quarta-feira, junho 15, 2016

Ex-dirigente da Transpetro deleta Temer e toda a cúpula do PMDB



Na Folha

Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado relatou ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.

O PMDB, fiador político de sua indicação à presidência da Transpetro, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos.

Segundo ele, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro.

"Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", afirmou.

A lista de políticos entregue por Sérgio Machado inclui ferrenhos adversários do PT, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e o deputado Felipe Maia (DEM-RN).

Além deles, outros que o procuraram pedindo recursos foram, de acordo com sua delação, os caciques do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), José Sarney (AP) e Jader Barbalho (PA), e também os parlamentares e ex-parlamentares Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Edison Lobão (PMDB-MA), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Walter Alves (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Machado também afirmou que o presidente interino, Michel Temer, negociou propina para a campanha do então correligionário Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

No caso de Renan, Jucá e Sarney, o ex-presidente da Transpetro relatou que eles receberam tanto por meio de doações oficiais como de dinheiro em espécie. Machado detalhou quais doações feitas a eles podem ser consideradas como propina.

Machado também relatou quais empresas aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê.

"Quando chamava uma empresa para instruí-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a Transpetro", disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos.

OUTRO LADO

O advogado dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB -MA) e do ex-presidente José Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que os três negam ter recebidos recursos de Machado.

"A delação é bastante ampla e tem que ver qual é a credibilidade dela, tendo em vista que ela foi feita para livrar os filhos [de Sérgio Machado] da cadeia. A delação tem que ser vista com muitas reservas", disse à Folha.

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirma que as doações recebidas "foram obtidas sem intermediação de terceiros, mediante solicitações feitas diretamente aos dirigentes das empresas doadoras". Ele ainda afirma que, como presidente de partido de oposição, não teria nenhuma "contrapartida a oferecer a qualquer empresa que se dispusesse a fazer doação em troca de favores" do governo. Por fim, reafirma que as doações recebidas têm "origem lícita" e foram declaradas à Justiça Eleitoral.

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que "Machado nunca arrecadou para as minhas campanhas, nunca pedi que ele arrecadasse. Ele cita meu nome de forma genérica, sem dizer qual empresa [doou], qual o valor [foi doado]. Isso nunca existiu".

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) confirma ter recebido doações da Queiroz Galvão, mas afirma que elas foram legais.

"Pedi doação para minha campanha, até porque todo candidato pede. Mas pedi doações legais, recebi e declarei tudo na Justiça Eleitoral. O que recebi da Queiroz Galvão está declarado na minha prestação de contas: foram R$ 332,5 mil em 2014. Esses valores estão errados [Sérgio Machado diz que os repasses ao deputado foram feitos via Queiroz Galvão: R$ 200 mil em 2010 e R$ 200 mil em 2014]. Eu não sabia da relação que Sérgio Machado estabelecia com as empresas. Uma coisa é pedir doação legal e declarar, que foi o que eu fiz. Outra coisa é participar de um esquema criminoso", afirmou.

A Folha não conseguiu falar com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), mas ela já havia se manifestado sobre o caso. Disse ter pedido "ajuda pessoal" a Sérgio Machado, mas negou que existam irregularidades em sua contabilidade eleitoral.

Segundo ela, todos os repasses recebidos são públicos e registrados e os pedidos foram transparentes e aprovados pela Justiça Eleitoral.

"Atuo no setor naval há 35 anos e, por isso, estive de forma republicana diversas vezes com Sérgio Machado discutindo melhorias ao setor devido à importância da Transpetro. Na campanha de 2008 conversei com Machado sobre a possibilidade de sua ajuda pessoal, sim. Mas afirmo que não há qualquer contribuição da Queiroz Galvão em minhas campanhas através de Sérgio Machado, apenas de duas subsidiárias em 2014 por contato direto através do PC do B", afirmou Feghali, em nota.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ainda não responderam ao pedido da reportagem.

Heráclito Fortes (PSB-PI) está em missão oficial no Panamá e disse que só irá se manifestar nesta quinta-feira (15), quando retornar ao país.

A Folha também deixou recado no gabinete do deputado Felipe Maia (DEM-RN), mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Procuradas, as empresas Galvão Engenharia e NM Engenharia não quiseram, por ora, se manifestar. A Queiroz Galvão informou que "não comenta investigações em andamento". As demais firmas citadas ainda não responderam ou não foram localizadas. 

terça-feira, junho 14, 2016

Stédile: Antecipação da eleição? Somos contra.



O líder do MST, João Pedro Stédile, disse à Folha ser contra a antecipação das eleições e que crise na qual o país está envolvido somente será resolvida com uma ampla reforma política, que mude os critérios e garanta a verdadeira representação do povo.

O MST e a ampla maioria dos movimentos da Frente Brasil Popular têm como linha política lutar contra o governo golpista de Temer e exigir a revogação do processo contra a presidenta Dilma, para que ela reassuma em 17 de agosto de 2016.

E já apresentamos à presidenta a necessidade de que anuncie ao povo brasileiro seu novo programa de governo, com uma nova política econômica que atenda às necessidades da população e tire o país da crise.

Montar um novo ministério em diálogo e representativo das forças da sociedade que a apoiaram. Ao mesmo tempo, que se comprometa a promover a reforma política, que somente poderá vir por meio de um plebiscito nacional que convoque eleições para uma assembleia constituinte exclusiva. Como, aliás, ela já se manifestou favoravelmente em recente entrevista à revista “Carta Capital”.

A crise na qual o país está envolvido somente será resolvida com uma ampla reforma política, que mude os critérios e garanta a verdadeira representação do povo.

Antecipar eleições presidenciais ou gerais não resolve os problemas da crise política e, ao contrário, poderia legitimar as mesmas forças conservadoras que deram o golpe, para implementar um programa neoliberal e conservador na sociedade.

Todos sabemos que a derrota dos golpistas no Senado, e a implementação da reforma política necessária somente virá com a pressão de mobilizações populares, que espero aumentem a cada dia.

Não há pois nenhuma fórmula mágica de antecipação de eleições que se viabilize no curto prazo e resolva os problemas da política. Se os senadores sérios fossem a maioria no Senado, já teriam aprovado a PEC de antecipação das eleições gerais (antes do processo de impecheament) e, melhor ainda, o projeto de lei que convoca um plebiscito sobre a reforma politica via assembleia constituinte, que estão lá dormindo nas gavetas do Senado.

segunda-feira, junho 13, 2016

Ananindeua: À esquerda, volver!

