quinta-feira, maio 06, 2010

Propaganda Antecipada

A maior parte das condenações é pelo uso de outdoors para propaganda política

O Ministério Público Federal (MPF) no Pará obteve este ano na Justiça condenações por propaganda eleitoral antecipada que resultaram em um total de duzentos mil e quinhentos reais em multas contra os responsáveis pelas irregularidades. Entre eles estão a governadora do Estado, Ana Júlia Carepa, e o presidente da Assembléia Legislativa, Domingos Juvenil.

A maioria dos processos é de casos de utilização de outdoors para fazer propaganda irregular. Os condenados aparecem nos painéis como homenageados pela chegada dos seus aniversários, mas o MPF, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral, entendeu que na verdade o material é propaganda eleitoral.

Em alguns casos, como o de Domingos Juvenil, Airton Faleiro e José Geraldo Torres da Silva, a propaganda foi feita em camisetas de bloco de carnaval. No total, até esta quarta-feira, 5 de maio, foram enviadas pelo MPF à Justiça Eleitoral 23 representações por propaganda extemporânea.

O grupo de procuradores da República responsável por essa atuação é formado por André Sampaio Viana, Daniel César Azeredo Avelino, Fernando José Aguiar de Oliveira e Igor Nery Figueiredo. Segundo a legislação, a propaganda eleitoral só poderá ser feita a partir de 06 de julho.

Processados por propaganda antecipada e resultado:

  • Airton Luiz Faleiro: condenado a pagamento de multa de R$ 25 mil.
  • Alessandro Albuquerque Novelino: Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu, mas TRE manteve entendimento de que não houve irregularidades.
  • Ana Júlia Carepa: condenada a pagamento de multa de R$ 10,5 mil.
  • Antônio Rocha: condenado a pagamento de multa de R$ 15 mil.
  • Arnaldo Jordy (duas vezes): em um processo, Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu e aguarda julgamento pelo TRE. No outro processo, condenação foi de multa de R$ 5 mil.
  • Carlos Augusto Cavalcante Barros: ainda não julgado.
  • Domingos Juvenil Nunes de Souza: condenado a pagamento de multa de R$ 25 mil.
  • Elcione Therezinha Zahluth Barbalho: Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu ao TRE, que condenou a acusada ao pagamento de multa de R$ 5 mil.
  • Jader Fontenelle Barbalho: Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu e aguarda julgamento pelo TRE.
  • Joércio Fontinelle Barbalho: ainda não julgado.
  • José Geraldo Torres da Silva (Zé Geraldo): condenado a pagamento de multa de R$ 25 mil.
  • José Priante: condenado a pagamento de multa de R$ 25 mil.
  • José Rodrigues de Souza Neto (Zé Neto): Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu e aguarda julgamento pelo TRE.
  • Lúcio Dutra Vale: condenado a pagamento de multa de R$ 5 mil.
  • Maurílio Gomes da Cunha (Maguila): ainda não julgado.
  • Odair Santos Corrêa: condenado a pagamento de multa de R$ 25 mil.
  • Suleima Pegado: Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu e aguarda julgamento pelo TRE.
  • Tatiana Amoras Távora Batista Martins: Justiça entendeu que não houve propaganda antecipada. MPE recorreu e aguarda julgamento pelo TRE.
  • Wandenkolk Pasteur Gonçalves: condenado a pagamento de multa de R$ 25 mil.
  • Wildson Araújo de Mello: ainda não julgado.
  • Wladimir Afonso da Costa Rabelo (duas vezes) condenado a pagamento de multa de R$ 10 mil em um dos processos. O outro ainda não foi julgado.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal no Pará.

quarta-feira, maio 05, 2010

“O servidor deverá guardar sigilo...”

