domingo, janeiro 07, 2018

Investigações do assassinato de Jones William chegam à fase final e prefeito (em exercício) de Tucuruí está ameaçado de morte

Josy Brito, Bena Navegantes e Artur Brito são personagens principais do enredo que envolve a disputa por poder e diversos crimes, que há cinco meses mexe com Tucuruí, após o assassinato do prefeito Jones William, que está preste a ser elucidado.

Por Diógenes Brandão

Fontes do blog AS FALAS DA PÓLIS informam que a polícia está muito próximo de elucidar o caso do assassinato do ex-prefeito Jones William (PMDB) e realizar novas prisões  em Tucuruí. As investigações conduzidas pelo Delegado-geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, completam 5 meses e meio e entram na fase final, depois de diversas prisões realizadas, assim como vários depoimentos colhidos com suspeitos e testemunhas do crime que chocou o Brasil, por sua crueldade e futilidade.

Além disso, a CPI contra o ex-prefeito Artur Brito (PV) - que era vice-prefeito e assumiu o poder, logo depois do assassinato de Jones William - se encontra em fase conclusiva na Câmara Municipal de Tucuruí. 

A cassação do prefeito Artur Brito, que já se encontra afastado - é dada como certa. Entra em fase de conclusão com a votação do relatório do vereador Gualberto Neto (DEM), prevista ainda para este mês, em sessão extraordinária que deve acontecer antes do término do recesso de fim de ano da Câmera de Vereadores.

Acusada de ser idealizadora e mandante do assassinato de Jones William, a mãe de Artur Brito, Josy Britofoi presa no 31 de Outubro, quando este blog noticiou em primeira mão a notícia, e 26 dias depois foi colocada em liberdade, voltou pra prisão, foi liberada pela segunda vez, retornou de novo para sua cela, onde passou mais 45 dias presa e agora se encontra em liberdade, desde o dia 08 de Dezembro do ano passado.


PREFEITO EM EXERCÍCIO TAMBÉM ESTÁ AMEAÇADO DE MORTE

Em audio que circula por diversos grupos de Whatsapp, o secretário municipal de segurança em Tucuruí, Coronel Barata, denuncia que o grupo político que assumiu o poder municipal, logo após o assassinato de Jones William, se reuniu na casa do prefeito afastado, Artur Brito, onde teria sido planejado "bater" no prefeito em exercício. 

Coronel Barata também afirma que outro grupo menor, faz ameaça de morte ao gestor, o vereador Benedito Joaquim Campos Couto, o Bena Navegantes (PROS), que assumiu a prefeitura, depois que Artur Brito foi afastado do cargo, primeiro pela justiça, após pedido feito pelo Ministério Público e pela segunda vez, pela pela câmara de vereadores, que também aprovou uma CPI, que terá o relatório apresentado ainda essa semana, o que pode trazer o afastamento definitivo de Artur Brito.

Ouça o audio:


Entenda o caso

O prefeito de Tucuruí Jones William foi atingido por cinco (05) tiros, na tarde de uma terça-feira, dia 25 de Julho de 2017. O gestor faleceu deixando a esposa e 04 filhos, aos 42 anos.
Seu assassinato se deu enquanto fiscalizava obras de pavimentação de uma estrada que dá acesso ao aeroporto da cidade. 

Depois do atentando, ele foi levado a um hospital, mas não resistiu e veio a óbito. Os assassinos o abordaram e fugiram em uma moto, logo depois dos disparos fatais. O vice-prefeito, Arthur Brito (PV) assumiu imediatamente a prefeitura e depois meses depois sua mãe foi presa, acusada de ser uma das principais responsáveis pelo planejamento e encomenda do crime. 

Além de Josy Brito, diversas pessoas já foram presas e essa semana, a polícia deve encerrar o caso, após a justiça expedir novos pedidos de prisão e solucionar o caso, como é esperado por toda a sociedade paraense, sobretudo a população de Tucuruí.

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Alguém lembra do dia 07 de Janeiro?



Por Rodrigo Leite*

Parece uma data qualquer, e para alguns sem significado histórico, até porque estas pessoas foram educadas a não dar a importância ao dia 07 de janeiro, e vamos explicar o porquê.   

Para responder esta pergunta, precisamos relembrar a história do Estado do Pará, e do maior movimento popular contra o Brasil Regencial, A Cabanagem de 1835 à 1840. A pobreza, a fome e as doenças foram ápice para o povo se unirem contra o governo regencial e lutarem por liberdade, igualdade e dignidade.  

Estamos falando de um movimento que aconteceu a 183 anos atrás e que foi comparando-se com a Revolução Francesa de 1789. 

A Cabanagem foi a Revolução mais apreciável do Brasil, com as camadas mais inferiores chegando ao poder em 07 de janeiro de 1835, conquistando toda uma província.  

Formada por uma massa de excluídos que moravam as margens dos rios, a Cabanagem se tornou uma Revolução Popular, com indígenas, negros escravos e libertos, mamelucos, cafuzos, mulatos e mestiços, tendo ainda comerciantes, fazendeiros e intelectuais da época, que foram expulsos das decisões na província.   

Por que não temos um feriado Estadual de 07 de janeiro?   

Por representar um povo miserável que chegou ao poder através da revolução com paus, pedras, flechas e fogo. Para a elite paraense, e principalmente para alguns políticos, carregar este marco no calendário do Pará é vergonhoso, tanto que seu principal objetivo é excluir da história dos paraenses este fato, que muitas das vezes nem sequer é contado nas salas de aulas.   

Hoje nas ruas e bairros de Belém, nas praças, prédios públicos há algumas singelas homenagens àqueles que aderiram ao movimento da Cabanagem, porém, é de se lamentar que esta data tão importante não possui um feriado, a exemplo da farroupilha no Estado do Rio Grande do Sul.

