sexta-feira, novembro 28, 2014

DILMA COMEÇA, PELO PT, SEU AJUSTE NA POLÍTICA

Presidente participa hoje, em Fortaleza, da reunião do Diretório Nacional do partido.

A presidente Dilma começa, pelo PT, a fazer agora seu ajuste na política. Depois das críticas de setores do partido e de sua militância à escolha dos ministros da área econômica, ela participa hoje, em Fortaleza, da primeira parte da reunião do Diretório Nacional do PT. As dúvidas sobre sua participação foram dirimidas com a inclusão do evento em sua agenda oficial de hoje. No encontro, ela deve defender as escolhas de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini, assegurando que o ajuste fiscal será gradual e que a meta de superávit primário anunciada nesta quinta-feira – 1,2% do PIB para 2015 e de 3% para os anos seguintes – não trará recessão, terá foco no crescimento econômico e preservará as políticas sociais.

A insatisfação com as escolhas econômicas foi visível na reunião da bancada de terça-feira passada e culminou com áspera discussão entre os senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffman sobre a escolha de Katia Abreu para a Agricultura. Gleisi defendeu a escolha. Lindbergh afirmou que bastava acessar as redes sociais para conferir a frustração da militância que na Hora H, na reta final do segundo turno, foi para a rua com garra comparável à de 1989 na disputa Lula-Collor. Mas Dilma havia dito ao presidente do partido, Ruy Falcão, na última conversa que tiveram, juntamente com Lula, que não consultaria o partido na escolha dos nomes para a equipe econômica, mas que o faria na composição do restante do ministério.

Este é o segundo ponto de tensão na relação entre ela e o partido. Até agora não houve conversa alguma sobre os demais ministérios. Dilma já convidou Katia Abreu, do PMDB, para Agricultura, sem ouvir o próprio partido dela. Reconheceu a gafe e prometeu mais quatro ministérios ao PMDB, afora a manutenção de Moreira Franco na SAC. Seriam eles Henrique Alves, Eliseu Padilha, Eduardo Braga e Eunício Oliveira. E como Dilma ainda tem que acomodar o PP, o PROS, o PROS e o PC do B, o PT receia perder espaços. O Gabinete Civil e a Secretaria-Geral da Presidência têm titulares petistas mas estas são pastas tidas como da cota pessoal da presidente, por integrarem a estrutura da própria Presidência. As outras são Educação, Saúde, Desenvolvimento Social, Reforma Agrária, Justiça, Direitos Humanos, Relações Institucionais, Comunicações e Igualdade Racial.

Outro ponto importante na relação entre Dilma e o PT é a reforma política, que o partido transformou em bandeira a partir das manifestações de 2013 e do segundo grande escândalo de corrupção, o da Petrobrás, relacionado, como o do mensalão, ao financiamento da política. O PT defende um plebiscito sobre a reforma política, o voto em lista e o fim do financiamento privado de campanhas. Dilma, na campanha, defendeu a proposta mas depois não voltou ao assunto. No mundo da política todo mundo sabe. Reforma política é assunto que se enfrenta no início do governo, ou então não se fala mais nisso, porque não vai sair. Ele também deve entrar na pauta da reunião de Fortaleza.

Um comentário:

  1. melhor seria o pt comandar de verdade a área econômica, e deixar o 'resto' pros demais partidos da base. no entanto, no caso posto, o pt deve exigir as áreas de comunicação, educação, cultura e saúde, pra começar.

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