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segunda-feira, outubro 22, 2018

Qual o menos pior: Márcio Miranda ou Helder Barbalho? E quem tá com Bolsonaro ou Haddad?

Eleitores de Márcio Miranda e Helder Barbalho misturam a campanha presidencial e usam o nome dos seus candidatos para influenciar as eleições no Pará.

Por Diógenes Brandão    

O vídeo de Frank Bolsonaro, administrador da fanpage Família Bolsonaro Pará está sendo usado por petistas ligados a campanha de Helder Barbalho (MDB), como um recurso retórico contra a candidatura de Márcio Miranda.

No vídeo gravado ao vivo na noite deste último sábado, 20, na Av. Doca de Souza Franco, durante uma manifestação das militâncias dos candidatos que disputam as eleições para o governo do Estado, Frank Bolsonaro afirma que Eder Mauro é Helder Barbalho e diz que Helder Barbalho é PT.

Assista o vídeo:



Diante disso, muitos petistas acabaram vestindo a carapuça e assumindo a campanha do MDB, chamado de partido golpista pela esquerda como um todo.  

Historicamente, o DEM, partido de Márcio Miranda é aliado do PSDB, o qual foi durante mais de 30 anos, o principal adversário do PT. 

Foi do presidente nacional do então PFL, hoje DEM, a frase que aumentou o antagonismo da esquerda contra o partido de Márcio Miranda: "Desencantado? Pelo contrário. Estou é encantado, porque estaremos livres dessa raça pelos próximos trinta anos", disse Jorge Bornhausen referindo-se ao governo do PT, numa palestra em que lhe perguntaram se não estava desencantado com a situação política do país, em Agosto de 2005.  

Passados 13 anos, alguns petistas ainda usam esse rancor pelo DEM para justificar sua decisão de votar contra Márcio Miranda e fazerem campanha para Helder Barbalho.  No entanto, segundo fontes do blog AS FALAS DA PÓLIS, a chamada "banda boa" do PT não aceitou fazer parte do acordo político feito logo após o fim do primeiro turno, quando Paulo Rocha (PT) foi derrotado, como já era previsto e a cúpula da "banda podre do PT", reuniu-se e declarou apoio unilateral à campanha dos Barbalho. 

A militância não seguiu a determinação da direção partidária e o PT segue rachado, com petistas fazendo campanha para os dois candidatos: Helder Barbalho e Márcio Miranda.  No entanto, o vídeo de Frank Bolsonaro tem sido usado por petistas pró-Helder Barbalho, em grupos da esquerda paraense, para forçar o entendimento de que a manifestação de apoio de eleitores de Bolsonaro a Márcio Miranda, seria a razão para que toda a esquerda vote em Helder Barbalho. 

Confesso que demorei a acreditar que tanta gente inteligente esteja sendo tapeada por mais essa narrativa torpe e sem a menor condição de ser crível.

Soma-se à essa narrativa, a ideia de que Márcio Miranda foi indicado por Simão Jatene (PSDB) declarado como inimigo histórico do PT e de toda a esquerda paraense. 

No entanto, um atento observador petista, me lembrou de que no primeiro turno, o PSDB de Simão Jatene fez campanha e jogou peso em Geraldo Alckmin, o seu candidato a presidente. 

Já o MDB, fez campanha aberta a Jair Bolsonaro, ao invés de Meireles, candidato oficial do partido. 

Os números confirmam a tese do militante que integra a "banda boa do PT".  

Tem mais, para grande parte dos petistas paraenses, pouco importa de que lado esteja o Gordo do Aurá e muito menos se o João Salame (PP) foi preso por corrupção. Eles querem eleger Haddad e ponto final.  

Como nenhum dos dois candidatos ao governo do Estado declarou apoio aos candidatos a presidente do Brasil, qualquer ilação de que Márcio Miranda é Haddad ou Bolsonaro, assim como Helder Barbalho é Bolsonaro ou Haddad é pura falácia de militantes ou pessoas mal intencionadas. 

As paixões se afloram e o erro da esquerda (PT e PCdoB) em decretar apoio a Helder Barbalho, ao invés de deixar com que a militância escolhesse livremente seu candidato ao governo e focasse na campanha presidencial, tem levado Bolsonaro a crescer de forma avassaladora no Pará.

Segundo a última pesquisa DOXA, publicada neste domingo (21), Bolsonaro continua liderando as intensões de votos, com uma diferença de 9,4% sobre Fernando Haddad. Veja o gráfico:

Pesquisa DOXA foi realizada com  1.896 eleitores, entre os dias 10 e 13 de Outubro, em todas as mesorregiões do Estado, com o nível de confiança de 95% e Margem de erro de 2,25. Registro Eleitoral nº PA-07843/2018. 

O PSOL não assume publicamente, mas sua militância está orientada a votar contra Márcio Miranda e em Haddad para presidente, mesmo depois do partido ter feito duras críticas aos governos do PT e do MDB, tanto a nível estadual, quanto nacional, chamando-o de golpista e de ser inimigo número 1 da classe trabalhadora. 

No entanto, a maioria da militância psolista também não aceita votar em qualquer integrante da família Barbalho, optando, portanto, pelo voto nulo.  

Mas nos últimos dias, o blog tem conversado com muitas lideranças e formadores de opinião da esquerda paraense e a maioria destaca que se for para escolher o menos pior, Márcio Miranda seria a melhor opção. Por que? Indaguei durante todo o final de semana.

Avaliando todas as consultas e conversas feitas com a militância e lideranças da esquerda paraense, os motivos para votar em Márcio Miranda ao invés de Helder Barbalho seriam quatro. São eles:  

1) Márcio Miranda é um bom sujeito, sem nada que abale sua índole. Como político, Márcio Miranda sempre agiu de forma ética, democrática e sempre buscando o equilíbrio das forças políticas de dentro e fora da ALEPA, coordenando reuniões e conversas entre o governo e a oposição, para chegar no bom senso e nas melhores condições, nas mesas de negociação, seja com sindicalistas, prefeitos, segmentos do setor produtivo e movimentos sociais.  

2) Márcio Miranda sempre respeitou as minorias, acatando propostas e bons nomes nas negociações para composição de mesas diretoras e comissões estratégicas no parlamento estadual, onde foi eleito e reeleito por mais duas vezes consecutivas, todas com o voto unânime dos deputados, de todos os partidos paraenses, inclusive deputados do PT, PCdoB e do MDB, hoje seu principal rival. Algo inédito e surpreendente. 

