sábado, maio 30, 2015

Lúcio Flávio Pinto: O fim da Amazônia

Autor de diversos livros sobre a região amazônica, Lúcio Flávio Pinto lançará sua mais nova obra: O fim da Amazônia.

O que ele escreve em seu Jornal Pessoal, raríssimos jornalistas escreveriam com tamanha independência e imparcialidade, beirando o anarquismo libertário. Ainda mais sendo esta, uma das mais áreas mais violentas e retrógradas do planeta. 

Por isso, já foi censurado, ameaçado e processado inúmeras vezes e em algumas condenado e obrigado a pagar indenizações para os ricaços que denunciou. Sua história de vida é vasta de grandes polêmicas, mas ninguém ousa dizer-lhe algo que desabone sua reputação. 

Já foi agredido por um dos herdeiros das Organizações Rômulo Maiorana, por uma publicação que acusava o grupo de comunicação de ser uma quitanda, onde a opinião do jornal "OLiberal", era facilmente comprada com dinheiro de empresas e políticos influentes e capitalizados. Uma vez, por causa de um meme publicando em uma redes social, também fui ameaçado pelo irmão de Romulo, o Ronaldo Maiorana, o mais mimado dos herdeiros, pelo fato de ter relembrado a prática criminosa, de usarem suas concessões de rádio e TV para fazer política e lucrar com repasses de verbas públicas, travestidas de anúncios e contratos com o governo do Estado.

Lúcio Flávio Pinto é uma daquelas pessoas que precisaríamos clonar. Conhece e escreve sobre a região Amazônica ao ponto de ter sua crítica incômoda, tanto para a esquerda, quanto para a direita, mas ninguém ousa enfrentá-lo em um debate aberto. 

Eu, na condição de blogueiro e entusiasta do retorno de Lula à presidência do Brasil, gostaria que um dia, antes deste se recandidatar, ou até mesmo Dilma, antes de deixar o cargo, pudessem ler seus escritos e/ou conceder-lhe uma audiência, para que ele, com toda a sua bagagem intelectual e informações, pudesse falar o que sabe e pensa sobre o futuro do Brasil, em especial, da Amazônia, assim como externar o que não podemos continuar fazendo no presente.

Fique agora com o post "A Amazônia não se democratiza", publicado no blog do Lúcio Flávio Pinto.

Transcrevo a seguir, com ligeiros ajustes, a entrevista que Rita Soares e Francisco Viana fizeram comigo, publicada no blog da jornalista paraense. O tema é o mais recente livro que escrevi sobre a Amazônia, O Fim da Amazônia.

No início, a sensação que fica é que Lúcio Flávio, nascido Lúcio Flávio Pinto, em Santarém, no distante ano de 1949, quando Belém ainda respirava os ares do rico ciclo da borracha, não passa de um cidadão comum, com tarefas comuns para vencer no dia a dia. Mas quando exibe um exemplar do seu novo livro, “O Fim da Amazônia”, logo se percebe que ele não apenas conhece a Amazônia, e conhece a fundo, como é capaz de falar com destemor. Sua voz é suave, elegante, mas firme e imperativa. Ele fala sentado num velho sofá, num ambiente cercado de livros: livros, revistas, jornais, todos empulhados, sem qualquer ordem aparente, mas, ao contrário, quando discorre sobre o livro e a região os fatos são ordenados, cortantes, rememora acontecimentos que ficam perdidos no cotidiano.

Não podia ser diferente. Há quase cinco décadas, Lúcio Flávio acompanha a implantação dos grandes projetos na Amazônia. O seu olhar crítico esteve na implantação da usina hidrelétrica de Tucuruí e a abertura da mina de Carajás, a maior reserva de minério de ferro do mundo, ambos no Pará. A originalidade do seu trabalho resultou em quatro prêmios Esso e dois Fenaj, a Federação Nacional dos Jornalistas.

Em 1988 deixou a chamada grande imprensa e passou a se dedicar ao jornal alternativo, Jornal Pessoal, onde mantém uma cobertura aprofundada e crítica do processo de ocupação da região, que compara ao Gênesis, só que ainda a ser feito pelo homem, como destacou Euclides da Cunha. O Brasil pode não lembrar de Lúcio Flávio, mas o mundo civilizado não o esquece.

Ele é visto internacionalmente como um militante em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, tanto que recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace e, em 2005, o prêmio anual do CPJ (Comittee for Jornalists Protection), de Nova York. É autor de vários livros sobre a Amazônia e, em 2012 recebeu o Prêmio Wladimir Herzog pelo conjunto da sua obra. Foi considerado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris, como um dos mais importantes jornalistas do mundo, o único selecionado no Brasil para essa honraria.

Em “O Fim da Amazônia” , faz um alerta dramático para os riscos que o processo de ocupação colonial representa para a região de maior diversidade do planeta e, por consequência, para as futuras gerações não só no Brasil, mas em todo mundo. Nesta entrevista, Lúcio faz críticas às políticas públicas para a região e explica as razões de seu apelo. Para ele, a região ainda vive os tempos do regime militar, coberta pelo obscuro manto da doutrina de segurança nacional.

O seu livro não tem um nome apocalíptico demais?

É, mas serve como uma advertência. Porque o processo de ocupação da Amazônia está sendo feito intensamente com alteração das condições naturais, o que é uma novidade em relação às outras formas anteriores de ocupação da Amazônia. No passado, no decorrer do ciclo extrativista da borracha, era feita a coleta de sementes, extração do látex, não se destruía a floresta. A partir da construção das estradas de integração, se destruiu, em 50 anos, o equivalente a três vezes a área ocupada pelo estado de São Paulo. E não existe na história de ocupação de fronteiras tanta destruição de florestas quanto na Amazônia.

Por que isso aconteceu?

Nas áreas coloniais em geral a percepção é retardada, e às vezes tardia. Não é contemporânea dos acontecimentos. Mesmo as empresas de vanguarda do mundo, quando chegam à Amazônia vestem a roupa primitiva, do capitalismo primitivo. Usam o método primitivo de intervenção na natureza que é o fogo, usam o trabalho escravo. São formas sociais de produção antiquíssimas. Porque se considera que a fronteira não é o lugar para a contemporaneidade, é lugar do passado, é lugar em que capitalista veste a roupa de capitão do mato.

O livro tem esse título porque nós tivemos várias oportunidades perdidas de desenvolvimento. Hoje um terço da Amazônia foi alterado e um quarto desmatado. O problema daqui é a fragilidade da floresta e a sua heterogeneidade, que exige um equilíbrio dinâmico. Se você derruba um hectare afeta cinco. Afeta a fauna, a flora, a água, a chuva. Então, a área prejudicada ou até destruída é muito maior daquela registrada.

Por que o Brasil esqueceu a Amazônia?