Com o mesmo título no blog do jornalista Paulo Bermeguy que posta uma questão legal que envolve a questão sobre a Auditoria do Estado ter metido os pés pelas mãos e divulgado a tal Caixa de Pandora, no termo cunhado pela jornalista Ana Célia em seu blog.
E então? Tem sigilo ou não tem? Os documentos remetidos à Assembleia Legislativa pela ex-auditora-geral do Estado, Teresa Cordovil, são sigilosos ou não? Anônimo mandou pra cá dois dispositivos – apenas dois – da Lei Estadual n° 6.176, de 29 de dezembro de 1998, que criou a Auditoria Geral do Estado (AGE). O artigo 2º diz o seguinte: Art. 2° Fica criado, no âmbito do Poder Executivo, o Sistema de Controle Interno, organizado e integrado da seguinte forma: (alterado pela lei n. 6832, de 13 de fevereiro de 2006) I - a Auditoria-Geral do Estado, como órgão central do Sistema, responsável pela execução centralizada das atividades de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão; E o parágrafo 2º dispõe: § 2° O servidor, exercendo funções de controle interno, deverá guardar sigilo sobre dados e informações pertinentes aos assuntos a que tiver acesso em decorrência do exercício de suas funções, utilizando-os, exclusivamente, para a elaboração de pareceres e relatórios destinados à autoridade competente, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal.

segunda-feira, maio 03, 2010

PSDB paga R$ 540 mil para fieis orar para José Serra

* Durante encontro no último sábado (1), pastores trataram o tucano como “futuro presidente” e disseram que fiéis da igreja “não só oram como votam”

Do blog Os Amigos do Presidente Lula

Serra tirando 'catota' do nariz.

O encontro religioso em que pastores da Assembleia de Deus pediram orações pela eleição de José Serra (PSDB) e o saudaram como “futuro presidente”, no sábado, em Santa Catarina, recebeu dinheiro dos cofres públicos.

Juntos, o governo de Santa Catarina e a Prefeitura de Camboriú (84 km de Florianópolis), ambos administrados por correligionários de Serra, destinaram R$ 540 mil para a realização do 28º Congresso Internacional de Missões.

O patrocínio das administrações do PSDB representou dois terços dos R$ 800 mil orçados para o encontro -que, segundo os organizadores, reuniu 160 mil pessoas em dez dias.

O governador tucano Leonel Pavan repassou R$ 300 mil ao evento através de um fundo de fomento ao turismo do Estado. Também convidado a discursar, Pavan, que tenta viabilizar sua candidatura à reeleição em Santa Catarina, foi aplaudido no sábado quando anunciou o repasse feito pelo governo do Estado à organização do congresso evangélico.

A prefeita de Camboriú, Luzia Coppi (PSDB), bancou R$ 240 mil dos gastos do encontro religioso. A administração custeou instalação de banheiros químicos, climatização do ginásio, aluguel de cadeiras e propagandas na mídia local. Além disso, o município arcará com a despesa de energia elétrica resultante do evento religioso.O encontro reservou ao pré-candidato do PSDB à Presidência um tratamento de convidado de honra.

Citando a Bíblia, o tucano pediu aos religiosos que rezassem para que ele tivesse “sabedoria para enfrentar as lutas e desafios daqui por diante”

Pastores presentes ao ato foram mais explícitos e trataram o pré-candidato várias vezes como “futuro presidente”. Um deles conclamou os fiéis a orar pela eleição de Serra para a Presidência. “Esse povo não só ora como vota, haverá um rebuliço no país”, disse o pastor Reuel Bernardino, no evento.

A aparição de Serra diante do público evangélico ocorreu no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a pré-candidata Dilma Rousseff (PT) foram a festas do 1º de Maio promovidas por centrais sindicais em São Paulo com patrocínio de estatais federais -o que foi criticado pelo PSDB, DEM e PPS como, segundo eles, uso da máquina na pré-campanha da petista.Depois da festa, PSDB anunciou que entraria com nova representação contra Dilma e Lula

Indagado sobre as manifestações de apoio dos pastores na noite de sábado, ao preço de R$ 540 mil em verba pública o candidato José Serra foi lacônico: “Só faltaria eu dizer que não estou de acordo. O contrário. Todos os votos positivos eu acolho”. Serra ergueu os dois braços e fez o “V” de vitória.

