sexta-feira, dezembro 19, 2014

3º turno no Pará: Simão Jatene pode ser cassado por compra de votos

Na campanha Jatene intensificou a entrega dos cheques. Eleitores faziam filas para receber o benefício
Foto: Bruno Carachesti

Coligação entra com ação contra Jatene e Marinho é o título da matéria publicada no Diário Online que revela a medida adotada pela assessoria jurídica de Helder Barbalho - candidato derrotado no segundo turno das eleições deste ano por Simão Jatene, reeleito governador do Estado do Pará, o qual pode ter seu mandato cassado, sob a acusação de abuso do poder econômico através da compra de votos através do Cheque Moradia. Seria o caso de chamar de terceiro turno paraense?

A coligação majoritária “Todos pelo Pará” - que teve Helder Barbalho e Joaquim de Lira Maia como candidatos a governador e vice-governador, respectivamente - ingressou ontem com ação de investigação judicial eleitoral contra o governador reeleito Simão Jatene, o vice Zequinha Marinho, além de dois servidores do alto escalão da Companhia de Habitação do Pará (Cohab).

A Ação pede a cassação dos mandatos de Jatene e de seu vice, multa de R$ 100 mil e a suspensão, por oito anos, dos direitos políticos dos envolvidos. Eles são acusados de abuso de poder político e compra de votos.

O alvo da ação foi o uso do programa cheque moradia para favorecer o candidato Jatene durante a campanha eleitoral deste ano. “A isonomia entre os candidatos foi claramente afetada pela abusiva e indiscriminada concessão e liberação de verbas do programa, principalmente nos três meses que antecederam a eleição e durante a disputa do segundo turno”, explica o advogado Alex Centeno, um dos autores do pedido de investigação. 

Para pedir a cassação de Jatene, os advogados da coligação reuniram documentos que somam mais de quatro mil páginas, entregues ontem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Como se trata de uma ação por abuso do poder político e compra de votos, o caso vai ser investigado pela Corregedoria do TRE que vai chamar testemunhas para depor. Alex Centeno conta que os advogados da coligação estão trabalhando na reunião de provas desde outubro. Ontem, as cópias da ação lotaram o porta-malas de um automóvel. 

Segundo dados da própria Cohab, em 2012, o governo liberou R$ 24, 2 milhões para o programa, beneficiando 3.483 famílias, quase 18 mil pessoas. Neste ano - com a campanha eleitoral a pleno vapor - o programa foi turbinado e o orçamento chegou a R$ 95, 2 milhões, mais que a soma dos dois anos anteriores. 

“A normalidade e a legalidade do pleito foram decisivamente prejudicadas pelo uso abusivo do Programa Cheque Moradia do governo do Estado, gerenciado pela Companhia de Habitação do Estado do Pará – COHAB, através do seu Presidente – João Hugo Barral – e da Coordenadora do programa junto às lideranças comunitárias – Sônia Massoud, utilizado com o objetivo escancarado de obter votos”, escrevem os advogados em um dos trechos da ação. Barral e Sônia Massoud também figuram como réus no pedido de investigação eleitoral.

EVOLUÇÃO

Para ingressar com a ação, a coligação analisou a evolução do programa Cheque Moradia ao longo de 2014. Os dados revelam que a distribuição dos cheques foi intensificada à medida que o pleito se aproximava. Os meses com maior concentração de benefícios foram julho, agosto, setembro e outubro, justamente após as convenções após a escolha dos candidatos em convenção partidária. 

Para se ter uma ideia, em julho, foram 3.639 famílias, o que representa mais de 18 mil pessoas beneficiadas. Em outubro, mês da eleição, foram 10.443, o que chega a mais de 50 mil beneficiados, apenas nos primeiros treze dias, o que reforça a tese de que esse é um programa eleitoreiro. 

Em termos financeiros, o programa saltou de R$ 3.3 milhões em maio para R$ 31 milhões em setembro. “O valor concedido no mês de setembro, véspera do primeiro turno, foi totalmente desproporcional aos demais meses, o que demonstra claramente a utilização do Cheque Moradia como meio para obter votos”. Apenas nos 13 primeiros dias de outubro, foi constatado um valor superior a todos os meses anteriores a agosto.

O poderoso lobby da carne no Congresso



Sob o título: "Congresso aprova mudança na fiscalização de frigoríficos", a reveladora existência de uma empresa e seu poderoso poder de lobby no Congresso. 

Por Dimmi Amora, Natuza Nery e Ranier Bragon, na Folha.

O Congresso aprovou nesta quarta-feira (17) uma medida que muda a fiscalização de todos os frigoríficos do país, resultado de uma emenda apresentada por um senador do PMDB e defendida por representantes do grupo JBS nos corredores do Congresso.

A emenda acaba com a fiscalização sanitária em Estados e municípios, tornando a questão de competência exclusiva do Ministério da Agricultura.

Empresas menores, que vendem carne apenas dentro dos Estados em que estão instaladas, passariam a ser fiscalizadas pelo governo federal, e não mais por prefeituras e governos estaduais.

Maior financiador da campanha eleitoral deste ano, o gigante do setor de carnes mobilizou aliados no Congresso para passar a mudança na legislação, que pode criar vantagens para seus negócios e dificuldades para concorrentes.

A emenda foi inserida pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) numa medida provisória do governo que tratava originalmente apenas de redução de impostos e teve vários outros assuntos incorporados ao seu texto por sugestão dos congressistas.

A medida dividiu a bancada ruralista. Parlamentares ligados ao agronegócio e contrários à mudança acusam o grupo JBS de tentar sufocar concorrentes menores. Jucá diz que o objetivo da iniciativa é reduzir o abate clandestino de animais, protegendo os interesses do consumidor.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que deverá ser indicada pela presidente Dilma Rousseff para ser ministra da Agricultura em seu segundo mandato e é vista pelo JBS como uma adversária política, é contra a medida.

Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, a senadora deverá sugerir à presidente o veto do dispositivo. Kátia Abreu não foi localizada para comentar o tema.

INSPEÇÕES

O temor das pequenas empresas é que a estrutura da fiscalização federal só seja suficiente para atender grandes frigoríficos nos principais centros. Assim, ficaria difícil para os estabelecimentos menores a obtenção dos selos de inspeção necessários para a comercialização da carne.

Além disso, essas empresas argumentam que a inspeção federal é mais rigorosa, por ser voltada para o comércio exterior e para mercados muito mais exigentes do que o doméstico. Para elas, o rigor das inspeções poderia inviabilizar seus negócios.

O senador Jucá tentou emplacar na medida provisória votada na quarta outra emenda que beneficiaria o JBS, mas a iniciativa foi barrada.

