sexta-feira, fevereiro 14, 2014

CPI do BRT investiga corrupção na obra da prefeitura


DENÚNCIAS

Integrantes da CPI querem saber como foram pagos R$ 44 milhões

A Comissão Parlamentar de Inquérito do BRT realizou ontem a primeira reunião de planejamento de suas atividades, na sala vip da Câmara Municipal de Belém. A discussão se baseou no relatório do Tribunal de Contas da União, que aponta 50 irregularidades no processo licitatório das obras, na fonte orçamentária "não identificada" e no projeto original. A falta de outros documentaos gerou uma lista de solicitações a ser encaminhada a vários órgãos públicos do município, do Estado e da União. A comissão pedirá o projeto original do BRT às secretarias municipais de Urbanismo (Seurb), Planejamento e Gestão (Segep) e Finanças (Sefin), e à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).

Aos ministérios públicos Federal e Estadual, a comissão pedirá cópia das ações contra o processo licitatório, apresentadas à Justiça. Já ao Tribunal de Contas dos Municípios, os vereadores solicitarão o relatório de análise do processo. Quanto ao relatório do TCU, a documentação já está de posse da CPI. À Caixa Econômica Federal, serão requeridos os documentos referentes à reprovação do projeto inicial, quando houve solicitação de recursos pela Prefeitura de Belém. E será cobrada uma resposta do Ministério das Cidades em relação à manifestação do TCU, já que o projeto foi selecionado pelo PAC Mobilidade Urbana - Grandes Cidades, com solicitação de intervenção nos corredores da Avenida Almirante Barroso e Rodovia Augusto Montenegro, centro de Belém e Icoaraci.

Os vereadores não revelaram os nomes ligados à gestão anterior da Prefeitura de Belém que serão convocados a depor. A partir de hoje, os integrantes da CPI terão 15 dias para fazer a leitura dos documentos. Pelo regimento interno da Câmara, a comissão tem 60 dias para produzir um relatório sobre as denúncias, com possibilidade de prorrogação por mais 60 dias. O relatório final será apresentado ao Ministério Público.

Fonte: OLiberal.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Mídia agora posa de vítima

Arnaldo Jabor, comentarista da Globo: esses revoltosos de classe média não valem nem 20 centavos.

Por Altamiro Borges* em seu blog.

Os barões da mídia têm muita flexibilidade tática. Eles são hábeis e rápidos. No início da “jornada de junho”, no ano passado, a mídia exigiu dura repressão contra os “vândalos” em luta pela redução da tarifa do transporte – no que foi prontamente atendida pelo tucano Geraldo Alckmin. Na sequência, diante da ampliação do movimento e da ausência de pautas bem definidas, ela tentou pegar carona nos protestos, impondo a sua agenda oposicionista. A expressão mais grotesca desta manobra se deu com Arnaldo Jabor. À noite, na TV Globo, ele disse que os jovens “não valem nem 20 centavos” e merecem porrada! Depois, na rádio CBN, do mesmo grupo, afirmou que os protestos eram “lindos”, mas orientou que eles deveriam ter eixo – contra o governo Dilma! Agora, diante da trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, a velha mídia usa a mesma tática marota!

Há várias semanas, os colunistas de aluguel dos telejornais, rádios, jornalões e revistonas pregam a volta das manifestações de rua. Nunca se viu tantos “revolucionários” por metro quadrado nas redações. Em editoriais, alguns jornais – como o Estadão – até aderiram ao movimento do “não vai ter Copa”. O noticiário diário é sempre negativo e joga na escandalização da política. Mesmo sabendo que muitos destes protestos de rua são acéfalos, sem direção ou bandeiras concretas, a mídia oposicionista faz alarde, dá roteiros, aposta na radicalização e prega o ódio aos partidos e aos movimentos sociais tradicionais. Num destes protestos, porém, um cinegrafista é morto barbaramente e covardemente! Os barões da mídia nem sequer fazem autocrítica da sua postura irresponsável. Tentam, novamente, tirar proveito do episódio, explorando um cadáver!

Apesar da pergunta completamente tendenciosa, Datena perde com placar que é uma goleada.

Os editoriais de todos os jornais desta terça-feira (11) afirmam que a maior vítima desta tragédia foi a “liberdade de imprensa” e aproveitam para exigir maior repressão às manifestações de rua. A TV Globo, que estava tão excitada com os protestos “espontâneos”, usa preciosos minutos da concessão pública para exigir o endurecimento contra os manifestantes. Na segunda-feira, no Jornal Nacional, Willian Bonner, num tom grave e apocalíptico, afirmou que a morte do cinegrafista “foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove”. Haja cinismo!

Diante da comoção criada na sociedade, governistas e oposicionistas, reféns crônicos da mídia, já falam até numa lei antiterror! A mesma mídia que criou o clima para os protestos “radicalizados” e sem direção, agora tenta tirar vantagem. Se o governo ceder, será tachado de autoritário. Se não retroceder na defesa da democracia, Dilma será acusada de leniente diante da violência dos “black blocs”. Os barões da mídia são realmente muito hábeis. Pena que alguns ativistas sociais sejam tão tacanhos e não percebem as manobras da direita nativa!

Altamiro Borges é jornalista, blogueiro e presidente do Barão de Itararé

Quem acreditou?


Faça uma dieta de leituras.


Protótipo do designer Tomislav Zvonaric sugere uma cama com espaço para colocar computador.
Passar o dia inteiro nas redes sociais é tão saudável quanto viver à base de fast-food.

Por Danilo Venticinque, na Época.

O Facebook está insuportável hoje. Pelo menos foi isso o que um amigo me disse. Não duvido: com a quantidade de assuntos polêmicos em pauta, poucos resistem à tentação de entrar em debates acalorados e intermináveis sobre tudo. O advogado de bermuda, a comentarista descompensada, o Batman no Leblon. Quanto mais pitoresco o tema, maior parece ser a vontade de se debruçar sobre ele para escrever um post “definitivo”. Perdi a conta de quantas vezes sucumbi a essas armadilhas. Com a proximidade das eleições, elas devem se tornar cada vez mais frequentes. Tenho tentado não cair nelas. Estou de dieta.

Houve um tempo em que os pessimistas diziam que passaríamos o dia inteiro assistindo à televisão e não leríamos mais nada. Estavam errados. Ironicamente, nunca lemos tanto quanto hoje, nos celulares, tablets e na tela do computador. E, infelizmente, nunca lemos tão mal.

Nutricionistas costumam organizar os tipos de alimentos numa pirâmide. Na base estão os cereais, verduras e frutas que precisamos comer várias vezes ao dia. O meio é reservado às carnes magras e derivados do leite, que devemos comer com moderação. No topo, tudo aquilo que devemos evitar no dia-a-dia, como doces e carnes gordurosas.

Poderíamos fazer um gráfico semelhante com as leituras. Na base estariam os livros. No topo, as discussões vazias nas redes sociais. No meio ficariam os artigos e reportagens, online e offline. Alguns podem ser tão enriquecedores quanto um livro. Outros, tão superficiais quanto uma foto de um gato no Facebook.

