domingo, abril 19, 2009

Belém é Destaque Novamente

A reportagem que inaugurou o novo Repórter Record, apresentado pelo Jornalista Roberto Cabrini, esta noite (19/04) retratou a realidade em que vivem nossas jovens e adolescentes, vítimas da prostituição que assola nosso estado.
Além de revelar os detalhes que envolvem a vida nefasta de nosso povo na periferia, a reportagem se inclina sobre Belém e seus prostíbulos e pontos de prostituição, entre eles São Brás e Presidente Vargas. Em São Brás, o terminal rodoviário é destacado como foco da prática edionda
Entre os números apresentados na reportagem estão os 1.400.000,00 habitantes, dos quais 34% dos jovens não possuem o 2º grau. Os altos números de desempregados, as péssimas condições de vida e as terríveis atrocidades por que passam milhares de pessoas que tentam sair de sua condição de miséria.
A rota Belém/Paramaribo é desmistificada à quem ainda a conhecia. A capital de do Suriname é um dos locais que mais importa as crianças e mulheres que são atraídas por promessas de emprego e pagamento em dólar.
As mais belas, seguem para a Europa (Holanda, Alemanha são os países mais citados pelas vítimas) onde o dinheiro arrecadado pela vida infeliz é maior do que imaginavam aqui, em suas vidas sem perspectivas.
Merecedor de Prêmios de Jornalismo Investigativo, o 1º programa de Cabrini dá exemplo à qualquer profissional da comunicação social em nosso país.

Chomsky e a música das esferas

Márcia Denser* no Site Congresso em Foco

O pensamento de Noam Chomsky costuma despertar em mim sentimentos contraditórios: nada é tão compensador  – porque, afinal de contas, ele nomeia e atesta, com lucidez cegante, a realidade geopolítica atual, aliás evidente a quem não aceita render-se ao fascínio discursivo da ideologia neoliberal, se quiser continuar olhando a mesma cara no espelho – e, ao mesmo tempo, nada é tão inquietante – porque, insidiosamente, nomear o evidente é navegar contra a corrente!(não acredito que um dia escreveria isto).

Contudo, Chomsky é considerado o intelectual mais importante do mundo pelo The New York Times e as revistas Foreign Policy(USA) e Prospect (Inglaterra), o que significa que os anglo-saxões podem ser tudo, do melhor ao pior do planeta, mas não são burros. O dominador não  pode se dar ao luxo de negar a realidade, sob pena de perder o domínio, razão pela qual ele produz o “discurso ideológico” para uso exclusivo do dominado, e isso inclui especialmente seus sócios menores – as elites canalhas do Terceiro Mundo. 

Na entrevista que deu recentemente à revista Isto É (a propósito do lançamento no Brasil de seu livro Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à democracia, Rio, Bertrand, 349 págs. – ainda não li), ele faz declarações tão diretas e tão lúcidas( e tão óbvias) que relega as questões da infeliz repórter à categoria de imbecilidades subalternas & burras, confiram:

Pergunta: Os Estados Unidos são uma democracia fracassada?

Chomsky: Se você comparar as eleições de 2008 com as de um dos países mais pobres do hemisfério, a exemplo da Bolívia, o processo é radicalmente diferente.

Você pode gostar ou não das políticas do presidente Evo Morales, mas elas vêm da população.

Ele foi escolhido por um eleitorado popular que traçou suas próprias políticas. As questões são muito significativas: controle dos recursos naturais, direitos culturais.A população não se envolveu apenas no dia das eleições, essas lutas estão ocorrendo há anos. Isso é uma democracia.

Os Estados Unidos são exatamente o oposto. O melhor comentário sobre nossas eleições foi feito pela indústria da publicidade, que deu a Obama o prêmio de melhor campanha de marketing do ano.

 
P. Alguns presidentes sul-americanos são chamados de populistas.

Chomsky: Populista quer dizer alguém atento à opinião popular. 
 
P: Mesmo quando a distribuição de recursos não é sustentável?

Chomsky: Distribuição de recursos tem a ver com política econômica. Nos Estados Unidos, o país mais rico do mundo, a política econômica é definida por instituições financeiras e pessoas que levaram o país e boa parte do mundo à ruína. Isso não é populismo, é política econômica destinada a enriquecer um setor bem pequeno. Você pode até discutir se a forma que Evo Morales distribui recursos é correta, mas chamar isso de populismo é usar palavras feias para políticas que desagradam aos ricos. 
 
