sábado, junho 19, 2010

Dulce Maia: do erro de Elio Gaspari à farsa contra Dilma Rousseff

Houve um tempo em que mentira tinha pernas curtas. Agora, a internet faz exercícios diários de alongamento da mendacidade. Nos últimos meses, uma torrencial campanha caluniosa circula pela rede mundial de computadores tomando por base artigo do jornalista Elio Gaspari, publicado originalmente nos jornais Folha de S.Paulo e O Globo em suas edições de 12 de março de 2008.
Por Dulce Maia, no Observatório da Imprensa

Quem tiver curiosidade de buscar na internet o número de vezes em que aparecem variantes da infame sentença "Agora a surpresa: adivinhem quem é Dulce Maia? Sim, ela mesma: Dilminha paz e amor! Esse é só mais um codinome da terrorista Estela/Dilma" – colada ao final do artigo de Gaspari – verá que estão hospedadas em mais de 500 páginas da rede (marca muito próxima à moda nazista de cunhar a verdade repetindo-se mil vezes uma mentira para torná-la veraz).

Ao contrário do que afirmam, Dulce Maia existe e resiste. Quem é Dulce Maia? Sou eu. Antes de mais nada, quero deixar claro que não me arrependo de nenhuma das opções políticas que fiz na vida, inclusive de ter participado da luta armada e da resistência à ditadura militar implantada em 1964. Eu me orgulho de ter sido companheira de luta de brasileiros dignos como Carlos Lamarca, Onofre Pinto, Diógenes de Oliveira e Aloysio Nunes Ferreira.

Sinal de descaso

Não pretendo polemizar com meus detratores, que ousaram decretar minha morte civil. Estes irão responder em juízo por seus atos. Não admito que queiram impor novos sofrimentos a quem já foi presa, torturada e banida do Brasil durante a ditadura. Lutarei com todas as minhas forças para garantir respeito à minha honra e à minha dignidade.

Gostaria apenas de fazer algumas reflexões sobre essa insidiosa campanha, alicerçada nos erros cometidos pelo jornalista Elio Gaspari ao tratar da ação contra o consulado norte-americano de São Paulo, em 1968. O articulista teve 40 anos para apurar a história. Falsamente me colocou como participante do episódio, sem nunca ter me procurado para checar a veracidade das informações de que dispunha. Tomou pelo valor de face peças do inquérito policial relativo ao atentado, como declaração extraída sob tortura do arquiteto e artista plástico Sérgio Ferro.

Se o articulista tivesse compulsado os arquivos do próprio jornal Folha de S.Paulo, facilmente encontraria entrevista de Sérgio Ferro (de quem também me orgulho de ser amiga há quase meio século). Conforme se lê no texto do repórter Mario Cesar Carvalho, publicado a 18 de maio de 1992, "Ferro assumiu pela primeira vez, em entrevista à Folha que ele, o arquiteto Rodrigo Lefrèvre (1938-1984) e uma terceira pessoa que ele prefere não identificar colocaram a bomba que explodiu à 1h15 do dia 19 de março de 1968 no consulado de São Paulo. Um estudante ficou ferido".

A matéria de 1992 trazia ilustração com um imenso dedo indicador em riste (o famoso "dedo-duro" apontado sobre a cabeça de um homem e acompanhado do texto "terror e cultura").

Gaspari tinha o dever ético de me procurar para verificar se seria eu essa terceira pessoa. Além de não fazê-lo, publicou que o atentado fora cometido por cinco pessoas (entre as quais fui falsamente incluída). O mesmo cuidado deveriam ter tido os responsáveis pela matéria da Folha de S.Paulo de 14 de março de 2008, que repercutiu o artigo de Gaspari reafirmando as falsas acusações.]

A esses erros elementares de apuração, deve se somar a relutância da Folha de S.Paulo em restabelecer a verdade. Em nenhum momento, o ombudsman do jornal veio a público para tratar do assunto. O pedido de desculpas de Gaspari foi mera formalidade, sem delicadeza alguma. Sinal mais evidente do descaso do jornal foi a demora na publicação de carta de Sérgio Ferro, onde refutava categoricamente que eu tivesse participado daquela ação armada. A carta só foi publicada dois dias depois de ser divulgada no blog do jornalista Luis Nassif.

Luz do sol

Processado, o jornal foi condenado em primeira instância à reparação por danos morais [ver sentença abaixo]. Imaginava que a ação judicial fosse um freio eficaz às aleivosias, particularmente depois da exemplar observação do juiz de Direito Fausto José Martins Seabra de que o jornal "não só extrapolou o direito de crítica, como olvidou o compromisso legal e ético com a verdade".

