quarta-feira, agosto 14, 2019

OAB: Helder Barbalho e Justiça Federal jogam 480 famílias na rua

Desocupação do residencial residencial foi feita pelo Choque da PM do Pará.

Por Pedro Cavalero*

Por determinação judicial e intransigência do governador Helder Barbalho 480 famílias estão sendo expulsas desde a manhã dessa terça-feira (13) da ocupação no residencial Ebenézer, no bairro Icuí, em Ananindeua. 

A maioria das 480 famílias é formada por pessoas inscritas no Programa Minha Casa Minha Vida, mas nunca contempladas em sorteio. Em 2017, cansados de esperar, essas pessoas ocuparam o local para dar a finalidade social à propriedade. 

Com um aparato policial digno de filmes, sempre usados contra o povo que luta por direitos, Helder será um dos principais responsáveis por jogar centenas de crianças nas ruas com suas famílias, muitos deles sem terem para onde ir. 

Nós, da Comissão de Moradia da OAB-Pa, lutamos, fizemos de tudo, mas infelizmente prevaleceu a ganância e a intransigência dos governos federal e estadual que pouco ligam para o povo trabalhador e seu direito a morar com dignidade. 

Seguiremos nas lutas em defesa do direito humano à moradia! 

Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito!  









*Pedro Cavalero é presidente da Comissão de Moradia da OAB-PA.

Fotos: Jean Brito e Luana Nascimento

terça-feira, agosto 13, 2019

Massacre de Altamira foi comunicado e pode acontecer de novo

Bilhetes avisaram diretora do presídio que reuniu-se a portas fechadas com um líder de uma das facções rivais. Ela estava em Belém e nada fez para evitar a tragédia que ao todo ceifou a vida de 62 custodiados pelo Estado. A maioria teve o corpo carbornizado, enquanto os outros foram esquartejados e tiveram suas cabeças decepadas.

Por Diógenes Brandão


O massacre no presídio de Altamira, que culminou em 62 mortes brutais, por asfixia, decapitação e por fogo, resultado de disputas entre duas facções: CCA - Comando Classe A, aliada do Primeiro Comando da Capital e o CV - Comando Vermelho, trouxe à tona a situação caótica dos presídios paraenses, notadamente o Centro de Recuperação Regional de Altamira, que foi o palco de uma tragédia que ganhou repercussão internacional.

Pelo que pudemos apurar em três dias em Altamira, onde entrevistamos funcionários da penitenciária, parentes dos presos e diversas pessoas, que tiveram acesso a informações do que ocorreu antes, durante e depois do Massacre, o triste e marcante episódio desta catástrofe humanitária, poderia ter sido evitado.

A narrativa criada pelo poder público local é de que os presos foram mortos por asfixia, causada pela inalação de fumaça, oriunda do fogo colocado em pedaços de madeira, lençóis e colchões, jogados por cima dos containers que servem como celas e foram incendiados pelos presos.

Aqueles que conseguiram sair das celas, tiveram suas cabeças, pernas, braços e pernas decepadas, além dos órgãos retirados, como o coração. Todos os demais que ficaram nas celas foram carbonizados.

Ou seja, caos é eufemismo para se dizer sobre o inferno, bem pior do que o pintado por Dante, que ocorreu em Altamira.

DIRETORA ESTAVA EM BELÉM E FOI AVISADA DO QUE ACONTECERIA

A cronologia do massacre começou em março deste ano, com a nomeação da Diretora daquele Presídio, Patrícia Abucater, cunhada do Presidente da Câmara Municipal de Altamira, o vereador Loredan Melo (MDB).

Advogada trabalhista, sem qualquer conhecimento na área criminal, de segurança e nenhuma experiência em gestão penitenciária, Patrícia virou Diretora por sua relação pessoal com Jarbas Vasconcelos,  nomeado pelo governador Helder Barbalho (MDB), como Secretário Extraordinário de Estado para Assuntos Penitenciários da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe).


Da esquerda para a direita: Patrícia Abucater, Vereador Marquinho (PDT),  vereador Loredan (MDB) e Paola, esposa de Loredan e irmã de Patrícia. 

Segundo funcionários da penitenciária de Altamira ouvidos pelo portal AmazonLive, esse período em que Patrícia está à frente daquela Casa Penal, ela tem cometido sucessivos erros de gestão, que certamente foram determinantes na construção desta tragédia. Exemplos não lhe faltam, pois ela abriu mão da experiente equipe que lá estava, a qual sempre evitou que o clima tenso, típico de cadeias, pudesse estourar na chacina como a que ocorreu.

