terça-feira, janeiro 05, 2016

Suposta "pegadinha do assalto" acaba em prisão de advogada paraense

Imagem meramente ilustrativa. Fonte: Google.
Por Diógenes Brandão

Uma advogada que prefere não se identificar, contou com exclusividade ao blog AS FALAS DA PÓLIS, a sua versão sobre a prisão dela e de mais dois amigos, após a gravação de um vídeo que seria divulgado nas redes sociais como "pegadinha". 

O fato aconteceu na noite do último domingo (03), no município de Rio Maria, na região sul do Pará, onde um grupo de amigos foi preso na delegacia da cidade por 24h, acusados de roubo à mão armada e porte ilegal de arma, sendo liberados após o pagamento de fiança no valor total de R$ 8.100,00.

Segundo a advogada, ela e mais quatro amigos, sendo dois jovens de 18 anos e duas adolescentes resolveram fazer uma pegadinha, escolheram um jovem que estava sozinho e simularam um assalto, levando o celular da "vítima". Logo em seguida, após consumado o fato, voltaram e devolveram o aparelho. 

No entanto, o rapaz "assaltado" não gostou da brincadeira e pediu ajuda para alguns mototaxistas que perseguiram o grupo, que adentrou uma festa. O rapaz assaltado acionou a polícia militar e uma viatura capturou o trio brincalhão, levando os acusados para prestar esclarecimentos na delegacia da cidade e 24h depois, o grupo foi liberado, após o pagamento de fiança arbitrada pelo delegado de plantão. A brincadeira custou a bagatela de R$ 2.700 para cada um dos envolvidos.

Segundo uma fonte do blog, o boletim de ocorrência consta das acusações de corrupção de menor, associação criminosa, porte ilegal de arma (arma com numeração raspada) e roubo. Ainda segunda a mesma fonte, membros da OAB-PA foram notificados sobre o fato, mas até agora a entidade não emitiu nenhuma nota sobre o ocorrido.

Além disso, nenhum veículo de comunicação local noticiou o ocorrido, talvez pelo fato de envolver pessoas de classe média alta e influência política. "Se fossem negros e pobres, teriam suas fotos publicadas nas páginas policiais e exibidas em programas de TV do gênero", resume a fonte do blog.

A oposição e os "salvadores da pátria"


No blog do Mauro Santayana

As divulgação de "acusações" de delatores “premiados” contra os senadores Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Fernando Collor e Aécio Neves vêm corroborar o que afirmamos recentemente em O impeachment, a antipolítica e a judicialização do Estado. 

A criminalização da política, na tentativa e na pressa de retirar o PT do Palácio do Planalto por outros meios que não os eleitorais, iria descambar para a condenação, paulatina, geral e irrestrita, da atividade como um todo.

Esse é um processo que parece estar focado, além de, principalmente, no PT, também nos partidos ou candidatos que possam fazer sombra, no campo adversário ao do governo, ao projeto messiânico de um “novo Brasil” que está sendo engendrado à sombra da ambição e do deslumbramento das forças surgidas da “guerra contra a corrupção” e da “Operação Lava-Jato”.

A entrevista da semana passada, com o procurador Deltan Dalagnoll, na primeira página do Correio Braziliense  e a capa da retrospectiva de Veja, com a cara fechada do Juiz Sérgio Moro, com o título de “Ele salvou o ano” (a segunda, se não nos enganamos) que - será por mera coincidência? - lembra a capa da mesma revista com o rosto de Fernando Collor, com o título de “O caçador de Marajás”, publicada muito antes de ele anunciar-se candidato a presidente da República – são emblemáticas do que pode vir a ocorrer - do ponto de vista midiático - nos próximos três anos.

Só os cegos, os surdos, ou os ingênuos, não estão entendendo para que lado começa a soprar - quase como brisa - o vento - ou melhor, para tocar que tipo de música está começando a se preparar a banda.

Mineração está matando outro grande rio no Pará. Quem liga?


O Rio Tapajós como está hoje, o verde-azul de suas águas vai ficando amarelado por causa da poluição avassaladora dos garimpos ilegais. Desastre econômico, à saúde pública, aos cardumes e ao turismo. (Foto: Nilson Vieira).

Por Manoel Dutra em seu blog, sob o título "A morte anunciada chegou: Adeus Tapajós, adeus encontro das águas, adeus praias, adeus Alter do Chão..." 

De nada adiantou mostrar, pedir, denunciar, publicar carta aberta ao governador do Estado, fazer abaixo-assinado, solicitar a interferência do vice-governador que nasceu às margens do Tapajós, prefeitos, vereadores, deputados. Até mesmo parte da sociedade da região Oeste do Pará parece ter imaginado que isso nunca aconteceria, aliás, que isso nunca se repetiria, como se verificou há quase três décadas: a contaminação de mais de 700 quilômetros de extensão do Rio Tapajós e de seus principais afluentes chegou à sua foz, diante de Santarém.

E agora, como ficará a nascente indústria do turismo que hoje emprega milhares de pessoas ao longo do rio entre Santarém e Itaituba? E a saúde pública, ameaçada pela contaminação dos cardumes por metilmercúrio? E a economia, de modo geral, do Oeste do Estado? E as decantadas belezas daquela região, que atrai os próprios moradores e visitantes de muitas outras partes do Brasil e do exterior? 

Talvez ainda agora, hoje, alguém haverá de negar a realidade que está aí diante dos olhos: a poluição por barro, mercúrio, cianeto, sabões, detergentes, graxas e combustíveis tudo isso está agora chegando à frente de Santarém, matando o o encontro das águas e fazendo desaparecer a coloração verde/azulada cuja beleza sempre foi uma das características da foz do Tapajós, onde o grande rio deságua no Amazonas.

