segunda-feira, outubro 22, 2012

Lula grava apoio e gera crise no PSOL: PSTU e CST rompem e denunciam o partido

A carreata havia movimentado centenas ou talvez milhares de litros de gasolina, carros e militantes. 

Militantes do PSOL, PSTU, PCdoB e do PT, estavam felizes da vida com o depoimento de Lula que finalmente chegava para ajudar a campanha daqueles que até outro dia chamavam o ex-presidente de chefe do "Mensalão".

O domingo que antecedeu o domingo da eleição mais importante para a sobrevivência política do grupo que abandonou o PT e passou à ser seu mais implacável inimigo, seria perfeito se não fosse a exposição da contradição de sua existência e de sua praxes política.

Primeiro foi o PSTU, que emitiu nota abandonando a coordenação da campanha de Edmilson Rodrigues, logo em seguida, o partido do Socialismo e Liberdade rachou definitivimante, na explosiva nota de uma de suas tendências internas, A CST, que ao certo trará consequências incalculáveis à legenda e mostram a ponta do iceberg da crise em que o PSOL atravessa, tão logo deixou de lado os jargões revolucionários e passou à fazer o jogo político, o qual sempre criticou, trazendo sua negação desde o seu nascimento, tratando como o diferencial dos demais partidos.

A semana começará agitadíssima pra esquerda belenense e deverá implicar em mudanças drásticas neste finzinho de campanha, onde cada voto, cada opinião e confusão, de ambos os lados em disputa, poderão definir o quadro eleitoral, com uma pequeníssima diferença de votos.

Segue a Nota publicada no portal do PSTU.

PSTU rompe com frente em Belém e chama voto crítico em Edmilson Rodrigues (PSOL)

O PSTU anuncia sua ruptura com a Frente “Belém nas mãos do povo” em razão dos rumos políticos adotados pela direção do PSOL neste 2º turno na disputa da Prefeitura Municipal de Belém. Na capital paraense, foi composta uma frente eleitoral entre PSOL, PCdoB e PSTU, tendo Edmilson Rodrigues (PSOL) como candidato a prefeito. Essa frente foi montada com o objetivo de constituir uma alternativa eleitoral de esquerda para os trabalhadores da cidade, em base a um programa mínimo de enfrentamento com os setores da burguesia, de compromisso com os trabalhadores e o povo pobre e de independência de classe (política e financeira) em relação aos patrões e governos.

A coligação em torno da campanha do Edmilson polarizou a cidade e se concretizou em uma alternativa para todos os trabalhadores. Foi tão assim que, mesmo com um tempo de TV muito reduzido e inferior aos demais, Edmilson venceu o primeiro turno com 32% dos votos.

No interior da frente, desde antes de sua conformação, houve uma luta política para garantir um programa classista. O PSTU batalhou contra a presença do PCdoB, por ser um partido que apoia e compõe o Governo Federal, partido que não comunga com a oposição que PSTU faz politicamente ao governo Dilma.

Além disso, durante a campanha, Edmilson recebeu apoio de Marina Silva e o PSOL aceitou a doação de dinheiro de empresas para financiar sua campanha. Ambas as ações estão contra as diretrizes de uma candidatura que reivindica governar para o povo pobre e os trabalhadores. O PSTU sempre exigiu publicamente que isso fosse revisto.

Lamentavelmente, a direção do PSOL sucumbiu de vez à lógica do vale-tudo eleitoral ao incorporar política e programaticamente neste 2º turno o PT e representantes da direita como o PDT, o PPL e até mesmo um vereador do DEM. O PDT é um partido que fez parte da base de sustentação do governo Duciomar Costa e da candidatura de Anivaldo Vale (PR) e tem como um de seus principais dirigentes o latifundiário Giovanni Queiroz. Já o PPL é uma sublegenda do PMDB. A reivindicação do apoio de Dilma e Lula por parte de Edmilson Rodrigues em sua campanha significam o abandono do perfil de uma candidatura de esquerda e socialista.

Nós do PSTU já alertávamos desde o 1º turno que o recebimento de dinheiro de empresários e a defesa de programas sociais compensatórios (Bolsa-Escola) como principal eixo de campanha de Edmilson já indicavam uma guinada à direita que abandonava o caráter classista e socialista que a frente deveria ter.

O espaço de massas conquistado pela candidatura de Edmilson e pela campanha da Frente “Belém nas mãos do povo” poderiam contribuir com o fortalecimento da luta da classe trabalhadora, do povo pobre e da juventude para enfrentar os ataques dos patrões e dos governos aos salários e direitos, como a nova reforma da Previdência que está sendo preparada e a tentativa de instituir o Acordo Coletivo Especial pelo governo com o objetivo de flexibilizar os direitos trabalhistas.