A proposta determinava que todas as operadoras de TV a cabo destinassem gratuitamente dois canais para transmissão de programação de interesse do agronegócio.

O grupo JBS é proprietário do Canal Rural. Outros dois grupos, o Bandeirantes e o SBA, têm canais semelhantes. Eles pagam até R$ 400 mil por mês para transmitir sua programação na TV por assinatura. Se a emenda de Jucá tivesse sido aprovada, não precisariam mais pagar.

Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa do JBS informou que o grupo não se pronunciaria sobre as propostas votadas na quarta.

BANCADA

A influência política do JBS cresceu nas eleições deste ano, quando o grupo distribuiu R$ 392 milhões em doações e desbancou tradicionais financiadores como a construtora Odebrecht, que deu R$ 111 milhões e foi o segundo maior doador do ano.

O grupo JBS ajudou a financiar a campanha de 166 deputados federais eleitos, formando uma bancada maior que a do PT, que tem 70 integrantes e é a maior da Câmara dos Deputados. O grupo também apoiou a eleição de 12 novos senadores.

Além da emenda sobre inspeção animal, outra prioridade na agenda do JBS é bloquear tentativas do Congresso de investigar a relação do grupo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é sócio do JBS e um de seus principais financiadores.

"Não podemos admitir que um banco se preste a ser mentor ou criador do maior cartel do país, com tentáculos agora nas decisões políticas", afirmou o deputado e senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO), outro adversário do JBS na bancada ruralista.

Os empréstimos do BNDES para o grupo foram questionados no passado pela senadora Kátia Abreu. Ela nega alimentar uma rixa pessoal com o JBS e afirma defender os interesses globais do setor, não os de uma única empresa. 


O que ela disse


quarta-feira, dezembro 17, 2014

Relator da CPI defende afastamento de presidente e diretoria da Petrobras

Marco Maia (PT-RS), relator da CPI da Petrobras.

O relator da CPI da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou ser favorável à demissão da cúpula da estatal.

Em conversa com jornalistas, antes do início da sessão da comissão, nesta quarta-feira (17), o parlamentar petista foi enfático:

"Defendo o afastamento da diretoria (da Petrobras), inclusive da presidente Graça Foster".

Ele não elencou nominalmente os dirigentes que, em sua opinião, devem deixar a petroleira.

Maia vinha sendo criticado pela oposição por não pedir nenhum indiciamento no relatório que apresentou à CPI na semana passada e que deve ser votado nesta quarta.

O deputado do PT adiantou que fez algumas alterações no texto final. Sem especificar quais foram as mudanças, disse que uma delas se refere à compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

O relatório de Maia sustentava, até então, que a petroleira havia feito um bom negócio ao adquirir a unidade.

Via Folha.

A desonestidade da mídia ao falar sobre blogs e publicidade estatal

Entrevista de Lula a blogueiros gerou série de ataques da mídia aos blogs.

Por Pedro Muxfeldt, no Trocando Ideia

A luta que a grande imprensa trava contra blogs e outros portais que não rezam sua cartilha neoliberal e conservadora ganhou mais um capítulo na madrugada desta quinta. Após decisão do STF que obrigou o governo a revelar todos os seus gastos com publicidade nos últimos anos, o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, publicou uma série de matérias em seu blog apresentando e questionando algumas cifras do governo federal em propaganda em 2013. 

E o alvo principal do jornalista, é claro, foram os 'blogs sujos' - como a mídia passou a chamá-los após entrevista do ex-presidente Lula a alguns blogueiros no início do ano. Na imagem que segue abaixo, compartilhada por Fernando, as páginas Conversa Afiada, GGN, Carta Maior, Opera Mundi, Brasil de Fato, Brasil 247 e Fórum têm destrinchados os seus valores de publicidade estatal federal revelados e sua audiência.

Aí começa a desonestidade do jornalista. Na imagem, ele apresenta a audiência do mês de dezembro das páginas, que por causa das festas de fim de ano costuma ser um período de baixa em qualquer portal da internet, e a compara com o ganho anual em publicidade que elas tiveram. A tática seria burra se não fosse canalha.

Se dividirmos por 12 a verba obtida pelas páginas, fica mais claro o quanto elas lucraram de verdade. A revista Fórum, por exemplo, recebeu, em média, R$ 4.800 por mês, quase nada para sustentar uma redação. Dono do maior ganho, o Brasil 247, teve cerca de R$ 90 mil por mês para tocar sua estrutura.

Jornalista comparou audiência mensal com ganho anual. Clique na imagem para ler a matéria.

Estes e os demais casos são para Fernando a mostra da farra com dinheiro público feito pelas estatais. Por debaixo dos panos, ele quer também provar que estas páginas defendem o governo federal apenas porque são bancadas por ele.

O que ele se "esquece" é de colocar sua lupa sobre os gastos do governo na mídia tradicional. Aí mora a verdadeira farra. Apesar do crescimento indiscutível da internet no Brasil, o governo segue investindo muito mais em todos os outros meios (TV, jornal, rádio e revista).

E mesmo com a queda vertiginosa de audiência destas plataformas, vide as demissões em massa em redações de jornal em 2014 e o fechamento de muitas revistas do grupo Abril, que deveria pressupor reduções dos investimentos, Fernando Rodrigues se nega a questionar os gastos estatais nestes meios porque sabe que são eles que ainda mantêm Globos, Vejas e Folhas de pé.

Se a torneira que despeja milhões (ou bilhões) de dinheiro público for fechada, a farra que vai acabar é a dos grandes grupos. Para manter seu quinhão intacto e evitar o fim de festa melancólico, essas empresas, hoje representadas por Rodrigues, atacam como podem os pequenos blogs que, tão legitimamente quanto as grandes empresas, recebem dinheiro estatal e têm incomodado sobremaneira o monopólio da informação que a mídia tanto preza.

Revista "Carta Capital" é condenada a indenizar Gilmar Mendes




A Sexta Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios manteve sentença do juiz da 21ª Vara Cível de Brasília, que condenou a Editora Confiança Ltda, os jornalistas Leandro Fortes e Demétrio Carta a pagarem indenização por danos morais ao Ministro do STF Gilmar Mendes.

A condenação se deve a matérias publicadas na revista Carta Capital, em cujos conteúdos segundo o juiz, “o autor foi acusado, julgado e condenado e viu sua imagem pública manchada pela pecha de beneficiário de uma suposta organização criminosa, sem que haja notícia até hoje de seu indiciamento ou de denúncia criminal propriamente dita em seu desfavor”. 

As matérias “As mil faces de Gilmar Mendes”, “As 1001 versões”, “O uso político da toga”, “Fraude na escolinha do professor  Gilmar Mendes”, “Cobras e lagartos”, e diversas outras, publicadas durante o ano de 2012.

