quinta-feira, julho 12, 2007

A revolta da Pororoca

Originalmente no Quinta Emenda

Sabe aquele deputado que se elegeu prometendo fazer onda em Brasília? Pois bem, a novidade agora é que Brasília vai começar a fazer onda em cima dele.

Mala Direta


Publicado originalmente no blog esperto e sempre atento do Juvêncio Arruda




O cartão de um certo dr. Priante acompanhava os kits distribuídos pela secretaria de Saúde do Pará no bairro do Jurunas, na semana que passou.Mas não se sabe qual é a sua (dele) especialidade.



Procura-se




A Polícia Civil lançou blog para publicação de fotos, retratos falados e ficha corrida de criminosos procurados pela Polícia Civil do Estado. A página oferece orientações sobre como denunciar o paradeiro do criminoso, além de informações sobre o crime cometido pelo procurado e telefones da Polícia. O endereço é você clica aqui




Bem que

Sanguessuga


Publicado originalmente no Diário do Pará


Sanguessuga


O ex-secretário de Saúde do Estado, Fernando Dourado, quer a liberação de seus bens bloqueados pela Justiça por causa de fraudes que resultaram em prejuízos de mais de R$ 5 milhões aos cofres estaduais. Na semana passada, aproveitando-se do mês de férias e do recesso dos promotores que o denunciaram, ele entrou com agravo de instrumento no TJE para que possa lançar mão dos bens indisponíveis por força de liminar decretada pela juíza Rosileide Filomeno, há cerca de três meses.


Volta ao cofre


A indisponibilidade dos bens, solicitada pelo promotor Jorge Mendonça Rocha, na ação civil pública por improbidade administrativa, é a única garantia de ressarcimento do dinheiro público desviado. Dourado e a KM Empreendimentos - que também teve os bens bloqueados - são acusados de fraudar duas licitações da Sespa para aquisição de equipamentos e de ambulâncias para o Programa Presença Viva, comandado, na época, pela ex-vice-governadora e ex-secretária de Proteção Social, Valéria Pires Franco.

segunda-feira, julho 09, 2007

Sem comentário "!"

Publicado no Diário do Pará O prefeito de Itupiranga, Benjamin Tasca, ex-tucano juramentado, filiou-se ao PT. Tudo para fugir das denúncias que pesam contra sua gestão no TCM e na Controladoria Geral da União. Caso consiga se safar, o neopetista vai sair candidato à reeleição com apoio do governo estadual.

Rangar no Spazio Verde do Hangar


É meus caros e minhas caras amigas. Chegou ao fim a I Conferência Estadual de Cultura. Os números eu não tenho, mas tinha gente pra carvalho!

Novamente encontrei aquele velho amigo dizendo que havia ido lá pra Rangar no Hangar (rsrs).

Rangou como convidado e não como delegado, pois os mesmos, já haviam sido escolhidos nas pré-conferências que aconteceram nos municípios e pólos regionais.

Belém novamente não fez sozinha sua conferência, precisou mobilizar-se com a região metropolitana.

Mas foi bonito ver novamente uma parcela das comunidades quilombolas, indígenas e o povo do interior do Estado almoçando e jantando a comida do Spazio Verde. Quero ler O Liberal elogiando agora a falta de marmitas pelos corredores!

Por falar em educação e civilidade, minha observação atenta, mostrou-me certo dia na Conferência de Direitos Humanos de Belém, uma cena prá lá de educativa e civilizada: Os índios, organizados em fila para almoçarem. Primeiro as crianças, depois os idosos, logo em seguida as mulheres e por fim os homens. Querem comportamento social mais exemplar do que esse?

Já que estamos falando de Belém, nossa cidade não terá representação de delegados para o 3º Congresso Nacional do PT que será realizado ainda este ano e sabem por que não terá? Porque não se atingiu o coro necessário para tal. As zonais ficaram á ver navios, militância que era bom...

Depois da eleição, sábado foi a primeira vez que tive a oportunidade de falar com Ana Júlia, ouvi pelo motorola um pedido de esforço em mobilizar a militância a ir às zonais eleger a delegação do congresso do nosso partido – de coração partido.

Quem sou eu, governadora?! Foi uma das coisas que lhe disse.

Fique tentando achar resposta do porque que duas metrópoles como Belém e Salvador, mesmo tendo o PT à frente da gestão estadual e tendo rompido a histórica condição de serem governadas pela direita, não consegue atingir níveis de organização suficiente pra debater na base as decisões políticas.

Ou seja, quando os partidos de esquerda estão na pressão social e não na gestão, conseguem ser críticos, denunciadores, ativos, organizados , mas quando são outorgados pela sociedade a assumir o poder do Estado, param, fecham as portas praticamente, abandonam os movimentos sociais.

Ou seja, os partidos de esquerda não conseguem ser partido e governo ao mesmo tempo.

Porque será?

Ah..Tem a programação do SBPC no Rangar.

Ops...Hangar

terça-feira, julho 03, 2007

Quem não tem cão, caça com gado

Daqui a dois dias inicia-se a I Conferência Estadual de Cultura.

Vou partir do pressuposto de que você que recebeu esta mensagem, saiba o que se trata em uma conferência e assim, compreenda o momento histórico, o qual o Secretário de Cultura do governo Ana Júlia, Sr. Edilson Moura, sempre tem destacado.

Justo, porém não inovador, pois a gestão tucana não o fez antes por pura birra, descaso com a política pública e orgulho do então secretário Paulo Chaves que era também líder e durante os últimos anos da gestão tucana, presidente estadual do PSDB local. Por aí você compreende porque o mesmo, de frente 12 anos da SECULT, nunca moveu uma palha para entrar em consonância com a política cultural do governo federal.