O Brasil não esqueceu a Amazônia. Em 1976, as exportações do Pará somavam 300 milhões de dólares. Hoje essa exportação é de 14 bilhões (já chegou a 18 bilhões). O modelo deu certo porque o objetivo era gerar dólares e gerou. Hoje o principal produto de exportação do Brasil é o minério de ferro e o principal exportador é o Pará. E o principal destino é a Ásia, 60% para a China, 20% para o Japão. Então, o modelo deu certo. O Plano de Desenvolvimento da Amazônia da década de 1970 já dizia que a Amazônia é área de fronteira. A especialidade dela é gerar dólar.

Mas quando se fala que esqueceu, está se falando porque não se discute isso…

O Brasil esquece o que é a Amazônia, mas está usando intensamente a Amazônia.

É uma atitude colonial dentro do próprio país?

Sim. E isso está escrito lá com todas as letras. Mudou o regime militar, mudaram os presidentes civis, nenhum alterou essa diretriz que continua perfeitamente aplicada. O Brasil não é apenas dual – o Brasil do Jacques Lambert. Passou a ser uma tríade. O Brasil moderno continua dominante, continua no mesmo lugar, o Brasil intermediário, que é o Nordeste, com algumas indústrias abandonadas pela região Sul, e o Brasil da fronteira.

Nesse Brasil da fronteira, não interessa se você está destruindo o recurso mais abundante e mais importante que é a floresta. Continuam queimando floresta hoje, o que é um absurdo. Não interessa que essa população seja escravizada ou que o índice de desenvolvimento esteja entre os piores do planeta, o que interessa é se está chegando produto no porto de embarque. E temos cada vez mais portos de embarque na Amazônia.

Só na região de Itaituba (oeste do Pará) serão sete portos novos de exportação de soja. O porto de Barcarena é um porto de exportação da oitava maior fábrica de alumínio do mundo, a Albrás, da maior fábrica de alumina do mundo, que é Alunorte (Hidro), da maior fábrica de Caulim do mundo que é a da Imerys. Então, o brasileiro é que não descobriu a Amazônia, mas o governo sabe o que está fazendo, mas o que ele faz não é em benefício Amazônia.

Isso converge para quê?

Para a condição colonial da Amazônia.

Mas quem é que ganha com esse modelo?

A China, por exemplo. A China quando começou em 2001 essa veiculação, da mesma maneira como em Car ajás. Carajás começou em 1985. Nesse ano, quem mandava em Carajás eram os japoneses, enquanto no resto do Brasil ainda eram os Estados Unidos. Então, houve uma modernização da dependência estrangeira na Amazônia antes que acontecesse no Brasil. A mesma coisa aconteceu em 2001 com a China. Antes que ela tivesse penetrado em outras partes do Brasil, já estava aqui. E o processo é mesmo parecido com cocaína. A China chegou a pagar 180 dólares a tonelada do minério de ferro e aí a Vale se reordenou todinha para ficar dependente inteiramente da China e aí a China começou a baixar o preço. Hoje está em 40 dólares.

E dentro da Amazônia não há reação, não há uma elite que reaja contra isso? A sociedade não reage?

Ela nem sabe o que está acontecendo. Essa condição colonial, é uma condição amarga. Porque o colonizado pensa pela cabeça do colonizador, reage aos impulsos do colonizador, e o colonizador faz a manipulação.

Exemplo?

Quando a Vale descobriu ouro em Carajás, no Igarapé Bahia, houve um ano em que, pela primeira vez, em 170 anos, o maior produtor de ouro deixou de ser Morro Velho. Aí a sociedade paraense começou a discutir o que fazer com o ouro, como verticalizar a produção. Em dez anos acabaram as jazidas do ouro e a discussão continuava sendo travada sem nenhum objetivo concreto. Há descompasso para perceber o que está acontecendo, e não só perceber o que está em curso, mas antecipar. Porque a única forma de reescrever uma história colonial como essa, que vem de fora para dentro, é você se antecipar. Porque o colonizador antecipa.

Quando houve o primeiro choque do petróleo, que inviabilizou a indústria do alumínio no Japão, a primeira missão de japoneses foi para o Pará. Eles já tinham o rumo, onde instalar, o que seria a maior fábrica japonesa de alumínio, que é a Albrás, e garante 15% de toda necessidade do Japão a 20 mil quilômetros de distância do Japão por um preço que saiu mais barato do que se tivessem continuado a produzir lá.

Nesse período, houve mudanças do regime militar para a democracia e mudanças de governo. Não houve interesse em alterar essa política para a Amazônia?

Não. O primeiro ato do (presidente José Sarney) Sarney como presidente da República foi renovar a doutrina de segurança nacional na Amazônia com a operação Calha Norte. Então, o Brasil estava democratizado, a Amazônia não. Continuava sob a tutela da doutrina de segurança nacional.

E o Fernando Henrique?

O Fernando Henrique seguiu a lógica do velho marxismo ortodoxo. Primeiro o capital. O capital tem o poder de explorar e o poder de libertar. O Marx era péssimo teorizador de colonialismo, porque ele estava na Inglaterra e acreditava que o capitalismo era libertador, então ele dizia: primeiro a ferrovia para índia, para ocupar a Índia com o capitalismo moderno, modernizar gerações de produção. Depois, a população se modernizava e expulsa o colonizador, só que o problema era a expulsão. Para o Fernando Henrique tinha que ser feita uma revolução capitalista na Amazônia. A privatização da Vale foi o ato nocivo, não só pelo valor aviltado, mas porque deixou uma situação exemplar de como o poder central em conluio com grandes investidores se estabelecem na Amazônia.

E Lula?

Quando Lula se elegeu presidente em 2002, antes de tomar posse, ele deu entrevista e disse que uma das coisas que mais admirava é como os militares planejavam a ocupação da Amazônia. Que era um planejamento sério, e iria seguir a mesma diretriz.
E o governo Dilma, o que caracterizou a visão?
Ela continuou o mesmo esquema do Lula

Se a Amazônia acabar, se continuar esse processo, como você denuncia, o que acontece, se não mudar essas políticas?

Se a floresta acabar, acaba a Amazônia que é um produto de sol, planta e água. É um processo incrível, um processo. Euclides da Cunha, há um século, dizia que a região era uma página do Gênesis que Deus não escreveu, deixou para o homem. Realmente quando você tem uma percepção mais íntima da região, você percebe que é uma máquina de funcionamento perfeito, mas equilíbrio precário. Não se pode tirar uma peça sem saber como vai funcionar sem a peça.

sexta-feira, maio 29, 2015

Professores chamam o governador de ladrão e conseguem a promessa de suspensão dos descontos em folha

Há 80 dias sem energia elétrica, os estudantes e professores de uma escola estadual protestaram durante evento, que teria a presença do governador Simão Jatene, que desistiu de ir por causa de uma manifestação da greve, que já dura mais de 2 meses.

