quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Vem aí mais um processo eleitoral para a reitoria da UEPA, a Universidade do Estado do Pará



A Universidade do Estado do Pará (Uepa) realiza as eleições para reitor e vice-reitor no quadriênio 2017-2021. O pedido de inscrição das chapas deverá ser feito à Comissão Eleitoral, por meio do Protocolo Geral da Uepa, localizado na Reitoria, na Rua do Una, de 08h as 14h. Os candidatos têm de 8 a 14 de fevereiro para inscreverem as chapas.

No ato da inscrição, os candidatos deverão apresentar declaração da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) e Diretoria de Desenvolvimento e Ensino (DDE) com a comprovação da titulação necessária de doutor de acordo com a Resolução 2923/15-CONSUN e Art. 29 do Estatuto da Uepa; declaração comprovando estar em pleno exercício das atividades Acadêmicas/Gestão na instituição nos últimos 24 meses, com o mínimo de cinco anos de exercício da função; programa de trabalho, que deve incluir estimativa de orçamento da campanha e a provável origem dos recursos; e Currículo Lattes.

Os candidatos a reitor e vice-reitor, que ocupam funções comissionadas ou gratificadas, deverão se afastar das funções a partir da homologação da inscrição, em 16 de fevereiro, até a homologação dos resultados pelo Conselho Universitário.

Os inscritos poderão fazer as campanhas de 22 de fevereiro a 31 de março. Durante as campanhas não será permitida a distribuição de camisas, bonés e brindes em geral; fazer propaganda que instigue a desobediência coletiva, que atente contra pessoas ou bens, que perturbe o sossego público, com algazarra ou abuso de instrumentos sonoros ou sinais acústicos, que calunie, difame ou injurie qualquer pessoa; entre outros critérios especificados no regimento.

VOTAÇÃO

A decisão nas urnas está marcada para 6 de abril, de 9h as 20h, e será realizada por meio de votação universal e uninominal. São eleitores aptos a votar: docentes efetivos, substitutos (Sead) e visitantes da Uepa, que estão em plena atividade acadêmica e/ou administrativa na instituição, contratados até a data da publicação do edital de eleição; servidores técnico-administrativos efetivos e temporários (Sead) em plena atividade, contratados até a data da publicação do edital de eleição; estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade, até a data da publicação do edital de eleição. São também eleitores aptos a exercer o voto, servidores com licenças consideradas de efetivo exercício, de acordo com a Lei Estadual 5.810.

Não poderão votar servidores aposentados, servidores licenciados para tratar de interesses particulares, servidores da Uepa, cedidos para outros órgãos e servidores de outros órgãos cedidos para a Universidade. A listagem oficial de eleitores aptos a votar, com respectivo local de votação, deverá ser publicada no site da Universidade.

Na cédula eleitoral constarão os nomes de todos os candidatos inscritos para reitor e vice-reitor, de acordo com a ordem obtida em sorteio, realizado pela Comissão Eleitoral, cinco dias após a homologação das chapas, na presença dos pleiteantes aos cargos ou de seus representantes legais. No caso de uso da urna eletrônica será incluída na cédula eleitoral a foto de todos os candidatos ao cargo de Reitor e Vice-Reitor.  No caso de cédula em papel, a de cor amarela será utilizada pelos professores, a de cor azul pelos técnico-administrativos e a de cor verde pelos alunos.

APURAÇÃO

A apuração será procedida pela mesa receptora, logo após o encerramento da votação. Serão consideradas eleitas para a composição da lista tríplice, as chapas inscritas que tiverem obtido o maior número de pontos. A Comissão Eleitoral divulgará imediatamente os resultados finais das eleições, concluída a apuração e julgados os recursos.

Clique aqui para ver a portaria e resoluções com as Normas Gerais da Eleição, do Regimento Eleitoral e aditivo do Regimento Eleitoral.



Jatene convida Papa para o Círio de Nazaré. Com que segurança?

Em visita à Roma, governador do Pará ignora a guerra em seu estado e convida Papa para o Círio. Foto: Agência Pará.

Por Diógenes Brandão

Ao ler o noticiário local de hoje foi inevitável não lembrar do filme Tropa de Elite, obra cinematográfica brasileira que conta a história real de uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, para exterminar uma gangue de traficantes em uma favela próxima à casa do arcebispo do Rio, pouco antes de uma visita do papa João Paulo ao Brasil, em 1997.


Com uma população sobressaltada com a onda de violência descomunal e totalmente fora de controle, onde até policiais armados e autoridades da segurança pública sofrem atentados, chacinas acontecem toda semana e ninguém sente-se seguro, cabe a pergunta: Se o Papa topar e o Vaticano aceitar o convite do tucano que governa o Estado pela 3ª  vez, qual seria a infraestrutura que seria articulada para garantir a segurança ao pontífice da igreja católica mundial, na maior manifestação de fé católica do mundo, que inunda as ruas da capital paraense, todo mês de Outubro?

Com a onda de greves de policiais militares, que acontece em alguns estados e já se articula para acontecer por aqui, com que condições o governador Simão Jatene se deu ao luxo de ao lado da primeira-dama, Ana Jatene ir até Roma, na Itália, propor um convite tão ousado?

A primeira e única visita do Papa Francisco ao Brasil, foi em Julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude. Não seria interessante agora ver o PCC, a Família do Norte ou as milícias que agem livremente no estado, causando problema ao nosso tão carismático e ativista papa Francisco. 