O convite a Serra partiu do pastor Everaldo Pereira, presidente do PSC e um dos líderes da Assembleia de Deus. Da base lulista no Congresso, a sigla deverá apoiar o tucano neste ano. Na Folha para assinantes e aqui para quem não assina.

quinta-feira, abril 29, 2010

A Nota do PT-PA sobre a política de Coligação

Em relação à nota publicada sobre o Partido dos Trabalhadores (PT) nesta quinta-feira, 29, no Jornal O Liberal – Repórter 70-, informamos que as discussões sobre a reeleição da governadora Ana Júlia vêm sendo feitas por este Partido desde dezembro 2008, no Diretório Estadual, mantendo-se, assim, a unidade partidária. Todas as deliberações tomadas e acumuladas serão referendadas no Encontro Estadual, que acontece no dia 20 de maio próximo. O Diretório Estadual do PT está trabalhando na formação de uma ampla frente para reeleger a governadora Ana Júlia, dialogando de forma respeitosa com todos os partidos, não sendo prática do PT, portanto, estabelecer prazos para nenhum outro partido. João Batista – Presidente do Diretório Estadual do PT - Pará. Bira Rodrigues - Secretário de Comunicação do Diretório Estadual do PT -Pará. A nota dos maioranas está aqui.

"Time" elege Lula o líder mais influente do mundo Economia

Capa da Revista Times
Presidente Lula é o primeiro na categoria 'leaders'. Obama ficou em quarto lugar na mesma relação.


O Presidente Lula foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente Lula de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.


A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria grávida de oito meses pelo fato dos dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.

A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas –líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, entre outros.

Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à Vice-Presidência, Sarah Palin; o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.Reuters.

The World's Most Influential People: Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando, pela primeira vez os brasileiros elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente em 2002, os barões ladrões do país nervosamente verificaram os medidores de combustível de seus jatos particulares. Eles transformaram o Brasil em um dos lugares mais desiguais do planeta, e agora parecia que chegara a hora desta conta ser cobrada. Lula, 64 anos, era um verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina – na verdade, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores – e já tinha sido preso uma por liderar greve. No momento em que Lula, finalmente, conquistou a presidência, após três tentativas fracassadas, ele já se tornara uma figura familiar na vida brasileira. 

Mas o que o levou para a primeiro lugar da política? Foi seu conhecimento pessoal do quão duramente muitos brasileiros têm de trabalhar para sobreviver? Ser forçado a abandonar a escola depois da quinta série para sustentar sua família? Trabalhar como engraxate? Perder parte de um dedo em um acidente de trabalho?Não. Foi quando, aos 25 anos, viu sua esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com seu filho, porque não podiam pagar os cuidados médicos decentes. 

 Há uma lição aqui para bilionários do mundo: deixar que as pessoas têm bons cuidados de saúde, e eles causam muito menos problemas para vocês. E aqui está uma lição para o resto de nós: a grande ironia da presidência de Lula – ele foi eleito para um segundo mandato em 2006 e que terminará este ano – é que, mesmo enquanto ele tenta impulsionar o Brasil ao Primeiro Mundo com programas sociais do governo como o Fome Zero, que visa acabar com a fome, e com planos de melhorar a educação oferecida aos membros da classe trabalhadora do Brasil, os EUA se parecem mais com o antigo Terceiro Mundo a cada dia.

O que Lula quer para o Brasil é o que costumamos chamar o sonho americano. Nós, os EUA, onde os 1% mais ricos possuem agora mais riqueza do que os 95% mais pobres somados, estamos vivendo em uma sociedade que está rapidamente se tornando mais parecida com o Brasil.”

Outras homenagens Lula já havia recebido outras homenagens de jornais e revistas importantes no cenário internacional. Em 2009, foi escolhido pelo jornal britânico "Financial Times" como uma das 50 personalidades que moldaram a última década. Também foi eleito o "homem do ano 2009" pelo jornal francês 'Le Monde', na primeira vez que o veículo decide conferir a honraria a uma personalidade. No mesmo ano, o jornal espanhol 'El País' escolheu Lula o personagem do ano. Na ocasião, Zapatero redigiu o artigo de apresentação do Presidente e disse que Lula 'surpreende' o mundo.

