Por Diógenes Brandão
Demorou mais de 10 anos para que os PMs paraenses, usados como capangas, acusados de receber cerca de 150 mil reais para agir em favor de um dos maiores grileiros do país, fossem denunciados pelo Ministério Público do Estado do Pará. Leia aqui a matéria.
Prática nefasta, porém costumaz na Amazônia, como aconteceu com a Chacina de Eldorado dos Carajás, quando PMs assassinaram 19 trabalhadores rurais sem terra, os policiais agiram de forma ilegal e violenta contra ribeirinhos, entre os anos de 2014 e 2015.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Altamira denunciou que dez famílias de agricultores e ribeirinhos que viviam há mais de 20 anos ao longo do Rio Xingu, haviam sido impedidas de acessar uma área às margens do Rio Xingu e depois foram expulsas por policiais militares e homens fortemente armados que rondavam a região em embarcações. A ação dos PMs foi realizada sem a apresentação de qualquer mandado judicial ou mandato de qualquer autoridade pública.
A poderosa CR Almeida é uma das maiores empresas que praticam grilagem nas terras da Amazônia e já foi denunciada várias vezes, mas nenhum acionista jamais foi preso. Pelo contrário: Em 2012 a empresa conseguiu vencer na justiça paraense, em uma ação que moveu contra o jornalista Lúcio Flávio Pinto, que lhe obrigou a indenizar a família do falecido empresário Cecílio do Rego Almeida. O crime teria sido chamar de “pirata fundiário” o homem que tentou fraudar e se apropriar ilegalmente de quase 5 milhões de hectares de terras públicas, na região paraense do Xingu, denúncia posteriormente comprovada pelo próprio Estado.
A condenação que mobilizou pessoas e organizações, nacionais e estrangeiras, se deu pelo fato do jornalista fazer uma radiografia minuciosa e crítica da região, o que o tornou um dos maiores especialistas em temas amazônicos, e reportar tentativas de fraudes aos cofres públicos, erros e desmandos do poder judiciário local, o jornalista foi alvo de exatos 33 processos desde 1992.
Lúcio Flávio Pinto já sofreu agressões físicas e verbais por causa de seus artigos, sem declinar o direito de veicular informações de interesse público, em seu Jornal Pessoal jornal quinzenal reconhecido pela qualidade do conteúdo em detrimento de uma produção quase artesanal.
Em seu blog, Lúcio Flávio Pinto mantém a esperança de um dia ter a reparação da injustiça pela qual foi vítima, no exercício do seu labor jornalístico, sempre em defesa da Amazônia:
Apesar de todas as provas que apresentei, e que serviram de base para a ação do Ministério Público Federal para o cancelamento do registro em nome do empresário, a condenação foi mantida em todas as instâncias da justiça estadual.
Resta agora acompanhar a tramitação da ação do promotor Armando Brasil para verificar se a justiça do Pará vai se manter em contradição. Se reconhecer que os PMs cometeram crime ao dar cobertura à grilagem, a maior da história da apropriação por particulares de terra pública (da história mundial e não só do Brasil), ficará na vexatória posição de ter condenado quem denunciou esse vergonhoso assalto ao patrimônio público.
A história registrará com nódoa os nomes dos magistrados que cometeram esse atentado à verdade e ao interesse do povo do Pará", finaliza o nobre jornalista.
Em um país onde a imprensa é comprometida com negociatas do capital todos os esclarecidos já sabem de quem será seu lado...o Estado e seus aparelhos de gestão obedecem a ordem do capital. portanto, a verdade caminha com quem paga por elas, nesse contexto ser justo, ético e comprometido com a verdade não é suficiente ao enfrentamento ideológico dominante....Nesta direção enfrentar a direita precisa ser uma ação conjunta e partilhada dos movimentos de esquerda que primam por uma sociedade omnilateral, onde Cultura, ciência e condições sociais igualitárias a todos e todas sejam a referência na garantia dos direitos fundamentais de homens e mulheres de todas as etnias, culturas e nações....precisamos compreender que esse é um enfrentamento de classes e que a queda de braço é uma disputa de poder...unir, lutar, e viver em prol da liberdade, do respeito e da dignidade humana...
ResponderExcluirEm um país onde a imprensa é comprometida com negociatas do capital todos os esclarecidos já sabem de quem será seu lado...o Estado e seus aparelhos de gestão obedecem a ordem do capital. portanto, a verdade caminha com quem paga por elas, nesse contexto ser justo, ético e comprometido com a verdade não é suficiente ao enfrentamento ideológico dominante....Nesta direção enfrentar a direita precisa ser uma ação conjunta e partilhada dos movimentos de esquerda que primam por uma sociedade omnilateral, onde Cultura, ciência e condições sociais igualitárias a todos e todas sejam a referência na garantia dos direitos fundamentais de homens e mulheres de todas as etnias, culturas e nações....precisamos compreender que esse é um enfrentamento de classes e que a queda de braço é uma disputa de poder...unir, lutar, e viver em prol da liberdade, do respeito e da dignidade humana...
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