Isso mesmo, política do governo federal, o qual também fomentou as Conferências das Cidades, Meio Ambiente, Educação, Segurança Alimentar e tantas outras que conferem ao país um novo paradigma na gestão pública e no planejamento estratégico desta nação.

O intuito é claro: Discutir com a sociedade a construção de políticas públicas e não de governo, institucionalizando os planos e sistemas, para a criação permanente dos fundos e conselhos paritários, onde a sociedade pode interferir no planejamento, na escolha do investimento público, na fiscalização e decisão sobre as políticas públicas que os gestores das três esferas devem aplicar.

É o exercício da democracia participativa engatinhando rumo ao seu amadurecimento. Por aqui, a diretriz política que Ana Júlia segue, vai se adequando as proposições do governo Lula. Mas algo preocupa quando nos remontamos ao processo capitalista histórico e nos perguntamos, onde está a força do capital, como está se organizando a burguesia? Estão a par disso? Qual a interferência destes atores nesta cena?

Pois é, essa é a questão que precisa vir a tona no debates dos interesses que permeiam as conferências. Lembro do artigo que fiz sobre o PTP (Rangar no Hangar) onde já lançava a preocupação com as dezenas de ônibus subsidiados pelos prefeitos da região metropolitana na lateral do Centro de Eventos, durante o lançamento do PTP da região metropolitana. Lá dentro centenas de pessoas uniformizada com os emblemas dos municípios, uma demonstração clara de que os interesses dos prefeitos, estariam prevalecendo em detrimento do interesse público dos municípios, sobre as áreas prioritárias para investimento público estadual, previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Só pra lembrar, o PTP terá que está prontinho até o mês de agosto!

Bom, como isso é complexo e chato para leitura em um e-mail, sugiro que possas procurar mais informações nos debates que estão por vir, afinal somos agentes ativos e queremos contribuir ainda mais na gestão popular e democrática do governo Ana Júlia. E outros atores também querem, vide a comitiva do Grito da Produção, que trouxe uma caravana de caminhonetes importadas, dos fazendeiros pecuaristas à Casal Civil, nesta capital, mês passado, no intuito de pressionar a governadora ao atendimento das reintegrações de posses, suspensas no início de sua gestão. Deu certo!

Volto a repetir: Num governo de coalizão como esse, que não chora não mama e quem não tem cão, caça com gado[1]

[1] Referência da estratégia dos pecuaristas em distribuir cheques na quantia de 500 quilos de carne para um punhado de instituições filantrópicas em Belém, numa alusão de que são solidários como os necessitados.

Belém, Quem te viu, quem te vê nas telas de cinema?!

Ontem foi o lançamento do Festival de Cinema Brasileiro de Belém e tive a oportunidade de encontrar o pessoal do audiovisual que há muito tempo não se via. É que desde o prêmio estímulo que a gestão do então prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues lançou e promoveu um verdadeiro boom na produção audiovisual local, não se vê nada que fomente a produção desta importante área da cultura em nossa cidade. O IAP e a Lei Semear bem que tentam, mas o governo do Estado ainda não fez nada parecido que retome o fôlego da produção local de cinema e vídeo. Para não ser injusto, sobre pressão das entidades da área, a prefeitura sob a gestão nefasta do falso médico, Dulcimar Costa, salvou da venda anunciada o cinema mais antigo do Brasil e da América Latina em funcionamento. Mas quem o dirige não tem nenhuma prática responsável no que diz respeito à gestão de um cinema. Pois bem, voltando para o interior do bom e velho OIympia, além do calor insuportável, assistir aos curtas gravados em 16 mm em um aparelho de data-show, não causa maiores constrangimentos, mas não assistir nada novo no cenário audiovisual é de doer! Falo isso, mas ouve sim um filme recém lançado pelas bocas papa-xibés, trata-se do curta Severa Romana que foi lançado mês passado, mas como é bom lembrar, sabem de quem foi o incentivo para a produção do filme? da Lei Municipal Tó Teixeira, na gestão do então ED como era chamado o ex-prefeito Edmilson Rodrigues. Belém... Quem te viu, quem te vê nas telas de cinema ?! Aproveitem a apreciem a programação do FestCine Belém clicando aqui.

sexta-feira, junho 29, 2007

Contas dos Tucanos. Aprovadas?

Orginalmente postado no espaço do Mauro Bona no Diário do Pará Contas Aprovaram as contas de Simão. José Augusto Affonso circula todo faceiro, mas, o pobre do Pedro Abílio, que só recebia ordens, foi condenado a devolver grana mal empregada. Parece até piada. Mickey É sempre bom lembrar que, por conta do milionário e inexistente parque da Pirelli, o então secretário Especial, José Augusto Affonso, foi três vezes aos parques da Disney bater papo com Mickey e Pateta. Com tudo pago, claro.

quinta-feira, junho 14, 2007

Salve...

Enviado por email pelo anarquista, pedagogo e futuro sociólogo Jorge Costa

Lendo essas "coisas", lembro-me, com muita lucidez, de uma frase de um secretário norte-americano (filho da puta e inteligentíssimo) chamado HENRYKINSIGER: " O PODER É DOCE E TEM VITAMINAS"...O que fica no ar não são mais idéias, mas dúvidas... Bakunin ao criticar a ditadura do proletariado de Marx, argumentava, com toda a força do seu ser: "Ao tomar o poder, a liderança não será mais de trabalhadores, mas de uma elite intelectualizada que falará EM NOME dos trabalhadores e não COMO trabalhadores. Marx, cuidado com o que você está propondo...A vanguarda é uma guarda vã..." Bakunin verbalizava esses argumentos em 1864... O anarquismo nunca esteve tão atual...