Veja abaixo a lista dos 10 líderes mais influentes da Time 1 - Luiz Inácio Lula da Silva 2 - J.T. Wang 3 - Admiral Mike Mullen 4 - Barack Obama 5 - Ron Bloom 6 - Yukio Hatoyama 7 - Dominique Strauss-Kahn 8 - Nancy Pelosi 9 - Sarah Palin 10 - Salam Fayyad (Confira a lista completa no site da revista) Fonte: Blog Amigos do Presidente Lula.

sexta-feira, abril 23, 2010

1ª Mostra de Cinema Marajoara

O Museu do Marajó promoverá no período de 24/04 a 01/05 a Mostra de Cinema Marajoara no município de Cachoeira do Arari/Marajó e privilegiará filmes que tenham sido rodados no arquipélago.

A programação contará com obras raras como o filme “Marajó - Barreira do Mar” de Líbero Luxardo e lançamentos dos documentários “O Ajuntador de Cacos” de Paulo Miranda, “Sou teu Maninho - Um grito Marajoara” de Daniel Corrêa - selecionado no Projeto Revelando os Brasis - e “O Glorioso”, com direção, fotografia e edição de Gavin Andrews e que contou com a participação da equipe de pesquisadores do IPHAN, além de outros filmes de cineastas paraenses e estrangeiros.

Além da exibição dos filmes da Mostra, serão realizados workshops de Produção de Vídeo, Cineclubismo, Mídias Sociais e Elaboração de Projetos e Captação de Recursos, na qual, haverá elaboração prática de projetos para o MINC, além de palestras correlacionadas com o cinema e o Marajó.

A 1ª Mostra de Cinema Marajoara foi pensada para interagir com as homenagens pelo aniversário do Padre Giovanni Gallo, que este ano completaria 83 anos no dia 27/04.

Serviço:

1ª Mostra de Cinema Marajoara.

Filmes, Workshops e Palestras

De 24 de Abril a 01 de Maio de 2010.

Município de Cachoeira do Arari.

Promoção: Museu do Marajó.

Apoio: Governo do Estado do Pará e Prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari.

Parcerias: IPHAN, AMAM, Irmandade de São Sebastião de Cachoeira do Arari, Produtora Lux Amazônia, Argonautas, CEPEPO, Cineclube Invonacine e Revista PZZ.

Curadoria: Diógenes Brandão.

quarta-feira, abril 21, 2010

Belo Monte de Equívoco

Por CÉLIO BERMANN*

A insistência do governo de levar adiante o projeto de Belo Monte mostra que a lógica técnica e econômica cedeu o lugar à obsessão. Com graves consequências que não se restringem às populações indígenas e comunidades ribeirinhas do rio Xingu. Elas serão também sentidas nos bolsos de todos nós, consumidores de eletricidade.

O espectro do "apagão" parece ser a única justificativa para a construção dessa usina. Entretanto, ela também aponta o modelo de desenvolvimento que se quer dar à região amazônica e ao nosso país. A energia a ser produzida pela usina não será utilizada para aliviar a pobreza e incorporar uma parcela da população que sempre esteve excluída das benesses do consumo. Ela será destinada a satisfazer a demanda de grandes grupos mínero-metalúrgicos na perpetuação do modelo que se apropria dos recursos naturais e das águas dos rios da região para produzir bens de baixo valor agregado e de alto conteúdo energético para exportação. A isso chamam de desenvolvimento. E a que custos?

As tentativas de reduzir as consequências socioambientais da obra, com a operação a fio d'água, isto é, sem um grande reservatório capaz de regular a vazão, apenas trouxeram mais problemas e proporcionaram uma sucessão de equívocos, técnicos e econômicos. Belo Monte foi superdimensionada. A capacidade de 11,2 mil MW só estará disponível durante três meses do ano. Nos meses de setembro e outubro, quando o rio Xingu fica naturalmente mais seco, a capacidade instalada aproveitável da hidrelétrica não será maior do que 1.088 MW médios.

