sexta-feira, novembro 26, 2010

O jornalismo desonesto e o mito do “crime organizado”

Por Gustavo Barreto

O “Jornal da Globo” fechou com chave de ouro o dia de uma emissora empenhada em assustar e desinformar o público, enquanto outras emissoras e rádios acompanharam a tática do pânico. A velha técnica do “Mantenham a calma” seguido de imagens impactantes da violência no Rio de Janeiro é a melhor forma, do ponto de vista da cultura do medo que tenta se impor, de pôr em ação esse objetivo. É como você dizer “Fique à vontade” quando recebe alguém pouco conhecido em sua casa, provocando o efeito contrário. Neste caso é bem pior: trata-se do imaginário social de um conjunto de milhões de brasileiros que está em jogo. E neste caso há consequências políticas.
Não há dúvidas de que (1) o índice de criminalidade no Rio é muito alto, inaceitável, e que (2) a lógica que rege o projeto da polícia comunitária, que esse governo chama da “UPP” e que outros governos já tentaram com outros nomes, é um bom caminho, desde que proponha de fato a participação da comunidade no processo decisório e que seja mais amplo. Atualmente é um conjunto de projetos-piloto.
No entanto, estratégias diversas estão em jogo. A saber:
A. O Governo do Estado, principalmente por meio do governador Sergio Cabral, tenta capitalizar a crise politicamente. Aparece como o “líder destemido” que as pessoas assustadas das classes A e B exigem nessa hora. Ao mesmo tempo, desvia a atenção da plena incompetência do governo nas áreas de educação e saúde – incluindo a recente busca e apreensão na casa de Cesar Romero, o ex-subsecretário-executivo de Saúde, primo da mulher do secretário Sérgio Côrtes e braço direito dele na secretaria. A acusação: fraude em licitação ao contratar manutenção de ambulâncias superfaturada em mais de 1.000%;
B. Setores mais violentos da Polícia Militar – a banda podre que não quer saber de papo de UPP – ganham carta branca, por conta do clima de medo, para fazer suas velhas e conhecidas “incursões” nas favelas, a política burra do confronto com o “crime organizado”, vitimando cidadãos inocentes e realizando execuções sumárias de suspeitos. O Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, chama isso de “efeito colateral”, enquanto jornalistas passam uma coletiva de imprensa inteira perguntando apenas por “números” e trajetos da PM e do BOPE;
C. Os principais chefes da Polícia Militar do Rio de Janeiro e a Secretaria de Segurança Pública vendem a tese deplorável de que os atentados são uma “reação às políticas das UPPs”, e a velha mídia simplesmente engole. O curioso é que as UPPs estão presentes em 13 favelas, de um universo de 1.000 existentes no Rio e região metropolitana. Imagina quando chegarem a 20, 30! Melhor mudar para Miami de uma vez;
D. A mídia cria uma dinâmica do medo a partir de absurdos sociológicos, como afirmar que o “crime organizado” atual surgiu do encontro entre presos comuns e presos políticos nos anos 70 (tentando vincular militantes de esquerda a traficantes de drogas); separar a cidade em esquemas tipos “eles-nós”, como fez Arnaldo Jabor, ao afirmar que “é preciso apoio da população, principalmente da Zona Sul, pois a periferia já mora dentro da violência” (JG, 24/11/2010) e até mesmo mentir descaradamente, afirmando por exemplo que os “índices de criminalidade estão estagnados no Rio” (editorial de William Waack), o que é mentira, conforme atesta até mesmo um dos maiores críticos do Governo do Estado, o sociólogo Ignácio Cano. Pouco importa para o jornalismo desonesto: o que está em questão é reafirmar o discurso vazio do “A que ponto chegamos!” e o elogio ao “endurecimento” das leis e das ações vingativas, como forma de alívio do medo criado. Não adianta nada, conforme apontou este seminário (em especial a fala do Coordenador do Núcleo de Presos da Polinter no Estado do Rio de Janeiro, o delegado da Polícia Civil, Orlando Zaccone).
A "polícia comunitária" do Rio de Janeiro, conhecida como UPP, tem coincidentemente um caminho parecido com o das rotas dos grandes eventos internacionais que se aproximam.
A "polícia comunitária" do Rio de Janeiro, conhecida como UPP, tem coincidentemente um caminho parecido com o das rotas dos grandes eventos internacionais que se aproximam.
Os interesses, portanto, são complexos tal como os nossos problemas. A Zona Sul (parte dela, aquela à qual o Jabor se refere e da qual faz parte) está tão assustada que não consegue raciocinar. Milhares de pessoas são executadas todo ano no Rio de Janeiro, dados absolutamente grotescos. A cobertura é a mesma? Não. “As pessoas lidam com insegurança no Rio de forma cíclica e dramática. Para conviver com o alto nível de violência na cidade, tratam como se ela não existisse. Mas, então, surge um evento de grande repercussão e vira uma pauta central na cidade, todos discutem, é uma grande catarse”, aponta Ignácio Cano. “Sensação de segurança pública é muito diferente da efetiva segurança”, completa o deputado Marcelo Freixo.
Se fosse de fato uma preocupação, pararia para ler o relatório da CPI das Milícias, concluído no dia 10 de dezembro de 2008. Contém o mapa das milícias, seu funcionamento, seus braços econômicos, a relação do braço político com o braço econômico e o domínio de território. Enquanto as Nações Unidas calculam que o narcotráfico rende 200 mil dólares por minuto, só no domínio das vans no Rio de Janeiro, uma das milícias faturava 170 mil reais por dia. Este é apenas um exemplo.
Crime organizado, portanto, é isso: um negócio bem organizado. O que torna o crime “organizado” é sua capacidade de se organizar, e não de reagir violentamente. “Em qualquer lugar do mundo, o crime organizado está sempre dentro do Estado, e não fora”, aponta o deputado Marcelo Freixo, que relata sua dificuldade quando tentou instituir a referida CPI neste depoimento.
O pior é que o número de milícias é, hoje, maior do que em 2008. “O número de territórios dominados por milícias hoje é maior do que o número de territórios dominados pelo varejo da droga”, comenta Freixo. “Eu estranho o silêncio desse governo em relação às milícias, dizendo que o Rio está pacificado, diante do crescimento das milícias”.
E o poder público tampouco ajuda. O relatório foi entregue pelos membros da CPI nas mãos do prefeito Eduardo Paes. Solicitaram, por exemplo, que a licitação das vans fosse feita individualmente e não por cooperativas. “O prefeito acaba de fazer licitação por cooperativas e não individualmente”, denunciou Freixo.
Outro fator que aponta o descaso do poder público é o descaso com os serviços sociais que deveriam acompanhar o processo de “pacificação”. “Eu estive no Chapéu Mangueira e na Babilônia. Além da polícia, não há lá qualquer braço do Estado. A creche mal funciona, com o salário atrasado das professoras, o que a Prefeitura não assume. O posto de saúde não tem nenhum médico, nenhum dentista da rede pública do Estado. É mais uma vez a lógica exclusiva da polícia nas favelas – e somente a polícia”, afirmou. O projeto das UPPs está traçando um caminho bem delimitado: setor hoteleiro da Zona Sul, entorno do Maracanã, Zona Portuária e a Cidade de Deus, “única área dominada pelo tráfico em toda Jacarepaguá, que tem o domínio hegemônico das milícias”.
Danem-se as demais regiões que, como ressaltou Jabor, “já moram dentro da violência”.
Uma questão social, de classe
Para quem ainda acha que as questões de classe acabaram, basta comparar a forma como os diversos crimes em nossa sociedade são enfrentados. Para combater crimes financeiros (quando se combate), ninguém entra em agências bancárias rendendo as pessoas e atirando. Nas favelas, áreas com assentamentos humanos extremamente degradados, é diferente.
Um dos “efeitos colaterais”, na expressão de Beltrame, é a estudante Rosângela Alves, de 14 anos. Seu pai Roberto Alves, ironizou a presença dos policiais militares na unidade de saúde com aplausos: “Parabéns a vocês. Parabéns, Beltrame, parabéns, Cabral. Olha o que vocês conseguiram com isso! Matar uma menina que estava em casa! Sabe o que vocês conseguem com essas operações: matar pobres”. Sem conseguir sair de casa por causa do intenso tiroteio, a mãe da menina, Thereza Cristina Barbosa, acusou em relato ao jornal O Dia a polícia de ter disparado o tiro que matou sua filha. “O tiro que atingiu minha casa partiu de baixo para cima. Minha filha está morta, e eu sequer consigo velar o corpo dela”, lamentou ela, por telefone. (Leia aqui e aqui)
Como já apontei, o narcotráfico é um negócio como qualquer outro. E rende bastante: dados conservadores das Nações Unidas estimam que o rendimento líquido é de US$ 400 bilhões ano. Um “freela” para se queimar um carro custa entre R$ 200 e R$ 400. “Falo em ‘varejo de drogas’ na favela, e não de traficantes”, reafirma Freixo, apontando que a ponta do sistema – o 1% que está na favela – não tem projeto de poder e qualquer noção de organização criminal, como apontei. “Nunca participaram de juventude católica, de grêmio estudantil, nunca tiveram qualquer noção de coletividade. Sabe quantas escolas públicas existem no Complexo do Alemão? Duas”.
Conforme afirmou até mesmo um capitão e um dos fundadores do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) – um grupo de policiais fascistas que acreditam que executar sumariamente é uma prática normal, conforme não escondem mesmo em declarações públicas – em uma entrevista hoje (25/11) pela manhã na TV Record: “Os Batalhões da PM não possuem estrutura mínima de inteligência para operar”.
Marcelo Freixo, deputado que trata da segurança há muito tempo, amplia a crítica e denuncia: "Sabe quantas escolas públicas existem no Complexo do Alemão? Duas"
Marcelo Freixo, deputado que trata da segurança há muito tempo, amplia a crítica e denuncia: "Sabe quantas escolas públicas existem no Complexo do Alemão? Duas"
O deputado Marcelo Freixo deu uma entrevista nesta quinta-feira (25/11) na GloboNews afirmando o óbvio: o número de pessoas portando fuzis não chega a 1% dos moradores. Ele costuma ironizar: “Eu gostaria que no parlamento fosse a mesma coisa: menos de 1% envolvido com o crime. Infelizmente não é assim, mas na favela é”. A polícia tem que agir com responsabilidade diante destes cidadãos. Enquanto isso telespectadores igualmente fascistas comentam pela internet: “Tem que entrar mesmo e enfrentá-los”. De quem estamos falando?
Freixo, focado na solução do problema, lembra: “Armas não são produzidas nas favelas. Eles vieram de algum lugar. Quantas ações policiais foram feitas na Baía de Guanabara? Quantas foram realizadas no Porto? Eu não me lembro de nenhuma”. É uma constatação que deixa todos os “notáveis” comentadores políticos envergonhados, pois só sabem falar abobrinhas sobre a “coragem” dos policiais em “enfrentar” o crime organizado. Estão focados na política burra do confronto.
Freixo lembrou ainda, na entrevista de hoje, que essas áreas pertencem ao tráfico de drogas. A área das milícias, conforme descrito anteriormente neste artigo, não foram tocadas – e tão somente por isso não estão reagindo. “Vamos lembrar que esses eventos já aconteceram próximo ao réveillon de 2006. O problema não é esse. A questão é que o setor de inteligência no Rio de Janeiro é muito falho. Para constatar isso basta visitar a DRACO [Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do Rio de Janeiro]”, concluiu Freixo.
Agora, muito pertinentemente alguém poderia se perguntar: e os movimentos sociais nisso tudo? Eles não possuem meios para se comunicar, portanto não fazem parte do cenário político. É tão simples quanto é trágico.