Esta era a cor do Tapajós, na sua foz, até novembro passado, na foz, local em que ele deságua no Amazonas, de cor naturalmente amarelada. (Foto: Nil Vieira).
Hoje de manhã, o engenheiro agrônomo Nilson Vieira, uma voz quase solitária a mostrar a devastação das fontes de vida e beleza do Oeste do Pará, em sua página do Facebook, escreveu o que segue:

"As duas primeiras imagens foram feitas hoje (29/03/15) e mostram o Rio Tapajós com águas sem as cores verde-azuladas que lhe são características. As duas outras foram feitas em um passado bem recente, em agosto e novembro de 2014, apresentando cores bem típicas. Segundo moradores das margens do Tapajós, isso não resulta de um fenômeno natural, sendo consequência da atividade garimpeira no leito do Tapajós e de seus afluentes. Pelo jeito, a mistura de barro, lama e metais pesados chegou à foz do nosso lindo rio azul. E agora, José?" 

Na frente de Itaituba, o Tapajós feito lama, em foto do dia 11 de março passado. Na imagem menor, à direita, o rio como ele foi até pouco tempo atrás. (blog José Parente).
Imagem do Tapajós e do lago de Alter do Chão, de dentro de um avião comercial, em setembro de 2012. À esquerda, a 600 metros de altura, já era possível observar a mudança de cor do Tapajós.

Alter do Chão, em setembro de 2013. Ainda se via a cor natural do rio. E agora, turismo?
Tapajós na frente de Itaituba, em dezembro de 2014. Um mar de lama, sem peixes. Rio morto. (Foto Padre Sidney Canto).

domingo, janeiro 03, 2016

Dornélio Silva: Vencerá quem fizer, a partir de agora, uma boa pré-campanha eleitoral

O apresentador Guilherme Augusto conversou com o cientista político Dornélio Silva, sobre as eleições de 2016. 

Por Diógenes Brandão

Apresentado por Guilherme Augusto, o programa MAIS da TV RBA/BAND trouxe na manhã deste domingo (03), a entrevista com o cientista político paraense Dornélio Silva, que há 25 anos realiza pesquisas e consultorias e criou no ano 2000, a Doxa Pesquisas, empresa que desde então vem apurando continuamente e de forma científica, as análises sobre impressões da sociedade a cerca dos mais variados temas e situações.

Com essa bagagem, Dornélio Silva apresentou durante o programa, um raio-x sobre as eleições municipais de 2016 e suas perspectivas diante de uma crise política e econômica, que segundo o mesmo, não livrará ninguém, independente do partido e da cidade em que ocorra as disputas eleitorais.

A análise da conjuntura estadual e nacional e o impacto que podem causar nas eleições municipais permearam toda entrevista, que segundo um internauta publicou em uma rede social, "foi uma aula para futuros postulantes aos cargos públicos".

"A principal característica das eleições municipais de 2016 será a renovação e a criatividade, somadas a uma boa estratégia de marketing, mas não o tradicional, aquele cheio de truques e efeitos especiais, pois a população já não acredita mais nisso", revelou o cientista político para o blog, momentos antes da entrevista ir ao ar, e concluiu: "Independente do desgaste dos grandes partidos, a população continua votando na pessoa ou seja, o partido dos políticos para a maioria das pessoas que participam de suas pesquisas não interessa. Um bom candidato é aquele que sabe agregar boas e inovadoras propostas à aquilo que a sociedade espera, mas de forma honesta e verdadeira".

Dornélio: A sociedade tem sido cada vez mais exigente e busca a renovação dos políticos e estes precisam inovar o discurso.

No programa, Dornélio revelou que a população paraense reflete a realidade da sociedade brasileira, que clama pela alternância no poder, apontada em suas pesquisas como resposta da população à falta de credibilidade dos gestores públicos, após seus primeiros mandatos, tanto pela falta de condições de muitos que hoje estão no poder, em resolver atender aquilo que prometeram em campanha, quanto pela dinâmica social que exige renovações dos discursos e soluções efetivas dos problemas sociais, o que não acontece em um mandato, por isso o permanente revezamento dos cargos públicos majoritários.

Com diversas aferições realizadas no decorrer de 2014, em todo o Pará, a DOXA Pesquisas constatou que a maioria dos prefeitos de médios e pequenos municípios, ao se elegerem, a primeira coisa que fazem é sumir do convívio e da relação corpo-a-corpo com seu eleitorado, talvez com medo das cobranças das promessas feitas ou pela visão paternalista que alimentam no período de campanha eleitoral, onde sempre chegam com dinheiro ou prometendo outras vantagens pessoais. 

Alguns dados coletados na últimas pesquisas realizadas pelo instituto de Dornélio Silva, constatou-se que mesmo com todo a confusão no cenário político e econômico, a imensa maioria dos eleitores vota em seus candidatos, independente do partido que ele faz parte e que cerca de 84% dos eleitores não se sentem representados pelos atuais políticos, sendo que ser honesto e conhecer o município, mesmo que não seja natural dele, são vantagens para quem se apresentará para a disputa das prefeituras.

Mais sombras do que luzes em 2016


Em um ambiente de desaquecimento econômico, de restrição fiscal, as eleições de 2016 vão correr num clima de grande insatisfação popular. Além disso, os cortes de despezas, em um ano que os prefeitos mais precisam mostrar trabalho, a campanha será sem grandes doadores, o que leva a uma campanha mais dura e realista.

No Pará, 76% dos 144 municípios são governados por 5 partidos: PSDB 31, PMDB 28, PT 24, PR 14 e PSD 12.

