terça-feira, outubro 16, 2012

Crise no PSOL: Aliança com DEM/PSDB em Macapá revolta militantes.


Ivan Valente, presidente do PSOL com Panzera (PCdoB), Edmilson, Marinor e Randolfe (PSOL)

A pergunta que não quer calar: Porque a corrente política de Edmilson Rodrigues, candidato do PSOL em Belém do Pará, não assinou a nota sobre a política de Alianças em Macapá, onde o Partido está unido com o DEM e o PSDB?

Leia e entenda a nota publicada no perfil do Babá no Facebook:

NOTA AO PSOL SOBRE AS ALIANÇAS NO SEGUNDO TURNO EM MACAPÁ


Nas eleições de 7 de outubro, o PSOL conquistou uma vitória política indiscutível. 

Apresentando-se pela esquerda, o partido ampliou de forma muito significativa suas votações; elegeu um prefeito (no município de Itaocara, no estado do Rio de Janeiro), passou ao segundo turno em duas capitais – Belém e Macapá – e obteve grandes votações em outras capitais e nas maiores cidades (com destaque para Rio de Janeiro, Fortaleza, Florianópolis, Niterói) e vitórias políticas importantes como em Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Maceió e Natal; ampliou de forma expressiva sua bancada de vereadores. Tudo isto, apresentando-se pela esquerda, demarcando tanto com os partidos da direita tradicional como com o bloco dos apoiadores do governo federal.

É neste quadro que fomos surpreendidos pelas informações sobre as alianças que estão sendo articuladas para o segundo turno em Macapá. Diversos órgãos de imprensa do Amapá divulgaram, no dia 12/10, a realização de um ato político em que o candidato a prefeito pelo DEM e pela coligação “Macapá Melhor” (DEM-PTB-PSDB-PRP), o deputado federal Davi Alcolumbre, apoiou Clécio Luís (PSOL), selando uma aliança. O Candidato do DEM declarou que “nossas propostas foram incorporadas ao plano de governo de Clécio”. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL) declarou que esta não é apenas “uma aliança política, e sim um caminho novo para a política no Amapá; é uma aliança para ganhar a Prefeitura no último domingo deste outubro, mas é também para governar em conjunto, unindo ideias e propostas de Clécio e demais lideres para Macapá dar a volta por cima”.

Estiveram presentes os principais representantes no Amapá do DEM, do PTB e do PSDB. Um dos representantes do PTB presentes foi o vereador eleito Lucas Barreto, candidato ao governo do Amapá em 2010, quando foi apoiado por Clécio e Randolfe, na contra-mão do PSOL nacional. Outro presente foi o prefeito eleito de Santana, Robson Rocha (PTB), candidato que recebeu o apoio público do senador Randolfe Rodrigues desde o primeiro turno. E também o presidente do PSDB, Jorge Amanajás, que já tinha dado apoio a Clécio desde o primeiro turno. Todas estas lideranças destes três partidos são ligadas a José Sarney.

Três dias depois da divulgação destas informações, o companheiro Clécio Luís enviou uma “Mensagem às companheiras e companheiros do Partido Socialismo e Liberdade” em que, no fundamental, confirma as informações divulgadas pela imprensa do Amapá.

Ora, o PSOL de todo o país, que acabou de brilhar com uma campanha eleitoral de esquerda, não merece uma agressão como esta que está sendo feita contra ele. É evidente que a candidatura a prefeito de um deputado federal do DEM, apoiada por DEM, PTB e PSDB, só pode ser uma candidatura de direita, da qual não devemos buscar o apoio, e com a qual, muito menos, podemos fazer qualquer aliança programática. Tampouco faz nenhum sentido fazer com estes partidos uma “aliança pela moralidade”. DEM, PTB e PSDB estão na lista de partidos com os quais o DN do PSOL proibiu qualquer aliança nas eleições de 2012. Se esta aliança se mantiver, representará uma mancha que envergonhará e indignará todo o PSOL; obviamente, não se trata de um assunto do PSOL do Amapá apenas.


domingo, outubro 14, 2012

Tolerância Religiosa: Curta essa idéia!


