quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Nota do PSOL pelo acordo na ALEPA

NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE PARAENSE
EM DEFESA DA AUTONOMIA DO LEGISLATIVO E DA TRANSPARÊNCIA

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), através de seu deputado Edmilson Rodrigues, coerente com suas posições programáticas de defesa das causas populares, declara não participar do amplo acordo patrocinado pelo governador do Estado para eleger o deputado Manoel Pioneiro (PSDB) à presidência da Assembleia Legislativa do Pará.

Esta composição da Mesa Diretora repetiu velhos vícios em que o governo do Estado transforma o Poder Legislativo em mero apêndice de seus interesses. É isso que está por trás da frenética troca de favores e de cargos públicos como moeda para sedimentar a aliança de partidos em torno do candidato ungido pelo Palácio dos Despachos.

O voto em branco do PSOL, portanto, está fundamentado nos seguintes princípios:
1-Autonomia do Legislativo, relação altiva com o Executivo e democratização da participação dos parlamentares.

O PSOL defende a garantia do direito das minorias, sem tratamento diferenciado entre parlamentares e bancadas e com garantia de funcionamento eficiente para as Lideranças Partidárias, inclusive com a pauta de votações sendo deliberada através de acordo no Colégio de Líderes, que deverá ter funcionamento regular e permanente.

2-Transparência do Legislativo, tornando efetivamente públicas todas as informações de sua gestão administrativo-financeira.

Dentre outras medidas, destaca-se a efetiva implantação do Portal da Transparência no sítio da Assembleia Legislativa, nos exatos termos exigidos pela legislação vigente, além da realização de sessões públicas para aprovar o Orçamento Anual do Legislativo e a Prestação de Contas anual da Mesa Diretora.

3- Protagonismo do Legislativo e ampliação da participação popular.

Um Poder Legislativo verdadeiramente autônomo é aquele que prioriza a discussão e votação de projetos de interesse da sociedade e, ao mesmo tempo, não abre mão de seu dever constitucional de fiscalizar os atos do Poder Executivo, recorrendo, caso necessário, a todos os instrumentos disponíveis, inclusive à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Na oportunidade, o PSOL reafirma sua disposição de construir, em conjunto com os movimentos sociais e com os mais amplos setores da sociedade civil paraense, uma forte oposição de caráter popular ao governo Simão Jatene, condição indispensável à superação da dramática crise social na qual o Pará está mergulhado.

Tá por demais!


Na foto recente do Governador Simão Jatene em companhia do prefeito de Belém, quem ajudou eleger e reeleger (Duciomar Costa), feita pelo celular do Secretário de Comunicação Ney Messias, o mesmo que criou a potoca do século, ao justificar a queda mais rápida da história de um secretário de Estado  (Sahid Xerfan) que deixou a SEEL por doença na família, disq!

Tá por demais!


Não tô me aguentando de vontade de gritar, de dizer bem alto para todos que votaram no atual governador Simão Jatene, que...

Não dá.

Não tem cabimento.

Não tem ninguém que mereça tamanha judiação com aqueles que votaram e principalmente, os que não votaram neste senhor que ocupa cargos relevantes na governança do Estado por quase 30 anos e reelegeu-se governador e ainda sim parece ignorar o termo NEPOTISMO, o qual em seu governo é regra ao invés de exceção.

Nem o Dudu que ele mesmo ajudou a eleger e reeleger foi capaz de tanta irregularidade em tão pouco espaço de tempo. Eu hein!

Não é gestão pública o que tem sido feito nos primeiros 32 dias da volta dos tucanos para o governo do Estado do Pará.

É nepotismo em tudo que é orgão estadual.

É potoca de secretário ficha-suja sendo afastado por motivo de doença na família.

É nomeação de servidores temporários e DAS's em atos secretos.

É empresário do ramo da comunicação sendo nomeado com DAS Especial II. 

E agora me aparecem com essa dispensa de licitação de mais de R$ 3 milhões e meio para a "emergente" contratação de empresas prestadoras de serviços de limpeza e fornecimento de merenda escolar na SEDUC.

E, se como se vivêssemos numa ditadura, num Estado de exceção, onde a imprensa, o Ministério Público Estadual, a OAB-PA,  parecem que não existem mais, foram amordaçados pela força do poder de mando do governador?

Assim não dá.

Mas já que Simão Jatene, depois de eleito abandonou as redes sociais - as quais, em campanha dizia valorizar, fica a pergunta:
Uma escola caindo, um hospital em situação precária, ainda vai, tudo bem, é legal.
Mas dispensar 3,6 milhões para serviços de limpeza e merenda escolar não é demais, suspeito, ilegal?

Nunca na história deste Estado houve tanta gente ficha-suja, nepotista e com predisposição à malservação do dinheiro público em tempo recorde, mostrando do que ainda são capazes caso as autoridades competentes continuem de braços cruzados.

Guinness Book, eis aqui um recorde!

A Esquerda e as Tecnologias da Informação - Parte III

 Frei Betto é autor de As Tarefas Revolucionárias da Juventude e Um homem Chamado Jesus entre outros bons livros.

Lembrei de que há 07 anos atrás, ouvi em Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial 2003, As Falas de Frei Betto alertando os Movimentos Sociais  que estes não deveriam se esmorecer pelo fato da vitória eleitoral de Lula. Foi enfático ao dizer que a luta deveria continuar, pois as pressões internas no governo, de  dentro do Congresso e dos diversos setores da sociedade (Latifúndio, Judiciário, Meios de Comunicação, etc.), eram imensas e intensas e o presidente Lula só conseguiria fazer políticas mais à esquerda, favorecendo os movimentos sociais, se a pressão desse lado fosse superior ou compatível. Assim, pedia que as manifestações continuassem, que não saíssem das ruas, que não achassem que o jogo já estava ganho só pelo resultado das urnas.