P:  O presidente Hugo Chávez acaba de passar por um referendo que permite sua reeleição ilimitada. Isso é aceitável em uma democracia?

Chomsky: Você acha que os Estados Unidos foram um Estado fascista até 1945, quando tínhamos a mesma regra? O presidente Roosevelt foi eleito quatro vezes seguidas. Eu, pessoalmente, não aprovo, mas não posso dizer que isso seja incompatível com a democracia, a não ser que você diga que os Estados Unidos nunca foram uma democracia. Isso vale também para outras democracias parlamentaristas, em que o primeiro-ministro pode ser reeleito de forma indefinida.

P: O sr. acha que o presidente Lula representou alguma mudança para o Brasil?

Chomsky: De forma geral, suas políticas têm sido bastante construtivas. A disposição inicial de aceitar a disciplina das instituições financeiras internacionais foi questionável. Até havia justificativa para isso, mas ele poderia ter escolhido políticas alternativas que teriam estimulado mais a economia. Acho também que as políticas poderiam dar mais apoio a organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Mas, em geral, o País parece estar andando na direção certa. A disposição de lidar com os problemas internos de desigualdade extrema, da fuga de capital, entre outros, está pelo menos na agenda. Além disso, há a tendência de integração regional e independência. A União de Nações Sul- Americanas (Unasul) é um exemplo, mas existem muitos outros, e a integração é um pré-requisito para a independência. De maneira geral, isso torna a América do Sul, do meu ponto de vista, o lugar mais interessante do mundo atualmente. 
 
P: E qual o papel do Brasil?

Chomsky: O Brasil tem um papel central na integração regional, pois é o país mais rico e poderoso da região. O presidente Lula tem tomado uma posição muito boa, garantindo que países que os EUA tentam arruinar, principalmente a Bolívia e a Venezuela, estejam integrados ao sistema. O Brasil também está aumentando as relações com outros países do Sul. Mas a dependência das exportações agrícolas é uma forma questionável de desenvolvimento. Deveria haver tentativas de desenvolvimento que não dependessem tanto de exportações, como a da soja.

P:  Vê algo de positivo no papel dos Estados Unidos atualmente?

Chomsky: Sim. Mas não se deve esperar que os países mais poderosos sejam agentes da moralidade. Não faz sentido ficar elogiando esses países pelas coisas decentes que fazem. Os Estados Unidos deveriam, por exemplo, ter um papel fundamental na reconstrução de Gaza depois das terríveis agressões feitas junto com Israel - foi um ataque em conjunto, pois eles estavam usando armas dos EUA, é claro. A estrangulação de Gaza pelos Estados Unidos e Israel, apoiada pela União Européia, começou imediatamente após as eleições, que foram reconhecidas como livres e justas, mas os Estados Unidos não gostaram do resultado e punem as pessoas. É uma boa indicação da aversão extrema que as elites ocidentais nutrem pela democracia.

P:  Como o sr. vê o ressurgimento de medidas protecionistas nos Estados Unidos e na União Européia?

Chomsky: Antes de falar sobre isso, temos que eliminar uma grande quantidade de mitologia. Os Estados Unidos, o país mais rico do mundo, sempre foram altamente protecionistas. Sua economia avançada depende crucialmente do setor estatal. Se você pensa em computadores, internet, tecnologia da informação, laser, tudo isso foi financiado pelo Estado. Você não pode falar em livre mercado porque eles não acreditam nisso. 
 

Chomsky: O único lugar onde o capitalismo existe é nos países do Terceiro Mundo, onde ele é imposto à força.” 

Malgrado a precisão cirúrgica, a última frase ficou ressoando como música em meus ouvidos. 

*A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis(1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.

+ do que 1000 palavras...

Moradia popular com design. Um desafio.