Em breve, AS FALAS DA PÓLIS trará o vídeo da entrevista com Dornélio Silva.

Tenham todos um bom domingo e se puderem ajudar este blog a se manter independente e cada dia mais produtivo, doe qualquer quantia, através do cartão de crédito no Paypal que oferece uma maneira rápida e segura, no canto lateral direito.

sábado, janeiro 02, 2016

Programa do PCO defende o governo melhor que o próprio PT



Por Diógenes Brandão

Mesmo mantendo as críticas ao governo e a política econômica do PT, o programa do Partido da Causa Operária (PCO), que foi ao ar na noite deste réveillon (31), chamou a atenção de muitos telespectadores que encheram de comentários as redes sociais do partido, tanto pró, quanto contra o seu conteúdo. A página do partido desde então foi atacada por fakes e perfis de pessoas claramente defensoras dos ideias da direita.

Já entre os militantes dos partidos de esquerda, o programa ganhou o título de "melhor do ano", seja pela objetividade de seu conteúdo e firmeza nas afirmações contra o golpe, quanto pelo visível descarte dos efeitos especiais e grandes investimentos em pirotecnias pérfidas, comuns aos onerosos marqueteiros que encarecem os programas de TV dos demais partidos.

Além disso, chama a atenção o fato do programa ter feito um raio-X contundente sobre as tentativas de golpes da direita do Brasil e demais países da América Latina.

A blogueira Conceição Oliveira (Maria Frô) usou seu perfil pessoal em uma rede social, para comentar o vídeo com entusiasmo:

Como não amar o PCO?
Em seu programa político dá nome aos bois
chama tucanos de golpistas
explica o projeto entreguista do privateiro Serra
explica o horror promovido pelo fechador de escolas, o tucano Alckmin
explica como os moralistas sem moral não tem a menor intenção de combater à corrupção porque são os maiores corruptos
Mostra quem foram os agressores de Chico Buarque e a herança escravista e caloteira do patrimônio público deles.
deixa claro que é preciso sair à ruas, enfrentar a direita golpista, botá-la pra correr
deixa claro para Dilma que não foi lhe entregue um cheque em branco
Se todos os dias houvesse um programa didático deste, essa ladainha da direita lacerdista e golpista seria desmascarada mais cedo.


Dilma acaricia os leões

Assim como em 2011, Dilma privilegia o jornal Folha de São Paulo e despreza a poderosa rede de voluntários na internet.

Por Diógenes Brandão

Duas horas após os fogos de artifícios, brindes e abraços anunciarem a virada do ano de 2015 para o de 2016, o jornal Folha de São Paulo publicou com exclusividade, mas sem nenhuma foto, o artigo com a primeira mensagem do ano, enviada pela presidenta Dilma ao povo brasileiro, sob o título "Um feliz 2016 para o povo brasileiro".

Como já havia dito ontem, este meticuloso blogueiro, mesmo controlando sua ansiedade ainda não conseguiu entender o motivo de tamanho privilégio concedido ao impresso da família Frias. Dilma sabe, ou deveria saber, que tem uma gama de mais de 10.817 outros veículos - como já foi dito aqui - pagos com verbas publicitárias estatais, sem falar das centenas de milhares de blogues e redes sociais de ativistas digitais que compartilham e reproduzem os conteúdos de seu governo voluntariamente.

Mais estranho ainda é o fato do Blog do Planalto, veículo oficial do governo só ter feito a publicação da mesma mensagem da presidente, às 13:39 da sexta-feira (1), ou seja, 12 horas depois do jornal da família Frias ter publicado o conteúdo exclusivamente para seus leitores assinantes.

Ambos os fatos causaram um tremendo mal estar entre blogueiros e ativistas digitais que já sentiram o mesmo embrulho no estômago, quando Dilma compareceu na festa de aniversário dos 90 anos da Folha de São Paulo, em 2011. Naquela oportunidade única de não ir, Dilma foi e fez um discurso que deixou blogueiros como eu, de cabelo arrepiado. 

Em um trecho de seu discurso, Dilma chegou a elogiar a qualidade do jornalismo da Folha. "A mesma Folha que estampou uma ficha falsa da atual presidenta em sua primeira página, dando início a uma campanha oficial que pretendia estigmatizá-la, às vésperas da campanha eleitoral de 2010, como terrorista, assaltante de banco e assassina. A ela e a seus companheiros de luta, alguns mortos no combate à ditadura. Ditadura, aliás, chamada de “ditabranda". A Folha jamais pediu desculpas (nem a seus próprios leitores, diga-se de passagem) por ter ostentado uma ficha falsa fabricada por sites de extrema-direita e vendida, nas bancas, como produto oficial do DOPS. Jamais", conforme o jornalista Leandro Fortes lembrou à época, em seu artigo Dilma na cova dos leões, publicado na Carta Capital.


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13 anos de PT e o grosso da publicidade do governo vai para os barões da mídia

Por Diógenes Brandão

Em dezembro de 2014, este blog reproduziu a postagem A desonestidade da mídia ao falar sobre blogs e publicidade estatal, de Pedro Muxfeldt, que esclareceu como a mídia se esforça com o ilusionismo para transformar água em vinho e bandidos em mocinhos. 

A matéria do jornal Folha de São Paulo que publicou um levantamento realizado no período de 13 anos (2000-2013), onde mostrou que o investimento em propaganda estatal feito pela União, teria aumentado cerca de 65%, totalizando 15,7 bilhões, sendo que só naquele ano, a soma chegou ao recorde de 1,48 bilhão. 