3) Na comparação entre o menos pior, entre os nomes de Márcio Miranda e Helder Barbalho, este último é uma ameaça maior à esquerda, já que sua família possui um império de comunicação, que através dos seus telejornais, programas de rádio e do jornal Diário do Pará influencia milhões de paraenses contra seus adversários. 

Imagine uma greve do SINTEPP - Sindicato dos Professores do Estado do Pará - onde por algum motivo haja o uso de força policial contra os manifestantes grevistas. 

Como os veículos de comunicação da família do governador iriam se manifestar? 

Iriam tratar os manifestantes com isenção e respeito, ou chamá-los de esquerdistas/petistas vagabundos, tal como faz todos os dias, apresentadores e funcionários das empresas da família Barbalho, como Joaquim Campos (MDB), vereador e candidato a deputado federal novamente derrotado nas urnas por sua truculência e carta branca para difundir opiniões contrárias à esquerda, semeando ódio e até ideias para acabar com ela?  

4) Independente de quem seja o presidente eleito, a família Barbalho será da base aliada e continuará forte e com grande poder para indicar seus membros para ministérios e autarquias, como a SUDAM, pois quem entende minimamente de política partidária, sabe que o MDB, com seu tamanho no Congresso Nacional, sua importância para aprovação de projetos e da necessária governabilidade ao futuro presidente, continuarão a oferecer sua fatia no poder central, mantendo  ou até ampliando o poder da família mais rica da política paraense, que já possui a maioria dos prefeitos, deputados e vereadores eleitos no Pará. 

Imagine com todo esse poder, nas eleições de 2020.

Imagine!

quinta-feira, dezembro 11, 2014

PSDB Mulher critica Bolsonaro, mas para os dirigentes fica por isso mesmo

PSDB Mulher emitiu nota contra atitude de Bolsonaro, mas site do partido só fala em atitude censurável. Machismo ou medo de rachar a oposição?

Por meio de nota, o PSDB minimizou a fala “Não te estupro porque você não merece”, de Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra Maria do Rosário (PT-RS), em plena Câmara dos Deputados

Pela Redação da Revista Fórum.

Um “censurável episódio ocorrido no plenário da Câmara dos Deputados essa semana”. É assim que a bancada do PSDB classifica o incidente dessa terça-feira (9), em que um deputado afirmou, em plenário, que só “não estuprava” uma colega “porque ela não merecia”.

Sem citar o nome do agressor, Jair Bolsonaro (PP-RJ), lê-se no texto que a sigla repudia e se posiciona contrária “a qualquer tipo de violência ou desrespeito contra as mulheres” – sem também fazer menção à agredida, a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

A nota ainda afirma que a legenda está “comprometida com os mecanismos de proteção das mulheres, assim como a garantia do respeito, sem distinções”. Porém, ao contrário de PT, PCdoB, PSB e Psol, que entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra Bolsonaro, os tucanos não se manifestaram contra o deputado aliado de oposição.

Nota do Blog As Falas da Pólis.

Ao contrário do site do Diretório Nacional do PSDB, a Nota do PSDB Mulher traz os nomes dos envolvidos no que chama de inadmissível comportamento de Bolsonaro, mas como não tem poder interno no partido, limitou-se a isso, sem ingressar com recursos nas esferas responsáveis para julgar a atitude do parlamentar.

Machismo ou medo de rachar a oposição?

Segue a nota:

O PSDB Mulher Nacional vem a público manifestar sua indignação pela maneira como o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), rebateu a ex-ministra Maria do Rosário (PT-RS), em debate ocorrido no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça (9).

Acreditamos que oposição se faz com o debate de ideias, argumentos e propostas, jamais com ataques pessoais ou apologia ao crime. Quando o deputado Bolsonaro diz que a deputada Maria do Rosário não merece ser estuprada dá a entender que algumas mulheres merecem, o que é inadmissível.

O Brasil é um país em que ocorre um estupro a cada 4 minutos, precisamos de leis mais duras contra este crime, de parlamentares mais dispostos a combatê-lo, não de políticos complacentes com esse tipo de agressão. Oposição sim, sempre, para isso fomos eleitos; apologia ao crime, jamais.

Secretariado Nacional da Mulher/PSDB.  

segunda-feira, março 29, 2021

Recusa em apoiar Estado de Sítio levou à demissão do ministro da Defesa

Governo Bolsonaro troca quatro ministros em duas semanas. Imagem: Raul Spinassé/Folhapress.


Via Balaio do Kotscho, no UOL Notícias

A falta de apoio das Forças Armadas na sua tentativa de decretar o Estado de Sítio foi a principal razão para Bolsonaro demitir sumariamente o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, segundo fontes militares ouvidas pela coluna. 

Bolsonaro queria que os militares pressionassem o Congresso a aprovar o estado de exceção, que suspende garantias individuais e dá plenos poderes ao presidente. Há várias semanas o capitão já vinha preparando o terreno para adotar essa medida extrema, ao fracassar no combate à pandemia e anunciar que "o caos vem aí".

Azevedo e Silva ainda tentou argumentar que as Forças Armadas são instituições de Estado e não de governo, mas o presidente estava decidido a tocar em frente seu plano para dar um autogolpe. 

Foi o mesmo motivo da demissão do advogado Geral da União, José Levi do Amaral Junior, que se recusou a assinar a ação de Bolsonaro contra os governadores no STF. A ação, recusada pelo Supremo, foi entregue na semana passada só com a assinatura do presidente da República. Para o lugar dele na AGU, o presidente quer levar de volta André Mendonça, que tinha ido para o Ministério da Justiça. 

Para o Ministério da Justiça foi o delegado da Polícia Federal Anderson Torres, que era Secretário Nacional da Segurança Pública e deve coordenar as Polícias Militares (ver final da coluna). 

De forma secundária, outra recusa contribuiu também para a saída de Azevedo e Silva, que se negou a assinar a promoção do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para general de quatro estrelas.

Bolsonaro simplesmente não admite ser contrariado e, quando isso acontece, age por impulso, o que já vinha preocupando a alta cúpula militar. O objetivo do presidente, nesta louca dança das cadeiras que desencadeou hoje, é se cercar apenas de fiéis aliados terrivelmente submissos como eram Pazuello e Araújo.

