quarta-feira, maio 25, 2011

Terra de Negro






A falta de políticas públicas específicas é um dos motivos para a demora na regularização fundiária de territórios para os povos quilombolas, levando em consideração esse fator, o Deputado Estadual Chico da Pesca (PT) solicitou uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, que acontecerá no dia 27 de Maio de 2011. 


O último levantamento feito pelo ITERPA mostra 401 comunidades quilombolas identificadas no Estado. Somente 118 são tituladas e possuem seu território delimitado pela a mesma instituição. Esta foi uma das razões que motivou o Deputado Estadual Chico da Pesca, a solicitar uma  Audiência Pública para debater esta situação.

A Audiência Pública contará com a presença da Dra. Ivonete Carvalho, atual Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais, que representará a Ministra Luiza Bairros  da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República e terá como tema principal o processo de regularização fundiária, a titulação das áreas quilombolas tanto no âmbito Estadual quanto Federal. 

A audiência também discute o georeferenciamento das terras quilombolas, que trata do levantamento de dados, cálculos, análises e tornar suas coordenadas conhecidas num dado sistema de referência, e os arranjos produtivos para os quilombolas, isto é, um apoio produtivo: como agricultura, pecuária e qualquer outra ajuda necessária. 

 

Foram convidados para a Audiência Pública os representantes do ITERPA, SEMA, SAGRI, IDEFLOR, SPU-PA, MDA, INCRA, MPF, AGU, MPE, SEJUDH, SUDAM, e entidades populares e ONGs que abordam a temática.

Fonte: ASCOM - Chico da Pesca.

Petista é à favor da CPI e do Ato contra a Corrupção


Adalberto Aguiar é dos poucos vereadores que se manifestou favorável à CPI na ALEPA.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Belém (CMB), vereador Adalberto Aguiar (PT) está apoiando a "Caminhada Contra a Corrupção, pela Vida e pela Paz", iniciativa da OAB-PA. A caminhada acontecerá neste sábado, 28, a partir das 9h.

A concentração será no Largo da Trindade em frente ao prédio da Ordem. A caminhada, que tem expectativa de reunir cerca de 10 mil pessoas, será até a sede da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

Adalberto já se pronunciou na tribuna da Câmara repudiando as irregularidades na Alepa. 

“Infelizmente, são desvios como os encontrados naquela Casa pela Polícia Federal, Civil e pelo Ministério Público que prejudicam a reputação de toda a classe política”, lamenta Aguiar.

Segundo investigação, são 18 anos de abusos do dinheiro público, que apontam indícios de envolvimento de seis ex-presidentes da Assembleia Legislativa. Adalberto lamenta que um povo tão carente de saúde, transporte, coleta de lixo, moradia, lazer e educação, padeça com a falta de políticas públicas devido ao desvio de milhões para o benefício de um grupo, uma quadrilha que jamais deveria estar à frente da política no nosso Estado.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Vereador.

Nota de Dilma pelo falecimento de Abdias Nascimento

"O Brasil perdeu hoje um dos seus maiores líderes no combate a discriminação racial. O escritor, jornalista e parlamentar Abdias Nascimento foi, ao longo de toda a vida, um influente defensor dos direitos dos afrodescendentes e promotor da causa da igualdade racial. Sua atuação incansável contribuiu para a definição de importantes marcos institucionais na luta contra o racismo no Brasil e para a consolidação de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade. Ao lamentar sua perda, transmito à família de Abdias Nascimento meu sentimento de sincera solidariedade. Estou segura de que seu legado continuará a inspirar a todos nós, brasileiros, a perseverar no caminho da igualdade e da justiça."

Dilma Rousseff, Presidenta da República.

terça-feira, maio 24, 2011

À favor ou contra?


No Jornal O Liberal desta terça-feira, 24 de Maio de 2012.

Chega de Impunidade!

Tombou mais um defensor da Floresta

"Vivo da floresta, protejo ela de todo jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora. Porque eu vou para cima, eu denuncio os madeireiros, os carvoeiros e, por isso, eles acham que eu não posso existir. A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes, querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a irmão Dorothy, querem fazer comigo. Eu posso estar hoje aqui conversando com vocês, daqui a um mês vocês podem saber a notícia que eu desapareci."  Zé Cláudio.
Zé Cláudio Ribeiro vivia na Amazônia produzindo castanhas através do Projeto da Reserva Extrativista Praia Alta, em nova Ipixuna do Pará, próximo do Município de Marabá. 

Em uma palestra emocionante durante o TEDx Amazônia, ele contou como é constantemente ameaçado por madeireiros e carvoeiros devido às denuncias que faz. Foi por conta da ação desses grupos que a cobertura de floresta nativa local passou de 85% em 1997 para pouco mais de 20% nos dias de hoje.

Citando Chico Mendes e Irmã Dorothy, dizia-se várias vezes ameaçado de morte. Em Dezembro num evento da TEDx Amazônia num fórum internacional que discutiu como tema a qualidade de vida no planeta, voltou a prever seu assassinato que hoje aconteceu, junto com sua esposa.