Na ação, o ministro afirmou que em cinco oportunidades, no ano de 2012, a revista publicou matérias jornalísticas com conteúdo que expôs seu nome de modo depreciativo e infundado, taxando-o de contraventor e réu sem justa causa. E que viu sua imagem atrelada a comportamentos nunca adotados, o que lhe causou lesão de ordem moral. Requereu a condenação dos réus a compensá-lo pelos danos morais sofridos. 

Em contestação, os réus sustentaram que apenas abordaram de modo crítico temas de interesse público. Informaram que as notícias estavam respaldadas por documentos verdadeiros e autenticados, processo judicial de interesse público e em conduta vedada ao autor pela Lei da Magistratura. 

Defenderam a improcedência dos danos morais, visto que apenas exerceram o regular exercício da liberdade de imprensa. 

Na sentença de primeira instância, o juiz entendeu que os textos publicados extrapolaram a função de informar. ‘Mesmo a simples análise do título atribuído às matérias na capa da revista afasta a alegada ausência de lesão a imagem e o estrito “animus narrandi”, concluiu. 

A Turma Cível manteve a condenação, modificando apenas questões relativas aos honorários advocatícios, que deverão ser arcados integralmente pelos réus. 

Em primeiro grau, a sentença fixou em R$ 180 mil o valor da indenização cível que deverá ser paga pela editora e pelos jornalistas.

Processo: 20120111549697

terça-feira, dezembro 16, 2014

Lula: É preciso voltar a construir utopias

Lula fala dos desafios do PT e sugere que o partido repense seu papel na sociedade.

Fiz questão de ouvir na íntegra, o discurso que Lula fez na abertura do 5º Congresso Nacional do PT, realizado na última quarta-feira (10) em Brasília-DF, quando chamou a atenção do partido para muita coisa que alguns dirigentes insistem em não debater.

Atento sobre tudo que acontece no interior do partido, o líder petista ressaltou a necessidade do partido usar a internet como instrumento para o diálogo com a juventude, criticou os profissionais da política e os gastos exorbitantes das campanhas eleitorais. 

Abaixo alguns trechos pinçados de sua fala que também pode ser escutada aqui.

“Companheiros e companheiras, é hora de o orgulho petista aflorar. É hora de a gente dizer pra todos os militantes do PT: esse partido nasceu pra ser diferente. E vai ser diferente. Quem não quiser cumprir o ritual ético nesse partido, ter uma relação ética na sociedade ou nas instâncias governamentais, é melhor sair do PT, porque senão a gente não vai conseguir governar esse país.

A gente começa a adquirir hábitos que não deveríamos ter adquirido, porque não nascemos para isso. Nós não nascemos para ser igual aos outros, nascemos pra ser diferentes. Nós nascemos pra fazer campanhas diferentes. Nós nascemos para não fazer campanhas baseadas nos cabos eleitorais pagos. Uma campanha baseada no gasto de muito dinheiro, aonde a militância desaparece e aparece o profissional da política. Nós não nascemos pra isso.” 

Eu não defendo a ideia de que o PT volte às origens, porque, coitadinho do Lula, voltar às origens aos 69 anos é impensável. Não quero isso. Quero que a gente evolua, como evolui a sociedade. [...] Mas eu acho que o PT precisa repensar o seu papel na sociedade. A palavra repensar é muito difícil, porque pensar já e muito difícil. Imagina repensar! Significa penar duas vezes. É difícil. Mas nós precisamos repensar o nosso papel. [...] A direção de um partido não é uma partilha entre tendências. A direção de um partido tem que ter os principais quadros desse partido, para se transformar em voz pública desse partido, para defender o partido. Nós, nesse momento político, precisamos ter mais representatividade. Precisamos ter mais força pública.

Houve um tempo em que a gente ia pra um comício do PT e a grande maioria era de jovens de 25, 26 e até 27 anos. E nós, muitas vezes, somos pais dessa gente que taí. Quem sabe nós não estamos conseguindo convencer essa gente a ter a mesma esperança, o mesmo sonho que nos tivemos quando começamos o PT. Então, é preciso voltar a construir sonhos. É preciso voltar a construir utopias.

Essa meninada que não ouve mais rádio, que não ouve mais televisão, que não lê mais jornal, como é que nós vamos conversar com ela, numa linguagem de meias palavras, que eu nem entendo mais o Twitter. É tudo muito curto, muito breve. Você não consegue explicitar uma ideia. Onde é que a gente vai se comunicar com essa gente num momento em que a gente é atacado?"

Paulo Rocha e a festa dos bacanas



Mergulhando em uma crise sem precedentes, o PT-PA termina o ano sem realizar sequer um balanço eleitoral e nem cogita festas de confraternização, afinal de contas não há clima e nem condições financeiras para tal.

No entanto, o senador Paulo Rocha está na capa a revista Bacana. A festa de lançamento da mesma será realizada hoje, no Hangar e terá como atrações o Neguinho da Beija Flor, a bateria do Rancho e segundo o Marcelo Marques, blogueiro e editor da revista, até o ex-presidente Lula é esperado para o evento.

Passada as eleições e com o saldo negativo, o PT planejou a realização de Encontros Regionais previstos para aglutinar dirigentes, parlamentares e militantes, mas estes eventos não contam com a presença de 3 dos 4 deputados federais do partido: Beto Faro, Cláudio Puty e Miriquinho Batista, sem falar na baixa adesão dos filiados. Algo sintomático e tido como mensagem de insatisfação.

Pelo que tudo indica, a ironia do post Acredite se quiser: O PT-PA está em plena atividade, serviu de fato como bálsamo para a massagem no ego de uns e outros. 

sexta-feira, dezembro 12, 2014

A culpa é sempre do povo

Zenaldo Coutinho, prefeito de Belém, Simão Jatene, Governador do Pará e Manoel Pioneiro, prefeito de Ananindeua. Todos do PSDB e orientados pelo marqueteiro Orly Bezerra, que sempre dá um jeito de colocar a culpa de tudo, no povo. 

Seja no rádio, na TV ou nos jornais, a estória é sempre a mesma!

Se Belém e Ananindeua, as duas maiores cidades do Pará, são sujas, sem tratamento de esgoto e água tratada em vários bairros, a acima de tudo, acumula muito lixo nas ruas, a culpa é do povo que não tem educação e não da coleta de lixo precária oferecida pelas empresas contratadas pela prefeitura.

Se a evasão escolar no Pará é uma das maiores do Brasil, a culpa é dos pais dos alunos que não insistem que os filhos se mantenham nas escolas e não do governo, que não oferece boas condições de ensino, mantendo escolas sucateadas, professores insatisfeitos e pouca atratividade no ensino público.

