sexta-feira, dezembro 18, 2015

Bonecos de Eduardo Cunha e Eder Mauro são alvo de críticas em Belém


Por Diógenes Brandão

A manifestação contra o impeachment, o ajuste fiscal e a política econômica adotada pelo governo Dilma, convocado pela Frente Brasil Popular, reuniu cerca de 3 mil manifestantes que saíram da praça da República em caminhada para a praça do mercado de São Brás. O ato contou com dois bonecos, que no meio de tantas faixas e bandeiras, roubaram a cena, sendo filmados e fotografados por milhares de manifestantes e registrados pela imprensa local.

Produzidos por um artista plástico de Belém, que prefere não se identificar, o boneco de Eduardo Cunha já havia participado de outra manifestação, ocorrida em agosto deste ano, quando cerca de 2 mil manifestantes percorram as ruas do centro de Belém do Pará, pedindo a agilidade na reforma do Pronto Socorro Municipal, que foi parcialmente destruído por um incêndio premeditado pela omissão do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB).

O boneco do presidente da câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi levado por manifestantes que o vestiram com a roupa de presidiário, tendo o número 171 estampado no peito. O deputado foi denunciado ao STF por corrupção pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e deve ser afastado do cargo para não atrapalhar as investigações dos desvios na Petrobras e não interferir na Comissão de Ética, onde deve perder seu mandato parlamentar.
Já o boneco de Eder Mauro foi a grande novidade e chamou a atenção de todos os que participavam do ato e de quem o viu no meio da manifestação. O parlamentar eleito pela primeira vez nas eleições de 2014, como o deputado mais votado do Pará, quando recebeu 260 mil votos.



Ao assumir seu cargo, Eder Mauro passou a fazer fama, ao se meter em diversas confusões e agressões com parlamentares de outros partidos e manifestantes que acompanham as votações na câmara dos deputados e integra a ala congressista apelidada de BBB - Bancada do Boi, da Bíblia e da Bala, onde ajuda a defesa de temas polêmicos, geralmente voltados à pauta conservadora e reacionária, contra as reformas necessárias para a maioria da população, os direitos das mulheres, das crianças e dos adolescentes e quase sempre favoráveis ao endurecimento de leis contra pequenos delitos, mas nunca contra os grandes desvios financeiros.

Conforme já foi dito aqui e aqui, o delegado que foi eleito deputado foi acusado do crime de tortura contra um jovem e foi denunciado, tanto pelo Ministério Público do Estado, quanto pelo Ministério público Federal e recentemente tornou-se réu um processo no Supremo Tribunal Federal

Em Brasília, Eder Mauro já se meteu em diversas confusões (leia aqui) e conforme foi dito aqui, em Julho, o deputado que é presidente do PSD-Belém, acabou com uma audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Sistema Carcerário da Câmara dos Deputados. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), "a audiência foi "autoritariamente encerrada pelo presidente da CPI, deputado Alberto Fraga (DEM) por solicitação dos deputados Major Olímpio (PDT/SP) e Éder Mauro (PSD/PA), que não gostaram da manifestação de alguns participantes da audiência pública contrários à redução da maioridade penal e atacaram a própria OAB por sediar o evento". Leia a nota completa, aqui.

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quinta-feira, dezembro 17, 2015

A semana foi dura para a direita e demais partidos da oposição brasileira

Aécio perde mais uma vez. Achando que terminaria o ano sentando na cadeira de presidente, o presidente do PSDB representa a derrota de toda a oposição brasileira. 

Por Diógenes Brandão

No domingo assistimos o fiasco das manifestações pró-impeachment.

Na segunda, foi a vez da PF visitar a casa de Eduardo Cunha e de várias pessoas ligadas a ele. 

Na quarta, tivemos as manifestações de rua contra o impeachment, em todo o Brasil, onde os movimentos sociais conseguiram levar mais pessoas para as ruas, do que aqueles que pediam a saída prematura de Dilma.

Hoje, o líder do PMDB que havia sido substituído, por agir de forma leal ao governo, voltou para o comando do partido e o STF anulou o rito do impeachment, derrubando todas as ações e manobras dos partidos da oposição. 

Pra fechar o caixão, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy anunciou sua saída, o que está sendo comemorado pelos que protestam contra as medidas fiscais adotadas pelo perfil liberal de suas políticas econômicas e o governo conseguiu aprovar o orçamento de 2016 conforme desejava.

No entanto, ainda não é hora de comemorar, já que ainda falta muita coisa acontecer, para que Dilma saia das lonas e garanta segurança e clima político para implantar o governo que se comprometeu em 2014. 

A mídia continua sem data e nem pressão suficiente para ser regulamentada e faz com que as eleições de 2016 sejam lideradas por uma pauta conservadora e reacionária e os índices econômicos no Brasil, não são comemorados por nenhuma das centrais sindicais e se em novembro de 2014, o desemprego era de 4,8%, agora está em 7,5%.

terça-feira, dezembro 15, 2015

PF vai à casa de Cunha, mas não o prende. Ele não é do PT



No G1, sob o título "Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Cunha".

