domingo, janeiro 10, 2010

Só os políticos lucram com o voto obrigatório








Pelo simples fato de ser uma imposição, tudo aquilo que é obrigatório tende a ser rejeitado ou feito com alguma má vontade.

Em sã consciência, ninguém festeja quando tem de cumprir algum dever. No máximo, sente-se aliviado depois de fazê-lo.

Ainda assim, muita água mole terá de bater na pedra dura para que o país decida abolir de vez o voto compulsório, instrumento inexistente ou banido em quase a totalidade das democracias maduras.
Sustentada por argumentos não raro discriminatórios, que imputam a pecha da imaturidade ao eleitorado brasileiro, a imposição do ato de votar não só atenta contra a liberdade individual como é, na verdade, absolutamente deseducadora.

Ao contrário do que preconiza a maior parte dos defensores do sufrágio compulsório, a obrigação age no sentido oposto do aprendizado, da conscientização e, portanto, da própria democracia.

Desobriga os partidos e os seus candidatos de uma ação efetiva de convencimento, onde a história e a atuação de cada um teriam de valer mais do que a mera propaganda, e dilui a responsabilidade do eleitor, dos postulantes e dos eleitos.

Milhões vão às urnas não como protagonistas da democracia, mas por imposição.

Outros – por conforto, decisão ou expressão política - decidem simplesmente não ir.

Preferem correr até a um posto dos Correios para justificar a abstenção ou pagar uma multa e, mais cedo ou mais tarde, ser anistiado pelo Legislativo das supostas punições civis.

Ou seja, a obrigação é falácia. Uma determinação legal falsa como uma nota de três reais, que só contribui para aumentar o descrédito dos cidadãos nas leis e do eleitor em tudo aquilo ligado à política.

Mas a sucessão de absurdos não para por aí. Além de transformar direito em dever, no Brasil a obrigatoriedade do voto rende dividendos financeiros aos partidos políticos.

No último pleito, a tal multa por não votar - fixada pelo juiz eleitoral de cada localidade - girou em torno de R$ 3,00.

Irrisória para a maioria e sujeita à dispensa para aqueles que comprovem a incapacidade de quitá-la, essa quantia individual ínfima engorda, eleição sim e outra também, os recursos que são distribuídos entre as agremiações partidárias.

Parece pouco, mas não é. Multiplique por três a abstenção de mais de 20 milhões no primeiro turno das eleições de 2006 e de outros quase 24 milhões no segundo e chega-se a mais de R$ 130 milhões.

Outra regra de composição do fundo partidário determina que a União deposite R$ 0,97 por cada eleitor registrado até o dia 31 de dezembro do ano anterior às eleições.

Uma bolada que, neste ano, deve render outros R$ 130 milhões aos partidos, considerando-se o número de eleitores aptos a votar em outubro.

Essa é, possivelmente, a inspiração das curiosas propostas parlamentares que associam a adoção do voto facultativo à obrigatoriedade do alistamento eleitoral. Faculta-se o direito, mas mantém-se a fonte de renda.

É claro que a natureza das motivações que impede a alforria ao eleitor brasileiro vai muito além da inescrupulosa arrecadação obtida em cima daqueles que optam por não participar da eleição. O poço é muito mais fundo.

Manter a letargia do eleitorado e poder se esconder sob uma votação numérica expressiva - mesmo proveniente de uma massa que só vota por obrigação - é bastante sedutor para aqueles que se lixam para esses mesmos eleitores e muito menos para o país.

PS: Como a liberdade do cidadão de querer ou não votar é um tema que considero fundamental, pretendo usar este espaço para outras considerações em favor do voto facultativo.

Patrimônio Cultural


Vale à pena conferir!

Maria Dorotéa de Lima:

Arquiteta, com especialização em urbanismo e mestrado em Ciências Sociais/ Antropologia pela Universidade Federal do Pará. Técnica do IPHAN PA desde 1990, responde atualmente pela Superintendência no Pará. Integrou a equipe do IPHAN PA responsável pela restauração das igrejas de São João Batista, Nossa Senhora do Carmo (capela-mor), Ordem Terceira do Carmo e Santana (em execução). Coordenou, pelo IPHAN PA o Inventário de Bens Imóveis do Centro Histórico de Belém, o inventário e a instrução do projeto de registro do Círio de Nazaré como patrimônio cultural brasileiro.

Profª Edilza: Como você avalia a necessidade do trabalho de preservação do patrimônio histórico no Estado?


Maria Dorotéa:Considero da maior importância a identificação, proteção e valorização do patrimônio do estado do Pará, mas patrimônio aqui no sentido mais amplo definido pela Constituição Federal, ou seja aquele que é portador de referências a memória, a identidade e a história dos grupos sociais que constituem a sociedade brasileira. Assim, precisamos identificar, por meio de interação com as populações dos diversos municípios, qual é esse patrimônio para pensar, fomentar e implementar formas de salvaguardá-lo, reproduzí-lo e difundi-lo, desde que este seja o desejo de seus produtores.
O patrimônio cultural deve ser compreendido e trabalhado em suas diversas dimensões, possibilidades e, por que não, contradições, inclusive como elemento agregador mas também diferenciador e identitário. Sem esquecer suas possibilidades como fator de desenvolvimento social.
É preciso ampliarmos nosso olhar sobre o patrimõnio cultural para que possamos identificar, no caso do patrimõnio nacional, que patrimônio é esse no sentido da forma de ocupação do território brasileiro, porção norte, porção amazônia, com nossos diferenciais geográficos e culturais. Não temos o barroco mineiro, mas temos nossas cidades coloniais, nossas cidades ribeirinhas, nossas paisagens, histórias e outras tantas formas de expressão cultural, aí incluídos nossos sistemas de produção, agrícolas e alimentares, muitas vezes de dimensão nacional.

Profª Edilza: Faça-nos um balanço das ações de preservação do patrimônio histórico realizado nos últimos 10 anos no Pará.


