No FNDC
No Brasil, a cobertura mais perigosa para jornalistas não é a
policial ou de conflitos, mas a ligada a temas políticos, defende Celso
Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj),
segundo a Agência Brasil, no último domingo (7/4). Para ele, "há uma
dificuldade de relacionamento muito evidente entre setores do poder
político e econômico e a publicização de seus atos".
Schröder afirma que essa violência não é somente um atentado contra
os direitos humanos do cidadão, mas um preocupante ataque aos princípios
democráticos do Estado de Direito que, entre outras consequências, traz
prejuízos à liberdade de expressão e ao direito de acesso à informação.
"Essa violência ocorre, em geral, poque há segmentos que entendem que
o exercício do jornalismo atrapalha seus interesses e impedem que eles
se realizem. O problema é que se isso não for combatido com efetividade,
a situação deixa de ser um crime espontâneo e passa a representar uma
ação organizada de enfrentamento ao Estado”, disse.
Para ele, o governo e a sociedade civil têm "acordado" para a
situação. Ele citou a proposta de criação do Observatório da Violência
contra Profissionais da Comunicação, que vai analisar as denúncias de
violência e monitorar o desdobramento de cada caso, no âmbito da
Secretaria de Direitos Humanos e o Projeto de Lei 1.078/2011, em
tramitação no Congresso Nacional, que transfere à esfera federal a
responsabilidade de apurar os crimes cometidos contra jornalista no
execício da atividade, quando as autoridades estaduais não esclarecerem o
caso em 90 dias.
“As empresas precisam se comprometer a construir uma cultura de
segurança. Jornalistas têm que ser treinados para lidar com situações de
risco, mas não como militares. Devem ter respaldo para buscar a notícia
sem assumir riscos desnecessários”, acrescentou ele, que defende a
instituição de um Protocolo Nacional de Segurança, a ser adotado pelas
empresas de comunicação.
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