Com o Estado tendo um dos piores índices de violência e criminalidade do Brasil e sendo Belém uma das cidades mais violentas do mundo, os gestores do Sistema de Segurança Pública do Estado do Pará aconselham as pessoas a não saírem com relógios, pulseiras, cordões, bolsas e celulares à vista dos meliantes, que podem estar inclusive dentro de Shoppings Centers e agências bancárias, por isso, manter-se atento e observando tudo e todos ao redor é a sugestão ofertada para que não ocorra assaltos, sequestros e outros crimes contra os paraenses.

Conclusão: O marketing tucano é um crime contra a inteligência e o bom senso dos paraenses. 

Parabéns ao marqueteiro do PSDB, Orly Bezerra!

Parabéns ao Governador do Pará Simão Jatene!

Parabéns ao prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho!

Parabéns ao prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro!

Quanto à ti, povo paraense: Te vira e aprende!

Virada Cultural Belém: Veja a programação e curta!

Pela primeira vez em Belém, a Virada Cultural acontecerá neste sábado e domingo em diversos pontos da cidade.

A exemplo da versão paulista do evento, a qual é patrocinada pela Prefeitura da capital do Estado de São Paulo e ocupa locais públicos com diversas programações, as quais em 2014 reuniram cerca de 1000 artistas, a primeira edição da Virada Cultural Belém, tem um formato colaborativo e contou com o patrocínio do governo federal via Lei Rouanet e com o apoio de alguns órgãos estaduais e municipais.

Inspirada na “Nuit Blanche” francesa, que se baseia na inversão de expectativas, como, por exemplo, museus abrindo de madrugada, em São Paulo, o evento traz programação diversa distribuída por todo o centro, onde busca promover a convivência em espaço público, convidando a população a se apropriar do Centro da cidade por meio da arte, da música, da dança, das manifestações populares.

Em Belém, a programação da Virada Cultural reunirá cerca de 100 artistas, sendo realizada em mais de 20 espaços locais públicos e privados da cidade, entre os dias 13 e 14 de dezembro, com entrada franca. 

Na versão de São Paulo, o metrô fica aberto durante as 24 horas do evento, garantindo a circulação das pessoas. Em Belém, os ônibus que circulam no BRT com ar-condicionado e conforto, farão o transporte dos passageiros que optarem por este modal de transporte urbano

O blog deseja sucesso ao evento!

PROGRAMAÇÃO VIRADA CULTURAL BELÉM

Palco Estação das Docas
Boulevard Castilhos França, s/n - Anfiteatro São Pedro Nolasco, Campina

Sábado 13/12

18h – Tom Salazar e Daiane Gasparetto

19h – Delcley Machado convida Andréia Pinheiro, Alba Maria, Joelma Kláudia e Renata Del Pinho

20h15 – Luê convida Júnior Soares

21h30 – Arthur Espíndola convida Creuza Gomes, Mariza Black e Larissa Leite

22h45 – Dona Onete convida Juliana Sinimbú e Natália Matos

00h - Félix Robatto convida Pio Lobato e Mestre Vieira

Palco Praça da Bandeira

Trav. Padre Eutíquio, s/n, Campina

Sábado 13/12

18h – Les Rita Pavone

19h15 – Delinquentes convida MC Bruno B.O, Juca Culatra e Leon Ferreira (A Red Nightmare)

20h30 – Molho Negro convida Turbo e Blocked Bones

21h45 – Camila Honda convida Waldo Squash e Keila Gentil (com lançamento do videoclipe “Baile Saudoso”)

23h – The Tump

00h – Pocket Show Cronistas da Rua (com lançamento do videoclipe “Mestres de Capoeira”)

00h15 – Emicida

01h30 – Strobo convida MG Calibre

02h45 – Manoel Cordeiro convida Gina Lobrista

Discosaoleo
Trav. Campos Sales, 628, Campina

Sábado 13/12

11h – Zeromou

15h – A Trip To Forget Someone

Ná Figueredo
Av. Gentil Bittencourt, 449, Nazaré

Sábado 13/12

15h – Lucas Guimarães

16h – Cais Virado

17h – Meio Amargo

Tenda Feira do Açaí
Trav. Marquês de Pombal, s/n, Cidade Velha

Domingo 14/12

01h - Black Soul Samba

05h – Lauvaite Penoso

06h15 – Grupo Sancari

Espaço Lablivre – Laboratório de Tecnologias Livres - UFPa 2.0
Trav. 3 de maio, 1573, Nazaré

Sábado 13/12

09h / 12h - Workshop de Realidade Aumentada

Espaço Fórum Landi / Praça do Carmo
Praça do Carmo, entre Joaquim Távora e Dom Bosco, Cidade Velha

Sábado 13/12

9h / 11h - Oficina de Fanzine

9h / 12h - Oficina de Palhaço "CorpObjetoPoético"

9h / 19h – Exposição "O Retrato Que Há em Mim" – APAE

14h – Fotovaral "Vila da Barca"

14h – Fotovaral "A Poesia de Leminski na Fotografia"

18h – Espetáculo "Rosa dos Ventos" – Grupo Perifeéricos

Espaço Casarão do Boneco
Av. 16 de Novembro, 815, Cidade Velha

Sábado 13/12

17h – Exposição Permanente de Bonecos e Adereços

16h – Grafite com Michelle Cunha

18h – Espetáculo "Pinóquio", com In Bust Teatro com Bonecos

Espaço Estácio FAP – Faculdade do Pará
Rua Municipalidade, 839, Umarizal

Sábado 13/12

14h – Exposição "Diversidades"

15h – Workshop de Direção de Ator no Cinema com Adriano Barroso

17h – Workshop de literatura "Poesia - A Voz Selvagem" com Antônio Moura

19h – Exibição do documentário “Ópera Cabloca”, de Adriano Barroso

19h30 – Exibição do documentário “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara”, de Guto Nunes

20h – Exibição do documentário “Rádio 2000”, de Erik Lopes

Espaço Oficina Assim
Trav. Frei Gil de Vila Nova, 215, entre Manoel Barata e Ó de Almeida

Sábado 13/12

09h / 19h – Letras que Flutuam, da Mapinguari Design

11h / 19h - Risoteria

Domingo 14/12

18h – Performance “Para você, que não sei mais onde está... Mas eu sei quem é”

19h – Performance “Para você, que não sei mais onde está... Mas eu sei quem é”

Espaço Casulo Cultural - Inauguração do espaço na Virada Cultural

Trav. Frutuoso Guimarães, 562, esquina da Riachuelo, Campina

Sábado 13/12

14h – Exposição “Cidades Íntimas”