Para os funcionários da cadeia, a diretora deixou de tomar providências pontuais, diante de relevantes denúncias que recebeu, o que contribuiu na desestabilização da segurança do presídio.  

COMO TUDO COMEÇOU?

No dia 25 de Julho, 17 presos fugiram da Central de Triagem Metropolitana III (CTM III), no Complexo Penitenciário de Santa Izabel. A Susipe constatou que as câmeras de monitoramento do CTM III foram desligadas no momento da fuga.

Nove agentes prisionais foram presos por envolvimento na facilitação da saída dos presos, dos quais três (03) fazem parte da cúpula do CCA e haviam sido transferidos de Altamira para o CTM III, de onde fugiram e no fim do mês ordenaram a chacina no Centro de Recuperação Regional de Altamira e até hoje estão foragidos e podem planejar outras ações criminosas de grande envergadura.



Segundo apuramos com funcionários que pediram o anonimato de seus nomes, na semana que antecedeu a tragédia, a diretora do presídio de Altamira reuniu-se de portas fechadas por uma hora, quebrando o protocolo e ficando sem a presença de agente prisional em uma na sala da penitenciária, onde conversou com um dos líderes do CCA responsável pelo massacre. Depois viajou para Belém, se ausentando da Casa Penal em um momento de crise instalada, no sábado, 27 de Julho.

48 horas antes da tragédia houve a tentativa de uma visitante entrar com uma arma de fogo escondida dentro de um televisor. Estava claro que algo estava acontecendo. Severos procedimentos deveriam ser tomados. 




Domingo, 28, dia de visitas, o chefe de equipe recebeu um bilhete de uma outra visitante, que estava saindo, informando que haveria uma rebelião e que muitos morreriam.

Prontamente, o chefe de equipe repassou a informação à Diretora, que estando em Belém não tomou nenhuma providência.


Ouça a explicação do bilhete que foi ignorado pela diretora do presídio de Altamira:




Uma das familiares de um dos presos mortos, cujo corpo estava no caminhão frigorífico, nos contou que o preso comunicou à família e ao presídio que o massacre ia acontecer. “Ele ficou sabendo. Fez bilhetes, mandou para a diretora do presídio, mas eles não ligaram”, relatou a irmã Petra Silvia, integrante da Pastoral Carcerária que escreveu o artigo Os relatos de Altamira: ‘meu filho foi totalmente carbonizado’.

O MAIOR MASSACRE DO BRASIL

Até o fim do mês de Julho, o Massacre de Carandiru era considero o maior da história do país. Mas, depois disso, em números proporcionais, Altamira passou a ser considerado o palco da maior chacina dentro de presídios no Brasil.

Ao analisar a taxa de mortalidade de Carandiru e Altamira, verifica-se que Altamira é 6,7 pontos percentuais maior que Carandiru.

Carandiru, 111 mortos, com uma população carcerária de 4.000 presos, em uma cidade de 10 milhões de habitantes.

Presídio de Altamira, 58 mortos, com uma população carcerária de 312 presos, em uma cidade de 110 mil habitantes, portanto de cada 6 presos, 1 morreu.

Como chegar a esse índice: Taxa de Mortalidade = Quantidade de óbitos X 1.000, dividido pelo total de presos.

Carandiru: 111 x 1.000 / 4.000 = 27,75%

Altamira: 58 X 1.000 / 312 = 185,90%

Então: 185,90% / 27,75% = 6,7%

Diante desse descalabro, cabe ao Ministério Público e entidades de defesa dos Direitos Humanos verificarem se havia Alvarás de Soltura expedidos pela justiça, em favor de presos cruelmente mortos e que não foram cumpridos pela direção da penitenciária e da SUSIPE. Ou seja, homens já liberados pela Justiça, que só saíram de lá com suas cabeças cortadas ou com o corpo reduzido pela carbonização.


Jarbas Vasconcelos, o secretário da SUSIPE disse o setor de inteligência do governo não havia detectado ameaças ou informações de um massacre nas penitenciárias do Pará.

Mesmo com a intervenção de agentes federais, com objetivos de estabilização e correição por um período, é alto o risco real de uma nova tragédia, em curto espaço de tempo, tal como noticiou a coordenadora Nacional da Pastoral Carcerária que visitou Altamira, conversou com familiares dos presos e diversas outras pessoas envolvidas no Massacre.


Ao governo do Estado, que apressou-se em eximir-se de qualquer responsabilidade sobre o Massacre, cabe agora ajudar na apuração fidedigna de todas as circunstâncias que motivaram e ocorrem nesta grave e condenável tragédia, que teve continuidade, quando quatro presos foram mortos em um caminhão que transportava 30 detentos que estavam sendo transferidos de Altamira para Belém. A perícia do IML constatou que eles foram estrangulados quando estavam sob tutela do Estado, durante uma parada na cidade de Marabá, na segunda-feira (30) à noite, um dia após o massacre.