Ou ninguém pensou nisso?

terça-feira, fevereiro 07, 2017

“Estancar a sangria”: Temer escancara, indica Alexandre de Moraes para o Supremo




Por Bob Fernandes, via Jornal da Gazeta

Basta de intermediários e faz de conta. Temer decidiu indicar Alexandre de Moraes para vaga de juiz no Supremo Tribunal.

Alexandre é ministro da Justiça de Temer. Temer foi citado 43 vezes em delação da Odebrecht na Lava Jato.

Temer acaba de tornar ministro o secretário Moreira Franco. O "Angorá", citado 34 vezes em delação da Odebrecht.

Ministro tem foro privilegiado, só pode ser julgado pelo Supremo. Nesse caso, não pelo juiz Moro.

Moro que ordenou gravar conversa da presidente Dilma com Lula quando Dilma nomeou Lula ministro. 

Gravação vazada para impedir que Lula obtivesse foro privilegiado ao ser nomeado ministro.

Gravação ilegal pela captação, divulgação pelo próprio Moro, de conversa da presidente Dilma, que não era investigada.

Alexandre de Moraes foi Secretário de Segurança Pública de Alckmin. O governador de São Paulo, segundo vazamentos, seria o "Santo" em planilhas da Odebrecht.

Novas delações de empreiteiras apontam para propinas pagas em governos do PSDB em São Paulo e Minas.

Alexandre é ministro da Justiça. Noticia-se que o PMDB herdaria a Justiça, que chefia a Polícia Federal. 
 
A PF investiga e prende na Lava Jato. Lava Jato a ser "estancada", segundo célebre pregação do líder do governo Temer, Romero Juca. O "Caju" nas planilhas.

Se Supremo, Senado, Temer e Alexandre levassem em conta a opinião do próprio Alexandre ele não poderia ser ministro do Supremo.

Há 7 anos, para se tornar "doutor" pela USP, Alexandre defendeu uma tese...

"...Quem servisse a um presidente da República "em cargo de confiança" não poderia ser indicado para o Supremo pelo mesmo presidente... 

...Para se evitar "demonstração de gratidão política".

No dia 11 de Maio passado a polícia de São Paulo prendeu Silvonei José de Jesus Souza. 

Silvonei invadiu o celular de Marcela Temer, casada com o presidente. Roubou fotos, áudios, e cobrava para não divulga-los.

Um dia depois da prisão, 12 de Maio, o secretário de segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, foi convidado por Temer para ser ministro da Justiça.

Brasil Urgente: 73,7% dos policiais apoiam a desmilitarização da PM



Estamos todos acompanhando com atenção a situação gravíssima no Espírito Santo. Mas enquanto a maioria das pessoas torcem para que tudo se resolva e o população tenha sua rotina reestabelecida, alguns têm aproveitado para distorcer os fatos e atacar aqueles favoráveis à desmilitarização das forças policiais.

Defender a desmilitarização não significa defender o fim da polícia mas sim sua reforma: reforma esta defendida por grande parte da própria polícia. Vale ressaltar que 73,7% dos policiais apoiam a desmilitarização, segundo pesquisa realizada em 2014 pela FGV e o Ministério da Justiça. Por que tantos policiais seriam a favor da desmilitarização se ela não visasse, justamente, protegê-los?

Pra quem não sabe, a proposta sugere que as polícias Civil e Militar se tornem uma só com formação civil e os policiais possam ter uma carreira única – tanto o trabalho ostensivo como o de investigação, além de um modelo nacional de segurança pública- como acontece na maior parte dos regimes democráticos. Desta forma, seriam priorizadas as vidas dos policiais e da população, o respeito aos direitos civis, o direito dos policiais de reivindicarem melhores condições de trabalho e salariais, já que eles não estariam mais submetidos à Justiça Militar, mas sim à Civil, como qualquer cidadão. 

Assim, a desmilitarização visa apenas aproximar a polícia da sociedade e garantir aos policiais os seus direitos, e não, como alguns acreditam, limitar o seu trabalho, desarmá-los, impedi-los de fazer patrulhas e muito menos fazê-los desaparecer. Tanto é que, como vimos, a proposta conta com amplo apoio da própria policia militar.

A militarização da polícia não favorece nem aos servidores nem à população. A militarização da polícia atende apenas aos interesses daqueles que lucram com o atual modelo - a chamada banda podre - enquanto os direitos dos cidadãos – incluindo aí próprios policiais – são deixados de lado, como estamos assistindo de forma trágica no Espírito Santo.

Desejo aos capixabas que tudo se resolva o mais breve possível e que os policiais e suas famílias tenham não apenas seus direitos garantidos mas também condições melhores de trabalho e, por fim, que tenhamos um debate sobre um novo modelo de segurança pública mais eficiente, justo e seguro para todos.

segunda-feira, fevereiro 06, 2017

Com Pará em crise, governador Jatene (PSDB) torra R$ 52,7 milhões em buffets e coquetéis de luxo




O Pará é mesmo uma festa. Desde 2011 e até o último 7 de dezembro, o governo de Simão Jatene torrou pelo menos R$ 52,7 milhões em eventos, muitos dos quais incluem comilanças cinematográficas, com refeições e petiscos à base de bacalhau, salmão e camarão. Tudo, é claro, pago com o dinheiro do contribuinte. E olhe que essa gastança em eventos deve ter sido muito maior, já que os valores não foram corrigidos pela inflação (são os da época) e o levantamento do DIÁRIO incluiu apenas algumas das empresas ou entidades que receberam dinheiro do Governo para a realização desses encontros.