Maria Dorotéa: Podemos dizer que alguma coisa foi feita, mas sem dúvida há muito mais por fazer, sobretudo se pensarmos em termos do estado e não apenas da cidade de Belém que sempre recebeu os maiores investimentos nessa área. Em Belém, muito recursos foram investidos nos últimos anos na restauração, requalificação e ressignificação do patrimônio edificado, mas foram ações desarticuladas e pontuais sem maiores diálogos com o espaço urbano, pode-se dizer que mesmo as itervenções sobre este se deram de forma isolada do restante da cidade. Algumas dessas ações foram realizadas de forma participativa e outras não.

Restauraram-se edificíos, implantaram-se museus e espaços voltados para a dinamização do turismo, houve uma gande intervenção de requalificação do Ver-o-Peso (que já está a requerer maior atenção na sua conservação). Não há dúvida que tais ações contribuiram para a valorização da cidade e do patrimônio cultural, também para o aquecimento da atividade turística, entretanto faz-se necessário para reverter o quadro atual de nossos centros históricos (não apenas de Belém) uma ação articulada entre as três esferas de governo, planejada e participativa.

No caso de Belém o centro histórico tem muitos problemas que envolvem questões como falta de segurança, prédios abandonados e sub utilizados, comércio informal desordenado, sujeira, poluição sonora e visual, ausência de infra-estrutura adequada entre outros, mas há também muitas possibilidades e perspectivas como a introdução de usos culturais e turísticos ao lado do estímulo à moradia, comércios e serviços em escala de bairro na sua interrelação com o restante da cidade. Se queremos preservá-lo não há como manter ali o principal centro da cidade, é essencial reduzir impacto do trânsito e do tráfego pesado. Pode-se manter o comércio informal, mas de forma proporcional, ordenada e disciplinada.

Algumas experiências interessantes e interativas vem acontecendo, de forma quase silenciosa, no centro histórico de Belém por meio de iniciativas da sociedade civil como o Teatro Cuíra, o Fotoativa, O Teatro Puta Merda, o trabalho da Paula Sampaio (Caríssima), a Associação de Moradores da Cidade Velha com resultados positivos para moradores e frequentadores dessas áreas.

Também a academia pesquisa e discute os reflexos dessas últimas intervenções sobre a população da área e frequentadores e aponta alguns caminhos que devem ser considerados nas próximas ações nesse sentido, entre os quais destaco a necessidade de envolvimento e participação da população nesses processos.

Em 2009 o governo federal, por meio do Ministério da Cultura e do Iphan abriu uma chamada pública para elaboração de planos de desenvolvimento local com foco na recuperação do patrimônio cultural. Nove municípíos do Pará se candidataram por meio de termo de cooperação assinado entre as prefeituras, o governo estadual e o Iphan: Belém, Santarém , Bragança, Óbidos, Vigia , Cametá, Aveiro, Belterra e Afuá. A implantação desses planos está programada para o período 2010/2013 e deverá ser iniciada ainda neste exercício, nos municípios que finalizarem os planos.

Vale ressaltar também nos últimos anos a atuação com o patrimônio imaterial, no Pará: Além do registro do Círio de Nazaré como patrimônio cultural brasileiro, em 2004, realizamos o inventário preliminar dos dezesseis municípios da Ilha do Marajó (2004/2009), o inventário da Festividade do Glorioso São Sebastião de Cachoeira do Arari, o inventário preliminar do Carimbó na região do Salgado e na Grande Belém (em andamento), o inventário preliminar das referências culturais do povo Tembé (em andamento), o inventário preliminar do Ver-o-Peso em parceria com a Associação dos Erveiros e Erveiras - Ver-as-Ervas, com patrocínio da Petrobras.


Na área do dito patrimonio material em 2009, realizamos o inventário do patrimônio ferroviário da extinta Estrada de Ferro de Bragança, cujos resultados divulgaremos em 2010.

Com recursos do BNDES estamos iniciando, em parceria com a Fidesa, o inventário dos bens móveis e integrados da Grande Belém. E no ano de 2008 finalizamos o inventário do patrimõnio azulejar de Belém.

Nos últimos anos pode-se destacar a maior atenção que vem sendo dada pelo Iphan ao patrimõnio arqueológico. Nessa perspectiva estamos desenvolvendo , em parceria com a Universidade Federal do Pará, Museu Goeldi e Secretaria Estadual de Meio Ambiente o projeto de socialização de alguns sítios arqueológicos de Monte Alegre, viando seu maior usufruto pela população e visitantes, bem como a possibilidade de geração de emprego e renda a partir da criação de uma estrutura de visitação incluindo centro de visitação/interpretação; oficinas profissionalizantes na área de produção de "souvenir" e artesanato e educação patrimonial e sensibilização envolvendo empreendedores locais.

Profª Edilza: Qual sua avaliação sobre o projeto Monumenta em Belém?

Maria Dorotéa:O Iphan, por meio do Monumenta, realizado em Belém parceria com a Prefeitura, recuperou as praças Maranhão (que está necessitando de manutenção) e Frei Caetano Brandão, além da restauração do Mercado de Carne e do Solar do Barão de Guajará (em andamento). Pode-se dizer que os investimentos se deram dentro do planejado, com alguns atrasos no cronograma de execução. Também foram realizados quatro editais para recuperação de imóveis privados, com algumas dessas intervenções já concluídas na Campina. Da quarta etapa ainda não foi contratada nenhuma recuperação devido ajustes contratuais entre o Iphan e a Caixa, que é o agente financeiro do programa.



A avaliação do Programa Monumenta revelou que este obteve melhores resultados nas cidades menores e também naquelas em que as prefeituras disponibilizaram maior estrutura para as equipes locais, possibilitando a ampliação dos recursos inicialmente planejados. Também nas situações onde os editais para "atividades econômicas" e "educação patrimonial" foram captados a investidos na própria área do projeto o programa teve seus resultados potencializados. Em 2010 o Iphan vai trazer para Belém uma exposição sobre o Programa monumenta no Brasil, mostrando as diversas experiências e resultados alcançados possibilitando aos interessados uma melhor avaliação dos resultados obtidos nesses dez anos.