A autoridade política da candidatura de Edmilson também poderia estar a serviço da luta contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, pela implantação de conselhos populares que decidissem sobre 100% do orçamento e pelo direito à educação, saúde, saneamento, moradia e transporte público e de qualidade.

Infelizmente, Edmilson e o PSOL optaram pelo caminho inverso. Resolveram trilhar o caminho da conciliação de classes no âmbito do programa e das alianças eleitorais.

O PSTU tem um compromisso com a classe trabalhadora e é coerente com aqueles que apostam em construir um projeto para transformar a sociedade. A presença do PSTU nessa frente, hoje, estaria em contradição com seu programa, e o lado que o PSOL tomou nos obriga a nos retirarmos da coordenação de campanha.

A mesma coerência que nos faz sair da coordenação da Frente ‘Belém nas mãos do povo’ também nos cobra um posicionamento contundente contra o PSDB. Zenaldo Coutinho é a representação política dos grandes empresários, latifundiários e banqueiros. Seu partido é o símbolo dos setores da burguesia que odeiam os movimentos sociais e que defendem a privatização de nossas riquezas, empresas e serviços públicos. Uma possível vitória de Zenaldo representaria um retrocesso para as lutas e para a consciência da classe trabalhadora em Belém.

Por isso seguimos chamando voto em Edmilson, um voto crítico, para derrotar a burguesia. Mas com essa coalização mantida, não temos nenhuma expectativa de que o PSOL será consequente com um governo para a classe trabalhadora, porque as alianças de hoje cobrarão seu preço amanhã.

Direção Municipal do PSTU.

Agora veja a nota da CST/PSOL.

A CST-PSOL se retira da campanha e declara voto crítico em Edmilson.

1- No dia 17/10 nos posicionamos com nota sobre os erros que víamos na campanha de Edmilson. A aliança com partidos da ordem e corruptos impôs um rebaixamento programático e a diluição de nosso perfil, ao ponto de que um vereador do DEM está apoiando Edmilson.

2- Isso explica o crescimento do tucanato, que tanto mal fez e faz ao nosso país e ao Pará. Ao misturar nosso partido com antigas ratazanas patronais e ao PT estamos perdendo a oportunidade de apresentar um projeto alternativo para enfrentar, pela esquerda, o PSDB de Zenaldo. Não podemos esquecer que os Tucanos venceram o governo estadual, derrotando Ana Júlia, em função do desgaste do projeto neoliberal aplicado pelo PT. Lembrando que o governo Ana Júlia/Jáder reprimiu a greve dos trabalhadores da educação dirigida pelo SINTEPP, dentre outras categorias. Acrescentamos que, em Belém, as traições nacionais do PT produziram a derrota de Dilma no segundo turno de 2010, o que explica o péssimo resultado do PT em 2012.

3- No entanto, o que estava ruim ficou pior. Com a definição de Lula de gravar programas de TV para Edmilson todos os limites foram ultrapassados. Assim, levam nosso partido para a vala comum da base aliada do governo Dilma/Temer e da ordem estabelecida, cujo maior representante é Lula. Por essa via, ao se aliar ao governo PT/PMDB, o partido do ficha suja Jáder Barbalho e de Priante, entrou definitivamente em nossa campanha. Nós não esquecemos que o governo Dilma/Temer indicou Luis Fux ao STF para roubar o mandato de Marinor Brito, recolocando Jáder no Senado. Montaram, assim, um palanque que nossa corrente não vai compartilhar!

3- É com profunda perplexidade e indignação que assistimos a declaração de Lula, usando o tempo de TV do PSOL para iludir os trabalhadores e o povo pobre ao mesmo tempo em que usa nosso partido para tentar respaldar pela esquerda o seu projeto político nacional. Lula afirma que os governos do PT melhoraram a vida do povo trabalhador e significaram valorização das áreas sociais. A nossa situação não é essa. O censo do IBGE de 2010 mostra que metade da população tem rendimento per capita de até R$ 375,00. Nos últimos anos aumentou a privatização da saúde, o favorecimento aos tubarões do ensino e os programas habitacionais servem para favorecer as empresas privadas do setor. Agora mesmo, Dilma acaba de privatizar os aeroportos, a previdência dos servidores federais, os hospitais universitários, tudo feito com aumento da criminalização dos movimentos sociais, seja o corte de ponto aos grevistas ou as tropas federais no canteiro de Belo Monte, por exemplo.