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (15) mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A PF também cumpriu mandados na casa do peemedebista no Rio de Janeiro.

Também foram realizadas buscas nas residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

A busca na residência de Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O objetivo da operação é coletar provas nos inquéritos que apuram se o presidente da Câmara cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Cunha já foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao STF por corrupção e lavagem de dinheiro, devido à suspeita de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.

Pelo golpe, jornalões descartam Cunha!




Há ainda quem discorde da tese de que a mídia hegemônica funciona como um partido político. Na verdade, o principal partido da direita na atualidade. A situação do correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, serve perfeitamente para convencer os mais reticentes. Num primeiro momento, toda a imprensa privada apoiou o achacador. O objetivo maior era desgastar e – se possível – derrubar a presidenta Dilma. De forma articulada, a mídia seletiva simplesmente omitiu o seu passado mais sujo do que pau de galinheiro. Agora, quando não dá mais para esconder as suas sujeiras –, ela simplesmente decide descartá-lo como bagaço. Os editoriais do Estadão, Globo e Folha deste final de semana confirmam que a mídia – apesar da concorrência no mercado – age como uma direção central nos seus intentos políticos.

Na sexta-feira (11), o jornal Estadão – da famiglia Mesquita, que redigiu o primeiro projeto de poder dos militares golpistas em 1964 – publicou o editorial “O circo de Cunha”. Após criticar o lobista e sua “tropa de choque”, o diário exige: “O mínimo que se espera de seus pares é que afastem Cunha da presidência da Câmara, para que o processo possa ter seu curso normal e que se restabeleça um pouco de decência num conselho que tem a palavra 'ética' em seu nome". 

Como num acerto da máfia, no dia seguinte (sábado), o jornal O Globo – da famiglia Marinho, que construiu o seu império graças às benesses da ditadura militar – publicou o editorial intitulado “Venceu o prazo de validade de Eduardo Cunha”. Após garantir tantos holofotes ao presidente da Câmara Federal – que antes de ser eleito foi pedir as bênçãos aos filhos de Roberto Marinho –, O Globo faz um apelo patético a sua criatura. “Ele deveria renunciar ao cargo, para se dedicar à sua defesa, sem atrapalhar os trabalhos da Casa. Seu tempo acabou”. 

Um dia depois, no domingo (13), a Folha – da famiglia Frias, que apoiou o setor linha dura da ditadura militar e até cedeu os seus veículos para o transporte de presos políticos – enterra Eduardo Cunha. No editorial intitulado “Já chega”, publicado em sua capa, o diário paulista afirma que o achacador “está com os dias contatos" e explicita os motivos. “Valendo-se de métodos inadmissíveis a alguém posicionado na linha de sucessão da Presidência da República, o peemedebista submeteu a questão do impeachment de Dilma a um achaque em benefício próprio... É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez".

Ou seja: para a Folha – assim como para o Estadão e para O Globo – Eduardo Cunha atualmente é um estorvo. Ele prejudica a cruzada golpista pela derrubada da presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros. Pesquisas qualitativas confirmam que o atual presidente da Câmara Federal agora atrapalha o plano dos golpistas. Esse seria um dos principais motivos do fiasco das marchas pelo impeachment deste domingo. Nem o “midiota” mais tacanho acredita nos propósitos destes oportunistas. Como diz o editorial de O Globo, o tempo acabou para estes embusteiros que desrespeitam as urnas e a democracia no Brasil. Eduardo Cunha virou bagaço... Eles agora precisam de outros personagens!

Música Paraense: Paródia critica violência e descaso com o Pará



Por Hélio Granado, no DOL.

Assaltos, falta de saneamento, descaso do poder público: o Pará, que a maior parte dos moradores conhece bem, mas que dificilmente é retratado em músicas sobre o Estado. Esse é justamente o tema da paródia “Só aqui no Pará”, feito pelo canal The Rocha e publicado nesta segunda-feira (14) no Youtube.

Até o final da noite de hoje, a música (feita a partir da canção "Uptown funk", dos músicos Mark Ronson e Bruno Mars) estava próxima de alcançar nove mil visualizações dentro do canal do Youtube e a repercussão parece estar só no início.  

“A nossa intenção foi ser crítico, com temas famosos no Pará, como os pontos turísticos tipo a Doca, o Ver-o-Peso. Queríamos despertar esse olhar do público, para vermos de que forma está o patrimônio cultural, como está o saneamento na cidade, fora os roubos da administração pública”, explica o músico João Paulo, 24 anos, um dos autores do vídeo e vocalista na produção, em entrevista ao DOL.

João Paulo é músico e irmão de João Pedro, autor do canal The Rocha, criado há aproximadamente um ano com a ideia de comentar sobre diversos assuntos do cotidiano de Belém e de outros temas gerais.