O que os militares não conseguem entender é com qual apoio o capitão pretende contar agora para levar adiante seu plano golpista, depois dos atritos com o Congresso, o STF e o mercado, sendo demonizado pela maior parte da grande mídia e com a perda de poder dos seus fanáticos seguidores nas redes sociais. 

Cada vez mais só e isolado, o capitão tornou-se incontrolável. 

Desde a decisão do STF de cancelar as condenações de Lula pelo ex-juiz Sergio Moro na Lava Jato, Bolsonaro entrou em parafuso, começou a atirar para todo lado e acabou promovendo o desmanche do seu próprio governo, que derrete a olho nu. 

Acabou o governo Bolsonaro que tomou posse no dia 1º de janeiro de 2019. 

O que se sabe é que o presidente vem há tempos trabalhando para garantir o apoio das Polícias Militares estaduais, que, somadas, têm o dobro do contingente das Forças Armadas, tirando-as do comando dos governadores contra os quais já apontou sua artilharia. 

É nesse contexto que se insere o movimento do que sobrou das forças bolsonaristas no Congresso e nas redes sociais para atiçar um motim da Polícia Militar contra o governador da Bahia, Rui Costa, após um conflito na corporação neste fim de semana. 

Os próximos dias, enquanto o presidente não for contido em sua escalada autoritária, prometem fortes emoções. E tudo isso está acontecendo na antevéspera de mais um 31 de Março, aniversário do Golpe Militar de 1964 sempre defendido por Bolsonaro. 

Preparem-se. 

Vida que segue

sábado, outubro 07, 2017

Confusão e quebra-quebra na visita de Bolsonaro a Belém

Bolsonaro vestiu a camisa dos dois maiores times de futebol paraenses: Paysandu e Remo.
Por Diógenes Brandão

Tal como previsto na matéria Condenado pela 4ª vez e sob protestos, Bolsonaro fará visita relâmpago a Belém, na quinta-feira (5), o deputado carioca Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi recebido por uma mini-multidão no aeroporto de Belém, de onde saiu em carreata até à Computer Hall, lugar onde era aguardado para uma palestra, onde os participantes que haviam feito suas inscrições via internet, já estavam lhe aguardando. 

Na chegada de outras pessoas que haviam acompanhado o deputado desde o aeroporto e quiseram entrar sem estarem credenciadas, houve um tumulto e quebra-quebra. Depois da zorra e dos prejuízos deixados, os fãs de Bolsonaro que não conseguiram entrar no local da palestra foram embora e os que ficaram comentaram nas redes sociais que o vandalismo no local havia sido feito por "petistas infiltrados".

Ainda no aeroporto, as imagens de centenas de homens e a ausência de mulheres chamaram a atenção do professor e arquiteto Flávio Nassar, que fez o seguinte comentário em seu perfil do Facebook: 

"Tem alguma coisa estranha nesta foto. 
Onde estão as mulheres? 
Será a crise da masculinidade? 
O outono do patriarcado? 
Bando de babaca babando por um macho escroto".



A advogada e jornalista Franssinete Florenzano, postou em seu blog e redes sociais uma nota que lhe gerou inúmeras críticas e ofensas. Segue o post dela:


Da esquerda para a direita: Vereador Sargento Silvano (PSD) autor do projeto de lei que daria o título de "Cidadão Belensense" a Jair Bolsonaro, Deputado Federal Éder Mauro (PSD), Bolsonaro e Deputado Estadual Coronel Niel (PSD). Todos são policiais que ingressaram na política e hoje são representantes da chamada "Bancada da Bala"

Para mais detalhes sobre a inusitada visita, leia no blog do Ver-O-Fato: A MULTIDÃO E A VISITA DE BOLSONARO A BELÉM, SEGUNDO MATÉRIA DA BBC

segunda-feira, agosto 03, 2020

No Roda Viva, Maia descarta abrir impeachment de Bolsonaro: “Não vejo elementos”

Presidente da Câmara disse que não enxerga crime por parte de Bolsonaro em nenhum dos mais de 50 pedidos de afastamento que estão em sua gaveta, mas que Dilma, sim, cometeu crime de responsabilidade e por isso votou a favor do impeachment "com convicção"

Via Fórum

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), descartou, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (3), a possibilidade de abrir algum dos mais de 50 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro que estão em sua gaveta.  

Segundo Maia, não há elementos que apontem que o presidente tenha cometido algum crime, mesmo diante do fato de que Bolsonaro participou de atos antidemocráticos contra o Congresso e tem sido um dos piores gestores do mundo no combate ao coronavírus – os jornalistas do programa lembraram, inclusive, que Bolsonaro dá maus exemplos, incentiva aglomerações e mantém o Ministério da Saúde sem titular há meses, o que pode ter contribuído para o alto número de mortes no país.

“Por parte do presidente não vejo crime de responsabilidade. Não vejo motivações pro um processo de impeachment. São fatos graves, mas não para um processo de impeachment”, afirmou.  

“O presidente comete vários erros, mas tem uma parte da sociedade que apoia ele. Não acho que há esse crime”, completou o parlamentar.  

Apesar de não enxergar nenhum crime por parte de Bolsonaro, Maia afirmou que votou “com convicção” a favor do impeachment de Dilma Rousseff e que a petista, sim, diferentemente de Bolsonaro, teria cometido um crime “concreto”.  

Perguntado sobre o motivo pelo qual, então, não arquiva os pedidos de impeachment contra Bolsonaro, Maia afirmou que, caso indefira algum deles, caberá recurso e isso terá que ser discutido em plenário, algo que, para ele, não caberia em um momento de pandemia.

quarta-feira, outubro 03, 2018

UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O FENÔMENO BOLSONARO

Bolsonaro foi criado pelo PT, por sua irresponsabilidade, por seu comportamento iconólatra à Lula. 

Por Carlos França*

Relutei muito, até que neste amanhecer resolvi fazer esta postagem, pra registrar o que penso. A mesma não tem desejo de proselitismo, apenas expor um pensamento, que não tolerará comentários de baixaria ou chulos. 

Quem me conhece é sabedor que meu candidato à presidência era Álvaro Dias, probo, preparado e confiável; mesmo assim, há muito tempo já fazia uma avaliação consubstanciada academicamente de que Bolsonaro, cresceria muito. 