Com o episódio do dito mensalão, as forças da mídia corporativa e conservadora, extremamente poderosas, serviram de caixa de ressonância dos interesses mais escusos da elite e dos partidos de direita no Brasil que  utilizaram uma denúncia de caixa 2 na possibilidade concreta de  promoverem um golpe-branco no país e o processo de alienação intensificou-se deixando marcas até os dias de hoje.

No entanto, a política acertada e a inclusão social de milhares de Brasileir@s superaram a manobra comunicacional sobre a pseudo-ética conclamada pelos adversários do PT e Lula reelegeu-se por mais quatro anos, vindo eleger sua sucessora em 2010, demonstrando que a força e a sabedoria do povo  não foram destruídas e que é possível sonhar com um outro mundo possível, de forma democrática, socialmente justa e sustentável, mesmo que para isso seja necessário conhecer os motivos exposto na nota do PCB, quando do segundo turno das eleições passadas.

A Esquerda e as Tecnologias da Informação - Parte II

As passeatas pela meia-passagem em Belém na década de 80 iniciaram um processo de formação política da juventude que acabou vitoriosa com o direito assegurado no início dos anos 90.

Aos 13 anos, finalizando meu ensino fundamental e entrando no ensino médio, tive contato com lideranças dos movimentos estudantil de Belém quando a luta da meia-passagem era a bandeira de luta que agitava a cidade e naquela época comecei a perceber a necessidade de termos a compreensão da realidade social que nos cerca e da qual paradoxalmente somos protagonistas.


Além de fundamental para o processo de evolução social coletivo, a formação sociocultural e política dos jovens, requer empenho das gerações que hoje estão como pais e avós e conheceram as revoluções ao redor do mundo, presenciaram ditaduras e guerras, seja presencialmente ou através dos livros, filmes, rádios e a própria TV, que completa 75 anos de existência.


Para que o twitter, facebook e demais redes sociais sejam utilizadas  como instrumentos de comunicação voltados à educação, formação política e ao processo de mobilização social para as novas bandeiras de luta deste século, necessitaríamos primeiro romper com a alienação de toda uma geração, tanto de brancos com de negros e mestiços, de ricos e pobres, de oftalmologistas e sindicalistas, pois a alienação priva, ignora e prevalece o ter pelo ser, o obter pelo conquistar e dá resignificação às coisas, aos bens de valor e não à informação, esta, uma verdadeira arma revolucionária deste século, ainda pouco utilizada para a guerra contra a burrice, o domínio e a exploração capitalista.



Mas o que aconteceu com os camaradas de luta no Brasil e principalmente no Pará, que ainda não estão debatendo suas idéias com as novas gerações, como fazia até bem pouco tempo atrás? Será que a eleição de Lula e os avanços foram paradoxalmente negativos para a manutenção da luta, da organização sócio-política como víamos e fazíamos parte outrora?

A Esquerda e as Tecnologias da Informação - Parte I


Ultimamente tenho exercitado pelo twitter e Facebook, um ativismo político mais denso e crítico do que por aqui pelo blog. Tal opção se dá pelas vantagens que o rei dos micro-blogs oferece. Além do que muito do que você escreve lá, além de ser diretamente encaminhado para um roll de pessoas que o seguem por identificação/opção, o twitter é uma espécie de messenger onde acabamos encontrando pessoas que estão on-line e isso acaba gerando uma interação que ainda inexistente nos blogs convencionais.

Ontem, comentava com amigos na Marambaia, de que a imensa maioria dos ativistas políticos de esquerda, lideranças do movimento popular, sindical, das ONG's, enfim, a  turma dos movimentos sociais, não utiliza as ferramentas de comunicação disponíveis.

Tal constatação me angustia mas é o retrato da exclusão digital, que pode ser considerada um dos efeitos nocivos de anos de exclusão social que muitos lutadores foram e outros continuam submetidos. 



Fico imaginando se meus/minhas amig@s e companheir@s de luta, de todos os segmentos sociais, muitas vezes chamados de minorias sociais, estivessem presentes nas redes sociais, opinando, divergindo, fomentando e debatendo temas oriundos de sua realidade. Ah, o Twitter não seria o mesmo, não seria mesmo...


Lembro que parcela significativa de um público que só fala de academia, comenta novelas, prega morte aos nordestinos em SP e pede votos para os big brothers, entre outras bizarrices constantes nas redes sociais, é a mesma que ignora a história, a geopolítica e os temas relevantes do século passado e as mudanças de paradigmas que  forjaram este processo de evolução tecnológica que hoje desfrutamos.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

A Marambaia, o Cinema e o Fórum Social Mundial

Da Marambaia à África: O cinema social presente

Nesta terça-feira (01/01), a praça Tancredo Neves, será palco da 1ª Reunião  Aberta do MOCULMA em 2011, onde serão tirados os últimos encaminhamentos para a tão esperada Mostra de Filmes do II Festival Internacional de Cinema Social - FEST-FISC, cuja segunda versão acontece, simultaneamente, em Dakar (Senegal) e em Belém, durante os dias 8, 9 e 10 de fevereiro de 2011, mais precisamente na praça Tancredo Neves, bairro da Marambaia.

Atividade cultural autogestionada do Fórum Social Mundial, aberto para todos os formatos, tecnologias e linguagens, o FEST-FISC, recebeu filmes das mais diversas origens e propostas estéticas e não tem caráter competitivo: todos os seus participantes recebem “Menção Honrosa”.
 

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Tudo que é sólido desmancha no ar... literalmente


No Blog do Professor Arroyo.

Refletindo sobre o desabamento do prédio Real Class, neste fatídico 29 de janeiro de 2011 – mais uma vez o 11... – e tendo chegado ao cúmulo de ficar feliz porque aconteceu antes que meu primo Beto se mudasse para lá, onde comprara um apartamento no 30° andar, caí em mim e conversando com amigos acho que dá para entender o porquê das coisas.

Antes de mais nada vale o registro da reação da grande imprensa. Além de se aproveitar comercialmente da tragédia, também se preocupou com seu anunciante, mais uma vez em detrimento de seu leitor.