Jefferson Lima e Miro Sanova são rechaçados pela militância de esquerda em Ananindeua. Jorge Farias cresce entre os elegíveis nas eleições de Outubro.


Por Diógenes Brandão

Em Ananindeua, o segundo maior município e colégio eleitoral do estado do Pará, o advogado e militante histórico, Jorge Farias (PCdoB), vem sendo o nome de consenso nas bases dos partidos de esquerda, que não abrem mão de ter uma candidatura que rompa com o ciclo de 20 anos de revezamento entre prefeitos, sempre indicados pelos caciques do PMDB e do PSDB.

Além do PCdoB e do PT, Jorge Farias pode agregar outros partidos progressistas, inclusive o PSOL que se nega a coligar com o PT em Belém, por mais que dependa de grande parte dos votos do ex-partido de Edmilson Rodrigues, candidato que lidera algumas pesquisas, mas que também tem alta rejeição e dificuldades de manter-se na liderança, quando começar a campanha eleitoral, propriamente dita.

Em diversas reuniões que acontecem desde o nano passado, militantes orgânicos e dirigentes do PT, PCdoB e PSOL de Ananindeua, rechaçam a indicação de cima pra baixo, dos nomes de Jefferson Lima e Miro Sanova, os quais são cogitados como candidatos a prefeito de Ananindeua, em conversas de bastidores, nas cúpulas partidárias que discutem entre si o mapa eleitoral de todo o estado do Pará, em escritórios de Belém, sem consultar e nem tão pouco considerar a vontade e os desejos de sua militância. 

"Miro Sanova (PDT) é velho aliado de Manoel Pioneiro, prefeito do PSDB em seu terceiro mandato e Jefferson Lima é o nome que o PMDB apresenta como "novidade", mas que na prática representa a continuidade da oligarquia que o banca, com dinheiro e visibilidade na imprensa local", conclui ao blog uma liderança que reuniu-se este final de semana com dirigentes dos partidos de esquerda em Ananindeua.

Assista o vídeo publicado pelo Blog Ananindeua Debates, onde Jorge Farias expõe os motivos que o levaram a aceitar sua indicação como pré-candidato à prefeitura de Ananindeua.


PT de Tucuruí rompe com o PMDB e pode coligar com o PSD

Filiado há 06 meses, depois de sair do PT, Jones será candidato pelo PMDB e tentava influenciar seu ex-partido a apoiá-lo.

Por Diógenes Brandão

Em uma decisão apertada, o Diretório Municipal do PT de Tucuruí decidiu que o partido não coligará com o PMDB, o qual tem como pré-candidato um ex-petista. Partido pode ter candidatura própria, assim como coligar com o PSD. 

A definição estava pressionada por forças externas, já que o ex-petista e atual filiado ao PMDB, Jones William, tinha petistas defendendo-o dentro do PT de Tucurui para que o partido o apoiasse em uma aliança, o que não aconteceu e a coligação está descartada.

Em relação ao PSD ser cogitado em uma aliança local com o PT, ainda não está definida qual destes partidos apresentará o titular e o vice. Ou seja, a cabeça de chapa ainda está em discussão.

sábado, junho 11, 2016

TCU divulga lista dos Fichas Sujas



O Tribunal de Contas da União (TCU) enviou nesta quinta-feira, 9, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma lista com 6.738 nomes de pessoas que, ao gerirem recursos públicos federais nos últimos oito anos, tiveram as contas julgadas irregulares e podem ser condenados pela Corte Eleitoral à inelegibilidade.

As contas podem ser reprovadas pelo TCU por mera omissão na prestação de contas, em que não há necessariamente um dano ao erário, ou por casos mais graves, como corrupção e gestão ilegal dos bens públicos. Envolvem pessoas com ou sem cargo público que administraram recursos de vários tipos, como os destinados a bolsas de estudo ou até para realização de obras federais.

A sanção de torná-las inelegíveis tem como base a Lei da Inelegibilidade. A regra prega que são inelegíveis as pessoas que tiverem as contas rejeitadas por irregularidades insanáveis e que tenham cometido ato de improbidade administrativa no exercício de cargo ou função pública. A lista será atualizada diariamente e poderá crescer até o último dia do ano.

Entre os quase sete mil nomes, diversos políticos paraenses, entre eles, ex-prefeitos, como é o caso de atual vereador de Belém Sahid Xerfan e de ex-parlamentares, como a ex-deputada estadual pelo PSDB, Suleima Pegado  Caso algum deles se candidate nas eleições deste ano, o Ministério Público Eleitoral, os partidos políticos, as coligações e os próprios candidatos poderão propor ação de inelegibilidade.

Veja aqui a lista do TCU com os nomes que estão inelegíveis.

quarta-feira, junho 08, 2016

Sensacional: Polícia Federal prendeu “Japonês da Federal”




Ele virou símbolo da Lava Jato e herói dos “coxinhas”.

Bolsonaro e o filho fizeram questão de postar uma “selfie” com a “celebridade”.

A direita fez dele um “heroizinho” da Liga da Justiça” do Paraná

Já tinha uma condenação nas costas, mas a marquetagem da Força Tarefa  fazia questão de exibi-lo nas operações de prisão.

Agora, taí o resultado: o agente federal Newton Ishii, conhecido por Japonês da Federal,  foi preso ontem em Curitiba, no Paraná.

O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu, provavelmente pelo caso de contrabando que chegou a levar a seu afastamento da corporação.

No Brasil não há ironia.

Há palhaçada, mesmo.

terça-feira, junho 07, 2016

Investigado por corrupção, Wlad defende inocência de Cunha


Wladimir Costa envergonha novamente o Pará em Brasília





Helder e Jader barbalho destacam 'Pepeca' para o governo Temer

No centro, rodeado por Jader Barbalho e Helder Barbalho, Luiz Otávio Campos é indicado para comando do governo Temer

Por Diógenes Brandão

O blog do Bacana informou que o ex-senador paraense, Luiz Otávio Campos (Pepeca), foi indicado para assumir a Secretaria Nacional de Portos, (que estava sob o comando de Helder Barbalho, desde o início do segundo mandato de Dilma), que perdeu status ministerial, mas continua responsável pelo setor.


Para quem conhece a política paraense, não é difícil supor com grandes chances de acerto, de que a indicação é do hoje ministro da Integração Nacional, o também paraense Helder Barbalho (PMDB-PA), e seu pai, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

Antes de Dilma deixar o governo, por força do pedido de Impeachment, a mídia local e nacional "caiu matando" em cima do governo federal pelo fato de "Pepeca" ser indicado pelo PMDB para o comando da Agência Nacional de Transporte Aquaviário. No entanto, o indicado não foi nomeado.