14h – Bazar Bonanza

14h / 17h – Oficina de Batuque com Wellington Alemão

17h30 / 19h – Show "Prata da Casa", com Jefferson Morais

Espaço Cultural Valmir Bispo Santos
Trav. Padre Prudêncio, 681, entre Carlos Gomes e Gama Abreu, Campina

Sábado 13/12

08h / 19h – Exposição Coletiva

08h / 19h – Bazar

Espaço Casarela
Trav. Rui Barbosa, 555, Reduto

Sábado 13/12

08h / 11h – Programação Infantil

Acolhimento das crianças e ambientação

Contação de estórias com Júlia Leão

Desenho livre para crianças

Intervalo para o lanche

Oficina de Gastronomia Infantil com Sophia Honda

Exibição das animações "A Onda - Festa na Pororoca" e "O Rapto do Peixe Boi", de Cássio Tavernard

14h – Palestra sobre Cinematografia Digital, com o diretor de fotografia Neto Dias

Espaço SoPro Casa Atelier

Trav. Campos Sales, 898, entre Carlos Gomes e Gama Abreu, Campina

Sábado 13/12

10h / 19h – Exposição e venda coletiva de pinturas

11h – Contação de estória "A Mãe D'água", com Pirão Coletivo

Espaço Gotazkaen

Trav. Rui Barbosa, 543, entre Ó de Almeida e Aristides Lobo, Reduto

Sábado 13/12

09h / 19h – Exposição Permanente

15h – Workshop de Vídeo-mapping com Kauê Lima

17h – Bate-papo “Desenvolvimento de Processos Criativos em novas mídias”, com o artista visual Luan Rodrigues

Espaço Praça da República
Av. Presidente Vargas, próximo ao Teatro da Paz

Sábado 13/12

20h – Espetáculo "Maresia", do Projeto Vertigem

Domingo 14/12

8h / 08h30 – Contação “O Menino Azul”, com Cléber Cajun

8h45 / 09h15 – Contação/Clown – Os Monstros Chinu

9h30 / 10h – Contação – O Pato que Partiu

10h15 / 11h – Espetáculo "Reprises", com Palhaços Trovadores

FotoAtiva
Praça Barão do Rio Branco, 19, Mercês

Saída fotográfica "Ver a Noite", com fotógrafo Michel Pinho

A atividade fotográfica vai percorrer o Largo das Mercês, Rua Imperador, Biblioteca do Estado, Travessa dos Passinhos, Largo de Santana, Leão XIII, retornando à Estação das Docas. A ação será acompanhada por seguranças. Não é necessária inscrição prévia.

Programações Integradas

Solar das Artes
Solar da Beira, Boulevard Castilhos França, s/n, Campina

Sábado 13/12

15h – Exposição de fotografias e ilustrações

15h – Emergência - Encontro de Redes de Cultura e Ativismos

17h – Abertura do Ver-o-Pesinho de Trocas

17h30 – Música pro Pôr do Sol

19h30 – Instalações artísticas e sarau de interações

21h – Cia. Extraordinários - Sarau de Clowns

22h – Vacas Profanas 

Domingo 14/12

15h - Abertura da Semana do Audiovisual, promovida pela Casa Fora do Eixo Amazônia

15h – Oficina Caçadores de Imagens - Um olhar audiovisual

16h – Oficina de Zines com Daniel Leite

16h – Oficina de Trabalhos Corporais com Eric Boni

18h – Projeções nas paredes do Solar das Artes

Mostra de produções locais e curtas do Festival Pachamama de Cinema de Fronteira

Virada Cultura de Rua
Mercado de São Brás. Av. José Bonifácio, s/n, São Brás

Sábado 13/12

14h – Fotovaral ParÁfrica

15h30 – Kizomba Groove

17h – Família Sempre Pelo Certo

18h – Batalha Estilo Belém Hip Hop Cypher (BBoys)

18h30 – Batalha São Brás (MCs)

20h – 3º Mundo Sound System

Virada Eletrônica

Mostra Bate-Estaca no Cine Líbero Luxardo (Centur) – sempre às 19h
Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré

10/12 – Quarta - Dub Echoes (Bruno Natal)

11/12 – Quinta - Last Hippie Standing (Marcus Robbin)

12/12 – Sexta - Introduzindo o Drum’n’Bass no Brasil (Fernanda Telles)

13/12 – Sábado - Clash Of Cultures (Guto Barra)

14/12 – Domingo - Brega S/A (Gustavo Godinho e Vladimir Cunha)

Sexta 12/12

16h / 23h - 1º Campeonato de DJs da Belchior Escola de Beats - Capela da UFPA
Rua Augusto Corrêa, s/n, Guamá, Campus Básico

Sábado 13/12

16h – Workshop de Iniciação para DJs

Solar da Praça - Praça da Bandeira
Rua João Diogo, 363, Campina

21h – Festa Timeless

Solar da Praça - Praça da Bandeira
Rua João Diogo, 363, Campina

Slackday Belém
Praça da República, Av. Presidente Vargas, Campina

Domingo 14/12

08h / 11h – Credenciamento

09h / 12h – Tenda Grão - Mesa de alimentação

09h / 09h30 – Yoga com instrutores da Cia. Athletica

09h30 / 14h – Workshop de Slackline

10h / 11h – Aulão de Circo com Vida de Circo

10h / 11h – Slack Kids - Aulas de slackline para crianças

12h / 12h30 – Workshop de Danças Urbanas com Mirai Companhia de Dança

13h30 / 14h – Pilates com Dani Nogueira

14h /14h20 – Palestra com Feliciano Marques, da Movimentar For Life

14h20 / 15h – Mesa Redonda

quinta-feira, dezembro 11, 2014

PSDB Mulher critica Bolsonaro, mas para os dirigentes fica por isso mesmo

PSDB Mulher emitiu nota contra atitude de Bolsonaro, mas site do partido só fala em atitude censurável. Machismo ou medo de rachar a oposição?

Por meio de nota, o PSDB minimizou a fala “Não te estupro porque você não merece”, de Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra Maria do Rosário (PT-RS), em plena Câmara dos Deputados

Pela Redação da Revista Fórum.

Um “censurável episódio ocorrido no plenário da Câmara dos Deputados essa semana”. É assim que a bancada do PSDB classifica o incidente dessa terça-feira (9), em que um deputado afirmou, em plenário, que só “não estuprava” uma colega “porque ela não merecia”.