Profª Edilza: Se você tivesse condições para recuperar imediatamente 10 patrimônios históricos em nosso Estado, quais seriam? E por quê?


Maria Dorotéa:É muito difícil fazer esta seleção, mas de um modo geral e, começando por Belém, concluiria a restauração do Palacete Pinho, dando-lhe alguma função; ainda em Belém, faria a conservação no Ver-o-Peso, com alguns pequenos ajustes funcionais e a reorganização do Condomínio Participativo, depois ampliaria a oferta, com novos editais para recuperação dos imóveis privados e salvaria o Teatro são Cristovão, tão caro aos grupos de cultura popular, sobretudo os Pássaros.


Também cuidaria do patrimônio edificado e urbano de nossas cidades coloniais, onde precisamos iniciar, juntamente com as prefeituras, esse processo. Investimentos nesse sentido podem promover a interação com a população e fomentar iniciativas da sociedade civil na área cultural e de preservação, além de gerar novas atividades econômicas. É preciso salvar nossas cidades coloniais e é essa a perspectiva do Pac das Cidades Históricas lançado pelo governo federal em 2009.


Crise? Na Secretaria de Cultura, nem marolinha houve.


Do Espaço Aberto, com o mesmo título e foto.


É uma maldade – uma tremenda maldade – considerar que apenas a Casa Civil do dr. Cláudio Puty, pré-candidato da Democracia Socialista (DS) a deputado federal, foi bafejada (toma-te!) pelos bons, para não dizer ótimos eflúvios (toma-te de novo!) financeiros que engordaram o orçamento da secretaria de R$ 37.820.900,00 para R$ 67.824.218,00.

É uma maldade dizerem isso.
 

É uma maldade acharem que a Casa Civil estaria sendo de alguma forma privilegiada com recursos ao mesmo tempo em que outras secretarias, como a de Obras, ficaram à míngua.
 

Convém fazer justiça: a Secretaria de Cultura também não sentiu os efeitos da crise. Na Secretaria de Cultura, a crise não chegou a fazer sequer uma marolinha, sequer um banzeirinho.

Leias Mais no Espaço Aberto

'Verticalização do Poder' _

Com o mesmo título no Quinta Emenda


O pacto é  'federativo', os interesses são 'corporativos'; e, o Pará é o foco dos interesses em disputa. Aqui estão os interesses da grande indústria paulista; do Bradesco: patrão de Roger Agnelli, - o presidente da Companhia Vale do Rio Doce; sem falar nas empresas mineradoras de menor porte e da agroindústria. Só 'cachorro-grande': diante de políticos e partidos apequenados.
 

O PSDB tem interesses gigantescos no Pará (quem é José Serra?); e, com  a velha política protecionista -  das elites burocráticas e industriais -  segue fazendo acordos para privilegiar minorias.
 

O PT precisa 'resolver' as promessas de campanha, na procura de avançar mais um governo; e de conter a luta intestina entre as facções por representatividade no governo; e,  por representação nas eleições de 2010.

O PMDB mantém a  política clientelística; - o morubixaba Jader Barbalho  dá as ordens; negociando em todas as direções, e com todos os partidos.
 

Trata-se da organização de um sistema de escambo político; o  resultado mais visível  da incapacidade de renovação  do cenário político, no Pará.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Festividade de São Sebastião agora é Patrimônio Cultural Paraense


O povo marajoara e todos os devotos do São Sebastião tem muito a comemorar durante as festividades de São Sebastião deste ano, já que a governadora Ana Júlia Carepa, reconheceu como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará a Festa de São Sebastião, do município de Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó.


A proposta de lei foi apresentada pelo deputado estadual Carlos Martins  (PT), aos seus pares na ALEPA, atendendo aos pedidos feitos pela Irmandade de São Sebastião de Cachoeira do Arari e diversos devotos do santo.


Entre as diversas manifestações culturais do Estado, a Festividade de São Sebastião de Cachoeira do Arari é sem dúvida uma das mais prestigiadas e tradicionais que remonta ao ano de 1747, acontecendo a partir de então  entre os dias 10 e 20 de janeiro, quando o povo marajoara realiza um dos eventos mais importantes do calendário cultural paraense.


A festa do Glorioso São Sebastião reúne o povo marajoara para receber as bênçãos das primeiras chuvas trazidas por São Sebastião, após o verão intenso que castiga os campos e o gado no Marajó.


Além das manifestações religiosas, várias competições esportivas fazem parte da festa, como a prova de resistência de cavalos, onde se destacam os da raça marajoara, a Luta Marajoara, Prova da Argolinha e a prova de atletismo Lulu Rabêlo, iniciada em 1932 e reeditada este ano.



No dia 20, acontece o encerramento da programação com a tradicional derrubada dos mastros. Em seguida, os mastros são conduzidos pelas ruas da cidade para o tradicional banho de lama, onde de acordo com a tradição, ninguém presente na festa pode ficar limpo e deve, obrigatoriamente, ser “lambuzado com a lama sagrada das primeiras chuvas do ano trazidas pelo Glorioso São Sebastião”, revela Albertinho Leão, que é devoto do Santo desde a infância.


A festa é embalada por uma bebida típica do local chamada “leite-de-onça”, um preparado a base de leite de búfala que é fartamente produzido pela comunidade e consumida pelas ruas onde se a multidão transita durante a manifestação popular.


Ainda este mês, o Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN encaminhou carta ao Museu do Marajó onde informou a possibilidade da Festa de Cachoeira servir de referência para transforma a manifestação como patrimônio Cultural Brasileiro em todos os municípios do arquipélago.

Agora a Festa de São Sebastião de Cachoeira do Arari é lei  e para comemorar o fato histórico, dia 20 deste mês a governadora Ana Júlia estará presente para comemorar o feito histórico que transformou em lei esta manifestação cultural.