Com o mesmo título no blog Comunicação Militante de Chico Cavalcante

No momento em que o governo federal lança o mais ambicioso programa habitacional em mais de cinco décadas em um país que enfrenta um deficit habitacional de 7 milhões de unidades e onde as populações empobrecidas se amontoam em favelas e áreas de risco de inundação e desabamento, provoca curiosidade saber como serão as casas construídas com incentivo público nessa primeira fase do projeto. Em geral, moradia popular é sinônimo de arquitetura ausente, conforto de conteiner e engenharia de linha de produção. Quanto a este último item, nada a contestar, especialmente porque a necessidade obriga a se empregar uma velocidade imensa para compensar a inoperância dos governos passados, ciosos em pagar juros da dívida externa e ociosos em resolver os problemas do povo brasileiro. A iniciativa do chamado "PAC da moradia" é extraordinariamente positiva especialmente em um cenário internacional de crise que desmonta a economia, desestimula investimentos e mina a auto-estima de indivíduos e coletividades. Diante do peso da iniciativa, me ocorre uma preocupação quase prosaica: mas e o desenho das casas populares do projeto? Por que não melhorar para dar ao povo não apenas moradia, mas conforto e, de quebra, uma estética que fuja da sucessão de casebres que parecem pequenos galinheiros perfilados na paisagem? Pois a X-House (http://www.xhouse.se), uma pequena construtora sueca que projeta casas pré fabricadas, fez um modelo simples, barato e muito bem desenhado de uma unidade habitacional projetada de acordo com critérios de ergonomia, bom senso estético e simetria, com angulações no telhado que possibilitam assimilar à arquitetura conceitos sustentáveis como energia solar e aproveitamento de água da chuva, sem destoar do todo. Vejam aqui o modelo Selma, com 60m². Mas a construtora disponibiliza até mesmo unidades com 15m² que conseguem manter o padrão. Seria um bom desafio lançar um concurso nacional para arquitetos, designers e engenheiros para que as novas moradias populares permanecessem baratas, mas incorporassem estética e conforto como itens de qualidade de vida.

sábado, abril 18, 2009

As Falas do Carpinteiro de Poesia

O paradoxo do poema (Para Luana)

O paradoxo do poema é que ele existe para ser sentido sem que ele próprio tenha sentido O paradoxo do poema é que ele nos desnuda enquanto nos reveste das vestes das quais nos despimos  O paradoxo do poema é que ele nos ensurdece ao mesmo tempo em que os seus gritos nos silenciam O paradoxo do poema é que ele nos revela ao mesmo tempo em que nos cega O paradoxo do poema é que ele desvela mistérios O paradoxo do poema é que ele nos contagia mas também nos entristece O paradoxo do poema é que ele nos empobrece e ao mesmo tempo nos fortalece O paradoxo do poema é que ele tanto nos condena quanto nos torna mais nobres O paradoxo do poema é que ele frustra e fascina, ilude e desperta, cura e fere O paradoxo do poema é que ele assassina e liberta O paradoxo do poema é que ele é tempestade e calmaria O paradoxo do poema é que ele é pedra e pó, fogo e água, terra e ar O paradoxo do poema é que passa sem sair do lugar O paradoxo do poema é que ele está em todos os lugares sem nunca ter estado lá O paradoxo do poema é que ele é pássaro mesmo sem saber voar O paradoxo do poema é que ele se faz de vida e morte O paradoxo do poema é que se faz do desejo de amar mesmo quando ele quer odiar O paradoxo do poema é que ele se faz de dia e de noite O paradoxo do poema é que ele é feito de palavras ao mesmo tempo em que ele se escreve além de palavras O paradoxo do poema é que ele não precisa nem de poeta e nem de poesia O paradoxo do poema é que ele não sendo sempre o é

© Carpinteiro de Poesia

quinta-feira, abril 16, 2009

Fernando Pessoa

Onde você vê um obstáculo, alguém vê o término da viageme o outro vê uma chance de crescer. Onde você vê um motivo pra se irritar, Alguém vê a tragédia total E o outro vê uma prova para sua paciência. Onde você vê a morte, Alguém vê o fim E o outro vê o começo de uma nova etapa... Onde você vê a fortuna, Alguém vê a riqueza material E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total. Onde você vê a teimosia, Alguém vê a ignorância, Um outro compreende as limitações do companheiro,percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo. E que é inútil querer apressar o passo do outro, a não ser que ele deseje isso. Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar. "Porque eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura."

terça-feira, abril 07, 2009

Um Suspiro de Saudade e Sonhos

A condenação do assassino do saudoso sociológo Eduardo Launde, morto em frente à sua casa, quando numa reação de defesa de sua esposa, durante um assalto, saiu e finalmente temos agora a prisão do condenado.
Que tenhamos maiores investimentos em educação, cultura, lazer, esporte e formação profissional para nossa juventude pobre, para que possamos evitar que cheguemos à barbarie em nossos próprios lares, em nossas ruas, em nossas famílias!
Um grande abraço Lauande e viva o mundo*!
* Viva o mundo foi uma frase proferida pelo Dudu, durante seu último aniversário em vida material, onde amigos brindavam a vida, a poesia, a filosofia, a sociologia e a pólitica num dos bares de Belém.