A Veja informa que os ex-ministros do Meio Ambiente que reuniram-se há pouco com Dilma Rousseff para tratar da votação do Código Florestal relataram a ela a morte do líder camponês.Surpresa, Dilma, determinou ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que dê apoio às investigações sobre a morte do casal.

Assista o vídeo onde Zé Cláudio afirma que vai morrer:

domingo, maio 22, 2011

O Tacacá





O TACACÁ¹ 


Vera Mogilka²

"O tacacá, toma-se? bebe-se? sorve-se? saboreia-se? Não, O tacacá  deseja-se, de repente, como se deseja uma mulher, como se deseja retornar ao amor da adolescência.

O tacacá possui o toque agudo da  saudade. A memória de seu sabor salgado e ardente assalta-nos sem  aviso, em pleno dia, em determinadas horas de distração. Naquele  momento involuntário de repouso quando, por fim ao cair da tarde sobre  o rio, respiramos. Certo e pequeno instante, dezenas de sugestões  cruzam a mente. Todos os atos gratuitos e cheios de graça da vida: uma  criança correndo na grama, braços em repouso e um regaço, mãe  amamentando o filho, avião acendendo e apagando as luzes na bruma da  noite, navio singrando a baía, luar úmido sobre igarapés - vontade de  tomar tacacá. Desejo de tacacá. Porque, para tomá-lo, é preciso, antes  de tudo, um ritual.

 É preciso que seja ao anoitecer. Ainda não de todo noite completa;  ainda não dia findo. Àquela hora semi-crepuscular, indecisa e feminina  quando, por fim, o céu se envolve de um azul-cinzento intenso ou  aquela chuva antes da saída da lua. É preciso que estejamos cansados, tão fatigados que nada nos afigure mais necessá­rio, naquele momento,  do que tomar um tacacá. Nem o bate-papo informal com o amigo. Nem o  café no Central. Nem o olhar à mulher que passa. Apenas, a pro­cura, a  única procura por um tacacá, com pouca pimenta ou muita e bem quente.

 Depois, é preciso que haja um banco. Tacacá toma-se sentado para que o  corpo repouse e possa se entregar completamente ao prazer de saboreá-lo. Porque o tacacá é extremamente absorvente. Quando bem feito, o que ocorre pouco. Pois fazê-lo e tomá-lo é uma arte. É preciso, também, que a noite desponte ao chegarmos junto ao carrinho  de tacacá. E comece a chover, levemente. Faça algo de frio, algo de úmido. O que não é difícil em Belém.

 Depois, como estamos cansados e  queremos esquecer, esperamos. Uma paciência longa e calma, até que a  dona do tacacá termine por prepará-lo. De preferência que seja em  Nazaré ou olhando a Igreja da Trindade. É preciso que o tucupi seja  leve, amarelo-canário e novo. Que a goma bóie no líquido, espalhada  por acaso e se mostre apenas por alguns instantes; que não haja muita folha; que os três ou quatro camarões sejam médios, nem grandes demais ou minúsculo e somente uma parte deles apareça, a ligeira carne rósea a deixar-se entrever, adivinhar-se na cuia olorosa. Depois, é preciso que haja sal e pimenta de cheiro, mas não em demasia; o suficiente  para nos queimar a alma nos primeiros goles e reanimar o corpo; então  renascemos para a noite e a alegria novamente nos habita. O suficiente  apenas para desvanecer seu fervor após esses primeiros goles e tornar-se depois, uma presença quente, já quase uma memória, na ponta  da língua.

 É preciso saber tomar o tacacá. Aos primeiros sorvos integralmente seu  calor, sua salinidade, seu gosto de mar quente, de arbusto e molusco que os lábios experimentam fugidiamente. É preciso que o jambu e os  camarões pousem lentamente no fundo da cuia e venham à boca, por si mesmos, sem o auxílio dos dedos. É necessário que não sejamos interrompidos. Apenas um aceno de cabeça aos conhecidos que passam. Um filtro mágico que se bebe em silêncio e solidão. Somente a comunicação imperceptível com a tacacazeira: feiticeira moderna numa terra onde as lendas ainda sobrevivem em um mundo que se materializa  inexoravelmente.

 Chegados ao fim do tacacá, é preciso que o mesmo ainda se conserve morno, assim como o fim de um amor. Jamais frio. Não existe nada pior do que um tacacá frio. É como champanhe sem gelo. Neste momento tomaremos contacto real com as grandes porções maternais de goma penetradas pelo tucupi e pela amargura das folhas. Há sempre um gato gordíssimo perto do carro de uma tacacazeira. Ele comerá,
 displicentemente, as cascas de camarão que atirarmos ao chão. A cuia  está vazia.

 Agora, o mais importante: jamais repetir o tacacá, na mesma noite. A segunda cuia nunca devolverá o sabor da primeira. O primeiro tacacá daquele dia é único, autêntico, original, insubstituível como o gosto  do primeiro beijo. Como a primeira entrega de amor. Porque os tecidos de nosso cansaço e de nossos desejos são satis­feitos. Porque foi necessário todo um dia infrutífero e todo um sol de toda uma chuva  para alcançá-la. Todo o equívoco das relações humanas, toda a falta de  solidariedade, de cortesia, de amizade e de comunicação com os outros.