Lutas.doc - Guerra Cotidiana

quinta-feira, novembro 25, 2010

28a Jornada Nacional de Cineclubes & 3a Conferência Mundial do Cineclubismo

MEMORIAL DOS LUTADORES DO POVO NO PARÁ

 Do blog Militante do Campo


No próximo dia 6 de dezembro de 2010, data em que completará 22 anos do assassinato do deputado João Carlos Batista, um grupo formado por pessoas de movimentos populares, sociais, sindicais, juvenis, culturais, acadêmicos e partidos estará reunido para debater a criação do Memorial dos Lutadores do Povo no Pará.

O Memorial reunirá documentos, depoimentos, fotos, cartazes e objetos que possibilitem o resgate das lutas dos trabalhadores e do povo ocorridas no estado do Pará no decorrer da segunda metade do século XX, com registro até aos dias atuais.

Há uma lacuna muito grande de referencias à população, especialmente à juventude, que é bombardeada pela propaganda midiática que não valoriza a vida, as lutas dos trabalhadores e não relata as conquistas obtidas graças a mobilização popular, que possibilitou derrotar governos arbitrários, ditaduras, a tortura e conquistar direitos sociais, políticos e econômicos, fortalecendo o Estado Democrático de Direito.

Infelizmente para se obter essas conquistas muitas pessoas foram assassinadas, especialmente na luta pela reforma agrária, o que fez do Pará, por muitos anos, o estado brasileiro com o maior número de mártires na luta pela terra. Assim, como outras pessoas que contribuíram com essas lutas e conquistas não estão mais vivas, tendo sido completamente esquecidas, sem que a população conheça a história dos lutadores e lutadoras do povo no Pará.

Resgatar a história, a memória dos movimentos populares e sociais, com a organização do Memorial dos Lutadores do Povo no Pará, possibilitará haver um local para pesquisas, estudos e divulgação das experiências desenvolvidas na defesa da justiça social. Esta é uma tarefa que necessita da participação de políticos, artistas, cientistas, religiosos, pessoas de todas as profissões e credos.

Para dirigir esse projeto pretende-se criar uma organização que congregue um conjunto de pensamentos comprometidos com essa caminhada, sem vinculação partidária, mas com um compromisso ideológico claro na defesa dos mais pobres e da luta do povo. Unir homens e mulheres de todas as correntes na construção do Memorial dos Lutadores do Povo no Pará é um fato importante para marcar o dia em que um dos mártires do povo paraense foi assassinado. “Um povo sem passado é um povo sem futuro”, escreveu o poeta José Martí.

Dia 6 de dezembro de 2010

Hora: 19h

Local: Auditório Deputado João Carlos Batista – Assembléia Legislativa do Pará

Classe Média - Max Gonzaga e Banda Marginal

Quer entender os motivos doq tá rolando no #rio e o #Globocop ñ mostra?