As falas da ALEPA

COMBATER A EXPLORAÇÃO SEXUAL: CAUSA NOBRE DOS GRANDES HOMENS PÚBLICOS

Quando protocolei o pedido de instalação da CPI da Exploração Sexual Infanto-Juvenil, conhecia o risco regimental de não poder ocupar a presidência ou relatoria do órgão, mas, constatando as terríveis denúncias do Bispo do Marajó Dom Luis Azcona e o conjunto de reportagens dispersas dos jornais locais, nacionais e internacionais que apresentavam constantemente um quadro dantesco do tipo de vida que meninos e meninas estavam submetidos em nosso estado, por verdadeiras organizações criminosas que se utilizam do assassinato psicológico da nossa infância e juventude para enriquecer e satisfazer desejos obscuros da personalidade de seus "clientes", não havia como me omitir.

Leilão de virgindades, abuso sexual em troca de óleo diesel e alimentos, tráfico internacional de jovens para a escravidão sexual, incesto, envolvimento de familiares com essa nefanda rede contra a humanidade, concentração em nosso estado da maior variedade de "modalidades" de exploração sexual, segundo estudos da USP, ligações com o narcotráfico e ameaças de morte aos que se indignavam com essa condição, como se errados estivessem. Um leque de horror que deveria unificar todos no sentido de combater, apurar, julgar e condenar, a despeito de opinião política ou ideológica. Mas, se, infelizmente, essa não é uma bandeira que a todos une, como provou a prática, ela é empunhada pelo meu partido, o PT, que jamais se calará diante de tamanha atrocidade e não recuará um milímetro para pôr cada envolvido na cela presidiária devida. Instalada a CPI, os deputados puderam ter acesso aos detalhes dos casos, através de depoimentos de autoridades e ativistas sociais, documentos oficiais e novas denúncias da sociedade civil.  Confirmou-se o que já se suspeitava: o Pará é liderança nesta chaga que assola o país. Ganhamos destaque nacional, cabendo-nos atenção especial da CPI da Pedofilia que se desenrola no Senado Federal. Com imensa decepção descobrimos indícios do envolvimento de um deputado da Assembléia Legislativa do Estado do Pará com atividade desta natureza. Mas, não apenas isso, desvendamos nos nossos trabalhos na CPI que é comum os laços de autoridades públicas e empresariais de todos os poderes, em todos os níveis com essa prática criminosa. Não estamos falando de crimes de colarinho branco, também grave e perigoso contra a sociedade. Estamos falando da exploração sexual e abuso de crianças inocentes, que deveriam ser tratadas com atenção e carinho e elas oferecidas todas as oportunidades para o desenvolvimento humano pleno. O Deputado Luis Affonso Seffer foi desligado dos quadros do partido pelo qual se elegeu por ser insustentável sua presença, dado o pacote documental contra ele. O PT ingressou com pedido de cassação do mandato do deputado e tenho certeza que a ALEPA não se omitiu ante tanta monstruosidade, afinal todos os deputados puderam se assombrar com cada depoimento e cada documento para cá encaminhado. Hoje o deputado renunciou ao seu mandato! O "boto" foi desnudado. Uma vitória expressiva dos trabalhos da CPI que, com nosso empenho conforme assegurei à sociedade em artigo anterior, e dos demais membros, não titubeou em aprofundar as investigações e propor a punição necessária para o parlamentar. Ou seria isso ou a ALEPA encaminharia a autorização para a justiça se realizar. Agora, o Poder Judiciário poderá cumprir sua obrigação constitucional. Porém, o esforço ético que levou à renúncia do ex-deputado não será a única resposta do parlamento para todo este complexo caso. A CPI terá que ir a fundo de todo este contingente de casos investigados e apresentar propostas e encaminhamentos para erradicar a exploração sexual de nossas terras, doa a quem doer, pegue quem pegar, do traficante que vende drogas em embarcações, ao mais poderosos funcionários público e aos mais ricos empresários. Sabemos que a CPI possui limites constitucionais investigativos. Então, sem as forças de segurança e o apoio da sociedade civil organizada, o trabalho alcançará seu esgotamento, mas, pelo menos, terá produzido as condições para que essa rede seja identificada e dispersada pela aplicação rigorosa da lei e seu princípio erga ominis. Essa é a missão das mulheres e homens públicos que  a coordenam os quais, tenho absoluta fé, honrarão o voto popular que receberam do povo pobre e oprimido do Pará. Desse modo, como soldado do povo, alegro-me, apesar deste rio-mar de lágrimas que escorre quando se espreme os relatos transcritos e documentais do caso, de ter servido a grandes e nobres causas ao protocolar dia 30 de abril o pedido de instalação da CPI da Exploração Sexual, de não abrir mão das minhas convicções e lutar por elas até que mudemos este mundo de injustiça e barbárie, coerente com a luta história da esquerda e do Partido dos Trabalhadores.