Interessante que este personagem que a mídia nos traz deste senhor, não condiz com sua real existência na Câmara; membro do baixo clero, pouco articulado entre colegas, tímido, péssima oratória, desinteressado das composições inerentes a legislatura, acabando por movimentar-se sozinho, meio que isolado.

Como conseguiu então tanta projeção? Opino, que sua posição antipetista ferrenha desde a época áurea do lulopetismo, sua indiferença ao politicamente correto, sem filtros, que inclusive facilitou as rotulagem de homofóbico, racista, etc... e sua incomum franqueza, que as vezes chega à beira da ingenuidade política, foram as responsáveis! 

Seu crescimento junto ao eleitorado explica-se mais por suas deficiências do que por méritos. Houve uma empatia e uma percepção de que ele fala o que pensa e assim sendo, podemos confiar; daí talvez explique-se porque apanhe tanto e não tendo partido forte, sem dinheiro, sem tempo de tv, antipatia da imprensa, oposição de quase todos os partidos, impensável na academia, odiado pelos artistas, esfaqueado e doente, como um zumbi...ele sobreviveu. 

Tenho um grande amigo, privilegiado pelo seu posto de observação do tema, que afirmou, a uns sete meses atrás: “esse cara é um idiota, vai dissolver quando começar a campanha eleitoral”, isto durante uma avaliação de cenários, onde eu defendia o Alvaro Dias, mas já afirmava que o Bolsonaro iria surpreender e poderia ganhar, contra tudo e todos, as eleições. 

Em fóruns mais acadêmicos, eu até sentia-me acanhado, dada a repelência e nada racional posição de amigos sobre o tema, sendo que entre estes, os mais próximos e também os que mais respeito, sabem desta avaliação. Indo mais além e a quase dois meses, portanto antes da facada, em um papo com um outro grande amigo, referência intelectual do tema, afirmei, após uma longa análise, que Bolsonaro poderá ganhar a eleição no primeiro turno. Fui taxado de louco e até superficial...rs

Ontem, conversando com uma outra amiga também MSc em Ciência Política como eu, esquerda típica, que milita abertamente contra o fenômeno, rotulando-o com todos seus méritos, também fiz esta avaliação, destacando a ela, que o ódio à criatura, deveria-se voltar ao criador, ou seja, os governos de esquerda, que levaram o Brasil a esta situação de descrença em todo sistema político. 

Bolsonaro foi criado pelo PT, por sua irresponsabilidade, por seu comportamento iconólatra à Lula. 

Bolsonaro ganhará as Eleições não por ser de direita, ganhará as eleições porque é contra o sistema e no inconsciente coletivo da maioria da população, ter esta representação...muitos dos quais até o presente momento nem sabem que votarão nele. 

O sistema sabe disso e o teme, mais do que a esquerda. O mérito dele foi ter a fortuna (Maquiável) de ter historicamente trombado com este inconsciente. A maioria da população votará contra o Sistema, votará em Bolsonaro!  

*Carlos França é Professor, Advogado e Mestre em Ciência Política pela UFPA.

sexta-feira, julho 13, 2018

Eder Mauro e Priante negociam aliança de Bolsonaro com Barbalhos. Seguidores se recusam a acreditar



Por Diógenes Brandão


Há duas semanas atrás, o deputado federal Eder Mauro (PSD) gravou um vídeo rebatendo acusações feitas pelo deputado federal Wladimir Costa (Solidariedade), que o acusou de ser  pau mandado da família Barbalho. A partir disso, diversos dos seus próprios seguidores passaram a indagar o posicionamento do deputado-delegado. 

Monossilábico, ele nega, mas não convence a todos e por isso continuam perguntando-lhe se ele tem ou não um acordo político com a família de Jader e Helder Barbalho. 



Com a visita de Jair Bolsonaro ao Pará, jornalistas perguntaram-lhes como seriam feitas as alianças eleitorais do PLS e na matéria 'Só não vamos fazer pacto com o diabo', afirma Bolsonaro, do jornal O Estadão, fica claro que Eder Mauro e o deputado José Priante (MDB), primo de Helder, são os responsáveis pelas negociações entre o partido de Bolsonaro e o MDB de Helder e Jader Barbalho, onde o filho disputará o governo do Estado do Pará e o pai uma vaga ao senado.

Em um trecho da matéria acima citada, podemos ler a seguinte informação: 

Em visita a Marabá nessa quinta-feira (12), ao ser questionado pelo Estado sobre a aliança, Bolsonaro afirmou que não participa das conversas de aproximação entre o PSL e o MDB no Pará, que na prática representa uma aliança indireta com o clã Barbalho para formar palanques, mas que não pode evitar acordos nas sucessões estaduais. "Se o nosso foco é a cadeira presidencial, paciência", disse o pré-candidato. "Só não vamos fazer pacto com o diabo" .

Logo mais a frente, outra informação precisa:

"O PSL tem um diálogo com o grupo oposicionista (ao governo do Pará), mas uma aliança ainda está indefinida", completou. Em Brasília, a costura entre o PSL e Helder é conduzida pelos deputados paraenses Eder Mauro (PSD), pai de Rogério, e José Priante (MDB), primo de Jader. Mauro desconversa sobre as negociações, mas adianta, porém, que nas conversas com Helder, está acertado que ele ditará a segurança pública no Estado num eventual governo do grupo."

Com a aliança, Bolsonaro amplia e consolida efetivamente sua intervenção política no Pará, usando o palanque de Helder Barbalho e recebendo uma ajuda positiva em sua imagem, seja através do uso político eleitoral feito pelo jornal Diário do Pará, bem como nas emissoras de rádio e TV da RBA - Rede Brasil Amazônia de Comunicação, pertencentes à família Barbalho, onde Eder Mauro já goza de diversas participações em programas e matérias supostamente jornalísticas, mas que firmado o acordo, ganharia mais apoio político dos prefeitos e toda a rede que dá amparo ao MDB no Pará, tanto na esfera jurídica, quanto no setor empresarial e, claro, mantendo-se em evidência nos meios de comunicação da oligarquia local.

Como nenhum dos citados nega e nem assume a possível aliança em suas redes sociais, parte dos seguidores e pretensos eleitores de Bolsonaro, Eder Mauro, Helder e Jader Barbalho parecem não quererem acreditar que isso seja verdade. 