Helder Barbalho, governador do Estado do Pará gravou um vídeo com sua equipe da Segurança Pública e a enviou para Altamira, mas evita ir até lá e pouco comenta sobre o ocorrido, além de não falar quais providências estão sendo tomadas para evitar uma nova tragédia.

À opinião pública, a imprensa local e nacional deve revelar as informações que muitas vezes são omitidas, por conveniências de contratos de publicidade entre o governo do Estado e veículos de comunicação, como jornais, rádios, tvs, sites e blogs de notícias.

A sociedade espera ações efetivas, desde que sejam adotadas por pessoas sérias e competentes, para que este terrível e lamentável episódio seja detalhadamente apurado em suas causas e consequências, que os responsáveis afastados para que não se repita e venha manchar ainda mais o atual governo, que muito cedo encontrou o seu inferno astral, mas faz de tudo para tentar enterrar.


Aliás, por falar em enterrar, a maior parte dos corpos que foram carbonizados ainda se encontra em um caminhão frigorífico, à espera de exames de DNA para sua identificação, causando uma demora de mais de duas semanas para as famílias que sofrem por ainda não poderem sepultar com dignidade os restos mortais dos seus familiares assassinados sob a tutela do Estado.

quinta-feira, agosto 08, 2019

Aliado de Helder Barbalho quer Escola sem Partido no Pará


Por Diógenes Brandão

Projeto de Lei proposto pelo Deputado Estadual Delegado Caveira (PP) é enviado para sanção do governador Helder Barbalho (MDB) e gera indignação por parte de professores, que reagem dizendo que a iniciativa  é uma tentativa de calar os educadores, para que eles não despertem o senso crítico dos seus alunos.

O projeto foi apresentado pela primeira vez em 2016, pelo deputado Osório Juvenil (MDB), mas só foi aprovado na ALEPA, no dia 02 de abril de 2019.

O conteúdo desse Projeto de Lei é praticamente a aplicação do Escola sem partido, que foi rejeitado pelo Congresso Nacional, devido sua inconstitucionalidade.

Há quem duvide que o projeto seja sancionado pelo governador, já que mesmo aprovado na surdina, entre os deputados estaduais, para se transformar em lei, o chefe do executivo precisa aprová-lo.

Para quem duvida e subestima a força e influência deste tipo de projeto e seus propositores é bom lembrar que em Junho deste ano, o deputado Caveira apresentou e aprovou o projeto de Lei que deu ao presidente Jair Bolsonaro, o título de Cidadão Paraense, o que foi noticiado em primeira mão, no blog AS FALAS DA PÓLIS e confirmou-se alguns dias depois. Leia em: Bolsonaro pode receber título de "Cidadão Paraense" pela ALEPA.

Na época, embora eleitos com votos de movimentos sociais e categorias profissionais, como a dos professores do Estado, os deputados Carlos Bordalo (PT) e Marinor Brito (PSOL) chegaram a dizer que haviam barrado a tramitação do projeto, mas "o que vimos foi uma vitória da ala de apoio ao presidente, que por  22 votos sim, 05 não e 03 abstenções, impôs uma derrota acachapante aqueles que fazem oposição ao governo Bolsonaro, mas nada falam do apoio dado por Helder Barbalho à Reforma da Previdência", informou este blog na matéria Bolsonaro é eleito "cidadão paraense" e "cidadão de Belém".



A nova polêmica proposição que está na mesa de Helder Barbalho aguardando a aprovação do governador, que é aliado do deputado, parece não ter incomodado o SINTEPP, que representa os educadores do Estado, mas desde que o novo governo assumiu, em janeiro deste ano, os sindicalistas filiados ao PSOL - partido que no Pará tem o deputado federal Edmilson Rodrigues e a deputada estadual Marinor Brito - mudaram radicalmente de postura, pois se antes  estavam sempre vigilantes contra qualquer medida repressora e autoritária dos governos anteriores, na defesa intransigente dos professores, que são quem sustenta a entidade, hoje estes mesmos "defensores" dos educadores, se calam diante de tudo que o governador Helder Barbalho e seus aliados propõem.

Leia abaixo o teor do projeto, que independente do deputado que o apresente, precisa ser encaminhado ao governador pelo presidente da ALEPA, neste caso o deputado estadual Dr. Daniel (sem partido).




terça-feira, agosto 06, 2019

Indicação política promove críticas na UFPA

Regina Feio retirou seu perfil do Facebook, após ser indicada para assumir cargo federal.