Agora que está sendo elevado ao cargo de primeiro escalão do governo Temer, não se encontra nem uma linha sobre a história do apadrinhado do PMDB paraense, nas páginas da imprensa, portais de notícias, ou matéria de rádio e tv deste país, onde a opinião publicada é a que vale.

Há pouco mais de dois meses, quando Dilma ainda estava no Planalto, o blog do Barata, trouxe uma pitoresca postagem, com o seguinte resumo histórico:

Luiz Otávio de Oliveira Campos, o popular Pepeca, ser secretário executivo da Secretaria dos Portos, comandada por Helder Barbalho, soa a escárnio, diante da vida pregressa do apadrinhado político do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará e aliado do governo Dilma Rousseff. Torná-lo diretor-geral da Antaq, a Agência Nacional de Transporte Aquaviário, é emblemático da falência do decoro que medra com vigor no Palácio do Planalto, diante da ameaça de impeachment da presidente, à beira de um ataque de nervos, segundo revela a revista ISTOÉ.

Em sua mais recente edição, a revista Veja trata de resgatar os antecedentes de Luiz Otávio de Oliveira Campos, o Pepeca. Ex-vereador de Belém, ex-deputado estadual e ex-senador - eleito em 1998 pelo PRB, atual PP, sob o patrocínio do ex-governador tucano Almir Gabriel, já falecido -, em 2012 ele foi condenado pela Justiça Federal do Pará por suspeitas de desvio de recursos públicos da ordem de R$ 12 milhões, em valores corrigidos para os dias atuais.

“O caso investigado pelo Ministério Público Federal remete ao ano de 1992, quando Campos era coordenador do Grupo Rodomar. Segundo a denúncia da procuradoria, a empresa conseguiu um financiamento do BNDES, no Banco do Brasil, para construir treze balsas para o Estaleiros Bacia Amazônica (Ebal)”, recorda Veja. “O problema é que as embarcações nunca foram construídas e o dinheiro foi embolsado para pagar dívidas da companhia. O esquema teria contado com a participação de funcionários da Ebal e do Banco do Brasil, que também receberam uma porcentagem das fraudes.”

De acordo com as investigações, para driblar a fiscalização, os envolvidos chegaram ao ponto de mostrar aos fiscais balsas velhas pintadas como se fossem novas, recorda também Veja. “Luiz Otávio Campos foi apontado como um dos chefes do esquema. Funcionários da Rodomar, que eram réus também no processo, relataram, em depoimento, que cometeram as irregularidades a mando do ex-senador. Segundo inquérito, foi Campos quem assinou as treze escrituras públicas de construção, compra e venda das balsas, cuja ‘falsidade ele conhecia’”, assinala a reportagem, para então arrematar: “Campos foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado e a pagamento de multa. Em 2013, enquanto recorria da sentença em liberdade, a punição prescreveu e ele nunca chegou a pisar em uma penitenciária.”

O toque de ironia fica por conta da História. Quando assumiu o governo do Pará pela segunda vez, em 1991, Jader Barbalho esteve por traz da prisão de Luiz Otávio Campos, que foi inclusive algemado, sob a acusação de falcatruas em sua passagem pela Secretaria de Estado de Transportes, na administração do ex-governador Hélio Gueiros, na época rompido com o morubixaba do PMDB no Pará, com o qual se reconciliaria posteriormente. “Luiz Otávio não só foi algemado como colocado num camburão da Polícia Militar, quando se encontrava em roupas íntimas”, relatou o jornalista Antônio José Soares, em matéria veiculada pelo UOL, em 20 de fevereiro de 2002.

Por obstrução à Lava Jato, Janot pede a prisão de Renan, Cunha, Sarney e Jucá, do PMDB


Via Folha

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

É a primeira vez que a PGR pede a prisão de um presidente do Congresso e de um ex-presidente da República.

O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. No caso de Renan, Sarney e Jucá, a base para os pedidos de prisão tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Os pedidos de prisão foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo jornal "O Globo" e confirmados pela Folha. Em relação a Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade –86 anos.

Janot também pediu ao STF o afastamento de Renan da Presidência do Senado.

No diálogo gravado por Machado, Jucá chegou a falar em um pacto que seria para barrar a Lava Jato. Doze dias após a posse dele no Ministério do Planejamento, a Folha revelou a gravação, e Jucá deixou o cargo voltando ao Senado.

Outro diálogo revelou que Renan chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de mau caráter e disse que trabalhou para evitar a recondução dele para o comando do Ministério Público, mas ficou isolado.

Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro afirmou que pagou ao menos R$ 70 milhões desviados de contratos da subsidiária da Petrobras para líderes do PMDB no Senado.




A maior parte da propina teria sido entregue para o presidente do Senado, sendo R$ 30 milhões. Renan é considerado o padrinho político de Machado e principal responsável por dar sustentação a ele no cargo, que ocupou por mais de dez anos.

O ex-presidente apontou ainda aos investigadores que Jucá e Sarney levaram do esquema R$ 20 milhões cada um. Não há detalhes sobre como Machado teria feito esses repasses, que foram desviados da empresa que é responsável pelo transporte de combustível no país.

A colaboração traria ainda indicações de recursos para os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).



A delação de Machado já foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e a Procuradoria-Geral da República avalia os depoimentos para as investigações. Os depoimentos indicaram o caminho do dinheiro passado para os peemedebistas.

Entre as suspeitas está a de que os peemedebistas teriam recebido parte da propina em forma de doações eleitorais, para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma licitação para renovar a frota da Transpetro.

Diante das colocações do ex-presidente da Transpetro, a expectativa é de que a Procuradoria ofereça as primeiras denúncias contra os integrantes da cúpula do PMDB no Senado. Segundo pessoas próximas às investigações, os depoimentos de Machado são um dos melhores entre as delações fechadas, porque revela detalhes e não apenas indicações ou referências do que teria ouvido sobre o esquema.

Machado fechou delação depois que as investigações contra ele e sua família avançaram. Seus três filhos também colaboram com a Procuradoria. Machado teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados pelo juiz Sergio Moro.

CUNHA

Já o pedido de prisão de Cunha foi revelado pela TV Globo nesta manhã.

Segundo a Folha apurou, a Procuradoria avalia que a determinação de suspender o peemedebista do mandato e da Presidência da Câmara não surtiram efeito, sendo que ele continuaria tentando atrapalhar as investigações contra ele na Justiça e no Conselho de Ética da Câmara, que discute sua cassação.