No entanto, o artigo de Gaspari voltou a circular com o espantoso adendo de que Dulce Maia não existe e que este seria apenas um codinome de Dilma Rousseff. A utilização do artigo em plena campanha eleitoral mostra que setores da sociedade não têm qualquer apreço pela verdade como arma política. São pessoas que, muito provavelmente, apoiaram o golpe militar de 1964 e não apreciam o debate franco e aberto de ideias.

Chama atenção, também, o silêncio de Elio Gaspari sobre o uso indevido de seu texto. Nunca li qualquer manifestação do articulista refutando o uso de seu nome em páginas que emporcalham a internet com mentiras sobre minha pessoa.

O desrespeito é de duplo grau. Primeiro, pela reiterada circulação de informações falsas sobre o atentado ao consulado norte-americano (prática já condenada pela Justiça na sentença de primeira instância do juiz Martins Seabra). Em segundo lugar, e não menos importante, com a tentativa de me despersonalizar, como se Dulce Maia fosse apenas um codinome.

Depois dos desaparecimentos forçados praticados pela ditadura, que impôs a aniquilação física de adversários políticos, sequazes do regime militar querem impor a aniquilação moral em plena democracia. E o fazem da forma mais vil, espalhando mentiras pela internet.

Como estratégia política, não é novidade. Documentos do governo norte-americano revelam que a CIA apoiava o uso de boatos para desestabilizar o governo democrático de Salvador Allende. Vivi em Santiago e presenciei a onda de boatos que não atingiu seus objetivos eleitorais (Allende foi deposto pelo sangrento golpe militar de setembro de 1973).

Trazer à luz do sol aqueles que usam a mentira como ferramenta política é uma tarefa urgente. Farei a minha parte, acionando judicialmente todos aqueles que atacam minha honra ao tentar tirar proveito político de grotescas caricaturas para atingir a imagem de seus adversários.

terça-feira, junho 15, 2010

Convenções partidárias – um festival de gafes e artificialismo

Do Blog da Cristina Lemos.

Nos últimos dias acompanhei três grandes convenções partidárias que aconteceram em Brasília: a do PV, a do PMDB e a do PT. Em cada uma delas, há algo que salta aos olhos, para além da festa que se pretende fazer em torno do candidato: o artificilialismo marqueteiro, que esvazia o significado político do evento.

O palhaço que apavorou os verdes - O PV de Marina Silva, para ser política e ecologicamente correto, tentou dar um ar de “grande família” à convenção. O palco principal era composto de uma arquibancada de vários degraus, onde se acomodaram desde o pai da candidata, a representantes de minorias de todo tipo. Marina só se destacou na multidão pela blusa amarela e pelo assento relativamente próximo ao microfone.

Tanta igualdade não resistiu ao improviso de um palhaço, que, sem aviso prévio, saltou no palco para um performance não-autorizada. E passou a interpretar um texto cômico ironizando os políticos que arrancou risos da platéia. Foi tolerado até o momento em que o alvo foi José Sarney: “tão bonzinho aquele senador, dá emprego para todo mundo!”, disse o palhaço, assistido da primeira fila dos graduados pelo filho do senador, o deputado Zequinha Sarney, apoiador de Marina. O artificialismo marqueteiro não resistiu ao inesperado palhaço, que foi retirado do palco por seguranças, sob protestos do público, e confinado numa sala, de onde só saiu depois de causar outro inconveniente: virar o foco de atenção de toda a imprensa.

Os balões que atazanaram Dilma - No PMDB, outro incidente. Justiça seja feita, o partido fez o encontro mais civilizado – para seus padrões – das últimas décadas. Deu a impressão de que já vão longe os tempos em que era preciso convocar a Polícia Militar para pôr ordem na casa, de cenas como a depredação do plenário da Câmara, ou da truculência contra adversários, como a humilhação a Itamar Franco em pleno governo Fernando Henrique. Desta vez, o rebelde-quase-solitário Roberto Requião pôde discursar e espinafrar quem quisesse. E depois do show, sair de cena, é claro, para não testemunhar a própria derrota.

Foi quando decidiu dar um toque americano na convenção que o PMDB escorregou. Mandou soltar dezenas de balões sobre as cabeças dos vencedores, que, no instante seguinte, viraram arma de sabotagem do discurso de uma nervosa Dilma Rousseff. Enquanto a petista discursava, a platéia se divertia em estourar os balões, ininterruptamente. O nervosismo de Dilma foi se transformando em irritação, e o constrangimento irrecuperável tomou conta dos organizadores da festa. O veneno do artificialismo marqueteiro quase azeda o grã-finale da união Dilma-Temer.