Tratados como cego no meio de um intenso tiroteio, onde a descrença e a desconfiança imperam, no meio de versões e especulações, só lhes resta tirar suas próprias conclusões sobre o pragmatismo político desta campanha eleitoral, já que a classe política a cada dia que passa conta com menos credibilidade perante a sociedade brasileira. 

O problema são os eleitores, que independente de qualquer coisa que aconteça ou fiquem sabendo, continuam votando nos seus ídolos e ao mesmo tempo, como se sofressem de um distúrbio bipolar, reclamam da classe política que temos.

A partir do compartilhamentos nas redes sociais é possível ler diversos comentários de seguidores, sobretudo de Bolsonaro, recusando-se a acreditar no que lêem e acabam acusando a informações da probabilidade da aliança com os Barbalhos como sendo uma Fake News. 

Veja alguns destes comentários:








terça-feira, dezembro 15, 2020

Vice-presidente do PT defende apoio ao candidato de Bolsonaro na Câmara

"O Lira é o candidato do Centrão. O Centrão tem um acordo com o Bolsonaro. Pode ter um acordo com a gente também", afirmou Quaquá. Já o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o PT não vai apoiar Arthur Lira em nenhuma hipótese


Via Brasil 247, sob o título 
Vice-presidente do PT, Washington Quaquá se reúne com Arthur Lira e defende apoio ao candidato de Bolsonaro na Câmara

O vice-presidente nacional do PT e ex-prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, defendeu nesta terça-feira (15) que o partido apoie a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) a presidente da Câmara. 

Lira é o candidato apoiado por Jair Bolsonaro para substituir Rodrigo Maia. Segundo o site Agenda do Poder, que cobre a política do Rio de Janeiro, Quaquá argumenta que Lira é um nome do Centrão e aponta eventuais vantagens de uma aliança com o parlamentar.   

Washington Quaquá teria se reunido com Arthur Lira há cerca de dois meses. Na opinião do dirigente petista, o PT deve apoiar o candidato que “abrir mais espaço de participação e tiver compromisso com a pauta democrática”.

"O Lira é o candidato do Centrão. O Centrão tem um acordo com o Bolsonaro. Pode ter um acordo com a gente também", afirmou Quaquá. "O Centrão do Lira é igual ao Centrão de Rodrigo Maia. O Centrão de Lira fez um acordo com Bolsonaro. Isto não quer dizer que ele seja Bolsonaro. Acho, francamente, que Lira tem mais autonomia para lutar pelas pautas democráticas", acrescentou. 

Washington Quaquá teria se reunido com Arthur Lira há cerca de dois meses. Na opinião do dirigente petista, o PT deve apoiar o candidato que “abrir mais espaço de participação e tiver compromisso com a pauta democrática”. "Não tenho nenhum problema com o Lira, pelo contrário. Para falar a verdade, acho que ele pode ter mais condições de avançar", avaliou.  

Já o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou, em vídeo publicado nas suas redes sociais e em seu site, que não existe a menor possibilidade de o PT apoiar a candidatura de Arthur Lira. “Hoje o PT é linha de frente na oposição a Bolsonaro e todos os retrocessos que o governo dele representa, por isso, em hipótese alguma, Lira, que é seu candidato, contará com apoio do PT”, afirmou.

A defesa de Quaquá por um apoio do PT vai na direção do que afirmou o ex-presidente do partido José Dirceu que, em entrevista à TV 247, afirmou que a esquerda não deveria ter um candidato próprio na disputa pela presidência da Câmara.   

Também à TV 247, o jornalista Breno Altman avalia que a esquerda está "obrigada" a apresentar candidatura própria ao comando da Câmara, para polarizar o debate e defender as bandeiras da esquerda. A defesa de uma candidatura própria da esquerda à presidência da Câmara também já foi feita por parlamentares federais do PT como Rui Falcão (SP) e Natália Bonavides. 


quinta-feira, janeiro 14, 2021

Vivi do PSOL-PA: Que juventude é essa que já nasce agarrada com o velho?

Jornalista de esquerda questiona o voto de Vivi Reis, deputada federal do PSOL, que assumiu a vaga deixada pelo ex-deputado federal e hoje prefeito de Belém.


Por Fabrício Rocha, jornalista de Belém do Pará

Tô passado para a Vivi Reis (PSOL/PA). A primeira participação dela na Câmara Federal está sendo defender um bloco com a direita Neoliberal, desde o primeiro turno,  para composição da mesa diretora. Uma Candidatura arrajanda por Rodrigo Maia (DEM).

Nunca é demais lembrar que existe segundo turno. Estou lendo a nota dela e parece que não existe centrão/direita liberal/Rodrigo Maia/DEM/MDB. 

Com toda toda certeza, essa não seria a posição do Edmilson Rodrigues. A colega assumiu falando na luta, no povo LGBTQIA+ , na resistência e parece que não percebe que a turma do Rodrigo Maia, MDB e centrão em.geral foi quem sustentou a política econômica do governo Bolsonaro/Guedes + reforma da previdência/trabalhista.

 Inclusive na última entrevista para a folha deixou claro que Baleia Rossi não é de oposição e que não será um entrave para a política econômica liberal. Por isso a esquerda tem que ter uma candidatura própria. 

Que juventude é essa que já nasce agarrada com o velho? Olhem para Luiza Erundina, com seus mais de 80 anos, e veja o que é coerência. 

Abaixo a nota dos parlamentares federais do PSOL contrários ao bloco com a direita neoliberal desde o primeiro turno. 

A ESQUERDA PRECISA TER VOZ NA ELEIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Está aberto, em nosso partido e na esquerda brasileira, um importante debate sobre a tática para, ao mesmo tempo, derrotar Jair Bolsonaro e fortalecer as propostas da esquerda na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados. De antemão, reconhecemos como legítimas as posições em debate. O momento é grave e pede serenidade e respeito entre nós.

A maioria dos partidos de oposição optou pelo apoio ao do bloco liderado por DEM, PSDB e MDB, encabeçado pelo deputado Baleia Rossi, candidato do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Embora legítima, identificamos nessa escolha um enorme risco para o nosso campo: prejudicar o avanço e a presença das propostas da esquerda no debate sobre o papel da Câmara dos Deputados na defesa da democracia e no enfrentamento à crise brasileira.