Não é preciso levar o exercício mental muito adiante para perceber que nossa dieta anda péssima. As redes sociais tomam a maior parte do nosso tempo de leitura. Elas nos levam com frequência a blogs ou sites de notícias. Aproveitamos um texto ou outro, mas nos esquecemos da imensa maioria.
>> Outros textos de Danilo Venticinque
Aos livros, que teoricamente deveriam ser nossa principal fonte de leituras, reservamos apenas uma pequena fração do nosso tempo de leitura. Por acreditar que os livros exigem concentração e silêncio, preferimos nos distrair com textos irrelevantes o dia inteiro e deixar as leituras sérias para o dia seguinte ou para mais tarde, quando já estamos cansados de ler bobagens e mal aguentamos manter os olhos abertos. É como se tivéssemos um banquete à nossa disposição, mas nos entupíssemos de balas e cachorros-quentes antes de sentar à mesa.

O primeiro passo para mudar a sua dieta de leituras é reconhecer que aproveitamos muito mal nosso tempo. Vale repetir a pergunta proposta pelo escritor suíço Rolf Dobelli em seu livro A arte de pensar claramente: de todas as notícias e posts em redes sociais que você leu no último ano, quantos realmente fizeram diferença na sua vida? Minha resposta foi alarmante: apenas dois ou três posts em blogs e, com sorte, meia dúzia de reportagens. Nenhum post em redes sociais. Nada que justifique as dezenas de horas que dedico a essas leituras semanalmente. Quanto aos livros, lembro de todos os que li durante o período. Mesmo os que não gostei de ler me ensinaram algo. Era hora de mudar meus hábitos.

Seria um exagero abandonar o Facebook completamente, assim nenhum nutricionista que se leve a sério diria para alguém cortar os doces para todo o sempre. O mesmo vale para o fast-food da informação. As redes sociais nem sempre são prejudiciais. Basta usá-las com moderação e tirar algum proveito delas. Cada um sabe sua forma de aproveitá-las.

Desde que decidi fazer uma dieta de leituras, abandonei as discussões no Facebook e no Twitter. Em vez disso, tenho usando as duas redes para receber e compartilhar reportagens sobre literatura. Por falar em reportagens, também reduzi o tempo que dedico a elas. Jamais conseguiria ficar três anos sem ler notícias, como Dobelli ficou – especialmente na minha profissão. Mas descobri que posso sobreviver tranquilamente lendo somente as principais notícias do dia e assinando três ou quatro publicações essenciais para quem trabalha na minha área. O resultado? Além de conseguir mais tempo para os livros, não sinto a menor falta das polêmicas digitais.

Na próxima vez em que o seu Facebook estiver insuportável, não reclame dele. Feche a aba do navegador. Procure outras leituras. Se alguém insistir para que você diga algo sobre o assunto polêmico do dia, experimente a sensação libertadora de não ser obrigado a expressar sua opinião sobre tudo. Peça desculpas. Diga que está de dieta.

Danilo Venticinque escreve às terças-feiras

BBB - Black Bloc Brasil



Algo errado com o Black Bloc Brasil ou é pra ser desse jeito mesmo?

Onde querem chegar?

O que pretendem de fato?

A caixinha de comentários e o blog inteiro está à disposição do ativistas do movimento/tática.

terça-feira, fevereiro 11, 2014

A falência e o declínio do jornalismo paraense


Não é de hoje que o jornalismo paraense não revela mais nenhum nome de destaque nacional. Profissionais que estudaram às custas do dinheiro público, consideram-se melhores do que aqueles que vieram das faculdades privadas e quase sempre a soberba é revelada sutilmente com uma piadinha nas redações e disputas por espaço, no acirrado e precário mercado de trabalho.

Não há debates sobre o fazer comunicação na Amazônia e nem tampouco eventos que envolvam a multiplicidade de temas correlacionados e/ou transversais. 

Alguns defendem a liberdade de imprensa e de expressão, mas quando questionados pelas redes sociais, demostram o despreparo para lidarem com o feedback, tão sonhado por quem estudou e defendeu por anos, a interação através dos meios de comunicação de massa.

Alguns chegam a tratar seus leitores e demais críticos daquilo que publicam como se fossem inimigos, pelo simples fato de serem questionados em algum ponto de vista, exposto naturalmente em textos jornalísticos. Mas isso acontece em qualquer lugar do Brasil e do mundo.

A peculiaridade do jornalismo paraense é mais complexa e nos remete a pensar que é fruto da postura provinciana adotada por acadêmicos e empresários do setor que sempre preocuparam-se mais em ter bajuladores do que seres pensantes e intelectuais promissores.

A baixaria que rola durante os debates eleitorais no Sinjor Pa e na Fenaj, revela o quanto a pseudo neutralidade político-partidária é uma falácia no metiê jornalístico e além disso, há um corporativismo insano e preconceituoso no mercado de trabalho, onde o QI (Quem Indica) é mais comum, do que na gestão pública, tão questionada pelos papas da informação em seus TCCs - Trabalhos de Conclusão de Curso. 

Grande parte da categoria, deveria servir de exemplo para aquilo que não deve ser feito: Profissionais pousam de independentes, mas tomam pra si as dores daqueles que os pagam, muitos se tornam arrogantes por terem uma coluna periódica nos jornalões e por ganharem maiores do que a imensa maioria da redação. 

O estado de pobreza intelectual é tamanho que há um regozijo daqueles que são agraciados com a tarefa de servir de cão de guarda de políticos e empresários com ficha corrida e que naturalmente precisam de bons advogados e assessores de comunicação, dispostos a se esmerarem-se em defendê-los com unhas, dentes e lábios. 

Receber dinheiro público pra servir de puxa-saco do governo de plantão é a tônica de muitos que não servem às duas famílias controladoras das empresas de comunicação no Estado e mesmo assim, ainda há quem faça as duas coisas e preste serviços "por fora", ajudando no implante de notinhas e afagos à seus clientes. 

Os mais inexperientes e iludidos, se contentam com a base da piramide e aceitam os freelas mal pagos e aceitam o "conto da sereia" que lhes impõe vestirem a camisa incolor de partidos, políticos e empresas, tornando-se mais ferozes em defendê-los do que os próprios contratantes.

Há mais coisas para dizer, mas isso fica pra depois.

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

A doutora Ramona já chegou aqui em Pacajá dizendo que logo ia pros Estados Unidos

Ramona já chegou de Cuba ao Pará com a intensão de ir pros EUA.

No blog do Hiroshi Bogéa.

Pacajá é uma cidade de 43 mil habitantes.

Tem um dos mais baixos IDH (índice de Desenvolvimento Humano) do Estado, – medido a 0,515.

Sua população,  desde o dia 1º de fevereiro, fomenta as conversas do dia a dia em torno da deserção da médica  Ramona Rodrigues (foto), cubana que integrava o Programa Mais Médicos, e que deixou o município para pedir asilo à embaixada dos Estados Unidos.