Além dos irmãos, participam do clipe os amigos Henrique “Tico”, Aldrey “Pipoca” e Túlio Felipe. A edição e composição musical é de João Paulo e João Pedro.

AQUI NO PARÁ ESTÁ ASSIM...

Segundo João Paulo, o clipe passa a ideia de vergonha sobre a situação do Estado, mas o músico ressalta que eles não atribuem essa característica como algo inerente ao povo ou à cultura, mas, principalmente, ao descaso do poder público paraense.

“Acho que o lado ruim que mostramos não é por causa da cultura ou do povo, mas sim por causa da administração pública. Não podemos esquecer ou deixar de olhar para o que está sendo feito com o nosso Estado. Queremos despertar essa criticidade no público”, explica João Paulo.

O vídeo também mostrou a evolução das produções do canal, que inicialmente eram feitas com um celular e já abordaram temas como as vans da cidade, a rivalidade entre Remo e Paysandu e o preço do açaí.

“O nosso projeto agora é lançar uma paródia ao menos uma vez por mês, já que tivemos uma base de como trabalhar com esse tipo de produção”, finaliza João Paulo.

Se você ainda não viu, confira o clipe de "Só aqui no Pará".


Pará da insegurança: Assassinato de PM gera comoção e outras mortes em Santarém

Sílvia morreu aos 44 anos de idade, 20 destes dedicados à policia. Outras pessoas também foram baleadas e morreram após a sua morte, mas poucos se importarão, afinal vivemos em um Estado sem lei, justiça e segurança, onde prevalece a impunidade e a barbárie.

Por Diógenes Brandão

A morte da subtenente Sílvia Margarida Lima Sousa, mãe de dois filhos, um de 8 e outro de 14 anos, ocorrida na manhã de ontem (14), chocou não só o município de Santarém, localizado na região do baixo Amazonas, mas todo o Estado do Pará. Além dela, seu marido e três irmãos também são policiais.

Silvia cantava no coral de uma igreja católica, onde ocorrerá seu velório, nesta terça-feira (15). Após a sua morte, outras pessoas foram mortas na periferia de Santarém (Leia aqui).

Os crimes que sucederam o assassinato da policial tem muita semelhança com outros praticados em Belém, capital do Estado do Pará, onde toda morte de agentes da policia é retaliada com a matança aleatória de pessoas em bairros pobres, geralmente inocentes que nada tem a ver com a criminalidade, conforme já foi comprovando na maioria destes casos. (Leia Guerra entre milicianos e assaltantes retoma o terror e a violência em Belém)

Não precisamos de muita imaginação para supor que seus colegas de farda mataram alguns "suspeitos", na busca pelos responsáveis pelo crime cometido contra a policial. A vingança, neste tipo de caso, já se tornou comum em nosso Estado.

A CAÇADA

Um homem de 35 anos, foi preso no município de Rurópolis. Railson Bentes de Lira é suspeito de ser o autor do tiro que acertou a cabeça da policial e tirou sua vida. Vários policiais de Belém e cidades próximas se dirigirem para Santarém, onde um forte aparato de segurança está sendo montado para o suspeito prestar seu depoimento na delegacia da cidade. A mega ação do Sistema de Segurança Pública do Estado, lembra o ditado popular: "Depois da casa arrombada.."

Cenas do local próximo ao crime cometido contra a PM foram registrado por uma câmera de vídeo. No entanto, as apurações jornalísticas dos dois maiores veículos de imprensa do Pará, não batem. O jornal Diário do Pará diz que a policial reagiu e quis evitar um assalto a uma farmácia. Já OLiberal afirma que ela foi assaltada e morta com sua própria arma. 

O fato concreto é que nas cenas que estão em poder da polícia civil é possível ver dois homens montados em uma moto e conforme relatos coletados, a vítima foi alvejada e faleceu a caminho do hospital. Antes de fugirem, os assassinos levaram sua arma, o que configura a suspeita de latrocínio, o que não descarta outras linhas de investigações que a polícia está levantando.

Os motivos dos outros baleamentos e assassinatos, ocorridos logo após a morte da policial, continuam sendo um mistério e os corpos deverão ser enterrados pelos seus familiares, sem chamar muita atenção da mídia local, pois independente de quem eram, o que faziam e quem os matou, tudo o que importa agora, para a maioria dos órgãos de segurança e da imprensa, é falar da morte, cruel e inaceitável da policial, até que outra aconteça e mais outra e mais outra.

Enquanto isso, internautas usam as redes sociais para fazer entre outras perguntas: Por onde anda o governador Simão Jatene? Ele já teria ele voltado do encontro com FHC, Aécio Neves e a cúpula nacional do PSDB, onde debateram a polêmica tentativa de impeachment contra Dilma?

segunda-feira, dezembro 14, 2015

Advogado de Eder Mauro é exonerado após encenação da prisão de Lula

Deputado Federal Eder Mauro (seta amarela) e seu advogado jânio Souza Nascimento (seta azul), durante sua nomeação.