Por essa razão, consideramos fundamental a apresentação – no primeiro turno – de uma candidatura de esquerda para a presidência da Câmara dos Deputados. Sem isso, propostas como a prorrogação do Auxílio Emergencial, a proteção às empresas públicas sob ameaça de privatização, a necessária revogação da criminosa Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos), a ampliação dos direitos de mulheres, negros e negras, indígenas, LGBTIs, a garantia de imunização de toda a população, a proteção do meio ambiente, o fim da violência de Estado contra a maioria mais pobre e – a mais urgente neste momento – a abertura do processo de impeachment de Jair Bolsonaro, não serão empunhadas por nenhum dos postulantes que até aqui se apresentaram. Todos eles participaram, direta ou indiretamente, do golpe parlamentar que trouxe o Brasil à crise que vivemos e, portanto, não têm condições de assumir esses compromissos por serem adversários da mudança. Embora se portem de maneira distinta em relação ao governo Bolsonaro, todos são artífices do "Centrão" e defensores da agenda ultraliberal de desmonte do Estado e degradação sistêmica das políticas de proteção social.

Derrotar o candidato de Jair Bolsonaro é uma das tarefas indispensáveis desta eleição. Mas isso pode ser feito no segundo turno, optando por apoiar – em melhores condições para afirmar elementos de uma agenda de esquerda – o candidato que contra ele disputar. Arthur Lira não terá nenhum voto da bancada do PSOL, razão pela qual o argumento de que uma candidatura de esquerda ajudaria o candidato de Bolsonaro é falso. O compromisso de nosso partido, como tem sido até aqui, é com a democracia, a ampliação de direitos, a soberania nacional, as lutas dos setores historicamente oprimidos, o meio ambiente e um novo modelo econômico para o Brasil. Também a defesa da unidade da oposição – não obstante existam diferenças táticas, como demonstra esse episódio – é objetivo permanente.

Diante de um momento tão dramático, com a pandemia dando sinais de resiliência graças ao negacionismo criminoso de Bolsonaro, acreditamos que não devemos abrir mão de apresentar bandeiras tão caras à nossa história aderindo a uma frágil promessa de independência em relação ao Palácio do Planalto. Aqueles que sustentam a agenda ultraliberal de Paulo Guedes não merecem esse voto de confiança. É preciso dar voz e fisionomia à esquerda brasileira na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Por essa razão, defendemos a construção de uma candidatura independente, com compromissos nítidos em favor do impeachment e do enfrentamento à crise, combatendo o bolsonarismo e o ultraliberalismo. Certamente, saberemos encontrar aliados nesta tarefa tão importante dentro da Câmara dos Deputados.

Áurea Carolina (PSOL/MG)

Glauber Braga (PSOL/RJ)

Ivan Valente (PSOL/SP)

Luiza Erundina (PSOL/SP)

Talíria Petrone (PSOL/RJ)

domingo, setembro 08, 2019

Tourinho, Maneschy e Fiúza: da academia para a política partidária

Esquerda, direita e centro disputam a UFPA de olho nas eleições de 2022.


Por Diógenes Brandão

O sucesso do ex-reitor Nilson Pinto na política, com mandato federal a quase trinta anos, parece que tem servido de inspiração para outros inquilinos da reitoria da UFPA. Carlos Maneschy, que renunciou ao mandato de reitor em 2016 para disputar a prefeitura de Belém e hoje ocupa uma secretaria de estado no governo do MDB, tem boas perspectiva de futuro na política, haja vista sua grande visibilidade pública neste início de mandato de Helder Barbalho. Alex Fiuza de Mello, após dois mandatos de reitor, ocupou secretaria de estado em dois mandatos consecutivos do ex-governador Simão Jatene e, neste momento, começa a se movimentar no sentido de vir a ocupar espaço na política paraense. Emmanuel Tourinho, em véspera de concluir seu primeiro mandato como reitor, também dá sinais claros de que pretende alçar voos maiores na política. O confronto com o governo Temer e, agora, Bolsonaro sinaliza nesta direção.

Alex Fiuza de Mello neste momento acena abertamente na direção do governo federal de Jair Bolsonaro em textos articulados de apoio a políticas do governo brasileiro de extrema direita. Em seu texto mais recente, denominado “O dia da vergonha na republiqueta das bananas”, Fiuza defende como ato jurídico perfeito a transferência de Lula para a penitenciária de Tremembé em São Paulo. Ele dá sinais óbvios e ululantes de que busca uma “ponte” com o governo Bolsonaro, utilizando como meio o elogio à Operação Lava Jato. Alex Fiuza quer se constituir como uma liderança política no Pará. Neste caminho, ele deverá buscar aproximação com partidos como o “Novo”, PSC, PSL ou assemelhados e formar grupos políticos, sendo a UFPA um espaço importante nesta estratégia.

As eleições para a reitoria da UFPA se aproximam. O atual reitor está governando a universidade em claro confronto com as políticas do governo Bolsonaro, desagradando numerosos grupos de pesquisadores de direita localizados principalmente nos institutos da saúde, de exatas, biológicas e tecnológico. Desses pesquisadores, que gozam de respeito e prestígio na universidade e na sociedade, pode florescer uma alternativa antipetista para disputar a reitoria.

O atual reitor sabe que a probabilidade de ser nomeado pelo presidente Bolsonaro é próximo de zero. Tourinho vem agregando apoiadores na UFPA com posições públicas em defesa da liberdade de Lula e um forte discurso contra as políticas do governo Bolsonaro. Para tentar ampliar a chance de ser nomeado, Tourinho está tentado a acabar com as eleições diretas na UFPA e montar a lista tríplice com duas damas de companhia no Conselho Superior Universitário. Para isso, precisará convencer os conselheiros a quebrarem a tradição democrática da instituição e promoverem eleições indiretas no conselho, bem como anular eventuais reações das entidades sindicais e estudantis da UFPA.

Ainda que o reitor obtenha sucesso nessa estratégia, ele sabe da grande possibilidade de ser nomeado um nome de fora da lista tríplice pelo governo Bolsonaro. Mesmo sabendo disso, Tourinho aposta no caos e no confronto que viria a ser gerado pela nomeação de um “interventor” na UFPA, transformando-se em um mártir vivo e se credenciando a disputar as eleições de 2022 e 2024 pelo PT.

Os primeiros passos de Tourinho nesse sentido foram dados recentemente com a troca do comando do complexo hospitalar da UFPA, varrendo da direção dos hospitais universitários pessoas indicadas pelo ex-reitor Carlos Maneschy e abrindo espaço para contemplar os novos aliados petistas. Tourinho também já teria negociado a troca imediata de membros da administração superior para incorporar outros grupos petistas e do Psol em sua base de apoio.