No início da noite desta sexta-feira (29), professores e estudantes paraenses ocuparam a entrada do Centro de Convenções e Eventos da Amazônia - Hangar, onde realizaram um protesto contra o governador do Estado do ParáSimão Jatene, o qual foi chamado de ladrão por centenas de alunos e professores da rede pública estadual de ensino.

A manifestação pacífica, ocorreu na abertura da XIX Feira Pan-Amazônica do Livro e o local foi por alguns momentos, o lugar mais protegido e seguro de Belém. Avisado da presença dos manifestantes, o comandado da Polícia Militar ordenou o envio de dezenas de viaturas  para protegerem a chegada e saída do governador. 

Segundo uma fonte do blog, o governador chegou a planejar que faria a abertura da Feira e partiria rapidamente para sua residência, escoltado por um forte aparato policial, com a cobertura de dezenas de viaturas e até de um helicóptero da polícia militar, mas minutos antes de ir, orientado por assessores que informavam a situação que lhe aguardava, desistiu do intento. Em meio à indecisão e várias informações desencontradas, este blog e outros veículos de comunicação, foram levados ao erro de noticiar que Simão Jatene teria ido e sido vaiado, mas não foi.


Mesmo assim, o constrangimento não pôde ser evitado e centenas de manifestantes passaram mais de duas horas entoando palavras de ordem, entre as quais, destacaram-se as seguintes"Essa feira vai parar, se o Jatene não pagar", "Jatene seu caloreiro, devolve o meu dinheiro" , Não é mole não, ter um governador chamado de ladrão.

Pressionado, ciente da revolta e possível radicalização dos grevistas, motivada pelos altos descontos nos contra-cheques dos professores, o governador Simão Jatene propôs uma inédita reunião com uma comissão formada por três (03) dirigentes do SINTEPP, onde se comprometeu em rever os descontos que deu nos salários da categoria, em uma folha suplementar, prometida para ser paga até o dia 05 de Junho.

Como o seguro morreu de velho e já tiveram outras promessas quebradas, os educadores aprovaram em assembleia fazer a ocupação do Hangar, das 10h da manhã, até às 10h da noite, a partir da próxima segunda-feira (01), até verem o cumprimento do acordo selado hoje. A próxima assembleia geral da categoria ficou agendada para o dia 5, às 16h, no Hangar.

Após o pedido de abusividade da greve, os professores pedem a saía do atual secretário de Educação, Helenilson Pontes.

No mesmo momento em que o vexame ocorria, a assessoria de comunicação do governador, usou sua página no Facebook para emitir uma nota, na qual diz ter ocorrido um erro na impressão de milhares de contra-cheques, os quais deixaram os professores estarrecidos com os valores descontados. Houve professores que ganham cerca de três mil reais, que quase infartam, ao verem seu contra-cheque com míseros R$54,00.


Propostas do Governo - via Portal G1-PA.

A proposta prevê um reajuste de 13,01% no vencimento-base da categoria, obedecendo à variação no valor do novo Piso Salarial da Educação, a partir da folha de pagamento do mês de abril. Segundo o Governo do Estado, um professor em início de carreira, lotado com 220 horas em regência e 70 horas suplementares, vai receber R$ 5.520 por mês. O pagamento de piso retroativo será feito em quatro parcelas, duas em ainda em 2015 e duas em 2016.

A versão do SINTEPP

Por sua vez, o SINTEPP alega que o governo rejeitou a proposta do sindicato, que trata da reposição das aulas durante este período e inviabiliza a execução dos 200 dias letivos obrigatórios, segundo a LDB, e age de forma intransigente cortando o ponto dos grevistas e não grevistas. Em assembleia geral, realizada no Hangar os professores mantiveram a greve e denunciaram a falta de salas climatizadas, a má qualidade a merenda escolar servida nas escolas, os banheiros sujos, bebedouros anti higiênicos e a manobra do governo querer pagar parceladamente as dívidas do piso 2011 - que o sindicato diz sr fruto de uma de suas vitórias da greve de 2013, além de querer estender para 2016, o pagamento do retroativo de 2015. Uma verdadeira bola de neve, alegam os dirigentes sindicais.

Em uma Carta Aberta, o sindicato dá sua versão sobre a manutenção da greve, aprovada em assembleia realizada na quarta-feira (28), que também decidiu pelo ato de protesto e outra assembleia no Hangar.

Uma vitória a comemorar

Paralelo à assembleia geral, parte da direção do sindicato, finaliza a totalização dos votos da eleição que reelegeu para outro mandato, os atuais  dirigentes. Ou seja, os 700 mil alunos e os professores perderam, mas já teve quem tenha ganhado alguma coisa com a greve estadual que se arrasta por mais de 2 meses. Detalhe: O grupo vitorioso coordena o sindicato há quase 30 anos.


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Jatene usa o ex-delegado geral de Ana Júlia para repassar a 'sensação de segurança', à população de Belém



O governador Simão Jatene, escalou o ex-delegado geral da polícia civil do governo Ana Júlia, para segundo ele, "transmitir segurança à população", através de uma peça publicitária, veiculada no canal de vídeos do governo, no Youtube

Não se sabe se a peça será exibida para a TV. Se for, serão mais alguns milhões, quase que exclusivamente, para a TV Liberal, emissora do grupo ORM, o maior aliado do governo do PSDB, nestes quase 20 anos no poder.

Um dos objetivos da propaganda é mostrar que está sendo feito um esforço conjunto das forças de segurança do Estado, para coibir a escalada de violência que assola a Região Metropolitana de Belém do Pará.

No início da semana, o governo do Estado enviou para serem entrevistados pelo programa Jornal Liberal 1º edição, o comandante do policiamento da capital e no outro dia, o secretário adjunto de segurança. Ambos não souberam explicar os motivos de tantas mortes por assassinato, do último final de semana para cá, repetindo os discursos de que o problema é nacional, das fronteiras e etc&tal..

Na Assembleia Legislativa, a oposição bem que tenta, mas não move um só músculo do presidente da casa, que apoiado em suas duas eleições pelo governador, elegeu-se líder dos deputados. Márcio Miranda (DEM), faz cara de paisagem e submete o Pará aos ditames do governador, 'roubando' o protagonismo e missão do poder legislativo, de fiscalizar e propor leis e medidas a serem cumpridas pelo executivo, dando significado ao seu nome.

Entre os deputados, o que mais tem sido enfático em suas intervenções em plenário é Carlos Bordalo (PT), que tem dito que o Pará vive em um "estado de Sítio". Além das contundentes criticas, o parlamentar também tem insistido para que o governador Simão Jatene, faça a solicitação de apoio à força nacional de segurança para o governo federal, tal como outros Estados, como o Rio de Janeiro fizeram, mas o conhecido orgulho de Simão Jatene é maior que a dor de milhares de pessoas, que perdem suas familiares e amigos por conta da violência que tornou o Pará um dos piores para se viver.