  

PSDB quer “promover” Serra para baixo com presidência de instituto | Portal Macro ABC


A derrota nas eleições presidenciais pode custar espaço partidário para o tucano José Serra. Depois de ser senador, ministro do Planejamento e da Saúde, presidente do PSDB, prefeito da capital paulista e governador de São Paulo, Serra pode ser “promovido” para baixo: o PSDB quer que ele assuma o insípido cargo de presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV).
Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta terça-feira (23), tenta dar a entender que uma função dessas cai do céu no colo de Serra. Tudo porque o orçamento do ITV é de quase R$ 4 milhões ao ano — o que permitiria ao tucano ser um presidente de fachada e fazer viagens por todo o país. É engodo. O próprio jornal, ao pé da matéria, lembra que “os estudos, pesquisas e análises de conjuntura semanais que o instituto produziu nos últimos quatro anos foram de pouca utilidade e praticamente nenhuma divulgação”. Isso porque a visibilidade no ITV é quase nula. Seu atual presidente, o deputado serrista Luiz Paulo Vellozo Lucas, por exemplo, sofreu a derrota mais humilhante das eleições estaduais, ao perder a disputa ao governo do Espírito Santo para Renato Casagrande (PSB) por 82,3% a 15,5%. O fato concreto é que, caso aceite a proposta, Serra estará no posto mais irrelevante de sua vida pública desde, pelo menos, 1994 — ano em que se elegeu senador. O Estadão, porém, divulga que a indicação de Serra ao ITV é uma “fórmula” para “dar tribuna” a Serra. Na prática, lideranças tucanas tentam isolar Serra, que rachou o PSDB com sua atabalhoada e mal-sucedida candidatura ao Planalto. Boa parte da cúpula tucana não quer entregar a presidência nacional nem qualquer cargo de peso no partido ao candidato derrotado por Dilma Rousseff. Aécio x FHC? A alternativa a Serra favorece o ex-governador mineiro e senador eleito Aécio Neves, que pode ganhar espaço no centro efetivo de poder do PSDB. Em entrevista no começo de novembro, Aécio propôs, enfaticamente, a "refundação do PSDB" — uma ideia que implica redução da força de São Paulo na direção da legenda. Com Serra alocado num mero instituto, essa tendência ganharia força. Aécio só não contava, provavelmente, com a cada vez mais explícita resistência do ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Nesta terça-feira, em plena capital mineira, Belo Horizonte — onde deu palestra num fórum do IEE (Instituto de Estudos Empresariais) —, FHC fez restrições ao termo “refundação”. Segundo ele, “todos os partidos, num certo sentido, estão todo o tempo se renovando. Mas refundação acho que é uma expressão muito forte”. Nas poucas perguntas em que se mencionou o nome de Aécio, tampouco FHC cedeu. Questionado se o mineiro não teria sido mais competitivo para vencer Dilma Rousseff (PT) na disputa presidencial do que José Serra, FHC disse que o assunto é "passado". E agregou: “Tenho uma ligação muito profunda com o Serra e o Aécio. Então, para mim, é sempre difícil falar sobre qualquer um dos dois”. Mas o ex-presidente criticou indiretamente Aécio, ao negar que há predomínio de São Paulo na cúpula tucana. Segundo FHC, o PSDB não é "muito avenida Paulista". Uma das razões, disse, é que o partido elegeu governadores em oitos estados. Falta saber se essa suposta “pulverização” tucana chegará à direção partidária no pós-Serra. Da Redação, com agências

Presente de Grego

 Foto do Blog da Ana Júlia.


"Fui convidada pela governadora Ana Julia à época para ser candidata em Ananindeua, isto todos sabem".

"Não tinha interesse em ser vice, o fiz após convencimento da Governadora e de seu núcleo político, em particular o articulador político de então, Charles Alcantara."




As Falas de Sandra Batista (PT), vice-prefeita de Ananindeua no Blog Ananindeua Debates, onde conta um pouco o sufoco que foi "metida" e o muito que faz, mesmo com tudo jogando contra, típico da guerreira que certamente é.

Vale a pena dá uma lida.

Marambaia - Busca-pé Blues

elis regina - atras da porta

Elis Regina - Sinal Fechado e Transversal do Tempo - 1978

quarta-feira, novembro 24, 2010

Belém do Twitter - Uma Viagem na TimeLine

Do Açai Grosso.
Que @BelemdoPara é a cidade das mangueiras todo mundo já sabe. Mas, para descobrir todos os seus encantos, só mesmo dando uma voltinha pela cidade ou pelo Twitter. Me acompanhem... Como diria o @ClimaBelem, a cidade é quente e úmida, mas isso não é nenhuma desvantagem. Muito pelo contrário, assim podemos nos deliciar com a maravilhosa @ChuvaDasDuas, que chega diariamente, regando nossas mangueiras e jardins, lavando nossas ruas, amenizando nosso calor, banhando nossas crianças (e até alguns adultos), as vezes ela chega de mansinho, as vezes chega de repente, sem avisar, mesmo sendo esperada diariamente. Sempre presente em nossas vidas... Cabrummm, cabrummm. Pra quem está distante, a melhor @DicasBelem é ver as fotos do @LandNick, retratando belíssimas paisagens do @MangalDasGarcas ou do @CirioOficial. Tem também as fotos da @SallesPris e sua novíssima Canon de última geração (pena que o “homi” do correio esqueceu de deixar o cartãozinho de memória... né?... mas, o “homi” já voltou e agora está tudo bem... Rsrsrsrs). E o que falar da gastronomia? Hummmm... Saborear aquele delicioso e gostoso (modéstia à parte) @AcaiGrosso, ou passar lá com o @BoiDaRodeio pra pegar aquele churrasquinho e no final da tarde degustar o incomparável @TacacaDaEsquina, não sem antes dar uma passada na @TudoBolo, @BolodeChuva ou @DonaDica onde só tem coisas gostosas. Em termos de música, encontramos diversos estilos e vozes maravilhosas como as de @JulianaSinimbu, @FafadBelem, @MarianaBelem, @GabiFlorenzano, @GabyAmarantos e tantas outras, cada uma com seu estilo próprio de difundir nossa rica cultura musical.Aqui, os animais, as lendas, os fenômenos naturais, os monumentos e as comidas típicas também tem vida própria. Basta dar uma espiada no Twitter e você encontrará pessoas de verdade tendo uma conversa muito bem-humorada com o @Acaigrosso, a @ChuvaDasDuas, @TacacaDaEsquina, @TucupiQuente, @PapaiDeguaNoel, @PeriquitodoCan, @FaroldeSalinas, @BoiDaRodeio, @CanguruRadiolux, @a_moca-do_taxi, @MendigoBelem, @ChapeuDoBarata, @JesusdeMarituba e até o @CobradordoLomas.
E por falar em pessoas de verdade, existem muitas na minha TimeLine. Belenenses que vivem seu cotidiano, mas que não dispensam a oportunidade de compartilhar com seus seguidores, um pouco do seu dia-a-dia. Não fosse isso, como eu poderia saber que o @Castellito está trabalhando em Santarém? Que a @SyanneNeno adora a Mafalda? Que a @Mairac e a @PaulaPeniche foram no Municipal assistir o show da @GabyAmarantos e ficaram tuitando do Nokia? Que a @Milene_Souza é remista convicta? Que a vózinha da @PeppersGirl acaba de completar 80 aninhos (parabéns vó Coló)? Que a @LuBrasil e o @GalenoBrasil são casados? Que o @Funcional fez aniversário recentemente? Que a @HeloanaFrazao e a @Lorenafrazao são irmãs? Que @oSergio tem um canal de vídeos no Youtube? Que o @UtiDenis adora fazer uns versinhos? Que a @Franssinete é a mãe da @GabiFlorenzano? Que a Cacá é filha da @Crodia e que a @Brabul fez um site e lançou a campanha #AjudeaCaca? Finalizando aqui, queria mandar um grande abraço a todas as pessoas que interagem comigo (@AcaiGrosso) no twitter ou aqui no Blog. Todos vocês tornam o meu dia muito mais divertido e bem-humorado... Obrigadooooooooo!

segunda-feira, novembro 22, 2010

domingo, novembro 21, 2010

sábado, novembro 20, 2010

Preliminares da Eleição no Pará - I


Desde o fim das eleições venho excitando escrever minhas observações, todas derivadas de mera ação reflexiva sobre os causas e conseqüências da derrota eleitoral do governo Ana Júlia e o futuro do PT no Pará e no Brasil. Não consigo parar de pensar nisso!