Não há outro assunto na cidade.

E histórias e estórias de todos os tamanhos e gostos.

Pode ser que, daqui a alguns anos, o caso seja uma lenda, na cabeça fértil de cada morador.

Nas rodadas informais, o tema é livre e, às vezes, picante.

Nos meios oficiais, entre servidores públicos do município e do estado, a questão é tratada com mais discrição.

“A gente só tem esse emprego, se perder, como vou tocar a vida?”, indaga uma funcionária, ao telefone, conversando com o poster.

Ela foi acionada através de uma fonte conhecida do blogueiro.

Algumas trocas de ligações telefônicas, durante o final da semana, nos colocaram, finalmente,  “frente a frente”.

Para falar, foi logo dizendo, a sua identidade deveria ser preservada.

“Por que, você recebeu determinação para não conversar com a imprensa”, pergunto.

“Não, não, é que esse assunto é muito sério, o que tem de jornalistas que chegam aqui na cidade, e fico com medo. Se o senhor quiser que eu fale, meu nome não deve “sai”, até porque eu disse isso ao seu amigo que me procurou…”

Em qualquer lugar do mundo, fonte é fonte. Patrimônio do bom jornalista. Guardá-la a sete – ou mil chaves, é regra básica.

Nossa entrevistada é da área de saúde, tem família radicada no município e é muito conhecida na cidade.

Passados dez dias, continua coberta de nebulosidade a história da médica cubana Ramona Matos Rodriguez, que desertou do Programa Mais Médicos, viajando para Brasília, escondida, e aparecendo no gabinete da liderança do DEM, do deputado Ronaldo Caiado (GO).

Resumo do papo que mantivemos com a servidora pública:

Com a fuga da médica, o atendimento à população ficou comprometido?

No posto onde ela trabalha, sim. Era lá no posto de saúde do bairro Alto Bonito (foto), muita gente está indo lá, e voltando. A prefeitura teve até que colocar aviso explicando que enquanto não chegar novo médico, não haveria expediente.Mas nos outros postos onde também trabalham médicos cubanos, o atendimento está normal.



Quantas pessoas, por dia, a senhora acha  são atendidas nesse posto?

Eu, particularmente, não sei, exato. Mas pelo número de pessoas que entram e saem, mais de 50, por ai.

(O pôster checou o número exato: 30 consultas/dia)

Como você conheceu a médica Romana?

Eu conheci a doutora Ramona no segundo dia de trabalho, em novembro, quando eu cheguei no posto para tratar de um assunto da secretaria de Saúde de Pacajá. Fomos apresentadas pelas colegas do posto, e daí em diante fomos mantendo contatos quase que diários, até virar uma boa amizade. Procuramos dar  todo apoio a ela, ate porque a orientação que recebemos da prefeitura era para que nós a agradasse ao máximo, para que ela se acostumasse logo com nosso lugar. A vinda desses médicos para Pacajá aliviou demais a vida da população carente e da prefeitura, que nunca teve sorte em ter bons médicos.

Você pode dizer, então, que era uma espécie de amiga pessoal da médica, com quem conversava sobre tudo?

Não vou dizer ´amiga pessoal´, mas parece que ela gostava de falar comigo. Talvez a língua que ela fala dificultasse um pouco a compreensão, mas eu também me sentia bem conversando com ela, pessoa muito boa, só que as vezes se fechava um pouco, acho que é o jeito dela.

Nesse tempo de convivência, você chegou a ouvir alguma vez ela reclamar que ganhava pouco, lhe fez alguma revelação sobre o valor do salário que lhe pagavam?

Não, nunca, isso eu posso afirmar. Nunca tratou desse assunto. Ela nunca falou pra mim que estava insatisfeita por ganhar pouco, nunca falava de salário, nunca disse nada sobre isso. Se ela disse a outra pessoa, eu não sei. Única coisa que achei estranho era ela dizer, muitas vezes, que ia embora, que não ficaria muito tempo. Cheguei ate conversar sobre isso com meus colegas.

Quando ela lhe falou que ia embora, recentemente?

Não, logo que ela assumiu o cargo, acho que inicio de dezembro, um mês depois que chegou aqui. Ela fazia até o sinal com as mãos de pegar avião, dizendo que ia para os Estados Unidos.

E quando ela falou em ir embora, você desconfiou de alguma coisa errada?

Eu não, nunca imaginei que isso fosse acontecer assim.

Antes de começar a gravar esta entrevista, você me disse que a doutora Ramona lhe falou sobre um namorado. Pode contar essa história?

Não, foi assim. Um dia, a gente estavámos (sic) conversado lá na praça da Bandeira, e ela disse que estava com saudade do namorado dela. A gente ria muito, do jeito que ela falava do namorado, achava engraçado o jeito que ela falava, a língua dela, e sempre a gente brincávamos (sic) com os colegas, imitando o jeito dela falar.

A doutora contou como era o namorado, o que ele fazia, quanto tempo namorava com ele?

Ela disse que ele mora em Miami, mas não explicou o que ele faz. A gente que perguntava se ele era “gato”, e como a doutora Ramona não sabia o que significa “gato”, minhas colegas imitavam um gato miando, ela ria muito. Depois explicamos que “gato” significa bonito, e ela passou a dizer que o namorado era “gaton” (imitando a médica)

Alguma vez, a médica chegou a dizer que estava sendo vigiada em Pacajá, reclamava de falta de liberdade?

Não, não, nunca.

E vocês, perceberam alguma vez alguém na cidade vigiando os médicos cubanos, ou impedindo eles de irem para algum lugar?

Também, não. Olhe, deixa eu lhe explicar. Se o senhor conhece Pacajá, sabe que a cidade aqui é pequena, todo mundo conhece todo mundo. Se alguém fala uma coisa numa rua, em cinco minutos, a cidade toda toma conhecimento. Qualquer coisa estranha, logo o morador suspeita. Por que o senhor fez essa pergunta?

Porque a doutora Ramona tem declarado à imprensa que não tinha liberdade para se mover em Pacajá, tinha sempre que pedir permissão para alguém, e que era constantemente vigiada.

Eu nunca vi isso aqui, com toda sinceridade. E ela também nunca reclamou que estava sendo espionado por alguém, e ia pra onde queria aqui na cidade, nunca vi ela reclamando de que não tinha liberdade, pelo menos pra mim.

Outra declaração da médica cubana, ao justificar sua fuga do Programa Mais Médicos, é quanto a falta de infra estrutura do posto de saúde onde ela trabalhava.

Olha, falta de infra estrutura, ocorre em muitas cidades do país, mas posso lhe garantir que a unidade de saúde de Alto Bonito tem material básico, inclusive em estoque. Posso até admitir que nosso “postinho” não é modelo, porque temos nossas deficiências, mas que ela tinha material básico, isso nunca faltou.

Pessoalmente, qual sua opinião sobre a doutora Ramona?