Um deputado e um senador parense, advinhe quem são!







A Carta de um Deputado Petista à Lula.


Companheiro Presidente Luis Inácio da Silva – Lula


Declino, com tristeza e pesar, o convite para integrar a comitiva presidencial que estará neste dia 10 em São Luís do Maranhão.


Assim como milhares de petistas, lutei e sonhei com o momento em que o teria  entre nós como o Presidente do Brasil para anunciar boas novas que diminuirão a pobreza e a escravidão do nosso povo.


V. Exª é testemunha e deve se lembrar do sofrimento que passamos no processo de construção do PT e de sua própria liderança, quando enfrentamos os filhos da ditadura, os vampiros do nosso povo, os devoradores dos sonhos de nossa gente, representados pelo grupo político comandado pelo Senador José Sarney.


V. Ex ainda deve se lembrar dos atos públicos que fizemos na Praça Deodoro, denunciando as barbaridades da oligarquia; das caminhadas avermelhadas pela rua Grande, arrastando multidões gritando “Fora Sarney”; da emocionante subida da ladeira do Jacaré para verificar  a olho nu o abandono do município de Alcântara; da Caravana da Cidadania que, saindo de Caxias, espalhou esperanças entre os quilombolas de Codó; as quebradeiras  de coco de São José dos Mouras, em Lima Campos; perante as viúvas de lavradores vítimas do latifúndio, aliado e sustentado pelo grupo dominante; do ato público realizado na empoeirada cidade de Buriticupu; do espanto  nas usinas de ferro gusa de Açailândia, causado pela queima desmedida e sem controle de madeira nativa; e do grandioso encerramento da caravana em Imperatriz, com discurso radicais de condenação à pobreza do povo maranhense.

V. Exª deve se recordar da última vez que esteve em São Luís, há exatos 11 anos, para participar, em 1998, do comício em apoio à minha candidatura a Governador do Maranhão quando, embora sem qualquer estrutura, me submeti ao delicioso sacrifício de apoio à sua candidatura a Presidente da República enfrentando o rolo compressor da campanha de Fernando Henrique Cardoso, que foi apoiado por dois mandatos pela mesma turma que hoje lambe os seus pés para se aproveitar de seu governo e de sua popularidade.

Não posso esconder a decepção de não poder compartilhar deste momento em que V. Exª retorna à minha terra, agora como Presidente da República que ajudamos a eleger e que realiza um governo exitoso.

Estou triste, porém a minha consciência não me permite estar no mesmo palanque de um grupo político que há mais de quarenta anos explora, maltrata e debocha do nosso povo.

Não posso confundir a minha imagem com a sombra dessa gente que cassa um governador eleito; cassa um juiz que atendeu aos reclamos da população carente; cassa um prefeito do PT e que implanta o terror no Estado.

Não posso confundir a minha identidade com um grupo cujo líder é objeto de escárnio da cidadania brasileira pelas revelações recentes de uma ínfima parte dos crimes praticadas contra o erário público.

Não posso me curvar ao oportunismo de aproveitar a sua popularidade e a multidão que lhe aguarda, para trocar beijinhos e apertos de mãos com uma governadora de quatro votos, que de forma covarde e indevida se intrometeu na eleição interna do PT pressionando, coagindo e ameaçando nossos prefeitos e lideranças petistas e de partidos aliados.


Posso imaginar o sofrimento de V. Exª diante das pressões espúrias e das chantagens rotineiras por cargos, verbas e outras rações que alimentam verdadeiras quadrilhas organizadas e tenho certeza de que V. Exª não esqueceu o desrespeito do Senador José Sarney durante a eleição para Presidência do Senado; a humilhação imposta pelo Senador Sarney à Senadora Ideli Salvatti (PT-SC), derrotada na Comissão de Infra Estrutura para ressuscitar Collor de Melo; na manobra do Senador José Sarney que ficou em casa para facilitar que o Senador Marconi Perillo (PSDB-GO) instalasse a CPI da Petrobrás para usá-la como arma contra o governo; o presente que o Senador Jose Sarney deu à Senadora Kátia Abreu (Demo), inimiga do governo, para relatar a Medida Provisória n. 458 que regularizou mais de 60 milhões de terras na Amazônia.

Tenho consciência de suas enormes responsabilidades ao governar um país complexo e ainda dominado por tanto picaretas, muitos deles arranchados nas estruturas de poder e, em especial, no Congresso Nacional.

Sei que tens que engolir sapo para poder governar. Compreendo que V. Exª, por dever de oficio, tem de manter relações e até amizades com os inimigos de ontem, os aproveitadores de hoje e adversários de amanhã, em prejuízo de seus companheiros de ontem, de hoje e de sempre.


Porém a vida não pára. O mundo muitas voltas dá. Amanhã será outro dia, e com certeza nos encontremos no Maranhão ou em outros cantos do Brasil, em companhia de gente menos catingosa.


Boa sorte em seu esperado retorno a São Luís.


Justiça se faz na luta.

Do Site do Dep. Fed. Domingos Dutra. (PT-Maranhão)

O partido que mais perdeu filiados




 
No segundo mandato do Presidente Lula, o DEM foi o partido que mais perdeu filiados em todo o país: 38,1 mil. Foi o único da oposição que reduziu o número de integrantes. Da base de sustentação do governo Lula, o PP também perdeu apoio, de 12 mil filiados. DEM e PP têm raízes na Arena, partido que sustentou os governos militares.



A mudança de nome do PFL para DEM e a reestruturação da direção da legenda, em 2007, não renderam ao partido um crescimento significativo de filiados. Em 2008, o DEM obteve pouco menos de uma centena de novos integrantes, mas não reverteu a tendência de queda registrada no segundo mandato de Lula. Para o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), a oposição "vive um momento de dificuldade", mas não deve alterar o discurso: "Não vamos mudar. Quem tem de mudar é o PT."



