domingo, março 22, 2015

Até Diogo Mainardi questiona a 'Veja'

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Diogo Mainardi prestou longos serviços à família Civita. Usava a coluna na revista para acusar, todas as semanas, Lula e o PT – de tudo. Acusava sem provas, e sem talento literário nenhum.

Deu azar. O PT ganhou 4 eleições, enquanto Mainardi espumava de raiva, de forma constrangedora.

Mas quando Roberto Civita (dono da Abril) morreu, Mainardi foi chutado feito um cachorro sarnento.

Os herdeiros de Bob Civita devem ter cansado de pagar advogado para consertar as besteiras de Mainardi. Ele achou que, subserviente ao pensamento do patrão, teria da Abril eterna gratidão.

Errou feio.

Agora, fica claro que há uma briga feroz e fedorenta nos intestinos da editora que publica a revista “Veja”.

Tanto é assim que até Mainardi mostrou-se chocado com o fato de a revista da marginal – na mesma edição que traz Eduardo Cunha, na capa, como herói e estadista brasileiro – não dar qualquer explicação sobre as contas de José Roberto Guzzo na Suíça.

Sim! Guzzo (que é colunista da revista da marginal, e costuma atribuir ao PT a invenção de toda a corrupção nacional) é um dos jornalistas que mantinham conta no HSBC da Suíça – segundo o UOL e o ICIJ (consórcio que investiga o caso).

E sim de novo: na semana em que Eduardo Cunha foi chamado de “achacador” por Cid Gomes, na tribuna do Congresso, a revista de Guzzo pôs Cunha na capa.

Faz sentido, não?

Até o Mainardi (que agora se manifesta através de um blog “independente”) ficou com enjôo. Ele tem estômago frágil, tadinho.

Confiram o choro tardio de Mainardi contra a Veja.

*****

NÃO HÁ EXPLICAÇÃO NA VEJA SOBRE JOSÉ ROBERTO GUZZO

no blog Antagonista (mantido por Mainardi e um colega)

Entre os brasileiros que mantinham conta no HSBC de Genebra, figura o nome do jornalista José Roberto Guzzo, colunista da Veja, revista que dirigiu durante quinze anos. Era de se esperar que houvesse uma explicação na edição que chegou hoje às bancas e aos assinantes. Não há.

Imagine um colunista do New York Times que constasse da lista de um banco que ajudava os clientes a fraudar o fisco dos seus respectivos países. O jornal certamente daria uma satisfação aos seus leitores. O colunista poderia justificar a origem do dinheiro e mostrar que a conta sempre esteve devidamente declarada no seu imposto de renda. Poderia, ainda, dizer que se trata de um engano e que ele nunca teve conta em banco na Suíça. Uma terceira hipótese é que o colunista não conseguisse justificar a origem do dinheiro e tivesse sonegado a existência da conta. Nesse caso, é improvável que continuasse a integrar os quadros do New York Times.

Felizmente, para José Roberto Guzzo, ele não trabalha no New York Times. Felizmente, para José Roberto Guzzo, Roberto Civita morreu.

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