Esperamos que este movimento sirva de exemplo para todos nós, homens e mulheres, em lutar por nossa liberdade, igualdade e dignidade, contra os corruptos deste nosso país, que a cada dia deixam seu povo voltar a viver em sistema de extrema pobreza, retirando direitos constitucionais e fundamentais. É preciso conscientizar o povo, que lutar por seus direitos é fazer da política uma bandeira de lutas.  

Viva a Revolução Cabana!  

*Rodrigo Leite é acadêmico do curso de Direito, na Unama e membro da Comissão Justiça e Paz.

sexta-feira, janeiro 05, 2018

Disputa por sindicato acaba na polícia: Militantes do PCdoB e do PSTU brigaram no meio da rua



Por Diógenes Brandão

Uma disputa eleitoral resultou em confronto entre sindicalistas, durante as eleições para escolha da nova direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém. O processo eleitoral acabou com os envolvidos sendo encaminhados para a Seccional Urbana de São Brás, onde ainda algumas pessoas são mantidas presas e prestam esclarecimentos à polícia. Duas pessoas teriam sido feridas durante o confronto.

Segundo publicado no perfil de José Emilio Almeida, presidente ASCONPA - Associação dos Concursados do Pará, no Facebook - a confusão começou em frente à sede do sindicato. 

Veja o que ele disse:


A OUTRA VERSÃO


O blog entrou em contato com o presidente da CTB-PA, Cleber Rezende, e este que ainda se encontra na Seccional Urbana de São Brás, apresentou com exclusividade ao blog AS FALAS DA PÓLIS, a sua versão dos fatos, dizendo que foram os militantes e sindicalistas ligados à chapa 1 (CSP-CONLUTAS), que partiram para a agressão contra a chapa 2 (CTB-PCdoB), logo depois que perceberam que poderiam perder as eleições. 

Indagado se ele reconhece o homem que aparece no vídeo com uma camisa preta e tentar arrancar a urna das mãos de quem seria a presidente de uma mesa de apuração, ele disse que desconhece e que não é ninguém da chapa 2 (CTB-PCdoB), podendo inclusive ser alguém da Chapa 1 (CSP-CONLUTAS), interessado em "melar" o processo para favorecer os mesmos. Ainda segundo Cleber Rezende, a CTB-PA ainda emitirá uma Nota de Esclarecimento com sua versão completa sobre os fatos.

Já a CSP-CONLUTAS publicou às 13:39, a sua versão dos fatos, seguida do vídeo em que baseia sua denúncia:


Inaugurada pelo prefeito durante aniversário de Ananindeua, UPA do Aurá segue fechada sem nunca ter atendido nenhum paciente

Populares dizem que a UPA só abriu para prefeito fazer fotos e filmagens, mas atendimento ao público nunca houve.

Por Diógenes Brandão

Com a participação de vereadores, como o Gordo do Aurá e assessores, o prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiroinaugurou nesta quarta-feira (3), a UPA do Aurá. 

Para quem presenciou o ato, as portas do estabelecimento de saúde, só abriram para a equipe de comunicação e marketing do prefeito realizar as filmagens e fotografias do corte da faixa de inauguração, por conta do aniversário de Ananindeua, onde entrou no roll de "obras" entregues pelo gestor.

Populares que assistiam de frente de suas casas, disseram ao blog AS FALAS DA PÓLIS, que logo depois da saída do prefeito e de seu grande comitiva de assessores e apoiadores, a UPA teve suas portas trancadas, sob alegação de que passaria por um processo de higienização. No entanto, fontes do blog afirma que por falta de equipamentos para atendimento ao público, que por sinal, não compareceu ao local, a UPA ainda não atendeu nenhum paciente se quer. 

Implantada em uma área considerada como um dos mais antigos bolsões de miséria existente em Ananindeua, a UPA do Aurá é uma ação paliativa, diante da enorme demanda  por tratamento de saúde pela população, que agoniza pela falta de saneamento, água tratada e segurança, nas poucas ruas pavimentadas que lá existem.

Cercado por vereadores, assessores e equipe de comunicação e marketing, Manoel Pioneiro inaugurou UPA que segue fechada, sem garantir o tão necessário atendimento à população.

Mesmo assim, a inauguração foi embalada por uma grande festa, na qual o povo não foi convidado a participar e nem fez questão, ficando o prefeito acompanhado apenas de sua comitiva de vereadores, assessores e servidores de diversas secretarias, que foram levados ao local, em veículos particulares, da prefeitura e ônibus, para dar a sensação de 'volume' e passar a ideia de que era a população do Aurá que festejava a presença de Manoel Pioneiro, prefeito que cumpre o 14º ano, do 4º mandato enquanto prefeito e pela primeira vez realiza alguma obra, sendo que ela ainda não está sendo utilizada pela população local.

Paraenses criam o Uber Pirata: Veja o preço pelo aplicativo, chame direto e pague apenas o motorista



Por Diógenes Brandão

Sou usuário dos aplacativos (apps) de mobilidade urbana, desde que quando eles chegaram ao Brasil. Comecei usando o Easy Taxy e o Taxi 99, que davam descontos de 30% nas corridas de taxis. Já os que utilizavam veículos particulares demoraram um pouco mais para chegar em Belém do Pará, onde moro. Hoje temos entre os mais utilizados, o YetGo, 99 Pop e o Uber, o mais utilizado e valoroso app do segmento, no mundo.

A primeira vez que embarquei em um UBER foi em São Paulo, durante um evento de Ativismo Digital em 2014. A motorista foi chamada por um grupo de passageiros que estavam indo ao aeroporto e lá rachamos a conta da viagem, que custou menos de 40% do preço que gastaríamos com um taxi comum. 