O resultado é que a energia terá um preço elevado. A definição pelo governo do preço-teto em R$ 83 por MWh, além de já ter afugentado potenciais investidores (Odebrecht e Camargo Corrêa, que constituíam um consórcio, já abandonaram a disputa do leilão), somente será assegurada por meio do aporte do Tesouro Nacional, isto é, de nós, contribuintes.

Outro equívoco: o custo do empreendimento passou dos iniciais R$ 4,5 bilhões para os atuais R$ 19 bilhões. As empresas envolvidas com as obras (empreiteiras e fabricantes de equipamentos), por sua vez, estimam um custo mínimo de R$ 30 bilhões. O BNDES se dispõe a financiar 80% do custo. Ao mesmo tempo, o banco espera uma nova capitalização do Tesouro para assegurar essa participação. Assiste-se a um exercício de engenharia financeira para viabilizar a obra com toda sorte de renúncia fiscal e isenções que trarão aumento desproporcional da dívida pública.

Apesar de todas as críticas, levantadas de forma sistemática por um painel de especialistas constituído por diversos cientistas e professores de importantes universidades do país (disponível em http://tinyurl.com/ykjplsu), a intenção de manter o leilão para a licitação na próxima semana demonstra que são apenas os interesses eleitoreiros que prevalecem.

É preciso reabrir o debate do modelo de desenvolvimento que queremos para o nosso país. Está na hora de rever a concepção dos projetos hidrelétricos na Amazônia. E abandonar aqueles que levam à destruição de seus rios e de culturas de seus habitantes.

*CÉLIO BERMANN, 57, é professor associado do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo.

terça-feira, abril 20, 2010

Recompondo o Diálogo

“Sei que as coisas não são assim. Sei que isso merece um tempo. Quando as relações ficam difíceis, estremecidas, a gente tem de fazer um trabalho de reconquista, que nem acontece com dois namorados que têm de ter um tempo mínimo antes de poderem voltar”.
Governadora Ana Júlia, em entrevista à jornalista Ana Célia Pinheiro, poster do Blog A Perereca da Visinha, explicando o fato de precisar de mais um tempo, mas sinalizando um prazo de 15 dias para o "caso" do seu governo com o PMDB chegarem mais perto da paz e do Amor. O restante da entrevista você lê aqui.

Máquina vai apoiar PMDB e aliança com PT pode ser fechada nos próximos 15 dias.

Do blog Perereca da Visinha. Segundo fonte ouvida pelo blog, a proposta petista já se encontra, sim, desde ontem à noite, nas mãos do PMDB.

Apoio da máquina aos candidatos do PMDB nas eleições de outubro próximo – entre eles o presidente regional da legenda, Jader Barbalho, que concorreria ao Senado Federal.

Essa seria uma das propostas que o PT apresentou ao PMDB, para a repactuação da aliança vitoriosa de 2006, segundo uma fonte ouvida há pouco pelo blog.

E, ao contrário do que afirma Jader (leia a postagem anterior), a fonte garante que a proposta já foi entregue, sim, ao PMDB na noite de ontem.

A fonte negou que a proposta preveja um percentual de 50% de participação no novo governo para os peemedebistas: “Não é nada disso. Acho que para ele (Jader) cargo é secundário. Ele quer é ter segurança de que será eleito senador e fazer uma boa bancada, para ter força no governo”.

E acrescentou; “O que foi oferecido a ele é a segurança de que ele se elege senador”.

Além disso, esclareceu, a proposta também “passa pelo apoio aos deputados federais e estaduais”.

Perguntei à fonte: é dinheiro para a campanha? A resposta dela: “é campanha, positividade do governo”.

Mas, depois de muita insistência, acabou admitindo que a proposta passa, sim, pelo apoio da máquina aos peemedebistas, nas próximas eleições.

O acordo inclui ainda, segundo a fonte, “quebrar essa relação mal feita” com os prefeitos do PMDB.

A configuração prevista da aliança é de Ana para o Governo, Jader e Paulo Rocha para o Senado e Anivaldo Vale para vice-governador.

A fonte considera que uma aliança tão abrangente é boa para o próprio Jader, na medida em que permitirá que PR e PTB também trabalhem a candidatura dele ao Senado.