"A Igreja Assembléia de Deus da Avenida Nazaré em Belém abriu suas portas e prestou auxilio aos promesseiros que participavam do Círio de Nossa Senhora de Nazaré... Nossos irmãos da assembléia estavam doando água, café da manha e ainda acolhendo as pessoas que passavam mau durante o Círio. "

By Daniel Santos Lima.

sexta-feira, outubro 12, 2012

Se as eleições fossem hoje, em quem você votaria para prefeito de Belém?

Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho: Quem você votará para prefeito de Belém?

No dia 28 de Outubro, as urnas estarão novamente ligadas esperando a decisão dos brasileiros, no 2º turno das eleições municipais e no intuito de aferir a escolha dos leitores e demais amig@s que interagem nas redes sociais, o blog As Falas da Pólis publicou uma enquete para aferir a opinião d@s eleitores/as e dará ampla divulgação dos resultados parciais que deverão demostrar um retrato momentâneo da campanha eleitoral, através da opiniões d@s internautas.

Em Belém, a disputa tende à esquentar nas próximas semanas. Por enquanto, cidade exala maniçoba e tucupi, mas tão logo a imagem da padroeira dos Paraenses faça um passeio numa berlinda pelas ruas do centro histórico de Belém, o clima de paz e fraternidade se tranformará num palco de guerra entre os candidatos e seus apoiadores.

Para votar é só clicar no lado esquerdo, no topo do blog.

Resistência!

Resistência em Serra Pelada - Foto de Sebastião Salgado.
 
"A bravura de um homem está na junção da sua vontade de vencer e na sua resistência a derrotas."  Marcelo Gigliotti

Paulo Rocha é absolvido por 5 dos 10 ministros do STF


Paulo Rocha, presidente de honra do PT-PA à um passo da absorvição pelo STF.

Ainda faltam os votos de três (03) ministros, mas pra cinco (05) dos dez (10) que estão na corte do STF, julgando a ação do chamado "Mensalão", já consideraram como inocente, o ex-deputado petista, que teve sua candidatura como Senador prejudicada em 2010, pelo envolvimento de seu nome no escândalo e hoje está sem mandato, depois de cinco vezes consecutivas ser eleito como Deputado Federal pelo Pará.

Leia a matéria publicada no site da EBC:


Brasília – O ministro Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), absolveu hoje (11) todos os seis réus que integram o item de lavagem de dinheiro, acompanhando o ministro-revisor Ricardo Lewandowski no julgamento da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão.

“Vejo a impossibilidade do dolo eventual no crime de lavagem de dinheiro. Como que a pessoa não participou do crime antecedente, e por movimentar o dinheiro de forma não ordinária, pode ser condenada por lavagem? Se na legislação anterior precisava de crime antecedente? É necessário o dolo [intenção de cometer crime], e não logrou o Ministério Público comprovar o dolo”, explicou Toffoli.

Até o momento, dois ministros divergiram de Lewandowski. O relator da ação, Joaquim Barbosa, e o ministro Luiz Fux votaram pela condenação de três réus: os ex-deputados petistas Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG) e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

Todos os ministros, que já votaram, entenderam que os assessores Anita Leocádia e José Luiz Alves desconheciam o esquema criminoso de lavagem de dinheiro montado por Marcos Valério, atuando como meros intermediários do repasse do dinheiro. Toffoli também absolveu o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

O julgamento foi encerrado após o voto de Toffoli. Na próxima sessão, votam os ministros Gilmar Mendes, o decano Celso de Mello e o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, ainda no item sobre lavagem de dinheiro.

Confira o placar parcial do Capítulo 7 – lavagem de dinheiro envolvendo PT e PL:

1) Paulo Rocha: 5 votos a 2 pela absolvição (Condenam: Joaquim Barbosa e Luiz Fux / Absolvem: Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Antonio Dias Toffoli)

2) Anita Leocádia: 7 votos pela absolvição

3) João Magno: 5 votos a 2 pela absolvição (Condenam: Joaquim Barbosa e Luiz Fux / Absolvem: Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Antonio Dias Toffoli).

4) Professor Luizinho: 7 votos pela absolvição

5) Anderson Adauto: 5 votos a 2 pela absolvição (Condenam: Joaquim Barbosa e Luiz Fux / Absolvem: Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Antonio Dias Toffoli)

6) José Luiz Alves: 7 votos pela absolvição

Confira os votos até o momento no julgamento do chamado mensalão

quinta-feira, outubro 11, 2012

A fé do PT e a má fé do PSOL - II

Lideranças do PT, tidas pelo PSOL como o partido do "Mensalão", aliam-se em Belém.
"A relação entre os integrantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do PT sempre foi respeitosa". Edmilson Rodrigues.