De lá pra cá, já perdi a conta de quantas vezes utilizei o serviço e tenho muitos prós e contras para comentar sobre as empresas e os motoristas com quem já viajei. Um dos destaques que quero salientar é a forma com que os aplicativos cativaram uma clientela e hoje a tratam. 

Um exemplo bem factual, aconteceu na noite de natal deste ano que terminou recentemente, quando precisei de um para me locomover em um percurso que geralmente custaria R$23 e o preço variou em R$52 a R$67. Achei um absurdo e não o usei. Chamei um taxi de uma cooperativa e paguei R$35, tendo ainda 20% de desconto.

Sem adentrar nos valores de quilometragem e tempo de percurso - algo que pode ser pesquisado facilmente nos sites de busca - o que mata nos apps de mobilidade, é justamente o cálculo das tarifas dinâmicas, alteradas de acordo com a procura e a oferta de cada localidade ou horário. Tanto na noite de natal, quanto no réveillon, ou na hora do rush, assim como de grande movimentação noturna, os preços das corridas destes apps ultrapassam o valor cobrado na bandeira 2 dos taxímetros, que antes predominavam no transporte particular de passageiros.

Hoje, a comodidade dos aplicativos faz com que muita gente, mesmo pagando mais caro, acabe preferindo usar os apps, ao invés de taxi. É a comodidade, a segurança, o monitoramento da chegada e do percurso da corrida e principalmente o controle prévio do tempo e do custo por parte do usuário que faz com que os apps sejam um sucesso inevitável. 

Mas como estamos falando do Brasil, o jeitinho brasileiro já criou alternativas para burlar as regras pré-estabelecidas e o preço abusivo, bem como arrumar uma forma de aumentar o lucro dos motoristas. 

Dois exemplos que vivenciei, não poderiam deixar de serem registrados nesta postagem.

O primeiro em ordem cronológica foi em um dia do mês de Setembro passado, quando precisei pedir um carregador de celular na recepção de um hotel onde participava de uma reunião e que justificando que o meu aparelho havia descarregado e precisava de pelo menos 5 minutos de carga para poder chamar um Uber, acabei me deparando com uma novidade até então

De pronto, o vigilante do hotel ofereceu seu recarregador e me levou até a tomada onde ele estava conectado ao seu celular. Ao retirar o seu aparelho para encaixar no meu, indagou-me: Para onde o senhor vai com o Uber? Eu respondi: Para a Marambaia. Ele então me perguntou baixinho: Você topa ir de taxi pagando o valor do Uber?

Mesmo sem entender, resolvi encarar a proposta e ele então ligou para um taxista, informou o meu destino e este chegou em menos de um minuto em frente à portaria do hotel onde estávamos. Ao parar o veículo, o taxista baixou o vidro e ao me ver ao lado do segurança, me orientou sem cerimônia: Veja quanto dá um Uber para o seu destino e eu o levo lá.

Com um preço bem abaixo do que seria uma corrida com o taxímetro ligado, fui perguntando ao motorista o que o fez ser um "Uber Pirata". Ele me contou que cansou de ver os hóspedes do hotel onde trabalhava em um ponto próximo, chegando e saindo em carros particulares e depois que compreendeu que eram usuários de taxis, que passaram a usar o UBER, abandonaram o seu taxi e dos demais colegas. "Raros são os hóspedes que ainda pedem para a recepção do hotel nos chamar. Todos descem e embarcam diretamente em carros particulares, que agora  sei que são Ubers", desabafou.

"Por isso, passei a adotar o preço que eles cobram, pois se eles estão conseguindo sobreviver e nos "roubar" os clientes, eu é que não vou ficar parado, assistindo os clientes usarem o Uber e me deixarem chupando o dedo", concluiu o motorista que me deixou em frente de casa e ainda me deu duas balas (mentas), junto com o troco.

O segundo caso que anunciei já foi mais ousado. Pedi um Uber para sair de casa para uma reunião. O motorista já iniciou a conversar, dizendo que morava no meu bairro e me perguntando se eu usava sempre o serviço. Quando disse que sim e várias vezes ao dia, ele não titubeou e ofereceu seu "Uber Pirata", propondo o seguinte: 

Vamos fazer assim: "
Toda vez que você quiser um Uber, me ligue nos meus números, tenho todas as operadoras. Se eu estiver por perto, vou pedir para você verificar o custo da viagem para o seu destino e você me paga o valor que der, sem precisa chamar pelo aplicativo. Vamos fazer uma relação direta, beleza? 

Sem pensar muito no que estava concordando, acabei dizendo: Beleza. Desci no meu destino e resolvi que um dia contaria essas duas histórias, que aconteceram em 2017 e que deve acontecer com diversas outras pessoas nesse Brasil a fora. 

Tal medida, evita com que os motoristas, tanto de taxi, quanto de Uber, paguem a taxa de 25% que a empresa que controla o aplicativo, cobra dos motoristas por cada viagem realizada.

Uber Pirata, mais um invenção brasileira que merece o registro de patente e  jornalístico também, por que não?!

quinta-feira, janeiro 04, 2018

Cadeia nos boateiros! PF ajudará justiça eleitoral a combater fake news nas eleições de 2018




A Polícia Federal vai instalar nos próximos dias em Brasília um grupo de trabalho em conjunto com outros órgãos federais para discutir meios de coibir as “fake news” durante as eleições deste ano.  

O grupo é formado por um delegado, um agente e um perito criminal federal e deverá trabalhar com técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Procuradoria Geral da República (PGR).  

A Polícia Federal pretende apresentar a ideia de elaboração de uma nova legislação específica sobre o assunto, a ser debatida no grupo de trabalho conjunto. A sugestão poderia ser enviada ao Congresso antes das eleições, para que a lei seja aplicada ainda durante o pleito de 2018.