Jader teria pedido tempo para pensar acerca da proposta.

Mas a expectativa, diz a fonte, é que o acordo do PT com o PMDB seja fechado nos próximos 15 dias.

Daqui a pouco a Perereca retorna com novas informações.

.............

Atualizada às 15h45:

PT divulga nota sobre encontro de Ana e Jader

Nota à Imprensa

O presidente do PT, João Batista, disse nesta terça-feira, 20, em reunião da Executiva Estadual, que “o gesto da governadora Ana Júlia em visitar o deputado federal, Jader Barbalho, demonstra sua capacidade de grande líder, que sabe colocar os interesses do estado acima das paixões partidárias. Isso nos revela uma Ana Júlia guerreira e determinada, como sempre, em fazer o melhor para o Pará”.

A terra-firme

Do blog do presidente do PV-PA, Zé Carlos Lima, candidato à deputado este ano.

Você sabe onde fica o bairro da Terra Firme? Não! Pois eu te digo, fica depois de Canudos, indo à linha reta em direção do Rio Guamá, no sentido Oeste.

A Terra Firme limita-se com os bairros do Canudos, Guamá e Marco e é cortada de fora a fora pelo igarapé do Tuncunduba.

Anteriormente, este Bairro só era acessado por embarcações que adentravam pelo Rio Guamá. Nas margens do Igarapé, as pessoas foram fazendo portos e comércios, depois vieram às primeiras moradias.

Na década de 70 foi aberta a Estrada Perimetral que deu acesso pleno ao Bairro, abrindo-se uma nova opção de moradia perto do Centro. Rapidamente o Bairro foi ocupado de forma desordenada, atraindo o povo pobre dos municípios, principalmente de Acará e Bujaru.

A Terra Firme tem vida própria, feira, mercado, supermercado, lojas de tecidos, ferragens. Tudo que precisar lá o povo encontra. Não é necessário sair do Bairro para abastecer a dispensa. Parece até uma Cidade do Interior. Na Terra Firme a feira funciona de manhã e de noite. Qualquer hora se pode comprar de tudo, bucho, fígado, peixe, carne, açaí. A qualquer hora tem para comprar.

Tem três coisas que ocupa o povo da Terra Firme. O futebol é jogado nas arenas e nos campos da Ufra. Nos domingos, os boleiros saem batendo de casa em casa a procura dos craques, formam o time e vão até as arenas jogar.

Outra área muito requisitada é a da religiosidade, lá não sei se tem sinagoga, mas das outras religiões todas tem seus templos espalhados pelas ruas estreitas, cheias de poças d água. Os católicos têm uma Igreja grande em homenagem a São Domingos de Gusmão, mas quem faz a fama é o famoso pároco local, Padre Bruno Sechi, um anjo de Deus.

A animação mesmo fica por conta da área cultural. Tem bloco e escola de samba. Quadrilhas juninas famosíssimas. Boi bumbá. Pássaros. Teatro. Banda de Rock e de Techno. Grupo de chorinho e violão.

Tudo isso convivendo com a violência, assaltos, assassinatos de encomenda, foram 23 em pouco menos de um mês. Resultado da disputa de pontos de drogas.

O povo honesto é a maioria, mas a fama do Bairro, infelizmente, é feita pela minoria.

Andei nas casas das lideranças e das famílias. Comprometi-me com o Vereador Nonato Filgueiras na defesa deste belo Bairro e de sua bela gente.