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quinta-feira, maio 28, 2015

Contra Privatização da Educação, Chicão diz que governo Jatene é só propaganda

Para o Deputado Estadual Chicão (PMDB), o grande instrumento do esse governo é a propaganda. 

No Diário Online, sob o título "Mudanças em parcerias serão debatidas na AL".

Devem ser debatidas na próxima semana as emendas parlamentares ao Projeto de Lei Ordinária 42/2015, de autoria do Executivo Estadual, que altera dispositivo da Lei 7649, de 24/6/2012, que, por sua vez, dispõe sobre normas de licitação e contratação de Parcerias Público-Privadas no âmbito do Estado do Pará. O PL foi aprovado em primeiro turno durante sessão ordinária ontem e ainda precisa ser votado em segundo turno e redação final, mas passou com muitas críticas feitas pela bancada de oposição ao governo no parlamento, que quer obter mais informações sobre quais áreas poderão ser alvo de PPP a partir dessa mudança. A maioria dos discursos dos oposicionistas mostrou temor à possibilidade de que essas parcerias se tornem uma forma de o Estado delegar a terceiros as suas responsabilidades para com setores básicos, como a Educação. 

O deputado Francisco Melo, o Chicão, do PMDB, fez questão de se colocar a favor do projeto, sob a condicionante de que seja previsto em emendas que o Estado não terceirize aquilo que lhe cabe primordialmente. “Acho que PPPs podem e devem chegar a outros setores. Nossas estradas e rodovias, por exemplo, carecem de aporte financeiro, mas não. Querem estender para a Educação porque é verba carimbada, dinheiro vem fácil. Aí passam mais três anos fazendo propaganda vendendo a ilusão de que a Educação está melhor, porque o grande instrumento desse governo é a propaganda”, disparou.

José Scaff, da mesma bancada, engrossou o coro. “Boa parte dessa crise tem como motivo o fato de que o governador Simão Jatene se escondeu do povo, dos problemas, e isso nos traz ao caos não só da Educação como da Segurança pública. A omissão do Poder Executivo traz prejuízo imenso em todas as áreas.”

quarta-feira, maio 27, 2015

Líder da juventude pró-impeachment 'ensina' como ser um ativista liberal



Ele é um dos expoentes do movimento que pede o 'fechamento' do PT, o impeachment de Dilma e vive criando polêmicas, mas o texto publicado na internet, me chamou a atenção e resolvi trazê-lo pela primeira vez aqui neste espaço democrático e plural. 

Com vocês, um artigo que eu até duvido que seja dele, mas vamos lá!

Radicalismo na teoria = pouco resultado prático, por Kim Kataguiri*, no site do Movimento Brasil Livre

Se há uma lição que aprendi tentando propagar o liberalismo, é a de que o meio é muito mais importante que a mensagem. Não interessa o quão boas sejam suas ideias, se o meio escolhido para transmiti-las não for eficiente, elas não irão prosperar. Se as pessoas dessem grande importância para dados concretos e bons argumentos, a esquerda teria, no máximo, alcançado o poder apenas uma vez em toda a História.

A quantidade de pessoas que se interessa por complexas teorias político-econômicas não chega a 0,001% da população mundial. Tente parar num ponto de ônibus e explicar a teoria austríaca do ciclo econômico. Vão rir da sua cara e achar que você é louco. Não importa se aquilo é verdade ou se interfere diretamente na vida daquelas pessoas. Elas não estão interessadas. Primeiro porque o meio deve ser muito bem pensado, atender a uma série de critérios, segundo porque a mensagem deve ser simples.

E é por isso que se envolver em discussões intermináveis sobre hipóteses que os debatedores jamais verão na realidade é uma completa perda de tempo. Ainda mais no momento em que se encontra o nosso país atualmente. “O quão pequeno o Estado deve ser?”, “Quem defende um Estado de tal tamanho é socialista!”, blah, blah, blah... qualquer pessoa comum já estaria no sétimo sono em menos de dois minutos de discussão. Concorda que nossa situação é preocupante e que o Estado deve ser diminuído? Ótimo! Vamos discutir como diminuí-lo na prática e em meios atrativos de atrair pessoas para a nossa causa.

É claro que deve haver debate e que a mensagem a ser transmitida é importante. A questão é que se alcança muito mais se pensando no meio do que na mensagem. Só há duas regras para se escolher uma mensagem: a primeira é que ela deve ser simples, porque, como já disse, a grande maioria das pessoas não se interessa por teorias complexas. A segunda é que os que forem transmiti-la devem concordar com ela. Isso significa que se você for trabalhar com um grande número de pessoas e houver uma quantidade significativa de divergências ideológicas entre elas, deve-se alcançar um common ground. Sendo assim, a mensagem deve ser algo razoável, caso contrário não conseguirá o apoio de diferentes setores da sociedade.

Por outro lado, na hora de se escolher o meio, uma série de fatores devem ser levados em consideração. Quanto ele custa? Quantas pessoas vai alcançar? Qual a probabilidade de que ele popularize a mensagem? Quantas pessoas são necessárias para utilizá-lo? Quanto trabalho ele dará? Esses e muitos outros questionamentos são essenciais. Defender a diminuição de impostos numa palestra de estrutura gigantesca é muito menos eficiente do que defender o aumento de impostos através de um pequeno show de rock. As pessoas dão mais importância para o que passa uma imagem mais cool, mais simples de entender. É claro que um debatedor liberal bem preparado humilharia qualquer defensor do aumento de impostos. Muitas vezes aquele que defende ideias estatizantes até sabe disso. E é exatamente por isso que ele pensa muito bem no meio. Duzentas pessoas defendendo o fim do Banco Central numa manifestação causam muito menos impacto que uma feminista mostrando os seios pelo fim do sexo masculino. E muito mais pessoas lerão as baboseiras que a feminista tem a dizer em matérias que cobrirão seu protesto solitário.

Não me entendam mal, não estou pedindo que mostrem os seios em prol do liberalismo. Só defendo que haja mais esforço no pensamento da prática, do meio. Mais trabalho, menos masturbação intelectual.

*Kim Kataguiri é coordenador nacional do Movimento Brasil Livre. 

Tá na hora de reagir: As milícias da direita e a ameaça democrática

As pessoas contaminadas pelo anti-petismo, estão cada dia mais intransigentes e agressivas, tanto nas ruas quanto nas redes. Seria apenas indignação ou a criação de uma ceita?

Eles dizem que vivem em uma "ditadura comunista" e andam livremente com seus cartazes, fazem panelaço, protestos, ofendem, hostilizam, agridem, tocam fogo e já ameaçam quem bem entendem, em qualquer hora e local. 

Essas agressões físicas e verbais contra sindicalistas, ativistas dos movimentos sociais petistas ou não, são atitudes criminosas e como tal precisam de respostas. 