Deputado Carlos Bordalo - Autor do Requerimento da CPI

O Brasil de Lula sai bem na Foto

Do Blog Balaio do Kotscho, colunista do portal IG.

Na foto dos 31 líderes mundiais reunidos quarta-feira no encontro ampliado do G20 em Londres para decidir os novos rumos do planeta diante da crise, o presidente Lula aparece sentado, sorridente ao lado da rainha Elizabeth 2ª e do anfitrião, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown.

Atrás dele, em pé, com o mesmo sorriso franco, está o homem mais poderoso do mundo, Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos, que deixou o Clóvis Rossi tão encantado durante uma entrevista que nem falou da foto em sua coluna.

Pode parecer um detalhe banal, tanto que a foto não está nem na primeira página da Folha,  o jornal que assino e leio no café da manhã. Também não se faz, nos caudalosos textos das páginas internas, qualquer referência à posição privilegiada do nosso presidente na foto oficial.

Quais foram os critérios? Quem determinou onde ficaria cada um dos líderes? Gostaria de saber. Será que não havia nenhum repórter lá quando este time dos donos do poder mundial se ajeitou e posou para a fotografia?

Trata-se de uma imagem emblemática sobre a nova posição que o Brasil ocupa no mundo, pois até pouco tempo atrás não era tão comum o nosso país participar de reuniões deste porte, muito menos o presidente brasileiro sair tão bem na foto, cheio de graça e moral.

“Para um torneiro-mecânico até que está bom demais…”, eu costumava brincar com ele quando o acompanhava a estas reuniões nos dois primeiros anos de governo. Até para o próprio Lula, acho que tudo isso já virou rotina e nem lhe chama mais a atenção.

Mais importante do que a imagem, porém, é a nova atitude da delegação brasileira nestes encontros. Ao invés de ir lá mendigar ajuda ao FMI para não quebrar, agora o Brasil toma a iniciativa de propor uma reforma deste organismo multilateral _ e se propõe a ajudar os países mais pobres.

“Vamos falar de igual para igual. Se for necessário colocar dinheiro como empréstimo, desde que não diminua nossas reservas, não tem problema. O Brasil não vai agir como se fosse um paisinho pequeno sem importância”, avisou Lula na entrevista que concedeu na viagem de trem até Londres, depois de almoçar com o presidente francês Nicolas Sarkosy, em Paris.

Ele agora pode falar isso porque o Brasil durante seu governo não só zerou a famigerada dívida externa como tem hoje mais de 200 bilhões de dólares em reservas internacionais.

Em seis anos e três meses de governo, o antigo líder sindical mudou a cara do Brasil lá fora e é recebido e respeitado pelos principais líderes mundiais como um igual. Hoje à tarde, por exemplo, terá um encontro bilateral solicitado pelo presidente da China, Hu Jintao.

Lula, de fato, não precisa ler os jornais brasileiros para saber o que pensam os homens que decidem os destinos da economia mundial. Fala diretamente com eles e por eles é ouvido como jamais aconteceu antes com qualquer outro presidente brasileiro.