Quem me chamou atenção disso foi o jovem David Carneiro, que brilhante e crítico registrou a primeira manchete do grupo ORM “Chuva provoca desabamento em Belém” – ou mais ou menos isso (ele vai postar isso no blog dele o (tribunadodavi.blogspot.com). Ora, se chuva for motivo de desabamento de prédio em Belém, estamos todos soterrados e não sabemos. Pode parecer mero surto de inveja dos jornais cariocas diante do faturamento com o desastre que as chuvas provocaram no Rio de Janeiro, já que aqui chove muito mais. Mas é flagrante a imediata tentativa desvia o foco da responsabilidade da construtora e dos agentes públicos que deveriam fiscalizar a obra.

Depois foi a vez do Diário do Pará, que animado pela acirrada concorrência, não quis perder nem no item “publicação de manchetes absurdas” e estampou “Falha geológica pode ter causado desabamento”, dando crédito técnico ao engenheiro calculista da obra que, na verdade, o único cálculo que estava fazendo era de como tirar o “seu” da reta... Aí eu me lembrei que sou geólogo. E mesmo um não praticante, como eu, sabe que estamos em uma bacia sedimentar recente onde isso não ocorre. Além disso, como uma falha geológica, quase sempre quilométrica,  poderia ocorrer e “vitimar” por sorteio apenas uma edificação???

Na verdade, mais uma vez o anunciante venceu o leitor que pensa que paga para ser informado do que acontece, quando na verdade está pagando para ser formatado segundo interesses de outros, com recursos econômicos para isto.

Então o que é mais provável que tenha acontecido?

Minha suposição é que como qualquer construção, mesmo um prédio, não é feito só de cimento, tijolo, vergalhão e outros materiais visíveis. O Real Class, também é produto de uma construção que envolve valores morais e éticos, práticas sociais e políticas determinadas por relações econômicas e toda uma cultura introjetada na sociedade pelo nosso “modo de produção” que na verdade é o nosso modo de vida.
Portanto, é mais provável que tenha ocorrido a combinação de fatores como:

1)    A busca irracional pelo rebaixamento do custo dos produtos que campeia as metas de rentabilidade estabelecidas pelos capitalistas, sem que isso se converta em vantagem econômica para os consumidores, levando a matérias primas de menor qualidade; redução da compra do volume de materiais necessários; contratação de mão-de-obra cada vez mais barata e, por isso, quase sempre menos qualificada; diminuição do número de trabalhadores, sobrecarregando os que são contratados e por aí vai.

2)     A formação cultural dos consumidores que, fora o preço, não se organizam para cuidar dos itens acima, boiando entorpecidos na maré das fantasias e lacunas emocionais calculadamente trabalhadas psicologicamente pelo marketing e pela compreensão edonista de que a felicidade é proporcional ao conforto material.

3)    A estrutura pública que o contribuinte sustenta com o pagamento de seus impostos diretos e indiretos, supondo que paga para que esta estrutura o proteja, quando, na verdade, paga para que os outros, aqueles que têm pode econômico, possam usufruir benesses e vantagem sobre os contribuintes pela cultura da corrupção que supostamente pode fazer com que eventualmente desde o fiscal até o gestor maior sirvam não a todos os cidadãos, mas aqueles que os “gratificam” por fora de seus salários, criando na prática cidadãos com níveis de exercício de direitos proporcionais a sua posição econômica.

4)    A formação cultural dos cidadãos e cidadãs, que não se organizam para exercer Controle Social sobre o Estado, disputando o orçamento público e monitorando sua execução na ponta.

5)    A cumplicidade do histórico do judiciário que também sopesa a influência econômica dos agentes envolvidos no conflito. Quem nos demonstra isso é a memória cidadã de José Varela que nos lembra do que aconteceu em episódio semelhante: “a queda do espigão "Real Class" levanta a tragédia do edifício "Raimundo Farias", que parecia sepultada há 30 anos nos arquivos do judiciário esquecida por detrás da cortina de propaganda imobiliária ávida de lucros e espaço "nobre" numa ilha de novos ricos promovida pela devastação da Floresta Amazônica e outras tragédias socioambientais, cercada de violência e pobreza por todos os lados”

E, outro dia conversando com o inteligente e instigante arquiteto Flávio Nassar, pró-reitor de Relações Internacionais da UFPA, ouvi atento que se em 1989 havia caído o muro de Berlin, símbolo do socialismo soviético, que serviu de objeto para semanas de reportagens e outras matérias na grande mídia, em 2008 outro muro (Wall) de mesma, ou maior importância, havia ruído em 2008 com a grande crise financeira iniciada no sub-prime americano, que também fez com que a solidez do sistema financeiro mundial desmanchasse no ar. Falava Nassar do “Muro da Rua” ou Wall Street. Só que desta vez, nossa mídia não repercutiu nem 20% do que veiculou sobre Berlin – seria mais uma vez a força dos anunciantes?

O livro “Tudo que é sólido desmancha no ar” é um ensaio sobre a aventura da modernidade segundo seu autor, Marshall Berman. Foi lançado em 1982 e, apesar do título reproduzir uma metáfora usada por Karl Marx para expressar que a sustentação do capitalismo estava justamente em vigas meramente ideológicas e simbólicas, foi amplamente utilizado, principalmente pela esquerda crítica ao modelo bolchevique do partido comunista russo, quando da queda do muro de Berlin em 1989, mesmo sendo feito de concreto e vergalhão, como símbolo do desmoronamento do império soviético.

O mesmo raciocínio serve para Wall Street, como ícone do mundo capitalista, não é mesmo?

Bem,... o que estamos esperando???

www.professorarroyo.blogspot.com - Siga, Comente e Recomende.

domingo, janeiro 30, 2011

O Prédio que desabou em Belém

No http://asfalasdapolis.wordpress.com/

A foto mostra o antes e o depois do local onde ocorreu o desmoronamento do Edifício Real Class que  começou a ser construído em 2008 e seria entregue até o final de 2011 mas veio à baixo na tarde deste sábado (29/01) em Belém-PA.