Excelente pessoa, médica dedicada que soube conquistar a população. Se o senhor sair pela cidade perguntando sobre ela, todo mundo vai dizer que está fazendo falta, e que a ausência dela está sendo muito sentida. Ela não devia ter nos deixado.

Leia também: "Nova médica cubana chega para substituir a desertora de Pacajá".

sábado, fevereiro 08, 2014

Esqueça Sheherazade. A culpa é de Silvio e do governo


Foi Silvio Santos quem criou Sheherazade e abriga outros âncoras fascistas Brasil afora. O governo, por sua vez, permite o uso criminoso de uma concessão pública.

Sheherazade é um alvo menor. A moça é uma mera testa-de-ferro, uma boneca de ventríloquo. A verdadeira voz dos discursos diários pregando o ódio, a violência, o preconceito e a intolerância é a de Silvio Santos. Foi ele quem decidiu trazer a jornalista da TV Tambaú, afiliada de sua emissora na Paraíba, para o palanque nacional do Jornal do SBT. É o empresário quem a mantém intocada e lhe protege para que siga discursando no horário dito nobre. É Silvio quem a segura para que, ao noticiar a polêmica em torno de suas declarações, ela possa zombar de nossa cara e bravatear que não abrirá mão de seu “direito de liberdade de expressão”.

E tem mais. Sob o comando ou conivência de Silvio, outras vozes semelhantes ganham força nas afiliadas do SBT. É o caso, por exemplo, de Paulo Martins. Comentarista do Jornal da Massa, veiculado toda noite pela afiliada do SBT do Paraná, Martins passeia pelos mesmos temas de sua colega Sheherazade, como por exemplo o rolezinho:

“Aposentaram a cinta, essa é a geração mãozinha na cabeça. Ninguém tem direito de se organizar em bando e tumultuar uma propriedade privada, atrapalhar a vida de quem é responsável e honrado, tem compromissos e não tem tempo pra perder com rolezinho”.

O jornal da Massa faz parte da programação da Rede Massa, o maior grupo de comunicação do Paraná. O conglomerado é de propriedade de Carlos Massa, o Ratinho, que tem seu programa na grade nacional do SBT.

Em seus comentários diários Martins já afirmou, por exemplo, que os presidentes do Brasil, do Equador, da Argentina e da Venezuela formam “a gangue do Foro de São Paulo”. Ao ver que seu parceiro de bancada assustou-se com a palavra “gangue”, emendou: “Os caras são parceiros das Farc, você quer que eu chame eles do quê?”. Há coerência com a forma que ele refere-se à atual administração federal: “a ditadura Dilma Roussef”.

Em Santa Catarina, o SBT de Silvio Santos mantém um outro apresentador-comentarista que cerra fileiras com Sheherazade e Martins. É Luiz Carlos Prates, que todo dia fala o que bem entende na bancada do SBT Meio Dia, levado ao ar pela afiliada catarinense do SBT, propriedade do Sistema Catarinense de Comunicação.

Prates tem 50 anos de carreira e é figura conhecida no estado. Passou por diversas emissoras antes de instalar-se no SBT e tem uma longa lista de frases, digamos, de destaque. É o tipo de comentarista que, ao falar do trânsito em Florianópolis, lamenta que “hoje em dia qualquer miserável tem um carro”. Ou, ao analisar o drama das meninas que têm sua intimidade escancarada em fotos ou vídeos na internet, diz que “só uma débil mental se expõe promiscuamente desse jeito”.

E o governo com isso?

Por mais antipatia de uma parcela da população que uma revista Veja ou um jornal O Estado de S. Paulo possam despertar, faz parte do jogo democrático a sua existência. São negócios como outro qualquer e, por mais que incomodem, têm todo o direito de existir e publicar o que bem entenderem, dentro dos limites da Constituição.

No caso de uma rádio ou televisão, contudo, a história é outra. Eles operam por meio de outorgas concedidas pelo Ministério das Comunicações com o aval do Congresso. E aí há regras. Afinal, é uma autorização de uso de um bem público, não é uma mera iniciativa privada, como querem nos fazer crer.

Pela legislação em vigor, é o Ministério das Comunicações o órgão responsável por fiscalizar o conteúdo veiculado pelas emissoras e responsabilizá-las se houver violação da lei. No caso de Sheherazade, por exemplo, há uma lista de violações. Foram desrespeitados os direitos humanos assegurados pela Constituição Federal, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e há violação explícita do Código Brasileiro de Telecomunicações, que determina que o serviço de radiodifusão não pode ser usado para humilhar pessoas e expô-las a condições degradantes, "nem que seus fins sejam jornalísticos".

Ou seja, está tudo muito explícito. É só o Ministério das Comunicações, comandado por Paulo Bernardo, começar a agir e multar as empresas. Só não o faz porque não quer.

É importante sublinhar também que Carlos Massa ou o proprietário de qualquer outra emissora brasileira tem o mesmo direito de usufruir daquele espaço do que qualquer universidade, ONG, empresa ou pessoa física. São eles os donos unicamente por acordos políticos.

E é no mínimo questionável o uso de tais concessões para enriquecer bispos de igrejas suspeitas, faturar bilhões a cada ano com a venda de publicidade ou colocar no ar comentaristas como Sheherazade, Martins e Prates, que diariamente desrespeitam as leis, deseducam e pregam a violência e o preconceito para milhões de brasileiros.

Só o governo, por meio do Ministério das Comunicações, pode mudar isso. E só a sociedade civil organizada pode pressionar o governo e o Congresso para que isso aconteça.

Continuemos criticando Sheherazade, ela merece. Até gosta. A apresentadora estava se deliciando ao noticiar a polêmica em torno do seu nome na noite de quinta-feira 6. O sorrisinho constante era o retrato da confiança de quem está sendo não apenas protegida pelo patrão, mas também sendo beneficiada pela omissão de quem poderia fazer algo em Brasília. Ela e Silvio estão rindo da sua cara.

Por Lino Bocchini na Carta Capital e colaboração de Bia Barbosa, do Intervozes.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Eleições 2014: PSDB, PMDB e PT mexem suas pedras



O blogueiro, mesmo ocupado com tarefas do ganha pão, não poderia deixar de fazer suas considerações sobre o anúncio do governador Simão Jatene, feito hoje após a mensagem que proferiu aos deputados estaduais na ALEPA.

Em entrevista à imprensa, Jatene só disse que se descompabilizará do cargo, dia 08 de Abril deste ano, prazo máximo estipulado pela lei eleitoral e criou expectativa não só em seu partido, quanto nos demais, haja vista que sua decisão mexe em todo o tabuleiro político-eleitoral das próximas eleições.

Há quem suspeite que Jatene esteja esticando a corda afim de observar a movimentação do lado de fora, ou seja, quais serão as mexidas dos dois maiores partidos adversários do PSDB no Pará, o PT e o PMDB.