Segundo a PF, atualmente há dúvidas legais sobre o alcance de uma eventual atuação policial porque a legislação não estabelece claramente o que são “fake news” e quais as punições previstas para a conduta. O esforço seria no sentido “de cuidar da integridade geral das eleições”.  

Em uma reunião realizada no dia 20 de dezembro, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, que assumirá a presidência do TSE em 6 de fevereiro, pediu ao diretor-geral da PF, Fernando Segovia, e ao vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, que uma força-tarefa enfrente o problema.

quarta-feira, janeiro 03, 2018

Haters seguidores de Wladimir Costa, o deputado da tatuagem de Temer, ameaçam e destilam ódio na web

Joaquim Hamad (PTdoB) saiu em defesa de Wladimir Costa (SDD-PA), com a mesma baixaria peculiar ao deputado federal que defende com unhas e dentes nas mídias sociais.

Por Diógenes Brandão

Não foi a primeira vez que encontro e esbarro com haters - palavra inglesa e que significa "os que odeiam" ou "odiadores" na tradução literal para a língua portuguesa. O termo hater é bastante utilizado na internet para classificar algumas pessoas que praticam "bullying virtual" ou "cyber bullying". 

Outra vez, são os mesmos defensores de Wladimir Costa (SDD-PA), que caluniaram, ofenderam e fizeram novas ameaças ao autor deste blog, depois que este fez o compartilhamento de uma matéria do portal G1, que revelou a possibilidade daquele que se diz o "federal do povão", perder o mandato na Câmara dos Deputados, tanto por ele ser um dos mais faltosos, quanto pelo uso da verba indenizatória com passagens aéreas para viagem a outros Estados. 

Um destes seguidores se apresenta como Joaquim Hamad e usa o número 93-9155-7676 no Whatsapp, onde defende com unhas e dentes o deputado Wlad - como ele também gosta de ser chamado - e ataca de forma feroz e leviana, todos que o criticam ou compartilham matérias consideradas desfavoráveis ao deputado que se encontra cassado por duas vezes, em decisões do TRE-PA.

Em uma rápida pesquisa na internet, descobrimos que Joaquim tem 56 anos e concorreu ao cargo de prefeito de Santarém pelo PTdoB, nas eleições de 2016, quando mesmo sendo o 2º candidato mais rico, acabou como o mais rejeitado nas urnas, alcançando tão somente 1.447 votos, o que representou 0.83% dos votos válidos e resultou no último lugar, entre os cinco (05) candidatos que disputaram o pleito. 



Antes disso, nas eleições de 2014, Joaquim já havia tido outra derrota acachapante, quando obteve apenas 426 votos, o que representou 0,1% dos votos válidos, naquele pleito em que disputou uma vaga para deputado estadual e saiu novamente humilhado das urnas.

AMEAÇAS: CASO DE POLÍCIA

Depois de difamar, o seguidor de Wladimir falou que policiais estariam envolvidos no repasse de informações contra este blogueiro e ameaçou dizendo que eles agiriam em conluio com advogados do deputado, além buscarem formas para tentar me silenciar pelo simples fato de eu compartilhar matérias jornalísticas que abordam notícias sobre políticos paraenses, envolvidos em denúncias, investigações e escândalos, como as que citam Wladimir Costa, que todos sabem, existem contra o mesmo, ainda antes deste adentrar para a política partidária e ter sua vida parlamentar envolvida em tanta confusão.

Em um trecho digitado em um grupo no Whatsapp, ele faz uma ameaça explícita: "Comigo é diferente. Não pensa que vou usar a justiça. Sou eu que vou arrancar tua máscara. Aguarde. (..) Pode apostar. Tu mexeu com o cara errado. Tu vai vê ". 

Em um Estado repleto de jagunços e pistoleiros, o que quis dizer o homem que se diz empresário e político de uma região com diversos de crimes e assassinatos políticos?

Depois dele, outro seguidor destilou ódio, ameaças e ofensas. Identificado apenas com o número (93) 99212-0380, o hater será igualmente denunciado junto à Delegacia de Crimes Virtuais do Pará para medidas cabíveis. Em uma parte da conversa realizada também em um grupo do Whatsapp, depois de eu alertá-lo que tomaria providencias contra as ofensas e calunias proferidas pelo anônimo, ele diz o seguinte: "entao leva seu filho de uma puta... quero vet se tu es homem seu marginal...  Pois e lah q vou fazer tua casa cair blogueiro de merda... vuciado no dibheiro publico. Vou fazer tu engolir tbem ze ruela".


Wladimir usa as suas redes sociais para atacar todos seus adversários e prepara um verdadeiro exército que usa métodos de guerrilha cibernética, acusando com palavras de baixo calão e dizer que todos os que o denunciam são "petistas", "vagabundos", "corruptos" ou Barbalhistas, em alusão à família do senador Jader Barbalho, com quem rompeu depois que foi eleito deputado federal, mas foi cria e por longos anos, alinhado politicamente.

Assista a matéria publicada no portal G1, a qual foi o gatilho para mais essa polêmica envolvendo o nome do deputado federal Wladimir Costa, que já foi cassado por duas vezes pelo TRE-PA e responde a diversos outros processos no TSE, STF, CGU, movidos por diversos outros órgãos de controle e fiscalização com o MPE e MPF. 


Leia mais sobre o deputado federal Wladimir Costa, o defendido por odiosos seguidores nas redes sociais:








terça-feira, janeiro 02, 2018

Ananindeua completa 74 anos com a pior qualidade de vida do Brasil

Há 21 anos nas mãos do PSDB e do PMDB, Ananindeua coleciona índices vergonhosos em diversas áreas sociais. 