Por Diógenes Brandão

Pegou muito mal na comunidade acadêmica da UFPA, o fato da Professora Regina Feio ter tirado do ar seu perfil pessoal no Facebook e, logo em seguida, ainda na manhã de ontem, saberem da nomeação dela como a nova diretora-superintendente do Hospital Universitário Barros Barreto.

Aposentada como professora titular, a petista histórica foi vice-reitora do ex-reitor Alex Fiúza. Em 2009, Regina Feio disputou a reitoria da UFPA e foi derrotada por Carlos Maneschy.

Já em 2016, apoiou a chapa petista que concorreu à sucessão de Maneschy, atacando a candidatura de Emmanuel Tourinho, como sendo do PMDB, e ontem, o mesmo a nomeou como a nova superintendente do complexo hospitalar da UFPA, responsável pela gestão do Barros Barreto, após a exoneração do Dr. Paulo Amorim, conforme noticiou o portal AmazonLive.

Leia Também: Apesar das denúncias, Hospital Barros Barreto tem servidores comprometidos

Até bem pouco tempo atrás, em seu perfil do Facebook, a nova superintendente do Barros Barreto fazia ataques reiterados ao candidato e agora presidente Jair Bolsonaro.

"Seguindo o padrão camaleônico de Fiúza, Regina retirou o seu perfil do ar. Agora, depois de declarar apoio ao Emmanuel Tourinho, vai jurar fidelidade a Bolsonaro?", indaga a fonte do blog que enviou as informações que alimentam esta matéria.

O complexo hospitalar da UFPA é administrado por uma empresa pública (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH) e vem enfrentando enorme crise nos últimos 36 meses,  devido aos custos de pessoal terceirizado (cerca de 500), que vinham sendo custeados com recursos dos serviços prestados ao SUS pelos hospitais.

Esta situação fazia com que os hospitais não tivessem recursos para investimentos, daí a enorme crise financeira e orçamentária que assola esses hospitais.

Foram técnicos de nível superior do próprio hospital que tiveram a difícil missão de administrar estes hospitais em situação pré-falimentar.

A situação, entretanto, acabou de mudar: a EBSERH Nacional fez concurso público e assumiu o pagamento de cerca de 500 funcionários dos hospitais, que antes eram pagos com as verbas do SUS, a partir do trabalho diuturno dos hospitais.

Então, os hospitais da UFPA terão alta liquidez para investimentos, uma vez que todo o recurso arrecadado do SUS será investido nos próprios hospitais. Só o HUJBB- terá uma liquidez de 60 milhões anuais, conforme também noticiado pelo portal AmazonLive.

É neste novo cenário orçamentário que se delineia nos hospitais universitários que o Reitor exonerou o chefe do complexo hospitalar, o Dr. Paulo Amorim e nomeou a professora e dentista aposentada, Regina Feio, como nova superintendente do complexo hospitalar da UFPA.

O que chama a atenção é que existem vários médicos, da ativa, nos hospitais universitários da UFPA,  mas foi uma dentista aposentada a escolhida.

Outra coisa que causa estranheza é o fato de que a professora Regina Feio, é petista de carteirinha, e  dizem, reflete as novas alianças do magnífico Reitor Emanuel Tourinho, com setores majoritários do PT, visando construir pontes para seu futuro político próximo.

A comunidade interna aos hospitais, especialmente no Barros Barreto promete reagir a esta indicação política, que pode ter passado despercebida pelo general Oswaldo Ferreira, presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pelas gestões do Hospitais Universitários Barros Barreto e Bettina Ferro.

O blog considera normal as pessoas expressarem suas opiniões e terem a liberdade de expressão garantida, mas estranha que alguém que faça duras críticas a um governo, retire suas publicações de suas redes sociais e vá compor esse mesmo governo que tanto combateu.

Seguem alguns prints do Facebook de Regina Feio, antes dela retirá-lo do ar:











segunda-feira, agosto 05, 2019

Partidos satélites, especulações e o jornalismo no Pará



Por Diógenes Brandão

O PMDB, que mudou de nome - adotando a sigla MDB depois dos inúmeros escândalos de corrupção, em que seus dirigentes e parlamentares sempre estiveram envolvidos diretamente e em grande número - tem no Pará diversos partidos que lhe servem como satélites. 

É o caso do PHS, dirigido por cerca de 09 anos, pelo ex-vereador e hoje deputado estadual Igor Normando, primo de Helder Barbalho, que antes de ser eleito governador, sucedeu o pai, Jader Barbalho e assumiu a presidência estadual do partido. Antes de ser esvaziado, pois não atingiu a cláusula de barreira, o PHS foi bastante usado em várias estratégias eleitorais e como linha auxiliar dos interesses da família barbalho, que no comando do MDB, dirigia o partido no Pará.