Há ainda relato de um integrante do conselho à Procuradoria de que estaria sendo ameaçado pelo grupo de Cunha.

Cunha foi suspenso do mandato no dia 5 de maio, por decisão unânime do Supremo. Ele já é réu na Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além de ser alvo de uma denúncia por conta secreta na Suíça, além de outros quatro procedimentos que apuram o uso do mandato para beneficiar aliados e ainda suposto desvios na obra do Porto Maravilha. Um outro pedido de abertura de inquérito segue em sigilo.

Sem ligação com os desvios na Petrobras, o STF também abriu um inquérito para apurar se o peemedebista foi beneficiado por esquema de corrupção em Furnas.

OUTRO LADO

O advogado do senador Romero Jucá, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que "prefere dizer que não acredita" no pedido de prisão de seu cliente.

"Pelo que eu vi, pelo que eu soube, não havia nada que justificasse uma medida como essa", disse o defensor. Kakay reconheceu, porém, que ainda não teve acesso aos autos da investigação. "Estamos pedindo acesso desde sexta-feira, sem sucesso."

Em nota, Renan reafirmou que não praticou nenhum "ato concreto que pudesse ser interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça" porque "nunca agiu, nem agiria, para evitar a aplicação da lei", e considerou a iniciativa da PGR "desarrazoada, desproporcional e abusiva".

O peemedebista disse ainda que não teve acesso aos fundamentos que embasaram os pedidos de prisão e fez uma crítica ao Ministério Público ao dizer que as "instituições devem guardar seus limites".

"Por essas razões, o presidente considera tal iniciativa, com o devido respeito, desarrazoada, desproporcional e abusiva. Todas as instituições estão sujeitas ao sistema de freios e contrapesos e, portanto, ao controle de legalidade. O Senado Federal tem se comportado com a isenção que a crise exige e atento à estabilidade institucional do país. A nação passa por um período delicado de sua história, que impõe a todos, especialmente aos homens públicos, serenidade, equilíbrio, bom senso, responsabilidade e, sobretudo, respeito à Constituição Federal", escreveu.

Os advogados do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, afirmaram que não irão se manifestar. Ele tem negado recebimento de propina e envolvimento com irregularidades.

A reportagem ainda não obteve a manifestação dos demais alvos do pedido de prisão. Questionado nesta terça sobre os pedidos de prisão, Janot desconversou. "Não confirmo nada", disse. 

Em entrevista, Regina Barata defende sua pré-candidatura à prefeitura de Belém

Pré-candidata do PT à prefeitura de Belém, Regina Barata, foi entrevista por Mauro Bonna, na noite desta segunda-feira. 

Por Marcelo Martins

Comentários sobre a Entrevista com Regina Barata pré-candidata à Prefeitura de Belém - 2016. (programa “Argumento” - Mauro Bona - RBA – 06/06/2016).

“Você acredita na volta militância na rua? Da volta da militância com aquele brochezinho que custa R$2,00? Sem camisas maravilhosas? Até porque não vai ter empresa para fazer doação para o PT – você sabe disso!? A campanha vai ser muito curta, o tempo de Televisão da candidata do PT vai ser pequeno, dificilmente ela vai conseguir coligar vários outros partidos, poderá ocorrer até um bullying, mas pode esse bullying político, partidário virar a favor de você” (Mauro Bonna).

Abordaremos, por hora, apenas o trecho acima destacado e proferido pelo apresentador da RBA – grupo de televisão da oligarquia Barbalho – por considerarmos bastante representativo da entrevista, ao levantar cinco (5) questões em uma só pergunta, as quais consideramos de grande relevância ao pleito 2016, ou seja: 1- O PT voltará às ruas, como antigamente? 2- Como o PT fará campanha com a proibição das “doações financeiras de empresas” (pergunta esta, frise-se, pertinente para qualquer partido e candidato, segundo legislação em vigor)? 3- Como lidará com o tempo curto de TV na campanha? 4- Qual política de alianças/coligação? 5- Qual postura adotar diante das previsíveis agressões vindas de outros candidatos e partidos?

A resposta da incógnita número um (1) revelou a clareza da compreensão partidária da petista Regina Barata, e da sua história que se confunde com a história de lutas do PT, a partir da sua militância “de rua”, no movimento social (de mulheres, direitos humanos, pessoas com deficiência, etc.), possibilitou a pré-candidata explorar sua origem política e principal atuação como ativista social. Enfim, uma candidatura que vive e se orienta às parcelas da população que “está à margem da sociedade”. 

Regina expõe ainda, que a militância se sente responsabilizada, confiante e “como o PT já definiu que precisa de uma candidatura que venha de dentro do partido, que milita, que tem uma dedicação partidária, então isso facilita” da e das esquerdas, para dar uma resposta também nas urnas e nas ruas às dificuldades de uma conjuntura pautada pelo Golpe de Estado no Brasil e pelo corrupto, golpista e desastroso governo Temer que derrete a conta-gotas, mas mantem-se graças ao apoio dos partidos golpistas como o PMDB, PSDB, DEM, PPS, PSD, PP, PR, PSB, PV, etc.

O ponto alto da segunda questão foi a “desinformação profunda” demonstrada pelo apresentador em relação a grande novidade deste pleito de 2016, aquela relacionada a decisão do STF (Superior Tribunal Federal) de proibir a “doação financeira” das empresas nas campanhas. Valendo agora a contribuição apenas de quem vota, do cidadão, do eleitor, na busca de coibir uma distorção histórica do sistema. A pergunta é apresentada, dessa maneira, para criar a ilusão de que as empresas não “doariam” apenas para o PT. O que não é verdade. Pois, a lei vale par todos os partidos, nenhum, legalmente, deverá receber recursos de empresas.

Uma outra maneira de interpretar a postura do apresentador é aquela que expressa o escárnio típico dos que consideram as leis “potoca”, daqueles que se consideram acima (e fora) da lei. Deixando a mensagem subliminar de que o PT, por conta das delações e persecução seletiva estariam, dessa maneira terminantemente prejudicado pela conjuntura, “acabado”, enquanto os partidos, por exemplo, aqueles envolvidos diretamente na conspiração golpista estariam livres e soltos para fazer “caixa 2”. 

A terceira questão é um atentado à inteligência do cidadão, do eleitor, um libelo à distorção da informação, postura marcante na mídia oligárquica, pois, na realidade o PT, caso não se coligue com outro partido, sozinho terá o 3° ou 4° maior tempo de campanha de TV e Rádio.