Com a especulação sobre uma eventual candidatura do atual governador ao Senado, a cogitada coligação entre o PT e o PMDB pode fazer água, já que a candidatura deste representa uma ameaça muito mais significativa neste pleito, onde há apenas uma vaga ao Senado. Especula-se de que consagrada este hipótese, o atual prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, seria o candidato à sucessão de Jatene pelo PSDB.

No entanto, observadores próximos ao PMDB imaginam que toda essa expectativa pode ser apenas um blefe para o nome do governador seja preservado e a candidatura de Helder Barbalho não avance nas negociações de acordo com parte de base aliada de Jatene. 

PT, a noiva indecisa.

Com a 2ª maior bancada de deputados estaduais, várias prefeituras e uma militância aguerrida, o Partido dos Trabalhadores no Pará ainda não definiu qual será sua posição nestas eleições mas o fará  no próximo Encontro Estadual do partido, previsto para os dias 28 e 29 de Março. Na pauta: tática, política de alianças, programa para as eleições 2014.

A grande expectativa do encontro é se o partido terá candidatura própria ou apoiará a candidatura majoritária do pré-candidato do PMDB, o ex-prefeito de Ananindeua, Hélder Barbalho. 

Mantida a polarização, a vaga ao Senado promete ser mais disputada do que o próprio governo.

Quem viver, verá!  

Simão Jatene não disse se vem pra reeleição e cria suspense


Após a solenidade de abertura do ano legislativo de 2014, nesta terça-feira (4), o governador Simão Jatene afirmou, em entrevista coletiva na sede da Assembleia Legislativa do Pará, que vai se desincompatibilizar do cargo dentro do prazo legal, podendo ser candidato nas próximas eleições, sem, no entanto, informar o cargo para o qual deverá concorrer.

De acordo com a Lei das Inelegibilidades (LC 64/90), os governadores, assim como todos os chefes do Poder Executivo, somente são obrigados a deixar os cargos que ocupam quando pretendem concorrer a outros cargos diferentes, como senador ou deputado federal. O governador, o prefeito e o presidente que deseje se reeleger não é obrigado a se desincompatibilizar.

Jatene já afirmou, em outras ocasiões, que, independentemente da Lei, por razões de coerência e ética, não admite ser candidato a qualquer cargo estando no exercício do mandato. “Ética não se anuncia; ética se pratica”, frisou. Daí não estar descartada sua candidatura ao próprio Governo do Pará.

Como a votação deste ano para a escolha de presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais está marcada para 5 de outubro, o prazo de desincompatibilização, no caso dos governadores - seis meses antes do pleito -, expira no próximo dia 8 de abril. “Pretendo ficar até o último dia possível”, anunciou Simão Jatene.

A desincompatibilização é um instrumento pelo qual o ocupante de cargo público opta por deixar de exercê-lo para não ser considerado inelegível, caso pretenda se candidatar novamente. O afastamento pode ser em caráter temporário ou definitivo, de acordo com a função.


Com o afastamento, o legislador pretende criar uma isonomia entre os candidatos, evitando que um ou outro se aproveite da condição de ocupante de um cargo público para fortalecer sua candidatura, seja pelo prestígio ou pelo poder econômico. 

Fonte: Agência Pará.

Governador Simão Jatene anuncia que deixará o cargo em Abril

Zenaldo, Jatene e Pioneiro. PSDB-PA debate quem vem pra governo e quem vai pro Senado.

Dep. Estadual Carlos Bordalo (PT-PA) em seu twitter:

Gov. Jatene(PSDB) confirmou hoje após apresentar mensagem na Alepa, que se afasta do Govêrno no dia 08 de março para se candidatar.

O afastamento confirmado pelo próprio Governador Jatene(PSDB) no dia 08 de março está no limite do prazo para desincompatibilização.

O que fica no ar: Jatene será candidato? -A que cargo? - Se a governador n/ precisaria sair tão cedo. Será à senador? O ninho tucano arde!

A novela de Jatene quanto ao futuro político, está deixando em polvorosa o esquema de poder do PSDB. Se afasta dia 08 de março. Para que?

Belenense: Povo pacato e enganado, anos após ano

"Se não funcionar como via expressa, pelo menos serve como piscinão". Turma do Paranoia.

Por José Carlos Lima*

Fiquei pensando aqui como o povo de Belém é paciente com o seus governantes. 

1. Uma instituição japonesa veio a Belém, estudou o trânsito e detectou que tudo iria engarrafar se o governo não fizesse obras planejadas;

2. Almir Gabirel, governador, encomendou um projeto de complexo para o gargalo do entroncamento, com uma perna para receber a João Paulo II;

3. Era prefeito Edmilson Rodrigues, houve muita divergência e a obra não saiu. Falaram até que a obra prejudicaria a Praça da Bíblia;

4. Depois que o Governo do Estado desistiu de fazer a obra, a Prefeitura de Belém resolveu faze-la, com outra concepção. Nesse novo projeto, a João Paulo II, não mais seria conectada a Augusto Montenegro, porque seria prolongada;

5. Almir Gabriel se recusou a dar a licença ambiental da João Paulo II porque ela cortaria o Parque Ambiental do Utinga, Unidade de Conservação que fica na traçado da estrada;

6. Edmilson Rodrigues perdeu as eleições e deixou incompleta as obras de prolongamento da João Paulo II e do complexo do entroncamento;

7. Os japoneses da JICA, estavam errados, ajudados pelo desgoverno, o caos no trânsito chegou muito antes do previsto.

8. Duciomar Costa foi eleito e depois de governar algum tempo, retomou as obras de prolongamento da João Paulo II e do Entroncamento. Mas tudo foi feito pela metade e de nada adiantou. Os transtornos da população apenas se intensificaram;

9. Duciomar é reeleito, entrega as duas obras pela metade, governa mais um pouco, resolve fazer o BRT, que virou mote de campanha de seu candidato. 

10. Para fazer o BRT, as passarelas e parte da obra do complexo do Entroncamento, obra cara e paga pelo povo, foi quebrada para ser adaptada ao novo projeto que seria a redenção da cidade;

11. Duciomar, para convencer o povo a votar no seu candidato, usou o BRT. Foi a Curitiba e gravou no BRT de lá. Pegou uma amostra do ônibus que circularia quando tudo estivesse pronto e botou para circular. O ônibus gigante e com ar condicionado ficou passeando no Portal da Amazônia (outra obra incompleta);

12. Zenaldo Coutinho ganhou as eleições. Olhou tudo e viu que muita coisa estava errada no BRT. Mandou quebrar e refazer do jeito que achava que deveria ser. Ainda não inaugurou, mas colocou para funcionar precariamente. 

13. A João Paulo II ainda não foi construída porque não pode cortar a Unidade de Conservação, por ser crime ambiental;

14. De 1996 até 2014 estamos suportando tudo calado. Deus é o nosso refrigério.

*José Carlos Lima é presidente do PV-PA.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

A retomada do blog para as eleições de 2014



Venho aos poucos retomando a assiduidade nas postagens deste blog e confesso que já poderia ter feito algumas considerações sobre as eleições deste ano, pois quem conhece este espaço, sabe o quanto ele prefere debater política local e nacional, em detrimento de outros temas. Muitas vezes, a falta de atualizações pode parecer que é só preguiça mental o que nos impede de sentar e escrever um post. Não, não é só isso.