Temos também o exemplo de Mário Couto, que passou muitos anos no PSDB e tinha esposa e o filho no comando do PRTB, mas preferiu aceitar o convite e ingressar no PP, onde segundo ele, foi apunhalado pelos irmãos Beto e João Salame, quem acusou de terem fraudado a ata de homologação da sua chapa partidária, nas vésperas das eleições de 2018. 

A medida inviabilizou a candidatura de Mário Couto ao senado, em plena campanha, beneficiando os candidatos Jader Barbalho (MDB) e Zequinha Marinho (PSC), que acabaram eleitos ao Senado. 

Detalhe: Mário Couto liderava as pesquisas, em empate técnico com Jader Barbalho. O processo em que pede a anulação dos votos recebidos pelos dois concorrentes, tramita na Justiça Eleitoral em Brasília e um laudo da Polícia Federal provou que Mário Couto foi prejudicado pela fraude comprovada do documento (ata) apresentada pelos dirigentes do PP. 

Outro que age de forma semelhante é o deputado federal Delegado Eder Mauro (PSD) que colocou o filho, Hugo Rogério para presidir o PSL no Pará e de um mero desconhecido, até o começo deste ano, tornou-se o Secretário de Direitos Humanos no governo de Helder Barbalho. Logo ele, que tem o pai como membro da bancada da bala no Congresso.  

Como se vê, o imbróglio decorrente de uma especulação considerada como Fake News, sobre a saída de Celso Sabino do PSDB para o Solidariedade, pelo fato de ter seu chefe de gabinete na presidência do partido, não pode servir para confirmar nada, a não ser que esse tipo de relação política é comum no meio partidário e não significa que alguém tenha que sair de um partido, para ter influência em outros.   


Como se viu nos exemplos citados, ninguém precisou sair do seu partido para interferir em outro.  

Por que Celso Sabino sairia, como especulou-se em blogs e sites de notícias locais,  sem se darem ao trabalho de consultar o citado sobre essa possibilidade, como manda as regras do jornalismo?  

E se todos estes que possuem um pé lá e outro cá, em partidos distintos, resolverem sair nas vésperas do prazo para mudança de partido, seis meses antes das eleições municipais de 2020 para disputarem prefeituras pelo Pará? 

Será alguma surpresa? 

Afinal a lei não garante essa possibilidade?

O que o jornalismo paraense não pode adotar é a doutrina da especulação e do exercício ilegal da futurologia, sem antes fazer a devida consulta aos prováveis candidatos e players, pois isso abre espaços para inúmeras inferências e mentiras, que hoje correm soltas nas redes sociais, blogs e portais de notícias, muitos destes levados por interesses inconfessáveis, ou por alinhamento político com esse ou aquele grupo partidário,  atuam com a finalidade de confundir, ao invés de informar a sociedade, os leitores e eleitores.

Helder e Zenaldo: Os dois maiores influenciadores na disputa pela prefeitura de Belém

Prefeito e governador apontarão seus candidatos a prefeitura de Belém.

Por Diógenes Brandão


Desde que Maquiavel escreveu "O Príncipe", a política partidária é cheia de nuances e estratégias, que a maioria das pessoas não entende, mas seus jogadores tem plena consciência. 

A máxima que tem mais de 500 anos, "os fins justificam os meios", tem feito com que muitos atores políticos sentem-se à mesa com seus rivais e tracem planos como se fossem velhos aliados. 

Da mesma forma, muitas atrocidades já foram cometidas em guerras, disputas por territórios, negócios e diversas outras áreas da política ou não, que sofrem a influência deste pensamento que inaugurou a Ciência Política e o pensamento estratégico sobre a busca e a manutenção do poder, no mundo moderno.

A menos de um ano para o início do processo eleitoral e da disputa pelas prefeituras municipais, as pedras e jogadas já correm soltas no meio do tabuleiro político paraense. 

A busca pela sucessão na prefeitura de Belém, embora sem nomes confirmados, já tem dois grandes eleitores, que podem influenciar e ter seus apoios como determinantes: O governador Helder Barbalho e o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.

O primeiro com a chave do cofre estadual nas mãos, mas cercado de deputados, prefeitos e aliados na espera do apoio prometido para poderem dar conta das disputas nos municípios paraenses, haja visto que o resultado destas eleições de 2020, refletem diretamente nas eleições para  o governo do Estado, em 2022, onde Helder esperar ser reeleito. Nada pode dar errado, em seu plano de hegemonia política para manter-se no poder.  