A quarta questão apresenta uma situação interessante, pois em Belém o PT só poderá coligar-se com partidos não partícipes do Golpe de Estado contra a democracia. Ou seja, partidos com representação no congresso nacional, tais como o PCdoB, PDT e PSOL. Entretanto, a executiva estadual do partido, dirigida por parlamentares petistas ligados à maioria petista, chamou para si a responsabilidade de analisar “caso a caso” as coligações do PT nos demais 143 municípios do Pará. 

Trocando em miúdos, essa postura da maioria petista, abre margem para coligações com partidos golpistas, o que pode ferir a busca atual do PT por coerência política com a defesa da democracia e a luta contra o Golpe. 

Por fim, a última questão, foi em parte respondida pelo próprio apresentador, demonstrando a possibilidade da candidatura da Regina virar a mesa caso as agressões (o “bullying”) ocorram e se concentrem direcionadas apenas à sua candidatura e ao seu partido, o que pode beneficiar sua candidatura, pois, poderia demonstrar preconceito a única candidatura representada por uma mulher na disputa pela Prefeita de Belém.

Desejamos a pré-candidata à Prefeitura de Belém, Regina Barata, muito sucesso na sua caminhada, que as vitórias venham para aqueles que enfrentam as lutas do seu tempo. Para mim, ela demonstrou segurança, coragem, firmeza e conhecimento sobre a gestão e sobre a cidade. Sua estrela brilhou na entrevista, seu desempenho acendeu a esperança em transformar Belém em uma cidade mais justa, fraterna, igualitária e sustentável.

Assista a entrevista completa e tire suas conclusões. 



quinta-feira, junho 02, 2016

Joaquim Barbosa, o ministro do Mensalão declara: "Temer não tem legitimidade para conduzir o País..."


Por Bob Fernandes, via Jornal da Gazeta

"Temer não tem legitimidade para conduzir o País..." 

Essa é a opinião de Joaquim Barbosa, que presidiu a condenação ao PT no "Mensalão". Barbosa diz ter "sinceras dúvidas" sobre "justeza e acerto político do impeachment". 

O ministério é só de homens e brancos, recheado de investigados e citados em crimes. Vários deles serviram a FHC, Lula e Dilma. 

Hélio Bicudo, auxiliar na cobertura à gambiarra jurídica para o impeachment, já cobra: "O povo foi às ruas contra a cleptocracia"; um Estado governado por ladrões. 

NYTimes, Guardian, BBC, El País, imprensa alemã, francesa, russa, portuguesa etc. A mídia gringa batendo pesado.

Críticas ao governo Dilma afastado, mas os adjetivos duros, e o deboche, reservados aos que afastaram Dilma:

-Grande e orgulhoso Brasil ao lado de Honduras e Paraguai (...) impeachment é falência do Brasil (...) irregular (...) recuo aos velhos tempos... 

Segue a pancadaria:

-(...) traída (...) chocantes e ridículos (...) casta política corrupta (...) vexame (...) espetáculo indigno prejudica de forma duradoura instituições e a imagem do país...

Domingo. Quarto dia do interino. Temer no "Fantástico" e panelaço Brasil adentro. Já outras panelas... 

Estilingue agora é vidraça, vidraça é estilingue. Multiplicam-se manifestações e ocupações. 

Na concha acústica do Teatro Castro Alves, na Bahia, no Beira-Rio, no Pará, em estádios, escolas, teatros, ruas, nos coros e cartazes pelo país as mesmas fotos e frases:

-...Fora Temer... golpístas... 

Em São Paulo, caminhada de 10 mil. Sem o glamour de transmissão ao vivo e o imã de helicópteros sobrevoando.

A organização Repórteres Sem Fronteiras rebaixou o Brasil do 58º para 104º lugar em 180 países. E explicou seus motivos:

-Concentração de propriedade dos meios de comunicação (...) fortemente dependentes dos centros de poder político e econômico. 

Disse ainda a Repórteres Sem Fronteiras: 

-De maneira pouco velada, os principais meios de comunicação incitaram o público a ajudar na derrubada da presidenta Dilma Rousseff. 

Mundo afora jornalistas leram tal relatório. E não fizeram de conta não ter lido.

A pergunta que não quer calar: E o PT, hein?




O que dizer quando o Diretório estadual do PT libera a formação de alianças com o PMDB e quando libera seus militantes para permaneceram com DASs no governo Temer? Como explicar essas contradições a um militante, a um simpatizante ou mesmo a alguém que, não sendo do PT, sente respeito pelos compromissos do partido e repudia o golpe de estado em curso?

Como se sabe, isso ocorreu no último sábado e é oficial: o Diretório Estadual do PT, no Pará, decidiu. Fazendo um jogo de palavras (esse recurso que infesta os documentos politicamente comprometedores) deixa de "determinar" para "orientar" os militantes ocupantes de cargos comissionados no governo golpista a pedirem sua exoneração. Em outro momento, admite e mesmo facilita a manutenção de alianças com o PMDB.

Pois é. Não dá para explicar. Confesso que estou chocado e impressionado com o nível político do dessas decisões, que convertem em lixo todo o patrimônio simbólico e ético que sustenta a permanência de muita gente de bem no partido. Evidentemente, a maior parte da militância é contra essas decisões, mas há muito que o PT esquece (convenientemente) de ouvir a sua militância.

Decisões desse tipo ferem as lutas e o esforço que estamos empreendendo neste momento histórico de luta contra o golpe e no qual nossa melhor arma é, simplesmente, a coerência de posições.

Aliás não é por outra razão que critico o apoio que setores do PT estão prestando ao projeto de poder do PMDB na UFPA neste exato momento. A conveniência desse apoio silencia a coerência. E embora haja partidos que prescindam de coerência, não é possível ter um partido sério, na esquerda, que abra mão de seus critérios básicos de ética e coerência.

Aí sim dá para perceber uma ferida perigosa, talvez uma ferida de morte.

Digo isso porque o PT não acaba e nem se degrada porque Dilma foi afastada. O PT não acaba e nem se degrada diante da campanha vilipendiosa que a mídia e o campo conservador estão fazendo contra ele. Ele acaba e se degrada quando apoia o PMDB. Ele acaba e se degrada quando militantes que ocupam DASs não entregam os cargos e aceitam fazer parte do governo golpista. Ele acaba e se degrada quando militantes e mesmo intelectuais do partido fecham os olhos para o que se passa o país - e, é claro, na UFPA - quando é por pura conveniência, interesse eleitoral, individualismo.

terça-feira, maio 31, 2016

Big Brother Brasil: Temer faz o povo sentir falta de Dilma.


