Já pensou como seria legal se jovens alunos da rede pública aplicassem na prática o que aprendem em sala de aula, repassando o conhecimento para a comunidade onde vivem?
Pois o que parecia um sonho distante já acontece no Pará e foi demonstrado na III Feira de Ciência e Tecnologia do Estado do Pará, que aconteceu nesta sexta-feira, 28 e nesta sábado, 29, no município de Moju.
Ali, em 115 projetos instalados nos estandes da Feira, no Ginásio Municipal, cerca de 300 Natália Ribeiro, 24 anos, estuda na escola tecnológica de Tailândia, matriculada no curso de estudantes demonstraram que é possível se fazer diferente, mesmo com todas as limitações da escola pública.
Técnico em Enfermagem. Sensibilizados pelo problema dos diabéticos, ela e um grupo de colegas desenvolve o projeto Uso de Fitoterápico no Tratamento de Feridas, e ensinam à comunidade da Vila Macarrão como tratar de ferimentos com medicamentos recolhidos direto na natureza. “Nós damos palestras, levamos material e ensinamos a tratar dos ferimentos com o uso adequado dos fitoterápicos”, explica Natália. Babatimão e set sangria são dois dos produtos mais usados nesse tipo de terapia, mas é preciso saber a dosagem exata, recomenda a aluna. Natália expôs o trabalho com a colega Daniele Silva. A orientadora do projeto é a professora Daniele Penha.
Outro grupo que também desenvolve trabalho direto com a comunidade é o do aluno Marcos Lima, 21 anos. Bolsista do Pibic Jr. Marcos estuda no curso de Técnico Agrícola da Escola Tecnológica de Tailândia. No projeto de compostagem orgânica para adubo do solo, orientado pela professora Rissandreia Dantas de Vasconcelos, ele desenvolve uma nova fórmula para adubar o solo, utilizando restos de frutas e verduras, como cascas de mandioca, de manga, serragem, esterco de boi, grama, folhas, etc. “É um tipo de adubo orgânico que não prejudica o meio ambiente como o nitrogênio do adubo tradicional, que volatiza, vai pra camada de ozônio, contribuindo com o aquecimento global”, ensina. O adubo orgânico vem sendo utilizado experimentalmente pela comunidade Nova Paz, com as orientações do aluno.
A mesma comunidade – Nova Paz – também é oficina para outro projeto, que substitui defensivos agrícolas e adubos químicos pelo tucupi ou manipueira, como é chamado na região. O projeto, orientado pela professora Heloísa dos Santos, ensina a dosagem ideal de água e tucupi para se chegar ao uso do produto como defensivo agrícola orgânico poderoso. “Combatemos as formigas com esse produto e assim, substituímos os agrotóxicos”, explica o aluno Marcos Aurélio.
Há muitos outros exemplos de projetos bem elaborados e de boa interação com a comunidade: Alunas do colégio Manoel Antonio de Castro, de Igarapé-Miri, desenvolveram o projeto Saúde na Escola, que leva à comunidade dicas importantes de como prevenir a presença de Helmintos. “Uma pesquisa mostrou que os moradores não sabem se prevenir contra os helmintos e estamos fazendo palestras e testes para orientar a população sobre isso”, disse a estudante Karoline Cunha, 16 anos, que apresentou o projeto com o colega João de Jesus, 18. O projeto foi orientado pela professora Josineide Pantoja da Costa.
Outro projeto tenta valorizar os brinquedos de miriti levando os conhecimentos da robótica para os tradicionais brinquedos, criados por artesãos de Abaetetuba. O projeto “A robótica nos brinquedos de miriti”, foi o orientado pelo professor Waldemar Rodrigues Júnior, que atribuiu todo o sucesso do projeto ao aluno Marcilei Silva. “O mérito é todo dele”, diz o professor, orgulhoso da habilidade que o aluno tem de recolher o que seria o lixo tecnológico, como pilhas, baterias de celular, sucata de brinquedos e dar vida aos, até então, inanimados brinquedos de miriti.
São inúmeros os exemplos de projetos que extrapolam os muros da escola e alcançam a comunidade. Na feira, tivemos apenas uma mostra deles. Mas todos estão à disposição de quem tiver interesse em conhecer um pouco mais do que a escola pública tem produzido no Estado. A lista dos projetos está no site: www.feicitec2abaetetuba.wordpress.com.
Texto: Marta Brasil
Fotos: Adauto Rodrigues
Ascom/Seduc
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