Por Diógenes Brandão

Com mais de meio milhão de habitantes, o município de Ananindeua completa nesta quarta-feira (03), 73 anos de fundação. 

Sem ter um terminal rodoviário ou um Pronto Socorro Municipal para chamar de seu, a iniciativa privada é a única que lucra a cada ano, com sucessivos prefeitos que se revezam no poder, cada vez mais ricos e influentes. 

São clínicas, escolas, faculdades, cursos de línguas, redes de supermercados, de farmácias, academias, petshops e até um shopping center, recentemente inaugurado em 2017, ano em que o governo federal viabilizou 4 milhões e meio para o prefeito terminar o estádio municipal de Ananindeua, que tem suas obras paradas desde 2011, sabe-se lá o motivo! O atual prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, diz que a obra é uma herança maldita. Veja aqui.

Quando saiu da Prefeitura de Ananindeua, em 2012, Helder Barbalho deixou quase R$ 6 milhões nos cofres municipais, para a conclusão do estádio, informou o jornal Diário Online.
Os presentes para os moradores do 2º maior município do Pará não poderiam ser piores. Ananindeua é recordista em desgraças, em várias áreas. A cidade cresceu, mas por falta de bons gestores, os problemas cresceram muito mais. 

Exemplo disso foi relatado pela imprensa que noticiou que os moradores do conjunto Guarajá 1, em Ananindeua, ficaram sem água no conjunto, o que gerou muitos transtornos no almoço de Natal. O caso revela o que o estudo do Instituto Trata Brasil informou em 2017: Ananindeua é o município com o pior saneamento do brasil. 

A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informou que um funcionário do setor que abastece o bairro faltou plantão e o reservatório ficou desabastecido, criando revolta popular no dia em que se festeja o nascimento de Jesus Cristo. 

No fim de Novembro, moradores da rua do Providência em Ananindeua realizaram protesto por não conseguirem deixar seus veículos estacionados em frente das suas casas, pois estão sujeitos a guinchos. Estes moradores residem ao lado do novo shopping, recentemente inaugurado.

Alguns dias depois, abaixo notícia deixou claro como andam as coisas em relação ao recolhimento de lixo na cidade: 

"Os sacos de lixo estão pendurados nos postes de energia e nas casas. O comerciante Antônio Cardoso quer se livrar da sujeira e já não sabe o que fazer. “Eu fico até com vergonha dos clientes, pois eu vendo churrasco à noite e fica fedendo aqui”, diz. A reclamação é que há duas semanas o caminhão de coleta não passa no bairro do Curuçambá, em Ananindeua. “Dá bastante rato e mal cheiro”, diz uma das moradoras". Leia aqui.

Dividido ao meio pela maior rodovia federal no Pará e a principal via de acesso e saída de Belém, Ananindeua agoniza sem um Terminal Rodoviário. Cidades menores, como menos de 5% de sua população, possuem terminais, Ananindeua não.

Notícia divulgada no portal G1, mostra como os passageiros enfrentam a falta de dignidade em seu embarque nos ônibus que param em Ananindeua: 

"O embarque é feito no meio da rua, na BR-316. O início das obras do tão esperado terminal rodoviário foi adiado mais uma vez. Enquanto isso, o que se vê é a dificuldade enfrentada pelos passageiros e a situação se agrava ainda mais no período de chuvas.  Um vídeo mostra a dificuldade enfrentada por pessoas que tentavam ajudar um cadeirante a embarcar em um ônibus debaixo de chuva. O ônibus parou quase no meio da rua para pegar o passageiro". Veja o vídeo aqui

Se quem via viajar não pode contar com segurança, imagina quem precisa atravessar a BR 316! A passarela localizada em frente à UNAMA é um exemplo de abandono e descaso por parte do poder público. Em Novembro do ano que acabou de terminar, um pedaço da estrutura metálica da passarela caiu, colocam em risco motoristas, passageiros e transuentes que por um golpe de sorte não foram atingidos pelos restos da obra que custou dinheiro público e cai aos pedaços sem nenhum órgão público dê mínima atenção. Leia aqui.

Em Junho a revista Exame, da editora Abril, publicou matéria com informações de estudos divulgados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com dados de 2015, que revelaram a posição de Ananindeua em 25º lugar no ranking das cidades mais violentas do Brasil. Leia aqui.

Como se não fosse pouco, Ananindeua lidera os casos de feminicídio no país, aponta estudo feito pelo Ministério da Saúde, que mapeou as cidades onde foram registrados alto índice de assassinatos de mulheres no Brasil, de 2005 a 2015.

Em 2015, estudo realizado pelo Observatório de Homicídios, revelou que das 50 cidades com as maiores taxas de homicídio do mundo, 22 são brasileiras e Ananindeua foi indicada como a cidade onde mais se mata no Brasil e a sexta no mundo, com 125 mortes a cada cem mil habitantes.

Para finalizar, a cidade de Ananindeua tem os piores índices de saneamento básico entre as 100 maiores cidades do Brasil. Os dados estão no ranking, divulgado pelo Instituto Trata Brasil e publicado pela Empresa Brasileira de Comunicação - EBC.

Leia trechos da matéria:

A classificação – com dados de 2015 – usa referências do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades.

"A cidade paraense apresenta dados preocupantes. No item que trata sobre o abastecimento de água, o município recebeu nota zero em relação às novas ligações de água necessárias para se atingir a universalização do serviço. Foram realizadas apenas 913 quando a demanda era de 99 mil. 

Nota próxima a zero também sobre as novas ligações de esgoto. Das quase 118 mil necessárias, foram feitas apenas 2.500. 