PSDB e PPS, que compõem com o DEM a oposição ao governo federal, cresceram, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O aumento de filiados dos dois partidos foi registrado não só no segundo mandato de Lula, mas também no primeiro. Desde que o Presidente Lula foi eleito, no fim de 2002, os tucanos ganharam mais de 113 mil integrantes e o PPS, 108,7 mil.



O PP, ao contrário da maioria dos partidos da base aliada ao governo, perdeu filiados desde o início do governo Lula: foram 155 mil, do fim de 2002, quando o presidente já tinha sido eleito, até novembro de 2009. A queda foi concentrada no primeiro mandato de Lula, quando 143 mil pessoas saíram da legenda.



No segundo mandato do petista, o PMDB ganhou pouco mais de 1,1 mil filiados. O partido aderiu institucionalmente ao governo e ampliou sua participação nos ministérios. Com isso, os pemedebistas reverteram a redução de seus filiados registrada no primeiro mandato. Durante todo o governo Lula, até novembro de 2009, o PMDB foi o partido que mais perdeu filiados: 176 mil.



Dirigentes do PP, do DEM e do PMDB citam os mesmos argumentos para tentar explicar a queda do número de filiados: recadastramentos feitos pelos partidos "limparam" dos registros os que já morreram e não foram suficientemente atrativos para trazer novos integrantes.



No caso do DEM, dirigentes citam que o partido perdeu quadros quando deixou de ser PFL, por deficiência no recadastramento dos filiados e na campanha de filiação. Os números do TSE, no entanto, já indicavam a tendência de queda desde o fim do governo Fernando Henrique Cardoso. "O PSDB não perdeu tantos filiados porque comanda colégios eleitorais importantes, como São Paulo e Minas Gerais", comentou Aleluia. O presidente do PP senador Francisco Dornelles (RJ) disse que a redução não é preocupante, já que o partido continua sendo o segundo maior, atrás apenas do PMDB.



O partido que mais cresceu desde outubro de 2002 foi o PT: a legenda informou ao TSE ter ganho 417 mil filiados. O número pode ser ainda maior, já que a Justiça Eleitoral registra que o PT tem, atualmente, 1,246 milhão de filiados e dados fornecidos pelo partido indicam que a sigla tem 1,35 milhão. Durante o governo Lula, o PT fez uma intensa campanha de filiação.



Os dados mais recentes do TSE, de novembro de 2009, indicam que o PSDB tem mais filiados no Nordeste do que o PT: 22,69% dos tucanos estão na região contra 21,07% dos petistas. No Sudeste, a situação é inversa e o PT tem 46,66% e o PSDB, 40,52%. O DEM tem quase 30% de todos os filiados no Nordeste.Valor Econômico

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Politicamente Corretos

Enviado pela amiga/leitora Silvia Rodrigues, os cartões abaixo desejam um bom 2010 de forma inteligente e com uma agradável ilustração dos conteúdos, estes sim, simples e imensamente indispensáveis.





 
 

Alguém aí sabe o que foi a Cabanagem e a sua importância para o Brasil?

Os paraenses preferem morrer no campo de batalha a entregar seus pulsos às algemas e grilhões do despotismo”
Eduardo Angelim, terceiro presidente da Cabanagem, a revolução que começou no Pará, exatamente no dia 7 de janeiro de 1835, quando os cabanos tomaram Belém, executaram o governador Lobo de Souza e puseram no poder Félix Malcher. 

A Cabanagem

Era o início da Cabanagem.

Era o início da Revolução Cabana.

Uma revolução em sua essência popular.

Uma revolução que atingiu todos os rincões do Estado - de Belém à região do Baixo Tocantins, de Belém à região nordeste do Estado, de Belém ao Baixo Amazonas.

Uma revolução que uniu - em torno do nacionalismo então nascente e dos anseios de reduzir enormes injustiças sociais - índios, mestiços, negros, brancos sem posses, boa parte do clero e, vejam só, muitos ricaços da época.

Exemplo disso é o próprio Malcher, que era fazendeiro, dono de vastas áreas de terras, mas ficou apenas pouco mais de um mês como presidente cabano da Província do Grão-Pará.

E aí?

E aí que a Cabanagem, como sempre esteve, continua esquecida.

Os paraenses deveriam saber de todos os seus detalhes.

Deveriam contá-los para seus filhos, desde crianças.

Deveriam fazê-los perceber, nos ideais dos cabanos, o orgulho de ser paraense.

Deveriam dar-lhes a conhecer os personagens que ou participaram ativamente da Cabanagem – como Eduardo Angelim e os irmãos Vinagre – ou a influenciaram grandemente, caso do cônego Batista Campos, que morreu no dia 31 de dezembro de 1834, portanto uma semana antes do início da Cabanagem, cujas sementes ele plantou.

Mas que nada!

A Cabanagem, para nove em cada dez paraenses, é quase um palavrão.

Não passa de uma estranheza.

Ou então não passa de um nome, da mera denominação de um monumento esquecido ali no Entrocamento ou do prédio da Assembleia Legislativa.

Ou ainda a denominação de um bairro de Belém - dos mais violentos, diga-se - ou de uma vila, a Vila dos Cabanos, em Barcarena.

E assim vamos deixando de lado as nossas melhores memórias.

Exemplo concreto são as ruínas do Murucutu, ali pelos lados na Embrapa.

Era um engenho.

Foi lá que morreu Antonio Landi, o arquiteto bolonhês, que deixou preciosidades arquitetônicas em Belém, a Sé e a capelinha de São João Batista, entre outras.

Foi lá, em agosto de 1835, que os cabanos se reuniram para atacar Belém pela segunda vez e instalar no poder o terceiro e último governador cabano, Eduardo Angelim, que sucedeu Francisco Vinagre.

Há cerca de dois anos, um casal de amigos, ambos jornalistas paulistas,foram até o Murucutu.

Sentiu até vergonha.

Chegou ao portão da Ceasa e perguntou ao porteiro.

- Amigo, como eu faço para chegar ao Murucutu?