Pierre Josef Proudhn era mais categórico: "Olha Marx, ser governado é ser controlado, etiquetado, vilipendiado, vigiado, admoestado, ridicularizado...e a qualquer sinal de resitência ou rebeldia, colocado sob suspeita, exilado, desprezado, preso, torturado, silenciado, caluniado, difamado, expulso (do partido, da cidade, do estado, do país)...E se continuar resistindo e rebelando-se, será morto..."
Marx não lhes deu ouvido... Chamava-os de idealistas pequeno-burgueses, ingênuos, impecílhos da revolução. Estes, por sua vez, chamavam-no de vaidoso e impotente, pois destacavam que o poder é o afrodisíaco dos impotentes e que Marx queria mesmo era ser chefe... (Qual dos dois argumentos a história da humanidade registra????)
Portanto, a sacada é escancarar os paradoxos de quem está no poder e observar com minúcias o abismo existente entre O DITO, O ESCRITO E O FEITO... Não haverá só 2010, haverá também, felizmente, 2014, 2018, 2022.
Precisamos pensar além, ir além dos partidos, ir além do poder instituído e super-estruturado...Como fez Alice: IR ALÉM DO ESPELHO... Precisamos pensar numa outra maneira de organização da sociedade. O poder tripartite (Executivo, Legislativo e Judiciário) é uma falácia...Motesquieu, autor da teoria dos três poderes, estava equivocado... Sua teoria funciona apenas pra uma minoria de privilegiados... Como diz a letra de uma música brasileira: SE GRITAR PEGA LADRÃO, NÃO FICA NENHUM MEU IRMÃO.
1 abraço...
J...
P.S.: Pode colocar no seu blog, Dime, e divulgar... A idéia não é só minha, certamente é de um montão de indivíduos que são espectadores de um sistema capitalista cruel, onde nem as formigas e abelhas concordariam...

quarta-feira, junho 13, 2007

Ricos e Pobres Desaprovam Duciomar

Eis aí a avaliação do simulacro de administração do falso médico e prefeito de Nova Déli, de acordo com a pesquisa da BMP/Democratas, depois de dois anos desgraçando a cidade. Ótima.......................... 2,20% Boa .......................... 10,20 Regular tendendo para boa..... 19,30 Regular tendendo para ruim ... 16:00 Ruim.......................... 20,40 Péssimo ...................... 27,10 Não sabem avaliar/não opinou.. 4,80 À exceção dos conceitos Regular para boa, e regular para ruim, por uma pequena diferença, pode-se dizer que o critério de classe social não é significativo nos resultados da pesquisa. A conclusão: a rejeição ao malsinado prefeito é transversal a esta variável. Não se afirmou como um mandatário dos carentes, e não convenceu as classes média e alta. 58,30% desaprovam o sedizente prefeito. Vale lembrar que esses resultados mostram uma recuperação, em torno de 10 pontos percentuais, em relação a pesquisas realizadas em dezembro de 2006. Começa desta data a injeção maciça de recursos na mídia paroara, que passou a elogiar a admiministração e a pessoa do nacional, muitas vezes sonegando fatos da opinião pública. Essa recuperação, cinco meses depois, além de ter feito a festa de veículos e colunistas, tem custado praticamente a liberdade do elemento, e a ausência cada vez maior do poder público nas mais elementares ações de atendimento a população. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. Originalmente postado (http://quintaemenda.blogspot.com)

terça-feira, junho 12, 2007

Preparativos

Originalmente postado no blog 5ª Emenda
Começou no dia 7, na região de Redenção, sul do Pará, a movimentação da Democracia Socialista, a tendência da governadora, nas reuniões preparatórias ( 24 ao todo) para a Plenária Estadual da DS que deve acontecer no sábado, 16, em Nova Déli.Não estão descartadas adesões de membros de outros partidos, como o PSB e o PPS, para engrossar as fileiras da DS, que quer conquistar o diretório estadual do grupo do deputado federal Paulo Rocha.Este - articulado aos grupos do deputado estadual Waldir Ganzer e do federal Zé Geraldo - promete resistir e impedir que a escolha do partido para a candidatura à prefeito de Nova Déli saia dos quadros comandados pela governadora.

Rangar no Hangar II



Parte integrante do PTP, a I Conferência Estadual de Cultura está sendo muito comemorada e com certa razão, pois as gestões estaduais anteriores, nem de longe tiveram a disposição de ouvir sugestões para o planejamento e a gestão, tal como o governo Ana Júlia está fazendo. Mas como falar de participação popular e controle social requer franqueza, não podemos omitir que a metodologia que cerca a elaboração deste planejamento não foi compartilhada com a sociedade e esta que possui diversas entidades representativas, tais como as centrais sindicais e o movimento popular [1], poderiam estar compondo as equipes que pensam os métodos de participação, mas para tal precisaríamos importar humildade para dentro do corpo político que integra o governo popular de Ana Júlia & cia. 

Como não houve participação popular na elaboração da metodologia do PTP, pré-estabeleceu-se os temas a serem discutidos e através de cédulas, definiu-se as áreas e prioridades que foram apenas escolhidas e não indicadas pelos participantes das plenárias regionais. 