 A decep­ção será fatal se arriscarmos um segundo, fiéis à gula. É  preciso permitir-se um resto de fome, um resto de desejo para o dia seguinte, um resto de tristeza intransferível. Quando a baía abrir suas margens de musgo para recolher as asas do dia; quando a lua  surgir em seu halo de chuva; quando chegarmos ao fim de nossas tarefas  cotidianas, então, novamente, sentiremos na ponta da língua a subtaneidade acre do tucupi. Paraenses, não vos espanteis com essa narrativa. O que, para vós é  banal e acessí­vel desde a infância, para um sulista é um mistério, uma surpresa e um inédito prazer. Muito comum é o visitante de outro Estado que vem a Belém pela primeira vez e olha, desconfiado, aquele grupo de pessoas ao redor de um carro de tacacá. Os movimentos das mãos da tacacazeira lavando as cuias e servindo-as, Os utensílios tos­cos, rudimentares. O turista, cheio de suspeitas e de teorias  anticépticas, recusa-se a prová-la com argumentos de falta de higiene.  Procura máquinas a vapor que sequem automaticamente as cuias. Busca  torneiras reluzentes de onde jorre um tucupi sintético e insosso; e só  encontra aquela magia indígena, obscura, incons­ciente perante a qual recua porque seu coração não possui mais raízes fixas no mistério da  natureza. Porque não é mais um homem natural.

 Paraenses, vós desconheceis vossas próprias riquezas. Dia chegará a  que o gi­gante levantará a grande cabeça de florestas de seu berço esplêndido e o Brasil será redescoberto (não mais pelos portugueses).  O tacacá deixará de ser um usufruto particular e banal. E, em clima frio e chuvoso como o de São Paulo será servido à noite, entre centenas de sessões de cinemas super luxuosos.   Milhares de tacacás industrializados, produzidos por intrincados mecanismos de alumínio e aço. E o mistério amazônico perder-se-á para sempre. Será recolhido ao  coração de alguma floresta ainda virgem, porém, impenetrável e densa.  Lá onde os homens não possam mais capturá-lo e bebê-lo,  distraidamente, sem amor e sem ritos. Lá onde, enfim, seu selvagem sabor repouse intacto e inacessível no bojo do tempo.

 ¹ - Crônica publicada dia 16 de fevereiro de 1964, no jornal "A  Província do Pará" , editado diariamente em Belém do Pará.

 ² - VERA MOGILKA, turista gaúcha, retratou de modo interessante o  Tacacá em diversos dos seus aspectos.

Esta crônica foi transcrita no livro “A mandioca na Amazônia”, de  autoria do engenheiro agrônomo Milton Albuquerque, pesquisador do Instituto Agronômico do Norte, hoje Embrapa, em Belém do Pará, em  1966.


Enviado ao blog pelo grande camarada José Varella. 

Conheça-o:

http://resistenciamarajoara.blogspot.com/

"Nossa vitória não será por acidente"

CPI na ALEPA, faltam 2 votos. Vote Também!

Propondo-se a reunir a maior quantidade possível de notícias, matérias, artigos e demais informações sobre os desdobramentos das investigações das fraudes da ALEPA, o blog Não Alopre na ALEPA traz uma clipagem da semana com tudo que foi noticiado nos jornais locais sobre o epsódio.

Gabriel Guerreiro a 11ª assinatura pela CPI da ALEPA.

O blog vai crescendo assim como a campanha deslanchada por este para coleta de assinaturas favoráveis à instalação da CPI para apuração das denúncias de desvio de recursos públicos da Assembléia Legislativa do Pará, transforma em casa de noca pelos ex-presidentes e alguns comparsas.

Um jornal local nos informa que o Deputado Hilton Aguiar (PSC) foi o 12º parlamentar à assinar da CPI da Coorrupção na ALEPA. Pelas contas da oposição, restam apenas mais duas assinaturas para a CPI ser instalada o que poderá ocorrer após a reunião do PR que se reúne esses dias para bater martelo sobre o tema.

Faça você também a sua parte assinando aqui o abaixo-assinado para pressionar os deputados à assinarem a CPI da ALEPA e conheça o blog, o Facebook e o twitter da campanha CPI Já!

O Jornal de Jader e suas contradições: Escândalos da Alepa e Falsas Insinuações

No blog Proposta Democrática.

Por José Trindade (Professor da UFPA; Editor do PD13 e Ex-Secretário de Fazenda)

Na estória do Pará os episódios históricos estão cheios de gente de pouca personalidade e responsabilidade. Considero necessário responder as mentiras do jornal de Jader, sabendo o quanto tristes figuras da nossa história respondem de forma permanente por seus interesses elitistas.

Respondo a seguir todas as insinuações e mal quereres de figuras que todos na sociedade paraense conhecem!

Vale, ainda, considerar que o que está por trás ou pela frente das matérias “ jornalísticas” do Diário do Pará são os escândalos da Alepa. Vale ainda reforçar que esses senhores, juntamente com os senhores do PSDB não assinam e nem assinarão a CPI pela ética na Alepa e, portanto, estarão sempre em busca criar novas ou requentadas notícias que desviem a atenção da opinião pública de suas questionáveis ações.