- Murucutu...?!

- É. Murucutu...

Por pouco o rapaz não chama a polícia.

Quando adivinhou o que se queria, indicou o lugar.

- O senhor vai por ali. Mas tenha cuidado com as cobras por lá.

Foi assim que ele indicou o rumo daquilo que deveria ser uma das referências da memória histórica de todo belenense, de todo paraense.

É assim que assistimos todos, estupefatos, esvair-se o interesse que deveríamos cultivar pelas nossas coisas.

Mesmo assim, vale lembrar.

Hoje é o dia 7 de janeiro.

Dia da Cabanagem.

Dia em que todos deveríamos sentir orgulho de pisar num solo que os cabanos pisaram.

Dia em que precisamos não perder de vista a nossa própria História.

Aliás, Batista Campos, jornalista e panfletário dos mais destemidos talvez o mais destemido que já nasceu neste Estado até hoje -, adotou o seguinte como dístico, como divisa, como lema de seu jornal, O Paraense, tribuna da qual vergastava o stablishment da época:

"De circunlóquios nada sei.
O caso conto como o caso foi.
Na minha frase de constante lei,
O patife é patife; o boi é boi."

Texto de autoria desconhecida por este blog.

Puty não será mais o candidato da DS a Câmara Federal


Fontes internas da DS dão conta que as atribuições de Puty estariam sucofanco-o à ponto de não ser mais possível sua candidatura a Câmara Federal este ano, e sendo assim, a DS ainda não estaria com a estratégia eleitoral totalmente definida como prevêem 10 entre 10 opiniões sobre o fato.


Segundo as fontes, a confirmação de que Puty não é o candidato da DS à Camara dos Deputados em Brasília pode sair em poucos dias, antes da data imposta pela governadora aos seus secretários para descompatilizarem dos cargos, os quais queiram disputar as eleições deste ano.



O secretário todo poderoso e ex-marido de Ana Júlia, Marcílio Monteiro seria a bola da vez, coroado pela alta cúpula local e nacional da Democracia Socialista do PT.

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O blog tem recebido emails que indagam a veracidade dos fatos e outros que revelam que há uma pergunta no ar do palácio do governo: Quem vazou?





terça-feira, janeiro 05, 2010

Os Políticos e o Feriado

"Se a presença dos políticos é dispensável quando o povo está sofrendo, tampouco deveria ser necessária quando o povo está celebrando."



O governador Sérgio Cabral pôs em circulação uma teoria sobre por que o governante não precisa estar presente em situações nas quais sua participação direta é operacionalmente inútil: o contrário seria demagogia. Afinal, o governante ele próprio pouco ou nada pode fazer na hora, por exemplo, de tragédias como as deste ano-novo, em que as águas tiraram a vida de dezenas de pessoas no sudeste do país.

Segundo a teoria cabralina, o Estado tem funcionários capazes de lidar com o quadro, e nessas ocasiões os políticos só atrapalham.

Há dois problemas aí. Vamos ao primeiro. Nas mais de 24 horas em que nem o presidente da República conseguiu localizá-lo, o governador teve como enviar o vice a um dos locais afetados. Então, em lugar da suposta demagogia, viu-se no Rio o quê, a vice-demagogia?

Agora o segundo. Se a presença dos políticos é dispensável quando o povo está sofrendo, tampouco deveria ser necessária quando o povo está celebrando.
Por que Cabral organiza e festeja inaugurações de escolas, de postos de saúde, de obras em geral?

Ficou pronto? Põe para funcionar. Para que fazer festa, chamar a imprensa, juntar as pessoas e discursar? Poderia ser interpretado como demagogia.

Políticos são seres comuns, com defeitos. Bom é quando o defeito gera benefício para o eleitor-cidadão. Por isso a demagogia não pode ser listada como o pior pecado de um político. Ela perde de longe para a omissão. O demagogo quer saber o que fazer para ser bem visto pela gente a quem governa. O omisso não está nem aí. Especialmente quando se sente protegido da crítica.

Mas não sejamos injustos com o governador do Rio de Janeiro. Ele está muito bem acompanhado. Pouco a pouco, implanta-se um modelo gerencial e de comunicação nas nossas administrações, em todos os níveis. Autoelogio maciço e sistemático, criminalização da crítica e achincalhamento dos críticos, difusão regular de teorias conspiratórias sobre a motivação de quem critica. O governante está sempre certo. Se você enxerga problemas, é porque tem alguma intenção oculta — e maligna.

Só que de vez em quando o sistema falha, com os custos políticos decorrentes. Infelizmente para as autoridades (e mais infelizmente ainda para as vítimas e seus familiares e amigos) aconteceu uma desgraça brutal bem no meio do feriadão da passagem do ano. E toda a cadeia hierárquica da política nacional estava de folga.

Quem reagiu mais rapidamente (ou menos lentamente) foi a equipe de comunicação da Presidência da República, que defendeu o chefe e fez divulgar a conversa telefônica entre Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional e responsável pelas verbas federais para a Defesa Civil.

Lula leva a vantagem de ter sensibilidade política alguns graus acima. Mas mesmo o presidente, que gosta de falar sobre tudo e está sempre a se comunicar, não julgou relevante dar, ele próprio, uma palavra solidária aos atingidos.

O governador de São Paulo, José Serra, que passava o feriado na Bahia, não teve a socorrê-lo um esquema de comunicação tão azeitado, que pelo menos fizesse circular a tese de que tinha tomado providências telefônicas. O governador foi aparecer na inundada São Luís do Paraitinga só no domingo, depois que o caos já havia alcançado proporções dantescas. E quando o feriado já estava no fim. Já o colega de Minas Gerais, Aécio Neves, preferiu atravessar os dias de chuva em completo silêncio.

E não é só. Além do “esqueçam de mim no feriado”, os políticos recorrem a outro expediente engenhoso. Conforme a conveniência, alternam entre o papel de governante e o de ombudsman. Tampouco nisso os concorrentes são páreo para Sérgio Cabral. Segundo ele, a tragédia do ano-novo era uma “crônica anunciada”. Mas, se estava anunciada, por que não tomaram as providências antes de acontecer?