4- É a primeira vez que Lula apóia um candidato do PSOL. É a primeira vez que o governo Federal, o governo Dilma, apoia nosso partido. Lula é a figura que simboliza a conversão do PT em um instrumento da ordem e da classe dominante. Traição que deu origem ao PSOL, pela sua capitulação ao FMI, à política econômica de Meireles e Palocci. Desde o início, os parlamentares Radicais e os militantes do PSOL combateram Lula e a reforma da previdência e as demais reformas neoliberais, as privatizações e os leilões do petróleo, a criminalização das lutas e o arrocho salarial aos servidores, o pagamento de 45% do orçamento para pagar juros aos banqueiros e o Mensalão. Por isso não aceitamos que o chefe dos mensaleiros, aquele que em nome da esquerda aplicou a política neoliberal no nosso país, aquele que simboliza a traição da luta histórica dos trabalhadores apareça nos programas do PSOL!

5- Não é para isso que dedicamos nossas vidas a construção do PSOL! Não aceitamos a domesticação de nosso Partido! Não temos nada a ver com a ala que quer liquidar o partido, o setor petista do PSOL, a ala governista de nosso partido! Não aceitamos as negociatas que o grupo de Edmilson, Randolfe e Ivan Valente fez com o PT e o governo federal, que significa fazer campanha para Haddad em São Paulo, o apoio de Randolfe para o PT em Rio Branco-AC, passando por cima do PSOL no estado, tudo em troca do apoio de Lula em Belém! Trata-se de acordos tão fisiológicos e oportunistas, que em Belém (Edmilson) está com o governo federal e Lula contra o PSDB, enquanto em Macapá (Clécio) está com DEM/PSDB disputando contra o PDT e Lula.

6- O pior é que o programa de Lula em Belém foi imposto por este grupo sem debater ou deliberar esta política na Executiva Municipal do Partido.

7- Este grupo acaba de lançar uma nota ameaçando as tendências que resistem internamente, sobretudo à situação esdrúxula do Amapá, onde o senador Randolfe e Clécio, estão aliados ao PSDB, DEM e PTB. Dizem que nossa posição deve ser “analisado à luz dos princípios partidários” dando a entender que podem vir a querer punir dirigentes, parlamentares, militantes de nosso campo e/ou regulamentar o direito de manifestação pública das tendências. Ameaças que repudiamos, que não nos calarão, nem nos impedirão de defender o PSOL e seu caráter de esquerda, radicalmente contrário aos dois blocos de poder da classe dominante: PT e seus aliados e o PSDB/DEM e seus aliados. Aqueles que sim devem ser punidos, são os atuais dirigentes que desrespeitam nossas resoluções congressuais, passam por cima de nossas instancias e fazem acordos e negociatas com tudo e com todos.

8- Para defender o PSOL, para defender o caráter de esquerda de nosso partido, a CST-PSOL se retira da campanha e chama voto crítico em Edmilson. Do mesmo modo, propomos a todas as correntes, grupos e movimentos sociais que compõem a frente eleitoral para repudiar essa situação, adotando a mesma atitude.

Em Defesa do PSOL! Pela oposição de esquerda contra o governo do PT/PMDB e a velha direita PSDB/DEM! Viva a luta pelo Socialismo!

CST – Corrente Socialista dos Trabalhadores

Silvia Letícia – Secretária Geral do PSOL Belém, Douglas Diniz – Membro da DN e Secretário de Organização do PSOL Belém, Julia Borges – Membro do Diretório Municipal do PSOL Belém, Francisco Lopes – Diretório Municipal do PSOL Belém,
Cedicio de Vasconcelos – Diretório Municipal do PSOL Belém, Neide Solimões – Executiva Estadual do PSOL Pará, Denis Melo – Executiva Estadual do PSOL Pará, Messias Flexa – Diretório Estadual do PSOL Pará, Joyce Rabelo – Diretório Estadual do PSOL Pará, Reginaldo Cordeiro – Diretório Estadual do PSOL Pará, João Santiago – Diretório Estadual do PSOL Pará - Mariza Mercês Moreira – Diretório Estadual do PSOL Pará. Babá, Silvia Santos, Michel Oliveira e Nancy de Oliveira Galvão – Diretório Nacional do PSOL.


Tudo isso por causa do vídeo abaixo: 

sexta-feira, outubro 19, 2012

A esquizofrênia da Farsa Socialista e a hipocrizia da Direita incompetente


Em Belém, Plínio de Arruda com seus colegas de partido.

"O Serra tem seus problemas. Tem um gênio difícil, é meio direitoso, mas é um homem competente." 