A frase proferida pelo candidato à prefeitura de Belém pelo PSOL, Edmilson Rodrigues, durante o anúncio público de apoio do PT à sua candidatura, na tarde desta quarta-feira, (10) no hotel Regente, não bate com o que se ouve e lê dos demais integrantes do PSOL que tomam o Partido dos Trabalhadores como seu adversário preferido no embate cotidiano, nas ruas, sindicatos e todo e qualquer lugar.

O próprio coordenador da campanha de Edmilson, Luiz Araújo, que já foi secretário de Educação e candidato à deputado, obtendo uma votação pífia, em sua mais completa sobriedade, durante a campanha eleitoral, disparou pelo seu tuiter, uma provocação gratuíta, chegando até ser "leve", perto das graves acusações que os demais militantes do partido do socialismo e liberdade já fizeram e continuam fazendo, contradizendo aquele que alguns apelidaram como Rei Sol.


É por essa e por outras, muitas outras, que independente da posição deferida pelo PT, a Executiva Municipal da tendência "Articulação Unidade na Luta" - da qual faz parte o candidato à prefeito pelo PT nestas eleições, Alfredo Costa - convocou parlamentares, lideranças populares, sindicais, candidatos à vereadores para uma reunião de tomada de decisão sobre a posição do grupo para o 2º turno, na noite desta quarta-feira e depois de dezenas de argumentos pró e contra o apoio à aliança com a candidatura de Edmilson Rodrigues, concluiu de forma democrática pela liberdade de voto de sua militância, a qual foi unâmine, é claro, que não votará no candidato Tucano Zenaldo Coutinho, dado o antagonismo programático, ideológico e de classes.

Leia também A fé do PT contra a má-fé do PSOL

terça-feira, outubro 09, 2012

Muito estranho


As eleições em Belém e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré





Sincretismo religioso ou oportunismo eleitoral?

No facebook do Tony Leão da Costa:


Tá rolando na net essa imagem abaixo. 

Comenta-se que é uma contradição do candidato, ou como se ele estivesse enganando uns e outros. 

Ué, mas por que seria?? Que eu saiba Edmilson não é candidato a pastor nem a babalorixá, não é candidato a pajé nem mesmo a rabino... Que eu saiba ele é candidato a prefeito de uma cidade com mais de 1 milhão e 300 mil habitantes. Nesta cidade há judeus, há evangélicos de várias matizes, há umbandistas, há adeptos da pajelança cabocla, do islamismo, do budismo, do candomblé, do ateísmo, do agnosticismo, etc. 

O prefeito da cidade é o administrador DA CIDADE, para tod@s os moradores da cidade, mas principalmente para aqueles que mais necessitam da estrutura da prefeitura. O fato de Edmilson Rodrigues aparecer juntos com religiosos de religiões diferentes só mostra uma coisa, que seu mandato é para a cidade, sem preconceito, com democracia e pluralidade! Vamos ficar ligado no desespero de certos grupos em fim de campanha! É Edmilson 50 por uma cidade democrática, que não pregue o ódio religioso e plural!

"O verdadeiro candidado do PT" não colou!

A militância se esforçou mas a falta de uma boa comunicação e inteligência, levaram o PT à mais uma derrota.
 