 É evidente que a gestão estadual está em disputa permanente, pois forças conservadoras dentro e fora do PT articulam-se para abocanhar cada vez mais espaço e poder e a Plenária Metropolitana do PTP, mês passado no Hangar, mostrou isso claramente, pois o poder financeiro das prefeituras levou dezenas de ônibus, com seus partidários devidamente uniformizados para votarem nas cédulas, as aspirações dos prefeitos e não nas demandas populares, como haveria de ser. 

Tal como a plenária do PTP em Capanema, no nordeste paraense, os debates temáticos da conferência intermunicipal de cultura, ocorrido na última sexta-feira, no seminário São Pio X, em Ananindeua, ficaram limitados à uma hora e meia durante a tarde, demonstrando que ao invés de priorizar a locução dos anseios da sociedade, priorizam com maior parte do tempo, a fala dos representantes dos governos municipais e dos gestores estaduais que tomaram a manhã inteira, com seus discursos antecipando o pleito de 2008, em prejuízo ao debate formulador de uma gestão inovadora, como era esperado. 

Outro exemplo de exclusão é a minguada participação dos movimentos culturais na comissão preparatória e na elaboração dos temas pré-concedibos para a I Conferência estadual de Cultura, que foi formada majoritariamente por órgãos estaduais da cultura, em detrimento da paridade tão reivindicada pela esquerda, quando na oposição às gestões dos partidos de direita, na reivindicação por democracia. 

Não obstante, a escolha da delegação representativa da conferência metropolitana para a Conferência Estadual foi recheada de integrantes do governo estadual, dentro das 40 vagas dos movimentos sociais, uma afronta ao bom senso e a ética. 

Como a realização da I Conferência Estadual de Cultura será realizada no Hangar de eventos, ainda teremos muita marmita para comer, mas que pelo menos lá, venham com os talheres, pois como aconteceu no mini-refeitório, improvisado no São Pio X, quando os participantes após uma fila de 20 minutos para buscar sua refeição, tiveram que cortar bife de carne e frango empanado com um frágil garfo de plástico apenas. 

Oxalá que o novo rangar no Hangar não seja assim e que haja dignidade e respeito no ato alimentar para com os movimentos sociais, que esperam a prometida participação popular e o controle social efetivo, dentro do governo Ana Júlia. 

[1] Os quais formaram diversas lideranças que hoje compõem o próprio governo estadual e que agora apartam da elaboração do esqueleto programático, lideranças que se mantém na retaguarda dos movimentos sociais.

domingo, junho 03, 2007

Star

Originalmente publicado em http://quintaemenda.blogspot.com/
Começam a sair as primeiras notícias sobre pesquisas em Nova Déli.Uma delas dá conta da liderança do ex prefeito Edmílson Rodrigues (PSOL), seguido mais ou menos de perto por Valéria Pires Franco (DEM), e em terceiro, mais prá longe que prá perto, o alcaide atual, o desastre.Sim, ele está na lápide - o jargão publicitário que identifica a condição do político liquidado - mas tem lá seus 13%.O número de entrevistados que não sabe em quem votar ainda é grande.E os nomes do PT e do PMDB estão longe da segunda casa decimal, o que já começa a dar panos a muitas mangas, vermelhas, e vermelhas com bolinhas pretas (copyright by Cjk)Deve ser por isso que na semana passada, comemorando seu aniversário, o ex prefeito estava prá lá de contente, a Valéria anda feliz da vida, e os cães...bem, os cães ladram. Fazer o quê?Ou ladram, ou lambem.

Dudu, a mão de ferro que mandar bater!

Se a turma do DUDU aprontou no Lançamento da Conferência das Cidades em Belém, esperem pro que vem na Conferência de Saúde e nas demais que irão discutir as políticas públicas para esta esquecida cidade.

ORDEM, PROGRESSO, CAIXA 2 E EMPREITEIRAS

Segundo o levantamento feito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre os recursos destinados pelas construtoras aos parlamentares, 54,7% destes no Congresso receberam alguma verba de empresas do setor. Ou seja, as empresas bancaram 285 dos 513 deputados (55,5%) e 40 dos 81 senadores (49,3%).
Oficialmente, as construturas destinaram R$ 27 milhões nas campanhas eleitorais.
A reportagem mostra ainda que 40% dos parlamentares financiados pelas empreiteiras são membros da Comissão de Transportes da Câmara e 37% na de Infra-Estrutura do Senado.
Será que agora na nação tupiniquim iremos discutir uma reforma política séria ou vamos continuar escondendo que quem banca a eleição neste país é a burguesia?

sexta-feira, junho 01, 2007

Rangar no Hangar



Por Diógenes Brandão

Estive três vezes no Hangar de eventos. A primeira foi na inauguração, a segunda, dois dias depois, na Plenária do PTP (Planejamento Territorial Participativo) e por fim, no lançamento da Conferência Estadual das Cidades. Além desses, houve também a Feira da Indústria do Pará e logo após, a Conferência Estadual dos Direitos Humanos. 

Eventos que reuniram diversos setores da sociedade paraense, empresários, representantes de prefeituras de diversas cores partidárias, movimentos sociais, enfim, o Hangar tornou-se um espaço democrático, contrariando interesses e provocando dor de cotovelo naqueles que preteriam originalmente ali, como a “Estação Dondoca” dos encontros da burguesia de Belém.

Projetado para atrair e receber eventos de grande porte, o projeto concebido pela gestão tucana tem que ser analisado com boa doce de frieza e honestidade. Belém necessitava, entre outras coisas, de um centro de convenções. 

O que acontece é que quem o pensou e fez 75% de sua estrutura, não imaginou que ele serviria também como espaço de discussão a sociedade paraense, ao invés de apenas ser palco para turistas, investidores, empresários e a high Society da metrópole. 