Saldo: 04 operários desaparecidos e um morador visinho da obra.

“A trajédia poderia ser muito maior se tivesse ocorrido em um dia de semana quando cerca de 100 operários trabalham no local”, afirmou o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil do Pará, Sr. Aílson Cunha que denunciou que em 2010 morreram 10 opérarios da construção civil em Belém e que as condições de segurança são precárias além de que a convenção entre os  trabalhadores e as empresas da construção civil prevê que as empresas informem o sindicato das jornadas extras nos fins-de-semana, o que não é praticado em Belém e também não foi respeitado neste triste fato.

Foto de @Sergio_Veludo

Oposição no Congresso é a mais faltosa

No http://asfalasdapolis.wordpress.com/



Efraim Morais faltou a uma de cada quatro sessões durante a legislatura. Ele foi o senador que mais faltou sem apresentar justificativa.
Um ex-presidente do Senado, o líder e o presidente do principal partido de oposição do país. Um ex-integrante da Mesa Diretora suspeito de contratar fantasmas, um suplente mais conhecido pela cabeleira do que por sua produção legislativa, uma governadora recém-empossada e um senador que canta pagode gospel.

Esses são alguns dos perfis dos dez senadores que mais faltaram às sessões reservadas a votação no Senado na última legislatura sem apresentar justificativas. Eles deixaram de dar explicações sobre os motivos de 526 faltas registradas entre fevereiro de 2007 e dezembro de 2010 e justificaram outras 644 ausências por meio de licenças.

Ninguém faltou mais sem justificar nos últimos quatro anos do que o ex-primeiro-secretário da Mesa Efraim Morais (DEM-PB). Nesse período, Efraim faltou uma em cada quatro sessões deliberativas. Das 116 ausências acumuladas por ele, 67 não tiveram apresentação de justificativa. Depois de fracassar nas urnas em outubro, o parlamentar foi agraciado com a secretaria de Infraestrutura da Paraíba. No Congresso, ele tinha até o início do ano 66 servidores comissionados sob suas ordens. Uma investigação em curso apura denúncias de que ele teria contratado funcionários fantasmas.

Leia a matéria completa no Congresso em Foco.

A volta do blogger merece uma Cerpa para comemorar?

Uma Cerpa pra comemorar!?


Bem-vind@ ao blog As Falas da Pólis em sua versão WordPress.

É certo que você estranhe quase tudo por aqui. É que estamos de casa nova.
É isso mesmo. Depois de duas semanas tentando de tudo que é jeito recuperar meus quatro blogs no Blogger, desisti de ficar no aguardo e partir pra outra.

Meus leitores já me cobravam via email, Facebook, MSN, Orkut e até por SMS, informações pelo sumiço do endereço https://www.diogenesbrandao.blogspot.com, deletado da minha conta google de forma misteriosa e ainda estou sem conclusões de como isso aconteceu.

Confesso que tenho dificuldade em deixa de pensar nos incalculáveis prejuízos se eu realmente perder todas as informações, matérias, fotos e artigos por mim produzidos ou reproduzidos de outras fontes, naquele blog.

Entre os blogs de política no Pará, As Falas da Pólis sempre foi muito polêmico, sendo muitas vezes acusado de vazar informações do PT – por este que escreve, ser filiado aquele partido.

Pioneiro entre os blogs de militantes petistas, mantive insenção e ética no trato das notícias que abordavam as administrações, seja deste ou daquele partido, mas tenho lado, concepção e política na cabeça desde os 13 anos e por isso defendo conceitos, mandatos, gestões e pessoas que acredito.

Orientado pelo espírito do alemão Hans Magnus Enzensberger, meu blog foi e continuará sendo uma trincheira libertária, seja contra a ignorância de uma parcela significativa da chamada “esquerda” – que preconceitua sobre a liberdade de expressão e o uso dos meios de comunicação – e/ou , principalmente, contra os inimigos da classe trabalhadora. Como dizia Cazuza: “A burguesia é a direita é a guerra”.

A verdade é que As Falas da Pólis não se propõe a fazer jornalismo investigativo – por mais que eu goste – e só repercute informações que já são de domínio público, e por ser democraticamente crítico, integrantes do PT que assumiram o governo do Estado do Pará -  entre 2007/2010 – também eram citados em postagens que cobravam o modo petista de governar, as políticas públicas com controle social e participação popular e ética no trato da coisa pública, porque não?

Foi nele que dediquei mais de 4 anos com postagens,  muitas  das vezes ácidas, outras  elegantes, insuportáveis, reveladoras…Algumas, cheias de erros gramaticais e/ou ortográficos, mas pra mim o que mais importava é que era lá que eu me expressava, colocava pra fora sentimentos, interpretações do status quo, fazia guerra com alguns e fomentava a paz entre outros e, paradoxalmente, era repreendido e incentivao,  elogiado e difamado, mas sobretudo, reconhecido.

Posso dizer com toda a segurança, que depois da primeira postagem, nunca mais fui o mesmo. De um simples morador da Marambaia, lancei-me ao mundo, pelos bytes do meu blog.

Volto com uma disposição de não ser nem mais nem menos “injuado”. Farei a mesma coisa que fazia no antigo, mas cabe chamar a atenção para o fato de que mudei a URL, ou seja, o endereço do blog, que ao invés do meu nome, ganha agora seu próprio nome e sobrenome.

Tal medida é um ato de reconhecimento deste criador de que a criatura me superou e essa era a idéia inicial.

Bom, está amanhecendo e eu quero deixá-lo com a postagem que considero a volta triunfal do blog, mesmo que seja escrito por outro blogueiro, neste caso o jornalista Paulo Henrique Amorim, que reproduziu uma postagem do blog Amigos do Presidente Lula, que traz à tona, o processo que envolve o atual governador Simão Jatene com um esquema de corrupção nas eleições de 2006 e ainda pode ser considerado ficha-suja e perder seu mandato, recentemente conquistado no Pará.