Por Diógenes Brandão

Em duas semanas, o governo provisório de Michel Temer vai para o segundo ministro que cai por falta de condições éticas, sendo que 07 são investigados por corrupção na lava Jato. O PMDB sabe que a população está inclinada a rejeitar o governo biônico e por isso tem feito malabarismo para que nenhum instituto de pesquisa apure a impopularidade do presidente em exercício como dizem os que não gostam de assumir o golpe.

Por sua vez, a imprensa internacional decreta que de fato existe um golpe de corruptos contra Dilma para estancar as investigações que só poderiam seguir em frente se o governo que iniciou fosse a diante. Sabedores disso, vários países se manifestam contrários à máfia que tomou o poder em nosso país e a velha mídia brasileira finge que não vê.

No entanto, com a União Europeia ameaçando romper acordos e negociações com o Brasil, os empresários brasileiros deverão se mexer e podem começar a pressionar o senado por uma ação corretiva daquilo que fizeram ao votarem pela admissibilidade do processo de impeachment que a Câmara dos Deputados, liderados pelo réu confesso, Eduardo Cunha comandou.

Basta que apenas dois senadores decidam rever seus votos favoráveis ao pedido de Impeachment e Dilma retorna à presidência melhor do que saiu. No entanto, se Temer conseguir manter as mudanças que fez na economia, nos ministérios e nas relações exteriores, pode ser que esse país fique ingovernável e tenhamos a crise política e econômica se transformando em uma dura e nefasta penalização contra a classe trabalhadora, quem mais paga impostos e o custo por tudo que acontece neste país.

domingo, maio 29, 2016

PT-PA mantém DASs no governo Temer e alianças eleitorais com o PMDB estão liberadas

Polêmica decisão de manter DASs no governo Temer e da coligação com o PMDB rodam as redes sociais, após reunião do PT-PA. Foto: Facebook do PT-PA.

Por Diógenes Brandão

Neste último sábado (28), foi realizado em um hotel de Ananindeua, região metropolitana de Belém, a reunião extraordinária do diretório estadual do PT-PA, que deliberou por decisões que deverão nortear o partido de agora em diante, traçando posicionamentos em relação às lutas sociais e políticas, principalmente contra o golpe instituído pelo impeachment. Além disso, definiu algumas regras em relação às eleições municipais, que daqui quatro há meses estarão testando o PT e sua capacidade de resistência nas urnas.

Além disso, em uma discussão calorosa, onde por uma diferença de apenas 2 votos, a resolução política que determinava, que todos (as) os (as) filiados (as) em cargo de comissão na esfera federal, pedissem a imediata exoneração foi alterada, passado a ser apenas uma orientação. Essa medida causou polêmica e abriu um grande debate no encontro, onde o resultado final acabou contrariando a base social e a maioria da militância petista, já que por uma maioria apertada, a direção do PT paraense abriu mão de romper definitivamente com o governo provisório de Michel Temer e optou em deixar à livre escolha dos DASs que ainda estão compondo órgãos federais, se saem ou permanecem em seus cargos.

"Não tenho cara, não tenho coragem e não tenho oxigênio para ir dizer isso nas ruas de Belém", argumentou a defensora pública, ex-deputada e agora pré-candidata à prefeitura de Belém pelo PT, Regina Barata, em uma dura intervenção cobrando coerência da direção partidária e se posicionando contra a manutenção da aliança com o PMDB, conforme mostra o vídeo abaixo:




Mesmo assim, a direção optou em não incluir o PMDB no roll dos partidos golpistas e liberou os municípios para traçarem alianças com o partido que no Brasil é dirigido por Romero Jucá e no Pará por Jader e Helder Barbalho.

Ao saberem do resultado, diversos militantes utilizaram as redes sociais para protestar contra as duas medidas aprovadas no diretório estadual: A desobrigação dos DASs em deixarem seus cargos e a permissão para o partido continuar traçando alianças eleitorais com o PMDB. Alguns alegam que a direção estadual do PT, assim como os deputados e o senador Paulo Rocha (que já vinha recebendo inúmeras críticas por defender o senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do senado e por presidir a CPI do HSBC que acabou virando pizza) perdem a oportunidade de mostrarem-se na luta contra a onda golpista que varre o partido para prejuízos e perdas significativas. 

Leia aqui a Moção de Repúdio, Resolução Político-eleitoral e a Resolução sobre a Conjuntura e Eleições 2016.

sábado, maio 28, 2016

Marina Silva vem à Belém lançar pré-candidaturas da Rede


Por Diógenes Brandão

Liderando as últimas pesquisas eleitorais para a sucessão presidencial do Brasil, Marina Silva chega na próxima terça-feira (31) em Belém, onde lança candidaturas da Rede e participa de diversos eventos. 

A ex-ministra do Meio Ambiente e terceira colocada nas eleições presidenciais de 2010, será recebida por uma comitiva de militantes da REDE, que confirmaram ao blog AS FALAS DA PÓLIS, que já em sua chegada, Marina será envolvida por uma série de atividades, que incluem debates abertos, reuniões com militantes do seu partido e o lançamento da pré-candidatura de Úrsula Vidal à prefeita de Belém.

Além de Úrsula Vidal, reconhecida jornalista e apresentadora de TV, a REDE-PA apresentará outros 05 (cinco) pré-candidatos a prefeitos no Pará e centenas de candidatos a vereador, em diversos municípios do estado, os quais participarão de atividades preparatórias do partido, incluindo o “Diálogos em Rede”, evento que o partido recém-fundado promove, sempre com temas que vão do desenvolvimento sustentável à ética na política, matrizes do programa partidário da REDE Sustentabilidade, que onde é realizado recebe a participação de intelectuais, artistas, cientistas políticos, ativistas sociais e ambientais, entre outros. 

sexta-feira, maio 27, 2016

A demorada e necessária autocrítica do PT

O PT, mesmo golpeado e desmoralizado, ainda tem mais militância do que qualquer outro partido brasileiro.