A gastança impressiona. Primeiro porque vai na contramão do mundo inteiro, que busca economizar os parcos recursos públicos, por causa da violenta crise econômica. Segundo, porque demonstra a inversão de prioridades do governo de Jatene. Nos hospitais públicos estaduais sobram reclamações quanto à falta de equipamentos e medicamentos. Mas, em junho do ano passado, a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) pagou mais de R$ 33,6 mil à empresa Millennium pela organização de um evento que realizou. O dinheiro, que saiu do Fundo Estadual de Saúde (FES), foi quase todo devorado, já que bancou, principalmente, refeições, além de um coquetel e coffe breaks. O coquetel teve até camarão empanado e o cardápio das refeições previa até pratos com salmão e bacalhau.

Aumento

Já a Secretaria Estadual de Cultura (Secult), a título de “fomento à leitura”, pagou, também em junho, quase R$ 97 mil à empresa MM Serviços apenas pela comilança da Feira do Livro, para convidados e funcionários. Coisa finíssima, o cardápio do coquetel previa canapés de camarão, tomate seco, salmão e queijo roquefort, além de tarteletes e vol au vent de bacalhau. As refeições, também maravilhosas, incluíram peixes com ervas, filé ao molho madeira, bacalhau, camarão com massa, saladas, refrigerantes e sobremesas diversas.

Para o Festival de Ópera, então, nem se fala: o coquetel previa vol au vent de roquefort e de bacalhau com geleia, palitos de peru com cereja, camarão empanado, bolinhos de bacalhau, trufas de café, castanha e cupuaçu. E lá, é claro, a comilança deve ter saído ainda mais pesada para o bolso do contribuinte. O mais incrível, no entanto, é que, no ano passado, a Secretaria Estadual de Administração (Sead) realizou um Pregão Eletrônico, para a contratação das empresas que organizariam os eventos de 2016, de 49 órgãos estaduais.

A Sead disse que o pregão resultaria em economia de custos. Mas a Ata de Registros de Preços que saiu daquela licitação previa um gasto de até R$ 60,2 milhões em eventos, em 12 meses – um aumento de 175% em relação à ata anterior, de 2014 -, embora os órgãos estaduais que participaram do certame tenham crescido, apenas, de 36 para 49 (36%). A maior parte desse dinheiro seria devorada: até R$ 26,6 milhões poderiam ir para o pagamento de bufês.

Mas a crise econômica apertou e, em março, um decreto de contenção de gastos de Jatene suspendeu a contratação de bufês, com exceção daqueles autorizados pela Casa Civil. Mesmo assim, a Ata de R$ 60 milhões foi homologada, em 1 de abril. Só as empresas do levantamento realizado pelo DIÁRIO já receberam, nesse ano, mais de R$ 9 milhões para a organização desses encontros.

Levantamento

Veja quanto foi pago para 14 empresas de eventos


Recursos

O DIÁRIO levantou, no portal da Transparência, o que foi pago a 14 empresas que trabalham com eventos, desde 2011 até 7 de dezembro passado. As escolhidas foram as vencedoras dos três pregões realizados pela Secretaria Estadual de Administração (Sead) no governo de Simão Jatene, para tais encontros, além das Mulatas e do Pomme D’Or (que atende os eventos do governador) e da CQ Comércio e Serviços (Clara’s&Cia), que ganhou um registro de preços de R$ 11 milhões da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em 2014.Já a MM Serviços e Comércio, que atendeu a Feira do Livro no ano passado, e a Boeing Viagens e Turismo, que ganhou um contrato de R$ 1 milhão da Escola de Governo, em 2014, para alimentação em eventos, foram deixadas de fora. A MM, porque seus ganhos incluem as refeições que fornece a pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital Abelardo Santos. Já a Boeing (que faturou mais de R$ 4 milhões) não foi contabilizada porque também fornece passagens ao Governo.

Hangar

A Organização Social Pará 2000 entrou na conta porque administra o Hangar, o centro de convenções da Amazônia. A Pará 2000 já recebeu do Governo, desde 2011, mais de R$ 62,5 milhões. Porém, o DIÁRIO subtraiu o que foi repassado a essa OS pela Secult e pela Secretaria de Turismo (Setur), já que tais repasses incluem as verbas de administração do Hangar e de outros espaços turísticos, como o Mangal das Garças. Só o que sobrou – quase R$ 14 milhões – é que entrou no levantamento. Quer dizer: o jornal preferiu deixar de fora eventuais pagamentos da Secult e da Setur por locação de espaço no Hangar, o que é outro indicativo de que os R$ 52,7 milhões em eventos apurados estão abaixo do gasto real.

Para o governo, cardápio chique. Já para as escolas do Estado...

O melhor dessa comilança com dinheiro público vai, é claro, para o governador Simão Jatene e seus felizes convidados. Em setembro do ano retrasado, a Casa Militar realizou um pregão eletrônico que contratou uma empresa de serviços de bufê, para as eventuais necessidades das residências oficiais e do Gabinete do governador. Quem ganhou foi a W S R Martins&Martins Serviços de Alimentos Ltda, que vem a ser o Pomme D’Or, o mais badalado bufê de Belém.