Foi uma frustração que ainda não foi digerida e nem tão pouco aceita! 

É o que podemos chamar de efeito indigesto pós-eleição de Ana Júlia governadora.

Sinais claros disso podem ser lidos em matérias jornalística e/ou escutados em programas de rádio pelo Pará a fora. A questão que deve ser pensada é a seguinte: Seria justo que apenas a Feira da Indústria e/ou eventos de interesses privados ocupassem um investimento que custou ao povo paraense a bagatela de cento e tantos milhões de reais?

Fico com a lembrança de um amigo que no dia do lançamento do PTP lançou o seguinte trocadilho: Vou ao Hangar, rangar! Dei uma risada e só depois entendi que o que ele queria mesmo não era almoçar uma das quatro mil quentinhas - encomendadas pelo governo do Estado para manter a maratona de debates necessários para aquele dia - o que ele quis se referir, foi ao desejo de “comer” o fígado de Duciomar Costa, pois saiba que o mesmo estaria presente junto com os demais prefeitos da região metropolitana, e o fez, junto com um coro de milhares de pessoas que vaiaram o prefeito de Belém por quase a totalidade do tempo de sua fala naquele dia.

Daquela cena que não pude ver (nem gravar) restou uma indagação: Não seria a hora de Ana Júlia deixar livremente a vontade popular imperar no desforrar contra aquele que encabeçou uma campanha ofensiva e de baixo-calão contra ela, quando disputaram o pleito de 2004?

Diplomaticamente até entendo que ela poderia tentar “acalmar” a plenária pedindo o respeito democrático devido, mas chamar de mesquinhos aqueles que apenas ali puderam manifestar sua contrariedade à postura arrogante e irresponsável daquele que findou importantes projetos sociais[1] implantados pela gestão petista, havemos de concordar, é demais Ana!

E quando novamente a cena voltar a se repetir? O que não é nenhum pouco difícil se o prefeito tiver a coragem de comparecer em eventos públicos onde esteja sendo discutida a participação popular e tivermos que presenciar nossa governadora, defendida com unhas e dentes, por tant@s, gastar seus esmaltes, tanto das unhas, quanto dos dentes na defesa de nosso algoz, em detrimento da vontade majoritária daqueles que sofrem na pele os efeitos nocivos de sua gestão, sem poderem gritar, a não ser de quatro em quatro anos.

“...Quando chegar o momento, esse meu sofrimento, vou cobrar com juros, juro! Todo esse amor reprimido, esse grito contido esse samba no escuro... Apesar de você amanhã há de ser outro dia!” Chico Buarque.

[1] Para citar exemplos de bons projetos que foram cancelados pelo Duciomar Costa, lembro aqui do Projeto Sementes do Amanhã e Escola Circo, que por terem sido extintos, recolocaram milhares de crianças e adolescentes em risco social e pessoal, além de tirar-lhes o direto de mudarem suas vidas.

terça-feira, março 20, 2007

pobre-povo-pobre

Não tínhamos nada Aí como estudantes, criamos o grêmio Depois os Centros academicos, o DCE Trabalhando pro sustento, ganhamos o sindicato Continuamos a luta.. Elegemos vereador Deputada Esforçosos, elegemos um prefeito Chegamos enfim no governo federal... Um operário presidente do Brasil ! Depois de muito esforço A ajuda do PMDB e alguns empresários Finalmente, vencemos! Temos a governadora !
Ana Júlia vence o PSDB local.
O que falta agora pra atendermos as necessidades do pobre-povo-pobre, que agoniza na frente dos postos de saúde, das escolas sem transporte, das crianças cheirando cola, vilipendiadas no asfalto nefasto da cidade dos prédios e condomínios fechados e da cidade-lama e que não vê o rio? O que dizer para as pessoas que não pretendiam cargos e sim mudanças ?? Chamem os marqueteiros, 2008 está na porta !!

Amigos?

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila... Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante... A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos... Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo... Deles não quero resposta, quero meu avesso... Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim...Para isso, só sendo louco... Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças... Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta... Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria... Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto... Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade... Não quero risos previsíveis nem choros piedosos... Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça... Não quero amigos adultos nem chatos... Quero-os metade infância e outra metade velhice... Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa... Tenho amigos para saber quem eu sou... Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril... " (Oscar Wilde)