É claro que sabemos da existência no PT de um forte melindre meliante de uma parcela de autoritários que imaginam que estão vivendo em pleno stalinismo - onde comentar assuntos partidários fora das arraias do clã, ainda é tido como heresia - mas toda e qualquer avaliação deste processo tende a considerar elementos e fatos que já são públicos e notórios por grande parte dos jornalistas e demais consumidores do noticiário político.

Das análises feitas por petistas, destacam-se postagens feitas no blog da professora Edilza Fontes, ex-superintendente do PTP e da Escola de Governo, candidata à deputada estadual pelo PT no último pleito - e do professor Fábio Castro, ex-secretário de Comunicação do governo Ana Júlia. Estes dois em seus respectivos blogs, até agora abordaram de forma singela e superficial o que a jornalista autora do blog A Perereca da Vizinha vem citando como erros da gestão e da coordenação da campanha eleitoral seja pela lideranças do PT e principalmente o politburo da DS, seja pela empresa de marketing baiana (LINK), contratada para cuidar de toda a campanha eleitoral, pelo mentor mor de Ana Júlia, o Sr. Paulo Heineck.

No entanto, outros petistas já começam à esboçar seu olhar crítico do processo eleitoral e os múltiplos prismas avaliativos trarão a diversidade petista, escondida pelos últimos meses, à flor da pele, pra cima da mesa do jogo partidário. Um deles, é o super-moderado Arroyo, que em seu blog inicia uma análise mais contextualizada e voltada para os princípios e rumos estratégicos que o PT vem discutindo nestes 30 anos de existência.

O que sem dúvida influenciará os níveis de avaliação e críticas entre as diversas tendências internas do partido será a estratégia e os interesses de cada organização/mandato/grupo para o processo eleitoral de 2012. Tal afirmação não é em vão haja vista que considera a mudança sistemática pela qual o partido encaminha-se, muitas vezes sem se dar conta do inexorável processo histórico que requer refluxo e avaliação permanente para que o vislumbramento pelo poder (executivo e parlamentar).

O PT foi o partido que mais se destacou na perspectiva de realizar profundas mudanças na tais como a priorização dos direitos dos trabalhadores e no alcance dos mais pobres aos direitos sócio-culturais e econômicos, não pode alterar seu comportamento político a ponto de aliar-se com adversários programáticos e compor gestões que revelem-se promíscuas, negligentes e até mesmo conservadoras, sob o risco de além de sofrer de uma cegueira que nos faça caminhar para o desfiladeiro da descredibilidade da sociedade.

terça-feira, novembro 16, 2010

Carimbó pega a Estrada

Com o apoio da FUNARTE, o grupo Quentes da Madrugada, de Santarém Novo (PA) promove a difusão do carimbó em 8 cidades do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e no Distrito Federal

O Carimbó é a música e a dança tradicional paraense por excelência, cuja manifestação ocorre há mais de dois séculos em quase todas as regiões do Estado. Junção caprichosa do pé batido indígena com o rebolado africano, preservado nas comunidades pela oralidade dos mestres populares, afirmamos mesmo que o Carimbó é parte essencial da alma paraense e amazônida, um componente fundamental da identidade cultural brasileira. A Irmandade de Carimbó de São Benedito, da cidade de Santarém Novo, apresenta características particulares que a destacam dos demais grupos e comunidades carimbozeiras do estado. Fundada em meados do século XIX, a Irmandade mantém uma tradição extremamente complexa que envolve onze dias ininterruptos de festa, conduzidos pelo lendário conjunto musical “Os Quentes da Madrugada”, reconhecidos nacionalmente como um dos grupos mais tradicionais e autênticos do carimbó paraense.

Referência fundamental da cultura popular de nossa região, desde 2005 a Irmandade também é a principal responsável pela articulação do processo de registro do Carimbó como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira junto ao IPHAN. Foi dela a iniciativa de iniciar a luta por esse reconhecimento nacional, organizando desde então a Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro hoje considerado um dos mais importantes movimentos culturais da região Norte. O Circuito Carimbó BR Adentro é uma iniciativa inserida nesse processo de sensibilização e mobilização da sociedade brasileira em prol da valorização do carimbó e suas tradições, visando contribuir para revelar ao Brasil toda a beleza e originalidade dessa manifestação, fortalecendo o movimento pelo seu reconhecimento e difusão.

Único projeto paraense contemplado pelo Prêmio Circuito Funarte de Música Popular 2010, o Circuito Carimbó BR Adentro irá realizar a circulação do grupo Os Quentes da Madrugada – da Irmandade de Carimbó de São Benedito - pelos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal, chegando a 08 cidades ao longo da Rodovia Belém-Brasília (BR-010) e seu entorno, a bordo de um ônibus, realizando gratuitamente espetáculos de música e dança de carimbó, oficinas de percussão e dança, rodas de conversas com mestres da Irmandade e mestres locais, além de atividades de intercâmbio, confraternização e solidariedade com grupos e comunidades de cultura popular em cada localidade percorrida.

Durante o trajeto o grupo também irá promover nas comunidades visitadas ações de divulgação e mobilização em prol da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro e da Lei Griô Nacional, em parceria com grupos e instituições culturais locais.

O objetivo é promover o reconhecimento, a valorização e a difusão em nível nacional de toda a beleza, tradição e originalidade do nosso Carimbó, em particular o singular Carimbó da Irmandade de São Benedito, uma manifestação de cultura popular tradicional de origem negra e indígena que se mantém de forma ininterrupta há quase duzentos anos na cidade de Santarém Novo, na região Nordeste do Pará. O circuito será realizado no periodo de 16 de novembro a 02 de dezembro de 2010, sendo uma realização da Irmandade de Carimbó de São Benedito com o apoio do Prêmio Circuito FUNARTE de Música Popular e da SEDUC-PA, em parceria com a Campanha Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro, SESC Pará, Guaimbê e Ponto de Cultura Quintal da Aldeia (GO), Ponto de Cultura Tambores do Tocantins e Ponto de Cultura Canto das Artes (TO), Universidade de Brasília, Pontão de Cultura 508 Sul, Rede Candanga de Cultura e Fuá do Terreiro (DF), Fundação Cultural de Imperatriz (MA), Secretaria de Cultura de Paragominas e Secretaria de Cultura de São Miguel do Guamá (PA).

