Que o nepotismo sempre foi marcante no governo tucano de Almir Gabriel (1994/2002) e Simão Jatene (2002/2006) todos já sabiam e não nos restam dúvida do quanto isso é deplorável na máquina pública brasileira.
Independente dos partidos que estão no poder ou na oposição, sempre condenei essa prática, exercida e mantida pelos governos de plantão, inclusive na gestão petista que ajudei a construir e manter nestes 4 anos que se passaram.
Já é comum, mas merece crucificação, o ato de aproveitar-se do cargo público para nomear parentes em órgão seja diretamente ou de forma cruzada (em outros poderes, secretarias, instituições judiciais e parlamentares).
Acontece agora que o Nepotismo volta com força total, como é (e só é) noticiado pelos blogs e redes sociais locais e nacionais, vide a postagem Governador do Cerra enfrenta escândalo da Cerpa publicada no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, criador do termo PIG*, em referência ao jornalismo praticado pelos meios de comunicação do Brasil e seus jornalistas capachos.
Cerca de 300 novos assessores de Simão Jatene que não passaram em concurso algum, nem tão pouco, são funcionários de carreira, em pouco mais de um mês, o líder da oposição na ALEPA, Dep. Carlos Bordalo, registra em seu blog que "enquanto isto corta-se gasolina para carros de polícia e aplica tesourada impiedosa nas vantagens do funcionalismo público, entre outras “medidas saneadoras”.
Medidas saneadoras é o termo utilizado pelo governador Simão Jatene em seu discurso, para "conter a crise herdada pelo governo petista de Ana Júlia". A medida que foi publicada no Diário Oficial através de decreto, prevê a contenção de despesas.
Contraditoriamente, o governador Simão Jatene contrata seus assessores especiais e anuncia o interesse em realizar um contrato milionário com uma instituição privada, afim de estudar a divisão do Estado do Pará e dispensa licitação no valor de R$ 3,6 milhões de reais, pela Secretaria de Educação para contratação de serviços de limpeza e merenda escolar, já em fase de investigação pelo Ministério Público Estadual que recebeu denúncia feita pela jornalista Ana Célia Pinheiro, que trabalhou na campanha Simão Jatene em 2010 e também foi autora de investigações e denúncias no governo de Ana Júlia.
Blogs que outrora faziam uma vigilância permanente nas nomeações deste tipo de vínculo, legal e institucional, diga-se de passagem, sempre condenaram a gestão petista com o tom moralizante e agora no governo Simão Jatene, ‘esquecem’ de checar o DOE, onde diariamente aplica-se a caneta para nomear a nova safra tucana, paga com o meu e o seu dinheiro.
O blog Ananindeua Debates, ainda em 2010, já alertava para o futuro com uma lembrança do passado:
"No governo de Simão Jatene, o nepotismo foi diligentemente gerenciado pela primeira-dama, Ana Maria Chaves da Cunha Jatene, e pela diretora geral da Escola de Governo, Heliana da Silva Jatene, ex-mulher do governador e mãe do seu casal de filhos. Da cota estritamente pessoal do governador, no loteamento de cargos, fizeram parte a filha, Izabela Jatene, gerente do Pró-Paz; uma irmã, a médica Rejane Jatene, secretária adjunta de Saúde; e um primo, José Otávio Jatene, secretário adjunto da Secom, a Secretaria Executiva de Indústria, Comércio e Mineração, além da ex-mulher, Heliana da Silva Jatene".
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista.
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