O segundo, com a chave do cofre municipal, milhares de servidores temporários, obras para inaugurar e ações que podem ajudar seu candidato à sucessão com muito mais efetividade que o governador, já que este não dispõe de tantos recursos como o prefeito e estará dividido e cobrado por outras centenas de candidatos, em suas disputas municipais pelo interior do Estado.

Resta saber se Zenaldo apoiará o nome indicado pelo PSDB. Os últimos informes coletados por este ansioso blogueiro, revelam que não. O prefeito já tem três pré-candidatos à sua sucessão

Isso se o ex-governador Simão Jatene resolver continuar na mutuca, só observando o jogo ser jogado, sem dele participar, mas para um interlocutor em comum, que esteve em conversa com ele, no mês Julho, para quem foi o único político paraense a disputar e vencer três eleições para o governo do Estado, a disputa política é uma 'cachaça' e dificilmente alguém a abandona se provocado for, tal como fizeram com ele, em 2010, quando já havia deixado de disputar sua reeleição a pedido do também ex-governador Almir Gabriel, que governou o Pará por 08 anos, (1995/2002) e veio a ser derrotado por Ana Júlia (PT), que governou por um mandato (2007/2010). Jatene venceu aquela eleição e a reeleição em 2014, disputando com o atual governador Helder Barbalho, derrotando-o.

domingo, agosto 04, 2019

Celso Sabino e Nilson Pinto desmentem Fake News


Por Diógenes Brandão

Após a notícia ter sido publicada em uma pequena nota de um jornal local, informando que o chefe de gabinete do deputado federal Celso Sabino (PSDB), Filipe Meireles assumiu a presidência Estadual do partido Solidariedade no Pará, blogs e sites de notícias, usaram a informação para afirmar uma série de suposições que foram negadas pelos citados.

Ávidos em trazer 'furos' jornalísticos, profissionais experientes e blogueiros em início de carreira sentem a necessidade de disputar o ineditismo das informações e muitas vezes acabam cometendo erros e criando especulações frágeis, que poderiam ser evitadas com uma rápida e fácil checagem com os citados pelas fontes das notícias, antes delas serem divulgadas.

Neste caso, há quem já tenha decretado a saída do tucano Celso Sabino, do PSDB para o Solidariedade - partido do ex-deputado Wladimir Costa - para disputar a prefeitura de Belém, alegando conflitos no ninho tucano. 

Procurados para darem suas versões sobre os fatos, como reza a boa prática do jornalismo, o novo presidente do Solidariedade no Pará, afirmou ao blog AS FALAS DA PÓLIS, de que tudo não passa de uma grande Fake News. 

Já o presidente do PSDB no Pará, o deputado federal Nilson Pinto resumiu sua resposta à consulta do blog de forma objetiva: "Fake".

Por último, o deputado federal Celso Sabino fez questão de enviar um áudio com exclusividade ao blog, para desmentir sua saída do PSDB e agradeceu por ter sido procurado para dar sua versão sobre a notícia propagada, o que não foi feito antes por nenhum outro veículo de comunicação, como ele mesmo fez questão de revelar.

Ouça o que ele diz:




Carta ao Governador



Por Eneida Guimarães*

Governador Helder Barbalho, como cidadã e militante do movimento social desde os idos de 1980 no Estado do Pará, atualmente conselheira titular do Conselho Nacional dos Direitos Humanos onde represento a União Brasileira de Mulher e membro do Forum Estadual dos Direitos Humanos, assisti estarrecida o vídeo do desfile em comemoração aos 13 anos do Batalhão de Política Tática, unidade de elite do Pará, cujo comando maior é o Governador.

A demonstração determinada ao forte barulho das botinas no chão ao rítmo da marcha do pelotão de homens uniformizados e em compasso aos gritos: "Arranca a cabeça e deixa pendurada/É a Rotam patrulhando a noite inteira/pena de morte à moda brasileira". 

A cena enaltece a liquidação de vidas de forma assassina decepando cabeças. Inaceitável numa ação profissional de combate ao crime. 

Fato ocorrido em sua presença na última quarta-feira, 31 passado. Ao que respeitosamente indago: 

Queriam lhe passar uma "boa impressão"? Conseguiram lhe impressionar?  A atitude silenciosa do Governador diante da gravidade do ato deplorável é bastante preocupante. Passa certa conivência, pois há um antigo ditado que: "quem cala consente". 