No meu caso, tem algo a mais. 

No final do ano passado saí derrotado de um processo eleitoral do PT, chamado PED, com uma convicção: O partido dos Trabalhadores de minha cidade perdeu a oportunidade de ter um militante engajado nas lutas dos movimentos sociais e disposto a fazer uma série de atividades bem planejadas e pactuadas com os diferentes grupos internos a fim de fortalecê-lo, mas a imensa maioria dos filiados de Belém, seguiram a lógica que merece ser colocada em xeque, com uma reforma política interna, a qual ponha os candidatos que disputam as eleições internas do PT em pé de igualdade, tal como o partido propõe na Reforma Política no Congresso Nacional. 

Traduzindo: Disputei contra um candidato que vinha para a reeleição contando com o apoio financeiro e estrutural de 03 deputados federais, 07 deputados estaduais e inúmeras prefeituras. A outra candidata contava com apoio de 01 deputado federal, 01 deputado estadual e algumas entidades e ONGs. Eu contava apenas com um grupo de militantes do movimento popular, sem liberação e nem dinheiro pra subsidiar as nossas ações cotidianas.

Por fim, no final do pleito, o resultado não poderia ter sido outro: O PT-Belém manteve-se alinhado à forma de gestão burocratizada e burocratizante. A pequena mudança que ocorreu no diretório municipal do partido, não lhe oferece as condições de dar o salto necessário para tirá-lo dos 3% de votos que o atual presidente traz de herança das últimas eleições municipais. 

Com essa afirmação, dou por encerrada minha avaliação deste Processo de Eleições Diretas de 2013, tão demorada de ser publicizada, mas ao mesmo tempo, fruto de um processo de amadurecimento político que me fez perceber que eu não posso deixar de opinar e colocar pra fora o que percebo. Ou seja, de ser fiel ao que acredito e quais são minhas críticas e sugestões para fazer com que o partido que tanto me dedico, em todos estes anos, saia do ostracismo que se meteu.

Com relação a minha posição sobre as eleições estaduais, tenho sido muito provocado para opinar sobre meu ponto de vista a cerca da estratégia eleitoral que deverá ser discutida e aprovada em um Encontro Estadual ainda com data indefinida.

Bom, isso não cabe mais aqui neste post e por isso, vou amadurecendo minha posição acumulada até o "dia D", partindo sempre da premissa de que preciso ouvir meus companheiros e dirigentes e só depois então, declarar minha bandeira para esta eleição.

É, comigo é assim. Quando sento pra escrever algo para a Pólis, não consigo escrever algumas linhas e ponto. Sei que isso facilita a leitura diária e muitos blogueiros acabam sendo atraídos para este estilo de redação, mas no meu caso, gosto de ir à fundo em minhas afirmação, incógnitas e porque não dizer, divagações?!

No entanto, a partir de hoje, iniciarei uma série de postagens voltadas ao cenário político e eleitoral e não ficarei sozinho. Trarei pra cá, postagens e artigos de outros blogueiros e pessoas que não blogam, mas são ativos nas redes sociais, enquanto outros mandam emails para este escriba que vira e mexe traz pra esse espaço textos de outros autores.

Avante, sem medo de ser feliz!


Siga-me no twitter: @JimmyNight


Vai ter Copa: argumentos para enfrentar quem torce contra o Brasil

Como a desinformação alimenta o festival de besteiras ditas contra a Copa do Mundo de Futebol no Brasil.

Por Antonio Lassance*

Existe uma campanha orquestrada contra a Copa do Mundo no Brasil. A torcida para que as coisas deem errado é pequena, mas é barulhenta e até agora tem sido muito bem sucedida em queimar o filme do evento.

Tiveram, para isso, uma mãozinha de alguns governos, como o do estado do Paraná e da prefeitura de Curitiba, que deram o pior de todos exemplos ao abandonarem seus compromissos com as obras da Arena da Baixada, praticamente comprometida como sede.

A arrogância e o elitismo dos cartolas da Fifa também ajudaram. Aliás, a velha palavra “cartola” permanece a mais perfeita designação da arrogância e do elitismo de muitos dirigentes de futebol do mundo inteiro.

Mas a campanha anticopa não seria nada sem o bombardeio de informação podre patrocinado pelos profetas do pânico.

O objetivo desses falsos profetas não é prever nada, mas incendiar a opinião pública contra tudo e contra todos, inclusive contra o bom senso.

Afinal, nada melhor do que o pânico para se assassinar o bom senso.

Como conseguiram azedar o clima da Copa do Mundo no Brasil

O grande problema é quando os profetas do pânico levam consigo muita gente que não é nem virulenta, nem violenta, mas que acaba entrando no clima de replicar desinformações, disseminar raiva e ódio e incutir, em si mesmas, a descrença sobre a capacidade do Brasil dar conta do recado.

Isso azedou o clima. Pela primeira vez em todas as copas, a principal preocupação do brasileiro não é se a nossa seleção irá ganhar ou perder a competição.

A campanha anticopa foi tão forte e, reconheçamos, tão eficiente que provocou algo estranho. Um clima esquisito se alastrou e, justo quando a Copa é no Brasil, até agora não apareceu aquela sensação que, por aqui, sempre foi equivalente à do Carnaval.

Se depender desses Panicopas (os profetas do pânico na Copa), essa será a mais triste de todas as copas.

“Hello!”: já fizemos uma copa antes

Até hoje, os países que recebem uma Copa tornam-se, por um ano, os maiores entusiastas do evento. Foi assim, inclusive, no Brasil, em 1950. Sediamos o mundial com muito menos condições do que temos agora.

Aquela Copa nos deixou três grandes legados. O primeiro foi o Maracanã, o maior estádio do mundo – que só ficou pronto faltando poucos dias para o início dos jogos.

O segundo, graças à derrota para o Uruguai (“El Maracanazo”), foi o eterno medo que muitos brasileiros têm de que as coisas saiam errado no final e de o Brasil dar vexame diante do mundo - o que Nélson Rodrigues apelidou de “complexo de vira-latas”,  a ideia de que o brasileiro nasceu para perder, para errar, para sofrer.

O terceiro legado, inestimável, foi a associação cada vez mais profunda entre o futebol e a imagem do país. O futebol continua sendo o principal cartão de visitas do Brasil – imbatível nesse aspecto.

O cartunista Henfil, quando foi à China, em 1977, foi recebido com sorrisos no rosto e com a única palavra que os chineses sabiam do Português: “Pelé” (está no livro “Henfil na China”, de 1978).

O valor dessa imagem para o Brasil, se for calculada em campanhas publicitárias para se gerar o mesmo efeito, vale uma centena de Maracanãs. 