domingo, fevereiro 18, 2007

Originalmente publicado no http://www.oestadodotapajos.com.br/l_flavio.htm

A disputa entre os Maiorana e Jader Barbalho se transformou numa guerra suja. Os dois contendores perderam o próprio controle e descambaram para uma agressão tão rasteira que passou a ofender o decoro público. Se não pararem, como será aproxima batalha? Durante 20 anos o Jornal Popular, de Silas Assis, foi o padrão da imprensa marrom no Pará. Hoje, O Liberal e o Diário do Pará disputam essa posição. Praticam o jornalismo sensacionalista, para o qual não interessa a apuração dos fatos e a elucidação da verdade. O objetivo é atingir, ofender e sangrar o adversário, nem que para isso seja preciso derrubar todas as pedras éticas e morais existentes no caminho, deixando como saldo uma terra arrasada. Jornalismo de campanha não é novidade no Pará, nem em qualquer outro lugar. Mas se imaginava que as idiossincrasias e ódios pessoais estivessem contidos pela busca da profissionalização. O Liberal se proclama um dos jornais mais bem impressos do país, graças a uma rotativa de última geração, que entrou em funcionamento no ano passado. Já o Diário do Pará acaba de divulgar uma pesquisa do Ibope que o situa como o jornal mais lido do Estado, superando o adversário por muitos corpos, façanha até recentemente considerada impossível. Por que ambos retroagem? A troca de ofensas entre os dois grupos, que dominam a comunicação no nono mais populoso Estado do federação, resulta de uma lei da física, pervertida na sua aplicação política: dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço no sítio do poder. E ambos querem cada vez mais tudo que imaginam possível nessa geografia do mando. Por isso, não são apenas extensões ou projeções do poder institucional: ocupam posições nesse condomínio exclusivo, discriminatório. O Diário do Pará foi criado, em 1982, exatamente com essa missão: permitir que o deputado federal Jader Barbalho tivesse eco na sua primeira campanha eleitoral para o governo. As portas de O Liberal, que lhe estiveram completamente franqueadas até a véspera, lhe foram interditadas no momento crucial. A Província do Pará, o terceiro jornal (que hoje tanta falta faz) procurava não se envolver. Se atendesse ao coração, Romulo Maiorana teria continuado com os antigos amigos, “baratistas” como ele, obrigados a trocar o PSD de Magalhães Barata pelo MDB (e, depois, PMDB) de Jader. Em 1982 o partido foi vitaminado pelo então governador Alacid Nunes, um homem do sistema até esse momento, mas que a inimizade visceral com o ex-aliado Jarbas Passarinho fez pular para o lado da oposição, na qual nunca se acomodaria, por mal de origem. Mas Romulo tinha que apoiar os candidatos do regime militar, o mesmo regime que lhe dera um precioso canal de televisão, com o qual se juntaria ao milionário reinado da Rede Globo, a despeito do veto dos órgãos de segurança do próprio governo a um cidadão que aparecia em suas fichas secretas acusado de contrabandista. No Pará, o regime militar estabelecido em 1964 visou sempre mais a corrupção, simbolizada pelo contrabando, do que a subversão, da qual uma esquerda francamente festiva sempre foi o abre-alas – ruidoso e quase inofensivo. Romulo cumpriu sua parte no trato, firmado ainda na década de 60 (e renovado permanentemente a partir de então, por iniciativa espontânea de um ou cobrança “por quem de direito”), com o competente suporte jurídico do advogado Otávio Mendonça e o endosso (pelo lado do “sistema”) de seu cunhado, o general Gustavo Moraes Rego, um “castelista-geiselista” de largos costados. Ainda assim, Romulo mandava constantes recados, informais ou através do seu próprio jornal, de que torcia – e até contribuía obliquamente, escapando à marcação cerrada e em cima dos aliados compulsórios – para a vitória dos “neobaratistas”. O fundador do império Maiorana pagou caro pela opção por Oziel Carneiro (candidato ao governo) e Jarbas Passarinho (ao Senado), ambos derrotados por Jader e Hélio Gueiros (o novo senador), numa eleição que assinalou uma nova mudança no eixo do poder. Ao ser despejado da coluna Repórter 70, da qual era um dos “cardeais”, e do círculo mais próximo de Romulo, Gueiros fez de sua coluna no Diário do Pará um instrumento cirúrgico para lancetar todas as feridas da biografia do ex-amigo, ex-correligionário e ex-patrão, que o mantivera escrevendo em seu jornal. Para tanto, resistira a pressões do “sistema”, o nome dos “porões sinceros, mas radicais”, que constituíam a expressão da violência ao longo dos governos militares. Os artigos, notas e comentários escritos por Hélio Gueiros no Diário e, posteriormente, no Jornal Popular, traziam consigo a escatologia dos combates terríveis que os velhos “baratistas” travaram, ao longo de quase três décadas, com o mais temido dos seus adversários, o jornalista Paulo Maranhão, dono e principal redator das Folhas (do Norte e Vespertina). Nesses duelos, não importava quem estava com a razão: o critério da verdade era substituído pelo estrondo das afirmativas e a maestria em expô-las por escrito. Não havia regras no confronto. Às vezes ganhava o que mais sabia ofender, não o mais certo. Velhos e novos “baratistas” tinham diante de si, em 1982, um quadro semelhante ao que prevaleceu até o final da década de 50: um adversário muito mais poderoso, não só em meios físicos, como também em capacidade intelectual. Vencê-lo, freqüentemente, exigia golpes baixos, muitíssimo baixos. Por ironia, porém, o pequeno e débil O Liberal, de Magalhães Barata (o único bem patrimonial que o caudilho recebeu da política), era agora um gigante – só que estava do outro lado, atacando os “baratistas”. Era preciso fustigá-lo, usando contra ele o que jazia em seus próprios intestinos, devolvendo-lhe as entranhas como veneno. Daí a fúria e virulência de Hélio Gueiros. Ele colocou para fora segredos de alcova e intimidades partilhadas sob o código da ormetà, do silêncio, que constitui