Sem falar no “a culpa é das vítimas”. Em São Paulo, há bairros que ficam sob a água por longo tempo quando chove muito. A prefeitura diz que a área é inadequada para moradia, por estar na várzea do rio.
Mas não é exatamente a prefeitura quem deveria controlar isso? Só descobriram agora?

Governar no Brasil hoje em dia é uma grande moleza.

Aqui, uma nossa.

Ana Júlia: A mais nova Blogueira do Pará




Ontem, veio ao ar na blogsfera paraense, o blog da governadora Ana Júlia Carepa.

E não foi só o blog não. Ela e sua equipe mandaram ver e entraram de cabeça, fazendo uso de outra mídia social imprescindível nos dias de hoje para qualquer pessoa antenada e que queria ser sintonizada: O Twitter.

Eu que não sou besta (rsrs) já estou como "seguidor" tanto "dum", quanto "doutro" desde ontem, quando li pelo Espaço Aberto e cuidei logo de linka-lo aqui ao lado e como este espaço é para todas as falas da pólis, nada mais justo do que reproduzir para os leitores, a primeira postagem da Excelentíssima governadora - a primeira do Pará - Ana Júlia.

Plec, plec, plec..

hehehe...

Maassss, lembrando o filósofo e apresentador do programa regional "Metendo Bronca" (RBA), Luiz Eduardo Anaice, as Falas  da Pólis mesmo atolada em atividades que impedem sua atualização como dantes,  quando gozava o ócio criativo, não poderia deixa de fazer, uma, por hora nada mais do que uma  sugestão para a gov e sua equipe: Ampliar o leque dos meios de comunicação apontados no link Notícias do Brasil, onde constam apenas os "grandes"  os quais sabemos representar o que o Paulo Henrique Amorim denominou de PIG*,  os quais sabemos que não são os "mais", nem tão pouco os únicos para lhe servirem de referência, a blogsfera é testemunha e exemplo de bons serviços jornalísticos prestados ao Brasil e o mundo.


Registro feito é acompanhar, comentar e aguardar o bafafá que o blog provocará quando iniciar a campanha eleitoral de 2010, se é que ainda não começou!




Hoje, 4 de janeiro, primeiro dia útil do ano de 2010, entra no ar o nosso blog. Nosso, porque é coletivo, já que terá o palpite e a opinião de todos e todas que assim o quiserem.

É para registrar o lado positivo da vida, o da superação, da garra de viver e seguir em frente, apesar das adversidades. E com alegria, fé em Deus, na vida e nos homens e mulheres e boa vontade.


Sou assim, otimista. Gosto de enfrentar os problemas e buscar a solução de forma coletiva, participativa. Errando e acertando, fazendo da vida um constante aprendizado.


No blog serão bem acolhidos testemunhos de anônimos e anônimas que, todos os dias, reinventam a vida, com alegria, garra, emoção e criatividade.


Um beijo no coração e vamos à tarefa de ser blogueira. Contando, é claro, com uma equipe para ajudar na alimentação da informação.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Petulante, Vaidoso, Arrogante e Bobo.

O título acima é de uma postagem do Blog do Vic.

Não é de hoje que o deputado Vic Pires Franco se gaba de ter feito uma revolução na blogsfera paraense com seu blog, o qual considera um divisor de águas, afirmando que antes dele não havia vida inteligente na terra. Ou inteligente ou corajosa para tocar em temas espinhosos.

O barata é assim também!

Mas o que importa é que vira e mexe tem que dê uma dentro e acerte de cheio o alvo e o abaixo há tempos precisa de um tratamento, quiça de choque.


O governo do estado precisa fazer alguns ajustes na Estação das Docas.
Um deles, é um fraldário.
Um simples fraldário.
Modernidade !
O arquiteto "divino" não quer deixar.
Será que ele acha que aquilo é dele ?
 É muita petulância desse Paulo Chaves achar que tudo o que ele fez nos governos tucanos não pode ser mudado, nem tocado.
Como se o que ele fez fossem verdadeiras obras de arte.
Agora ele inventou que ninguém pode tocar na Estação das Docas, a maior obra de sua vida.

Como se aquilo ali fosse dele.
Ou como se ele fosse Oscar Niemeyer
Ou que todas as suas obras fossem tombadas como parte do patrimônio histórico da humanidade.
Já basta a placa com aquela foto enorme dele pendurada que ele deixou por lá.
Um exemplo da vaidade do ser humano.
É um rei.
Se não é o rei, se acha.
Se não é, e nem se acha, agora parece que quer ser  o bobo da corte.
Leva jeito...

terça-feira, dezembro 29, 2009

Mil e Uma Utilidades

Com o mesmo título acima, no bom e velho Quinta Emenda.

Pesquisas de Opinião são como Bom-Bril: "tem mil e uma utilidades".

Segundo a pesquisa Ibope/CNA:  92% condenam ocupações do MST, e  "a maioria dos brasileiros considera ilegal a invasão de propriedades". É mesmo?  Não, não é!


Foram 2 mil entrevistados que responderam a um número x de perguntas, e sobre um assunto que não está ao alcance dos entrevistados resolver, só podem opinar.


A pesquisa foi encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o intuíto de checar a imagem do MST.


Primeira pérola: 90% dos consultados revelam que são favoráveis à causa da reforma agrária, mas sem violência ou invasão de terras. Para 85% o direito de propriedade privada é essencial ao País e, 77% acreditam que os que já possuem propriedade hoje, tem o direito de escolher se quer ou não produzir nela.


Porém,  58%  dos entrevistados considera que o movimento é legítimo porque são trabalhadores querendo terra para trabalhar e morar, mas que não têm condições de pagar por ela.
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Segunda pérola: ao falar do MST, 69% dos entrevistados ligam o movimento a invasões, 53% a atos de violência, 38% à luta por direito, 32% à reforma agrária e 26% à desobediência. A pesquisa aponta ainda que 54% das pessoas ouvidas atribuem os conflitos no campo ao MST.


