmãos foram entregues às forças ditatoriais, submetidos a tortura, mortos ou exilados. Simultaneamente, houve um golpe à direita dentro das denominações que, de modo oficial ou oficioso, apoiaram a ignomínia do ataque à ordem constitucional da nação.

Perdemos uma grande oportunidade na história, e a história, implacável como é, não pode perdoar. Ficou a mancha da ação vergonhosa, registrada nos livros, regada pelas lágrimas, lamentada nos testemunhos dos que sofreram.

De forma lamentável, porém, inusitada, a história brasileira oferece uma nova chance a igreja que está em solo pátrio, qual seja, a de sustentar ou de trair a democracia, aderindo ou não ao ataque à ordem constitucional.

Mais uma vez a nação brasileira assiste movimentos ao arrepio da lei. Desta vez, com muito menos ímpeto patriótico, que não pode ser negado aos militares que apoiaram e acabaram por comandar o golpe civil militar, de então.

O movimento de hoje tem em comum com o de antanho o mesmo descaso para com a carta magna, portanto, para com a ordem democrática. Mas, o de hoje, é comandado por protagonistas, cujas motivações e propósitos estão, cada vez mais, sendo avaliadas como muito distantes de qualquer boa intenção para com a construção nacional.

Pelo contrário, os comandantes, tudo parece indicar, não passariam  ilesos a um tribunal descente. Desencadearam um processo de impedimento sob muita suspeição, cujo crime aventado para justificar tal medida, foi técnica e juridicamente desqualificado como tal.

O processo, se consolidado pelo Senado, consubstanciará um movimento ilegítimo de tomada do poder, já exposto mundialmente, atém de ter sido condenado por tribunal internacional, reunido no Brasil para julgar o movimento, tido como espúrio. A ilicitude já foi tão exposta que, não importa a justificativa que se tente apresentar, o juízo da história será implacável.

Desta vez, grande parte da igreja evangélica brasileira, não apenas anuiu, como tem sido tachada de protagonista do movimento, mundialmente, condenado por todos os que respeitam a democracia.

O movimento que começou com uma ala específica da igreja, inclusive, uma tanto questionada, gradativamente foi se tornando hegemônico, conquistando, até mesmo, veementes adversários teológicos do grupo iniciante (http://www.anajure.org.br/apos-reuniao-estrategica-da-anajure-com-lideres-religiosos-de-todo-o-pais-presidente-do-brasil-recebe-comitiva-no-palacio-do-planalto/).

Ambos foram tornando, na prática, artigo de fé, a escolha ideológica, e, flagrantemente, antidemocrática, de modo que, os evangélicos discordantes, de meros opositores de ideário, foram sendo classificados de hereges, e lançados na fornalha dedicada aos ateus.

Perdemos uma nova oportunidade na história, oportunidade esta, sejamos claros, que jamais desejamos, entretanto, nos foi dada e, mais uma vez, capitulamos. A história não nos terá por inocentes, implacável como é, não nos perdoará; e, possivelmente, nem mesmo Jesus o fará.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...