Extratos da ALEPA são entregues ao MPE

"Somos totalmente favoráveis para que possam ser apurados tudo o que for necessário para que os culpados paguem pelos seus erros do passado"
Manoel Pioneiro ao entregar os extratos bancários da Assembléia Legislativa do Pará de 2004 prá cá.
Resta agora saber se o Banpará já entregou as suas cópias, estas sim, demostrarão o rastro dos desvios e marmotas aprontadas pelos deputados que se revezaram na presidência da casa nos últimos anos, além de seus comparsas.

Leia+

ORM x RBA: A guerra nada santa

Os donos das duas maiores empresas de comunicação do Estado do Pará, ambas controladoras de jornais, emissoras de TV, rádio e portais na internet, protagonizam novamente uma guerra midiática em torno de denúncias mútuas, onde esquemas de corrupção são explorados pelos veículos de imprensa que os grupos familiares dispõem.

Com direito a ofensas pessoais e de baixo calão, a porrada reiniciou com a matéria do Jornal Diário do Pará que noticiou as informações trazidas à público pela jornalista Cássia Medeiros, (TV RBA de Jader), presente no tão esperado depoimento de Rômulo Maiorana Jr, à Polícia Federal, nesta quarta-feira (18), quando depois de faltar três chamadas da justiça, adentrou o prédio da 4ª vara da Justiça Federal em Belém, num carro peliculado, cheio de seguranças.

Rominho fotografado no prédio da Justiça Federal minutos antes de seu depoimento no processo que se estende por 11 anos.

A notícia foi divulgada pelo jornal Diário do Pará na quinta-feira (19) e afirma que Rômulo Maiorana Jr. teria jogado a culpa tudo que a justiça apura, em Ronaldo Maiorana seu irmão e o principal acionista na sociedade quem ambos tinham criado e fundado a empresa Tropical Indústria Alimentícia S/A (Refrigerantes Fly), denunciada por crime contra o sistema financeiro, no valor de R$ 4 milhões, que seriam desviados via financiamento da SUDAM.  .

Afirmar que o herdeiro das ORM teria dito ao juiz que a "culpa" dos atos indignos seria do irmão foi a gota d’água para que a guerra entre os impérios voltasse à força total com direito à editorial na capa de O liberal na sexta-feira (20) sob o título "Um Safado e sua safadeza", publicado por este blog com o título "O Sujo e o Mal Lavado".

Logo, a resposta de Jader foi dizer que o pití de Rominho teria sido resultado de uma TPM, ironizando o concorrente no espaço do editoral do Diário do Pará do sábado (20) e segue nos comentários de dezenas de radialistas, apresentadores de TV e demais jornalistas do sistema RBA.

O Liberal por sua vez, traz neste domingo, um caderno especial chamado "Dossiê Jader" com 11 páginas que reviram de pernas pro ar, a vida pregressa do concorrente e inimigo mortal.

O dossiê não refresca a cara de ninguém da família do desafeto e respinga óleo quente na deputada federal Elcione Barbalho (ex-esposa), no prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (filho) e José Priante (primo), pré-candidato à prefeitura de Belém nas eleições de 2011, além de estampar a histórica foto de Jader, algemado pela Polícia Federal em fevereiro de 2002.



Siga-me no twitter e acompanhe o desdobramento desta e de outras gerras nada santas: @jimmynight.

sexta-feira, maio 20, 2011

As Falas pela CPI


"A CPI é um ato político de apuração de responsabilidade, por isso é necessário que a própria ALEPA apure e faça a punição dos que atentaram contra a função do Poder Legislativo de zelar pela coisa pública."

Ibraim José das Mercês Rocha, ex-Procurador Geral do Estado, ao assinar a Petição Pública On Line.

Assine também, aqui

O sujo e o mal-lavado



Depois da carta de Hélio Gueiros ao Jornalista Lúcio Flávio Pinto esta é a declaração de guerra mais piegas que já ocorreu na história do jornalismo paraoara. Tudo por uma dipusta de poder, dinheiro e corrupção de ambos os lado, no meio, você leitor que ainda comprar esses jornalões e alimenta-os.


"Um safado e sua safadeza" no Editorial do Jornal O Liberal que se diz o melhor do Norte.


Ontem, mais uma vez, fui vítima de uma imprensa vagabunda, cujo dono é por todos conhecido: um 'ficha-suja', canalha, sem-vergonha, safado, chantagista, corrupto e ladrão teve a audácia de colocar meu nome em estórias que desrespeitam o próprio Judiciário Federal, inventando que culpei meu irmão Ronaldo por atos praticados numa indústria de sucos, até porque ele não fez nada de errado. A indústria detém a liderança do mercado, gera 250 empregos diretos e 150 indiretos, paga seus impostos em dia e tem a União devendo 70% do projeto.

Invoco o testemunho do nobre juiz federal Antonio Carlos Campelo para provar que em nenhum momento fiz qualquer tipo de acusação contra meu irmão Ronaldo, a quem defendo com a própria vida, como toda a minha família. Tive o cuidado de alertar o nobre juiz de que a presença na sala de uma repórter da Rede de Corrupção da Amazônia - RCA - iria fazer com que fossem publicadas mentiras a meu respeito e sobre minha família. Não deu outra coisa.