No post anterior eu disse que o feitiço que enfeitiçou o PT, em algum momento de seu passado recente e que ainda continua a enfeitiçá-lo, é sua incompreensão de um fato político elementar: o de que a conquista do poder não significa, em nenhuma situação histórica, a conquista da hegemonia.
Logo em seguida, afirmei que a campanha de Alfredo Costa, a julgar pela maneira como foi conduzida, renovava esse enfeitiçamento.
Explico por que.
Penso que a campanha do PT de Belém, nestas eleições, partiu da crença de que o partido tem, constituído e sólido, um capital político que equivale a algo entre 20 e 25% do eleitorado local.
É verdade, de acordo com muitas pesquisas realizadas, que há uma simpatia pelo PT, em Belém, que alcança essa marca. Porém, isso não significa que essa parcela do eleitorado efetivasse, sob a forma do voto, a sua simpatia.
A questão é que a interpretação dada ao fenômeno político da simpatia foi de que esse potencial seria, efetivamente, um capital político já constituído e sólido.
Ora, a natureza do fenômeno do poder é, precisamente, a que lhe dá o nome: poder, como poder-ser, poder-fazer, poder-acontecer. Para ser real, o poder sempre resta condicional. Sua potência está menos na sua realização de que na sua promessa.
Como no poder de repressão, que tem sua maior eficácia na ameaça de concretização de que na sua realização efetiva: é a ameaça de punição que, principalmente, impede o delito.
A campanha do Alfredo, bem como o imaginário que envolve o PT paraense obedece a uma ordem metafísica: confunde o poder com o ser.
Em outra palavras: confunde construção hegemônica com hegemonia.
O sintoma disso foi ter construído toda a campanha de 2012 com base na crença de que o voto no Edmilson se devia ao desconhecimento de que o candidato do PT era Alfredo. Um pressuposto que se mostrou parcialmente equivocado
Do começo ao fim da campanha ouvimos o slogan “O verdadeiro candidato do PT”. Ora, à força de tentar provar que o PT era Alfredo, e não Edmilson, o PT deixou de fazer campanha para Alfredo.
E a fez para Edmilson.
Por que o raciocínio de qualquer eleitor mediano seria, imagino o seguinte: Ah, então não é o Edmilson? Bom, e daí? Edmilson já foi do PT, não é? Então ele sabe fazer...
Em síntese, o PT não fez campanha.
Sugeriu uma incógnita, sem respondê-la.
Recordo que, recentemente, fazendo um grupo focal para minha pesquisa na UFPA - que não tem objetivo e nem temática política – me ocorreu testar o conhecimento da relação entre Alfredo Costa, Edmilson Rodrigues e o PT. Mesmo sendo um teste eventual, ficou evidente, justamente, esse fato: em geral se reconhecia Alfredo como candidato do PT, mas, também em geral, Edmilson representava melhor ...o PT.
Em síntese, o fator “simpatia” vale mais na sua dimensão subjetiva, na sua dimensão empática, e não se manifesta, necessariamente, como uma objetividade.
Não se deve cobrar raciocínio silogístico a um processo eleitoral amazônico... 

Leia também:

Qual será a posição do PT para o 2º turno em Belém



Uma eleição apertada, onde cada voto será importante, imagine um partido inteiro!

Após três derrotas seguidas em eleições municipais em Belém, o PT amarga um cenário de crises e soluções nada convenientes diante da indecisão que toma conta do partido para posicionar-se no 2º turno das eleições, onde PSOL e PSDB se enfrentarão sob o comando de Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho, respectivamente.

A única coisa certa até agora é que o candidato do PSDB, Zenaldo Coutinho, não contará com o apoio do PT e disso ele já sabem.

Da parte do PSOL, já no 1º turno havia emissários articulando para que haja um acordo político-eleitoral com o PT, para que este lhe apoie Edmilson Rodrigues institucionalmente, haja vista que no 1º turno ele contou com os votos de simpatizantes e eleitores do partido, não da estrutura orgânica, como deseja quer agora.

Vale lembrar que para o plano dar certo, tanto a militância do PSOL, quanto a do PT precisam de um banho de água fria para acalmarem os ânimos, mas quem ousará chegar com o balde?

O pragmatismo toma conta dos dois partidos e só há espaço para o debate ideológico nas redes sociais, a grande arena onde os embates são travados. É lá que a base do PSOL se manifesta dizendo que não precisa aliar-se com o partido dos “mensaleiros” e traidores da classe trabalhadora, enquanto outros dizem que a única saída para o PT manter a coerência é declarar apoio ao PSOL. Detalhe: Sem exigir nada.

Por sua vez, muitos militantes e quadros do PT, mesmo antes de terminar o 1º turno, já declaravam que não há a mínima condição de apoiar o PSOL que foi fundado com o interesse de destruir e substituir o PT no cenário político, sugando-lhe a militância, seu legado de lutas e pra isso tendo que deturpar a história com o apoio da mídia e dos partidos de direita. 