É por causa de coisas assim que estou de volta!

Boa leitura!

Governador do Cerra enfrenta escândalo da Cerpa

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Antes e depois da catástrofe no RJ

O G1 disponibiliza imagens de Nova Friburgo antes e depois da destruição.


Clique aqui e veja.

Caetano Veloso - Livros

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.


Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.


Letra: letras.terra.com.br
Vídeo: youtube.com

Belo Monte: não é tarde demais

A Cultura no PSDB e no PT - Parte I

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade."

Paulo Chaves o egocêntrico tucano de penas douradas e bico de diamante, permaneceu secretário de Cultura na era tucana (1994/2006), retomando novamente a pasta na gestão de Simão Jatene. Megalomaníaco, arquitetou uma das obras mais super-faturadas da história política do Pará - A Estação das Docas - onde se deu o direito de colocar uma foto sua em frente ao Teatro Maria Silva Nunes, um abuso sem tamanho, desfeito no início da gestão petista de Ana Júlia em 2007.

Se houve uma área que a gestão tucana em 12 anos (Almir/Jatene) tenha sido marcada por críticas contundentes em todas as regiões do Estado foi a cultura. Foi  justamente na área cultural que os tucanos sofriam acusações de promoverem uma política excludente, centralizadora e elitista. 

O termo cultura elitista ganhou força com a adequação dos galpões da CDP para a Estação das Docas, projeto encabeçado pelo então secretário de Cultura Paulo Chaves, recém empossado no cargo pelo governo reeleito de Simão Jatene.

Paulo Chaves foi um dos poucos secretários que sobreviveu aos 12 anos da era tucana, pausada em 2006 com a vitória petista de Ana Júlia. O racha entre PSDB e PMDB possibilitou com que as críticas feitas ao tucanato fossem amplificadas pelos instrumentos de comunicação de Jader Barbalho, o Sistema RBA de comunicação, que controla emissoras de rádios, TV, portal na web e o jornal Diário do Pará, um dos maiores em número de leitores no estado, segundo o IBOPE.

Com a pecha de “Estação Dondoca” e o ar-condicionado para borboletas, as obras idealizadas por Paulo Chaves que unificariam espaços culturais e de turismo, foram desgastadas pelos apresentadores e radialistas à mando de Jader Barbalho e a opinião pública e o PT reforçaram o tom de sátira contra aquilo que soava como uma afronta à realidade dos postos de saúde, escolas, equipamentos de segurança e todas deficiências naquele fim de gestão tucana.

O descontentamento dos profissionais da área cultural eram latentes e eram mais visíveis entre as entidades, grupos e indivíduos do ramo artístico-cultural. Até a pseudo-valorização do erudito em detrimento do popular era contestada pelos músico da orquestra sinfônica do Teatro da Paz onde o salário de cada profissional era irrisórios R$600,00, vindo à ser corrigido no governo Ana Júlia.

Expressões como o boi-bumbá, a Bicharada, os Pássaros juninos entre outros eram simplesmente alijados do roll de apoio da SECULT. Uma visão discriminatória julgava quais eram os grupos/indivíduos que seriam agraciados com cachês em programações oficiais, gravações de CD/DVD e apoio e financiamento de projetos. Exemplos podem ser citados como Nilson Chaves - agraciado agora como o novo Superintendente da Fundação Cultural Tancredo Neves - CENTUR), Marco Monteiro, Lucinha Bastos, Arraial do Pavulagem, Almirzinho Gabriel (filho do ex-governador Almir Gabriel) e outros abençoados pela visão de que eram artistas valorosos e a imensa maioria não.

 Nilson Chaves que com o apoio intransigente à candidatura de Almir Gabriel em 2006, após sua derrota pegou o Ita e ficou no ostracismo por 4 anos, voltando agora pulsante para comandar o CENTUR na 2ª gestão de Simão Jatene.

Com a chegada da corrente de Ana Júlia (DS) à SECULT os ares mudaram e elegeram-se outras prioridades. A Fundação Cultural Curro Velho por exemplo foi “descentralizada”, ou seja, suas oficinas e atividades chegaram ao interior do Estado. Ainda que fosse ínfimo, o ato simbolizou para muitos o início de uma nova era onde não só as programações, grupos e artistas e produtores culturais de Belém estariam contemplados, mas as demais regiões também.

Em breve, a 2ª parte.

Concursados + Governo: Nada x Nada

“Caro Barata,
 
Na reunião que tivemos na Casa Civil, Zenado Coutinho afirmou que o governador Simão Jatene, poderia, a qualquer momento, contingenciar recursos dos órgãos do governo, inclusive da Defensoria Pública, para suprir necessidades do Estado, em decorrência da grande dívida deixada pelo governo anterior.

Lembro, inclusive, que, para ilustrar a necessidade de se remanejar recursos de um órgão para outro, ele usou como exemplo um fato havido quando assumiu a presidência da Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará. Disse que um dos seus primeiros atos, teria sido a doação de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) para que o governador recém empossado Almir Gabriel, pudesse adquirir veículos novos para a Policia Civil".

José Emílio Almeida, presidente da ASCONPA (Associação dos Concursados do Pará), militante filiado ao PSOL, em email enviado ao blog do Barata em tom comemorativo, afirmando a disposição do governo Simão Jatene em contigenciar recursos de órgãos estaduais, como da Defensoria Pública, para resolver o "problema" das nomeações dos concursados que aguardam ávidos para ingressaram no Estado.

Na opinião do blog, Emílio soube ser um severo opositor ao governo petista, o que é comum e típico por ser militante de um partido que disputa votos e militantes com o PT mas amenizar a crítica aos tucanos e sair de cabeça baixa, sem qualquer definição concreta de quantos, quando e como os concursados irão ser nomeados e sequer sem data de uma nova reunião com o governo para tratar do assunto é no mínimo demonstração que a luta de uma categoria é muitas das vezes utilizada como correia de transmissão de interesses partidários.