a razão de ser de todas as máfias, tenham ou não esse nome de batismo. O que saiu no Diário do Pará daqueles dias de campanha eleitoral jaz como a sordidez da imprensa marrom, sobretudo em relação ao passado de Déa, a esposa de Romulo Maiorana. Material, apesar disso, constantemente reaquecido e servido ao distinto público, como se fora um produto natural. Foi o que aconteceu no domingo passado, 4, na principal coluna do Diário do Pará. Como o Repórter Diário não tem autor, a responsabilidade legal deve ser partilhada entre o seu proprietário e o diretor de redação. Mas o estilo das três notas sucessivas da coluna esconde quem as escreveu tanto quanto os trajes sumários das portentosas foliãs que desfilam como destaques das escolas de samba do carnaval carioca escondem suas – digamos assim – intimidades. A personagem das notas não é identificada nominalmente, mas sua descrição dispensa apresentação: visa o passado da presidente das Organizações Romulo Maiorana e matriarca da família. O texto foi escrito com fel e fezes para não deixar dúvida quanto ao propósito de quem o produziu, conforme já fizera outras vezes em momentos semelhantes: era para ofender mesmo, deliberadamente. Uma ofensa reativa a outra ofensa, ou a uma sucessão delas, disparadas a partir da fortaleza de O Liberal contra o deputado Jader Barbalho, sua família, aderentes, amigos e correligionários. Nessa guerra, o jornalismo, com seus princípios e normas, é detalhe – e detalhe absolutamente irrelevante: ele serve apenas de instrumento para o acerto de contas entre os dois grupos (mas eles não têm motivo algum para se julgar ofendidos se forem chamados de máfias). Ambos têm quase sempre razão quando se atacam e quase não têm nenhuma quando se defendem. Nessas constantes e crescentes escaramuças, parece mais fácil atacar Jader Barbalho. Afinal, ele é – e sempre foi – um político profissional. Foi o que herdou do pai, também político – patrimônio que logo tratou de multiplicar, ampliando essa herança várias vezes. Ele estaria agora enfrentando problemas, como um em cada sete parlamentares no país (tomando a Câmara Federal como parâmetro), mas não seria o belzebu da corrupção, como é apresentado no Pará, se também não tivesse se tornado empresário – e empresário no mesmo segmento de negócio dos Maiorana. Ao invés de retornar ao ninho antigo, como fez Hélio Gueiros em 1987, quando assumiu o governo e voltou a prestar homenagens e fazer contribuições sonantes aos parceiros (mas também sendo o primeiro de uma série de governadores a veicular propaganda oficial no jornal de Silas Assis, com isso criando seu plano B em relação aos Maiorana), Jader decidiu manter o Diário. Não só o manteve: mais rápido do que podem admitir até as aparências, formou um novo império, que aos poucos foi se ombreando ao dos Maiorana. Além de não fazer rapapé aos donos da comunicação no Pará, passou a combatê-los em todos os níveis. Seria menos fácil fustigar os herdeiros de Romulo Maiorana se eles aplicassem sua competência a solidificar seus negócios na ampla e complexa área de comunicação de massa. Mas alguns deles, com ênfase na parte masculina do clã, buscam o poder em um grau tal que os obriga a passar da esfera empresarial para a política. Nesta, especificamente, não demonstraram competência: tanto Romulo Maiorana Júnior quanto Ronaldo Maiorana fracassaram nas preliminares das tentativas de obter um mandato eletivo. Decidiram então transformar suas vontades em fonte de poder, usando como ferramenta de combate suas empresas jornalísticas. Todos os donos de empresas de comunicação fazem isso e alguns já fizeram o que os irmãos Maiorana continuam a fazer. Mas a maioria preferiu profissionalizar suas corporações. Mesmo quando esse estágio não foi alcançado, circunscreveram seu poder de fazer seus jornais, televisões ou rádios refletirem o que pensam ou querem à mediação do público e às características do veículo. Essa auto-limitação simplesmente inexiste no caso do grupo Liberal. Seus donos acham que podem tudo. Nesse paroxismo, deixaram de ver a realidade; e o que é pior: passaram a acreditar em suas fantasias e invenções. Os registros documentais disponíveis já provaram o contrário, mas o jornal O Liberal continua a se anunciar como o mais lido não só do Pará, mas também do Norte e Nordeste do Brasil (nesta segunda dimensão, o que jamais chegou a ser, a inverdade lhe custou caro quando A Tarde, de Salvador, contribuiu para aparecerem em publico dados dos arquivos do IVC sobre a falsa tiragem de O Liberal em 2005). Os excessos de voluntarismo dos irmãos Maiorana se materializaram durante duas semanas no Repórter 70: a par de tiroteios verbais nas outras páginas do jornal, nelas revestidos da aparência de reportagens e notícias, a coluna passou a tratar seus adversários de forma amolecada, com adjetivos deliberadamente ofensivos, como “Jader Gazeteiro Barbalho”. A escala chegou a um ponto que fez “Domingos-Cheio-de-Processos Juvenil” reagir com um artigo no mesmo nível, publicado com todo destaque em espaço nobre do Diário do Pará. Por coincidência (ou não), esse tipo de tratamento desapareceu do R-70 no dia seguinte. Voltou, com outra forma, mais atenuada, no último dia 5. A ofensiva, entretanto, prosseguiu, com outras variantes. Aliados de exatamente ontem passaram a ser alvejados como facínoras e imorais por servirem ao esquema político pessoal (e do PMDB) de consolidação de Jader Barbalho, hoje o principal aliado da governadora Ana Júlia Carepa, do PT. Os tiros procuravam a atingir parte mais sensível da armadura do ex-senador quando alcançaram a sua esposa. O Liberal chegou ao requinte de publicar duas vezes, no dia 3, a mesma matéria, no mesmo caderno, com separação de apenas sete páginas, reproduzindo entrevista do americano (residente no Brasil) Jason Kohn, diretor do documentário Mandando Bala (Send a Bullet), que já saíra dias antes. Kohn dedicou seu premiado filme a três casos de corrupção