Plínio de Arruda, ex-Deputado e fundador candidato do PSOL à Presidência em 2010, em declaração à Folha de São Paulo, dizendo ser amigo de Serra, candidato derrotado por 2 vezes pelo PT e candidato à prefeitura de São Paulo, onde está em 2º colocado nas pesquisas. O 1º colocado é Fernando Haddad, militante do PT e ex-ministro da Educação.

Detalhe: O candidato do PSOL em SP, Carlos Giannazi, teve 1% dos votos no primeiro turno e orienta voto nulo neste 2º turno. 

Belém: Colhendo o que plantaram.

Já em Belém, o candidato do partido, Edmilson Rodrigues, foi em busca e obteve já no 1º dia após o 1º turno, o apoio parcial do PT e disse que o PSOL sempre teve uma relação respeitosa com o partido, mesmo assim não convenceu a base, pois sua militância continua fazendo justamente o contrário e mantém o alto índice de rejeição nas bases petistas. Para tentar reverter o quadro, ouve-se da direção do PT o mantra de que é mellhor ter o PSOL governando Belém, do que os tucanos no controle de toda a Região Metropolitana.
 

Parte da militância petista que não concorda em votar e pedir votos para Edmilson Rodrigues, não votará em Zenaldo Coutinho, é claro, e alegam que em 2010, o PSOL-Pará ajudou a desenterrar Simão Jatene (PSDB), que hoje governa novamente o Estado e já ganhou importantes prefeituras do Estado e mira agora no segundo turno, a prefeitura de Belém.

Com um falso discurso, o candidato do PSDB Zenaldo Coutinho, demonstra o quanto é hipócrita ao criticar a gestão municipal e ter co-responsabilidade com a eleição de Duciomar Costa com quem está de braços dados, prontos para dar continuidade ao desgoverno que segue na cidade que completará 400 anos precisando de vergonha na cara de muita gente que faz questão de não debater política e limita-se à votar de dois em dois anos.

quinta-feira, outubro 18, 2012

Belém: Nova pesquisa de intenção de votos do 2º turno


No blog do pesquisador Edir Veiga.


Quem vai ganhar o segundo turno? não sei, não tenho bola de cristal. A ciência política de inspiração weberiana trabalha com a noção de tendências probabilísticas.
 
No caso de Belém temos algumas pistas de por onde a teoria nos ajuda enxergar no momento de reinício da competição de segundo turno entre Ed e Zê.
 
Parto de algumas asertivas, ou seja, antecedentes lógicos para derivar as respectivas consequentes:
 
1- O status kuo ideológico da cidade  Belém é de centro conservador.

2-O deputado ED está na extremidade esquerda deste espectro ideológico

3-Zenaldo está posicionado no centro deste status kuo belenense

4-Eleitores de J.Lima, Priante e Anivaldo tendem majoritariamente para o centro ideológico da cidade.

5- Eleitores de Jordy e do Alfredo tendem majoritariamente para o espectro de esquerda.
 
Isto posto, posso concluir.

Zenaldo tende a sair com uma boa vantagem sobre Edmilson quando o realinhamento eleitoral se colocar neste segundo turno. 
 
Esta tendência é defintiva? nada é definitiva em disputa política, mas probabilisticamente, Zenaldo tende a vencer o segundo turno.
 
Lembremos, os candidatos não são donos do voto de seus eleitores. Os candidatos devem se posicionar coerente com a tendência de seu eleitorado, sob pena de virem a se desmoralizar.

O PT também vota nulo em Belém



"Quase todos os partidos se dão conta de que para a sua própria autoconservação lhes interessa que o partido oposto não perca forças; o mesmo se deve dizer para a grande política. Especialmente uma criação nova, por exemplo o novo Reich, tem uma maior necessidade de inimigos que de amigos: só na antítese se sente necessário, só na antítese chega a tornar-se necessário... Não nos comportamos de outro modo com o nosso "inimigo interior"

(Friedrich Nietzsche, "Crepúsculo dos ídolos, ou como se filosofa à marteladas", Lisboa, Guimarães Editores, Ltda, 1985)

Para entender a posição do único Núcleo de Base ainda existente no PT-Belém, leia a nota publicada no Facebook.


terça-feira, outubro 16, 2012

Crise no PSOL: Aliança com DEM/PSDB em Macapá revolta militantes.


Ivan Valente, presidente do PSOL com Panzera (PCdoB), Edmilson, Marinor e Randolfe (PSOL)

A pergunta que não quer calar: Porque a corrente política de Edmilson Rodrigues, candidato do PSOL em Belém do Pará, não assinou a nota sobre a política de Alianças em Macapá, onde o Partido está unido com o DEM e o PSDB?