Sem citar o nome do agressor, Jair Bolsonaro (PP-RJ), lê-se no texto que a sigla repudia e se posiciona contrária “a qualquer tipo de violência ou desrespeito contra as mulheres” – sem também fazer menção à agredida, a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

A nota ainda afirma que a legenda está “comprometida com os mecanismos de proteção das mulheres, assim como a garantia do respeito, sem distinções”. Porém, ao contrário de PT, PCdoB, PSB e Psol, que entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra Bolsonaro, os tucanos não se manifestaram contra o deputado aliado de oposição.

Nota do Blog As Falas da Pólis.

Ao contrário do site do Diretório Nacional do PSDB, a Nota do PSDB Mulher traz os nomes dos envolvidos no que chama de inadmissível comportamento de Bolsonaro, mas como não tem poder interno no partido, limitou-se a isso, sem ingressar com recursos nas esferas responsáveis para julgar a atitude do parlamentar.

Machismo ou medo de rachar a oposição?

Segue a nota:

O PSDB Mulher Nacional vem a público manifestar sua indignação pela maneira como o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), rebateu a ex-ministra Maria do Rosário (PT-RS), em debate ocorrido no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça (9).

Acreditamos que oposição se faz com o debate de ideias, argumentos e propostas, jamais com ataques pessoais ou apologia ao crime. Quando o deputado Bolsonaro diz que a deputada Maria do Rosário não merece ser estuprada dá a entender que algumas mulheres merecem, o que é inadmissível.

O Brasil é um país em que ocorre um estupro a cada 4 minutos, precisamos de leis mais duras contra este crime, de parlamentares mais dispostos a combatê-lo, não de políticos complacentes com esse tipo de agressão. Oposição sim, sempre, para isso fomos eleitos; apologia ao crime, jamais.

Secretariado Nacional da Mulher/PSDB.  

Bomba! Empreiteira procurou Aécio para esvaziar CPI, indica anotação

Aécio Neves teria "escalado" dois colegas, Álvaro Dias (PR) e Mario Couto (PA), para "fazer circo" na CPI da Petrobras.

Bomba! 

Segundo a Folha de São Paulo, uma das principais empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção que vitimou a Petrobras, pressionou o senador tucano Aécio Neves a manobrar a CPI no Congresso, para "fazer circo", ao invés de levar as investigações a sério. 

Um dos ilustres membros da palhaçada tucana, segundo documentos encontrados na empreiteira investigada é o senador paraense Mário Couto, velho conhecido do picadeiro da trapaça que assola o país e tira sarro da cara dos cidadãos que assistem a alta corrupção brasileira ser desbaratada. 

Os resultados destas investigações feitas pela Polícia Federal podem ser extremamente reveladores e os arautos da honestidade, poderão ser finalmente desmascarados de forma pública. 

Oremos!

Fique com a matéria de Rubens Valente e Gabriel Mascarenhas publicada pela Folha.

A Operação Lava Jato apreendeu papéis com anotações em um escritório da UTC Participações, em São Paulo, que traçavam uma expectativa da empreiteira sobre os rumos da investigação na CPI do Petrobras no Congresso Nacional.

Segundo as anotações, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria sido "pressionado pela CNO para não aprofundar", em provável referência à Construtora Norberto Odebrecht. Ao mesmo tempo, diz a anotação, o senador teria "escalado" dois colegas, Álvaro Dias (PR) e Mario Couto (PA), para "fazer circo".

A assessoria do senador negou que ele tenha conversado ou sido procurado pela Odebrecht. Disse que "os fatos ocorridos desmentem as insinuações feitas". Citou que Aécio foi "um dos parlamentares que lideraram no Congresso os trabalhos pela instalação da CPI mista.

"Os nomes que representam o PSDB na CPI, como previsto pelo regimento, foram indicados pelo líder do partido no Senado, senador Aloysio Nunes, e são dois dos mais combativos senadores do partido", disse a assessoria.

Ela diz ainda que o PSDB e demais partidos da oposição conseguiram, "apesar da blindagem patrocinada pela base do governo", aprofundar as investigações.

Ainda segundo as anotações apreendidas pela PF, a CPI não parecia ser um desafio sério para as empreiteiras. O manuscrito diz que a "CPI no Senado está esvaziada (apuração). Problema maior será no Judiciário".

Para quem fez as anotações, a CPI "será agressiva, pois não querem apurar nada, só gerar noticiário".

Tanto nos endereços da UTC quanto de outras empreiteiras alvos da Lava Jato, a PF apreendeu diversos indícios de como os empreiteiros se prepararam para acompanhar a comissão.

Na casa de um executivo da construtora OAS, Aldemário Pinheiro, a PF apreendeu um e-mail enviado por um funcionários da OAS que trata de requerimentos apresentados na CPI "que entendo devamos ficar atentos".

"Observo que 90% dos requerimentos direcionados às empresas que celebraram contratos com a Petrobras são do deputado Rubens Bueno [PPS-PR]. Os outros 10% estão distribuídos entre Álvaro Dias (pediu a quebra de sigilo da Coesa), Carlos Sampaio (solicitou a convocação de Julio Camargo e Othon Zanoide) e João Magalhães (fez diversos requerimentos contra a empresa Schain)", informou o dirigente da OAS.

A necessária reavaliação dos crimes da Ditadura Militar no Brasil


Análise: Novos elementos podem alterar o julgamento do STF de 2010.
Na Folha, com o título: "Análise: Novos elementos podem alterar o julgamento do STF de 2010"

O relatório da Comissão Nacional da Verdade é capaz de alterar a posição do Supremo Tribunal Federal que reconheceu, em 2010, a anistia dos "crimes conexos" praticados pelos agentes da repressão? O documento acusa a "autoanistia" de ser um ilícito internacional, incompatível com o direito brasileiro e que perpetua a impunidade.

Ao julgar a arguição movida pela OAB, o STF afirmou que a interpretação de textos legais é variável no tempo e no espaço quando sua aplicabilidade é duradoura, generalista e abstrata, mas declarou que uma lei que disciplina determinados interesses imediatos e concretos, como a Lei 6.683/79, que fundamenta a anistia, deve ser interpretada a partir da realidade que motivou sua edição.

Uma comparação simplista para compreender o pensamento majoritário do STF: é natural a interpretação atualizada de regras que tratam da guarda de crianças por casais gays, mas o Judiciário não pode retroceder no tempo para reaver benefícios fiscais concedidos no passado a empresas que hoje (não na época) seriam consideradas inidôneas por atos de corrupção.

Inovações normativas como a "Convenção das Nações Unidas contra a Tortura", em vigor desde 1987, ou a garantia constitucional de 88, que considera a tortura insuscetível de anistia, não fazem parte do momento histórico da "migração da ditadura para a democracia política".