Não é difícil perceber que as empresas estatais que mais investiram em propaganda foram a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, com 86% do investimento total. Os anúncios destas empresas são facilmente encontrados em TVs, rádios, jornais, revistas e internet.

Para se ter ideia de como andam as coisas, a TV Liberal, empresa pertencente à família Maiorana, que controla rádios, jornais e uma emissora de TV no Pará, recebeu a soma de R$ 655.841,68,00, enquanto a revista VEJA que é de circulação nacional, obteve no mesmo período R$ 209.007,75, segundo dados divulgados pela SECOM (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), responsável pela comunicação do governo federal. 

Antes de 2014, o governo federal, nunca havia divulgado os valores gastos com a área de propaganda, mas uma ação ganha pelo jornalista e colunista do portal UOL, Fernando Rodrigues no STJ, garantiu a socialização das informações, mantidas em sigilo por todos os governos anteriores, sob o argumento de que prejudicava a negociação de preços, entre a SECOM e seus anunciantes. Fernando e a empresa onde trabalha (UOL) é óbvio, não gostam de concorrência.

O gráfico abaixo, publicado pelo jornal da poderosa família Frias, revela os principais investidores e seus respectivos beneficiados com as verbas destinadas no período de 13 anos, sendo que os 02 primeiros, foram os últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).



Um dos poucos veículos da imprensa alternativa que recebe verba publicitária de órgãos do governo, o site Brasil 247, reagindo à provocação do jornal Folha de São Paulo, revelou que a maior parte do investimento em propaganda estatal continua concentrada nos velhos barões da mídia brasileira. 

Assim como a Folha, outros veículos de imprensa se mostram incomodados com a destinação de verbas publicitárias para quem não é do clã dos barões da mídia.

Voltando ao que Pedro Muxfeldt escreveu, um gráfico e um trecho de seu artigo fazem um importante esclarecimento dos fatos: 



Na imagem, ele apresenta a audiência do mês de dezembro das páginas, que por causa das festas de fim de ano costuma ser um período de baixa em qualquer portal da internet, e a compara com o ganho anual em publicidade que elas tiveram. A tática seria burra se não fosse canalha.

Se dividirmos por 12 a verba obtida pelas páginas, fica mais claro o quanto elas lucraram de verdade. A revista Fórum, por exemplo, recebeu, em média, R$ 4.800 por mês, quase nada para sustentar uma redação. Dono do maior ganho, o Brasil 247, teve cerca de R$ 90 mil por mês para tocar sua estrutura.

AS FALAS DA PÓLIS, que no (fraco) mês passado teve uma audiência de cerca de quase meio milhão de visitantes (Blog e Funpage), lembra que tanto Lula, quanto o ex-ministro das comunicações, Ricardo Berzoini chegaram a defender regulamentação da mídia em entrevista a blogueiros e que neste período de 13 anos, o número de empresas e veículos de comunicação que receberam verbas de publicidade da União, pulou de 4.398 em 2000 (governo FHC) para 10.817 (governo Dilma), ou seja, mais que o dobro.

No entanto, o governo petista mantém a concentração da maior fatia deste investimento, estratégico para o governo e o desenvolvimento do país, nas mãos de poucas famílias de grandes empresários. 

Isso precisa mudar!

sexta-feira, janeiro 01, 2016

"Aécio da Argentina" altera leis para pagar "Globo Argentina"



No blog do Miro, sob o título "Macri presenteia a Globo da Argentina".

O presidente argentino Mauricio Macri, que governa por decretos como um velho ditador, retribuiu o enorme apoio dado à sua eleição pelo Grupo Clarín – um império midiático similar ao da Globo no Brasil. Na véspera da virada do ano, ele extinguiu os dois órgãos responsáveis pela democratização da mídia no país vizinho: a Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA) e a Autoridade Federal de Tecnologias de Informação e Comunicação (AFTIC). Em êxtase, O Globo desta quinta-feira (31) festejou: “Dando sequência à revisão e extinção de uma série de políticas e condutas adotadas durante os 12 anos de kirchnerismo na Argentina, o presidente Mauricio Macri eliminou, por decreto, os dois órgãos que regulavam os monopólios nos meios de comunicação”. 

As duas entidades reguladoras foram criadas em decorrência da “Ley de Medios”, aprovada pela Assembleia Nacional e sacramentada pela Corte Suprema após longos anos de debates no país e de confrontos com os conglomerados, em especial com o Grupo Clarín. Em seu lugar, o presidente mafioso criou a “Entidade Nacional de Comunicação” (Enacom), que eliminará a participação da sociedade civil e será hegemonizada pelos barões da mídia. Marcos Peña, chefe do gabinete presidencial, também já anunciou que “o governo impulsionará uma nova lei conjunta dos meios de comunicação para pôr fim à Lei de Meios, que limita as licenças no país” – aplaude, novamente, o jornal da famiglia Marinho, que goza de tantas concessões ilegais de rádio e tevê no Brasil.

No maior cinismo, o aspone do ditador justificou as medidas truculentas que servem ao Grupo Clarín. “Há mais ou menos sete anos, iniciou-se uma guerra contra o jornalismo, sempre motivada por uma visão fechada e autoritária da democracia. Aquele que não se submetesse às vontades do Estado deveria ser combatido, marginalizado e perseguido de várias maneiras. Começa agora uma política do século XXI. Hoje, por decisão de Macri, termina a guerra contra o jornalismo na Argentina. Acreditamos que o jornalismo deve ser crítico. Não haverá, agora, veículos amigos e inimigos. Não acreditamos nos monopólios da economia”, esbravejou Marcos Peña, chefe de gabinete de um governo controlado pelos rentistas e monopólios argentinos. Pausa para as gargalhadas!