Leia e entenda a nota publicada no perfil do Babá no Facebook:

NOTA AO PSOL SOBRE AS ALIANÇAS NO SEGUNDO TURNO EM MACAPÁ


Nas eleições de 7 de outubro, o PSOL conquistou uma vitória política indiscutível. 

Apresentando-se pela esquerda, o partido ampliou de forma muito significativa suas votações; elegeu um prefeito (no município de Itaocara, no estado do Rio de Janeiro), passou ao segundo turno em duas capitais – Belém e Macapá – e obteve grandes votações em outras capitais e nas maiores cidades (com destaque para Rio de Janeiro, Fortaleza, Florianópolis, Niterói) e vitórias políticas importantes como em Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Maceió e Natal; ampliou de forma expressiva sua bancada de vereadores. Tudo isto, apresentando-se pela esquerda, demarcando tanto com os partidos da direita tradicional como com o bloco dos apoiadores do governo federal.

É neste quadro que fomos surpreendidos pelas informações sobre as alianças que estão sendo articuladas para o segundo turno em Macapá. Diversos órgãos de imprensa do Amapá divulgaram, no dia 12/10, a realização de um ato político em que o candidato a prefeito pelo DEM e pela coligação “Macapá Melhor” (DEM-PTB-PSDB-PRP), o deputado federal Davi Alcolumbre, apoiou Clécio Luís (PSOL), selando uma aliança. O Candidato do DEM declarou que “nossas propostas foram incorporadas ao plano de governo de Clécio”. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL) declarou que esta não é apenas “uma aliança política, e sim um caminho novo para a política no Amapá; é uma aliança para ganhar a Prefeitura no último domingo deste outubro, mas é também para governar em conjunto, unindo ideias e propostas de Clécio e demais lideres para Macapá dar a volta por cima”.

Estiveram presentes os principais representantes no Amapá do DEM, do PTB e do PSDB. Um dos representantes do PTB presentes foi o vereador eleito Lucas Barreto, candidato ao governo do Amapá em 2010, quando foi apoiado por Clécio e Randolfe, na contra-mão do PSOL nacional. Outro presente foi o prefeito eleito de Santana, Robson Rocha (PTB), candidato que recebeu o apoio público do senador Randolfe Rodrigues desde o primeiro turno. E também o presidente do PSDB, Jorge Amanajás, que já tinha dado apoio a Clécio desde o primeiro turno. Todas estas lideranças destes três partidos são ligadas a José Sarney.

Três dias depois da divulgação destas informações, o companheiro Clécio Luís enviou uma “Mensagem às companheiras e companheiros do Partido Socialismo e Liberdade” em que, no fundamental, confirma as informações divulgadas pela imprensa do Amapá.

Ora, o PSOL de todo o país, que acabou de brilhar com uma campanha eleitoral de esquerda, não merece uma agressão como esta que está sendo feita contra ele. É evidente que a candidatura a prefeito de um deputado federal do DEM, apoiada por DEM, PTB e PSDB, só pode ser uma candidatura de direita, da qual não devemos buscar o apoio, e com a qual, muito menos, podemos fazer qualquer aliança programática. Tampouco faz nenhum sentido fazer com estes partidos uma “aliança pela moralidade”. DEM, PTB e PSDB estão na lista de partidos com os quais o DN do PSOL proibiu qualquer aliança nas eleições de 2012. Se esta aliança se mantiver, representará uma mancha que envergonhará e indignará todo o PSOL; obviamente, não se trata de um assunto do PSOL do Amapá apenas.


domingo, outubro 14, 2012

Tolerância Religiosa: Curta essa idéia!


"A Igreja Assembléia de Deus da Avenida Nazaré em Belém abriu suas portas e prestou auxilio aos promesseiros que participavam do Círio de Nossa Senhora de Nazaré... Nossos irmãos da assembléia estavam doando água, café da manha e ainda acolhendo as pessoas que passavam mau durante o Círio. "

By Daniel Santos Lima.

sexta-feira, outubro 12, 2012

Se as eleições fossem hoje, em quem você votaria para prefeito de Belém?

Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho: Quem você votará para prefeito de Belém?

No dia 28 de Outubro, as urnas estarão novamente ligadas esperando a decisão dos brasileiros, no 2º turno das eleições municipais e no intuito de aferir a escolha dos leitores e demais amig@s que interagem nas redes sociais, o blog As Falas da Pólis publicou uma enquete para aferir a opinião d@s eleitores/as e dará ampla divulgação dos resultados parciais que deverão demostrar um retrato momentâneo da campanha eleitoral, através da opiniões d@s internautas.