O excelente artigo "Basta! Milícias antipetistas violam artigo 5º da Constituição. Cumpra-se a lei", publicado no Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães,​ nos lembra o quanto isso precisa ser combatido na forma da lei e do Estado Democrático de Direito para que a história dos regimes totalitários e das concepções autoritárias não permitam com que outros erros anti-democráticos, como os que já ocorreram na ditadura brasileira ou na Alemanha e na Itália nazi-fascistas.

A história demonstra que o fascismo se alimenta da inação dos democratas. A segunda década do século XX, por exemplo, viu nascer um movimento de ódio contra uma etnia e um ideário político-ideológico. O nazismo foi erguido sobre ódio aos judeus e aos comunistas. Com efeito, apontar “inimigos comuns da sociedade” à execração pública é o ovo da serpente.

Nas últimas semanas, essa ideologia do ódio deu lugar a novas agressões a pessoas públicas em restaurantes de São Paulo. Os ex-ministros do governo Dilma Rousseff Guido Mantega e Alexandre Padilha foram insultados em público. No caso de Mantega, pela segunda vez neste ano ele foi expulso de um local público sob saraivada de injúrias.

Porém, não são apenas membros do Partido dos Trabalhadores, ou o próprio partido, que vêm sendo alvos de ataques verbais e até físicos. Cidadãos sem filiação partidária estão sendo injuriados e até agredidos fisicamente por milícias antipetistas que promovem blitz nas ruas de São Paulo com vistas a oprimir qualquer um que lhes desafie a decisão de constranger quem ostente sua opinião política.

Há grupos organizados que vêm anunciando publicamente suas intenções fascistas de constrangerem quem tem opinião política diferente e de impedirem que pessoas públicas possam sequer frequentar lugares públicos. Comentários de leitores postados no perfil do Facebook da revista Época, em link para matéria sobre a agressão recente a Guido Mantega, deixam isso bem claro.


Como se pode ver, há pregação escancarada de intimidação de “petistas” que ousarem aparecer em locais públicos. Note, leitor, que os comentários que se vê na imagem acima não especificam se os “petistas” que devem ser coagidos a deixar locais públicos são “apenas” os filiados ao PT. A prática vem mostrando que basta mostrar simpatia pelo partido para ser agredido.

Claro que os políticos diretamente ligados ao PT, além do próprio partido, vêm sendo alvejados com maior contundência – nos últimos meses, por exemplo, dois diretórios do PT foram alvos de ataques a bombas incendiárias, um em Jundiaí e outro na capital paulista. E os relatos de agressões físicas e verbais contra qualquer um que possa ser identificado como simpatizante petista sucedem-se em escala geométrica.


Durante o processo eleitoral do ano passado, um caso tornado público por este Blog escandalizou o país. Um cadeirante foi agredido na rua por quatro brutamontes, em São Paulo, por usar camiseta e estrela do PT.

Outro caso que surpreendeu o país recentemente, também em São Paulo, foi agressão de milícia antipetista ao filho do blogueiro simpatizante do PSDB Ricardo Noblat. Guga Noblat é conhecido por supostamente ser “petista” e foi hostilizado e empurrado por essa milícia apesar de levar sua filha, de poucos meses de vida, no colo.

Esse processo de erupção de fascismo teve início em junho de 2013. Em 20 de junho daquele ano, em um ato público do Movimento Passe Livre na avenida Paulista que pretendia comemorar o recuo do prefeito Fernando Haddad do aumento das passagens de ônibus, petistas foram agredidos por portarem símbolos do partido.

A confusão começou quando militantes do PT chegaram portando bandeiras da sigla. Eles foram recebidos por xingamentos e gritos de “oportunistas” e “mensaleiros”. Hostilizados por todo o trajeto, petistas tiveram que ser protegidos por um cordão humano.

Cerca de três semanas após convocarem o que chamaram de “jornadas de junho”, o MPL, militantes de partidos de esquerda que fazem oposição ao governo Dilma e grupos ligados à ex-candidata a presidente Marina Silva anunciaram que iriam desistir de novas manifestações, assustados com o que haviam criado.

Desde então, as ruas foram tomadas por grupos de ultradireita que pregam a volta da ditadura militar e que decidiram impedir que qualquer pessoa que meramente simpatize com o PT exerça sua liberdade política e de expressão em público.

Essas agressões físicas e verbais contra petistas e simpatizantes do PT violam a Constituição de 1988. Basta uma rápida olhada nos primeiros incisos do artigo 5º do texto constitucional, que versa sobre Direitos e Garantias fundamentais.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I   

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IV –  é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

 VIII –  ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Se é “livre a manifestação do pensamento”, quem manifesta pensamento favorável a um determinado grupo político está sendo tolhido em sua liberdade. Se ninguém pode ser “privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”, os ataques a petistas e simpatizantes do PT violam também esse dispositivo constitucional.

Segundo o artigo 127 da Constituição, “O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. Em casos de violação de direitos como esses ataques a petistas e simpatizantes do PT, o MP deveria agir independentemente de provocação para garantir a liberdade de pensamento.

Quem não pode ostentar um símbolo de um partido político devidamente registrado e legal, está tendo seus direitos violados por motivo de convicção política, o que o inciso VIII da Carta Magna veda.

A razão pela qual nenhum membro do MP se dignou ainda a tomar providência pode parecer um mistério, mas não é. Essa omissão se deve a um processo de sucateamento dos Direitos e Garantias individuais que vem ganhando corpo desde junho de 2013 e que, pelo que se vê, só tende a aumentar.

O fato é um só: ou o Ministério Público do Brasil está intimidado politicamente ou está sendo conivente com a violação de direitos em curso.

Não são poucas as pessoas afetadas por essas ameaças aos Direitos e Garantias Individuais preconizados pela Carta Magna. No mínimo, centenas de milhares de cidadãos estão sentindo-se intimidados em exercer um direito constitucional de liberdade de expressão quanto a opiniões políticas.

Esse enorme contingente de cidadãos que está tendo seus direitos usurpados por milícias organizadas que atuam à margem da lei precisa decidir se vai mesmo aceitar passivamente o que está acontecendo.

Mas como fazer para não aceitar? A reação cabível é uma só: a lei, fora da qual não há salvação. As leis que garantes os Direitos e Garantias individuais devem ser acionadas.

O caminho ideal é que todo e qualquer cidadão que for alvo de tentativa de repressão à sua opinião política ingresse com medida judicial contra o agressor. Nesse aspecto, os alvos mais visíveis dessas agressões poderiam tomar providências legais.

Os ex-ministros Alexandre Padilha e Guido Mantega, por exemplo, prestariam um enorme serviço à democracia se processassem os agressores que os injuriaram publicamente. Ao não reagirem, estimulam novas agressões a eles mesmos e a outros, inclusive àqueles que meramente nutrem simpatia pelo PT, porém sem serem filiados à sigla.

