Admite-se, desde Poulantzas, que o poder no Estado não é monolítico, e que a luta pelo domínio das esferas de poder é permanente e mutante.Governos de coalizão tendem a acentuar essas disputas, e às vezes, membros da coalizão se desmembram ao chegar no poder.É certo, salvo alguma exceção que neste post queira se apresentar, que as maiores lideranças políticas deste estado - as que estão no poder ou longe dele - não conhecem detalhadamente estas teses, senão alguns de seus assessores mais dedicados ao estudo das questões do poder, que as transferem, sob a forma de sugestões de procedimentos decisórios e executivos, de volta às lideranças.É certo, ainda, que alguns poucos leitores e comentaristas do Quinta também desconhecem estas e outras descrições científicas dos meandros nos quais se esgueira a política, e aí sentenciam, por vezes de forma irrecorrível, com base nos desatinos deste ou daquele governo, a sua sorte, o seu destino.Trata-se de um equívoco.Outros, que desafortunadamente nunca foram apresentados a Gramsci, por exemplo - que aliás tem interessantes pontos de contato com Poulantzas - acham que é o "povo" quem faz a opinião pública, e daí derivam juízos de valor e hierarquias entre mídias.Lamento dizer que também se equivocam, profundamente.A respeito dessa hierarquia, cumpre informar que blogs são ferramentas cada vez mais efetivas na construção da opinião pública, mais do que pensam, gostariam, ou estariam preparados para tal os seus signatários, este inclusive.Mas são ferramentas muito efetivas sim.Mesmo neste sistema, nestes tempos, nestas terras. Ou seria por isso mesmo?
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