Há ainda a lembrança viva de que o PSOL sempre propagandeou que os programas sociais do governo Lula/Dilma são assistencialistas, as medidas econômicas, mantenedoras da miséria, do neoliberalismo e que só serviram aos banqueiros. Alem disso, o PSOL sempre denunciou as alianças eleitorais do PT como sendo fisiológicas e nunca perdeu a oportunidade de se aproveitar do escândalo do “mensalão” e de todos os erros e crises do PT, aliando-se ao mantra cantado pelos partidos da direita e da imprensa nacional e local, os quais dispensam apresentações.
  
Por essa e outras, cresce o desejo e a inclinação pelo voto nulo entre muitos do PT. A direção por sua vez, está dividida. 

Tendências definem suas posições

Sob o comando do Dep. Federal Beto Faro e do Dep. Estadual Carlos Bordalo, a “Articulação Socialista” elegeu dois vereadores em Belém - Iran Moraes e Ivanise Gasparim - está simpática à aliança com o PSOL e reunirá sua militância de Belém para fechar posição de forma coletiva, como diz a nota publica no blog do Bordalo.

A coordenação da DS, do Dep. Federal Cláudio Puty, do Estadual Edilson Moura e da ex-governadora Ana Júlia, perdeu seus dois vereadores – Marquinho e Milene - e já decidiu os rumos da tendência, emitindo nota pelo blog do Puty, onde declara que defenderá dentro do PT a aliança com o PSOL.

Já a “Unidade na Luta” tendência do Dep. Federal Miriquinho Batista e dos Estaduais Zé Maria e Alfredo Costa - que foi o candidato à prefeito pelo PT - perdeu seus dois vereadores - Adalberto Aguiar e Otávio Pinheiro - fará uma plenária na quinta-feira (11) para aferir junto à sua militância, quais os rumos que o grupo se posicionará no partido. 

O “PT pra Valer” do Dep. Federal Zé Geraldo, dos Estaduais Airton Faleiro, Bernadete Ten Caten e Valdir Ganzer, ainda não apresentou sua posição e nem informou qual será o método de decisão que utilizará.

quinta-feira, setembro 27, 2012

A máfia do lixo


O maior e melhor negócio do mundo neste começo de milênio é sem dúvida o destino do lixo do planeta. E, sem trocadilho infame, o mais sujo também. 
A empresa Revita Engenharia Ambiental, do Grupo Solvi, a Queiroz Galvão e mais umas poucas saíram na frente para explorar esse filão no Brasil. Como não podia deixar de ser, aportaram em Belém com toda a voracidade que a “atividade” requer.

A Revita, inicialmente associada à Clean, entrou com um pedido de licença ambiental na Secretaria Estadual de Meio Ambiente que, como Pôncio Pilatos, sem um parecer sequer, convocou meia dúzia de audiências públicas nos municípios da Área Metropolitana de Belém. A todas elas compareceu o Ministério Público Estadual que, com um corpo técnico brilhante, didaticamente se posicionou veementemente contra a empreitada na área escolhida. Vale salientar que na primeira Audiência Pública a proposta foi rejeitada pelo povo por unanimidade. Outra Audiência Pública foi convocada pela Câmara Municipal de Marituba recebendo também rejeição unânime. Na ocasião, foi eleita uma comissão encarregada de redigir a ata da reunião e dar ciência à imprensa e a todos os órgãos municipais, estaduais e federais, o que foi feito.

Dentre muitas inconformidades e ilegalidades, o MPE ressaltou que na área, o tratamento do chorume estava em cima do rio Uriboquinha que nasce no Terra do Meio e, junto com o Uriboca são os únicos rios ainda não poluídos de todas as áreas metropolitanas do Brasil, e colado à Reserva de Preservação da Vida Silvestre, antiga Fazenda Pirelli; os dois desembocam a poucos metros da estação de captação de águas da Cosanpa-Companhia de Saneamento do Estado do Pará; que segundo as sondagens realizadas pela própria empresa, o lençol freático, em alguns pontos, atinge apenas 10 centímetros de profundidade; o terreno está minado de nascentes e córregos que fazem parte da bacia do Uriboca; que a mata vizinha, colada, mesmo, é em grande parte alagadiça na maré alta, formando um sistema único de fauna e flora ainda preservado; que legalmente nenhum aterro sanitário pode distar menos de 20 quilômetros de um aeroporto que opere por instrumentos (o Aeroporto Internacional de Belém fica apenas a 14 quilômetros, exatamente no eixo de aproximação para o pouso ou decolagem); que em um raio de 5 quilômetros não pode haver aglomerado urbano, por conseguinte, vilas, condomínios, igrejas, creches, escolas, universidades, hospitais etc. isso significaria sacrificar quase a metade do município de Marituba, o menor do Pará, em favor do lucro de uma empresa particular, no caso a Revita. Vale a pena lembrar que essa empresa é useira e vezeira em financiamentos de campanhas políticas.