Na semana passada, Mauricio Macri já havia determinado, também por decreto, a remoção dos diretores das duas agências. Como eles se recusaram a deixar seus postos, forças policiais executaram a ordem de despejo. Mas o novo presidente argentino – também batizado de “presidente do Clarín” – deve enfrentar resistências na sua ação em favor dos monopólios midiáticos. Na semana retrasada, mais de 15 mil pessoas realizaram um primeiro ato em defesa da “Ley de Medios” em Buenos Aires. Como denunciou Martín Sabbatella, da extinta AFSCA, “Macri odeia a democracia e as instituições. Por isso ignora o Congresso e governa com DNU (decreto de necessidade e urgência), decisões judiciais cúmplices e blindagem midiática... A Casa Rosada é o bunker das corporações”. 

Os argentinos, mesmo os que votaram iludidos no presidente mafioso, não aceitarão passivamente as suas investidas contra a democracia. A temperatura da luta de classes no país deverá esquentar nos próximos meses. Nem a blindagem do Clarín garantirá paz e tranquilidade a Mauricio Macri. O jornal O Globo e o restante da mídia nativa, que vibraram com o revés do kirchnerismo – como se ele fosse, inclusive, uma prévia da derrota do chamado lulopetismo –, também terão muitas dificuldades para defender o novo ditador da Argentina. A conferir!

Além de Aécio, Collor também recebeu R$ 300 mil de propina do 'Petrolão'




O entregador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, mais um delator da Operação Lava Jato, afirmou em depoimento aos investigadores que fez uma entrega de R$ 300 mil em Maceió que era destinada ao senador Fernando Collor (PTB-AL).

O relato de Rocha, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, corrobora a delação premiada de Rafael Ângulo, também funcionário de Youssef que detalhou entregas para Collor.

Rocha contou que, a pedido do doleiro, transportou R$ 300 mil em trinta pacotes de notas de R$ 100 por avião, indo de Navegantes (SC) para Campinas (SP) e de Campinas para Maceió.

Lá, encontrou em um hotel justamente Rafael Ângulo, que faria a entrega do dinheiro. Segundo Rocha, além dele havia mais duas pessoas que foram lá transportar valores, o que levou à conclusão de que o total da entrega era R$ 900 mil, valor que teria sido confirmado por Rafael Ângulo.

Rocha afirmou, porém, que só ficou sabendo posteriormente que se tratava de Collor o destinatário.

"Quando chegou de volta ao escritório de Alberto Youssef situado na rua Renato Paes de Barros, no Itaim Bibi, em São Paulo, ele comentou com o declarante que tinha recebido uma reclamação porque Rafael Ângulo Lopez tinha chamado Fernando Collor de Mello de 'velho e gordo'; que então o declarante disse a Alberto Youssef: "Ah, então o dinheiro de Maceió foi para Collor!"; que Alberto Youssef confirmou: 'Foi'", diz o depoimento.

O delator também disse que entregou três vezes dinheiro na empresa Companhia Águas de Itapema, do ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, em valores de cerca de R$ 380 mil cada.

Sobre Leoni Ramos, afirmou ainda que o viu em visita à casa de Youssef em São Paulo depois que o doleiro saiu do hospital em razão de uma cirurgia.

Collor e Leoni Ramos já foram denunciados pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal sob acusação de envolvimento com o esquema de corrupção.

Em sua defesa, Collor tem negado o recebimento de propina da Petrobras. Em nota divulgada anteriormente, ele também já criticou os depoimentos de delação premiada de Youssef e sustentou que não o conhece nem manteve qualquer tipo de relação com o doleiro. Já Leoni Ramos, em nota divulgada anteriormente, "nega e repudia categoricamente que tenha recebido ou intermediado valores ou contratos".

Em artigo, Dilma afirma que se empenhará por um país forte para todo o povo brasileiro

Dilma: ano de 2016 será de diálogo com “todos os que desejam construir uma realidade melhor”. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Causou um grande estranhamento entre blogueiros, ativistas digitais e os mais atentos, a publicação da 1ª mensagem do ano da presidenta Dilma ter sido lançada na manhã desta sexta-feira, com exclusividade no jornal Folha de São Paulo, na área para assinantes e só às 13:39 é que foi distribuída livremente no Blog do Planalto.

Para quem não conseguiu ler, segue abaixo:


Um feliz 2016 para o povo brasileiro*

O ano de 2015 chegou ao final e a virada do calendário nos faz reavaliar expectativas e planejar novas etapas e desafios. Assim, como sempre, nos traz a necessidade de refletir sobre erros e acertos de nossas decisões e atitudes.

Este 2015 foi um ano muito duro. Revendo minhas responsabilidades nesse ambiente de dificuldades, vejo que nossos erros e acertos devem ser tratados com humildade e perspectiva histórica.

Foi um ano no qual a necessária revisão da estratégia econômica do país coincidiu com fatores internacionais que reduziram nossa atividade produtiva: queda vertiginosa do valor de nossos principais produtos de exportação, desaceleração de economias estratégicas para o Brasil e a adaptação a um novo patamar cambial, com suas evidentes pressões inflacionárias.

Tivemos também a instabilidade política que se aprofundou por uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não aceitaram o resultado das urnas e tentaram legitimar sua atitude pelas dificuldades enfrentadas pelo país.

Mais do que fazer um balanço do que se passou, quero falar aqui da minha confiança no nosso futuro e reafirmar minha crença no Brasil e na força do povo brasileiro. Estou convicta da nossa capacidade de chegarmos ao fim de 2016 melhores do que indicam as previsões atuais.