O cardápio é de dar água na boca. E tudo servido em porcelana fina, copos de cristal, toalhas de renda, baixelas e talheres de inox, samovar e rechaud’s de prata, como exige o edital.Nos coffe breaks, o cardápio prevê brioches (sem Maria Antonieta, é claro), croissants, sanduíches com pastas de frango e queijo, geleias, tapioquinhas, cuscuz, tortas e bolos, rosquinhas de castanha, café, chocolate e sucos de frutas. Para os coquetéis, canapés de camarão, salmão, queijo roquefort, além de vol au vent de bacalhau, folhado de camarão e jambu, mini quiche com geleia de pimentão e até pupunha recheada. E com uma exigência: salgados quentes, como quibes e bolinhos de bacalhau, têm de ser fritos na hora. 


Há, ainda, mini souflê de bacalhau e bombons de cupuaçu, bombocados de queijo e sucos de frutas.
Para almoços e jantares, com até três pratos principais, o cardápio prevê saladas de folhas verdes com palmito e tomate seco, filé ao molho de três cogumelos, filé de filhote ao molho de ervas finas, bacalhau especial, camarão ao roquefort, peru com frutas, risoto de jambu, arroz de brócolis e até pato à paraense – sem trocadilho. De sobremesa, taças geladas de cupuaçu com queijo cuia e mouse de bacuri com cristais de açúcar. Tudo muito chique, bem diferente da merenda escolar e das refeições dos nossos hospitais. Quando existem, é claro.


sexta-feira, fevereiro 03, 2017

Que país é esse onde mídia, igrejas e partidos provocam uma guerra civil não assumida?


Por Diógenes Brandão

Atenção: Imagens fortes. 

Quando uma médica que jurou preservar a vida para obter seu diploma, aparece nas mídias sociais divulgando laudos sigilosos e outro aparece orientando o assassinato de uma ex-primeira dama, em um país dividido por classes sociais e opiniões distintas, percebemos que estamos à beira de um processo que precisa ser revertido imediatamente. A demissão é pouco para crimes como esse, com requinte revanchista e político-partidário.


Gabriela Araújo Munhoz usou do seu cargo para vazar um exame médico que deveria ser mantido em sigilo.

E quando vemos o comportamento destes médicos percebemos o resultado da ação cotidiana dos profissionais e donos da imprensa, líderes religiosos e lideranças políticas que semeiam ódio, segregação e perseguição aos que consideram os outros mais do que diferentes: Inimigos.

Estabelecida a linha de divisão entre nós e eles, o que na democracia é perfeitamente compreensiva, a sociedade tende a debater e escolher de que lado se posicionar e não há nada de errado nisso. Posso ser contra a privatização do serviço público e defender essa posição em reuniões familiares, com colegas no trabalho ou na saída da igreja, divergindo e ouvindo aqueles que defendem a desestatização. Isso sempre foi normal, mas hoje vivenciamos um clima de extremismo e intolerância que lembra a ditadura que já sofremos neste país. (Alguns defendem que nesse tempo a vida era melhor, mais segura).

Acontece que nos últimos anos o Brasil passou a ter uma radicalização nas relações humanas, políticas e sociais, com um modus operandi perverso, fruto de um processo de manipulação e incitação à tolerância zero.

Ao nos depararmos com tal realidade, nos aproximamos de outra, que embora não seja temida por muitos que acreditam que o Brasil é um país pacífico, pode nos acordar tarde para reagirmos contra a barbárie que já nos acomete, mas tende a avançar e tornar-se predominante.

PAÍS PACÍFICO?

Que país pacífico é esse onde traficantes e assaltantes assam rivais dentro de latas de lixo, tocando fogo em seus corpos banhados de gasolina? Enquanto isso, quantos dos seus líderes seguem impunes dentro e fora da favela, onde a guerra urbana ceifa centenas de vidas todos os dias?

Que país pacífico é esse onde a pena de morte já está implantada no submundo do crime, onde cabeças e corações de adversários são arrancados e exibidos pela internet, no lucrativo mercado do crime, controlado tanto de dentro, quanto do lado de fora das cadeias? 

E por falar em cadeias, as quais estão todas super-lotadas e tornaram-se máquinas de moer gente, mas que ao contrário, deveriam ser controladas por servidores públicos, que bem remunerados e supervisionados, jamais deveriam aceitar suborno para deixar entrar armas, celulares e regalias, que alguns líderes criminosos mesmo presos conseguem facilmente? Enquanto isso, quantos juízes e desembargadores corruptos gozam de luxo e proteção, com seguranças, veículos brindados e férias no estrangeiro?

Que país pacífico é esse onde pessoas que furtam um celular são amarradas em postes de iluminação e são assassinadas por diversas "pessoas de bem", depois de um linchamento cruel, lento e sanguinário?



Enquanto isso, bandidos de terno e gravata praticam desvios de bilhões de dólares na venda de estatais, obras em metrô e até a exploração lesa-pátria do Nióbio, um dos recursos minerais mais caros do mundo e curtem seus mandatos como deputados e senadores, eleitos com o poder da compra de voto. Tá certo isso?