no Brasil. Um deles é o do ranário de Márcia Centeno Barbalho, aprovado pela Sudam e beneficiado com recursos dos incentivos fiscais do governo federal na gestão do ex-deputado estadual Arthur Tourinho, que ocupou o cargo por indicação do marido da beneficiária. O caso teria todos os ingredientes para ser exemplar do imoral e desmedido desvio de dinheiro público. Essa sangria desatada irriga enriquecimentos particulares no Brasil e contribui decisivamente para a ineficácia do governo e o agravamento da concentração de renda (e de poder) no Brasil, como é difícil de ocorrer em qualquer outro lugar do planeta. Mas um exame acurado da trajetória da criação de rãs de Márcia Barbalho pelos escaninhos viciados da Sudam revelará uma surpresa: esse projeto não pertence exatamente à genealogia dos projetos podres aprovados e tratados a leite de pato pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, que justificaram sua extinção súbita. Ao invés de fazer essa análise, praticamente todos os jornalistas que escreveram sobre o tema preferiram valer-se do “efeito osmose” de Jader Barbalho: toda acusação de corrupção atirada contra ele, gruda. Mesmo se eventualmente ele não tenha culpa, ou a culpa tenha outra fisionomia, na dúvida é aconselhável imputar-lhe o dano. O ex-ministro tem tanto do que prestar contas que dificilmente poderá defender-se satisfatoriamente, ou mesmo tentará se explicar. Daí a estratégia do silêncio e da ocultação que adotou, levando-o a atuar nos bastidores, à distância dos refletores, o que acabou por constituir sua especialidade (estigmatizado de público, é conselheiro informal de notáveis, como o presidente Lula). A investida contra sua mulher, com quem se casou no curso de muitos incidentes, até a separação da deputada federal Elcione Barbalho, tirou o líder do PMDB da sua tradicional postura fria, a julgar pela nota com a qual revidou no seu jornal, visando exatamente o alto do grupo adversário, com uma arma capaz de realmente feri-lo. A leitura das três notas do Repórter Diário do dia 4 choca qualquer um, sobretudo porque grande parte dela é simplesmente inventada, produto da imaginação maldosa de quem procura dar-lhe credibilidade pela verossimilhança (não é, mas pode parecer). No entanto, o impacto das seguidas matérias publicadas em O Liberal contra seus inimigos tem diferença apenas de tom. O nível caiu ao mais profundo subsolo no Diário, que deverá pagar caro pela desmedida agressão, se não em relação ao agredido (se ele não reagir no mesmo diapasão), certamente junto ao público. Mas a sabedoria popular define tais casos com o ditado: “quem planta ventos, colhe tempestades”. O observador atento e isento dessa guerra não pode deixar de defini-la como a disputa de grupos, quadrilhas ou máfias, conforme queira permitir-se um adjetivo. O que não conseguirá é circunscrever essa troca de ofensas nos limites do jornalismo. Em jornalismo, o denominador comum, a razão de ser e a essência são os fatos. Todas as interpretações e ilações a partir deles são permitidas, mas só com base neles. Numa disputa por poder, fatos são circunstâncias. O que prevalece é a lei do mais forte, para cuja medição de forças há recursos como palavras ou ferramentas mais contundentes de imediato, que resultam em tragédias. O novo presidente do legislativo estadual, deputado Domingos Juvenil, do PMDB, tem o direito de se sentir ofendido com a alcunha que o Repórter 70 lhe aplicou, reagindo com indignação. Mas entre um e outro adjetivo mais pesado, é obrigado a falar sobre o conteúdo dos 44 processos, inquéritos ou sindicâncias a que o jornal diz que ele responde, em diversas instâncias e situações. Este é o aspecto do interesse público que cumpre a um homem público atender. Não basta devolver a ofensa com outra ofensa. A democracia possibilita que cada um diga o que quer dizer, seja obrigado a ouvir o que não quer ouvir e informe o que é preciso informar. Sem esse conjunto, a democracia, capenga, é apenas um valor formal, um faz-de-conta. Assim devia ser com todos os homens públicos, mais ou menos controversos, como o sempre notório Jader Barbalho ou os só eventualmente destacados, como os deputados-médicos que O Liberal passou a atacar, mas só a partir de um interesse contrariado (até então, eles estavam acima de qualquer suspeita). A imprensa, mediadora e intérprete da sociedade em relação ao poder institucional (e suas pulverizações ou agregações informais), não pode pretender ser, ela própria, um poder autônomo – e, como acontece no Pará, sem limites. Sua legitimidade deriva do seu conteúdo. Sua força, da responsabilidade no agir. Se o que ela publica se define conforme a biruta dos seus próprios interesses, mudando conforme a direção do vento dominante (ou do vento que ela própria sopra artificialmente), para se usar uma metáfora meteorológica muito apropriada ao caso, então ela deixa de ser um instrumento da democracia para se tornar uma ameaça. Porque tanto o que mostra quanto o que esconde, o tanto que revela como o tanto que oculta no que diz, depende apenas do desejo do dono, não da dinâmica dos fatos, da tessitura deles, que constitui a história, da qual é o cronista cotidiano, o reportador. Nesse caso, sempre, a imprensa vira quitanda e o jornalista se transmuta em bufão. E quem aceita essa ópera bufa se avilta, fazendo da vida em sociedade uma geléia geral, na qual, tudo sendo permitido, prevalece a vontade do mais forte. Ou do mais selvagem. É por isso que Belém destes dias soa muito à Chicago de muitas décadas atrás. Não por mera coincidência, alguns dos mais poderosos personagens emergem da mesma famiglia, sobre cuja instituição uma apropriada frase italiana diz bastante: parente, serpente. O Pará, ao que parece, está virando um serpentário. É o que querem os paraenses? Num ninho de serpentes, ninguém está livre de sofrer uma picada venenosa. Quem será a próxima vítima?

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...