A principal característica das crises econômicas do Brasil, desde os anos 1950, é uma combinação entre crise externa e crise fiscal. As economias emergentes sempre foram pressionadas pela combinação de déficit e dívida externa, com desarranjos fiscais do Estado.

A realidade brasileira hoje é outra. A solidez da nossa economia é a base da retomada do crescimento. Temos uma posição sólida nas reservas internacionais, que se encontram em torno de US$ 368 bilhões, a sexta maior do mundo.

O déficit em transações correntes terá recuado no final do ano de cerca de 4,3% para 3,5% do PIB, comparativamente a 2014. O investimento direto estrangeiro na casa de US$ 66 bilhões demonstra a confiança dos investidores no nosso país.

Em 2016, com o apoio do Congresso, persistiremos pelos necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal. Em diálogo com os trabalhadores e empresários, construiremos uma proposta de reforma previdenciária, medida essencial para a sobrevivência estrutural desse sistema que protege dezenas de milhões de trabalhadores.

É claro que os direitos adquiridos serão preservados, e devem ser respeitadas as expectativas de quem está no mercado de trabalho, mas de forma efetivamente sustentável.

Convocarei o Conselho de Desenvolvimento Social, formado por trabalhadores, empresários e ministros, para discutir propostas de reformas para o nosso sistema produtivo, especialmente no aspecto tributário, a fim de construirmos um Brasil mais eficiente e competitivo no mercado internacional.

Não basta apenas a modernização do nosso parque industrial, é fundamental continuarmos investindo em educação, formação tecnológica e científica.

Precisamos também respeitar e dialogar com os anseios populares, desenvolvendo uma estrutura de poder mais próxima da sociedade, instituições fortes no combate à corrupção, oferta de serviços públicos de qualidade e ampliação dos instrumentos de participação e controle da sociedade civil.

As diferentes operações anticorrupção tornaram as instituições públicas mais robustas e protegidas. Devem continuar assegurando o amplo direito de defesa e punindo os responsáveis, sem destruir empregos e empresas.

Reafirmo minha determinação pela reforma administrativa que iniciei. Quero um governo que gaste bem os recursos públicos, que seja racional nos processos de trabalho e eficiente no atendimento às demandas da sociedade.

O governo está fazendo sua parte. Executamos um duro plano de contenção de gastos, economizando mais de R$ 108 bilhões em 2015 -o maior contingenciamento já realizado no país. Para 2016, firmamos o compromisso de produzir um superavit primário de 0,5% do PIB. Fizemos e faremos esse esforço sem transferir a conta para os que mais precisam.

Sei que as famílias brasileiras se preocupam com a inflação. Enfrentá-la é nossa prioridade. Ela cairá em 2016, como demonstram as expectativas dos próprios agentes econômicos.

O governo manteve, no ano de 2015, os investimentos que realizamos para melhorar a vida dos brasileiros. Por exemplo, foram cerca de 389 mil moradias entregues e mais de 402 mil contratadas no Minha Casa, Minha Vida. Quase 14 milhões de famílias receberam o Bolsa Família.

Oferecemos 906 mil novas vagas em universidades públicas e privadas e 1,3 milhão no Pronatec. Entregamos 808 km de rodovias, tanto por meio de obras públicas como pelas concessões privadas. Autorizamos dez terminais portuários privados, concedemos e modernizamos aeroportos. Ampliamos a oferta de energia em 5.070 MW.

É hora de viabilizar o crescimento. O plano de concessões em infraestrutura já é uma realidade. Os leilões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias vão impulsionar a nossa economia e contribuirão para a geração de empregos. Não vamos parar por aí.

É importante ressaltar que em 2015 as instituições da nossa democracia foram exigidas como nunca e responderam às suas responsabilidades, preservando a estabilidade institucional do Brasil.

Todos esses sinais me dão a certeza de que teremos um 2016 melhor. Mesmo injustamente questionada pela tentativa de impeachment, não alimento mágoas nem rancores. O governo fará de 2016 um ano de diálogo com todos os que desejam construir uma realidade melhor.

O Brasil é maior do que os interesses individuais e de grupos. Por isso, quero me empenhar para o que é essencial: um Brasil forte para todo o povo brasileiro.

* Artigo da presidenta Dilma Rousseff publicado no jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira (1º). 

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quinta-feira, dezembro 31, 2015

Homofobia e agressões na rua, TV e mídias sociais gera revolta e protesto


Por Diógenes Brandão

Dois dias após a tradicional festa da Marujada de Bragança, onde cerca de 300 mil pessoas participam da procissão em homenagem a São Benedito, padroeiro da cidade localizada no nordeste do Pará, uma denúncia de um caso de homofobia revoltou a população LGBT do município e sensibilizou diversas pessoas que passaram a comentar e postar nas redes sociais, suas opiniões a respeito do episódio.

Estudante do 3º ano, no curso de Biologia da UFRA, o jovem homossexual Hiago Lima, (20), procurou a delegacia de polícia na noite da última segunda-feira (28), para denunciar que foi agredido de forma brutal pelo empresário Gleidson Veras (32), que possui uma empresa de segurança patrimonial na cidade. No entanto, o delegado que estava de plantão com uma escrivã alegou que só estava atendendo "emergências" e o orientou a voltar no dia seguinte para registrar sua ocorrência, mas que antes procurasse o IML para fazer o exame de corpo delito, onde foi logo em seguida, mas também não conseguiu atendimento pela ausência da médica plantonista. Tudo ficou para o outro dia.