Segundo a maioria dos ministros, "nem mesmo o Supremo Tribunal Federal está autorizado a reescrever leis de anistia".

O STF tem outra composição e o tema voltará ao plenário para o julgamento da arguição do PSOL, que tem o apoio do procurador da República. O Brasil está submetido à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos que rejeitou, em 2010, decisões judiciais baseadas na lei de anistia contra violações de direitos humanos.

É um ingrediente novo, posterior à decisão do STF. Em tese, princípios podem ser revistos, mas também é papel do STF assegurar estabilidade, segurança. Os militantes da luta armada fizeram a autocrítica dos seus crimes.

As Forças Armadas não reconhecem que mecanismos de repressão adotados durante a ditadura são incompatíveis com a civilização e com a democracia. O silêncio em relação aos próprios pecados parece birra institucional e preserva um sentimento de desconfiança que já poderia estar sepultado.

segunda-feira, dezembro 08, 2014

Pedidos de impeachment de Dilma são uma farsa absoluta

Eleitor de Aécio, Lobão sentiu-se como um otário ao ir pra evento que o ex-candidato convocou e não foi. 

Por Ricardo Melo, na Folha.

“Nós vamos perder, mas vamos sangrar estes caras até de madrugada”. A frase de Aécio Neves, reproduzida em reportagem da sempre atenta Daniela Lima, desta Folha, resume melhor que tudo o programa da oposição ao governo Dilma. Não que seja exatamente original, em se tratando do autor. Ele mesmo, durante a campanha eleitoral, soltou outra pérola de nível parecido aos que aceitavam trocar de candidato como se troca de camisa: “suguem mais um pouquinho e depois venham para nós”.

Por trás do palavreado da alcateia a favor do impeachment da presidente reeleita, existe uma verdade irrefutável. As investigações, mesmo atabalhoadas, da Operação Lava Jato, desnudam um esquema de corrupção que não vem de hoje, nem de ontem. E o principal: revelam o modus faciendi de convivência entre a elite empresarial e o Estado brasileiro. Pode parecer paradoxal, mas esta é a chave que torna os pedidos de impedimento uma farsa absoluta.

O Brasil teve um episódio de impeachment, o de Fernando Collor. Pausa para breve volta ao passado. Quem tinha acesso aos humores do tubaronato percebia o andar da carruagem. “Dez por cento tudo bem, mas o PC Farias está pedindo trinta, quarenta. Assim não dá. ” A lamúria era repetida por dez entre dez ricaços que construíram fortuna à sombra de negócios escusos.

Mas não era o suficiente: além de ir com muita sede ao pote e romper o código do pessoal de cima, a turma de Collor era um fracasso completo em termos populares. Confiscou poupança, perdeu da inflação e foi incapaz de promover qualquer progresso. Conseguiu brigar com todo mundo, tanto com os endinheirados que bancaram sua eleição como com os desavisados que viram o “caçador de marajás” ser o maior de todos os marajás. Sua queda era questão de tempo.

O momento agora é distinto. O que está exposto à execração pública não é a ação de uma camarilha isolada. É o envolvimento do “crème de la crème” do empresariado local –e internacional– com práticas de achaque ao Estado. Nem o tucano mais inflamado, no íntimo, acredita que o esquema começou com administrações petistas. O inquérito sobre a bandalheira no sistema de transporte de São Paulo fala por si só. A operação Castelo de Areia, interrompida por chicanas jurídicas, também ilustra a promiscuidade entre os senhores do dinheiro e os negócios de Estado –seja quem for o gerente de plantão.

São estas as relações que vêm sendo escrutinadas. Não à toa pesquisa Datafolha deste domingo traz resultados aparentemente contraditórios: se muita gente acha que Dilma tem culpa no cartório, outros tantos aprovam a sua gestão. Mais: apontam o governo dela como o que mais combate a corrupção, com larga vantagem sobre os antecessores. Sintomático, não?

Alguém poderia achar que o resultado indica que o brasileiro se acostumou com o “rouba mas faz”. Nada disso. A maioria trabalhadora, honesta, que conta os trocados para sustentar a família, não tem nenhum tipo de conivência com roubalheiras. Mas, da mesma forma, não imagina gente como Aécio Neves, José Serra (que declarou em alto e bom som considerar cartel uma coisa normal) ou Fernando Henrique (que conquistou a reeleição na base do dinheiro vivo) no papel de guardiões da honestidade.

Disse um compositor: “Chove lá fora, e aqui tá tanto frio. Me dá vontade de saber. Aonde está você?”. No sábado, durante mais um protesto de gatos pingados em São Paulo a favor da intervenção militar e impeachment, ouviu-se lamento semelhante da boca do mesmo personagem: “Só tem inimigo aqui. Cadê o Aécio, o Caiado? Se eu passo aqui e vejo esse pessoal, acho que é tudo a mesma coisa. Estou pagando de otário”. É Lobão, a vida não é fácil.

domingo, dezembro 07, 2014

PARALISIA DO GOVERNO FACILITA GOLPISMO



Por Breno Altman, em seu blog no Opera Mundi

A aprovação de mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias, obtida no final da madrugada desta quinta-feira, não sustou ou debilitou a escalada conservadora.

Apesar da vitória parlamentar, evitando explosão de uma crise fiscal no colo da presidente, como era desejo da oposição de direita, o governo segue acuado.

Os partidos conservadores, associados à velha mídia, tomam carona na manipulação de denúncias provenientes da Operação Lava Jato e tentam manter o oficialismo sob fogo cerrado.

Os sinais do caráter golpista da estratégia opositora são evidentes.

Mesmo que suas principais lideranças ainda considerem insuficientes as condições políticas e jurídicas para abrir processo de impedimento, as operações de desgaste e sabotagem não escondem o propósito desestabilizador.

Não há surpresa no comportamento do PSDB e o resto da matilha, a bem da verdade. Durante a campanha já era evidente, pelo discurso de alguns próceres, que a aliança reacionária se jogaria de corpo e alma no enfrentamento.

Nunca esconderam a intenção de deslegitimar a presidente, empurrá-la contra as cordas e, se possível, abortar o mandato conferido pelas urnas.

Tampouco deixam dúvidas sobre o plano de desconstruir o PT e o ex-presidente Lula antes das eleições de 2018.

O que espanta é a inação governista desde o final de outubro.

Apesar de resoluções combativas, o petismo parece tomado pela apatia e o cansaço político. A reclamar do golpismo, por infração às regras democráticas, mas sem adotar comportamento resoluto e massivo, capaz de interromper as tramoias.

A tomada das galerias do parlamento por um punhado de delinquentes remunerados, durante a votação da LDO, foi simbólica desta política de guarda-baixa.