Porém, não podemos cobrar reação apenas dos políticos. Cabe a cada cidadão defender seus direitos não apenas em defesa própria, mas, também, em defesa da coletividade. Nesse aspecto, vale ler comentário do leitor Sergio L., no post anterior:

Enviado em 26/05/2015 as 03:13

“A reação não pode e não deve vir de um ato solitário. É imenso o risco de se tornar pretexto para novas agressões, físicas inclusive. A força para a reação estará na união.

O que eu vejo é que o PT, com todos os seus erros e acertos, é constituído, em sua imensa maioria, por pessoas democráticas, republicanas e civilizadas, porém firmes em suas opiniões. Está muito adiante do seu tempo!

Eu, com 52 anos e vivendo em bairros/escolas nobres da capital de SP, não conheci, pelo próprio destino, um petista sequer. TODAS as pessoas/familiares, namoradas e amigos que tive/tenho odeiam o PT, votaram em Malufs da vida e idolatram PSDB/Alckmin e o Estado.

Vocês imaginam o apartheid político que vivo a vida inteira… Me sinto um judeu vivendo num estado nazista, onde sequer posso manifestar minhas convicções políticas. As pessoas que para cá vem ou se sentem atraídas, são, em sua imensa maioria, egoístas, preconceituosas e materialistas. E tudo isto aparece nestas atitudes deploráveis”

Essa é a história de centenas de milhares de brasileiros que hoje ocultam suas ideias políticas por medo de variados tipos de repressão, todos ilegais, inconstitucionais e, frequentemente, criminosos.

Se você se sente como o leitor Sergio L. e aceita conviver com isso, saiba que o que está acontecendo é apenas o começo. Hoje, você não pode manifestar o que pensa sobre política em locais públicos, mas ao contemporizar com o fascismo saiba que, cedo ou tarde, você não terá liberdade nem dentro de sua casa.

A prosseguir essa ação crescente das milícias antipetistas, não chega a ser um exagero supor que, em algum momento, começarão a invadir as residências daqueles que forem “suspeitos” de acalentar convicções políticas que esses grupos fascistas decidiram tornar “ilegais”. Se a sociedade não reagir enquanto é tempo, quando acordar poderá ser tarde demais.

Neste ponto, vale lembrar ao leitor que, além das ações judiciais contra quem agredir alguém por manifestar seu pensamento político, há uma medida coletiva que, no momento certo, pode ser tomada. A coletividade pode provocar o Ministério Público.

Uma medida dessa natureza só seria factível caso derivasse de um amplo sentimento de inconformismo com a situação supra descrita. Quantos estariam dispostos, de verdade, a defender seus direitos? Será que já existe disposição coletiva para agir ou precisaremos esperar que a situação se agrave ainda mais?

A decisão não é de todos, é sua. Apenas sua. Se você decidir não se omitir, não se render, um grande passo já terá sido dado. Mas se você calar, se aceitar se autocensurar, ainda que não saiba estará dando um passo igualmente grande para abrir mão de sua cidadania. A escolha é sua.


O dia que o Batman detonou Aécio (prepare-se para rir)


O poder das Mídias Digitais e o fiasco de quem pensa que sabe de tudo


Se acontece com a VEJA, uma das "maiores" revistas de circulação nacional, imagine outras iniciativas que se aventuram em ter sites, blogs, redes sociais e canais de vídeo na internet, sem o devido tratamento e planejamento para a área.

O mundo digital ainda é um terreno onde publicitários, jornalistas, e empresários da comunicação em geral, ainda não pisam com firmeza e por isso, não alcançam seus objetivos como pretendem. Ou não querem gastar nessa área, ou investem sem perceber os 'cases' de sucesso,  e por isso vão ficando cada mais para trás. 

Enquanto a pré-candidata Hillary Clinton anuncia que sua campanha irá priorizar as redes sociais e demais canais na Internet, no Brasil o papel e as velhas fórmulas de atração do eleitorado persistem na cabeça dos marqueteiros, que desconhecem a intimidade e confiança geradas entre o público eleitor e seus candidatos, através das novas mídias digitais.

O resultado não pode ser outro se não o retratado no artigo "O monumental fiasco que é a TVeja" de Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo.

Achei estranho, e fui verificar.

Li, num texto sobre as demissões na Veja, que havia uma área da revista “bombando”.

Foi exatamente esta a expressão usada: “bombando”. Essa área poderia, li, representar o futuro da Veja.

A TVeja.

Quem disse isso foi uma fonte da Veja.

Bem, fui verificar, porque poucas vezes vi um projeto editorial tão disparatado como a TVeja.

O que encontrei confirmou minhas suspeitas.

Trata-se de um monumental fracasso.

Você pode inflar a circulação de uma revista com diversos métodos. Continuar a enviar exemplares para quem não renovou a assinatura é um desses métodos.

Mas na internet cada clique é registrado. E o Youtube, que paga por boas audiências, não se deixa ludibriar por truques.

No YouTube está a verdade da TVeja.

A parte 1 de uma entrevista com Serra, por exemplo, teve 714 visualizações.

Outra com o senador Eduardo Amorim ficou em 80.

Uma mesa redonda com Augusto Nunes, Felipe Moura Brasil e Caio Blinder estacionou em 95.

Uma conversa com Marco Antônio Villa sobre um delator teve 712.

Ronaldo Caiado rendeu 249 cliques.

Nem Beto Richa, tão comentado pelos problemas com os professores, saiu do chão. Sua entrevista teve 795 visualizações.

Isso na parte 1. Na parte 2, foram 367.

Alguns vídeos foram um pouco adiante. Um no qual Reinaldo Azevedo elogiou Olavo de Carvalho registrou 4 524 cliques.

Um vídeo em que Reinaldo Azevedo instou o Senado a reprovar Fachin teve 8 837 acessos.

Bem, por aí vai.

Não fiquei em nada surpreso com os números que encontrei.

A TVeja é um símbolo da extraordinária dificuldade que dinossauros da mídia têm para se adaptar ao novo ambiente.

Vídeos, na Era Digital, devem ser curtos, diretos, e capturar o espectador rapidamente, ou ele zarpa.

Os da TVeja são o extremo opostos. As conversas são intermináveis: muitas vezes, ultrapassam 40 minutos.

É muita pretensão imaginar que alguém na internet vai suportar a apresentadora Joice Hasselman dissertando interminavelmente sobre o mesmo assunto – os pecados do PT — com diferentes interlocutores.

Fica evidente que o projeto foi concebido sem a presença de ninguém do mundo digital.

E é esse fracasso que alguém da Veja disse que está “bombando”.

É o autoengano tão comum em empresas em declínio. Algumas semanas atrás, numa entrevista ao Valor, Roberto Irineu Marinho conseguiu dizer que não está caindo a audiência da tevê aberta.