No ranking das 10 cidades com os piores índices aparecem outras cinco da Amazônia, sendo três capitais: Manaus, Macapá e Porto Velho; além de Santarém, no Pará; e Várzea Grande, no Mato Grosso."

Talvez quando alguém da alta sociedade paraense for prejudicado por esse "estado de coisas", algo seja feito e os moradores de Ananindeua tenham algo a comemorar. Por hoje, não há motivo algum para alegria, a não ser quem ganha dinheiro com a desgraça alheia.

2018: Luzes e sombras no campo político

Para o Cientista Político Dornélio Silva, o ano de 2018 pode trazer renovação na classe política estadual e nacional. 

Por Dornélio Silva*, da Doxa Pesquisas

2017 se encerra ofuscado no campo das decisões políticas. 

Incertezas, ceticismo, desconfianças são elementos que pairam sobre o imaginário do cidadão-eleitor. 

2017 se encerra com a percepção de que a política, como ferramenta de mudança social, está em total descrédito. É como se dissesse que tem que jogar tudo no lixo e fazer tudo de novo por que está tudo contaminado, tudo estragado. 

Encerramos 2017 com a sensação de que a política institucional é ‘suja’, ‘cheia de gente mau caráter!’. 

A imagem dos políticos perante o eleitor é das piores possíveis: acomodados, mentirosos, falsos, péssimos, mascarados, sem reputação, só pensam no bolso deles. São vistos como simples usurpadores, que não cumprem com promessas, que não cumprem seus deveres em relação às necessidades dos cidadãos, que buscam somente vantagens pessoais. 

Assim, a corrupção é percebida, de forma quase unânime, como sendo o principal câncro do Brasil na atualidade. A conjuntura que estamos vivendo no Brasil é uma das piores para a classe política. 

Por isso a Rejeição é uma variável indispensável nas nossas análises. 

Este cenário de descrédito da política, compreensão do Estado como máquina ineficaz que não consegue resolver os problemas básicos da população, que os velhos políticos não representam mais os anseios da população, abrem-se espaços, em nível federal e estadual, para candidatos outsiders que buscam explorar essa revolta e angústia da população, como salvadores da pátria. 

Diante desse quadro caótico e desalentador, há luzes nesse campo por que há um entendimento do cidadão-eleitor que a transparência em lidar com a coisa pública é a melhor maneira pra se jogar limpo com o eleitor que coloca o político no poder; que a honestidade seja uma bandeira permanente, mesmo que difícil, mas esse cidadão busca nos políticos, ele não quer corruptos, ladrões, quer alguém que cuide com honestidade do dinheiro público. 

Além disso, o cidadão-eleitor quer que o novo governante seja participativo, presente; quer alguém com ideias novas de desenvolvimento para o nosso estado, que tire o estado da situação de violência dominante e de outros males que sufocam a população. 

Compromisso é outra luz forte pairando na mente desse cidadão que busca alguém comprometido com o povo, que cumpra as promessas. Enfim, para o cidadão-eleitor que  vai eleger em 2018 o novo presidente do Brasil, o novo governador do Pará, novos senadores, novos deputados, outras imagens fortes surgem em suas mentes: ética, seriedade, verdadeiro, correto, sincero. 

Que seja Ficha Limpa, que tenha conhecimento geral do Estado do Pará. 

Ah! É um sonho!! Não custa nada sonhar. Temos que acreditar. 

Estudos da Doxa mostram que em 2018 os menos rejeitados e que não foram citados na Operação Lava Jato ou que não estejam envolvidos em problemas judiciais, e se apresentem como fichas limpas, tenham mais possibilidades de galgarem sucesso nas eleições 2018.

*Dornélio Silva é Mestre em Ciência Política e Diretor-presidente da Doxa Comunicação Integrada

sexta-feira, dezembro 29, 2017

Cenários para as eleições de 2018 no Brasil



Por Edir Veiga*, em seu blog Bilhetim

As eleições de 2018 no Brasil será diretamente influenciada pelos acontecimentos políticos que emergiram nos últimos quatro anos no mundo ocidental e no Brasil tendo como pontos de referências, no plano externo, a mundialização das relações econômicas e políticas e seu reflexo nos Estados nacionais e a crise do ciclo dos governos sociais na Europa, EUA e América do Sul.  No plano interno, a operação Lava Jato, o golpe parlamentar contra a presidente Dilma e a ascensão de Michel Temer ao governo central.  

Nenhum projeto nacional pode estar desvinculado das novas interações e processos que vem se consolidando nas relações internacionais consubstanciados nas estruturação de relações de poder mundial impulsionado por dois processos concomitantes: a mundialização de decisões econômicas que incidem diretamente sobre Países da periferia do capitalismo mundial e a transformações nas relações sociais a partir da emergência de sociedades estruturadas em redes sociais fundada na individualização extrema de vida e valores.  

Efetivamente, decisões estratégicas para as sociedade nacionais têm sido tomadas por atores e instituições financeiras. Assim, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio, Banco Central Americano, organizações financeiras e econômicas regionais, corporações transnacionais tomam decisões que estão desprovidas de controle social e que tem efeitos avassaladoras para os Estados nacionais.   

A formação do preço do câmbio, os preços das commodities a exemplo do petróleo, soja etc, protecionismo de base sanitária, decisão de investimento em energias que geram impacto ambiental são exemplos marcantes de tomada de decisões que impactam negativamente os governos nacionais.  

Qualquer governo ou candidatos a governar um País deve apresentar esta discussão à sociedade. Efetivamente, precisa-se de articulações supra nacionais, tanto dos Estados nacionais, como das sociedades civis. Para controlar decisões que afetam diretamente cada País é fundamental que a sociedade civil se articule no plano regional e internacional para atuar decisivamente no enfrentamento de decisões de instituições que impactam diretamente as sociedades nacionais.  