Que país pacífico é esse em que a polícia sobe ao morro uma hora pegando propina das bocas de fumo e noutras atirando a esmo, não se importando se quem está na rua ou nas suas casas é gente de bem ou bandido? Enquanto que os barões do tráfico habitam casas luxuosas, tem escritórios de advogados e compram juízes e desembargadores a hora que bem entendem.

Que país pacífico é esse onde a polícia tira selfie com pessoas que não gostam de vermelho e vestem-se de amarelo para irem apear um governo do poder e colocar outro achando que iriam acabar com a corrupcão? 

Enquanto isso, professores que reivindicam aumentos salariais e melhores condições de trabalho e estudantes que se juntam para lutar e manterem suas escolas abertas, levam bala de borracha, porrada de cassetes, bombas de gás, pimenta e efeito moral, muitas vezes cegando e ficando com sequelas pro resto de suas vidas, Tá certo isso?

Estudante Deborah Fabri ficou cega de um olho após ser atingida por estilhaço de bomba da PM de SP.
Com algumas respostas para as perguntas acima, talvez possamos parar para refletir que já temos números de guerra, com mortes por arma de fogos e assassinatos, inclusive passionais, onde marido mata esposa e vice-versa.

O que nos resta para uma guerra civil, onde já existem elementos suficientes como o ódio pelo diferente, armas ilegais, policias despreparados, milícias enriquecendo e agindo impunimente e uma enorme quantidade de juízes corruptos que devolvem traficantes e outros criminosos todos os dias para as ruas, a custa de propina oriunda do crime e do capitalismo gerado pela venda de drogas?

O que nos resta para identificarmos que deputados e senadores, prefeitos e vereadores também são políticos e por isso responsáveis pelo que acontece e o que não acontece nas nossas vidas?

O que falta para o povo voltar a se perguntar: Que país é esse?

Ódio no Brasil: Estamos nos armando, mas a guerra ainda não começou



Políticos, religiosos e parte da mídia inflamam a população, desumanizando o adversário e transformando o jogo democrático em uma luta do bem contra o mal. Quando um grupo de pessoas passa a desejar e a festejar a morte daqueles que foram desumanizados, os políticos, os religiosos e essa parte da mídia dizem que não têm nada a ver com isso.

Líderes de certos movimentos travam guerras na internet, dizendo que a esquerda é a razão de toda a corrupção e dor que há no mundo. Quando um punhado de ignorantes resolve espancar quem ousa vestir roupas vermelhas ou quando médicos passam a divulgar e ridicularizar, nas redes sociais, prontuários médicos sigilosos de pacientes de esquerda, os líderes desses movimentos dizem que não têm nada a ver com isso.

Articulistas afirmam que a direita merece ser exterminada pelo que prega. Quando um grupo de malucos passa a pedir o assassinato de juízes e políticos conservadores, esses articulistas dizem que não têm nada a ver com isso.

Certos humoristas elegem apenas iletrados, negros, prostitutas, gays, nordestinos, travestis, população de rua como alvos de suas piadas, ignorando brancos, ricos, grandes empresários. Quando a população reproduz essas piadas no dia a dia, humilhando colegas no trabalho e na escola, esses humoristas dizem que não têm nada a ver com isso.

Campanhas publicitárias transformam mulheres em objetos sexuais, instrumentos de limpeza ou vasilhames de cerveja. Quando homens tratam mulheres como coisas descartáveis, os publicitários e profissionais de mídia dizem que não têm nada a ver com isso.

Grupos sociais e parlamentares defendem que há uma doutrinação comunista nas escolas, militando contra a pluralidade de pensamento e chegando, no limite, a propor que alguns livros sejam vetados, jogados no lixo ou queimados. Quando jovens ignoram a História e cometem os mesmos crimes contra minorias de 80 anos atrás, esses grupos sociais e parlamentares dizem que não têm nada a ver com isso.

Lideranças de taxistas inflamam a categoria contra motoristas de Uber. Quando um grupo espanca um motorista, essas lideranças dizem que não têm nada a ver com isso.

Figuras públicas da TV inflamam a população contra o que chamam de degradação da civilização e das famílias de bem. Quando um grupo resolve amarrar alguém em um poste e linchar até a morte ou quando prefeituras mandam arrancar página de livros didáticos que versam sobre o direito de não ser humilhada por ser mulher, essas figuras públicas dizem que não têm nada a ver com isso.

Parlamentares dizem que as torturas e os assassinatos cometidos pela última ditadura civil-militar brasileira foram necessários para que o país não se tornasse uma grande Cuba. Daí quando a tortura segue sendo utilizada como método de investigação policial e o Estado usa métodos que nem a ditadura cubana usaria, esses políticos dizem que não têm nada a ver com isso.

Certas famílias inflamam seus filhos contra jovens negros e pobres da periferia e pessoas em situação de rua, dizendo que são uma ameaça à vida nas grandes cidades e não valem nada. Quando um grupo resolve despejar preconceito ou dar pauladas e por fogo nessas pessoas, as famílias dizem que não têm nada a ver com isso.

Pastores e padres de certas igrejas inflamam seus fieis contra aquilo que consideram um desrespeito às leis de seu deus. Quando um grupo espanca um gay, uma lésbica ou uma travesti, esses pastores e padres dizem que não têm nada a ver com isso.