Por Diógenes Brandão

Conforme foi dito aqui, a foto do deputado federal Eder Mauro (PSD-PA), membro da "Bacada da Bala", encenando a prisão do ex-presidente Lula, viralizou na internet e ganhou destaque em vários blogs, sites, jornais e claro, nas redes sociais.

A reação de muitos ativistas digitais foi imediata e ainda no domingo (13), uma enxurrada de denúncias foi feita contra a postura do parlamentar, que integra o PSD, partido que faz parte da base aliada do governo federal, que ele acusa de ser corrupto.

Informados e pressionados pelas redes sociais, dirigentes do partido de Eder Mauro e líderes do governo resolveram concordar com a exoneração de Jânio Souza Nascimento, do cargo de Superintendente Regional do Serviço Geológico do Brasil. Jânio estava no governo desde agosto e foi indicado por Eder Mauro, mesmo não tendo nenhuma competência técnica para o cargo.

O novo indicado para o órgão é novamente Manfredo Ximenes, da cota pessoal do senador Paulo Rocha (PT-PA) e que era o antigo superintendente, quando o advogado de Eder Mauro assumiu o cargo, há menos de 4 meses.

O fato do Eder Mauro ter seu indicado exonerado, nos leva a supor que de agora em diante, suas pretensões de indicar novos nomes para o governo são praticamente impossíveis de serem atendidas. 

O blog ainda espera confirmar a exoneração através de sua publicação no Diário Oficial da União, mas a iniciativa política, rápida e inédita, indica que o governo está atento para o IT (Índice de Trairagem) que assola vários parlamentares que ocupam espaços políticos e participam de votações e atividades contra o mandato da presidente Dilma.

Cabe noticiar que Belém foi a única capital brasileira onde militantes contrários ao impeachment de Dilma, foram para as ruas protestar contra a manifestação organizada pelos que pedem a saída da presidente e que só não se confrontaram, pela rápida intervenção de uma tropa da PM que evitou o pior.

A ordem para a PM acompanhar as manifestações de perto, teria partido da sede do governo do Estado do Pará. Conforme já foi dito aqui, o governador Simão Jatene (PSDB-PA) se manifesta contra o impeachment.

Militantes de partidos de esquerda e dos movimentos sociais, comemoram o fato de estarem fortalecendo a manutenção da democracia e do governo Dilma e por terem protagonizado dois fatos inéditos. Nas ruas e nas redes, peitaram os golpistas e pediram a exoneração de um membro do governo, indicado por um traidor.

A iniciativa deve incentivar este tipo de ação em outros estados e aumentar a reação às manifestações que pedem o impeachment de Dilma.

Réu no STF, delegado 'prende' Lula, mas nomeia amigos no governo Dilma


Com sua pistola na cintura, o deputado federal Eder Mauro (PSD-PA) posou para um foto "prendendo" um homem com a máscara do ex-presidente Lula, na manifestação em prol do impeachment, realizado ontem (13), no centro de Belém do Pará.

O ato reuniu cerca de 500 pessoas, mas a PM disse que tinham 1.200 e a rede Globo chegou a noticiar em seus telejornais, que depois do centro da cidade, a caminhada se estenderia para bairros da periferia, o que de fato não aconteceu.

Publicada em primeira mão, nas redes sociais, a foto está tendo uma grande repercussão no Pará, estado onde o então delegado Eder Mauro foi o deputado federal mais votado nas eleições 2014, obtendo um pouco mais de 260 mil votos. 

A foto chegou em Brasília como uma bomba. Segundo um deputado do PSD, toda semana o deputado Eder Mauro reivindica cargos no governo que ele chama de corrupto, mas que seu partido faz parte e agora pressiona para que seus líderes arranquem do governo federal, a nomeação de um nome de sua confiança, para a direção do IBAMA, em Belém, mas até agora não teve êxito.

Em tom de comemoração, veículos da grande mídia publicaram a foto e o vídeo de Eder Mauro prendendo o homem com a máscara de Lula, como foi o caso de um colunista da VEJA e do jornal Estadão, veículos de imprensa declaradamente entusiastas da prisão do ex-presidente e do impeachment da presidente Dilma.


EDER MAURO INDICA NOMES PARA O GOVERNO QUE CHAMA DE CORRUPTO

Filiado ao PSD, partido que tem o controle do Ministério das Cidades e do SEBRAE, Eder Mauro já teria conseguido indicar várias pessoas para cargos de destaque, em órgãos do governo federal no Pará. Entre os indicados, está o seu próprio advogado, Jânio Souza Nascimento, que o defende em um processo onde o delegado é acusado de tortura. 

Pela gravidade do caso e a existência de um dossiê sobre os crimes cometidos por Eder Mauro e outros policiais, a denúncia do Ministério Público Estadual foi acatada pelo Ministério Público Federal e agora no STF, com a AÇÃO PENAL 967 (2), que tem como relator o Ministro Gilmar Mendes e como revisora a ministra Carmen Lúcia. 

