terça-feira, junho 17, 2014

Aécio se despede da Folha. Até breve!


Por Altamiro Borges, no blog do Miro.

“Em respeito aos critérios anteriormente fixados pela Folha em função do período eleitoral, escrevo hoje a minha última coluna”. Com esta notícia alvissareira, publicada nesta segunda-feira (16), Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB, despediu-se dos seus leitores do jornal da famiglia Frias. Lógico que a despedida é puro jogo de cena, já que a Folha tucana não vai abandoná-lo durante a difícil jornada eleitoral deste ano. Além do mais, caso seja derrotado nas urnas, ele poderá retornar ao diário golpista para seguir escrevendo as suas platitudes. O termo platitude, esclareço, decorre de uma crítica da própria ex-ombudsman da Folha, Suzana Singer.

Em setembro de 2011, após analisar alguns textos do senador mineiro no jornal, ela escreveu: “De 11 artigos do ex-governador tucano, pelo menos seis pareciam discurso de Congresso, com críticas nada originais ao governo federal e a promoção de iniciativas de Minas Gerais”. Na prática, antes mesmo da permissão legal da propaganda eleitoral, o pré-candidato já usava a Folha como seu palanque. Do que escreveu nestes anos, porém, nada sobrou de muito útil. O texto de “despedida”, nesta segunda-feira, confirmou esta trajetória de platitudes, com certa dose de egocentrismo.

“Sei que corro o risco de ser mal interpretado, num país em que, lamentavelmente, sobram motivos para o descrédito da ação política, mas a cada dia me convenço mais do acerto da decisão que tomei há 30 anos, quando entrei na vida pública... Nunca tive dúvidas sobre a escolha que fiz, nem nas horas de dificuldades. Nunca as tive nos momentos de frustração quando fui confrontado com a impossibilidade de realizar tudo o que gostaria, nem nos momentos em que sou atacado de forma covarde por calúnias e difamações”, choraminga a pobre vítima. E ele ainda garante, no maior cinismo, que defende a verdade e repudia “a manipulação e a hipocrisia”.

Ao final, Aécio Neves afirma que “fiz desta coluna um testemunho de meu compromisso com a política voltada ao bem comum e do meu compromisso com os brasileiros. Busquei refletir sobre o Brasil, consciente de que escrever para um jornal como a Folha é sonhar em voz alta... Encerro a minha coluna surpreso com a velocidade com que o tempo tem passado. Foram três anos. Meu agradecimento à Folha pelo convite. A você, meu agradecimento pela companhia, meu abraço e desejo de que o tempo seja generoso com cada um dos nossos sonhos”.

Pelo bem do Brasil, que não pode retroceder ao passado neoliberal, o melhor é que o tempo não seja generoso com o sonho presidencial do cambaleante candidato!

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