Todas as atividades do projeto serão gratuitas e abertas ao público. Confira aqui a programação do Circuito:

Belém (PA) Dia 16/novembro Show no II Encontro Nacional de Cultura do SESC Pará, Estação das Docas - 18 h Brasília (DF) Dia 18/novembro Oficinas no Espaço Cultural Renato Russo, Q. 508 Sul, W3 Sul - 14h Roda de Conversa na UNB, Sala Samambaia, Depto. De Música - 19 h Dia 19/novembro Show no Teatro Galpão, Espaço Cultural Renato Russo, 508 Sul - 20h Pirenópolis (GO) Dia 20/novembro Roda de Conversa no Cine Pireneus – 15h Show no Cine Pireneus, 21h Dia 21/novembro Roda de Carimbó, Boi e brincadeiras de roda no Coreto da Praça do Artesanato - 10h Oficinas no Quintal da Aldeia – 15 h Baile no Quintal da Aldeia – 21 h Taquaruçu-Palmas (TO) Dia 23 e 24/novembro Roda de Conversa e Oficinas no Ponto de Cultura Canto das Artes – 15h Dia 24/novembro Show no mesmo local – 20h Porto Nacional (TO) Dias 25 e 26/novembro Oficinas e Roda de Conversa no Ponto de Cultura Tambores do Tocantins, Centro das Crianças Drª Heloisa Lotufo Manzano, Parque Eldorado – 15h Show no mesmo espaço – 20h Imperatriz (MA) Dias 27 e 28/novembro Oficinas na Fundação Cultural de Imperatriz, Rua Luis Domingues, Centro – 15 h Roda de Conversa no mesmo local – 09h Show no Espaço Cultural da Fundação – 20h Paragominas (PA) Dia 29/novembro Roda de Conversa no Teatro Reinaldo Castanheira, na Secult – 15h Dia 30/novembro Oficina no mesmo espaço – 09h Show na Praça Célio Miranda – 19h São Miguel do Guamá (PA) Dias 01 e 02/dezembro Oficinas e Roda de Conversa na Escola São José Operário – 09h e 15h Show na Festividade de São Miguel Arcanjo, Largo de Nazaré – 21h Contatos e Informações

Telefones: (91) 8722-9502/ 9623-6878/ 8253-2798/8263-9738 Blog: www.campanhacarimbo.blogspot.com E-mail: carimbopatrimonioculturalBR@gmail.com Orkut: campanhacarimbo@gmail.com

quinta-feira, novembro 11, 2010

Velha Roupa Colorida Belchior

Em homenagem aos que pensam que a voz do novo, se rende por ameaças esdrúxulas!

Desce Tucano

No blog do Bessinha

PV punirá os seus infiéis, e o PT ???

Do Blog da Edilza Fontes
Li há pouco, no blog do Zé Carlos, que o PV abrirá procedimento na comissão de ética contra o deputado Deley Santos e o vereador Orlando Reis, segundo o blog, os dois parlamentares descumpriram o que foi deliberado na Convenção do partido, Zé Carlos, diz ainda que será dado amplo direito de defesa aos dois parlamentares.
No PT, tivemos também um caso de descumprimento do que foi deliberado no partido, é a situação do prefeito de Salinas - Wagner Curi, aliado político de Wladmir Costa e Simão Jatene. Em nota do jornal O Liberal, o prefeito foi acusado de aderir ao campanha de Jatene, no segundo turno.
Qual será o postura da direção do PT em relação a este caso e parabéns ao PV.

quarta-feira, novembro 10, 2010

CMB aprova gratuidade aos domingos no transporte coletivo

Otávio Pinheiro, vereador em seu 1° mandato destaca-se pelos projetos de cunho social e popular.

A Câmara Municipal de Belém nesta quarta-feira, 10/11, aprovou em unanimidade o projeto de autoria do vereador Otávio Pinheiro que concede gratuidade aos domingos no serviço público de transporte coletivo.

O projeto que representa uma contrapartida social das empresas de ônibus para a população de Belém foi aprovado mediante pedido de inversão de pauta. O líder petista agradeceu aos pares e se disse muito feliz em reduzir o prejuízo do povo de Belém em relação ao transporte público, referindo-se ao perdão da dívida de mais de R$ 80 milhões do ISS aprovado pela Câmara no ano passado. “A vida não é somente trabalho ou estudo, é também lazer e cultura, portanto este projeto vem contemplar a população de baixa renda que necessita se deslocar para as áreas de lazer e que muitas vezes se auxiliam do vale-transporte comprometendo o orçamento familiar”.

Fica previsto ainda no projeto de n°0400/2009, que a prestação do serviço gratuito seja realizada com a mesma freqüência dos demais dias. Ao Poder Executivo cabe agora, sancionar ou vetar a lei no prazo máximo de 30 dias.

Fonte: Blog do Vereador Otávio Pinheiro.

sexta-feira, novembro 05, 2010

As Outras Falas, por enquanto.

Emails e comentários impublicáveis, me indagam sobre minha avaliação sobre o processo eleitoral. Alguns em tom de provocação reinteram alfinetadas dizendo "teu blog só falta publicar receita de bolo e previsão do zodíaco". Os motivos que me levam à dar um tempo no ato de "por pra fora" o que percebo do status quo da política local é o fato de estar acumulado de tarefas e sem internet em casa, pois gosto de escrever diretamente na tela do Blogspot, sem concerto de nada, do jeito que sai da cachola vai pra web. Assim, deixo o blog por enquanto apenas com as outras falas da pólis, onde opiniões à cerca da política no Pará serão de outros, não deste blogueiro. No mais, continuo tuitando e lá, não refresco, como sempre! É só seguir: @JimmyNight.

Gabriel, O Pensador - Dança do Desempregado

SNC - Um marco.

Dia 09 deste meês vai à apreciação o Projeto de LEi da Câmara nº 56, DE 2010 (http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=96771)o qual institui o Plano Nacional de Cultura - PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais - SNIIC e dá outras providências. O Sistema Nacional de Cultura será um marco na política cultural brasileira no qual artistas, mercado cultural e todos que giram ao seu entorno e fora dele poderão pensar e agir na gestão da política pública de cultura no Brasil, independente da colaração partidária e seus grupelhos.

A escolha de Ana Júlia Carepa

Do Blog A Perereca da Visinha

Penso que há algumas avaliações bastante equivocadas sobre a derrota da minha xará, Ana Júlia Carepa, nestas eleições.

Creio que algumas pessoas andam a confundir os sintomas com a doença – e isso é tanto mais complicado porque estamos a lidar com um caso concreto.

Ora, diz-se que Ana perdeu por erros da Comunicação e de articulação política.

Mas tais erros – que existiram de fato – foram apenas as conseqüências, e não a causa.

A causa mesma foi a opção que Ana Júlia fez por sua corrente política, a Democracia Socialista (DS).

E isso foi uma escolha, não alguma coisa a que a tivessem obrigado, até porque ela é maior de idade e, presume-se, não padece de problemas mentais. Além disso, possuía poder suficiente para se livrar desse grupo a hora que bem entendesse.

Então, Ana Júlia fez uma escolha por aquilo que lhe pareceu, sabe-se lá por que, o mais importante.

E dessa escolha é que nasceram os erros da propaganda, da articulação política e de tantos outros setores essenciais à manutenção do poder.

Quem é que dava as cartas na propaganda? A DS. Quem é que dava as cartas na articulação política? A DS. À quem, em suma, pertencia a última palavra sobre os rumos e até sobre as eventuais mexidas no Governo? À DS.

Então, o xis da questão foi a escolha que a minha xará fez de delegar o poder a uma espécie de triunvirato.

Todo o resto não passa de conseqüência dessa opção.

O PT errou por não intervir decididamente nessa concentração do poder nas mãos da DS? É claro que errou.

E é um erro que não é assim tão simples quanto parece, já que tem a ver com a própria relação do partido com essas tendências minoritárias e sectárias.