Isso com o Ibope de toda a programação da Globo – das novelas aos telejornais — desmoronando. Na semana passada, um levantamento de um colunista de tevê do UOL mostrou que a Globo perdeu 35% do público de domingo de 2005 para cá.

O que aconteceu com as carruagens quando os carros apareceram?

O mesmo que vai acontecer com grandes companhias de mídia tradicional com o advento da internet.

Não poderia haver melhor imagem para esse processo de extinção do que a calamitosa TVeja.

Dirigentes de novo sindicato de docentes visita o reitor da UFPA


Dirigentes do SIND-PROIFES-PA visitam o reitor da UFPA e solicitam um espaço para a sede da nova entidade sindical.

No Portal da UFPA.

A diretoria do mais novo sindicato da categoria docente da UFPA visitou, na tarde desta segunda-feira, 25, o reitor Carlos Maneschy. O objetivo da visita foi apresentar oficialmente o Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior do Pará, Sind-Proifes/PA, que está em processo de implantação. A comitiva de docentes foi recebida no Gabinete do Reitor e apresentou as propostas de atuação do sindicato.

Participaram da reunião a presidente do sindicato, professora Socorro Coelho, e os membros da diretoria provisória, professores Fabrício Aragão, Clarisse Melo e Genilton Odilon, todos do Instituto de Ciências da Educação (ICED) da UFPA. O grupo solicitou à Reitoria um espaço físico para a instalação da sede do sindicato e apresentou ao reitor o posicionamento do grupo diante da greve docente já anunciada pelo Andes. O reitor orientou o grupo a elaborar um ofício requerendo sala dentro do campus para ser alugada pelo sindicato.

Socorro Coelho, presidenta do SIND-PROIFES diz que o sindicato nasce lutando com vigor por sua categoria.

De acordo com a diretora Socorro Coelho, o Proifes Federação Nacional já existe há dez anos e agora ganha a adesão de docentes da UFPA como mais uma opção de representação docente. Um total de 83 professores da Instituição já está afiliado ao novo sindicato, representando os campi de Belém, Ananindeua, Abaetetuba, Bragança e Cametá.  Aos professores da Universidade, somam-se também docentes do Instituto Federal do Pará (IFPA) de Belém e de Abaetetuba.

O Proifes da UFPA é um grupo apartidário, preza pela democracia, pela autonomia sindical e pela descentralização em seus processos de atuação em prol da categoria. O grupo visa discutir a carreira, a questão salarial, a aposentadoria de professores recém-ingressos na carreira, a licença capacitação, entre outros assuntos. O sindicato está em fase de negociação com o governo federal com relação às reivindicações nacionais e pretende usar a greve como último recurso. A diretoria do Proifes UFPA está em visita às faculdades da Instituição para divulgar a ação sindical.

Para saber mais sobre o Proifes, acesse o site nacional ou a fanpage do SIND-PROIFES-PA.

Texto e fotos: Assessoria de Comunicação da UFPA.

terça-feira, maio 26, 2015

PARAUAPEBAS: Operação Filisteu do MPPA apreende documentos e faz prisões (Mais um "bacana" preso)

Materiais apreendidos serão periciados, em busca de provas que comprovem a prática de crimes contra o patrimônio público.

Lembram do caso do vereador Odilon Rocha (SDD) que escandalizou o Brasil, ao dizer que com o salário de um vereador, se ele não for corrupto, ele mal se sustenta? 

Pois é, hoje ele foi preso em uma operação do Ministério Público do Estado do Pará, onde também foram recolhidos documentos, notas fiscais, HDs de computadores, entre outros na sede da prefeitura de Parauapebas, na Câmara Municipal de Vereadores e seus gabinetes, além de diversas Secretarias Municipais, empresas prestadoras de serviço e residências de vereadores, empresários e do prefeito do município, Valmir da Integral, que há algum tempo está na mira do MPE-PA e da polícia. 

Em alguns casos, foi preciso arrombar portas, já que os procurados não estavam em seus gabinetes e pelo que se sabe, a operação ainda deverá voltar ao município, assim que reunir as provas levantadas através do material recolhido hoje. 

Prefeito Valmir da Integral (PDT) e vereador Odilon Rocha (SDD), na imagem publicada no blog "Sol do Carajás"

A prisão do vereador petista.

A "visita" do Grupo de Atuação Especial do Crime Organizado (GAECO) ao município de Parauapebas, foi noticiada em vários blogs da região, entre eles o blog do Zé Dudu, e do Sol do Carajás que deram informações adicionais, como a de que o vereador José Arenes (PT) foi preso por porte ilegal de quatro armas (espingarda calibre 44, revólver 38 e pistola 380), além de munições, encontradas em sua residência. O Diretório Municipal do PT de Parauapebas, emitiu nota sobre o envolvimento do vereador. 

Além da nota, dirigentes ligados ao grupo interno do PT, Articulação Unidade na Luta, alegam que o vereador José Arenes pertenceu à mesa da Câmara Municipal até o final do ano passado, ocupando no cargo de vice-presidente e por isso, como o Ministério Público determinou que as investigações recaíssem sobre todos os vereadores da mesa diretora atual e passada, foi expedido mandado de busca e apreensão em suas casas, entre as quais a do vereador petista. Como nada que pudesse envolvê-lo nos crimes de corrupção ou qualquer outro desvio, sua prisão foi motivada pelo crime de porte ilegal de armas.


Comitiva de vereadores de Parauapebas, com o procurador de Justiça e coordenador do Núcleo de Combate à Improbidade e Corrupção do MPE-PA, Nelson Medrado (seta amarela) e o vereador José Arene (seta branca), em um dos momentos em que denunciavam e formalizavam o pedido para investigações sobre graves desvios, agora descobertos naquele município.

Nas redes sociais, muitos populares estranham e protestam contra a prisão do vereador José Arene, alegando que ele sempre esteve à frente das denúncias dos esquemas fraudulentos, feitas ao MPE-PA, agora expostos à sociedade brasileira. Dizem por exemplo, que em razão do embate político com o prefeito e por ser um dos líderes do grupo de 7 vereadores da oposição, começou sofrer ameaças de morte, após o assassinato do advogado Jackson, ex-presidente da OAB local, quando o vereador foi aconselhado a reforçar sua segurança pessoal para resguardar-lhe a vida, já que após sofre constantes ameaças de morte por parte dos denunciados e o Estado é notoriamente incapaz de proteger a vida de testemunhas e pessoas ameaçadas no Pará.

Prefeito tinha apoio da mídia local.

