sexta-feira, agosto 17, 2012

Os vaqueiros do Marajó e a saga da mídia anti-Brasil



As boas notícias nos jornais hoje mostram que não adiante torcer contra, pois, pior, é ter que reconhecer que errou ainda que seja envergonhadamente.

O emprego, em julho, superou as expectativas de expansão em 120 mil vagas e chegou à casa dos 140 mil. O governo ampliou o teto de endividamento dos estados, de 39 bi para 42 bi, com foco em saneamento, infra-estrutura, mobilidade urbana e habitação: ou seja, o que contempla o ítem central da autorização anterior, que é combate à pobreza e suas consequências.

A economia começou a dar sinais claros de recuperação (os jornalões tratam sob o prisma de "moderadamente". Tanto no varejo quanto na indústria.
Por fim, a Argentina assumiu a liderança do gasto público na América Latina, deixando Brasil em 2o e Venezuela em 3o. Os três gigantes sul-americanos, portanto, dão a tônica do modelo de desenvolvimento que dá certo: a mão visível do estado intervindo pesadamente na anarquia de mercado. Que essa tendência seja a base para a reformulação almejada e necessária do Mercosul após o ingressos dos bolivarianos.

Desafios a superar

Porém, as notícias de hoje revelam entraves a serem superados, dentro do processo de planejamento e financiamento do desenvolvimento. As queimadas na Mata Atlântica já começam a ter um peso forte na poluição dos Oceanos, apenas 20% da produção brasileira escoa por trilhos, quando nos EUA, Rússia e China, esse índice é, respectivamente, de 45% e 50%, e o plano de expansão para a marca de 30%, embora ousada, não abarca o transporte de passageiros, que seria uma das soluções para um transporte mais barato e menos poluente; Manaus, Recife e Cuiabá, sedes da Copa de 2014, ainda não são capazes de fornecer abastecimento de água por 24h para a população e essa provisão não consta em suas metas para a Copa. Enfim, há um Brasil ainda a ser construído e libertado, mas estamos indo bem.

Babaquice no 'The Economist'

A publicação inglesa diz hoje ('Economist' vê mudança de rumo de Dilma - O Globo) que "o governo anunciou um plano para privatizar a infraestrutura ao mesmo tempo em que resiste à pressão dos servidores públicos em greve. Para a revista, o anúncio de parceria com o setor privado representa uma guinada do governo em relação às bandeiras do PT."


Bobagem absoluta.


Os servidores tem reajustes reais desde que o PT assumiu o governo e aumentos vertiginosos (porém justíssimos dada a Era FHC de arrocho) durante os mandatos do presidente Lula. Nesta negociação, o governo concedeu aumento real e considerável, porém a prioridade é proteger o emprego e a política social que abarcam os mais vulneráveis. Então, não tem nada a ver com redução do estado ou asneiras assemelhadas bem ao gosto do 'The Economist', mas o contrário: uma profunda preocupação com o social num tempo de grave crise mundial e partindo de uma excelente retaguarda salarial dos servidores.




Por outro lado, embora a mídia chame as concessões de privatização para tentar vender petista por tucano, foi criada uma empresa com dois pecados originais: tem em sua sigla as "malditas" palavras "estatal" e "planejamento". Ela organizará a parceria com a iniciativa privada para melhorar a malha viária do país. Inclusive, a EPL poderá prestar consultoria e se associar às concessionárias. É estatismo na veia e tocando a iniciativa privada tal como os bons vaqueiros da ilha do Marajó.

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