Sei que alguns leitores vão se sentir injuriados e pessoalmente ofendidos com o texto acima. Mas estes são os fatos, meus caros amigos, não há mais como negar. E me sinto muito feliz por poder relatá-los a vocês, ao contrário de alguns colegas que insistem em esconder a realidade.  

quinta-feira, abril 02, 2009

A Fraude e a Matéria

Notoriamente tendêncioso por ter como clientes fiéis as gestões estaduais anteriores, quando estas sustatavam-se com recursos públicos repassados estranhamente por convênios espúrios e imorais - tal como o celebrado com o governo tucano (1994-2006), que repassou as antenas e estruturas comunicacionais da FUNTELPA à organização Rômulo Maiorana - o grupo Liberal não excita em distorcer a realidade e tende  sempre ao descrédito, por sua fama e acaba tornando-se uma fonte desacreditada à cada nota que imprime em suas páginas diariamente o tom político, seguidor daqueles que sempre o bancaram.
No entanto, há de entender-se a busca por uma justificativa poupável sobre a questão em voga - o teor da matéria abordado na nota abaixo - e seus desdobramento para a interpretação do grande público, no caso, os eleitores-leitores.
Não obstante, a repercusão positiva ou não, por mais que pequena e restrita à poucos, tende a nos animar quanto aos novos compromissos assumidos pela gestão estadual, quando ao Jornal, não esperem o comportamento republicano de assumir algum erro ou ser imparcial, democrático e verdadeiro.
 Nota de esclarecimento

Da Redação
Agência Pará

Sobre manchete do jornal O Liberal, de 01/04/2009, com o título “Servidor amarga novo atraso”, a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) presta os seguintes esclarecimentos para melhor informar o leitor:

1) Não houve atraso no pagamento dos salários dos servidores estaduais. Os pagamentos foram realizados dentro da normalidade e do prazo legal.

2) O Regimento Jurídico Único dos servidores federais lei nº 8112/90, e o dos servidores estaduais lei nº 5.810/94, não tratam a questão de prazo para o pagamento do funcionalismo. Desta forma, utiliza-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), decreto-lei nº 5.452/43, o qual preceitua no art. 459, § 1º (parágrafo) que: “Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido”.

3) Portanto, esclarece-se que o prazo limite para o pagamento é até o quinto dia útil. Esse prazo para nenhum agente público foi desrespeitado, o que houve foi uma mudança estritamente legal, acompanhada da devida ciência dos interessados, o que atesta indubitavelmente a boa fé do administrador.

4) Na reportagem da manchete acima citada, publicada na página 3 do Caderno Poder, com o título “Estado atrasa salários do funcionalismo”, comenta-se sobre “..., o servidor público do Estado deixa de receber o salário dentro do mês...”, e ainda “A mudança pegou muita gente desprevenida”. Não há nenhuma regra, no ordenamento jurídico que obrigue o governo do Estado a pagar seu funcionalismo em datas anteriores ao quinto dia útil de cada mês, o que era feito, na realidade, era uma antecipação de pagamento, que pode ser alterada ao arbítrio do Estado, com aviso prévio ou não.

5) A palavra atraso aparece duas vezes em destaque no periódico, na página principal e no Caderno Poder, o que caracteriza erro de apuração e informação ao leitor, conforme as explicações já feitas nesta nota.

Secretaria de Estado de Comunicação (Secom)

quarta-feira, abril 01, 2009

Fontes de Água Doce

Tua fonte erra: Edilza coordenará a campanha da Ana em 2010. A câmara federal está embolada entre Suely, Puty e Marcílio. Querem escantear a Suely para estadual.
Um anônimo, pitando sua opinião ao poster do Quinta Emenda na postagem abaixo:

Tecelã

A DS fecha seus candidatos para as eleições de 2010. A secretária de Urbanismo, Suely Oliveira, deverá ser mesmo candidata a deputada federal da corrente e a professora Edilza Fontes para estadual. Edilza, entretanto, tem problemas: durante alguns meses alimentou o desejo de sair pra Câmara federal e sua rede de apoios foi duramente cooptada por outros candidatos da legenda. Tinhosa, corre atrás de reconstruí-la.

Hereditário - Titãs

A cada parto A cada luto A cada perda A cada lucro O sol que dura, só um dia A cada dia, o sol diário Contra o que for hereditário. Contra o que for hereditário. Em cada mira Em cada muro Em cada fresta Em cada furo O sol que nasce, a cada dia A cada aniversário Contra o que for hereditário Contra o que for hereditário Contra o que for hereditário

Heriditário - Sefer

Degeneração - (do quinta emenda)