Em sua versão, Hiago disse ao blog AS FALAS DA PÓLIS, que estava retornando da festa de aniversário de um amigo, quando percebeu que poderia ser assaltado por um estranho que vinha em sua direção. Assustado, pulou para dentro de um prédio abandonado, procurando se esconder. Ao adentrar o local, percebeu logo em seguida a chegada de outra pessoa com uma lanterna e ao sair, deparou-se com seu agressor que vestido com roupas de sua empresa de segurança, o interrogou, assim como o outro homem que foi liberado ao alegar que estava ali para fazer um programa sexual com o jovem estudante, o que foi negado por ele, mas mesmo assim não o impediu de ser revistado por Gleidson que teria lhe obrigado à deitar-se no chão, onde levou golpes de cassetetes, ao mesmo tempo que era agredido verbalmente com termo como "viadinho" e sob a acusação de estar fazendo programa em uma área que seria vigiada pela empresa do acusado da agressão.

A notícia propagada pela TV e as mídias sociais levou as entidades estudantis e de LGBTs, como o Levante Popular da Juventude e o Movimento Juntos, a emitirem manifestos públicos e organizarem uma manifestação denominada: "Bragança contra a homofobia", na noite desta quarta-feira (30), quando cerca de 50 pessoas tomaram as ruas da cidade e foram para a frente da “TV Mania”, afiliada à Rede Record, onde até ontem trabalhava o repórter Jorge Silva, mais conhecido como "foca".

Foca teria sido demitido pela emissora de tv, logo após a direção da empresa ter tomado conhecimento das acusações de sua participação na abordagem violenta e discriminatória, mas mais ainda pelo fato de ter sido acusado de gravar o ocorrido e divulgado na emissora local, uma matéria que favorecia o agressor e culpava a vítima. Segundo o agredido, "Foca" e Gleidson são sempre vistos juntos, no veículo da empresa de segurança, já que o repórter não tem automóvel para fazer suas matérias. Uma das suspeitas é que a parceria se deva pela relação empresarial e de propaganda da empresa de segurança, somada à uma possível promoção política do empresário.

Para Hiago, o papel de "foca" teria sido de gravar a agressão promovida e tentar jogar a opinião pública contra ele, contando com o apoio de outro funcionário da TV, o editor de imagens Jairo Reis, que fez comentários em um grupo de uma mídia social, acusando o homossexual de estar realmente praticando sexo com um suposto pescador, no interior do prédio abandonado e isso justificaria que levasse uma surra de cacete. Até o fechamento desta matéria, Jairo ainda não havia sido demito da emissora, tal como aconteceu com seu colega, o "Foca".



Assim como os funcionários da tv local, o acusado de ter sido autor das agressões contra Hiago é também apontado como difusor de conteúdos homofóbicos nas mídias sociais e de agredir verbalmente outros homossexuais em seus momentos de lazer ou de trabalho. Segundo se pode apurar, em seu perfil de uma rede social, Gleidson sempre publica e compartilha postagens com declarações políticas de apoio ao delegado Eder Mauro, deputado federal pelo Pará que integra a chamada bancada BBB (do boi, da bala e da bíblia), a qual condena de forma sistemática muitos dos comportamentos de minorias, como os homossexuais e pregam uma pauta conservadora e reacionária contra esse público no Congresso Nacional. 



A OUTRA VERSÃO

Através de contato telefônico, feito na manhã desta quinta-feira (31), o blog ouviu a versão do empresário Gleidson Veras, que disse que está sendo acusado de uma mentira contada de forma injusta e caluniosa, estando portanto preparando sua defesa para cobrar reparação de danos pela divulgação de seu nome e de sua empresa, no fato que alega ter sido totalmente ao contrário do que foi divulgado, após o relato da suposta vítima de agressão.

Segundo Gleidson, na noite  do ocorrido, ao sair para a verificação de uma área coberta pela segurança de sua empresa, deu carona para o repórter da "TV Mania", afiliada da Rede Record em Bragança e notou um movimento suspeito em um prédio em construção. Ao abordar um homem que teria alegado ser pescador e que estava ali para fazer um programa sexual com Hiago Lima, que surgiu logo depois constrangido com a presença de um repórter, com sua câmera nas mãos gravando a abordagem. A partir disso, o jovem passou a dizer em tom de ameaça que não deveria ser filmado e que, caso o repórter o gravasse, "as coisas não iriam ficar assim". A conclusão do empresário é de que o jovem estudante não queria ser exposto e por isso, segundo ele, "criou todo esse circo". 

Ao falar sobre as diversas postagens "printadas" de suas redes sociais, Gleidson diz que é uma perseguição que se dá por ele apenas ter reproduzido fatos de abrangência nacional, negando a autoria e se colocando apenas como alguém que compartilhou o conteúdo de outrem. O acusado diz também, que tanto ele, quanto seu amigo na TV possuem muitos amigos gays e até alguns funcionários e por isso as acusações de que são homofóbicos não se justifica. Além disso, o empresário nega qualquer tipo de agressão e disse que só estava cumprindo seu papel na segurança dos locais onde é contratado para monitorar.

O QUE É A HOMOFOBIA?

Segundo Maria Berenice Dias, Presidenta da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, a homofobia compreende qualquer ato ou manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Apesar de a palavra homofobia albergar todos esses segmentos, novas expressões, como lésbofobia, bifobia e transfobia, surgem para dar ainda mais visibilidade à intolerância em todos os seus matizes. Mesmo que sejam termos novos, definem velhas posturas, pois se chega a invocar a Bíblia na tentativa de absolver atitudes discriminatórias. Nada mais do que a busca de justificativas para o injustificável: preservar o “direito” de externar ódio contra alguém sem correr o risco de ser punido. 