Como revés, apesar de Carlos Maneschy e seu grupo apoiarem fortemente Tourinho, o ex-reitor tem um grupo estável na UFPA que poderá, neste processo de “esquerdização” da reitoria, buscar alianças em torno de uma candidatura mais ao centro político para suceder Tourinho.
Fiúza, Maneschy e Tourinho são estrelas de primeira grandeza da UFPA e que ensaiam movimentos em direção à grande política paraense. São nomes com estatura para construir novas alternativas políticas para o estado do Pará. Mas, antes disso, devem medir força nas próximas eleições para a reitoria da UFPA. 

Quem sairá vitorioso? 

Façam suas apostas!

quarta-feira, outubro 24, 2018

Por que a cúpula da esquerda prefere o Barbalho, ao invés de um Democrata?


Eleitores de Márcio Miranda e Helder Barbalho misturam a campanha presidencial e usam o nome dos seus candidatos para influenciar as eleições no Pará.

Por Diógenes Brandão 

Historicamente, o DEM, partido de Márcio Miranda é aliado do PSDB, o qual foi durante mais de 30 anos, o principal adversário do PT.   

Foi do presidente nacional do então PFL, hoje DEM, a frase que aumentou o antagonismo da esquerda contra o partido de Márcio Miranda: "Desencantado? Pelo contrário. Estou é encantado, porque estaremos livres dessa raça pelos próximos trinta anos", disse Jorge Bornhausen referindo-se ao governo do PT, numa palestra em que lhe perguntaram se não estava desencantado com a situação política do país, em Agosto de 2005.    

Passados 13 anos, alguns petistas ainda usam esse rancor pelo DEM para justificar sua decisão de votar contra Márcio Miranda e fazerem campanha para Helder Barbalho (MDB).  No entanto, segundo fontes do blog AS FALAS DA PÓLIS, a chamada "banda boa" do PT não aceitou fazer parte do acordo político feito logo após o fim do primeiro turno, quando Paulo Rocha (PT) foi derrotado, como já era previsto e a cúpula da "banda podre do PT", reuniu-se e declarou apoio unilateral à campanha dos Barbalho.   

A militância não seguiu a determinação da direção partidária e o PT segue rachado, com petistas fazendo campanha para os dois candidatos: Helder Barbalho e Márcio Miranda.  

No entanto, o vídeo de Frank Bolsonaro tem sido usado por petistas pró-Helder Barbalho, em grupos da esquerda paraense, para forçar o entendimento de que a manifestação de apoio de eleitores de Bolsonaro a Márcio Miranda, seria a razão para que toda a esquerda vote em Helder Barbalho.   

Confesso que demorei a acreditar que tanta gente inteligente esteja sendo tapeada por mais essa narrativa torpe e sem a menor condição de ser crível.  

Soma-se à essa narrativa, a ideia de que Márcio Miranda foi indicado por Simão Jatene (PSDB) declarado como inimigo histórico do PT e de toda a esquerda paraense.   No entanto, um atento observador petista, me lembrou de que no primeiro turno, o PSDB de Simão Jatene fez campanha e jogou peso em Geraldo Alckmin, o seu candidato a presidente.   

Já o MDB, fez campanha aberta a Jair Bolsonaro, ao invés de Meireles, candidato oficial do partido.   

Os números confirmam a tese do militante que integra a "banda boa do PT".    

Tem mais, para grande parte dos petistas paraenses, pouco importa de que lado esteja o Gordo do Aurá e muito menos se o João Salame (PP) foi preso por corrupção. Eles querem eleger Haddad e ponto final.    

Como nenhum dos dois candidatos ao governo do Estado declarou apoio aos candidatos a presidente do Brasil, qualquer ilação de que Márcio Miranda é Haddad ou Bolsonaro, assim como Helder Barbalho é Bolsonaro ou Haddad é pura falácia de militantes ou pessoas mal intencionadas.   

As paixões se afloram e o erro da esquerda (PT e PCdoB) em decretar apoio a Helder Barbalho, ao invés de deixar com que a militância escolhesse livremente seu candidato ao governo e focasse na campanha presidencial, tem levado Bolsonaro a crescer de forma avassaladora no Pará.  

Segundo a última pesquisa DOXA, publicada neste domingo (21), Bolsonaro continua liderando as intensões de votos, com uma diferença de 9,4% sobre Fernando Haddad. Veja o gráfico:   



Pesquisa DOXA foi realizada com 1.896 eleitores, entre os dias 10 e 13 de Outubro, em todas as mesorregiões do Estado, com o nível de confiança de 95% e Margem de erro de 2,25. Registro Eleitoral nº PA-07843/2018.   O PSOL não assume publicamente, mas sua militância está orientada a votar contra Márcio Miranda e em Haddad para presidente, mesmo depois do partido ter feito duras críticas aos governos do PT e do MDB, tanto a nível estadual, quanto nacional, chamando-o de golpista e de ser inimigo número 1 da classe trabalhadora.   

No entanto, a maioria da militância psolista também não aceita votar em qualquer integrante da família Barbalho, optando, portanto, pelo voto nulo.    

Mas nos últimos dias, o blog tem conversado com muitas lideranças e formadores de opinião da esquerda paraense e a maioria destaca que se for para escolher o menos pior, Márcio Miranda seria a melhor opção. Por que? Indaguei durante todo o final de semana.  

Avaliando todas as consultas e conversas feitas com a militância e lideranças da esquerda paraense, os motivos para votar em Márcio Miranda ao invés de Helder Barbalho seriam quatro. São eles:    

1) Márcio Miranda é um bom sujeito, sem nada que abale sua índole. Como político, Márcio Miranda sempre agiu de forma ética, democrática e sempre buscando o equilíbrio das forças políticas de dentro e fora da ALEPA, coordenando reuniões e conversas entre o governo e a oposição, para chegar no bom senso e nas melhores condições, nas mesas de negociação, seja com sindicalistas, prefeitos, segmentos do setor produtivo e movimentos sociais.    