A família Sefer chega à terceira geração de canalhices públicas e privadas.
Começou com o pai, um medíocre quarto zagueiro do Olaria, guindado a diretor da antiga FCAP e, depois, a superintendente da SUDAM, pelas mãos de Jarbas Passarinho.
Uma vez Passarinho desafiou Lúcio Flávio Pinto a apontar algum corrupto na sua entourage. Lúcio não titubeou e apontou Sefer. Passarinho calou o bico, constrangido. Tempos depois Lúcio e Elias Sefer se encontraram e o truculento superintendente interpelou Lúcio, quase indo às vias de fato com ele.
Em 1989, durante a Constituinte Estadual, o então deputado estadual Ronaldo Passarinho dizia que Jarbas - e ele próprio, Ronaldo - se arrependera de ter apadrinhado Elias.
Como quem sai aos seus não degenera, o filho deputado estadual é um aperfeiçoamento - da degradação - do pai. Muito mais bem sucedido, aliás. Os negócios da família melhoraram muito depois do fim do jarbismo.
 A democracia fez bem para a família Sefer.
Agora, é o neto, filho do deputado, que já se inicia nas safadezas. Privadas, por enquanto.
O grande problema para a família Sefer é que o mau passo do deputado põe em risco os negócios milionários em que ele se meteu e se deu bem, em uma área sensível e essencial, que é a saúde pública. Por isso o desespero que toma conta da família.
Isso explica a ameaça telefônica do patriarca e um gesto recente de outro membro da família. Ana Amélia Sefer de Figueiredo, que já foi Secretária de Estado no governo Jatene- de Justiça, imagine - pediu uma audiência para a Irmã Henriqueta. Obteve. Constrangida e cheia de dedos - ou pelo menos parecendo constrangida - disse à Irmã que a família tinha todo o interesse em investigar e descobrir quem tinha feito a ameaça usando o telefone do patriarca. A Irmã, com a admirável firmeza dos crentes e dos missionários disse-lhe o que ela precisava ouvir: que está interessada na justiça e que não vai se intimidar.
Dia após dia, desmonta o castelo de corrupção, truculência e perversões sexuais da família Sefer.

