segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Compromissos de renovação e expulsões marcam os 35 anos do PT

Diante de milhares de militantes do PT, Lula defendeu renovação e ética partidária. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula.

O PT completou este mês 35 anos de fundação e em várias cidades e Estados do Brasil, o partido vem passando por intensos debates para se manter o mais bem avaliado pelos brasileiros e seguir mudando a vida do povo para melhor.

Com 1,5 milhão de filiados, 70 deputados, 12 senadores, 05 governadores, 633 prefeitos e uma presidente da República, o Partido do Trabalhadores é tido desde 2009 como o preferido da sociedade brasileira, segundo o IBOPE. No entanto, Lula presidente de honra do partido, disse na última reunião do seu Diretório Nacional, realizada no início deste mês em Belo Horizonte-MG, que este é um momento de enfrentamento para o partido, de fazer uma reflexão sobre os erros do passado. 

Segundo Lula, o PT governa o País, cinco estados e está fortemente presente no Congresso Nacional, mas isso não é suficiente para enfrentar as tentativas de destruição que o partido sofre. “O PT vai ter que voltar pra luta”, afirmou. A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”, elencou Lula, em dezembro do ano passado.

"O PT precisa repensar o seu papel na sociedade, e o congresso é o momento oportuno de discutir isso", afirmou. Para ele, quem não tem compromisso ético deve sair do partido. “Não existe no mundo nenhuma experiência política mais bem sucedida que o PT. E óbvio, por ter ficado grande, a gente comete erros”, avaliou.

Em recente artigo publicado na Agência PT de Notícias, a deputada estadual por São Paulo, Márcia Lia reflete: "Passamos por momentos difíceis ontem e hoje; crescemos em número e precisamos crescer em formação e qualidade para não desviarmos nosso olhar dos objetivos que nos reuniram em torno de um partido que deve traduzir a nossa própria honra. A ética não é um bem transitório. É um bem maior que o Partido dos Trabalhadores defende. Está na sua gênese. E isso não é pouco em suas exigências aos seus filiados. Por isso precisamos ter coragem para enfrentar os debates postos à mesa, com serenidade. Estas serão nossas aliadas de toda hora para transmutar o desgaste que se apresenta".

Expulsões em 2015.

PI - O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores no Piauí (PT) pediu a expulsão do prefeito de Lagoa do Sítio, José de Arimateas Rabelo, conhecido como "Zé Simão". O prefeito foi preso por ser o principal suspeito de ter assassinado a própria esposa de apenas 34 anos, crime ocorrido na madrugada da terça-feira (10). De acordo dirigentes, existe também a denúncia de infidelidade partidária nas últimas eleições. Segundo a Executiva Estadual, o prefeito não votou em nenhum candidato do partido, tanto em âmbito nacional, quanto estadual, mesmo estando filiado ao partido há cinco anos, ele nunca seguia a orientação do PT.

GO - No fim de janeiro, 02 dos 03 vereadores do PT em Goiânia foram expulsos do partido, depois que o diretório metropolitano avaliou o relatório da Comissão de Ética que apontou a infidelidade partidária dos vereadores Tayrone de Martino Gomes e Felisberto Tavares, baseado em declarações pessoais, à imprensa e em suas redes sociais como o twitter e facebook, onde sempre se mostravam contrários aos projetos do prefeito petista Paulo Garcia. Além disso, havia uma insatisfação por parte da militância e dirigentes locais, pelo fato de Tayrone ter renunciado à candidatura de vice-governador pelo PT em 2014. O diretório avaliou que a renúncia abalou a credibilidade da candidatura do PT ao governo do Estado, bem como perante a sociedade goiana. Contra Felisberto, soma-se os votos contrários aos projetos do prefeito Paulo Garcia e o mais grave: O vereador declarou apóio à candidatura do governador Marconi Perillo (PSDB), apoio contrário ao que já havia determinado a direção partidária, que decidiu apoiar Iris Rezende-PMDB.

DF - Desde que perdeu as eleições e deixou o cargo de governador do Distrito Federal, a expulsão de Agnelo Queiroz é debatida. Dívidas de campanha que não teriam sido contabilizadas em sua prestação de contas ao TSE, podem lhe render tanto a  ele, quanto ao seu vice, Tadeu Filipelli (PMDB), a punição e até a inelegibilidade. Além disso, no fim de sua gestão, boa parte do funcionalismo público ficou sem pagamento de seus salários. Por isso, Agnelo Queiroz acumula críticas tanto de seus opositores, quanto de petistas de Brasília. Pra piorar, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deu entrada em uma ação civil pública de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o governador que também enfrenta fortes críticas do atual governador que o acusa de ser deixado uma herança de R$ 6,5 bilhões de  deficit, o que Agnelo negou em uma entrevista ao Correio Braziliense, dizendo que o déficit "é uma ficção, uma mentira". Ele disse que esse números são usados com o "objetivo de jogar uma cortina de fumaça por quem sabe que não tem como cumprir as promessas de campanha", referindo-se a Rollemberg (PSB), atual governador do Distrito Federal.

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