No plano dos Estados nacionais é decisivo a definição de uma política local (Merco Sul), regional (das Américas) e global (relação Sul-Norte e Sul-Sul) para que o Brasil tenha força a partir de organizações estatais regionais e mundial na tomada de decisões econômica, sociais, políticas, ambientais e Humanitárias que repercutem decisivamente na vida dos povos.  

Neste momento, o governo Temer parece não entender a determinação que a as relações externas têm nos destinos das políticas internas. Ou seja, os ajustes fiscais internos, representam apenas um aspecto relacionado ao complexo sistema que incidem sobre as relações comerciais no plano internacional, e que não é o central para o fluxo positivo da presença do Brasil no mundo dos negócios e da política.

A enorme crise econômica e política enfrentada no início do segundo governo Dilma está diretamente relacionada à incidência de variáveis externas sobre a economia brasileira.  A queda dos preços no mercado internacional  do petróleo e dos produtos agrícolas no curso do primeiro governo Dilma, produziram enorme queda das receitas da fazenda nacional produzindo o início de um gigantesco déficit público.  

Todo este complexo processo de formação de preços a partir de variáveis internacionais começou a ocorrer no curso do primeiro governo Dilma, como houve a decisão de ampliar os gastos públicos em função da eleição presidencial que se aproximava, estes gastos ampliaram-se no curso do ano de 2014, produzindo um enorme déficit nas contas públicas.  É neste contexto de início de uma aguda crise econômica que se inicia o segundo governo Dilma em 2015. Agora temperado com o enorme escândalo envolvendo o Partido dos Trabalhadores, a partir de outubro de 2014.  

O governo Dilma, a partir de janeiro de 2015, foi marcado, desde a sua segunda posse por uma grave crise econômica impulsionada pelo déficit das contas públicas e pela crescente crise política que, efetivamente se instaurou com a eleição de um oposicionista extremado para presidir a câmara do deputados, que foi o deputado Eduardo Cunha.  

O segundo governo Dilma inicia com a necessidade premente de tomar medidas contracionista na economia  para enfrentar o grave déficit público acumulado no curso do final do seu primeiro mandato. Estas medidas passavam pelo corte de gastos sociais, contenção dos salários dos servidores públicos e  reforma previdenciária.  

Neste momento, os escândalos envolvendo a cúpula do Partido dos Trabalhadores estavam em franco processo de ampliação. O presidente da câmara do deputados, Eduardo Cunha, aliado ao centro político conservador desta instituição, iniciou a produção da chamada “pauta bomba”, que objetivava ampliar os gastos públicos num contexto de grave déficit público, inviabilizando, sistematicamente as iniciativas políticas do governo Dilma.  

É neste contexto que entra em ação o vice-presidente da república, Michel Temer que se alia ao presidente da câmara e conduz o PMDB e seus satélites conservadores para a política da pauta bomba de Cunha, gerando uma ingovernabilidade política que durou todo o ano de 2015 e parte do ano de 2016.  

Com a paralisia congressual estavam dadas as condições para o golpe parlamentar contra a presidente da república. Os defensores do impeachment utilizaram uma ferramenta legal para dar início à derrubada de Dilma. Assim, o impeachment, veio a afastar e posteriormente cassar o mandato da presidente Dilma.  

Deve-se registrar que a presidente Dilma jamais foi acusada ou envolvida com as denúncias da operação Lava Jato contra o Partido dos Trabalhadores. O argumento utilizado para afastar a presidente foi de ordem administrativa, ou seja a presidente Dilma foi acusada de pedaladas fiscais, qual seja, fazer deslocamento de receitas públicas para pagar o programa Bolsa Família. Deslocamento orçamentário este, que não foi  autorizado pelo congresso nacional. 

Deve-se registrar que o Supremo Tribunal Federal legitimou todo este processo de golpe parlamentar a partir de uma provocação do próprio Partido dos Trabalhadores. Ou seja, quando o presidente da câmara dos deputados conduziu a aprovação do rito do impeachment, o PT recorreu ao STF solicitando que o rito fosse alterado, no que o foi atendido pela corte suprema. A partir deste momento o rito do impeachment estava legalizado.  

Pois bem, com a queda da presidente Dilma, ascendeu à presidência da república o vice-presidente Michel Temer, que construindo uma ampla maioria parlamentar vem enfrentando a crise econômica com políticas ortodoxas consubstanciadas em políticas de contingenciamento do orçamento público, notadamente para saúde, educação, segurança, corte de gastos de programas sociais , arrocho salarial do funcionalismo público e reformas administrativas que vêm penalizando o trabalho e protegendo o capital.  

O resultado de toda esta política contracionista e antipopular é a rejeição estratosférica do presidente da república pela sociedade brasileira, que chega a 80% e aprovação que não passa de 3%. Neste contexto de arrocho contra a classe trabalhadora e os setores médios da população observa-se o crescimento da popularidade do ex-presidente Lula, que hoje é apontado pelos institutos de pesquisas, como favorito para ganhar as eleições presidenciais de 2018, caso venha a ser candidato.  

É neste contexto que passo a analisar os possíveis cenários para as eleições de 2018 no Brasil. Eu diria que este cenários serão nebulosos até meados de 2018, tendo em vista a possível condenação, em segunda instância, do ex-presidente Lula no dia 24 de janeiro pelo Tribunal Regional Federal da quarta região.  

Com efeito, Lula tem sido o personagem central da sucessão presidencial de 2018. Como existe grande probabilidade de sua condenação no dia 24 de janeiro de 2018, os desdobramentos poderão ter incidência sobre os rumos da sucessão presidencial de 2018 no Brasil. Mas vamos aos prováveis cenários para 2018 no Brasil.  