Ave Nelson

Soo o mesmo título, no Blog do ator, autor, diretor e documentarista Adriano Barroso.
Mulher bonita gosta de papo besta. Muita elaboração vira tese, e ninguém quer ir para cama com um Phd em alguma porra que não seja o sexo.
Mayra era gostosa, mas levava uma vida marital com seu namorado chato. Mesmo com a pouca idade dos dois, eles acreditavam mesmo que deviam fidelidade absoluta um ao outro. Juntos, era um casal enojador, fazendo ceninhas de ciúmes em público e quase sempre deixando a mesa de bar antes de todos, em meio a porradas.
Mayra era gostosa e bem de vida, pele boa, cabelo tratado, unhas sempre feitas, se vestia com personalidade. Todo mundo só esperava um dia pegar ela sem o namoradinho chato. Minha particular batalha com Mayra já durava quase um ano, como ela sempre sorria das minhas palhaçadas, eu aproveitava para jogar deixas para ela pegar. Um dia, cheguei mesmo a ser sincero, “Se eu não fosse acanhado, eu te diria que estou enamorado pr ti”.
Mulher adora homens ingênuos e frases feitas. Quando eu descobri a palavra ‘enamorado” jamais usei de novo a palavra “apaixonado”, que essa dá um ar de compromisso. Enamorado é mais solto, e algumas delas, não sabem nem o que é isso.
De tanto esperar, meu dia chegou.
Estava rolando um festival de cinema na cidade, e alguns amigos programamos para ir. A turma, junta, somava umas seis pessoas, o número par só foi possível porque nesse dia, o namoradinho chato não foi, Mayra, sim. E eu estava disposto a cercar mais uma vez. “Faz um tempinho que encontro a Mayra sem o namorado por aí, será que terminaram?”, comentou com um certo veneno feminino Amanda, namorada de um amigo. Peguei a senha.
Quando Mayra chegou, sem o mala, fui logo mandando o recado: “não posso entrar nesse cinema contigo”, mandei. “Por quê?”, ela respondeu. “Cinema ter ar de romance, e como estás sozinha, não vou responder por mim”, cravei. Ela sorriu, me chamou de palhaço, mas também não decretou distância alguma.
E foi como eu tinha pensado, sentado lado a lado, eu fazia comentários sobre o filme no ouvido de Mayra, que só respondia sorrindo. O filme já pouco me importava, era de graça mesmo, e eu estava mais interessado em mapear cada parte daquele coxão exposto que sobrava na sainha de Mayra.
Quase no final do filme ela se virou e falou no meu ouvido: aquele papo de enamorado ainda está de cima?, quase amarelei, mas mantive a pose. “Não me entenda mal, você é uma pessoa adorável”, me finge de tímido. Ela também fingiu que acreditou, e logo, logo estávamos trocando longos beijos. Mas também acabou no cinema nosso romance. Fomos para o bar depois e mantivemos a distância, imposta por ela, claro.
Mas confesso que fiquei empolgado e decidi realmente fazer a coisa certa. Na mesma semana saímos por duas vezes e foi somente beijos trocados. “Não quero que nossa história seja somente cama, quero que a gente se conheça melhor e tu tenhas certeza do que estas fazendo”, menti.
Sempre no carro dela, porque o meu já estava caindo aos pedaços e não comportava uma mulher como aquela, ela me deixava na esquina de casa acreditando ser a ativa na relação.
Mas com os beijos cada vez mais quentes, chegou uma hora que não dava mais para segurar, o grande momento estava chegando.
Sempre preguei que a leitura é um instrumento maravilhoso para romper barreiras e tirar a gente de encrencar. É lá, nos livros, que estão os grandes ensinamentos da vida, sabedoria é colocá-los em prática na hora certa.
Mayra havia sucumbido aos constantes assédios do ex-namorado, e me dito de maneira muito triste no telefone que havia reatado a merda do relacionamento dela. Para não perder por completo tirei um João Antônio da cartola e mantive a malandragem: “Tudo bem, para um homem como eu, o que vivemos já foi uma experiência extasiante”, e desliguei o telefone num Putaquepariu.
Mas o que foi plantado naquele dia renderia frutos à frente. Mandei flores e um Neruda para sua casa, em uma despedida à lá Chico Buarque.
Uma semana depois São Nelson me valeria.
Estávamos todos no mesmo bar, a mesma turma, dessa vez em número ímpar, quando o casal nojo resolveu empreender mais uma briguinha, ele pegou o carro e foi embora e, eu, bom, eu elegantemente me retirei da mesa e fui beber no balcão.
Deu certo, ela se aproximou e disse, “Dessa vez é para sempre”, e mais: “Me leva daqui, para onde quiseres”. Para onde eu quisesse valia bem mais do que me prometer vida eterna, entendem?
O negócio era que eu andava meio quebrado, gastando mais do que podia, e naquela noite, fazendo as contas rápido, pagando a despesa, me sobraria uns vinte paus. Era muito pouco pra tudo aquilo de mulher. Sorri um sorriso amarelo.
“Me tira daqui, vai”, ela implorava. Tirei um Paulo Coelho da manga para ganhar tempo, e ataquei com pieguice: “A raiva nunca é a melhor conselheira”. “Raiva é o caralho, eu passei a noite inteira te olhando”, ela respondeu com a sinceridade de uma Hilda Hilst.
“Ta bom. Vamos nos dar ao desfrute”, era Ana Cristina César falando em mim. Mas... (lembrei da pouca gasolina, no meu carro fedorento, do carro dela confortável, da minha carteira magricela, mas aí me veio meu santo de cabeça. Nessas horas as mulheres gostam de homens de atitude).
Deixa o teu carro aí e vem comigo. Ela sorriu. Peguei ela pelo braço e saímos andando pela rua, “Para onde tu estas me levando?”, ela questionou. “Se vai rolar algo entre a gente, vai ter que ser diferente. Uma história que seja só nossa”, continuei andando e falando, “freqüentas os lugares mais chiques, não é? Quero te fazer experimentar uma história diferente”, ela sorriu.
Quatro quadras depois entramos no El Camiño, um hotel vagabundo no centro da cidade, que cobrava 15 paus duas horas. Ela entrou meio ressabiada, mas não desistiu. Pelos meus cálculos ainda sobraria 5 paus para colocar um litro de gasolina no meu caro até chegar em casa depois.
Na cama, sacramentei a jogada: “É que eu te acho nelsonrodriguiana, sabe, bonitinha, mas ordinária, quero contigo, mas só vai ser bom se for em um lugar brega como esse”. Ela adorou a declaração.
Ainda declarei muito Nelson Rodrigues naquele ouvidinho cheiroso. Sempre nos piores motéis da cidade.
Uma gatíssima à preço custo
Ave Nelson.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...