2) Márcio Miranda sempre respeitou as minorias, acatando propostas e bons nomes nas negociações para composição de mesas diretoras e comissões estratégicas no parlamento estadual, onde foi eleito e reeleito por mais duas vezes consecutivas, todas com o voto unânime dos deputados, de todos os partidos paraenses, inclusive deputados do PT, PCdoB e do MDB, hoje seu principal rival. Algo inédito e surpreendente.   

3) Na comparação entre o menos pior, entre os nomes de Márcio Miranda e Helder Barbalho, este último é uma ameaça maior à esquerda, já que sua família possui um império de comunicação, que através dos seus telejornais, programas de rádio e do jornal Diário do Pará influencia milhões de paraenses contra seus adversários.   

Imagine uma greve do SINTEPP - Sindicato dos Professores do Estado do Pará - onde por algum motivo haja o uso de força policial contra os manifestantes grevistas.   Como os veículos de comunicação da família do governador iriam se manifestar?   

Iriam tratar os manifestantes com isenção e respeito, ou chamá-los de esquerdistas/petistas vagabundos, tal como faz todos os dias, apresentadores e funcionários das empresas da família Barbalho, como Joaquim Campos (MDB), vereador e candidato a deputado federal novamente derrotado nas urnas por sua truculência e carta branca para difundir opiniões contrárias à esquerda, semeando ódio e até ideias para acabar com ela?   

 4) Independente de quem seja o presidente eleito, a família Barbalho será da base aliada e continuará forte e com grande poder para indicar seus membros para ministérios e autarquias, como a SUDAM, pois quem entende minimamente de política partidária, sabe que o MDB, com seu tamanho no Congresso Nacional, sua importância para aprovação de projetos e da necessária governabilidade ao futuro presidente, continuarão a oferecer sua fatia no poder central, mantendo  ou até ampliando o poder da família mais rica da política paraense, que já possui a maioria dos prefeitos, deputados e vereadores eleitos no Pará.   

Imagine com todo esse poder, nas eleições de 2020.  

Imagine!

sexta-feira, janeiro 29, 2021

Deputado socialista nega ter negociado com candidato de Bolsonaro, três emendas para Edmilson Rodrigues

Segundo a Crusoé, Cássio Andrade (PSB) negociou emendas parlamentares junto ao deputado Lira Maia (PP) para prefeitura de Belém e outros municípios paraenses.
 

Por Diógenes Brandão

A Revista Crusoé revelou uma lista onde se encontram nomes de deputados federais, entre eles, o paraense Cássio Andrade (PSB), que teria feito um acordo com o deputado Artur Lira em apoio à sua eleição para presidente da Câmara, em troca de emendas para municípios paraenses. Para Belém, onde Edmilson Rodrigues (PSOL) é prefeito aparecem 3 emendas. 

Artur Lira é o candidato de Bolsonaro para presidente da Câmara dos Deputados e caso seja eleito, pode evitar o impeachment do presidente, coisa que os partidos de esquerda articulam nacionalmente.

Na lista de emendas negociadas com o governo Bolsonaro, a prefeitura de Belém está como possível beneficiada com três emendas federais, negociadas por Artur Lira com o deputado federal Cássio Andrade (PSB), que disputou a prefeitura de Belém nas eleições de 2020, tendo recebido menos de 50 mil votos e ficando em 5º lugar e vindo depois apoiar o então candidato a  prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), que foi eleito no 2º turno. 

Como prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues é o principal beneficiado pela negociação com o candidato de Bolsonaro, que usa verbas federais para compra de apoio de deputados para sua eleição pela presidência da Câmara dos Deputados.

Como o mundo dá voltas, Edmilson, que sempre detonava com Bolsonaro, poderá receber recursos de emendas negociadas com o candidato dele a presidente da Câmara dos Deputados e pode assim ajudar a evitar o impeachment daquele que tanto ele, quanto seu partido e demais legendas de esquerda chamavam de "Bozo".

O blog AS FALAS DA PÓLIS tentou falar com o deputado federal Cássio Andrade, mas ele não atendeu e nem respondeu a ligação.

A informação caiu como uma bomba nos bastidores da política paraense e foi trazida pelo jornalista Carlos Mendes, em matéria publicada no Ver-o-Fato. 

Leia abaixo:

Apoio socialista, Arthur Lira e as emendas para a prefeitura de Edmilson

O inimigo do meu inimigo é meu amigo? Depende, e muito, de alguns fatores. Por exemplo, se um desses fatores for a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o meu inimigo pode se aliar a mim, mesmo que eu não precise tratar diretamente com ele, mas com seus intermediários.

O poder que nos separa, em todo caso, pode ser o mesmo que nos une, até episodicamente. E às favas os escrúpulos, incluindo os ideológicos.

Pois vejam essa matéria da revista eletrônica Crusoé, ligada ao site “O Antagonista”, e tirem suas próprias conclusões. “No balcão de negócios do Congresso, parlamentares de esquerda também entraram no espírito do toma lá dá cá”, diz Crusoé.  

“Cássio Andrade, do PSB do Pará, obteve recursos para vários municípios do estado, como a capital, Belém. A cidade terá ao menos duas emendas negociadas por Arthur Lira, nos valores de 1,9 milhão de reais e 2,3 milhões de reais. O voto pró-Lira de Cássio Andrade está em todas as planilhas de aliados do candidato do Progressistas. O deputado Robério Monteiro, do PDT do Ceará, também está na conta de eleitores de Lira. A mulher dele, Ana Flávia Monteiro, do PSB, é prefeita do município de Acaraú, uma das 12 cidades cearenses que já têm previsão de liberação de emendas. O valor para a cidade é o maior do estado: 6,4 milhões.”  

O prefeito Edmilson Rodrigues deve bater palmas para o socialista pragmático Cássio Andrade. E dizer que emenda é emenda. Mesmo que negociada em tempos de eleição na Câmara e ainda mais com bolsonarista. Mas, o que fazer? Enfim, o mundo ensina que a prática supera o discurso. Para variar.  

Arthur Lira é Bolsonaro e Bolsonaro é Arthur Lira. 

E daí, não é mesmo?  

A “conta da vergonha” é pluripartidária, diz a revista.


Em resposta ao blog, a assessoria de comunicação do deputado federal Cássio Andrade enviou a seguinte mensagem, atribuída ao parlamentar?

Desconheço essas informações. Elas são plantadas. 

E isso é mentira. Nunca fui contemplado por um único real em verbas federais para investimentos no Pará e nenhum cargo do governo federal.



Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...