O show petista que ninguém viu - Na convenção do PT não foi diferente. A mega-festa concebida pelo publicitário João Santana terminou espremida num clube pequeno demais para a grandiosidade que se pretendia para o evento. Faltou pouco para inviabilizar por completo o trabalho dos responsáveis por registrar as imagens e as notícias da convenção.

O espaço previsto para a imprensa não comportou um quinto do batalhão de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas credenciados previamente pelos próprios organizadores. Era preciso subir nas cadeiras para ver o que se passava, não no palco, mas nos telões. O palco baixo demais provocou a incessante reclamação da própria platéia, que não conseguia ver nada se alguém se levantasse.

O caos se completou quando, ao final da convenção, foram distribuídas grandes bandeiras do PT na cor lilás – em homenagem às mulheres. A partir de então, com as bandeiras tremulando em toda a platéia, ninguém viu, nem filmou, nem fotografou mais nada, muito menos a cena mais importante do evento, tão cara ao publicitário: Dilma abraçada a meninas portando a faixa presidencial.

Foram eventos mornos, sem a efervescência verdadeira da construção de um projeto político. Jogos de cartas marcadas que o marqueting eleitoral tenta enfeitar. E às vezes se equivoca.

segunda-feira, junho 14, 2010

Meia Passagem - Um Direito de Todos!

"Um governo comprometido com a melhoria da qualidade de vida da população, jamais restringe os subsídios necessários à freqüência regular a escola, de modo que queremos nossos estudantes nas salas de aula, e a meia passagem é uma forma ajudar a mantê-los nesse espaço."

Por Newton Pereira*

Não podemos esquecer que a conquista da meia passagem deu-se através da luta do movimento estudantil, que saiu as ruas de Belém em defesa de seus direitos, enfrentando a repressão imposta pelo Estado. Essa conquista histórica não pode ser vista como algo inexpressivo, mas sim, mostra a força da classe estudantil e o devido respeito que o Estado deve ter com todos os estudantes.

Exigimos o cumprimento do direito integral a meia passagem, conseguido com a prisão de companheiros, sem medo de enfrentar a policia e seus meios de intimidação do povo. A meia passagem é um direito social, que possibilita o estudante chegar até a escola, fazer suas pesquisas, locomover-se para atender suas necessidades básicas de sobrevivência.

A meia passagem não se trata de um benefício assistencial do governo ao estudante, mas é parte do conjunto de ações que visam o sucesso e a permanência do estudante na escola, semelhante a merenda escolar, ao livro didático, o acesso a internet.

Um governo comprometido com a melhoria da qualidade de vida da população, jamais restringe os subsídios necessários à freqüência regular a escola, de modo que queremos nossos estudantes nas salas de aula, e a meia passagem é uma forma ajudar a mantê-los nesse espaço.

Chega de saber que as estatísticas do crime cada vez mais revelam a baixa faixa etária dos delinqüentes, geralmente, que não estão na escola. A restrição da meia passagem no município de Ananindeua, apenas reforça a progressão desse quadro.

Os estudantes de Ananindeua podem estar certos que contarão com meio apoio, de lideranças políticas e intelectuais, que vivenciaram tal conquista histórica, contra a atitude insensata do poder público municipal, de supressão de um direito conquistado.

A história de luta e conquistas sociais da classe estudantil, não pode ser desvirtuada.

*Newton Pereira é professor, advogado, mestrando em Teoria Geral do Direito e do Estado e morador de Ananindeua.

sábado, junho 12, 2010

O império de Jader e o Nucléolo de Ana

anajuliapt13 @padilhando Com tanta boa vontade do PT em MG e MA, o PMDB deveria ser mais parceiro do PT. Especialmente onde o PT já é governo.

Governadora Ana Júlia "twitando" com Alexandre Padilha, Ministro da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, que além de Santareno é ligado à Maria do Carmo, prefeita de Santarém-PA.

Na foto, Padilha está ao lado esquerdo da governadora Ana Júlia, na foto feita durante a posse do novo chefe da Casa Ciivl, o Santareno Everaldo Martins, que junto com o Ministro Mocorongo tem feito das tripas coração para reatar a aliança PT-PMDB no Pará, hoje temporariamente rompida pelo anúncio de candidatura própria do PMDB de Jader com o deputado Domingo Juvenil, atual presidente da Assembléia Legislativa do Pará.