O corrupto e seu grupo querem jogar a lama que produzem onde não existe lama. Dizem que meu pai era contrabandista. Ora, se ele foi contrabandista, foi para dar comida a sete pessoas, a sua família, e não para tirar a comida de sete milhões de paraenses, como faz esse ficha suja sem-vergonha, que vive hoje mendigando um mandato que levou fora do pleito, sem ter condições morais e legais de participar. Respeite os mortos! Respeite meu pai que, quando vivo, quase todo dia o recebia e ao seu pai pedindo dinheiro ou pedindo para trocar cheques, que tenho guardados até hoje. Sem fundos, é claro. Esse safado e seu jornal vagabundo se dizem o “jornal da família paraense”, mas não respeitam as famílias. Nós sempre respeitamos as famílias do Pará, inclusive a desse corrupto.

O enterro de meu pai Romulo Maiorana foi o maior que o Estado já viu. Nem o do general Barata foi igual ao dele. Mas o seu, 'ficha-suja', certamente será a 'solidão dos crápulas'. Não terá nem a presença da meia dúzia de 'puxa-sacos' de sua companhia pois terão vergonha da posteridade. Tenho dez processos contra esse crápula e seu jornal na Justiça do Pará, que não conseguem andar. Um deles, no Tribunal de Justiça do Estado, já recebeu a suspeição de cinco desembargadores. Vou acabar tendo que levá-lo para o Amapá ou o Maranhão para poder conseguir justiça.

Nós de O Liberal não usamos a venda de jornal para lavar dinheiro. Não usamos também a venda de classificados para lavar dinheiro. Vivemos de vender jornal e classificados; esse é o nosso negócio. Tudo o que nós temos está no Imposto de Renda. Não é como a empresa dele, a Rede de Corrupção da Amazônia, que não tem conta-corrente em bancos, utiliza empresas de factoring de outros estados para manobrar suas operações com dinheiro vivo e paga funcionários com assessorias em cargos públicos, ou através de permutas tiradas à força ou chantageando o empresariado. Não temos emissoras ancoradas em contratos de gaveta, como ele fez com a família Pereira, em Santarém, que vai perder a retransmissora da Rede Globo na região por causa das tramoias dele.

O ex-governador Hélio Gueiros, quando no poder, me revelou que tinha documentos comprovando que a RCA fora comprada ao empresário Jair Bernardino por 13 milhões de dólares. Como é que pode, um homem que vivia na porta do meu pai pedindo dinheiro ou trocando cheques e, dois mandatos depois, compra uma emissora de televisão por US$ 13 milhões? Não há Receita Federal que aguente!

Esse safado consegue colocar na rua diariamente o que existe de pior na imprensa, sem credibilidade. Tão sem credibilidade que manteve no expediente, durante dois anos, um editor-chefe morto, que era deputado - Carlos Vinagre - e gozava de imunidade. Até hoje, tem medo como o diabo da cruz de botar num título a palavra corrupção. É a marca do dono, claro, que não admite concorrentes. Para citar dois exemplos do 'jornalismo' da RCA, tem-se o silêncio sobre todo o processo de fichas-sujas e mais a roubalheira na Assembleia Legislativa. Tentam segurar uma CPI que fatalmente vai revelar que o dinheiro roubado foi utilizado na campanha do canalha para o Senado.

Não tenho medo de ladrões, como ele, de seus roubos nem de seus arroubos. Ladrão nenhum, com tamanho rabo, vai conseguir me amedrontar, nem me intimidar com suas mentiras, com sua farsa impressa em cores todo dia. Se não fosse O Liberal combater a corrupção deste crápula, que há muito não tem cargos no Executivo de Belém ou do Estado, Ana Júlia, Jatene e Almir Gabriel não seriam governadores, porque estes cargos estariam todos ocupados por gente da Rede de Corrupção da Amazônia. Triste também é ver um governador do nível de Simão Jatene enchendo o seu governo com a canalhada que esse safado indica.

Temos que acabar com esse câncer que tira dos paraenses o pouco de recursos que temos. Que a cada mandato aumenta o seu patrimônio e debocha de nosso suor, de nossas famílias, de nossa honestidade, de nosso esforço para fazer do Pará rico de recursos um Estado digno de viver. Sem um nome que já virou sinônimo de ladrão.

Peço desculpas aos meus leitores pelos termos que tive que utilizar neste texto. Mas para tratar de gente desse tipo não existem outras palavras.

ROMULO MAIORANA JR.

quinta-feira, maio 19, 2011

Ato Contra a Corrupção e pela CPI na ALEPA

Do recém-criado Não Alopra na Alepa.



O Movimento Não Alopra na Alepa estará participando do ato promovido pela OAB-PA na "caminhada cívica contra a corrupção, pela paz e pela vida" que sairá da sede da ordem até o MPE, serão recolhidas assinaturas de entidades e de cidadãos em apoio aos pedidos de prisão e de indisponibilidade e sequestro dos bens e suspensão dos direitos políticos dos envolvidos. Os pedidos da OAB não indicarão os nomes a serem atingidos pelas medidas. O indiciamento é competência do MPE.