Pois bem, há meses que não se fala no assunto. Apesar de toda a celeuma, das audiências públicas, das manifestações do Ministério Publico, da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, o processo permanece na Sema sem um único parecer, como a dormitar esperando o momento azado.

Só para registrar a competência da empresa pretendente, lá pela terceira ou quarta audiência, ela apresentou, segundo a promotora do meio ambiente do MPE, uma declaração do Comando da Aeronáutica liberando a distância mínima do Aeroporto exigida por lei e cobrada pelo MPE (sem que a autoridade militar apresentasse as bases técnicas em que se baseou para tal liberalidade ao arrepio da segurança de voo), bem como o plano de recuperação da área degradada adquirida, uma cratera semelhante a uma pequena Serra Pelada, de onde saiam mais de 500 caminhões de aterro por dia, de repente surgiu como se fosse adrede destinada exatamente a um aterro sanitário. Estranho, muito estranho. Já se disse que os homens são competentes.

Mesmo se tal empreitada for feita obedecendo todos os cânones da mais perfeita técnica da engenharia ambiental, a área, depois de esgotada a capacidade do “aterro sanitário”, por lei, é considerada imprópria para habitação humana por tempo indeterminado. Talvez séculos. Sempre será uma bomba relógio ou de efeito retardado. No máximo presta-se para reflorestamento para lenha de siderurgia. Nunca para plantas destinadas ao consumo humano ou animal. Inclusive pasto, como se verá mais adiante, no caso da Itália.

Agora, leio em quase todos os blogs de Belém (felizmente eles existem), que há um projeto semelhante para o famigerado Lixão do Aurá encravado na cidade de Ananindeua vizinha a Marituba a apenas 4 ou 5 quilômetros do outro projeto. Já até licitado ao arrepio de todas as condenações técnicas, inclusive da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil e do CREA – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. Deixo de citar os mandados judiciais, pois desta vez não foi de iniciativa do Ministério Público (o que no mínimo lamento), e sim da REVITA, que, interessada, aborda a forma, portanto, sanável e, não o conteúdo. Discute-se o adjetivo e não o substantivo.

O tal aterro sanitário de Marituba, mesmo absurdo, como se disse, está orçado em 15 milhões de reais. Uma ninharia para a pantagruélica garganta da prefeitura de Belém, que imediatamente contrapôs com um projeto de 850 milhões em cima do velho e criminoso “lixão do Aurá”. Isto tudo em surdina, sem o povo saber, como na música do Chico: dormia, a nossa Pátria Mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações...  
De qualquer maneira há soluções mais palatáveis. Belém, neste caso é privilegiada, pois possui no seu entorno, isto é em um raio de 50 a 70 quilômetros, áreas de fazendas degradadas, de cinco a seis mil hectares que podem enquadrar-se nas exigências legais, reflorestáveis e com diminuto impacto ambiental. Isso, depois de consultada a intelligentsia nacional sobre as diversas facetas que a atividade pode apresentar. Para o momento e para o futuro.
O problema é de tal magnitude que não se justifica o alheamento de órgãos como a Assembléia Legislativa do Estado, IBAMA, Governo do Estado, Embrapa, Congresso Nacional e, porque não, do Ministério Público Federal, até pela provável implicação com o tráfego internacional do lixo. 
De qualquer maneira, não necessita ser como querem os empresários do ramo, a toque de caixa, e no polígono da grande Belém envolvendo mais de 2 milhões de habitantes e que não possui nenhuma área que comporte as exigências legais. E isso foi cientificamente demonstrado em um trabalho conjunto da Academia Universitária do Pará apresentado em um seminário na Universidade Federal de Pernambuco, III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, em Recife – PE.”

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...