Segundo uma fonte do Ministério Público Estadual, que por motivos óbvios não quis ser identificado, a persistência do MP em levar à frente a denúncia contra o delegado, conhecido "como matador de pobres", seria a principal motivação de Eder Mauro ter se candidatado a vaga de deputado federal, imaginando que assim poderia contar com a imunidade parlamentar e ficar impune com os crimes que é acusado de ter cometido, durante longos anos na polícia.

O jornalista Paulo Bemerguy publicou em seu blog, a informação de que Eder Mauro e mais dois deputados federais do Pará respondem por crimes na justiça, o que pode ser confirmado no levantamento feito pelo site G1.



O jornalista Lúcio Flávio Pinto revelou que a indicação do advogado de Eder Mauro para o órgão federal seria a prova cabal de uma aliança pensada pelo senador Jader barbalho, entre o PMDB e o PSD, visando as eleições municipais de 2016, onde o delegado seria apoiado para ser prefeito de Belém e depois retribuiria o apoio para Helder Barbalho ser governador do Estado do Pará, em 2018.
 


Em milhares de comentários, os internautas, em sua maioria, reprovam a conduta de Eder Mauro e o criticam duramente, tanto por sua atuação enquanto delegado, quanto como deputado.







sexta-feira, dezembro 11, 2015

Pesquisa aponta que maioria é contra fechar bares mais cedo em Belém

Projeto de lei quer que estabelecimentos noturnos fechem à meia noite durante a semana e às 2h às sextas, sábados e domingos. (Foto: Cristino Martins / O Liberal)
No site da DOXA

A Doxa foi a campo para avaliar a proposta do Ministério Público Estadual de reduzir o horário de funcionamento de bares, restaurantes e casas noturnas. De acordo com o MPE essa medida visa diminuir a criminalidade em Belém. Antes de fazer a pergunta chave da pesquisa, indagamos se o entrevistado costuma sair à noite para bares, restaurantes e casas noturnas. 23% dos entrevistados costumam sair sempre, 50% saem raramente; outros 27% não costumam sair. Para quem costuma sair, 62% saem só aos finais de semana, sábado ou domingo. Mas há uma parcela de 17% que saem sábado e domingo; outros 12% saem uma vez na semana.

Envolvimento em violência

A Doxa avaliou o envolvimento dos entrevistados com a violência através da pergunta: “Você ou alguém da sua família (pai/mãe/irmãos/companheiro(a)/filhos) já se envolveu em algum tipo de violência em bares/restaurantes/casas noturnas ou ruas) aqui em Belém?”. O resultado mostra que 81% dos belenenses já se envolveram em algum tipo de violência. Em função do objetivo do estudo, a pesquisa detalhou esse envolvimento: 56,1% se envolveram em assalto na via pública; 11,6% se envolveram em casas noturnas; 8,5% no trânsito.

Gráfico 1: Envolvimento em violência




A Doxa quis saber, também, o horário de maior incidência dessa violência: 52,4% disseram que foi a noite (até meia noite). O segundo maior horário do envolvimento foi a tarde, 22,6%; o terceiro horário da ocorrência foi de madrugada, 12,3%. Pela manhã o índice foi de 9,3%.

A favor ou contra a redução do horário

Através da pergunta “Você é Contra ou a Favor da proposta do Ministério Público de reduzir o horário de funcionamento de bares, restaurantes e casas noturnas em Belém de 11h às 23h, de segunda a sexta; e aos finais de semana, até as 2h?”, medimos o índice de quem é contra ou favor da proposta do MPE. A pesquisa mostra que a maioria, 50,9%, dos belenenses é contra essa medida; os que são a favor somam 33,5%; outros 15,5% são indiferentes à proposta.

Gráfico 2: A favor ou contra a proposta do MPE




A pesquisa procurou saber se essa medida do MPE, se for implantada, vai reduzir a violência em Belém. 68,6% dos entrevistados disseram que não vai diminuir. Apenas 14,6% disseram que vai diminuir; outros 16,8% ficaram em dúvida quanto à redução da violência.

Gráfico 3: Medida reduz ou não a violência.


Causas da violência

De acordo com os entrevistados “o tráfico/drogas”, 35,0% e a “lei que protege os menores infratores”, 30,4% são as principais causas da violência na cidade de Belém. A falta de policiamento, 18,6%, aparece como a terceira causa da violência. A falta de políticas públicas para a juventude é a quarta causa, seguida de bebida alcoólica e ausência de educação familiar.

Gráfico 4: Causas da violência



Atuação do Governo do Estado

A Doxa também avaliou a atuação do governo do Estado no combate à violência na cidade de Belém. A pesquisa mostra que 69,5% avaliam ruim ou péssima a atuação do Governo. Apenas 4,7% avaliam como boa. A avaliação regular chega a 21,9%.