O movimento comunitário morreu?‏

 
Mais chuva em Belém, hoje. Velhas e novas inundações em todos os bairros da capital, mais e novos prejuízos aos moradores, que perdem móveis, eletrodomésticos, e isso sem falar nos riscos de contaminação por doenças graves.

Isso me remete aos anos 80, aqui em Belém. inundação nas baixadas de Belém sempre existiu. Mas por que, passados tantos governos, esses problemas parecem se agravar? Por que não vemos mais as enormes manifestações populares que, naquela época, invadiam as ruas e praças e exigiam reforma urbana, saneamento, moradia e transporte público de qualidade para todos? Exigia-se, também, democracia, liberdade, pois vivíamos, até 1984, sob os ditames dos governos militares - o último deles foi João Figueiredo.

Lembro que, nos meus nove anos de Jurunas, vivi e acompanhei o movimento comunitário. Ele era forte, atuante, tinha líderes representativos, pessoas dignas e dedicadas, que de fato acreditavam nos movimentos sociais como instrumento político de transformação. Pessoas como Gafanhoto, Luís Braga (soube que ele faleceu, no final do ano passado, o que muito me entristeceu), Leontila, dona Luzia, Izabel, Zé Maria, Cândido (também falecido) e Trindade, entre tantos, fizeram história na luta por direitos básicos de cidadania, como moradia, transporte público, saneamento, etc. A Cobajur (Comunidades de Base do Jurunas) era a principal referência entre as entidades.

A luta pelo loteamento e urbanização da antiga Radional, que abrigava a então cavalaria da PM, foi das mais memoráveis. Iniciada em 1980, ela representou uma das maiores conquistas do movimento comunitário do Jurunas. À frente, as entidades comunitárias locais. Para unificar as lutas do bairro, seus líderes criaram um conselho comunitário. Foi seu estágio mais elevado de maturidade política.

Em Belém, dezenas de entidades faziam o mesmo em outros bairros. A Comisão dos Bairros de Belém (CBB) congregava os movimentos comunitários e se empenhava em juntar as dezenas de entidades. As campanhas pelo direito de morar lotavam ruas e praças da cidade. O palco principal era a Praça Dom Pedro II. E houve conquistas importantes, como as melhorias no transporte público, saneamento básico, moradia, água,...

Hoje, esses problemas continuam, e temos a sensação que eles se agravaram, principalmente pela expansão desordenada da cidade e pela omissão dos governantes. E isso é comprovável. Água continua sendo problema para milhares de belenenses, as áreas de invasão se multiplicaram, mas com moradias precárias, sem água potável, ambientes degradáveis e insalubres, sem drenagem e pavimentação.

Mas há diferenças entre esta realidade e aquela dos anos 80. Hoje, prevalecem as manifestações pontuais de moradores, principalmente as de protesto contra a violência no trânsito, falta de água potável, violência urbana(inclusive a praticada por policiais). Mas estas não vão além do fechamento de ruas, da queima de pneus e madeiras e entulhos. São movimentos espontâneos, sem qualquer organização, sem qualquer entidade puxando a manifestação, sem consequência mais expressiva. Na maioria dos casos, fica o protesto pelo protesto, apenas o xingamento contra o prefeito, o(a) governador(a), vereadores. E acaba nisso.

Cadê a CBB e outras entidades gerais que puxavam os movimentos sociais de Belém? Que fim levaram os seus líderes de então? A maioria era ou se filiou ao Partido dos Trabalhadores ou a outros partidos ditos de esquerda. A proximidade e/ou a tomada do poder político por esses partidos levou o movimento comunitário e seus líderes à alienação politica? O movimento comunitário praticamente deixou de existir, pelo menos na forma combativa e aguerrida que se via nos anos 90.

Belém sofre com a falta de planejamento, com a precária distribuição de água, com a falta de drenagem e pavimentação nos bairros periféricos; a população sofre com inundações e prejuízos, com os péssimos serviços de saúde, com uma educação pública de resultados sofríveis, com transporte público de qualidade ruim, com coleta de lixo ineficiente, com trânsito caótico, ... A lista é grande.

Mas não há ninguém, nenhum partido ou qualquer entidade que catalise essas demandas populares e as transforme em campanhas por melhoria da qualidade de vida da população, em movimentos de cidadania. O que aconteceu? O movimento comunitário morreu?

Este texto está ficando grande demais. Vou parar por aqui e esperar que algum interessado queira discutir as questões aqui levantadas.
 
José Maria Piteira
Jornalista - MTE/DRT/PA Nº 888

quinta-feira, janeiro 13, 2011

O que ela disse

Ana de Hollanda em sua posse dia 03.01.2011.

 "Visões gerais da questão cultural brasileira, discutindo estruturas e sistemas, muitas vezes obscurecem – e parecem até anular – a figura do criador e o processo criativo. Se há um pecado que não vou cometer, é este. Pelo contrário: o Ministério vai ceder a todas as tentações da criatividade cultural brasileira. A criação vai estar no centro de todas as nossas atenções. A imensa criatividade, a imensa diversidade cultural do povo mestiço do Brasil, país de todas as misturas e de todos os sincretismos. Criatividade e diversidade que, ao mesmo tempo, se entrelaçam e se resolvem num conjunto único de cultura. Este é o verdadeiro milagre brasileiro, que vai do Círio de Nazaré às colunatas do Palácio da Alvorada, passando por muitas cores e tambores."

Ana de Holanda, Ministra da Cultura em seu discurso de posse citando o Círio de Nazaré como uma das expressão cultural brasileira à ser valorizada em sua gestão.

Jader, o Gazeteiro


Do Site Congresso em Foco.