Alguns jornalistas, progressistas e conservadores, inflamam seus leitores, ouvintes, telespectadores, repassando conteúdo violento, sem checar e de forma acrítica. Quando um grupo passa a assediar, de forma injusta, pessoas ou instituições com base nesse conteúdo, os jornalistas dizem que não têm nada a ver com isso.

Políticos inflamam seus eleitores contra jornalistas, progressistas e conservadores, por eles estarem divulgando fatos reais e não as opiniões que convém a esses políticos. Quando jornalistas passam a apanhar nas ruas porque cismam em não concordar que emoções superam provas, esses políticos dizem que não têm nada a ver com isso.

No Brasil, ninguém reconhece que fomenta ódio contra outros seres humanos.

Porque, no Brasil, muitos não reconhecem como ser humano quem é diferente deles.

Gritar isso para a nossa bolha nas redes sociais não resolve. Ou você respira fundo e conversa com quem pensa de outra forma, promovendo a empatia onde ela não existe e concedendo – nessa conversa – o mesmo tratamento que confere aos seus amigos, ou continuaremos vendo exércitos se armarem de cada lado para uma guerra em que apenas as baratas sobreviverão.

E não se enganem, ela ainda nem começou.

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

Paulo Rocha zomba e ignora apelos para não votar em golpistas para mesa do senado

Paulo Rocha segue o bloco petista que não abre mão de se aliar com o PMDB para ocupar cargos no Congresso Nacional.

Por Diógenes Brandão

Em nota divulgada em suas redes sociais, o senador petista do Pará, que compõe a ala do partido que não abre mão de fechar acordos com o PMDB, volta a mostrar que ignora os apelos de seus eleitores e da militância do seu partido.

Na noite da última terça-feira (31), as principais lideranças populares do PT paraense, reuniram-se na sede do sindicato dos bancários, onde realizaram o Ato Petista não vota em golpista, onde apelaram para que o senador Paulo Rocha não cometesse o que consideram um erro e uma traição à sua militância e seus eleitores.

Mesmo assim, Paulo Rocha e outros 7 senadores entenderam que ocupar espaço na mesa diretora do senado e alguns cargos nas assessorias da casa é mais importante do que a imagem negativa e contraditória que tal medida trouxe perante a sociedade. Por isso,  a militância petista,  em resposta, desde ontem repugna e começa a "vomitar" em postagens feitas nas redes sociais do parlamentar petista, que se elegeu sob o slogan "Senador de Todos" e hoje é chamado de traidor pela maioria da militância do PT.


Clique acima em "Ver mais" e leia o post completo e os comentários dos internautas.

E hoje, mesmo depois de todos os apelos e críticas que vem recebendo, Paulo Rocha exibe em suas redes sociais, com orgulho uma nota publicada pelo jornal O Globo, da família Marinho, onde diz: "A política é a arte das ideias e do convencimento. É assim que se constrói maiorias, principalmente entre parceiros". 

A pergunta que fica no ar é se Paulo Rocha acha que o fato de ter se aliado ao golpista eleito com o seu voto e da maioria dos deputados federais para a presidência da Câmara, conta com o apoio da maioria da sociedade brasileira, ou pelo menos pelos filiados do seu partido. 










FHC visita Lula no Sírio para expressar condolências por Marisa Letícia

FHC visita Lula no hospital Sírio Libanês, em SP, para prestar condolências pela morte de Marisa Letícia. 
Via UOL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta quinta-feira (2) no hospital Sírio Libanês, na região central de São Paulo, para expressar condolências pela ex-primeira dama Marisa Letícia. Ela teve a morte cerebral declarada hoje de manhã depois de quase dez dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por conta de um AVC (acidente vascular cerebral) do tipo hemorrágico.

A agenda de Fernando Henrique não foi divulgada para a imprensa do hospital, mas foi confirmada pela assessoria do Instituto FHC e por fontes ligadas ao Partido dos Trabalhadores.



Em 2008, então em seu segundo mandato, Lula  decretou luto oficial de três dias pela morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, então mulher do ex-presidente FHC.

À época, Lula modificou a agenda oficial para ir ao velório de Ruth, que morreu aos 77 anos em decorrência de problemas cardíacos. Devido ao luto oficial, o Congresso Nacional suspendeu todas as suas atividades durante a semana.

Lula confirma morte de Marisa Letícia, sua esposa


Por Diógenes Brandão

Lula confirma a doação dos órgãos de dona Marisa Letícia, sua esposa. Confirma-se assim a morte cerebral da legítima primeira dama do Brasil.

A notícia que foi trazida desde ontem, chegou a ser chamada de boato, foi confirmada há menos de uma hora atrás, através de sua fanpage

Leia:





Jornalista da Veja, Reinaldo Azevedo pede que fascistas tenham compaixão da esposa de Lula



Por Diógenes Brandão

Na publicação "Marisa piora. Mulher de Lula e fascismo da vulgaridade", o colunista da Veja, Folha e Jovem Pan que mais odeia Lula e faz campanha aberta por sua prisão, fala sobre o quadro clínico da Dona Marisa Letícia e repreende o uso político e fascista deste momento difícil em que passa a família e amigos do ex-presidente. É como se buscasse inocentar-se da onda de ódio que varre o país e que levou a companheira de Lula a sofrer um AVC. 