A sonoridade dos blogs

"O PT do Pará está confundindo desorganização com democracia, e quando um incapaz leva a bola o jogo não para, pois prá quem sabe jogar nunca falta bola e ninguém joga bola sozinho".
De uma anônimo na caixinha de comentários do blog da teacher Edilza Fontes sobre a liderança de Paulo Rocha, imprescindível no status quo onde as tendências internas divergem e cada um fala e faz o que acha melhor. E logo em seguida, na mesma caixinha outro aninimo dispara:
"O projeto nacional não é uma abstração e o Governo Popular, no Pará, faz parte do processo de mudanças radicais iniciado no País em 2002 com eleição do presidente Lula. Quem vota em Dilma, vota em Ana Júlia. O PT não tem dono, embora alguns até quisessem exercer esse papel. Nem o Lula, do alto de seus mais de 70% de aprovação popular, tem poder para mandar e desmandar no partido, taí o Maranhão que não nos deixa mentir. Nem Zé Geraldo, nem Puty são contra a aliança com o PMDB, muito pelo contrário. O que não se pode admitir é a submissão de um projeto político de mudanças à agenda do cacique político de plantão, seja ele no PMDB ou em outro qualquer partido aliado. Aliás, professora Edilza, sua atitude não me surpreende: essa submissão ao Jader, sua e de seu ex-marido, o Raul, é histórica e data do período em que ambos eram militantes universitários, no DCE, a senhora como historiadora deve se lembrar muito bem... "
A caixinha com os comentários está na postagem A visita da governadora á casa do deputado Jader Barbalho.

O valioso tempo dos maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. 'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial! Mário de Andrade.

Governo do Pará é destaque em debate do Valor Econômico

Do Valor Econômico bilhões em investimentos públicos e privados entre 2011 e 2014. De acordo com o plano de desenvolvimento estadual apresentado a empresários paulistas no seminário "Pará - Oportunidades de Negócios", promovido pelo Valor, os recursos serão direcionados a novos projetos siderúrgicos, de habitação, saneamento, logística rodoviária, ferroviária e portuária e geração e transmissão de energia, inclusive a construção da usina de Belo Monte. A iniciativa privada vai responder pelos aportes de 80% do montante, com destaque para os desembolsos de R$ 37 bilhões no setor elétrico.

Durante o evento, a governadora procurou "vender" o Pará como "a nova terra das oportunidades", oferecendo contrapartidas de infraestrutura, incentivos tributários e segurança jurídica para empresas interessadas em se instalar no Estado. "Sempre tivemos muito recurso natural e exportamos muita matéria-prima, atividade que gera pouco emprego e não rende receita estadual. O que fica para a gente? O buraco, os impactos. Fizemos um modelo de desenvolvimento para gerar e usufruir das riquezas", explicou ela. "Para isso, criamos instrumentos jurídicos e regulamentações necessárias para dar tranquilidade e segurança para quem vai investir."

Um dos primeiros passos dados para implementar esse modelo foi a criação de um zoneamento econômico ecológico (ZEE), que dividiu o Estado em setores e regularizou a exploração fundiária de 32% do território - 44 milhões de hectares - para atividades produtivas da indústria e do agronegócio. Segundo Ana Julia, isso agiliza o licenciamento ambiental, pois no ZEE também está contemplado o reflorestamento de uma área de 4,9 milhões de hectares.

Na área de infraestrutura, o governo estadual promete melhorar a integração das três maiores cidades do Estado, Santarém, Belém e Marabá, que funcionarão como distritos industriais. A governadora garante que vai conseguir incluir no PAC 2 várias obras que darão agilidade ao escoamento da produção. Entre elas, a expansão do porto de Vila Conde, na região metropolitana de Belém, e o asfaltamento das rodovias Transamazônica, que cruza o Estado de Leste a Oeste, e da Santarém-Cuiabá. O projeto, que totaliza R$ 5,1 bilhões de recursos federais e estaduais, também prevê retomar a construção das eclusas de Tucuruí e para viabilizar a Hidrovia do Tocantins, que liga o porto de Vila Conde a Marabá, no Sul do Estado.

Na visão do secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, Maurílio Monteiro, a solução dos gargalos de ordem fundiária e na infraestrutura abrem espaço para a chegada das empresas. As interessadas terão descontos significativos na aquisição de terrenos e abatimento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Consideramos crédito presumido, redução da base de cálculo, isenção e diferimento na tributação e, para devedores, há a possibilidade de financiar até 75% do ICMS por um prazo de 15 anos", explicou Monteiro.