Os motivos?

São muitos e especulados em inúmeras interpretações que vão desde a quebra de acordo do nucléolo - termo fincado pelo jornalista Paulo Bemerguy em seu espaço aberto, até a convicção de Jader em desgastar o governo para tê-lo em sua submissão/dependência.

Típica ação pmdebista no plano local e nacional desde a fundaão do partido, diga-se de passagem!

Eu prefiro dizer que há uma série de motivos, entre elas, a imensa vontade de Jader em voltar ao Senado Federal e como o mais votado nas eleições deste ano, retomar a cena lobista e fazer seu filho - Helder Barbalho, prefeito de Ananindeua - governador em 2014, tendo o PT, o PSDB, DEM e tudo que é partido do Pará, aos pés de um verdadeiro império que ainda não está completo, na idéia de Jader e família.

É isso ou não é?

quinta-feira, junho 10, 2010

Publicidade - Outdoor

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Anivaldo Vale é o vice de Ana Júlia

O Blog da Repórter e o Blog do Bacana foram os primeiros a dar a notícia de que o Anivaldo Vale (PR), hoje vice-prefeito de Belém, estará na chapa junto com Ana Júlia (PT) em uma frente com diversos partidos a qual ainda não tem nome, mas que fortalecida com diversas legendas vai com força lutar pela reeleição da governadora petista e para isso alguns espaços que o PMDB entrega, por estar lançando candidatura própria, serão ofertados aos novos aliados de um governo que está convicto de que avançará por mais 4 anos ajudando a desenvolver o Estado do Pará.

A engenharia política que culminou nesta direção, não pode ser credidata apenas, mas também, ao chefe da casa civil, Everaldo Martins, já que o presidente do partido dos trabalhadores, João Batista e a própria governadora Ana Júlia, depois de arredar pro canto, alguns dos seus maiores problemas, também se envolveu de corpo e alma na consolidação do bloco que ainda não tem nome, mas que ao certo promete fazer muito petista mudar paradgmas e aceitar os neo-aliados.

Haja camomila para a militância do PT ver o multicolorido nos palanques que os esperam nesta campanha eleitoral no Pará.

Mas aos companheiros eu digo, uma coisa é certa: Os verdadeiros insastisfeitos com esta configuração política no Pará são os adversários do PT, principalmente o PSDB com o comando da campanha do candidato tucano, José Serra, ops! FHC, putz...Almir Gabriel, caramba, agora sim, Simão Jatene, que no fim são tudo a mesmíssima coisa ou tudo farinha do mesmo saco, como queriam.

Mas é assim ou não é?!

quarta-feira, junho 09, 2010

Ninguém é rei por acaso

Isso não nos lembra nada?

Convenção Partidária

Do Blog do Edmilson Rodrigues

A Convenção Partidária do PSOL/PA, que homologará as candidaturas do partido será realizada no dia 26 de junho de 2010, em Belém.

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O Blog avalia importante a presença do PSOL nesta eleição. Primeiro porque nas eleições de 2008, além de degenerativa, a presença de importantes quadros do partido, fora tão desapercebida que sobraram dúvidas do porque de tamanha redução eleitoral daqueles que um dia lideraram com mãos de ferro a prefeitura de Belém e tinham – Força Socialista, ex-tendência petista - na liderança de Edmilson Rodrigues, tamanho reconhecimento público e carisma, nunca visto à um petista antes na história desta pólis.

Em segundo lugar, pelo fato do partido estar mais maduro politicamente, o que não significa que esteja fortalecido, perdeu muitos sindicatos, agremiações estudantis e até mesmo lideranças, com a morte do saudoso Manoel Amaral, mais conhecido como "Manoelzinho".

Mas há quem diga que o PSOL virá mais light, moderado e coerente, sinalizando até apoio indireto, ou direto ao candidato ao Senado pelo PT, o deputado Federal Paulo Rocha à quem a cúpula do partido credita grande parte da responsabilidade pelo crescimento da esquerda e dos avanços sociais no Estado do Pará.

A tomada de decisão seria uma forma de manter a legenda viva e ligada ao epicentro da esquerda paraense, com reais condições de disputa no cenário eleitoral e de reavaliação de métodos da extrema esquerda que hoje não convence as massas e pouco elege.

As cartas estão sendo jogados e todo mundo conversa com todo mundo e o PSOL há de se encontrar neste novo momento que o Brasil e o Pará se encontram e assim espera-se que quem ganhe seja a sociedade e a democracia que a rege.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...