O ato será no outro sábado (18/05) com a concentração a partir das 9hs na sede da OAB Pará na praça Barão do Rio Branco, Bairro da Campina (Próx à Praça da República). Veja o mapa.


Aproveite e ASSINE o abaixo-assinado online:

Depois divulga-o por teus contatos e redes sociais.

Siga as mídias sociais da Campanha NÃO ALOPRE NA ALEPA



As Falas do Sim e do Não à Divisão do Estado

"Só quem mora no SUL, OESTE E SUDESTE do interior deste imenso Estado, sabe as dificuldades da Capital ser em Belém.Falta de recursos públicos, serviços básicos deficitários, falta da presença do Poder Público Estadual e etc.

Eu só votaria não, se a capital fosse transferida  ou para Marabá ou para Santarém.
VOTO SIM Pelo Estado do Tapajós e Carajás e faço campanha a favor.
Pra quem mora em Belém como vocês é muito fácil defender o que está perto de vocês.

Pra nós aqui no interior que só pega as migalhas que nos jogam é que é a situação.

Pra vocês terem uma ideia. Estou Coordenador da ETEC do IFPA em Itaituba e sempre tive dificuldades com professores que não querem vir de Belém pra ministrar aula em Itaituba ou quando vem acham que aqui é o fim do mundo. Pelo acesso, pela qualidade dos serviços oferecidos e etc."

QUERO O ESTADO DO TAPAJÓS E SOU A FAVOR DE CARAJÁS.

Belém terá apenas o que é seu pra sobreviver. O que é nosso deixa pra nós!

TAPAJÓS SIM!!!
 Jonilson Oliveira, em defesa da Divisão do Estado, nos grupos de discussão do tema.

"...e quem disse que eu concordo com essa idéia de fim de mundo? Eu sou professor, tenho graduaçnao em arquitetura e urbanismo e mestrado em história da arte, se tiveres disciplinas que eu possa ministrar me chama que eu vou.

mas não é a divisão territorial que vai superar os problemas causados por esse mesmo pensamento desenvolvimentista que expressas no teu texto, pensamento que é atrelado a devastação da natureza, e que foi implantado no Grão-Pará quando este se tornou a Amazônia Brasileira. A separação não vai transformar Itaituba num paraíso do centro financeiro mundial em 5, 10 ou 50 anos...


Por falar nisso, vamos falar dos territórios que conseguiram a separação... por acaso são ilhas de primeiro mundo de desenvolvimento higth-tec cercados de florestas por todos os lados, ou padecem dos mesmos problemas que nós? Isso é sonho, camarada... e quando acordamos poderemos ter o poder econômico do agrocomércio e da mineração ocupando cargos do pdoer político em dois territórios amazônidas...
Nosso problemas nós devemos resolver juntos."

Arthur Leandro, declarando contrariedade ao Movimento Sim à Divisão do Estado nos grupos de discussão via emails.

quarta-feira, maio 18, 2011

Não Alopre na Alepra

O novo blog do pedaço tem um nome super-descolado mas o papo é sério.


Não Alopre na Alepa http://naoalopranalepa.blogspot.com/, bombou ontem nas redes sociais e na blogsfera. Seu lançamento não teve aviso prévio nem coquetel para convidados, mas a nova ferramenta virutal que promete agregar blogueiros, jornalistas e ativistas sociais que circulam pelo universo da www, com matérias, notas, denúncias e reportagens sobre tudo que acontece na ALEPA, principalmente o que esteja ligado às investigações sobre as fraudes e maracutaias que envolvem parlamentares e funcionários daquele lugar que já ganhou apelido na rede de ALEPRA.

Por tratar-se de uma iniciativa espontânea de ativistas sociais presentes nos debates virtuais ainda está preparando-se no ambiente da web 2.0 para depois ganhar as ruas.


Fazem parte do roll de mídias sociais, além do próprio blog, um twitter e um perfil no Facebook, criados logo em seguida da promoção do abaixo-assinado em prol da assinaturas pela CPI na Assembléia Legislativa do Pará e promete fazer barulho ao pressionar cada vez mais os deputados que ainda não assinaram a CPI da corrupção na ALEPA, como está sendo chamada.

E mais, com uma campanha prá lá de ousada, incentiva que cada blogueiro, twiteiro e facebookiano espalhe e traga para as mídias sociais integradas, os links de postagens e demais intervenções, como: Fotos, Charges, Artigos, vídeos, podcasts, reportagens, clippagem, enfim, tudo relacionado às investigações e processos paralelos que ocorrem na Assembléia Legislativa e fora dela, nas instituições como polícia civil, Ministério Público, OAB, entre outros, assim como pelas redes sociais e espaços interativos da internet.

terça-feira, maio 17, 2011

PT define candidatura para prefeitura de Belém



Durante o último sábado (14), o PT-Belém realizou seu Encontro Municipal e discutiu com a militância do partido, a avaliação da gestão estadual 2007/2010 e as diretrizes programáticas que nortearão a participação petista nas eleições de 2012.