Afinal, é a segunda vez que o PT se esborracha, ao chegar ao poder através de correntes assim – a primeira foi na capital.

Mas aí fica a pergunta: como intervir decididamente, dar “murro na mesa” de um governante? E como fazer isso sem que a emenda acabe se revelando pior que o soneto, em termos de desgaste perante a opinião pública?

E mais: como realizar uma articulação política com um mínimo de credibilidade, num governo que se transformou num monstro de duas cabeças, que ora puxa para um lado, ora para o outro?

Até porque, mesmo que se conseguisse encostar o governante na parede, ainda assim ele permaneceria como o detentor da caneta.

Sempre disse aqui que o problema genético desse governo foi o fato de Ana pertencer a uma corrente minoritária e sectária – e à qual ela sempre demonstrou uma fidelidade canina.

Ora, os tucanos governaram o Pará por 12 anos, com uma ampla base de sustentação e também fizeram campanhas a comandar coligações até mais amplas que a Acelera Pará.

E olhem que nas campanhas municipais o pau comia entre os partidos coligados na esfera estadual – até porque as campanhas municipais são o momento em que todo mundo tem mais é de se cacifar.

Mas penso que os problemas eventualmente vividos pelos tucanos no comando dessas coligações foram fichinha perto do que se viu nesse governo da DS.

Até porque Almir e Jatene – quer se goste ou não – eram lideranças reconhecidas pelas demais lideranças políticas; tinham, de fato, a última palavra sobre o que acontecia ou deixava de acontecer no governo.

Já esse triunvirato jamais foi – e nem poderia ser – reconhecido pelas lideranças políticas. Aliás, jamais foi reconhecido nem mesmo pelo PT. Afinal, sempre faltou a esses senhores o principal: o mandato, a delegação de poder, de milhões de paraenses.

Sem falar, é claro, na absoluta incompetência política desses senhores, e na arrogância, o ar “doutoral”, que não lhes permitiu reconhecer a experiência das demais lideranças, nem mesmo quando pertencentes ao próprio PT.

Não reconhecer tudo isso, é tentar tapar o sol com a peneira; é tentar passar a mão – talvez até por certa nostalgia – na cabeça da DS.

Mesmo a desastrada campanha política que sepultou os sonhos de reeleição de Ana Júlia Carepa tem por trás a folha corrida da DS.

Quem foi que, afinal de contas, escolheu e manteve até o fim a Link Propaganda? Um doce para quem adivinhar...

Já estava tudo perdido em junho? Não, não estava.

Pelo contrário: devido à ampla coligação que a apoiava e ao fato de deter a máquina federal e estadual, além de dezenas de prefeituras, a cidadã Ana Júlia Carepa era, de fato, a favorita dessa disputa.

Só quem nunca fez campanha política é que se assusta com rejeição – e ainda mais se o sujeito detiver a máquina.

Porque campanha política bem feita “ressuscita defunto”, quase que literalmente.

Parece pouco, mas esses três ou quatro meses são suficientes para transformar a imagem de qualquer pessoa da água pro vinho.

Mas para isso é preciso uma boa estratégia de marketing e um bom comando de campanha.

No entanto, até essa derradeira oportunidade de “ressurreição” acabou “sepultada” pela escolha de Ana Júlia.

Que lhe ornamentem o velório, portanto, as flores e as lágrimas de crocodilo da sua DS.

FUUUUIIIIIII!!!!!!!

PS: na caixinha de comentários da postagem anterior faço um comentário um pouco mais longo sobre os erros de campanha da Link Propaganda.

.............. Pra todos aqueles que nunca desistirão de lutar por um mundo melhor!