Em Belém, a disputa tende à esquentar nas próximas semanas. Por enquanto, cidade exala maniçoba e tucupi, mas tão logo a imagem da padroeira dos Paraenses faça um passeio numa berlinda pelas ruas do centro histórico de Belém, o clima de paz e fraternidade se tranformará num palco de guerra entre os candidatos e seus apoiadores.

Para votar é só clicar no lado esquerdo, no topo do blog.

Resistência!

Resistência em Serra Pelada - Foto de Sebastião Salgado.
 
"A bravura de um homem está na junção da sua vontade de vencer e na sua resistência a derrotas."  Marcelo Gigliotti

Paulo Rocha é absolvido por 5 dos 10 ministros do STF


Paulo Rocha, presidente de honra do PT-PA à um passo da absorvição pelo STF.

Ainda faltam os votos de três (03) ministros, mas pra cinco (05) dos dez (10) que estão na corte do STF, julgando a ação do chamado "Mensalão", já consideraram como inocente, o ex-deputado petista, que teve sua candidatura como Senador prejudicada em 2010, pelo envolvimento de seu nome no escândalo e hoje está sem mandato, depois de cinco vezes consecutivas ser eleito como Deputado Federal pelo Pará.

Leia a matéria publicada no site da EBC:


Brasília – O ministro Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), absolveu hoje (11) todos os seis réus que integram o item de lavagem de dinheiro, acompanhando o ministro-revisor Ricardo Lewandowski no julgamento da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão.

“Vejo a impossibilidade do dolo eventual no crime de lavagem de dinheiro. Como que a pessoa não participou do crime antecedente, e por movimentar o dinheiro de forma não ordinária, pode ser condenada por lavagem? Se na legislação anterior precisava de crime antecedente? É necessário o dolo [intenção de cometer crime], e não logrou o Ministério Público comprovar o dolo”, explicou Toffoli.

Até o momento, dois ministros divergiram de Lewandowski. O relator da ação, Joaquim Barbosa, e o ministro Luiz Fux votaram pela condenação de três réus: os ex-deputados petistas Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG) e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

Todos os ministros, que já votaram, entenderam que os assessores Anita Leocádia e José Luiz Alves desconheciam o esquema criminoso de lavagem de dinheiro montado por Marcos Valério, atuando como meros intermediários do repasse do dinheiro. Toffoli também absolveu o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

O julgamento foi encerrado após o voto de Toffoli. Na próxima sessão, votam os ministros Gilmar Mendes, o decano Celso de Mello e o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, ainda no item sobre lavagem de dinheiro.

Confira o placar parcial do Capítulo 7 – lavagem de dinheiro envolvendo PT e PL:

1) Paulo Rocha: 5 votos a 2 pela absolvição (Condenam: Joaquim Barbosa e Luiz Fux / Absolvem: Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Antonio Dias Toffoli)

2) Anita Leocádia: 7 votos pela absolvição

3) João Magno: 5 votos a 2 pela absolvição (Condenam: Joaquim Barbosa e Luiz Fux / Absolvem: Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Antonio Dias Toffoli).

4) Professor Luizinho: 7 votos pela absolvição

5) Anderson Adauto: 5 votos a 2 pela absolvição (Condenam: Joaquim Barbosa e Luiz Fux / Absolvem: Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Antonio Dias Toffoli)

6) José Luiz Alves: 7 votos pela absolvição

Confira os votos até o momento no julgamento do chamado mensalão

quinta-feira, outubro 11, 2012

A fé do PT e a má fé do PSOL - II

Lideranças do PT, tidas pelo PSOL como o partido do "Mensalão", aliam-se em Belém.
"A relação entre os integrantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do PT sempre foi respeitosa". Edmilson Rodrigues.

A frase proferida pelo candidato à prefeitura de Belém pelo PSOL, Edmilson Rodrigues, durante o anúncio público de apoio do PT à sua candidatura, na tarde desta quarta-feira, (10) no hotel Regente, não bate com o que se ouve e lê dos demais integrantes do PSOL que tomam o Partido dos Trabalhadores como seu adversário preferido no embate cotidiano, nas ruas, sindicatos e todo e qualquer lugar.

O próprio coordenador da campanha de Edmilson, Luiz Araújo, que já foi secretário de Educação e candidato à deputado, obtendo uma votação pífia, em sua mais completa sobriedade, durante a campanha eleitoral, disparou pelo seu tuiter, uma provocação gratuíta, chegando até ser "leve", perto das graves acusações que os demais militantes do partido do socialismo e liberdade já fizeram e continuam fazendo, contradizendo aquele que alguns apelidaram como Rei Sol.