A soma dos 38% que ligam o movimento à luta por direitos,  mais os 32% que ligam o movimento com a reforma agrária,  totalizam 70%. Os 26% ligados com a desobediência, nada acrescentam à imagem do MST, pois o conceito de desobediência civil está ligado às ações dos movimentos sociais.
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A maior contradição da pesquisa:  70% dos entrevistados responderam que a organização prejudica o desenvolvimento econômico e social, a geração de empregos, os investimentos nacionais e estrangeiros e a imagem do Brasil no exterior. Ou seja, como se trata de uma questão na qual os entrevistados não dominam o tema, e são informados apenas pelos mídias, ela reflete os pontos nos quais os mídias conseguiram influenciar, de forma mais efetiva,  a opinião dos entrevistados. No geral,  o MST está muito bem na foto.
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Agora veja qual  foi a manchete do Diário do Pará on line:

Ibope/CNA: 92% condenam ocupações do MST
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Esse tipo de 'Pesquisa de Opinião' tem a função de formar  'a opinião'.

terça-feira, dezembro 22, 2009

É a treva: Rumo ao Desastre



Por Leonardo Boff - Teólogo*


Uma jovem e talentosa atriz de uma novela muito popular, Isabelle Drummond, sempre que fracassam seus planos, usa o bordão:"É a treva". Não me vem à mente outra expressão ao assistir o melancólico desfecho da COP 15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague: é a treva!  Sim, a humanidade penetrou numa zona  de treva e de horror. Estamos indo ao encontro do desastre.  Anos de preparação, dez dias de discussão, a presença dos principais líderes políticos do mundo não foram suficientes para espancar a treva mediante um acordo consensuado de redução de gases de efeito estufa que impedisse chegar a dois graus Celsius. Ultrapassado esse nível e beirando os três graus, o clima não seria mais controlável e estaríamos entregues à lógica do caos destrutivo, ameaçando a biodiversidade e dizimando milhões e milhões de pessoas. 





 
O Presidente Lula, em sua corajosa intervenção no dia mesmo do encerramento, 18 de dezembro, foi a único a dizer a verdade:?faltou-nos inteligência? porque os poderosos preferiram barganhar vantagens a salvar a vida da Terra e os seres humanos. Obama não trouxe nada de novo. Foi imperial, ao impor minuciosas condições aos pobres.

Duas lições se podem tirar do fracasso em Copenhague: a primeira é a consciência coletiva de que o aquecimento é um fato irreversível, do qual todos somos responsáveis, mas principalmente os paises ricos. E que agora somos também responsáveis, cada um em sua medida, pelo controle do aquecimento para que não seja catastrófico. Depois de Copenhague mudou a consciência coletiva da humanidade. Se irrompeu essa consciência por que não se chegou a nenhum consenso?

Aqui surge a segunda lição que importa tirar da COP 15 em Copenhague: o grande vilão é o modo de produção capi talista, mundialmente articulado, com sua correspondente cultura consumista. Enquanto for mantido, será impossível um consenso que coloque no centro a vida, a humanidade e a Terra. Para ele o que conta é o lucro, a acumulação privada e o aumento de poder de competição.  Faz tempo que ele distorceu a natureza da economia como técnica e arte de produção dos bens necessários à vida. Ele a transformou numa brutal técnica de criação de riqueza por si mesma sem qualquer outra consideração. Essa riqueza nem sequer é para ser desfrutada mas para produzir mais riqueza ainda, numa lógica obsessiva e sem freios.
 
Por isso, ecologia e capitalismo se negam frontalmente. Não há acordo possível.O discurso ecológico procura o equilíbrio de todos os fatores, a sinergia com a natureza e o espírito de cooperação. O capitalismo rompe com o equilíbrio ao sobrepor-se à natureza, estabelece uma competição feroz entre todos e pretende tirar tudo da Terra, até extenuá-la. Se  assume o discurso ecológico é para ter mais ganhos
 
Ademais, o capitalismo é incompatível com a vida. A vida pede cuidado e cooperação. O capitalismo sacrifica vidas, cria trabalhadores que são verdadeiros escravos "pro tempore" e pratica trabalho infantil  em vários paises.
 
Os negociadores e os líderes políticos em Copenhague ficaram reféns deste sistema. Esse barganha, quer ter lucros, não hesita em pôr em risco o futuro da vida. Sua tendência é autosuicidária. Que acordo poderá haver entre o lobo e o cordeiro, quer dizer, entre a natureza que grita por respeito e aquele que a devasta sem piedade?
 
Por isso, quem entende a lógica do capital, não se surpreende com o fracasso da COP 15. O único que ergueu a voz, solitária, como um ?louco? numa sociedade de "sábios", foi o presidente Evo Morales, da Bolívia: "Ou superamos o capitalismo ou ele destruirá a Mãe Terra".
 
Gostemos ou não gostemos, esta é a pura verdade. Copenhague tirou a máscara do capitalismo, incapaz de forjar consensos porque pouco lhe importam a vida e a Terra mas antes as vantagens e os lucros materiais.
 
Leonardo Boff é autor de A opção-Terra. A solução para a Terra não cai do céu, Record 2008.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Acadêmicos Amestrados

Por Idelber Avelar

Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.

Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto.

Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a “morte de Marx”. Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.

Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar – cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.

O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de “vagabunda” pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.

Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como “o filósofo” pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de “terrorismo de Estado”. Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real – por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses – se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como “terrorismo de Estado” a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.

A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de “trapalhadas” e chamava Celso Amorim de “líder estudantil” e “cavalo de troia de bufões latino-americanos”. Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy – que não tem nada de esquerdista – apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o “melhor chanceler do mundo”, nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.

Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os “especialistas” sobre isso – agora sim, com aspas – são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.

Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...