O significado político da derrota de Ana Júlia

Foto: Ag. Pará
Fábio Fonseca de Castro*
O governo Ana Júlia, como todos os governos, teve erros e acertos. Penso que os acertos foram mais numerosos e que alguns tiveram um caráter estruturante para o estado, mas também penso que os erros foram fatais.
Dentre estes, um dos maiores – e talvez o maior – foi, em algum momento, ter-se superestimado na sua dimensão histórica e, em função disso, ter-se acreditado autosuficiente no jogo partidário estadual. Sendo mais específico, ter-se esquecido que as condições históricas que permitiram a chegada de AJ ao poder não se deveram, exclusivamente, ao gradual crescimento do PT no Pará, eleição após eleição, mas sim à situação de polarização, das elites locais, em dois grupos: PSDB e PMDB. Não fosse essa polarização o PT, possivelmente, só alcançaria o governo do estado nestas eleições ou, ainda, nas próximas.
Por incômoda que fosse, tanto do ponto de vista ideológico como do ponto de vista programático, a aliança com o PMDB constituía um elemento de equilíbrio conjuntural. Subestimar esse equilíbrio significou perder consciência dos fatores limitadores que permitiram a antecipação de um governo do PT no Pará. Perder essa consciência, por sua vez, significou, em termos práticos, diminuir as condições de governabilidade e, posteriormente, de reeleição.
Essa leitura incorreta do processo repetiu-se em relação a outros aliados, eventuais, mas também necessários para garantir a governabilidade. Esses aliados poderiam ser mais ou menos incômodos, numa escala que ia do PPS ao PSB, passando pelo PTB, PV e PP. Apenas o PC do B, dentro do largo espectro de alianças do mandato, tendeu a certo equilíbrio. Tal como, aliás, as tendências petistas que compuseram o governo. Não que não tenha havido crises e que essas crises tenham deixados de ter impacto político, mas foram, afinal, situações mais facilmente dialogadas.
Penso que o fator intrigante, o fator que deve ser explorado e que pode ensinar muito sobre política e sobre as relações sociais de poder que nos envolvem – a todos nós, que fomos derrotados nestas eleições e, com toda a dignidade, devemos nos preparar para fazer uma oposição racionalizante e consistente ao novo governo – seria, de fato, indagar sobre a força, ou a dinâmica, que produziu esse erro, especificamente, dentre outros que se nos possam atribuir.
Em outras palavras: o que teria produzido essa ilusão de autosuficiência política?
Minha percepção é de que ela se deve a um feixe de três fatores. Em primeiro lugar, a persistência, no grupo político da Governadora, de certa pretensão à vanguarda. Trata-se de um fenômeno observável em muitos partidos de esquerda: um grupo de vanguarda passa a liderar e a centralizar o processo político, pretendendo-se mais capacitado para a decisão. Esse fenômeno parece ter-se repetido no governo AJ, embora não me pareça apropriado compreendê-lo como sendo a DS, a Democracia Socialista, tendência petista da Governadora, mas sim como parte da DS.
Falar em vanguarda de tendência ou partido é um mito consistente nas esquerdas, uma prática repetida reiteradas vezes ao longo da história, com resultados bons e maus e, certamente, foi um mito presente no mandato AJ, utilizado simbolicamente para legitimar o fluxo do poder.
Mas não o único mito. Há, em segundo lugar, ao lado dele, o segundo fator; uma outra mitologia, presente na história política de AJ: a idéia de que ela se basta a si mesma enquanto ser político. É um mito associado a sua simpatia e espontaneidade, e que se materializou com os primeiros sucessos políticos de AJ. Esse mito resulta numa prática meio subliminar de a considerarem um tanto maior que o PT e, em conseqüência disso, a lhe imprimirem uma imagem de autosuficiência política.
Quando ocupei a Secretaria de Comunicação do Governo apelidei essa tese de “teoria King Kong”. Era a idéia, indestrutível na mente do marqueteiro de AJ, Paulo Heineck, o PH, bem como dos colaboradores mais próximos da Governadora e dela própria, de que ela era maior e mais interessante do que o PT. A menção ao gorila hollywoodiano se deve ao mantra do PH de que AJ era “o King Kong” do filme dele, ou seja, o personagem total, máximo, capaz de apagar todos os demais personagens e de prevalecer em qualquer circunstância.
Sempre foi muito difícil trazer o PT para o centro da comunicação política da governadora e imagino que é isso que explica a estratégia de campanha adotada pela empresa que fez seu marketing político, a Link, e, sempre, pelo PH. Bem como, por outro lado, a persistente ação de afastar o publicitário Chico Cavalcante, militante histórico do partido e reconhecido pela habilidade em fazer campanhas petistas.
Um terceiro fator decorreria, penso, da simples manipulação, produzida no jogo político interno do governo, dos dois fatores anteriores – e talvez de outros – com vistas a explorar a intermitência programática e ideológica entre o PT e seus aliados. Pessoas cresciam ou caíam, nas intrigas palacianas, conforme fossem veementes na sua crítica aos aliados. Ao ponto de que isso, algumas vezes, tenha sido moeda de troca de circulação interna.
Por exemplo: considerando que o processo de ruptura com o PMBD se intensificou na crise do Hospital Ofir Loyola, como penso que ocorreu, não tenho como deixar de perceber que o que precipitou esse processo não foi, propriamente, uma “crise do Ofir Loyola”, mas a tempestade, num copo d’água, que se chamou “crise do Ofir Loyola”. Haveria crises reais para motivar uma ruptura, mas não necessariamente essa. O que a motivou foi, simplesmente, a luta interna, que nesse caso nem era com o PMDB.
Esses fatores, na sua interação, produziam uma zona esfumaçada na análise política do governo e, a meu ver, foram determinantes para a derrota do PT. Foram fatores que contribuíram para a construção de uma análise equivocada da conjuntura paraense. Sobretudo do processo histórico não imediato, mas que condiciona a realidade imediata.
A derrota da candidatura de AJ ao segundo mandato possui um significado político que merece ser analisado e levado em consideração para a organização das próximas batalhas eleitorais.
A primeira lição a lembrar é que as condições históricas do Pará, pelo caráter de suas elites e pela diversidade dos seus processos econômicos, demandam uma transição político-social mais lenta do que todos nós gostaríamos de planejar. Uma transição que seja demarcada por acordos táticos que garantam, em primeiro lugar, a governabilidade. E que possibilite a realização de um programa de governo básico – necessariamente fortalecido nas políticas que permitam a ampliação da autonomia social.
Outra lição que deve ser lembrada se refere ao próprio papel do PT na construção do governo. Pois, se o grupo de poder da Governadora produziu uma análise equivocada, o PT, com raros episódios contrários – alguns de ordem ideológica, protagonizados pela deputada Regina Barata e outros de ordem política, como os protagonizados pela deputada Bernadete ten Caten – sempre se calou e aceitou a análise produzida por esse grupo de poder.
Uma terceira lição se dá no campo da comunicação. A comunicação feita por um partido progressista, como o PT, não deve ceder às tentações de despolitização do debate e cair no lugar comum de que a política é feita por ímpetos individuais. Não é a pessoa que vale, mas o partido. Não a personalidade, mas o coletivo. Não a forma, mas o conteúdo. Obviamente que, em se tratando de pessoas como o presidente Lula, por sua magnitude e história, essa regra se quebra, mas isso não foi o caso no Pará ou mesmo em outros estados.
O PT tem um longo futuro no Pará. O governo AJ deixará avanços estruturais importantes que muito o dignificam. Espero que sejamos capazes de fazer uma oposição, como disse acima, consistente e racionalizante ao próximo governo. Porém, mais do que tudo, espero que sejamos capazes de, sempre com humildade, mas também com persistência, produzirmos um projeto político que vise o longo prazo, a duração, a transformação estrutural do Pará.
É em vistas disso que a derrota eleitoral de 2010 deixa ao PT uma lição política: a de governar sem perder de vistas a história, a conjuntura do longo prazo.
* Fábio Castro foi secretário de comunicação do governo Ana Júlia. É doutor em sociologia, professor da Faculdade de Comunicação da UFPA e pesquisador no programa de pós-graduação "Comunicação e Cultura na Amazônia".

Até o papa apoiou Serra

Por Mino Carta em Carta Capital.

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil.

Temos uma mulher na Presidência da República, primeira na história do Brasil. E que uma mulher chegue a tanto já é notícia extraordinária.

Levo em conta a preocupação do Datafolha a respeito da presença feminina no tablado eleitoral: refiro-me à pergunta específica contida na sua pesquisa, sempre aguardada com ansiedade pelo Jornal Nacional e até pelo Estadão. A julgar pelo resultado do pleito, Dilma Rousseff representa entre nós a vitória contra o velho preconceito pelo qual mulher só tem serventia por certos dotes que a natureza generosamente lhe conferiu.

Para CartaCapital a eleição de Dilma Rousseff representa coisas mais.

A maioria dos eleitores moveu-se pelas razões que nos levaram a apoiar a candidata de Lula desde o começo oficial da campanha. Em primeiro lugar, a continuidade venceu porque a nação consagra os oito anos de bom governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Inevitável foi o confronto com o governo anterior de Fernando Henrique Cardoso, cujo trunfo inicial, a estabilidade, ele próprio, príncipe dos sociólogos, conseguiu pôr em risco.

Depois de Getúlio Vargas, embora manchada a memória pelo seu tempo de ditador, Lula foi o único presidente que agiu guiado por um projeto de país.

Na opinião de CartaCapital, ele poderia ter sido às vezes mais ousado em política social, mesmo assim mereceu índices de popularidade nunca dantes navegados e seu governo passou a ser fator determinante do êxito da candidata.

A comparação com FHC envolve também a personalidade de cada qual. Por exemplo: o professor de sociologia é muito menos comunicativo do que o ex-metalúrgico, sem falar em carisma. Não se trata apenas de um dom natural, e sim da postura física e da qualidade da fala, capaz de transmitir eficazmente idéias e emoções. Lembraremos inúmeros discursos de Lula, de FHC nenhum.

Outra diversidade chama em causa a mídia nativa. Fascinada, sempre esteve ao lado de FHC, inclusive para lhe esconder as mazelas.

Vigorosa intérprete do ódio de classe em exclusivo proveito do privilégio, atravessou oito anos a alvejar o presidente mais amado da história pátria. Quando, ao dar as boas-vindas aos 900 convidados da festa da premiação das empresas e dos empresários mais admirados no Brasil, ousei dizer que o mensalão, como pagamento mensal a parlamentares, não foi provado para desconforto da mídia, certo setor da platéia esboçou um começo de vaia. Calou-se quando o colega Paulo Henrique Amorim ergueu-se ao grito de “Viva Mino!” Os fiéis da tucanagem não primam pela bravura.

Pois Dilma Rousseff teve de enfrentar esta mídia atucanada, a reeditar o udenismo de antanho em sintonia fina com seus heróis. Deram até para evocar o passado da jovem Dilma, “guerrilheira” e “terrorista”. Como de hábito, apelaram para a má-fé para explorar a ignorância de um povo que, infelizmente, ainda não conhece a sua história, e que não a conhece por obra e graça sinistra de uma minoria a sonhar com um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem demos.