Um grupo de deputados caminha para o final do mandato com uma marca pouco lisonjeira. São os dez parlamentares que acumularam maior número de faltas na Câmara durante toda a legislatura. Na média, eles não estavam presentes em quase metade dos 422 dias com sessões reservadas a votações no plenário ocorridas entre fevereiro de 2007 e dezembro de 2010. Três deles mais faltaram do que registraram presença.


A lista dos deputados que menos compareceram ao plenário na atual legislatura é composta por representantes de nove estados e oito partidos políticos. Encabeçam a relação os deputados Nice Lobão (DEM-MA), Jader Barbalho (PMDB-PA), que renunciou ao mandato em novembro, Vadão Gomes (PP-SP), Ciro Gomes (PSB-CE) e Marina Magessi (PPS-RJ). Marcos Antonio (PRB-PE), Miguel Martini (PHS-MG), Fernando de Fabinho (DEM-BA), Silas Câmara (PSC-AM) e Alexandre Silveira (PPS-MG) completam o ranking dos dez parlamentares que somaram mais ausências nos últimos quatro anos. De todos, apenas três foram reeleitos: Nice Lobão, Silas Câmara e Alexandre Silveira.


Em tese, faltar a uma sessão deliberativa implica corte no salário. Mas, na prática, os parlamentares pouco sentem o peso de suas ausências no bolso. Das 1.862 faltas acumuladas por esses dez deputados, 1.713 (92%) foram abonadas pela Câmara, com a apresentação de justificativas, como problemas de saúde e compromissos políticos. Só 149 das ausências ficaram sem explicações, ou seja, sujeitas a desconto.

Os dados fazem parte de levantamento exclusivo do Congresso em Foco com base em informações oficiais da Câmara. Como as razões aceitas pela Casa vão além dos problemas de saúde, a pesquisa considera as ausências justificadas e as ausências sem justificativas. Os motivos apresentados por cada parlamentar, porém, não são divulgados pela Casa. Para saber as razões das faltas, o site entra em contato com os próprios parlamentares, que apresentam suas explicações. Desta vez, no entanto, nenhum dos dez retornou o contato feito pela reportagem.

Sem explicação

Entre os dez deputados mais ausentes, Jader Barbalho foi quem acumulou mais faltas sem justificativas. O deputado renunciou ao mandato em 30 de novembro do ano passado, alegando que protestava contra a decisão da Justiça eleitoral que barrou sua candidatura ao Senado com base na Lei da Ficha Limpa. Jader faltou a 216 (61,4%) dos 422 dias em que houve sessão deliberativa. Deixou 45 das ausências sem explicações.

O peemedebista tenta na Justiça provocar nova eleição para o Senado no Pará. Mesmo ausente, o paraense controlava no ano passado um orçamento de mais de R$ 7 bilhões por meio de afilhados políticos nos governos federal e estadual, conforme mostrou o Congresso em Foco.  Em relação às justificativas de suas ausências, ele nunca retornou os contatos feitos pelo site.

Depois de Jader, quem menos justificou suas faltas no grupo dos dez menos assíduos da legislatura foi Ciro Gomes. O ex-governador do Ceará, que não disputou as eleições de 2010, esteve presente em 224 (54,4%) dos 412 dias com sessão deliberativa de que deveria ter participado. Ele justificou 147 ausências e deixou 41 sem justificativa. Ciro também nunca retornou ao site para explicar suas ausências justificadas. O terceiro colocado em faltas sem justificativas, entre os dez que menos compareceram ao plenário na legislatura, foi Marcos Antonio. O pernambucano deixou 18 faltas sem explicações.

De saúde a “caô”

O levantamento sobre a assiduidade parlamentar é realizado pelo site a cada seis meses. Em reportagens anteriores, alguns dos dez deputados que menos compareceram ao plenário chegaram a justificar suas ausências. Nice Lobão e Miguel Martini, por exemplo, explicaram que suas faltas ocorreram por problemas de saúde.

Dos 422 dias de sessões deliberativas em plenário em toda a legislatura, Nice Lobão compareceu apenas em 182 delas (43,1%). Em agosto do ano passado, a parlamentar contou ao Congresso em Foco que problemas na coluna e no joelho a impediam de ir às sessões plenárias. A justificativa foi referente às faltas no primeiro semestre de 2010. Mas em anos anteriores a parlamentar também figurava entre os mais ausentes.

No caso do deputado Miguel Martini, 65% de suas ausências ocorreram no ano de 2009. Ao site, em fevereiro do ano passado, o parlamentar explicou pessoalmente que, naquele ano, havia se submetido a um tratamento de quimioterapia, tendo ficado seis meses em recuperação. Ao todo, Martini teve 169 ausências em sessões plenárias durante toda a legislatura. Todas as faltas foram justificadas.

A deputada Marina Maggessi também justificou a maioria de suas faltas. Mas, ao menos em relação às ausências de 2009, a parlamentar não havia faltado por problemas de saúde. Marina justificou que, como presidente da Comissão de Segurança Pública, lhe era garantida a “prerrogativa” de não ir ao plenário. Em reportagem publicada em fevereiro de 2010, Marina considerou que presença em plenário era “caô”, uma gíria usada para designar algo falso, enganação.

“O meu partido vive em obstrução. Aquele plenário não me atrai. Não vejo nada de produtivo naquilo, é uma mentira aquele voto em plenário, estou falando isso de coração”, criticou a deputada. “Voto em plenário é ‘caô’, uma expressão que a gente usa muito no Rio”, disse Marina.

Os dez deputados mais ausentes foram procurados por e-mail e por telefone para esclarecer suas ausências. Como nenhum deles retornou o contato, o Congresso em Foco reitera que os deputados podem procurar o site a qualquer tempo para apresentar as suas justificativas.

O que ele disse

“Quero mesmo é percorrer o Estado, recompor as forças; manter o cacife político e principalmente continuar trabalhando em defesa de nosso povo”

Paulo Rocha em resposta às especulações de que o ex-deputado e senador eleito (mas não empossado) está se pautando por cargos federais, sendo que o PT nacional o quer atuando como articulador político nacional e o mesmo faz questão de reorganizar o PT, os movimentos sociais e a esqueda no Pará para os futuros desafios.