Gráfico 5: Avaliação do Governo do Estado no combate à violência



Serviço:

Universo da Pesquisa: População do município de BELÉM.
Estratos de controle: Pesquisa quantitativa aleatória intercept, estratificada por quotas de sexo, idade e área geográfica/bairros.
Amostra: 600 entrevistas individuais.
Margem de erro: 4%; Intervalo de Segurança de 95%.
Checagem: 20% da amostra aplicada.
Período de coleta:  02 a 04 de Dezembro/2015.

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Duvivier: Qual sentido de trocar Dilma pelo Ladrão?


Humorista indaga de forma contundente a justificativa adotada pela oposição ao governo Dilma e põe em xeque a legitimidade de quem está falando de corrupção e ética.


Via Brasil 247.

Humorista Gregório Duvivier chama o PMDB de Al Qaeda e questiona o golpe contra Dilma: ‘Um impeachment orquestrado por Eduardo Cunha que beneficia Michel Temer é como um pênalti marcado pelo Eurico Miranda a favor do Vasco. Se não é certo, certamente não é justo, e menos ainda sensato. Se o pecado de Dilma foi ser conivente com roubo, qual é o sentido de trocá-la pelo ladrão?’; “O país hoje é um avião governado por uma pilota obtusa e despreparada, mas vale lembrar que o copiloto é da Al Qaeda”, completa.


As vozes do impeachment


Também não acho que seja certo impedir Dilma Rousseff. O argumento legal apresentado a favor do impedimento é, como disse a "The Economist", uma tecnicalidade.


Por Celso Rocha de Barros, na Folha sob o título Impeachment

O PT tomou uma decisão à altura de sua história quando decidiu arriscar perder a Presidência para não absolver Eduardo Cunha. Se a frase anterior tiver algum erro de português, peço desculpas, a última vez que escrevi "O PT tomou uma decisão à altura de sua história" foi antes do novo acordo ortográfico.

No fundo, se o governo do PT não conseguir reunir 171 votos para derrotar o impeachment, é melhor entregar a Presidência para os donos de sempre. Ninguém aguentaria mais três anos de chantagem.

Note-se que não é questão de um partido de esquerda que não consegue implementar seu programa porque o parlamento é conservador. Isso seria normal em uma democracia. O que os aliados do PT ao centro e à direita se recusaram a aprovar em 2015 foi o ajuste fiscal. Isto é, do governo foi tirada até mesmo a opção de recuar.

De qualquer forma, o lado bom é que, em 2016, ou Dilma ou Temer começam um novo governo. Ou Dilma pode enfim tomar posse, ou a turma que obstruiu em 2015 chega ao poder com Temer e é obrigada a dizer para o país: de agora em diante, se quiserem bater panela, batam contra mim.

Não acho que o impeachment será aprovado. O governo não tem conseguido obter maiorias, mas tem conseguido mais de um terço nas votações. E suspeito que já esteja declinando a disposição geral para uma longa briga política que destrua ainda mais empregos e termine com um governo com forte sabor de "Pague a Série B".

Atenção para o alarme de viés: eu voto na esquerda, isso pode estar influenciando minha análise. Mas a consultoria Eurasia e a revista britânica "The Economist" também acham que o impeachment não sai, e nunca encontrei nenhuma delas em reunião de DCE (seria uma reunião animada, convenhamos). Talvez, é claro, estejamos todos errados.

Também não acho que seja certo impedir Dilma Rousseff. O argumento legal apresentado a favor do impedimento é, como disse a "The Economist", uma tecnicalidade. Acho que Dilma cometeu erros, não crimes. Há um mecanismo para corrigir erros na democracia, o voto. A oposição terá nova chance de derrotar Dilma em 2018.

Também acho que, em caso de impeachment, todas as lições erradas serão aprendidas. O PT, por exemplo, sairá do poder sem reconhecer a necessidade de ajuste fiscal e equilíbrio macroeconômico. Dilma, afinal, não terá caído por ter sido populista: por ter sido populista, se reelegeu. Se cair, terá sido por ter feito o ajuste.

Da mesma forma, a direita ficará dispensada de explicar como conseguiu perder uma eleição em um ano de crescimento zero, inflação alta e Lava Jato. O impeachment lhe permitiria voltar ao poder sem fazer o trabalho de construção partidária, imposição de sacrifícios às bases e diálogo com os pobres que deram quatro vitórias seguidas ao PT.

O impeachment não seria a renovação da política brasileira, seria o reforço de nossos velhos padrões: a esquerda economicamente irresponsável, a direita incapaz de se adequar à democracia moderna, e o PMDB com o controle do Orçamento.

Defendo, enfim, um processo rápido. Quando alguns oposicionistas declaram que pretendem adiar a decisão até a crise econômica piorar, só admitem que seus argumentos não serão aceitos por ninguém que já não esteja nervoso por ter perdido o emprego. 

O Vice-Presidente Michel Temer é sócio do golpe

Não se esperaria solidariedade de Temer, mas apenas seu compromisso com a legalidade. Entretanto, com sua deslealdade, ele se tornou sócio do golpe. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil.
"É nas ruas que o destino da democracia brasileira será traçado. É das ruas que devem ecoar as vozes estridentes e ensurdecedoras para pressionar o Congresso e bloquear o golpe. Em paralelo à ampla mobilização popular, deve ser travada uma guerra comunicacional de informação, de esclarecimento e de disputa narrativa dos acontecimentos como nunca antes". 