Por Diógenes Brandão

Com um artigo que vai direto ao ponto, sem muitos rodeios, Saturnino Braga enumera as conquistas dos governos do PT e destaca sua importância para a construção de uma nação que estava entregue aos interesses do capital exterior e de uma burguesia nacional avessa ao desenvolvimento social pleno, que por sua vez clamava por governos que aplicavam uma política econômica fundamentada no neoliberalismo e na diminuição do Estado, trazendo arrocho salarial, desemprego e especulação financeira, o que quebrou o Brasil três vezes, quando FHC foi aumentar a dívida que o país tinha com o FMI. Lula assumiu e o pacto de governança custou caro, mas deu para fazer muita coisa avançar em relação à áreas sociais.

No entanto, os erros que os dirigentes e mandatários do PT insistem em não avaliar com sua militância e emitir sinais de autocrítica para a sociedade, levaram o petista que redigiu o texto abaixo, a insistir sobre a necessidade do partido se rever por dentro, antes que seja tarde de mais e sua militância incomparável, dê adeus aos sonhos nutridos nestes 36 anos de existência.

Saturnino é reconhecidamente um homem coerente e crítico por natureza, mas honesto e com a moral necessária para ajudar a encontrar saídas para o PT se reconstruir, o que pode ser constatado neste vídeo publicado pela GloboNews.


Fique agora com o novo artigo de Saturnino Braga, publicado no editorial da Carta Maior.


Eis o momento para o PT fazer sua autocrítica

Jamais perderá o crédito dos importantes avanços que deu à Nação Brasileira nos seus treze anos de governo: a redistribuição de renda, a valorização dos salários, como nunca antes, a multiplicação das universidades no interior, e das escolas técnicas, e a nova articulação no campo internacional, a adesão aos BRICS e a união sulamericana, que deu ao Brasil uma presença com destaque que nunca teve antes. Ademais, deu completa liberdade à polícia e à Justiça para combaterem a corrupção, desbaratarem quadrilhas, envolvendo importantes líderes políticos e empresariais, sem nenhum cerceamento ou engavetamento, como antes frequentemente se fazia. Eram seus compromissos fundamentais.

Registrados os êxitos, cumpre inventariar os erros. Houve alguns de natureza econômica, como uma desatenção em relação à prioridade do desenvolvimento industrial, uma exacerbação no incentivo ao consumo e na ampliação do crédito em direção a um endividamento excessivo das famílias, e ainda uma fixação grave na supervalorização do real ensejada pela boa onda de exportação de commodities. Erros importantes, sim; entretanto não tão graves quanto os erros políticos, que acabaram propiciando o golpe e o risco enorme de um desmanche bruto nos avanços conquistados.

O PT nasceu e cresceu com uma proposta política nova, isenta de vícios antigos, como um partido emproado que nos desprezava, a nós os lutadores históricos do campo da esquerda, como os trabalhistas, os socialistas e os comunistas. Em sua alardeada pureza, recusava alianças com qualquer outro partido, lançava sempre candidatos próprios, para construir sua militância. Pessoalmente, eu fui alvo desta intransigência ranheta do PT quando negou o apoio à minha gestão socialista na prefeitura do Rio e, mais, no momento mais agudo da crise da falência, foi um opositor duro que chegou a mover um processo de expulsão dos dois petistas que colaboravam na minha administração: Sérgio Andréa que era secretário de desenvolvimento social e Chico Alencar que era uma das figuras principais da secretaria de educação.

Brizola foi também alvo de críticas severas do PT, e deu límpida demonstração de consciência política quando, superado por Lula por uma quantidade mínima de votos, na eleição de 1990, imediatamente reuniu o PDT para, sem nenhum ressentimento e sem nenhuma condição, apoiar Lula no segundo turno.


Após a terceira derrota pela Presidência, o comando do PT deve ter concluído que, na nova configuração da atividade política instaurada pelo domínio absoluto do mercado e pela conseqüente mercantilização de todos os aspectos da vida nacional, era necessário, era realisticamente indispensável entrar no jogo mercantil e conseguir bons financiamentos para as futuras campanhas eleitorais.

Assim foi pensado, assim foi decidido, assim foi feito, suponho, e na eleição seguinte Lula saiu vencedor e foi elevado à presidência da República. José Dirceu foi a grande figura no comando deste processo. O preço que está pagando é altíssimo, e flagrantemente injusto em relação às responsabilidades de centenas de outros líderes da política e da sociedade brasileira que procederam da mesma maneira. A pena de 23 anos que lhe foi imposta agora pelo torvo juiz Moro é uma decisão hedionda.

Bem, mas o PT já não era o mesmo da pureza original e, no jogo das composições políticas para o exercício do poder, foi avançando mais e mais nas práticas da mercantilização política. Na aliança com partidos useiros e vezeiros na corrupção eleitoral, foi aprendendo e praticando com maior desenvoltura as mesmas normas. A saída, discreta mas significativa, de Frei Betto das funções que exercia no Palácio foi um primeiro aviso, que o PT não quis perceber. O episódio rumoroso do mensalão e a saída do grupo de militantes que fundou o PSOL foi um segundo e definitivo aviso. Que o PT ainda não quis escutar.

Claro que, paralelamente, no exercício do poder, e no apego a este exercício, descuidou-se também das sua ligações históricas com os movimentos sociais e foi perdendo apoios importantes na sociedade.

O desfecho foi o golpe, a imprevidente abertura do flanco para o golpe, que atingiu a Presidenta, que certamente teve os seus erros mas nunca, jamais, entrou na prática ilícita de muitos dos seus companheiros. Mas atingiu especialmente o Partido dos Trabalhadores, assim como o seu líder maior, Luiz Inácio Lula.

Muito ruim tudo isso para o PT, que agora tem que fazer sua autocrítica e se reorganizar para um futuro incerto. Incerto porém não desesperador. Nas eleições seguintes a todo este triste episódio, os empresários doadores com certeza serão muito parcimoniosos nos seus investimentos eleitorais, e os partidos que puderem contar com militância própria terão melhores condições de campanha. Pois certamente o PT, mesmo golpeado e desmoralizado, ainda tem mais militância do que qualquer outro partido brasileiro.

Pior que o PT está a Nação Brasileira e o seu povo, com sua economia desorganizada pelos golpistas e ameaçada de retrocessos muito graves, comandados pelo Império do Norte que recapturou sua presa.

sexta-feira, maio 20, 2016

Ao vivo: Dilma participa do 5º Encontro Nacional de Blogueir@s e Ativistas Digitais



Por Diógenes Brandão

Em Belo Horizonte-MG, o Hotel Othon está lotado para a abertura do 5* Encontro Nacional de Blogueir@s e Ativistas Digitais, com a participação da presidente Dilma, em sua primeira atividade política, depois de ter sido afastada do poder. Mais de 400 participantes de todas as regiões do Brasil fazem até domingo (22), um amplo debate sobre a democratização da mídia no Brasil, com o tema #MenosÓdioMaisDemocracia. A programação segue até meio dia do domingo e será transmitido ao vivo, pelo portal da TVT e diversos blogs e fanpages.