O governo Jatene e as eleições de 2012

No Blog do Fábio Castro.


Prosseguindo a série que prometi aqui, passemos a alguns novos comentários. Em primeiro lugar, em relação aos movimentos do governo (perdão, interregno) Jatene concertes ao campo eleitoral que começa a ser desenhado visando as eleições municipais de 1012.
No que se refere à prefeitura de Belém, ao que parece, o governo vai fingir trabalhar com duas opções durante certo tempo, a “solução interna” (Zenaldo Coutinho, impulsionado pela Casa Civil) e a “solução externa” (Arnaldo Jordy, do PPS). Fingir porque, em termos práticos, ninguém trabalha duas candidaturas, para o mesmo cargo, ao mesmo tempo. A conveniência do “ fingimento” significa ganhar o tempo necessário para minar a candidatura Jordy, provavelmente com apoio do PMDB e do seu grupo de comunicação. Se funcionar, Zenaldo sai candidato. E não deve estranhar que Zenaldo seja chefe da Casa Civil. Alguns perguntam: Jatene vai cometer o mesmo erro que Ana Júlia cometeu? Bom, é que, aos olhos da direita, botar Cláudio Puty na Casa Civil foi uma estratégia que deu certo, e eles querem, inconfessamente, repetir… A conjuntura do primeiro semestre de 2012 vai levar à decisão sobre essa candidatura e sobre essa conjuntura pesam alguns fatores naturais: a pressão do PMDB em torno do seu próprio candidato, as relações do governo com com a prefeitura e o papel do prefeito Duciomar Costa (mais que seu partido).
Já no que se refere a Ananindeua, parece que se terá um confronto inconciliável do PSDB com o PMDB. A conciliação seria um acordo de espaço hoje imponderável. Do lado do governo, o deputado Manuel Pioneiro, e do lado do parceiro-adversário, a continuidade do poder da família Barbalho, que tem no município, hoje o segundo colégio eleitoral do estado e terceira maior cidade da Amazônia, seu espaço de poder mais pronunciado. O candidato do PMDB poderia, por exemplo, ser o deputado Chicão, que goza de total confiança dos Barbalho. Se compusesse uma chapa com o PR, do ex-vereador do município e, hoje, também deputado estadual, Eliel Faustino, teria um candidatura altamente competitiva. Ambos, afinal, tiveram o apoio do prefeito Helder Barbalho.
Por sua vez, a eleição para Santarém passará pelo vice-governador, Helenilson Pontes (PPS), que, ao que tudo indica terá um papel politico real, ao contrario do pitoresco Odair Corrêa, o vice de Ana Júlia. Helenilsson poderá ser candidato, mas isso não é certo. Mais provável é que se cacife, para pleitear, mais tarde, a deputação federal, por meio da operação simbólica de ungir o candidato do governo à prefeitura do munic’ipio. Isso equivale a escolher entre Alexandre Von (PSDB) e Lira Maia (DEM), muito mais provavelmente o primeiro. Mas Santarém é governada pelo PT. Apesar da avaliação pesada, hoje em dia, da prefeita Maria do Carmo, há a força do partido no munic’ipio e a força da máquina municipal. E do lado do PMDB, não sendo impossível uma dobradinha com o PT, há o nome, sempre lembrado, de Antonio Rocha.
Já Marabá está na mira de dois deputados estaduais – João Salame (PPS), Tião Miranda (PTB) – e de um federal, Asdrúbal Bentes (PMDB). Os dois ultimos deixaram as cadeiras para as quais foram eleitos para herdar secretarias no governo Jatene: Tião a secretaria de Obras Públicas e Asdrúbal a secretaria da Pesca. O PT tende a uma candidatura fraca, diante desses nomes. Fala-se na vereadora Toinha, apoiada pela deputada estadual Bernadetre Ten Caten. Mas o ponto vetorial da eleição é a posição que vai ocupar o atual prefeito, Maurino Magalhães (PR), que não pode se reeleger. O nome apoiado por ele receber’a um pouquinho mais que o impulso da máquina local.
Para Altamira, prevê-se mais um ponto de desequilíbrio entre PSDB e PMDB, o primeiro com a candidatura de Wandenkolk Gonçalves e o Segundo com a de Domingos Juvenil, pai do novo deputado estadual Ozório Juvenil, que assumiu a vaga deixada por Chicão Melo quando assumiu a secretaria de transportes do governo.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Pra Jatene Nepotismo em seu governo Pôoode!

Vejam só: a primeira medida da Secretária de Estado de Administração, Alice Viana Soares Monteiro, foi nomear seu marido, Adelino Carvalho Monteiro, para responder pela Diretoria de Gestão da Política de Saúde Ocupacional do Servidor da SEAD, a contar de 04.01.2011.

Um atento leitor fez a denúncia aqui no blog, na caixa de comentários do post Paralisia institucional.

Pois agora vejam a pérola produzida pela Secretaria de Estado Comunicação, em resposta:  

“O servidor Adelino Carvalho Monteiro, Psicólogo e Economista, é servidor de carreira da SEAD e assumiu a Diretoria de Gestão da Política de Saúde Ocupacional do Servidor – DSO - sem nenhuma remuneração adicional, além do seu vencimento como servidor da referida Secretaria. Essa medida, de aproveitar os quadros técnicos das Secretarias neste momento, vem na direção das deliberações do Governador Simão Jatene em conter custos e fazer o Estado andar.
Grato
Secom-Governo do Pará

Outro comentarista de imediato postou:

Súmula Vinculante N° 13 do Supremo Tribunal Federal (Nepotismo)

Veja o que diz a Súmula.

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal
”.

Ora, não é preciso ser especialista para perceber que os princípios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência no serviço público foram jogados às favas pela distinta secretária.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...