Desinformação #1: o dinheiro da Copa vai ser gasto em estádios e em jogos de futebol, e isso não é importante

O pior sobre a Copa é a desinformação. É da desinformação que se alimenta o festival de besteiras que são ditas contra a Copa.

Não conheço uma única pessoa que fale dos gastos da Copa e saiba dizer quanto isso custará para o Brasil. Ou, pelo menos, quanto custarão só os estádios. Ou que tenha visto uma planilha de gastos da copa.

A “Copa” vai consumir quase 26 bilhões de reais.

A construção de estádios (8 bi) é cerca de 30% desse valor.

Cerca de 70% dos gastos da Copa não são em estádios, mas em infraestrutura, serviços e formação de mão de obra.

Os gastos com mobilidade urbana praticamente empatam com o dos estádios.

O gastos em aeroportos (6,7 bi), somados ao que será investido pela iniciativa privada (2,8 bi até 2014) é maior que o gasto com estádios.

terça-feira, janeiro 28, 2014

Deputado Arnaldo Jordy (PPS) é acusado de agredir a mãe de seu filho

Desde 2012, o Dep. Fed. Arnaldo Jordy tem uma vida conflituosa com a mãe de um filho. Foto Thiago Araújo.

Não é a primeira vez que o Deputado Federal Arnaldo Jordy (PPS) tem problemas com uma jovem, com quem teve um breve romance, o que muitos costumam chamar de “caso”.

No primeiro episódio, Josiane Ferreira da Rosa levou ao conhecimento da imprensa, a gravação de uma discussão com Jordy, onde este haveria sugerido que ela abortasse o filho que trazia em seu ventre e dizia ser dele.

O fato ganhou repercussão e virou um escândalo e o tirou da disputa pela prefeitura de Belém, ao ver sua pré-candidatura morrer no nascedouro, quando Jordy aparecia até bem nas pesquisas de opinião.

Dessa vez, já mãe da criança que Jordy assumiu a paternidade e tem uma pensão alimentícia de R$ 2.120,00 descontada de seu contra-cheque da Câmara Federal, a jovem foi ao gabinete do parlamentar cobrar mais ajuda e teve uma desavença com o parlamentar e de lá saiu direto pra delegacia da mulher, alegando que foi agredida pelo deputado, fato que este nega. 

Os detalhes estão aqui.

Agora à noite, o deputado publicou em seu blog uma “nota de esclarecimento” onde se coloca novamente como vítima de uma armação da ex-amante. 

Vale lembrar que o todo poderoso Arnaldo Jordy, já tentou desqualificar a mãe de seu filho, ao dizer que ela havia feito uma montagem da gravação em que a sugere abortar, mas percebeu que sua mentira seria descoberta e voltou atrás,  admitindo que a voz era sua.

Caso seja enquadrado na lei Maria da Penha, o deputado poderá ter sérios problemas, mas o machismo da sociedade paraense, dificilmente dará razão para a mulher que engravidou do parlamentar que presidiu a CPI da Pedofilia no Pará e se elegeu deputado federal.

A imprensa não chegou a dizer quais foram os procedimentos adotados pela delegacia da mulher, mas se fosse um trabalhador comum, mesmo sem provas, já estaria recolhido em uma das celas super-lotadas das delegacias de Belém e amanhã apareceria sendo humilhado por repórteres policiais, nas lentes dos telejornais.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Manifestantes prometem fechar porto no Marajó



No blog do Dilacerado.

Os integrantes do Movimento Acorda Marajó, reunidos na Praça das Comunicações em Salvaterra, as 20h do dia 23 de janeiro de 2014, voltam a debater a situação dos valores das passagens para região pelas empresas de navios e ferry boats, com base nos últimos acontecimentos, onde os empresários deliberadamente passaram a praticar o valor de 24,90 reais para a classe econômica dos navios. Valores estes contrastantes com as condições da comunidade local e a qualidade dos serviços prestados a população marajoara e visitantes. Diante do valor de 20 reais cobrado anteriormente, com base no acordo efetuado em 05 de julho de 2013, o valor praticado atualmente promove um aumento na casa dos 33%, entendido como absurdo para a realidade dos serviços. Assim, após ampla discussão, decidem ir as ruas e promover nova rodada de debates com o Governo do Estado do Pará e os proprietários das empresas de transporte, iniciando com a paralisação do fluxo de veículos na Rodovia PA 154 a partir da 0h desta sexta feira 24 de janeiro, com data indeterminada de suspensão, apresentando as seguintes reivindicações:

1. Quebra imediata do monopólio na linha de balsas Camara/Icoaraci/Camara.

2. Suspensão imediata do aumento praticado a partir do dia 23 de janeiro de 2014 com a manutenção dos valores definidos pelo acordo do dia 05 de junho de 2013.

3. Abertura imediata de licitação para exploração da linha de navios por outras empresas.

4. Redução dos valores de passagem dos veículos que transportam os gêneros alimentícios da cesta básica.

5. Adequação dos acentos da classe econômica permitindo melhor comodidade ao passageiro.

6. Capacitação da tripulação das embarcações para atendimento de urgência com disponibilidade de equipamentos como aparelho de verificação de pressão e balão de oxigênio.

7. Melhor tratamento do ambiente dos banheiros e lanchonetes, como forma de garantir a segurança alimentar e a higiene dos passageiros e tripulantes.

8. Garantia de embarque a todas as gratuidades, em caso de vaga disponível nas embarcações, além do percentual estabelecido em leis.

9. Debate diferenciado sobre os valores das passagens para o Marajó no CONERC – Conselho Estadual de Regulação e Controle.

10. Abertura dos dados de planilhas apresentados pelas empresas para reivindicar os aumentos nos últimos três anos.

Após dois dias de manifestações o Movimento Acorda Marajó, segue com a luta. Até esse momento, nem o governo do Estado, nem a ARCON e os empresários da BANAVE ARAPARI deram sinais que irão sentar a mesa de negociação.

Frente a esse silêncio mórbido, o MAM, convoca toda a população de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari para estarem a partir de 0:00 de quarta-feira, dia 29, a estarem no Porto Camará, não haverá trégua, e vamos parar o porto por tempo indeterminado, até a vitória!

Movimento Acorda Marajó.

PSDB corta pagamento de servidores, não cumpre acordo e PSOL/PSOL fazem corpo mole



Alegando a necessidade de reduzir gastos, o Governo do Estado do Pará corta o TEMPO INTEGRAL e dá mais um duro golpe contra os Servidores Públicos do Estado. 

Como se já não bastasse ter deixado de cumprir o acordo com os Educadores, a maior categoria do Estado, o governo tucano que não pagou o piso salarial mínimo e deu o calote no retroativo do piso, referente ainda ao ano de 2011, tal como tinha se comprometido para por fim na greve que durou 53 dias e terminou após uma negociação estranha entre o SINTEPP e membros do segundo escalão do governo do Estado. 