As forças políticas que estarão no centro das disputas eleitorais no Brasil nas eleições de 2018 deverão estar representada no centro: Geraldo Ackmin, Lula, Marina Silva e Álvaro Dias. Pela direita, Jair Bolsonaro e pela esquerda Ciro Gomes.  Muitos outros candidatos, portadores de diversas matizes ideológicas deverão se lançar à presidência mas com baixo poder de polarização política, a exemplos dos candidatos do PC do B, PSOL e PPS.  

Cenário 1 com a presença de Lula candidato (cenário improvável) -  Lula e Alckmin ocuparão o espaço do centro, Alckmin atingindo boa parte da direita e Lula boa parte da esquerda. Diria eu, este dois candidatos esvaziarão candidatos pelo centro e pela esquerda. Os candidatos com perfil de centro como Marina Silva, Álvaro Dias e Cristovam Buarque tenderão a ser esvaziados. Pela esquerda, candidatura como a de Ciro Gomes perderá potencial de crescimento.  

Creio que neste cenário, Lula. Alckmin e Jair Bolsonaro travarão uma dura batalha pelo segundo turno. Caso venham a passar Alckmin e Lula, o tucano a partir da migração maciça dos votos de Bolsonaro tenderia a sair vitorioso. Caso venha a passar Alckmin e Bolsonaro, a maioria dos votos de Lula dariam a vitória ao tucano em segundo turno. Caso venha a passar Lula e Bolsonaro, Lula sairia vitorioso a partir da migração dos votos de Alckmin para Lula em segundo turno.  

Cenário 2- sem Lula:  Neste cenário haveria uma grande fragmentação eleitoral ao centro e à esquerda. No centro, que tem potencial de 50% de votos, Alckmin, Marina, Cristovam Buarque e Ávaro Dias dividiriam o voto ao centro, com tendência de que o tucano passasse ao segundo turno. Pela esquerda o candidato do PT, Ciro Gomes, Manuela D’avila  do PC  do B e o candidato do PSOL, dividiriam os votos à esquerda, cujo potencial é de 30%, perdendo poder de passagem ao segundo turno. Neste cenário, o candidato de direita, Jair Bolsonaro, com potencial de 20% de votação passaria ao segundo turno.  

Num confronto entre Alckmin e Bolsonaro, a tendência seria de vitória de Alckmin, ou qualquer outro candidato que viesse do centro político, haja vista que a maioria dos eleitores de esquerda, dariam um voto anti Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018.   

A presença de Lula, como cabo eleitoral poderá alterar a dinâmica deste eventual cenário. A entrada de um outro candidato petista na disputa presidencial poderá retirar qualquer chance de um candidato de esquerda vir a disputar a passagem ao segundo turno nas eleições de 2018. Creio que o voto de Lula é somente de Lula e os votos da legenda do PT, são outra coisa, perante as massas, nesta eleição vindoura. Creio que o PT, como partido, só começa sua recuperação eleitoral nas eleições seguintes, quando passar a penitência decretada, desde 2016 pelo eleitorado brasileiro.  

Mas, o que é improvável, caso Lula e o PT resolvam apoiar uma candidatura, como a de Ciro Gomes, desde o primeiro turno, o cenário se transformaria favoravelmente para a esquerda. Como Ciro Gomes tem de saída 10% de intenção de votos, Lula tenderia a transferir mais 10 ou 15% por cento, o que colocaria esquerda em condições de disputar o segundo turno de 2018 no Brasil. Neste cenário Ciro só tenderia a sair vitorioso se viesse a enfrentar Jair Bolsonaro, pois a maior parte dos eleitores do centro político tenderiam a dar um voto anti Bolsonaro, desde que Ciro Gomes moderasse seu discurso, seu programa e fizesse um aceno ao centro político.  

O fenômeno Bolsonaro representa a negação da política e dos partidos e este candidato está em ascensão devido ao sentimento genérico de rejeição do sistema político como um todo, seja a negação dos poderes da república seja a descrença nas próprias instituições democráticas no Brasil. Somado a tudo isso, temos a terrível conjuntura da violência urbana e a falência dos serviços públicos básicos. A duplicação de votos brancos e nulos, em relação às eleições de 2014, deverá marcar este sentimento de rejeição da política por grande parte do eleitorado esclarecido brasileiro.  

Portanto, as eleições de 2018 é propícia a emergência de outsiders. Existe um sentimento genérico de renovação política nas disputa para os cargos majoritários nas eleições de 2018, a exemplo das disputas para os cargos de presidente, governador e senador. Nestas disputas majoritárias o eleitor terá maiores chances de realizar a operação “degola”.  

Dados mais recentes publicados pelos institutos de pesquisa, notadamente o DataPoder, analisando o potencial de votos de cinco candidaturas presidenciais: Lula, Bolsonaro, Alckmin, Marina e Ciro revelaram um dado enigmático, em média 50% do eleitorado brasileiro rejeita todas estas cinco candidturas.   

O desejo de mudança política se anuncia nas disputas majoritárias, porém esta renovação fica muito difícil nas disputas proporcionais porque o eleitorado não compreende como se elege deputados, devidos as regras eleitorais do sistema proporcional de lista aberta que preside as disputas para os assentos parlamentares no Brasil. Portanto, os deputados acusados de corrupção, mas com poder administrativo ou financeiro tenderão a continuar na vida pública, apesar da operação Lava Jato.

*Edir Veiga é Dr. em ciência política e professor da UFPA.

Obs: O editor do blog As Falas da Pólis identificou alguns pequenos erros de ortografia e/ou digitação, mas manteve o texto e o título fiéis aos originais, limitando-se apenas e inserir a imagem ilustrativa desta postagem, já que a original não possui.

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