Mais de 500 militantes estiveram no debate que se estendeu do início da manhã até o início da noite, no Ginásio de Educação Física do Pará. Além dos membros do Diretório Municipal, estiveram presentes na mesa de abertura o presidente do PT no Pará, João Batista; do líder da bancada do PT Estadual, deputado Carlos Bordalo; o representante do PC do B, Rodrigo Moraes; os vereadores Otávio Pinheiro e Marquinho, este último, líder da bancada municipal do PT na CMB, o Deputado Valdir Ganzer e a ex-governadora Ana Júlia Carepa.


Por decisão unânime, o Encontro decidiu por candidatura própria para concorrer à prefeitura de Belém, sendo que foram lançados como pré-candidatos os nomes do Vereador Alfredo Costa, dos Deputados Carlos Bordalo e Valdir Ganzer, além do ex-deputado e Presidente de Honra do partido no Pará, Paulo Rocha.

Ao final, foram eleitos 50 delegados que participarão do Encontro Estadual do PT-PA previsto para o dia 09 de julho. A tendência Unidade na Luta (de Paulo Rocha) foi quem mais elegeu delegados, 15, seguidos do PT pra Valer (de Valdir Ganzer), com 13, Democracia Socialista (de Ana Júlia), com 12, e do Bloco de Esquerda (composto por grupos minoritários), com 9.

Segundo Apolônio Brasileiro, Presidente do PT em Belém, o encontro foi um grande sucesso, pois aprovou a estratégia do partido para 2012 e estabeleceu que o PT vai ter candidatura própria. O presidente disse que até novembro deste ano, a legenda escolherá democraticamente o nome do candidato petista que disputará as eleições majoritárias em Belém.

Ascom - PT-Belém.

segunda-feira, maio 16, 2011

PT diz sim para candidatura à Prefeitura de Belém

Mesmo tendo passado por uma complexa cirurgia, esta semana, no ombro esquerdo e continuar o tratamento da rótula, a ex-governadora do Pará, Ana Júlia não descança, tanto que passou o sábado inteiro no Encontro Municipal do PT, realizado no Ginásio de Educação Física, onde o PT definiu, entre outras coisas, que terá candidatura própria e lutará para reconquistar a prefeitura de Belém nas eleições de 2012.

Em postagem no seu Blog, Ana Júlia demostra que o PT está unido e fortalecido em prol da continuídade do projeto iniciado em 97 quando o PT venceu as eleições municipais e governou durante 08 anos a cidade de forma mais justa e democrática, alcançando com isso altos índices de aprovação junto à população que terá novamente a oportunidade de reconquistar a dignidade e o respeito através de um novo governo popular.

ALEPRA envergonha o Pará em revista nacional

Trazida em 1ª mão pelo blog da Franssinete Florenzano, a matéria da revista Carta Capital coloca o escândalo da "ALEPRA" em destaque nacional. 

Fotos de Juvenil, Robgol e o senador Tapiocouto, estampadas no meio da matéria do repórter Leandro Fortes, deixa a pergunta no ar: Quando é que os deputados irão aprovar a CPI?

Para ler a matéria clique aqui!

domingo, maio 15, 2011

Tecnobrega: a nova música brasileira tipo exportação

Na Veja.

Gaby Amarantos: versão tecnobrega de 'Águas de Março' faz sucesso em clubes noturnos da Europa

A mistura de ritmos folclóricos do Pará com música eletrônica se tornou a bola da vez em clubes e festas da Europa e dos Estados Unidos, acompanhando uma onda de pesquisas por músicas produzidas em periferias.

Em dezembro de 2009, o DJ inglês Lewis Robinson, de 44 anos, se embrenhou no mercado de Ver o Peso, em Belém do Pará, para descobrir o que era o tecnobrega. “Fiquei espantado ao encontrar uma música brasileira que não é excessivamente polida como a bossa nova”, diz ele. Referir-se ao tecnobrega como "não excessivamente polido" é uma forma muito mais do que polida de descrever essa mistura tóxica de carimbó, brega dos anos 70, calipso e música eletrônica. Mas Lewis queria isso mesmo. Levou para casa, em Londres, dezenas de discos e passou a alimentar com eles a festa BatMacumba, que produz mensalmente em Nothing Hill, na capital inglesa.

Não só as noites londrinas são abaladas pelo tecnobrega. Em Nova York, Paris ou Montreal é possível escutar as suas batidas. O gênero está definitivamente em ascensão entre os DJs. Seus expoentes são artistas como Wanderley Andrade e Banda Calypso, que fazem o tecnobrega "clássico", e Waldo Squash, Maderito e Gaby Amarantos, que praticam uma variação mais recente e ainda mais encorpada da música paraense, batizada de eletromelody.

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A democracia plugada


O dado impacta: já há mais de 2 bilhões de pessoas conectadas às redes sociais eletrônicas, quase um em cada três habitantes do planeta. A cada minuto, milhares de novos internautas ingressam no circuito tecnológico da informação, enquanto a assinatura de telefones celulares já passa da marca de 5 bilhões. O mundo está plugado.

O fenômeno suscita estudos, debates e análises nas frentes de pesquisas sobre comportamento social, mas um aspecto chama a atenção pela importância que passa a ter para o desenvolvimento político das Nações.