Ele lembrou que o governo também vai investir em criação de centros tecnológicos nas regiões que receberem indústrias e luta para conseguir a abertura de uma universidade federal no Sul do Estado. "A governadora já conseguiu uma instituição de ensino para acompanhar o desenvolvimento regional no Oeste do Pará [Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), inaugurada em 2008], agora o ideal é termos a aprovação de uma universidade na região de Marabá."

Ana Julia Carepa observou que o modelo já apresenta resultados, com a definição da abertura de uma fábrica de chocolates, uma siderúrgica da Vale (ver abaixo) e alguns polos industriais para produção de móveis e biodiesel.

segunda-feira, abril 19, 2010

Era uma vez um menino

Por Ricardo Amorim*

Era uma vez um menino franzino que, desde o jardim da infância, se acostumou a ser o saco de pancadas na escola. Era só o clima esquentar e os grandalhões partiam para cima dele. Assim, ele acabou se acostumando ao seu destino.

De repente, sem que ninguém soubesse como nem por quê, houve uma longa temporada de calmaria na escola. Nada de brigas, só festa.

Como tudo que é bom um dia termina, a calmaria passou e os ânimos começaram a ferver novamente. O menino já foi se encolhendo, pronto para a tradicional surra. Sentia a dor antes mesmo que o tocassem.

Desta vez, para sua imensa surpresa, ninguém quis se meter com ele. Os grandalhões até olharam para ele, mas preferiram bulir com outros grandões a se meter com ele. Nosso menino adorou, mas não entendeu o que acontecia e continua até hoje com medo que na próxima briga vá sobrar para ele, como no passado.

Ele não percebeu é que, durante o período de tranquilidade, sua madrasta o havia alimentado de forma especialmente nutritiva, o que, somado aos exercícios que ele vinha fazendo há tempos, o deixara forte e musculoso. Enquanto isso, os grandalhões, depois de muito tempo desfrutando do poder que tinham na escola, ficaram acomodados, preguiçosos, engordaram e perderam agilidade.

Este menino se chama Brasil. Sua madrasta tem nome, China. Sua alimentação foram as exportações; os exercícios, a estabilização da economia e ajustes fiscais posteriores ao Plano Real.

Os grandalhões são os países ricos e, como você já deve imaginar, as brigas nesta escola chamada mundo são as crises econômicas.

Com superávit comercial, reservas internacionais superiores a US$ 200 bilhões, um dos menores déficits fiscais do planeta e sem bolha imobiliária, excesso de consumo ou fragilidades latentes em seu setor financeiro, o Brasil tem hoje uma das economias mais sólidas do mundo.

O interessante é que poucos brasileiros conseguem acreditar nisso.

Duas décadas e meia de péssimo desempenho econômico entre o final dos anos 1970 e 2003, quando o crescimento médio da economia brasileira não passou de ínfimos 2,3% ao ano, transformaram o país do futuro no país da descrença. A geração perdida – afinal, 25 anos correspondem a toda uma geração, não apenas a uma década, como costumamos nos referir à década de 1980 – deixou de ter a capacidade de acreditar que o país possa dar certo.

Sem perceber que a entrada da China na Organização Mundial do Comércio em 2001 alterou completamente a ordem econômica mundial a nosso favor – elevando a demanda e o preço das commodities que produzimos e exportamos e reduzindo a inflação e as taxas de juros mundiais, oferecendo-nos capital barato para financiarmos nosso crescimento –, não acreditamos que um país onde ainda reinam corrupção, má educação e infraestrutura sofrível possa dar certo. Esta descrença molda a economia brasileira e o perigo é se tornar uma profecia autorrealizável.

Decisões econômicas de empresários e do governo têm sido pautadas pelo Brasil que não dá certo.

Exemplo: toda a regulamentação cambial foi feita para evitar fuga de dólares do País em meio a crises, porém a situação que vivemos nos últimos anos é oposta: abundância – segundo alguns, excesso – de divisas estrangeiras, e não falta delas.

Sorte não é destino. Claro que é preciso fazermos a nossa parte. Para começar, devemos perder o medo de ser felizes.

* Ricardo Amorim é economista, apresentador do "Manhattan Connection" (GNT) e do "Economia e Negócios" (Rede Eldorado) e presidente da Ricam Consultoria.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...