Isso se torna perigoso no contexto de uma onda obscurantista no país, onde o próprio chefe da Nação incita o ódio e incentiva a violência. Onde há governadores, que a bordo do helicóptero da Policia Militar do seu estado acompanha as rajadas disparadas do alto tendo como alvo áreas da periferia. Onde esse país vai parar se a violência é banalizada pelas próprias autoridades escolhidas pelo voto para manter a governabilidade, fazer uma gestão onde, no mínimo se valoriza a vida?  
Não se pode permitir que passe a versão de que a autoridade maior do Governo aceite ou reforce atos desumanos também aqui no Pará.

Estado que já se demonstra tão violento pelo próprio histórico de mortes nos campos e nas cidades em períodos seguidos, além do recente extermínio de jovens, negros, mulheres e trabalhadores pobres. 

A ocasião das chacinas ocorridas em Belém, solicitamos em nome da representação do Conselho Nacional dos Direitos Humanos uma agenda com V. Sa.juntamente com as entidades do Forum Estadual dos Direitos Humanos onde nos reunimos para refletirmos sobre a defesa e promoção dos direitos humano no Pará.  

Após um mês da citada solicitação recebemos resposta da sua assessoria informando sobre os avanços na investigação daqueles fatos e nos repassando para fazermos o contato com os secretários. A demora em responder foi tanta que não nos sentimos á vontade, embora ainda preocupados com a política pública de segurança com a valorização da vida, e nos colocamos  abertos ao diálogo com o próprio Governador. 

A continuar nessa linha de reforçar a desumanização torna-se preocupante a implantação do chamado Programa Territórios pela Paz. Arrancando cabeças, impondo pena de morte a brasileira - modelo que incentiva a violencia e aumenta a letalidade entre os/as filhos/as da pobreza, jamais se concretizará em Belém e outros municípios essa ideia de TerPaz no Pará. 

*Eneida Guimarães é conselheira titular do Conselho Nacional dos Direitos Humanos e mãe de Jorge Panzera, presidente da IOEPA - Imprensa Oficial do Estado do Pará e presidente estadual do PCdoB.

O que ele disse



sábado, agosto 03, 2019

Governo detona Palmeiras do canteiro da BR e quem antes gritava, se cala

A derrubada das Palmeiras na BR 316 é feita pelo governo do Estado, sem incomodar quem antes berrava pela derrubada das Acácias na Augusto Montenegro.

Por Diógenes Brandão


Em Julho de 2017, o jornal Diário do Pará e o DOL do qual o governador Helder Barbalho é sócio, alardeou a "detonação" das árvores que existiam na Augusto Montenegro, durante as obras do BRT Belém.


Leia abaixo um trecho da matéria, ou caso queira clique aqui e leia por completo:



Ao longo da avenida Augusto Montenegro, em Belém, os espaços que antes eram ocupados por canteiros arborizados hoje dão lugar ao concreto. Isso por causa da execução das obras do sistema BRT (Bus Rapid Transit).   

Gradativamente, as áreas que ainda abrigam os vegetais vão desaparecendo ao longo daquela avenida. Recentemente, o corte das árvores feito pela Prefeitura de Belém, iniciado a partir da entrada do conjunto Satélite, chamou atenção e revoltou a população.   

Quem mora ou precisa trafegar diariamente pela via tem de encarar o calor excessivo, já que o excesso de asfalto e áreas descampadas ocasionam a elevação da sensação térmica, principalmente para quem atravessa a via de ônibus. Com isso, a população questiona se de fato a sustentabilidade foi levada em consideração na elaboração do projeto. 

Assinada pela jornalista Pryscila Soares, funcionária do Diário do Pará, a matéria jornalística bem que poderia ser feita novamente, agora no canteiro da BR 316, onde o governo do Estado realiza as obras do BRT Metropolitana e por isso vem detonando as palmeiras que embelezavam o local.

Segundo moradores de Ananindeua, as belas palmeiras cortadas foram plantadas na primeira gestão do prefeito Manoel Pioneiro, portanto, há mais de 20 anos e nem nenhuma manifestação do Ministério Público e órgãos de fiscalização ambiental, pelo menos umas 20 árvores já estão no chão, no perímetro que fica em frente à Prefeitura de Ananindeua. 

Tudo isso ocorre sob o olhar silencioso da maioria dos jornalistas, blogueiros e demais veículos de imprensa no Pará. Postura bem diferente do que aconteceu quando a prefeitura de Belém cortou os pés de Acácia que ficavam no canteiro central da Augusto Montenegro, para a construção a pista do BRT.

Teve até deputado se manifestando e ingressando no MP para questionar a derrubadas das árvores. Hoje, o mesmo não falou absolutamente nada sobre as palmeiras. 