A questão assim pode ser posta: a Era da Informação Total, caracterizada pela interligação das comunidades mundiais, por meio das infovias da web, contribuirá para o aperfeiçoamento da democracia?

Ou, se quisermos puxar a questão para o território brasileiro, o que significa a existência no país de 45 milhões de internautas, numero que lhe confere posição destacada no mapa mundial das redes?

Poderemos contar com a melhoria dos padrões políticos, na hipótese de que parcela acentuada do eleitorado começa a socar os primeiros tijolos de uma democracia participativa plugada na eletrônica?

Vale recordar, de início, que a política, desde eras remotas, acompanha os fios da comunicação. Um ente se agarra ao outro, na extraordinária simbiose que amalgama o poder da palavra e a força das ideias.

Na antiguidade, os ideários fluíam pelo gogó e gestual dos governantes, rito de que são ícones Demóstenes (384-322 A C.), político que venceu a gagueira forçando-se a falar com seixos na boca, tornando-se o maior orador grego, e Cícero (106-43 A.C.), advogado e mestre de civismo, famoso também pelo discurso contra o conspirador Catilina e considerado o maior orador romano.
Da Ágora, a praça central de Atenas, e do Fórum romano, o discurso político avolumou-se, saindo do Estado-Cidade para o Estado-Nação, e agregando força na esteira dos ciclos históricos da comunicação: a era Gutenberg no século XV (a descoberta da imprensa, 1440/1550), a Galáxia Marconi (a invenção do rádio, em 1896), que impulsionou a escalada de demagogos como Hitler e Mussolini, até chegarmos ao Estado-Espetáculo, adornado com as luzes televisivas, a partir dos anos 60 e com a imagem esbelta de John Kennedy.

Nesse ciclo, a estética se impõe à semântica e os atores políticos passam a incorporar elementos dramáticos ao desempenho, redundando não raro em performances mirabolantes com a finalidade de cativar e mobilizar as massas.

A política no Estado Moderno ganha operacionalidade com a implantação do governo representativo pela constituição francesa de 1791 (“os representantes são o corpo legislativo e o rei”) e o corpo social faz-se representar por um grupo de pessoas que passam a agir de acordo com a “vontade geral”.
O modelo, porém, começa a receber questionamentos. A crítica era de que o sufrágio universal não teria sido capaz de melhorar a condição de vida de milhões de pessoas. Lançava-se ali a semente da representação de grupos específicos, derivando daí a democracia de grupos e facções, de que são exemplo, na atualidade, os Estados Unidos. Aí, o voto enraíza-se nas localidades, servindo de escudo de grupos e setores.

É também de Bobbio a crítica de que a democracia não tem cumprido suas promessas, entre elas, a educação para a cidadania, justiça para todos e segurança social. Não sem razão, a democracia representativa atravessa tempos continuados de crise, com o desvanecimento de partidos e doutrinas, arrefecimento das bases, declínio dos parlamentos, fatores que, em contraponto, contribuem para fortalecer o Poder Executivo.

É dentro dessa moldura que se encaixa a “civilização eletrônica”. No vazio entre o universo político e a esfera social, emergem novos pólos de poder, a partir das entidades de intermediação social, e ultimamente, das redes sociais.

O portentoso aglomerado que navega na internet é um caleidoscópio do pensamento social, particularmente de segmentos que trafegam no meio da pirâmide (ou do losango, como já se descreve o formato da geometria social brasileira). Encaixa-se na metáfora da pedra jogada no meio do lago, criando marolas que se desdobram até as margens.

Não se nega que a “sociedade eletrônica” vive a infância, época das primeiras descobertas e da curiosidade. Banha-se de águas lúdicas. Daí não se poder ainda falar de democracia participativa, eis que milhares de internautas se valem das redes para enviar mensagens pessoais, postar fotos, divulgar vídeos, baixar músicas, instalar aplicativos e até namorar.

A matéria política, que aparece em conta gotas, indica que o revigoramento do espírito público tem muito caminho pela frente. Por enquanto não dá para apostar no “potencial revolucionário” das tecnologias modernas da informação.

Se o engajamento político da sociedade não adere à dinâmica das redes é porque a esfera representativa também não tem sabido delas se utilizar. O forte da tecnologia eletrônica é a capacidade de gerar interação entre elos do sistema, políticos e eleitores. O que se observa, pelo menos no caso brasileiro, é o uso da web para veiculação unilateral de mensagens, a maioria de caráter autopromocional, a revelar o “chapabranquismo” de nossa política.

Quando o sistema for usado em prol do jogo interativo, poder-se-á acreditar numa base social envolvida com a política. Essa, aliás, parece ter sido a intenção de José Serra ao criar seu site. O tucano dispõe de tempo livre para fustigar as frentes do governo. O risco é o de ficar confinado à gaiola individualista, que, pelo menos até o momento, tem caracterizado a ação dos políticos conectados ao sistema.

Dito isso, vamos à resposta para a questão inicial: as redes sociais podem, sim, vir a melhorar os padrões da política brasileira na medida em que seus participantes façam a lição de casa. A começar pela maneira de entender e operar a tecnologia da informação. Deitar nelas apenas para cochilar, pouco adiantará.

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação. Twitter @gaudtorquato

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