É por essa e por outras, muitas outras, que independente da posição deferida pelo PT, a Executiva Municipal da tendência "Articulação Unidade na Luta" - da qual faz parte o candidato à prefeito pelo PT nestas eleições, Alfredo Costa - convocou parlamentares, lideranças populares, sindicais, candidatos à vereadores para uma reunião de tomada de decisão sobre a posição do grupo para o 2º turno, na noite desta quarta-feira e depois de dezenas de argumentos pró e contra o apoio à aliança com a candidatura de Edmilson Rodrigues, concluiu de forma democrática pela liberdade de voto de sua militância, a qual foi unâmine, é claro, que não votará no candidato Tucano Zenaldo Coutinho, dado o antagonismo programático, ideológico e de classes.

Leia também A fé do PT contra a má-fé do PSOL

terça-feira, outubro 09, 2012

Muito estranho


As eleições em Belém e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré





Sincretismo religioso ou oportunismo eleitoral?

No facebook do Tony Leão da Costa:


Tá rolando na net essa imagem abaixo. 

Comenta-se que é uma contradição do candidato, ou como se ele estivesse enganando uns e outros. 

Ué, mas por que seria?? Que eu saiba Edmilson não é candidato a pastor nem a babalorixá, não é candidato a pajé nem mesmo a rabino... Que eu saiba ele é candidato a prefeito de uma cidade com mais de 1 milhão e 300 mil habitantes. Nesta cidade há judeus, há evangélicos de várias matizes, há umbandistas, há adeptos da pajelança cabocla, do islamismo, do budismo, do candomblé, do ateísmo, do agnosticismo, etc. 

O prefeito da cidade é o administrador DA CIDADE, para tod@s os moradores da cidade, mas principalmente para aqueles que mais necessitam da estrutura da prefeitura. O fato de Edmilson Rodrigues aparecer juntos com religiosos de religiões diferentes só mostra uma coisa, que seu mandato é para a cidade, sem preconceito, com democracia e pluralidade! Vamos ficar ligado no desespero de certos grupos em fim de campanha! É Edmilson 50 por uma cidade democrática, que não pregue o ódio religioso e plural!

"O verdadeiro candidado do PT" não colou!

A militância se esforçou mas a falta de uma boa comunicação e inteligência, levaram o PT à mais uma derrota.
 
No post anterior eu disse que o feitiço que enfeitiçou o PT, em algum momento de seu passado recente e que ainda continua a enfeitiçá-lo, é sua incompreensão de um fato político elementar: o de que a conquista do poder não significa, em nenhuma situação histórica, a conquista da hegemonia.
Logo em seguida, afirmei que a campanha de Alfredo Costa, a julgar pela maneira como foi conduzida, renovava esse enfeitiçamento.
Explico por que.
Penso que a campanha do PT de Belém, nestas eleições, partiu da crença de que o partido tem, constituído e sólido, um capital político que equivale a algo entre 20 e 25% do eleitorado local.
É verdade, de acordo com muitas pesquisas realizadas, que há uma simpatia pelo PT, em Belém, que alcança essa marca. Porém, isso não significa que essa parcela do eleitorado efetivasse, sob a forma do voto, a sua simpatia.
A questão é que a interpretação dada ao fenômeno político da simpatia foi de que esse potencial seria, efetivamente, um capital político já constituído e sólido.
Ora, a natureza do fenômeno do poder é, precisamente, a que lhe dá o nome: poder, como poder-ser, poder-fazer, poder-acontecer. Para ser real, o poder sempre resta condicional. Sua potência está menos na sua realização de que na sua promessa.
Como no poder de repressão, que tem sua maior eficácia na ameaça de concretização de que na sua realização efetiva: é a ameaça de punição que, principalmente, impede o delito.
A campanha do Alfredo, bem como o imaginário que envolve o PT paraense obedece a uma ordem metafísica: confunde o poder com o ser.
Em outra palavras: confunde construção hegemônica com hegemonia.
O sintoma disso foi ter construído toda a campanha de 2012 com base na crença de que o voto no Edmilson se devia ao desconhecimento de que o candidato do PT era Alfredo. Um pressuposto que se mostrou parcialmente equivocado
Do começo ao fim da campanha ouvimos o slogan “O verdadeiro candidato do PT”. Ora, à força de tentar provar que o PT era Alfredo, e não Edmilson, o PT deixou de fazer campanha para Alfredo.
E a fez para Edmilson.
Por que o raciocínio de qualquer eleitor mediano seria, imagino o seguinte: Ah, então não é o Edmilson? Bom, e daí? Edmilson já foi do PT, não é? Então ele sabe fazer...
Em síntese, o PT não fez campanha.
Sugeriu uma incógnita, sem respondê-la.
Recordo que, recentemente, fazendo um grupo focal para minha pesquisa na UFPA - que não tem objetivo e nem temática política – me ocorreu testar o conhecimento da relação entre Alfredo Costa, Edmilson Rodrigues e o PT. Mesmo sendo um teste eventual, ficou evidente, justamente, esse fato: em geral se reconhecia Alfredo como candidato do PT, mas, também em geral, Edmilson representava melhor ...o PT.
Em síntese, o fator “simpatia” vale mais na sua dimensão subjetiva, na sua dimensão empática, e não se manifesta, necessariamente, como uma objetividade.
Não se deve cobrar raciocínio silogístico a um processo eleitoral amazônico... 