Será que só a derrubada da espécie Acácia incomoda os políticos aliados do atual governador?

Leia abaixo um trecho da matéria do fervoroso deputado da esquerda paraense, ou se preferir, clique aqui e leia na íntegra.



O deputado Federal Edmilson Rodrigues (Psol/PA) entrou com representação junto ao Ministério Público do Estado, na última quinta-feira, 19, para que seja verificado o extenso impacto ambiental que as obras do BRT causarão na rodovia Augusto Montenegro. A retirada de 800 árvores existentes no percurso do projeto vem sendo denunciada pelos movimentos sociais na internet e na imprensa, sem que a Prefeitura de Belém preste qualquer esclarecimento público sobre o assunto.

Veja outras fotos da derrubada das Palmeiras da BR 316, que hoje já não comove e nem mobiliza os que se aliaram aos opositores de outrora, hoje no governo, com seus cargos distribuídos até entre partidos de esquerda.





sexta-feira, agosto 02, 2019

Apologia à tortura e pena de morte por tropa da PM paraense é destaque na mídia nacional



Por Diógenes Brandão

No dia em que o país assistia o maior massacre já ocorrido neste século, no sistema prisional brasileiro, em um evento da Polícia Militar paraense Pl, os policiais da ROTAM fizeram apologia à tortura e à pena de morte, com a presença do governador do Pará, Helder Barbalho.

Replicada pelo portal AmazonLive, a notícia ganhou repercussão nacional através do site Antagonista, um dos mais acessados no país e depois pelo jornal Folha de São Paulo, o veículo de imprensa mais acessado.


Ao lançar o programa "Territórios pela Paz", há quase dois meses atrás, Helder Barbalho disse que o combate à violência devem reunir ações sociais, garantindo a proteção social, os Direitos Humanos e a ação policial.

Procurado por jornalistas da Folha, Helder Barbalho se negou a comentar ou prestar esclarecimentos sobre o comportamento da tropa da Polícia Militar, que hoje está sob seu comando e segundo estudos da FVG é uma das que mais mata e morre no Brasil.

quinta-feira, agosto 01, 2019

Massacre de Altamira: "Isso não poderia ter acontecido", diz Dom Erwin


“Nossa região é notícia negativa mais uma vez, essa carnificina não poderia ter acontecido, nós não poderíamos ter permitido que a violência, esse descontrole chegasse a esse ponto, eu estou arrasado, as famílias estão destruídas, nossa cidade, nossa região, isso não poderia ter acontecido, até quando?”.


Dom Erwin Krautler, bispo emérito do Xingu, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, em frente ao prédio do IML, em Altamira, onde diversas famílias enlutadas sofriam pela situação dos corpos dos detentos mortos no presídio, após o massacre ocorrido na última segunda-feira, 29.

Um dos símbolos na defesa dos direitos humanos na região do Xingu, Dom Erwin confortou as famílias, e criticou a falta de segurança dentro e fora dos presídios em todo o estado. 

A critica do bispo, ecoa pelo mundo e mancha ainda mais o nome do Brasil e do Pará no exterior, onde somos vistos como um povo governado por políticos sem capacidade e interesse de resolver os graves problemas sociais e que tentam usar a força policial para conter o efeito de tantas mazelas.

PM usa até espada para agredir e torturar jovens

PM age com truculência, em revista a jovens em um bairro periférico. 


Por Diógenes Brandão

Que a polícia paraense é uma das mais violentas do Brasil, isso não é novidade. Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas aponta que o aumento da violência por parte da polícia, aumenta o número de assassinato de policiais no país. 

Segundo os números apontados pelo estudo divulgado no início deste ano, o Pará está em 4º lugar entre os Estados com mais civis mortos pela polícia e o 3º Estado com mais policiais mortos por criminosos.

Diante desta realidade, um vídeo divulgado pelo portal de notícias AmazonLive mostra a abordagem de policiais da cavalaria da PM torturando 10 jovens, com diversos tipos de agressões, inclusive com o uso de uma espada. 

A matéria ainda destaca: "As cenas foram gravadas do alto de uma residência e mostram policiais, provavelmente do Agrupamento de Cavalaria da Polícia Militar do Estado do Pará atuando de forma ilegal e arbitrária, com atos de tortura e agressão gratuita contra jovens em revista.  

Os policiais agem com brutalidade em um procedimento que deveria apenas servir para garantir a ordem e a verificação de quaisquer ilegalidade, mas dão tapas, socos, pontapés, empurrões e até viram um dos jovens de ponta-cabeça. Todos recebem golpes de cassetete, inclusive garotas".

Leia e assista o vídeo aqui.



Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...