Por que o PT e o PC do B não convocaram sua militância para ocupar as arquibancadas do parlamento, em defesa da proposta do governo?

Por que a presidente não foi seguidamente à televisão e ao rádio, em entrevistas e em rede, para indicar o que estava em jogo na decisão sobre o superávit primário?

Por que os instrumentos de comunicação do governo não foram acionados para explicar do que se tratava a batalha em torno da LDO?

De qual manual o governo extraiu a lição que o melhor remédio contra a politização da direita seria a despolitização da esquerda?

O Planalto parece aprisionado pela orientação defensiva adotada depois do triunfo eleitoral, contaminando partidos e movimentos que constituem sua base de apoio.

A presidente e sua equipe mais próxima empenham-se em providências e discursos para apaziguar o capital financeiro, o ruralismo, os meios de comunicação, os centros imperialistas, as frações centristas que flertam com a direita, os próprios partidos de direita.

Partem de premissa comprovada, a correlação desfavorável de forças nas instituições, para conclusão gradualmente desmentida pelos fatos: a política de recuos não revela eficácia para conter as forças golpistas.

Ao contrário. A oposição de direita sente-se mais forte em seus ataques, dedica-se a explorar eventuais contradições e vulnerabilidades da esquerda, toma gosto por fazer política recorrendo à disputa aberta do Estado e da sociedade.

Os momentos de calmaria, propiciados por decisões como a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, logo são seguidos por novos vendavais.

O conservadorismo, mesmo com fraturas e divisões, expõe inédita determinação, um apetite pantagruélico por ocupar todos os espaços disponíveis.

A política do recuo, por outro lado, inibe o campo popular. Divide e paralisa as forças progressistas que levaram ao triunfo eleitoral de Dilma Rousseff. Não deixa clara qual a agenda pela qual seguirá seu segundo governo, conquistado pela narrativa do aprofundamento e da aceleração de reformas.

Pouco se faz para animar a esquerda e provocar o retorno ao palco dos setores populares. Afinal, são esses os únicos destacamentos aptos a enfrentar o consórcio golpista, como a disputa presidencial deixou claro.

Revelam-se politicamente inócuas medidas como a indicação de ministros amigáveis às classes dominantes, o duplo aumento da taxa de juros, o aceno para política econômica mais ortodoxa, o arrefecimento da crítica aos monopólios da informação e o rebaixamento da defesa de uma Constituinte para a reforma política.

Ainda que parte desses encaminhamentos seja inevitável, para preservar a governabilidade institucional, que depende de coalizão pluripartidária e policlassista, demonstra-se estarrecedora a ausência de programas, decisões e símbolos que mobilizem a base natural do petismo.

Vale lembrar que inexiste registro histórico de intentos golpistas detidos por lamentações acerca de sua natureza pérfida.

Não há saída fora da contraposição, à sanha conservadora, de um movimento popular e democrático impulsionado por governantes e partidos que legitimamente exercem a liderança do país.

A reduzida e inexpressiva esquerda paraense

Jatene e Zenaldo contam com inabilidade política e a omissão da esquerda paraense em fazer-lhes oposição.

Se um estrangeiro vier ao Pará e começar a ler sobre os fatos e acontecimentos políticos do Estado, chegará à conclusão de que a esquerda paraense é liderada por Jader e Helder Barbalho, pai e filho respectivamente.

Helder saiu recentemente de uma eleição onde disputou o governo do Estado com o atual governador Simão Jatene e venceu o primeiro turno, chegando muito perto da vitória, mas perdeu no 2º turno. No entanto, mesmo sem mandato, usa a internet para se posicionar com firmeza contra os desmandos dos seus adversários, pautando a omissão do governo estadual e destacando os problemas nas diversas áreas, principalmente a social e econômica.  

Podemos dizer que tem feito seu papel de oposição e elaborado importantes e sistemáticas críticas ao governo. Uma delas foi ao projeto de lei orçamentária do Estado para 2015, onde afirma que a má distribuição dos recursos públicos penaliza regiões como a do Carajás, que só receberá 2,68% dos investimentos projetados pelo governo estadual, mesmo sendo uma das que mais provém riquezas minerais do Estado, além de contribuir com a pecuária, agricultura e parte significativa da arrecadação de impostos. 

Helder conclui que: “Ao dar as costas para o interior, tratando com desprezo a sua população e fomentando as rixas regionais, o governo aprofunda as desigualdades, acentua a percepção de ausência do Estado, torna mais agudos os ressentimentos e fortalece, ele sim, o sentimento separatista – que depois, maliciosamente, trata de atribuir aos adversários”.

Jader por sua vez, mantém seu papel de liderança política e lança sempre críticas e observações sobre a política local de forma ácida e contundente. Exemplo disso é que o senador do PDDB protocolou nesta quinta-feira (04), um requerimento solicitando informações sobre o famoso BRT de Belém, à Controladoria Geral da União (CGU).

A ação de Jader pode finalmente trazer alguma investigação por parte do governo federal sobre o que foi feito com mais de 100 milhões de reais enviados para dois prefeitos, Duciomar Costa (PTB) e Zenaldo Coutinho (PSDB), e que até agora nenhum ônibus rápido trafega na pista da Av. Almirante Barroso, que recebeu concreto no lugar do antigo asfalto. Fora isso, ônibus velhos e comuns, atropelamentos e acidentes entre veículos é o que se constata de fato no local.

Dotados de um sistema de comunicação que conta com emissoras de rádios e TV, além de um dos três jornais impressos do Estado, hoje o mais vendido na região, a família barbalho tem vários de seus integrantes fazendo política e usam seus veículos de imprensa para tal, o que ajuda e muito a serem hoje, sem dúvida, a principal força opositora do PSDB paraense, que chega ao 16º ano de mandato, quase consecutivos, à frente do comando do Pará, só não completo pelo fato de que o PT venceu as eleições de 2006 com Ana Júlia que governou até 2010, mas não conseguiu a reeleição.

Por sua vez, Simão Jatene mesmo mal avaliado, com um governo recordista de números sociais e econômicos negativos e com sinais de cansaço físico e político, consegue mesmo assim passar incólume pela vista de quem se elege falando em lutas que só travam através da retórica em períodos eleitorais. 

As exceções são raras e nem sabem usar bem os meios de comunicação para fazerem política no século que começou e nem perceberam. Talvez por isso é que a esquerda esteja tão reduzida e inexpressiva no Pará.

Quanto aos demais partidos e lideranças políticas, reservo-lhes a publicação de um futuro artigo onde destacarei a omissão, a falta de atividades e críticas por parte dos que deveriam fazer uma oposição mais dura, competente e sistemática e não a fazem, sabe-se lá os motivos.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...