Por Jeferson Miola, nCarta Maior

Michel Temer fez questão de deixar transparecer sua absoluta falta de solidariedade institucional com Dilma, cujo cargo legítimo de Presidente da República está ameaçado pelo processo de impeachment instalado pelo psicopata corrupto que preside a Câmara dos Deputados.

Não se esperaria solidariedade política de Temer com Dilma, mas apenas o compromisso dele com a legalidade e com a democracia. Com sua deslealdade, entretanto, ele se tornou sócio e fiador do golpe.  

O afamado Constitucionalista, que é vice-chefe de Estado do Brasil, teria o dever elementar de se solidarizar com a instituição Presidência da República, mesmo que não se solidarizasse com a figura da Presidente. Ele preferiu, ao invés disso, marcar seu descolamento de Dilma. A renúncia do ministro Eliseu Padilha, um dos seus principais representantes, é uma demonstração estridente deste rumo assumido.  

Enquanto Brasília fervilha com os passos iniciais do impeachment que ameaça o governo do qual é vice-presidente, Temer viaja a São Paulo para conchavos com os setores oposicionistas e com o empresariado. Na bagagem, leva aos tucanos a promessa de não disputar a reeleição em 2018, caso assuma a Presidência uma vez consumada a deposição de Dilma.  

Ele é também portador do documento “Uma ponte para o futuro”, a bula programática para o pós-impeachment. Este texto reflete um liberalismo rudimentar, pré-constituição de 1946: profundamente retrógrado na visão de desenvolvimento nacional e sobre a ideia de nação brasileira. É o programa mínimo para coesionar o reacionarismo nacional na cruzada do retrocesso e da restauração neoliberal-conservadora.  

A traição de Temer é chocante. Qualquer análise de boa fé reconhece a total inadmissibilidade da denúncia de impeachment. Não há a menor evidência de crime de responsabilidade cometido pela Presidente da República. Um Constitucionalista como ele deveria encabeçar a reação a esta decisão absurda do seu correligionário Eduardo Cunha, mas ele optou por se associar aos golpistas.  

O governo, os partidos e as organizações do campo democrático-popular e de esquerda e os setores democráticos da sociedade, estão ante o desafio gigantesco de compensar a minoria congressual e frear a marcha golpista com uma ruidosa maioria política e social em defesa da legalidade e da democracia.  

A disputa pela sobrevivência do governo será complexa e dramática. Para conseguir maior eficiência política, o Governo e a Presidente terão de ter um desempenho muito superior ao atual, que até agora tem sido muito aquém da exigência histórica.

O governo tem de começar a executar o programa eleito em outubro de 2014, pois do contrário corre o risco de esvaziar a energia e a pulsação popular indispensável para a defesa da democracia e para a resistência ao impeachment.

O impeachment da Dilma é a versão neogolpista que atinge o Brasil em 2015, depois de ter atingido Honduras em 2009 e o Paraguai em 2012. Ocorre, contudo, que o Brasil não é Honduras e nem é o Paraguai, onde as resistências sociais foram ineficazes.

É nas ruas que o destino da democracia brasileira será traçado. É das ruas que devem ecoar as vozes estridentes e ensurdecedoras para pressionar o Congresso e bloquear o golpe. Somente o povo organizado ocupando as ruas e defendendo a democracia, a legalidade, a igualdade, os direitos, poderá deter o golpe e os golpistas e expulsar delas os intolerantes do MBL, do Vem Pra Rua e as entidades congêneres do fascismo que apregoam intervenção militar, disseminam ódio e intolerância e estimulam práticas xenófobas, racistas, sexistas, machistas.

Em paralelo à ampla mobilização popular, deve ser travada uma guerra comunicacional de informação, de esclarecimento e de disputa narrativa dos acontecimentos como nunca antes o PT e o governo conseguiram travar.

Temer é sócio do golpe; um dos seus principais fiadores e o interessado direto no desenlace do impeachment. Com esta escolha, ele assume também a condição de sócio do caos no país, porque ninguém pode prever o resultado da reação democrática de massas à violência que ele co-patrocina com Eduardo Cunha contra o legítimo mandato da presidente Dilma.

Aliado de Cunha e Aécio recebeu R$ 1,6 milhão para evitar greves de empresas ligadas à Lava Jato



No Brasil 247.

Em delação premiada, Ricardo Pessoa, dono da UTC, afirmou que doou R$ 1,6 milhão para o deputado Paulinho da Força e seu partido, o Solidariedade, entre 2010 e 2015, para esvaziar movimentos sindicais e evitar greves; disse ainda que ligou pessoalmente para o aliado de Eduardo Cunha para pedir interferência numa ameaça de paralisação na construção da hidrelétrica São Manoel, no Rio Teles Pires; Paulinho, que tenta impedir o processo de cassação de Cunha, chegou a pedir a quebra do sigilo bancário do PGR, Rodrigo Janot, no início da CPI da Petrobras.