Neste momento, uma manifestação com cerca de 40 mil pessoas é realizado pela Frente Brasil Popular em frente ao hotel em que é realizado o 5ºBlogProg, onde manifestantes de diversos movimentos sociais, estudantis e sindicais pedem o #ForaTemer e o fim do golpe em curso do Brasil.

Entre os blogueiros e ativistas digitais confirmados, estão: Paulo Moreira Leite, Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Rodrigo Vianna (O Escrevinhador), Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Conceição Oliveira (Maria Fro), Cynara Menezes (Socialista Morena), Fernando Brito (Tijolaço), Marco Weissheimer (RSurgente), Lola Aranovich (Escreva Lola Escreva), Diógenes Brandão - Jimmy (As Falas da Pólis), Tarso Cabral Violin (Blog do Tarso), Najla Passos (Carta Maior), Douglas Belchior (Negro Belchior), Tereza Cruvinel, Elaine Tavares (Palavras Insurgentes), Hildegard Angel, Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), Renato Rovai (Revista Fórum), Miguel do Rosário (O Cafezinho), Daniel Bezerra (Portal Mídia Livre) e Rosane Bertotti (CUT). 

Confira a programação:

SEXTA-FEIRA (20)

18h - Abertura e apresentação da dinâmica do evento

19h - Ato político em defesa da democracia e contra o golpismo midiático

SÁBADO

9h - Debate: As forças políticas e a democratização da comunicação

14h - Rodas de conversa e troca de experiências sobre a blogosfera e o ativismo digital

17h - Debate: O crime de Mariana e o papel da mídia

19h - Reunião dos estados

21h - Atividade cultural

DOMINGO

9h - Aprovação da Carta de Belo Horizonte e eleição da Comissão Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais

13h - Encerramento do #5BlogProg



domingo, maio 15, 2016

Felizes com Temer, queridos?

Com ministros Michel Temer faz seu primeiro discurso como presidente interino – Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Em um dia, retrocedemos 31 anos. De repente, estávamos novamente na posse de José Sarney, mas sem Ulisses Guimarães para freá-lo. 

Por Ivan Martins*, no site da revista Brasileiros


Livre para ser o que é, Michel Temer cercou-se rapidamente do que há de pior na política brasileira. A turma do boi, a turma da Bíblia, a turma da bala. Na cena da posse, que parecia um quadro falsificado de Rembrandt, a modernidade ficou de fora. Em vez de jovens, negros, mulheres e grupos homossexuais, ouviu-se o apelo positivista por Ordem e Progresso.

O discurso de Temer deve ter enchido de ânimo os corações que depositaram na derrubada de Dilma a esperança de ter no Brasil um “bom governo”. O interino prometeu reconciliar, privatizar, seguir com a Lava Jato e melhorar os programas sociais. Falou em reformar a Previdência e garantir direitos. Soou razoável, equânime, equilibrado. Teve palavras deferentes até para a presidente Dilma, a quem traiu da forma mais abjeta. Um ancião engasgado cavalgando mesóclises.

Apenas que as suas palavras não têm relação com a realidade do governo. Se a Lava Jato seguir implacável, pode levar ao Supremo vários ministros de Temer – alguns muito próximos a ele e muito citados em Curitiba, como Romero Jucá e Geddel Vieira. A presença desses velhos praticantes no primeiro escalão do temerato sugere que a retidão não será prioridade de governo.

A promessa de cuidar de Saúde, Educação e Segurança como “competências naturais” do Estado (o resto talvez possa ser privatizado) nasce estragada pela figura dos novos ministros.

Alexandre de Moraes, da Justiça, dirigiu em São Paulo, com apoio de Geraldo Alckmin, uma polícia que mata jovens negros da periferia de forma sistemática e que reprime adolescentes com violência, mas não consegue deter o avanço do crime organizado, talvez o problema mais grave do Brasil. Em 2015, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que Moraes atuou como advogado de uma cooperativa de transporte investigada como braço econômico do PCC. Sabe-se que em 2014 ele advogou por Eduardo Cunha num processo de falsificação de documentos. Um homem complicado.

O novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, não tem formação ou experiência em nenhuma das duas áreas. Seu vínculo mais conhecido com a educação foi criado pela tentativa de seu partido, o DEM, de derrubar a política de cotas no Supremo Tribunal Federal. O novo ministro diz agora que é a favor das “cotas sociais”. Ainda parece inconformado com as cotas raciais, que nos últimos três anos levaram 150 mil jovens negros à universidade, pela primeira vez na história do Brasil.

Ricardo Barros, que ficou com a Saúde, é um engenheiro que se notabilizou na política por duas façanhas. Quando secretário de governo no Paraná, foi pego num telefonema esquisito em que parecia orientar um subordinado a ajeitar uma licitação. Afastou-se da função. Como deputado federal, propôs um corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família, para ajustar o orçamento da União. Enorme sensibilidade social. Sua primeira entrevista no cargo foi para dizer que vai rever o Mais Médicos, programa criado por Dilma que pôs 18 mil profissionais de saúde nos vilarejos do Brasil profundo e na periferia das grandes cidades. Para que, né?

Parece óbvio que Temer vai governar com e para os deputados reacionários que o “elegeram” na votação do impeachment. Isso significa o governo mais conservador, mais à direita e mais antipopular instalado no Brasil desde 1964. Mas não só.

Significa, também, que o Estado brasileiro estará sujeito a uma guerra de interesses paroquiais constante e implacável, incompatível com a condução do governo. Quem achava que Dilma havia leiloado sua administração ainda não viu a quimera que Temer tem a oferecer como governabilidade.

Sem votos, sem legitimidade, inteiramente refém da mídia, do mercado e do baixo clero parlamentar, o interino governará como suplicante, entregando e recebendo favores todos os dias do seu indesejado interregno.

Se desse arranjo insustentável resultar uma administração estável, o Brasil terá se convertido em caso único – um país que no século 21 concordou pacificamente em ser arrastado de volta ao século 19, quando as massas não tinham voto, voz ou direitos, e viviam vidas miseráveis em prol dos 20% no topo da pirâmide. Felizes, queridos?

*Ivan Martins é jornalista, escritor e colunista do site da revista Época

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...