Leia também:

Qual será a posição do PT para o 2º turno em Belém



Uma eleição apertada, onde cada voto será importante, imagine um partido inteiro!

Após três derrotas seguidas em eleições municipais em Belém, o PT amarga um cenário de crises e soluções nada convenientes diante da indecisão que toma conta do partido para posicionar-se no 2º turno das eleições, onde PSOL e PSDB se enfrentarão sob o comando de Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho, respectivamente.

A única coisa certa até agora é que o candidato do PSDB, Zenaldo Coutinho, não contará com o apoio do PT e disso ele já sabem.

Da parte do PSOL, já no 1º turno havia emissários articulando para que haja um acordo político-eleitoral com o PT, para que este lhe apoie Edmilson Rodrigues institucionalmente, haja vista que no 1º turno ele contou com os votos de simpatizantes e eleitores do partido, não da estrutura orgânica, como deseja quer agora.

Vale lembrar que para o plano dar certo, tanto a militância do PSOL, quanto a do PT precisam de um banho de água fria para acalmarem os ânimos, mas quem ousará chegar com o balde?

O pragmatismo toma conta dos dois partidos e só há espaço para o debate ideológico nas redes sociais, a grande arena onde os embates são travados. É lá que a base do PSOL se manifesta dizendo que não precisa aliar-se com o partido dos “mensaleiros” e traidores da classe trabalhadora, enquanto outros dizem que a única saída para o PT manter a coerência é declarar apoio ao PSOL. Detalhe: Sem exigir nada.

Por sua vez, muitos militantes e quadros do PT, mesmo antes de terminar o 1º turno, já declaravam que não há a mínima condição de apoiar o PSOL que foi fundado com o interesse de destruir e substituir o PT no cenário político, sugando-lhe a militância, seu legado de lutas e pra isso tendo que deturpar a história com o apoio da mídia e dos partidos de direita. 

Há ainda a lembrança viva de que o PSOL sempre propagandeou que os programas sociais do governo Lula/Dilma são assistencialistas, as medidas econômicas, mantenedoras da miséria, do neoliberalismo e que só serviram aos banqueiros. Alem disso, o PSOL sempre denunciou as alianças eleitorais do PT como sendo fisiológicas e nunca perdeu a oportunidade de se aproveitar do escândalo do “mensalão” e de todos os erros e crises do PT, aliando-se ao mantra cantado pelos partidos da direita e da imprensa nacional e local, os quais dispensam apresentações.
  
Por essa e outras, cresce o desejo e a inclinação pelo voto nulo entre muitos do PT. A direção por sua vez, está dividida. 

Tendências definem suas posições

Sob o comando do Dep. Federal Beto Faro e do Dep. Estadual Carlos Bordalo, a “Articulação Socialista” elegeu dois vereadores em Belém - Iran Moraes e Ivanise Gasparim - está simpática à aliança com o PSOL e reunirá sua militância de Belém para fechar posição de forma coletiva, como diz a nota publica no blog do Bordalo.

A coordenação da DS, do Dep. Federal Cláudio Puty, do Estadual Edilson Moura e da ex-governadora Ana Júlia, perdeu seus dois vereadores – Marquinho e Milene - e já decidiu os rumos da tendência, emitindo nota pelo blog do Puty, onde declara que defenderá dentro do PT a aliança com o PSOL.

Já a “Unidade na Luta” tendência do Dep. Federal Miriquinho Batista e dos Estaduais Zé Maria e Alfredo Costa - que foi o candidato à prefeito pelo PT - perdeu seus dois vereadores - Adalberto Aguiar e Otávio Pinheiro - fará uma plenária na quinta-feira (11) para aferir junto à sua militância, quais os rumos que o grupo se posicionará no partido. 

O “PT pra Valer” do Dep. Federal Zé Geraldo, dos Estaduais Airton Faleiro, Bernadete Ten Caten e Valdir Ganzer, ainda não apresentou sua posição e nem informou qual será o método de decisão que utilizará.

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