Nota do Blog: 

Agora assista o vídeo do Paulinho da Força e veja que se ele merece alguma credibilidade.


 

A melhor análise sobre o golpe que a grande imprensa já publicou

Troque o nome Mazzili por Aécio e veja a capa que a grande imprensa tanto quer estampar novamente nos jornais do Brasil.

Passei o dia vendo este artigo da Folha de São Paulo sendo compartilhado, mas só agora que fui lê-lo por completo. Considero importante para que nossos amigos e familiares conheçam esta análise, não só por ser de uma pessoa isenta e respeitada, mas sobretudo por lançar luz sobre o momento político que o nosso país atravessa e nem sempre todos tem a oportunidade de se dar conta do que está por de trás de tudo isso.

O DIA DA INFÂMIA. Por Fernando Morais*

Publicado no jornal Folha de São Paulo, neste domingo, 06/12/2015. 

Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.

Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de "Canalha! Canalha!".

No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.

Jamais imaginei que pudéssemos chegar à lama em que o gangsterismo de uns e o oportunismo de outros mergulharam o país. O Brasil passou um ano emparedado entre a chantagem de Eduardo Cunha –que abusa do cargo para escapar ao julgamento de seus delitos– e a hipocrisia da oposição, que vem namorando o golpe desde que perdeu as eleições presidenciais para o PT, pela quarta vez consecutiva.

Pediram uma ridícula recontagem de votos; entraram com ações para anular a eleição; ocuparam os meios de comunicação para divulgar delações inexistentes; compraram pareceres no balcão de juristas de ocasião e, escondidos atrás de siglas desconhecidas, botaram seus exércitos nas ruas, sempre magnificados nas contas da imprensa.

Nada conseguiram, a não ser tumultuar a vida política e agravar irresponsavelmente a situação da economia, sabotando o país com suas pautas-bomba.

Nada conseguiram por duas singelas razões: Dilma é uma mulher honesta e o povo sabe que, mesmo com todos os problemas, a oposição foi incapaz de apresentar um projeto de país alternativo aos avanços dos governos Lula e Dilma.

Aos inconformados com as urnas restou o comparsa que eles plantaram na presidência da Câmara –como se sabe, o PSDB, o DEM e o PPS votaram em Eduardo Cunha contra o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Dono de "capivara" policial mais extensa que a biografia, Cunha disparou a arma colocada em suas mãos por Hélio Bicudo.

O triste de tudo isso é saber que o ódio de Bicudo ao PT não vem de divergências políticas e ideológicas, mas por ter-lhe escapado das mãos uma sinecura –ou, como ele declarou aos jornais, "um alto cargo, provavelmente fora do país".

Dilma não será processada por ter roubado, desviado, mentido, acobertado ou ameaçado. Será processada porque tomou decisões para manter em dia pagamentos de compromissos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

O TCU viu crimes nessas decisões, embora não os visse em atos semelhantes de outros governos. Mas é o relator das contas do governo, o ministro Augusto Nardes, e não Dilma, que é investigado na Operação Zelotes, junto com o sobrinho. E é o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e não Dilma, que é citado na Lava Jato, junto com o filho. Todos suspeitos de tráfico de influência. Provoca náusea, mas não surpreende.

"Claras las cosas, oscuro el chocolate", dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.

E veremos quem se alia ao oportunismo, ao gangsterismo, ao vale-tudo pelo poder. Não tenho dúvidas: a presidente Dilma sairá maior dessa guerra, mais uma entre tantas que enfrentou, sem jamais ter se ajoelhado diante de seus algozes."

*FERNANDO MORAIS, 69, é jornalista e escritor. É autor, entre outros, dos livros "Chatô, o Rei do Brasil" e "Olga".

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Nota do Blog: A imagem que ilustra essa postagem é capa do jornal OGlobo, pertencente à família Marinho, que apoiou o golpe, a implantação e todos os 21 anos que a Ditadura Militar durou no Brasil e só assumiu seu erro nas vésperas das manifestações de rua promovidas pela juventude brasileira, nos meados de 2013, quando teve sua sede pichada com os dizeres "Globo mente", além de ser alvo de fezes que foram arremessadas por participantes do ato, no Rio de Janeiro e depois em várias capitais brasileiras.

Ou seja, embora a Globo já tenha admitido que errou, nunca assumiu que mentiu por diversas vezes ao publicar inverdades de forma leviana, como a capa em questão, onde afirmou que o presidente João Goulart havia fugido. 

Agora vejam como tudo se repete, quase 50 anos depois desta poderosa empresa familiar servir como principal instrumento midiático, usado na desestabilização de um governo democraticamente eleito e que foi sumariamente retirado do poder em 1964, por uma manobra realizada no Congresso Nacional, após um golpe muito parecido com o que tentam novamente impor ao Brasil.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

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