Por um ano cheio de vitórias!



Um agência de comunicação digital que sabe como expressar a ansiedade pela campanha eleitoral, que já começa a partir de amanhã. 

Vem aí um ano de fortes emoções! Você já está preparado

quarta-feira, dezembro 30, 2015

Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil a Aécio



Na Folha

Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio.

Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" (leia abaixo).

Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo.

O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do delator.

"E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo".

O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.

Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio "mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no Rio de Janeiro".

O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação.

Trecho do depoimento de Carlos Rocha, funcionário do doleiro Alberto Youssef

Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações.

Embora tenha dito que Miranda não tinha "nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois" da construtora UTC, Santana observou que "pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega".

OUTRO LADO

A assessoria de Aécio Neves disse que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação".

"Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações". A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras.

"A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB", diz a nota.

Procurada, a UTC disse que "a acusação não tem fundamento".

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Jornalista revela susposto assassinato do deputado Eder Mauro


Réu no STF pelo crime de tortura, o deputado paraense integrante da chamada "bancada da bala", chama a atenção do Brasil pela forma agressiva com que age no Congresso Nacional. No Estado do Pará,  onde foi eleito com cerca de 250 mil votos, o parlamentar é conhecido como "matador de pobre" e teria se candidatado para obter foro privilegiado em seu processo criminal. 

Por Luiz Gustavo Padrão*, no Facebook.


Se eu não tiver parado de defecar pela boca, fico feliz por ter parado de oferecer, gratuitamente, meu bolo fecal à sociedade.

Após 3 anos de abandono, a lembrança me emocionou de forma paradoxal. O amor que tive pela profissão e a decepção que tento esquecer.

Lembro o episódio que me fez perder o tesão pelo jornalismo e se tornar determinante para abandoná-lo. Julho de 2012, eu retornava à reportagem de TV, depois de um ano e meio afastado. Na primeira semana fui cobrir uma reportagem em Benfica, Região Metropolitana de Belém. 

Tratava-se da execução de um ajudante de pedreiro, apontado pela "elite" da Polícia Civil paraense como suspeito de envolvimento com o tráfico. A população estava revoltada com o assassinato (execução sumária) do rapaz e chegou a bloquear parte da BR-316, como forma de protesto.

Cheguei ao local e colhi depoimentos de moradores e parentes da vítima. Todos (unanimidade de cerca de 200 moradores) disseram que o rapaz nunca foi envolvido com o tráfico e que foi executado por engano e de forma covarde. 

Um dos moradores me passou um vídeo que mostrava policiais saindo de dentro do terreno onde ocorreu a morte momentos depois da execução. Entre os policiais estava o delegado Eder Mauro, chefe do grupo de polícia metropolitana (GPM) e famoso pelo número de traficantes mortos em suas operações policiais.

Ele foi apontado pelos moradores como o executor da vítima. Após colher os depoimentos, fui a delegacia para ouvir o outro lado, como mandam os melhores e piores manuais de jornalismo. O delegado Eder Mauro não quis falar sobre o caso. Escrevi a matéria e fui para TV no início da madrugada. 

Deixei todas as sugestões de imagens e de construção da matéria para a edição. No dia seguinte, na hora do almoço, aguardava a veiculação da reportagem no jornal mais importante da casa. A matéria não foi ao ar.

Liguei para chefia de reportagem para perguntar o que tinha acontecido. A chefe de reportagem não soube dar uma resposta concreta. Primeiro disse que havia ocorrido um problema com a fita onde estavam as imagens brutas. Eu não aceitei a resposta porque sabia que havia deixado a fita em perfeitas condições. Na mesma hora fui à TV para saber o que tinha acontecido de fato. 

Quando cheguei na redação, a mesma chefe de reportagem disse que a matéria não tinha sido aprovada pela direção geral da emissora pelo fato da Polícia ser "nossa parceira" (palavras da direção reproduzidas pela chefia).

A "parceria" fez com que a matéria nunca fosse veiculada. Eu recebi inúmeras ligações dos moradores, nas quais era chamado de vendido, antiético e parceiro de policial assassino. A história do rapaz foi para estática de assassinatos por conflitos armados entre policiais e "traficantes". Eu abandonei o jornalismo meses depois, após ser eleito pela direção como um dos premiados com a demissão coletiva, promovida em dezembro do mesmo ano. Parei de ler e ver jornais.

Ainda assim, assisti a vitória do mesmo policial envolvido no caso. Não na justiça, mas nas urnas. Se tornou "nosso representante" no Congresso Nacional, após ser o candidato mais votado, escolhido por mais de 250 mil eleitores. Nós, jornalistas, temos responsabilidade por isso. Nós o colocamos lá. Nós que aceitamos aquilo que nos é imposto pela mídia, ou, no caso, que nós impomos por meio da mídia.

Acredito, cada vez mais, que a maioria da prática jornalística, no mundo e no Brasil, não está exercendo sua função social, abandonando, consciente ou inconscientemente, a sua essência. Estamos prestando um desserviço à sociedade. Não estamos levando informação que provoque a reflexão e o estímulo à construção de uma sociedade de fato. Estamos enfiando goela abaixo um produto indigesto, engolido e reproduzido como excremento.

Fica a esperança de assistir a mudança jornalística e social um dia. Tento fazer minha parte em outras áreas, sempre atento ao perigo de oferecer excrementos. Temos sempre algo muito mais palatável e saudável a dar.


*Luiz Gustavo Padrão é jornalista, atuou como assessor de Imprensa no Ministério Público Federal e na TV Record de Belém. Hoje mora no Rio de Janeiro.

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