Em um trecho, o blogueiro tenta se livrar dos alunos zumbis que ajudou a formar e hoje semeiam ódio e violência nas redes sociais: "É evidente que eu não tenho nada a ver com essa escória. Não há nada de errado com a “compaixão” — ao contrário. É ela que nos distingue da besta", diz o jornalista em tom de humanismo e isentando-se dos que hoje espalham tantas sandices na internet.

Leia abaixo, a disfarces de Reinaldo Azevedo:

Há vagabundos lucrando com esse clima. Quanto mais o país viver tempos de terra arrasada, melhor. Mobilizam os incautos, que acreditam em qualquer porcaria.

Entre as muitas indignidades que marcam estes tempos de pistolagem moral, há a que pôs, ou põe em dúvida, a gravidade do estado de saúde de Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula.

É uma das coisas mais asquerosas que já se publicaram nas redes. E pouco me importa agora saber como alguns petistas e petralhas se comportam habitualmente em casos assim. Aliás, eu sei bem. Em 2006, quando extraí dois tumores da cabeça, desejaram abertamente a minha morte. Voltaram a fazê-lo neste ano por causa do aneurisma que tive.

A qualidade dos ataques desferidos por meus adversários não determina a minha reação, a minha resposta. Uma das lições mais importantes da minha vida — e, felizmente, eu a recebi muito cedo — foi tomar o cuidado para não me deixar sequestrar por quem detesto ou por quem me detesta.

Como os leitores sabem, simplesmente ignoro os marginais do pensamento.

Se e quando os petistas explorarem a situação de Marisa, se eu achar conveniente, tratarei do assunto. Mas deixei claro desde o início que a minha primeira abordagem é a humana.

Não há nada de errado com a “compaixão” — ao contrário. É ela que nos distingue da besta. É a capacidade de sentir empatia, de pertencer a uma comunidade que partilha das mesmas fragilidades, das mesmas dores. No caso, a comunidade humana.

Consta que o estado de saúde de Marisa piorou bastante nas últimas horas. Desde o começo, ficou claro que a ocorrência era muito grave — e nem há hipótese de o rompimento de um aneurisma cerebral não o ser.

A suspeita que o lixão da Internet lança sobre a real condição da mulher do ex-presidente tem uma motivação puramente política, ideológica. ORA, EM QUE COISA ESTES QUE ASSIM PROCEDEM HOJE SE DISTINGUEM DAQUELES QUE DESEJAVAM A MINHA MORTE? Os dois grupos acham que adversário bom é adversário morto.

É evidente que eu não tenho nada a ver com essa escória. E espero que a distância seja cada vez maior.

Mais ainda: querem transformar a desconfiança política no critério mais relevante da análise, a despeito dos fatos? Mas que, então, tenham ao menos um mínimo de respeito pelos médicos que estão tratando de Marisa. Será que eles também entraram numa conspiração política para, então, Lula se apresentar como vítima etc e tal?

Mais de uma vez, já lamentei aqui a emergência do ‘fascismo da vulgaridade” (by George Steiner) que está em curso. Não tem exclusivismo ideológico, não. Há o de esquerda e o de direita. Em qualquer dos casos, os fatos pouco importam.

Sim, há vagabundos lucrando muito com esse clima. Quanto mais o país viver em clima de terra arrasada, melhor. Mobilizam os incautos, para os quais, parece, a vida real é sonho ou pesadelo. A verdade “de verdade” sempre estaria acontecendo em outro local. Em logradouros secretos, grupos de conspiradores, a esta hora, tramam contra o nosso futuro.

Bem, vou dizer o quê?

Que antipetistas e petistas tenham cuidado ao tratar do caso Marisa Letícia. E que a compaixão seja a apreensão principal.

Sim, o estado de saúde da mulher de Lula é muito grave. Sempre foi.

Há várias escolhas em momentos assim. Só uma é sensata: a solidariedade humana.

Fiquem longe dos que fazem do ódio um meio de vida, uma profissão, um negócio.

“Ah, está falando de nós?” Não! Nem sei quem são “vocês”.

Estou falando dos que fazem do ódio um negócio.

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Esposa de Lula tem morte cerebral aos 66 anos, afirma jornal



O quadro clínico da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva é irreversível, segundo informou o cardiologista Roberto Kalil Filho na noite desta quarta-feira. Dona Marisa não tem mais fluxo cerebral, está sedada e respira com ajuda de aparelhos, de acordo com o médico. Ela está na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, acompanhada de familiares.

Kalil relatou que a ex-primeira-dama apresentou sinais de melhora no início do dia. Na terça-feira, os médicos que a acompanham haviam retirado os sedativos que a mantinham em coma induzido desde terça-feira da semana passada. O estado de saúde de dona Marisa piorou a partir das 16h desta quarta-feira, levando a equipe do Sírio a retomar a aplicação dos remédios.

Segundo o cardiologista, três motivos levaram à piora do estado de saúde da ex-primeira-dama. A inflamação e o edema causados pelo AVC não regrediram, a pressão intracraniana aumentou e houve vasoespasmos (contrações de vasos sanguíneos) no cérebro.

Dona Marisa passou mal no apartamento em que mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no início da tarde de 24 de janeiro. Ela foi levada a um pronto-socorro da cidade, de onde, após exames constatarem o AVC, foi transferida de ambulância para o Sírio-Libanês, na capital paulista. A ex-primeira-dama chegou consciente ao hospital por volta das 15h30 daquele dia.