Na época, o sindicato que representa a categoria publicou em seu site a seguinte conclusão sobre a greve:  

"A decisão de SUSPENSÃO DA GREVE e consequentemente a aprovação do ESTADO GREVE constitui um acerto por parte da nossa categoria, pois precisamos recarregar as baterias para os próximos embates que teremos pela frente, onde os governos neoliberais tentam a todo custo retirar os nossos direitos, conquistados através de muitas lutas ao longo da nossa história.

Observe as conquistas da nossa greve:

1) Lotação por Jornada de Trabalho no início do ano letivo de 2014, com 25% para Hora Atividade (que só viriam em julho), sendo que apenas 5% de redução de turma, onde cumpriremos na escola, os 20% continuarão como estão;

2) Ainda será assegurado a majoração gradativa para 1/3 da jornada destinada a hora atividade, de acordo com a lei do Piso Salarial Profissional Nacional;

3) Garantia de nenhuma perda remuneratória com a regulamentação das Aulas Suplementares;

4) Apresentação de cronograma de reformas das escolas, sendo bimestralmente divulgado no site do governo, com todo o detalhamento do mesmo para que a sociedade em geral acompanhe o andamento, além da garantia do início da reforma do prédio sede “Seducão” até março de 2014;

5) Garantia de envio em até 30 dias do projeto de lei que regulamenta a eleição direta para diretor (a);

6) PCCR unificado, que contemple todos (as) os (as) trabalhadores (as) em educação, construído por uma comissão paritária num prazo máximo de 60 dias sendo encaminhado imediatamente para a Alepa;

7) Pagamento do retroativo do Piso Salarial de 2011, com escalonamento do pagamento a partir de janeiro de 2014;

8) Realização   de Concurso Público;

9) Regulamentação da lei do Some, já em vias de encaminhamento para a Alepa;

10) O pagamento do Pró-labore e do adicional de titulação, conquistados desde outubro. Vitória nossa, vitória da categoria."


Até agora o SINTEPP ainda não se posicionou sobre o que foi cumprido do acordo e a categoria segue desorientada.

Uma ação convocada por lideranças da base da categoria, está convocando um ato de protesto para a amanhã da próxima quarta-feira (29/01) em frente à Secretaria de Estado de Administração - situada na Travessa do Chaco, esquina com a Av. Almirante Barroso - onde irão forçar uma negociação direta com representantes do governo, sem a interferência do sindicato que passou 03 anos passando a mão na cabeça do governo do PSDB, o qual engavetou o PCCR, tão sonhado pelos educadores paraenses e elaborado pela gestão anterior, esta sim, sistematicamente combatida pelo grupo político que dirige o SINTEPP.

Compartilhe, pois até agora só foi publicado no Diário Oficial do Estado e a imprensa parece que desconhece essa manobra que visa tirar mais este direito dos trabalhadores.

Enquanto isso, o governador segue em suas férias pelos EUA.

Dilma tem mais de 3 vezes a soma das intenções de voto dos adversários

Pesquisa realizada no Estado do Piauí, revela o que em boa parte do país está sendo percebido pelos demais institutos de pesquisa. Se continuar crescendo, Dilma pode vencer os atuais adversários ainda no 1º turno.

A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera com folga a disputa por sua reeleição no Piauí, onde venceria as eleições gerais deste ano no primeiro turno.

Dilma lidera a disputa com 68,43% das intenções de voto estimuladas.


O segundo colocado, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB), tem 9,5% das intenções de voto estimuladas.

O pré-candidato do PSB à Presidência, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem 7,92% das intenções de voto estimuladas.

O pré-candidato Randolfe Rodrigues, do PSOL, obtém 1,23% das intenções de voto estimuladas.

Os indecisos representam 6,95% dos votos estimulados e os que votariam nulo ou branco representam 5,98%.

Neste cenário, a Presidente Dilma seria imbatível. Ela tem, conforme a pesquisa Amostragem/Meio Norte, mais de 3 vezes e meia a intenção de votos de todos os seus adversários juntos. Sua vantagem sobre a soma ( 18,65) dos outros três candidatos é de cerca de 50 pontos.

Em uma simulação em que não consta o nome do candidato do PSOL, a presidente Dilma atinge 69,04% das manifestações de voto estimuladas; seguido de Aécio Neves, com 10,38%, e Eduardo Campos teria neste cenário teria 8,44% das intenções de voto estimuladas. Neste cenário, a diferença de Dilma é ainda maior, de exatos 50,22 pontos sobre a soma dos outros dois concorrentes.


Aqui, os indecisos somam 5,98% e os que responderam que votariam nulo e branco são 6,16%.

Os resultados são da pesquisa realizada pelo Instituto Piauiense de Opinião Pública, o Amostragem, a pedido do Sistema Integrado de Comunicação Meio Norte.

O levantamento foi realizado entre os dias 17 a 21 de janeiro, envolvendo uma amostra de 1.137 eleitores, distribuídos em 43 municípios nas 15 microrregiões do Piauí, definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Este tamanho de amostra permite uma margem de erro para mais ou para menos de 2,85% para os resultados gerais da pesquisa com nível de confiança de 95%.

A pesquisa está registrada no TSE-BR (Tribunal Superior Eleitoral), com o protocolo de número 00005/2014.

O presidente do Instituto Amostragem, o estatístico João Batista Teles, disse que o resultado da pesquisa coloca a presidente Dilma Rousseff no mesmo patamar de antes da crise política desencadeada pelas manifestações de junho de 2013.

“Antes de junho do ano passado, a presidente vinha em uma tendência ascendente de crescimento quando foi paralisada e diminuída com as manifestações de junho, sendo que agora, ela alcança números equivalentes aos apresentados anteriores à crise”, afirmou João Batista Teles.

domingo, janeiro 05, 2014

Pesquisa identificou a maior indignação do povo paraense: A Corrupção/Desonestidade

Em recente pesquisa do Instituto DOXA, realizada no Estado do Pará, o Instituto quis saber se o entrevistado ou alguém da família já tinha sido assaltado alguma vez. 



Os números mostram a triste realidade porque passa o nosso Estado: 74% dos entrevistados ou alguém da família já foram assaltados. As mesorregiões com os maiores índices de violência são a Metropolitana (79,3%) e Sudeste (79,8%); a mesorregião do Baixo Amazonas apresentou o menor índice de violência (52,6%). 


MAIOR INDIGNAÇÃO DO POVO PARAENSE

A pesquisa identificou a maior indignação do povo paraense: Para 34% dos entrevistados, a Corrupção/Desonestidade é a maior indignação.

OS PARAENSES E O INTERESSE PELA POLÍTICA

Na pesquisa da DOXA, 57,2% dos paraenses tem “pouco ou nenhum interesse” pela política. Os que têm “interesse médio” somam 31,5%. Apenas 9,1% tem “muito interesse” pela política. Agora, quando perguntados se “se sentem representados pelos políticos do estado do Pará”, 86% dos paraenses não se sentem representados. Apenas 9,1% disseram representados pelos políticos paraenses.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...