Nos porões do regime dos gendarmes da chamada elite, Dilma Rousseff­ foi encarcerada e brutalmente torturada. Poderia ter sofrido o mesmo fim de Vlado Herzog, que os jornalistas não se esquecem de recordar todo ano.

Mas a hipocrisia da mídia não tem limites, com a contribuição da ferocidade que imperou na internet ao sabor da campanha de ódio nunca tão capilar e agressiva. E na moldura cabe à perfeição a questão do aborto, praticado à vontade pelas privilegiadas e, ao que se diz, pela própria esposa de José Serra, e negado às desvalidas.

Até o papa alemão a presidente recém-eleita teve de enfrentar. Ao se encontrar já nos momentos finais da campanha com um grupo de bispos nordestinos, Ratzinger convidou-os a orientar os cidadãos contra quem não respeita a vida, clara referência à questão que, lamentavelmente, invadiu as primeiras páginas, as capas, os noticiários da tevê. Parece até que Bento XVI não sabe que o Vaticano fica na Itália, onde o aborto foi descriminalizado há 40 anos.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Livre Pensar

A covardia coloca a questão: 'É seguro?' O comodismo coloca a questão: 'É popular?' A etiqueta coloca a questão: 'É elegante?' Mas a consciência coloca a questão: 'É correto?' E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta. Martin Luther King.

Dilma fala de aborto e se nem Cristo a derrotaria

Controle Social: O Desafio para a setor cultural no Pará

Eliomar Mazoco é capixaba arretado. É daqueles militantes da área cultural que nunca é morno, não deixa de dizer o que pensa. Suas críticas, muitas vezes incomodam até seus companheiros mais afinados, ou quem se identifica com ele, mas mesmo assim ele destila suas opiniões, seus descontentamentos e suas propostas ousadas e radicais, no termo exato do significado de "radical".

Conheci a figura no ano de 2004, quando o MINC e o Ministério do Trabalho, convocaram uma reunião para em Brasília eleger um conjunto de militantes da cultura popular que passaram a compor o Grupo de Trabalho que elaborou o CULTURAPREV, Fundo de Pensão para os trabalhadores da Cultura, entre eles, eu e Mazoco éramos os mais "injuados" do grupo.

Lá, uma das propostas que levamos ao limite da insistência foi o valor mínimo da contribuição mensal de R$ 25,00 para que uma mestre do Ceará, ou um carimbozeiro do Pará, ou qualquer outro artísta e/ou músico, cineasta, enfim, um fazedor de arte e cultura tivesse enfim, o direito à um Plano de Previdência Complementar Fechado através do vínculo associativo para os Trabalhadores da Cultura.

Infecunda em vários Estado da Federação por "n" motivos, o CULTURAPREV foi um marco na formulação de políticas públicas apartir da colaboração paritária entre governo e sociedade civil organizada.

Assim como o SUS, o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e o Vale-Cultura, bem como inúmeros outros processos que geraram políticas públicas, propomos muitas coisas positivas a partir do governo Lula e em outros Estados onde partidos progressistas tiveram chances de aplicar modelos de participação popular e Controle Social em suas gestões.

Outro dia, conversando com meu grande companheiro, o caboclo paraense de Santarém Novo, Issac Loureiro, que assim como Mazoco faz parte do Conselho Nacional de Cultura Popular, ouvi orgulhosamente sobre sua eleição e as tramas que andam aprontando, entre elas a força para fazer vingar a Campanha que visa transformar o Carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro.

O texto recém publicado por Eliomar Mazoco, cita o Pará como um dos 3 Estados brasileiros que estão com o Conselho Estadual de Cultura desativado, motivo pelo qual me faz tecer críticas à gestão de Edilson Moura, recém-eleito deputado estadual pelo PT-PA, e seu sucessor, o atual secretário de Cultura do Pará, Cicinato Marques, ambos assessorados pelo ex-secretário Estadual de Cultura do PT-Pa, Carlos Henrique, que entende da área, sem dúvida, mas não mexeu uma palha para fazer com que o governo Ana Júlia tivésse este crédito junto à classe artística/cultural.

Uma lástima que nem dá vontade de continuar comentando,. Resta lamentar e lutarmos para fazer valer o modo petista de governar vencer para que aceleremos no Controle Social e a participação democrática não seja vencida pela soberba de grupelhos.

Deixo com vocês, o artigo do amigo Mazoco, publicado pelo Jornal A Gazeta.

Conselhos de Cultura

A GAZETA

Eliomar Mazoco

Foi realizado em Salvador nos dias 31 de agosto e 1º de setembro passados, o Seminário Políticas Culturais, Democracia e Conselhos de Cultura, promovido por um núcleo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, que desenvolvem uma pesquisa sobre os Conselhos de Cultura no Brasil, de forma a elaborar indicadores, análises comparativas e cenários.

No seminário realizado com o apoio do Conselho Nacional de Políticas Culturais, foram apresentados os resultados da primeira etapa da pesquisa de dados referentes aos Conselhos de Cultura. Nele ficamos sabendo que das 27 unidades da federação apenas uma não tem Conselho formalmente (Rondônia) e três estão com os seus desativados (Pará, Tocantins e Paraná) situação que também experimentamos durante quase toda a década passada e a primeira metade do atual decênio.

A pesquisa apurou que, dos 23 Conselhos ativos, apenas oito têm uma composição paritária com equilíbrio entre sociedade civil e estado, sendo que outros cinco têm a maioria governamental. E que apesar de nove terem maioria da sociedade civil, muitas destas vagas são de escolha livre ou em lista tríplice do governador, o que compromete a paridade e aumenta a fragilidade da existência dos Conselhos, ficando exposto aos desejos do mandatário de plantão.

Assim, ficou realçada a importância da escolha dos representantes da sociedade civil, por meio de procedimentos democráticos e participativos envolvendo a sociedade organizada. Neste aspecto o Conselho capixaba teve um grande avanço, ao eleger os representantes da sociedade civil diretamente, sem lista tríplice, em assembléias setoriais das entidades culturais.

Outro aspecto realçado foi o exercício da presidência do Conselho. As pesquisas revelaram que cabe ao presidente a condução dos trabalhos e o caráter da sua atuação em relação aos seus preceitos para acompanhar as políticas públicas para a área. As oficinas entre membros de conselhos presentes revelaram que os conselhos presididos pelos secretários, geralmente travam os debates e as informações, relevando aos conselheiros um papel de fiador compulsório da política pública desenvolvida.

Infelizmente este é o caso do Espírito Santo onde o Conselho de Cultura, do qual fiz parte nos últimos dois anos, não vota, não aprecia, não debate objetivos e orçamento de nenhuma das políticas de cultura implementadas pelo Estado. Creio que isto precisa mudar e o novo governo poderia colocar a sugestão em sua agenda.

Por motivos como este 15 Conselhos estaduais elegem seus presidentes. Neste aspecto o novo Conselho capixaba deu um passo atrás. Pois o presidente do nosso Conselho já foi eleito, tendo sido ocupado por pessoas como Marien Calixte, Beatriz Abaurre, Paulo Bonates, dentre outros nomes ilustres, sendo estes os períodos de maior trabalho, ações, profusão e visibilidade do Conselho de Cultura do Espírito Santo.

Eliomar Mazoco é historiador, presidente da Comissão Espírito-santense de Folclore e membro suplente do Conselho Nacional de Políticas Culturais.

Carimbó Patrimonio Cultural 1.mp4

Mano Brown sobre José Serra

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...