Marisa Letícia tem piora e está em estado gravíssimo

Lula e Marisa Letícia, em foto de outubro de 2016.
Na Folha

A ex-primeira-dama Marisa Letícia, 66, teve uma piora drástica do quadro de saúde nas últimas duas horas.

Segundo uma das pessoas mais próximas da família de Lula, houve aumento da pressão cerebral de Marisa e também do edema cerebral que ela tem em decorrência do derrame hemorrágico que sofreu há uma semana.

A equipe que trata da ex-primeira-dama chegou a se animar no começo da tarde com alguns sinais de melhora, mas a situação se deteriorou.

A ex-primeira dama está internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 24, quando sofreu o AVC. Na segunda (30), exame detectou a ocorrência "de trombose venosa profunda dos membros inferiores", caracterizada por um quadro de edemas e dor nas pernas, coxas e região pélvica. Médicos afirmaram que essa é uma intercorrência inerente ao tratamento.

Senadores do PT traem militância e votam em golpista do PMDB




Votação da bancada não foi unânime; Gleisi, Lindbergh e Fátima Bezerra consideraram que partido não deveria se unir a sigla de Temer.

A maioria dos senadores do PT decidiu compor com o candidato do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para garantir espaço na Mesa Diretora. A decisão foi tomada em reunião do partido na noite desta terça-feira, 31. Os petistas vão indicar José Pimentel (PT-CE) para a 1ª Secretaria, que funciona como uma espécie de prefeitura da instituição, responsável por assuntos administrativos e financeiros.

A votação da bancada não foi unânime. Dos dez parlamentares da sigla, três votaram contra o apoio a Eunício: a senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Fátima Bezerra (RN). Eles consideram que o partido não deve se unir ao partido do presidente Michel Temer, que alegam ser o grande responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Como não houve consenso, a bancada optou por liberar os votos.

Os parlamentares que defendem a candidatura de Eunício, favorito na disputa, se baseiam na tese de proporcionalidade do Senado. Tradicionalmente, a legenda que possui a maior bancada na Casa fica com a presidência. O PMDB é o partido com o maior número de senadores (21). O PSDB cresceu no último ano e se tornou a segunda maior legenda (11), enquanto o PT perdeu espaço e se tornou a terceira maior bancada (10).

Na Mesa Diretora, em teoria, quanto maior for a bancada de um partido, mais importantes serão os cargos à sua disposição. Os senadores da Mesa têm a atribuição de convocar e conduzir as sessões plenárias, cuidar de eleições internas, votações secretas, correspondências e identificação de senadores, bem como questões administrativas. O mandato da Mesa é de dois anos.

"Equívoco político". Os senadores Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Fátima Bezerra criticaram a decisão da bancada de compor com o candidato oficial do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira. Em nota, Gleisi, Lindbergh e Fátima afirmaram que o posicionamento é decepcionante, "lamentável" e um "equívoco político".

Para o grupo, o PT não deveria apoiar o partido do presidente Michel Temer, visto por eles como o principal responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Superestimando a luta institucional e insensível ao apelo da militância, a maioria da bancada preferiu não tomar uma posição clara, autorizando os senadores e senadoras petistas a votarem como bem entenderem. É realmente lamentável. Um equívoco político que cobrará seu preço", diz o texto. Os petistas consideram que a bancada optou por "se render à institucionalidade".

No texto, eles agradeceram a participação da militância do partido na discussão, mas afirmaram que a direção nacional da legenda optou por ignorar os pleitos. "Não poderíamos de forma alguma fazer alianças com protagonistas do golpe. Não se trata de desconhecer a importância dos espaços institucionais para a disputa política, mas de reconhecer que a única trincheira de luta capaz de derrotar os golpistas, barrar as reformas neoliberais e resgatar a democracia via eleições diretas é justamente a trincheira da luta social", escreveram.

Pela tese de proporcionalidade do Senado, os maiores partidos da Casa ficam com os melhores cargos na Mesa Diretora. Como o PT possui a terceira maior bancada (10), ficaria com a primeira-secretaria, considerada a prefeitura do Senado. Contudo, se os petistas não fechassem um acordo com Eunício, considerado favorito da disputa, ficaria sem a vaga e sem a presidência de comissões mais expressivas. O mesmo impasse ocorreu na Câmara, porém os deputados petistas optaram por apoiar o candidato da oposição André Figueiredo (PDT-CE).

"Esse levante da militância petista e dos movimentos sociais contribuiu decisivamente para que a bancada do PT na Câmara, de forma unitária, rejeitasse votar em parlamentares golpistas e apoiasse a candidatura do deputado federal André Figueiredo (PDT) à presidência da Câmara, compondo um bloco de oposição que verbaliza no Parlamento as vozes das ruas. Dessa forma, a bancada do PT na Câmara demonstrou estar conectada com a militância petista e com os movimentos sociais", elogiaram os senadores.

Considerando a composição partidária mais recente do Senado, a escolha dos cargos seria exercida na seguinte ordem: PMDB (presidência, 2ª vice-presidência e 1ª suplência); PSDB (1ª vice-presidência e 4ª secretaria); PT (1ª secretaria); PP (2ª secretaria); PSB (3ª secretaria); PR (2ª suplência); PSD (2ª suplência); e DEM (2ª suplência). Apesar disso, também é possível que parlamentares lancem candidaturas avulsas para as vagas.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...