Dois dias atrás, o blog do "Bacana", administrado pelo colunista da high society paraense, Marcelo Marques, pegou um avião e fez uma visita de "cortesia" à casa do prefeito Valmir da Integral - hoje invadida pela polícia - onde fez uma amigável entrevista e publicou uma postagem com o título: Parauapebas caminha bem

Leia um trecho e veja o que a "amizade" e o marketing  são capazes de produzir, na imprensa de nosso Estado:

Estive na semana passada em Parauapebas convidado pelo publicitário Marcus Pereira. Fazia tempo que eu não ia por lá, sempre fui muito em toda a época da administração Bel e depois na de Darci. As notícias que me chegavam não eram as melhores e por várias vezes fiz aqui críticas a administração Valmir Mariano. Mas um amigo muito bem informado de lá, o blogueiro Zé Dudu sempre me disse que a cidade caminhava muito bem com Valmir, ao contrário das informações que me chegavam e eu divulgava. Tenho que reconhecer que Zé tinha razão. Me impressionei positivamente nessa primeira visita a cidade na gestão de Valmir. Fora isso me chamou atenção seu chefe de gabinete Gilmar Moraes, advogado jovem que vem sendo, segundo alguns que conversei na cidade, seu principal braço direito, desobstruindo entraves na gestão Mariano. Que assim continue.

Assista a reportagem sobre a "Operação Filisteu", exibida no canal GloboNews, na manhã desta quarta-feira (27)


Veja agora matéria publicada no site do MPE-PA.

A operação denominada Filisteu desmontou esquema criminoso oriundo de fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de terrenos desapropriados pela prefeitura; emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos entre membros da câmara e o comércio na região. Foi preso até o momento o vereador Odilon Rocha de Sansão (PMDB), conhecido pela afirmação polêmica acerca do valor do salário de vereador. E o empresário do ramo do comércio local, Edmar Cavalcante conhecido como “Boi de Ouro” acusado de emitir e vender notas fiscais frias.


Outro alvo da operação é a casa do ex-presidente da câmara municipal, Josineto Feitosa de Oliveira. A operação coordenada pelo Grupo de Atuação especial de combate ao crime organizado (Gaeco) do MPPA foi deflagrada na madrugada desta terça (26) contra a prefeitura municipal, secretaria de obras e a câmara no município de Parauapebas, região sudeste do Pará. 


Executa a operação pela promotoria de Parauapebas os promotores de Justiça, Hélio Rubens, Paulo Morgado Junior,  Franklin Jones e Eduardo Falessi; pelo Gaeco atuam os promotores de Justiça, Milton Menezes (coordenador), Harrison Bezerra, Arnaldo Célio de Azevedo, Raimundo Aires, Daniel Barros e Augusto Sarmento e pelo Núcleo de combate a corrupção, o procurador de Justiça, Nelson Pereira Medrado.

PRISÕES

Mandados de busca e apreensão e de prisões foram expedidos em Belém pela desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia, do TJPA, em desfavor da prefeitura municipal cujo titular é o prefeito Valmir Queiroz Mariano (PDT) e, em desfavor da câmara, pelo juiz da comarca de Parauapebas, Líbio Araújo Moura.

APOIO

A "Operação Filisteu" conta com o apoio do Gabinete Militar, com a presença de 23 militares.

Violência urbana em Belém: O papel da PM, da mídia e do governo

Entrevistadora e entrevistados protegem o governador Simão Jatene e quase que este passa desapercebido na entrevista.

Ao noticiar mais um final de semana sangrento, com números de guerra, onde apenas no sábado (23), treze (13) pessoas foram assassinadas em Belém, a TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Estado do Pará, convidou o Tenente Coronel da PM, Dílson Júnior, responsável pelo policiamento da capital paraense para uma entrevista no Jornal Liberal 1ª edição desta segunda-feira (25).

A apresentadora Priscilla Castro iniciou a entrevista dizendo de que há um sentimento de todos os paraenses de que não há policiamento ostensivo e que não se vê policias nas ruas, seja no centro ou na periferia da cidade. Pouco se vê viaturas, pouco se vê policiais", afirmou a jornalista.


Logo em seguida, pediu que os telespectadores fizessem perguntas ao representante da polícia e a jornalista começa lendo a pergunta: "Onde vamos parar? Jovens e crianças inocentes morrendo, o governo..(pausa na pergunta e gaguejando, Priscilla Castro diz: "Perdão" e segue com a pergunta) fazer concurso não vai resolver a segurança pública. Tem que realmente mudar essa legislação" e passou para outra pergunta.

Perceberam a palavra "governo" sendo retirada do contexto da pergunta enviada para a emissora por um cidadão, que deve ter cobrado a responsabilização do governador Simão Jatene, que por ser aliado político e comercial dos patrões da jornalista e esta orientada a blindar e evitar qualquer desgaste ao amigo governante, deu um jeito de "editar" a pergunta do cidadão, ao vivo, e tirou o seu complemento. Mas o vacilo da produção não evitou o lapso e o blog captou.


Outro telespectador identificado com Gilmar dos Santos, disse que muitos dos policiais que poderiam estar nas ruas, estão dentro de órgãos públicos - fazendo a segurança do governador, desembargadores juízes, deputados estaduais, secretários de Estado e seus familiares?

Adivinhem o que o tenente coronel respondeu?

- "Nós temos a regulamentação de poderes, por exemplo, poder legislativo, poder judiciário tem um número definido de policiais que estão à disposição para fazer a segurança desses órgãos, desse poderes. Então realmente é uma questão legal, é totalmente viável essa utilização do policial".

Vocês entenderam? O policial revela que é verdade. Há uma número definido de PMs determinados para atuar na segurança dos "bacanas", enquanto a população que espere o tal concurso público há anos prometido pelo governador Simão Jatene (PSDB), que, segundo o coronel, abrirá 4.000 novas vagas na SEGUP, ainda esse ano. 


Muito ou pouco?

Ainda segundo o policial, hoje o efetivo da segurança tem 16.000 servidores em todo o Pará, sendo 8.500 no interior e 7.500 na Região Metropolitana, o que rendeu em 2014, a apreensão de 395 armas de fogo e mais 700 simulacros e cerca de 13 pessoas são presas diariamente no todo o território estadual, segundo o Tenente Coronel, Dílson Júnior

Profissionalismo ou jogo de cena?

Entendo que tanto a jornalista, quanto o policial, são trabalhadores, profissionais orientados a defender e cumprir ordens de seus superiores mas que ambos poderiam se esforçar mais em elaborar perguntas e dar respostas mais plausíveis e menos repetitivas, tais como as que sempre são trazidas aos telespectadores e pagadores dos impostos que pagam estes profissionais do Estado e da Imprensa , seja direta ou indiretamente* e que por isso, são seus verdadeiros patrões. 

Mas esse é o nosso governo estadual e essa é a nossa imprensa ou parte dela.

Por isso, aguarda a 2ª parte desta matéria.

*A imprensa brasileira lucra mais com a verba publicitária de governos, do que com anúncios empresariais. Por isso, os profissionais de Imprensa por mais que não sejam funcionário públicos, não deixam de receber seus salários oriundos de dinheiro público.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...